taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de ...
Transcript of taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de ...
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA
MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
SALVADOR 2006
MARIA LÚCIA CASTRO PENAS SEARA DE BRITTO
TAXA DE EMISSÃO DE B IOGÁS E PARÂMETROS DE B IODEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
NO ATERRO METROPOLITANO CENTRO
MARIA LÚCIA CASTRO PENAS SEARA DE BRITTO
T A X A D E E M I S S Ã O D E B I O G Á S E P A R Â M E T R O S D E
B I O D E G R A D A Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S U R B A N O S N O A T E R R O M E T R O P O L I T A N O C E N T R O
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Sandro Lemos Machado
Salvador
2006
B86285t Brito, Maria Lúcia Castro Penas Seara de
Taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de resíduos sólidos urbanos no aterro metropolitano centro / Maria Lúcia Castro Penas Seara de Brito – Salvador-BA: [s.n.], 2006.
185 p.; il., color.
Orientador: Prof. Dr. Sandro Lemos Machado
Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo. Ênfase em Produção Limpa) – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2006.
1. Controle de poluição. 2.Biogás. 3. Aterro sanitário. 4.Lixo 5.Energia da biomassa I.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II. Machado, Sandro Lemos. III. Título.
CDD: 628.4
AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Asher Kiperstok, Coordenador da Rede de Tecnologias Limpas da Bahia – Teclim/ Depto. de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia - UFBA, pela confiança creditada e as oportunidades concedidas, principalmente por ter descortinado novos paradigmas nas áreas da prevenção da poluição e da preservação ambiental, com a abordagem das Tecnologias Limpas. Ao Prof. Dr. Sandro Lemos Machado, do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais da Universidade Federal da Bahia – UFBA, o reconhecimento especial pela dedicação e proficiente orientação, que muito contribuíram para a consecução dos objetivos dessa dissertação, dentro do escopo originalmente proposto. À Battre Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S.A (antiga VEGA), o agradecimento pelo acesso as instalações e disponibilização dos dados técnicos, e em particular na pessoa do Engº. Sebastião Araújo Reis de Santana pela inestimável colaboração. Aos colegas do Curso de Mestrado pela profícua convivência ao longo dessa trajetória. À Marcus Vinicius e Luiz Augusto, meus filhos, e Luiz Britto, meu marido e parceiro de todas as horas, pela paciência, apoio e carinho que me dispensaram nesse período, com as longas jornadas de aulas, estudos e pesquisas. Ao meu pai e à minha mãe, que nos momentos de aflição me tocaram a alma para que continuasse nessa caminhada, in memorian.
“Não existe nada mais difícil de executar, nem de sucesso mais duvidoso ou mais perigoso, que dar início a uma nova ordem das coisas. Pois o reformador tem como inimigos todos os que ganham com a ordem antiga e conta apenas com defensores tímidos entre aqueles que ganham com a nova ordem. Parte dessa timidez vem do medo dos adversários, que têm a lei a seu favor; e parte vem da incredulidade da humanidade que não deposita muita fé em qualquer coisa nova, até que a experimente.”
MAQUIAVEL, O Príncipe
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo principal, levantar parâmetros de geração de biogás para o caso específico da Região Metropolitana de Salvador, Bahia (Aterro Metropolitano-Centro), e estimar a produção desse biogás, enfocando-se o metano, um dos seus constituintes de maior impacto no efeito estufa global. Para atender a este objetivo, foram realizadas medições nos drenos de captação de biogás em cada célula, tratados e analisados seus dados, e comparados com as medições totais do sistema de captação do biogás utilizado neste aterro. Foram realizados ainda, estudos acerca dos aspectos de biodegradabilidade do RSU, procurando-se obter parâmetros que possibilitassem a previsão de curvas de geração de biogás em laboratório e a comparação das curvas previstas com os resultados obtidos em campo, possibilitando a validação de modelos teóricos. Palavras-Chave: Tecnologias Limpas, Biogás, Aterro sanitário, Lixo, Energia da biomassa.
ABSTRACT
The main objective of this work was to collect data regarding the production of biogas in the Metropolitan Landfill of Salvador, Bahia (Aterro Metropolitano-Centro), and to provide and estimation of the landfill’s biogas production, focusing on methane, one of the main contributors to the global greenhouse effect among biogas constituents. To achieve this objective, measurements in the drains of captation of biogas in each cell have been carried through; data was treated and analyzed, and compared with the total measurements of the system of captation of biogas used in this landfill. In addition studies concerning the aspects of biodegradability of the RSU have been carried through, in the hope of obtaining parameters that would make possible the forecast of curves of generation of biogas in laboratory and the comparison of the curves foreseen with the results obtained in the field, making possible the validation of theoretical models.
Keywords: Clean Technologies, Biogas, Sanitary Landfill, Waste, Biomass Energy
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18
2.1 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) 18
2.1.1 Classificação dos Resíduos Sólidos 18
2.1.2 Caracterização dos RSU 20
2.1.3 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos 31
2.1.3.1 Instrumentos de Controle e Prevenção da Poluição na Gestão do Lixo Urbano Os 3R’s - Reduzir, Reusar e Reciclar
31
2.1.3.2 A Responsabilidade Sócio-Ambiental das Empresas (RSA) 36
2.1.3.3 Problemática e Soluções dos Gases Efeito Estufa – O Protocolo de Kyoto 38
2.1.3.4 Tipos de Disposição Final 41
2.1.3.5 Cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e no Mundo 48
2.1.3.6 Os Resíduos Sólidos Urbanos em Salvador 55
2.2 GERAÇÃO DE BIOGÁS E FATORES INFLUENTES 63
2.2.1 Considerações do Biogás extraído dos Aterros Urbanos 63
2.2.2 Estimativas Teóricas da Produção de Biogás e Metano em Aterros Sanitários 76
2.2.3 Análise do Potencial Energético em Aterros Sanitários 91
2.2.4 Captação e Conversão Energética de Biogás de Aterros 94
2.2.5 Potencial para Geração de Energia Elétrica com Biogás 98
2.2.6. Projetos Bem Sucedidos de Aproveitamento de Biogás em Aterros
102
3 MATERIAIS E MÉTODOS 107
3.1 ESTIMATIVA DA FRAÇÃO BIODEGRADÁVEL DO RSU AO LONGO DO TEMPO, COMO FORMA DE OBTENÇÃO DE LO E K NO LABORATÓRIO
108
3.1.1 Ensaios de Caracterização do RSU 109
3.1.2 Teor de Umidade 113
3.1.3 Determinação dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU 113
3.1.4 Método Proposto para Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de Dados de Laboratório
114
3.2 ESTIMATIVA DOS PARÂMETROS DE LO E K A PARTIR DO MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE GÁS NO CAMPO
118
3.2.1 Análise dos Fatores Influentes na Captação do Biogás e Problemas Encontrados
121
3.2.2 Cálculo das Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo 123
3.2.3 Cálculo da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro 124
3.2.4 Método Proposto para Obtenção dos Parâmetros Lo e k no Campo 126
4 RESULTADOS E ANÁLISES DO MONITORAMENTO DO BIOGÁS NO LABORATÓRIO E NO CAMPO
128
4.1 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE LABORATÓRIO 128
4.1.1 Valores da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo 128
4.1.2 Valores do Teor de Umidade 131
4.1.3 Valores dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU 135
4.1.4 Resultados de Lo e k de Laboratório 137
4.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE CAMPO 141
4.2.1 Valores Considerados e Análises das Vazões de Biogás de Campo 141
4.2.2 Valores de Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo 147
4.2.3 Valores da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro 148
4.2.4 Valores de Lo e k de Campo 149
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
158
REFERENCIAS
161
APÊNDICE A - Método de calculo de Lo de laboratório
166
APÊNDICE B - Leituras de vazão de biogás e metano da Célula 5 e macro-Célula 1
167
APÊNDICE C – Disposição dos resíduos desde a abertura do aterro até a data final do estudo
183
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – A hierarquia na minimização de resíduos 31
Figura 2.2 – Técnicas para redução da poluição 34
Figura 2.3 – Modelo de técnica para redução da poluição para os resíduos sólidos urbanos 35
Figura 2.4 – preparação do aterro, colocação da manta impermeabilizante no aterro delta de Campinas-SP.
44
Figura 2.5 – Preparação do aterro, camada de solo argiloso compactado – Campinas-SP 45
Figura 2.6 – Preparação do aterro, colocação do dreno de chorume 45
Figura 2.7 – Preparação do aterro, colocação do dreno de biogás antes do lançamento do lixo
46
Figura 2.8 – Corte longitudinal da colocação do dreno de biogás 46
Figura 2.9 – Vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador 47
Figura 2.10 – Vista aérea de parte da cobertura do Aterro Metropolitano Centro de Salvador 47
Figura 2.11 - Disposição final do lixo (geral) no Brasil 51
Figura 2.12 – Destinação geral por número de municípios 51
Figura 2.13 – Fluxograma dos princípios de gestão de resíduos sólidos 59
Figura 2.14 – Fases de formação do biogás de aterro 66
Figura 2.15 – Triângulo do fogo 72
Figura 2.16 – Exibição de caminhos potenciais do gás de aterro 72
Figura 2.17 – Efeitos causados a saúde humana pelo H2S 75
Figura 2.18 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos rapidamente degradáveis
85
Figura 2.19 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos lentamente 86
Figura 2.20 – Produção de gás durante um período de cinco anos a partir de materiais orgânicos rapidamente e lentamente decompostos colocados num aterro.
86
Figura 2.21 – Fluxograma simplificado do processo de geração e aproveitamento de gás 99
Figura 3.1 – Coleta de resíduo novo – frente de lançamento (descarga da carreta vinda de Canabrava; uso de retro-escavadeira para seleção de material; Homogeneização do lixo; quarteamento e armazenamento das amostras de resíduo coletadas em tambores)
111
Figura 3.2 – Coleta de resíduo com 4 anos de aterramento – Abertura de cava. 112
Figura 3.3 – Equipamento de campo utilizada para medida de vazão de metano nos drenos 119
Figura 3.4 – Sopradores, equipamento de medida de vazão de metano em um único ponto (na junção dos drenos)
120
Figura 3.5 – Diferenças percentuais de vazões na sala de controle e nos drenos 122
Figura 3.6 – Planta baixa do aterro utilizada para o cálculo da nova vazão da Célula 5 125
Figura 4.1 – Comparação da composição física média, em base seca, dos resíduos novos com resíduos de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento.
131
Figura 4.2 – Comparação do teor de umidade, em base seca, para o resíduo novo coletado em épocas diferentes
134
Figura 4.3 – Resultados de STV, e percentual de matéria orgânica presente na fração pastosa para as amostras de resíduo novo coletado.
137
Figura 4.4 – Cálculo do Lo em função do tempo para a equação 2.1 139
Figura 4.5 – Cálculo Lo em função do tempo para a equação 3.15 141
Figura 4.6 – Percentual de O2 em função da pressão estática média 146
Figura 4.7 – Análise dos dados de Lo e k de campo 157
Figura 4.8 – Análise dos dados de Lo e k de campo x laboratório 157
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Classificação dos componentes do resíduo urbano 21
Tabela 2.2 – Resíduos domiciliares potencialmente perigosos 22
Tabela 2.3 – Variações características da massa específica nos resíduos sólidos (kg/m3) 24
Tabela 2.4 – Variações características da umidade nos resíduos sólidos 25
Tabela 2.5 – Composição percentual média do lixo domiciliar em cidades brasileiras 25
Tabela 2.6 – Fração biodegradável de alguns componentes orgânicos do RSU baseados no conteúdo de lignina
30
Tabela 2.7 – Quantidade de crianças em lixões nas diversas regiões do país 42
Tabela 2.8 – Destinação dos resíduos sólidos em alguns países (% peso) 49
Tabela 2.9 – Características dos resíduos em função da densidade demográfica e nível de renda
50
Tabela 2.10 – Estimativa de geração de resíduos sólidos no Brasil 52
Tabela 2.11 – Nível de renda da população urbana no Brasil com acesso ao serviço de coleta de lixo (%)
53
Tabela 2.12 – Responsabilidade pela coleta dos resíduos 54
Tabela 2.13 – Tipo de destinação final em percentual (%) por região 54
Tabela 2.14 – Composição média gravimétrica do lixo domiciliar em Salvador, ano de 1999
57
Tabela 2.15 – Coleta diferenciada do lixo de Salvador 1999 60
Tabela 2.16 – Composição média da mistura gasosa 65
Tabela 2.17 – P.C.I. de diferentes gases 69
Tabela 2.18 – Equivalências energéticas do biogás 69
Tabela 2.19 – Temperatura mínima de auto- ignição 71
Tabela 2.20 – Fator de correção de metano para as condições do aterro 82
Tabela 2.21 – Teor de carbono orgânico degradável para cada componente do lixo 82
Tabela 2.22 – Modelos empregados para a simulação do processo de decomposição 89
Tabela 2.23 – Parâmetros calculados para os modelos de geração de biogás em aterros 91
Tabela 2.24 – Comparativo da taxa de geração de energia a partir dos resíduos domésticos 102
Tabela 3.1 – Totais gerais de disposição de lixo desde 1997 até agosto 2005 126
Tabela 4.1 – Comparação da composição física do resíduo novo coletado em épocas diferentes em termos de base seca e base úmida
129
Tabela 4.2 – Composição média, em base seca, obtida para o resíduo novo coletado na frente de lançamento do Aterro Metropolitano Centro
130
Tabela 4.3 – Teor de umidade de cada componente para o resíduo novo coletado em março e setembro de 2005 e janeiro e setembro de 2004 em termos de base seca
132
Tabela 4.4 – Teores de umidade global médio obtida em percentual para os resíduos estudados
135
Tabela 4.5 – Teores de sólidos totais voláteis para o resíduo novo 136
Tabela 4.6 - Teores de sólidos totais voláteis para os resíduos com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterrado
136
Tabela 4.7 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 2.1 e cálculo de Lo experimental
138
Tabela 4.8 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 3.14 e cálculo de Lo experimental
140
Tabela 4.9 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Célula 5 142
Tabela 4.10 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Macro Célula 1
143
Tabela 4.11 – Vazão específica Célula 5 e Macro Célula 1 em m3 /ano ton 144
Tabela 4.12 – Análise da influência da depressão estática na % O2 146
Tabela 4.13 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Célula 5 147
Tabela 4.14 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Macro Célula 1 148
Tabela 4.15 – Comparação global de vazões – vazão total do aterro e emissão fugitiva 149
Tabela 4.16 – Valores previstos de produção de metano para a Célula 5 e Macro Célula 1 150
Tabela 4.17 – Quantidade de resíduos depositados na Macro Célula 1 151
Tabela 4.18 – Quantidade de resíduos depositados na Célula 5 151
Tabela 4.19 – Datas de início e finalização dos sub-aterros da Célula 5 151
Tabela 4.20 – Datas de início e finalização dos sub-aterros da Macro Célula 1 152
Tabela 4.21 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Célula 5 152
Tabela 4.22 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) -Macro Célula 1 152
Tabela 4.23 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em agosto de 2005 153
Tabela 4.24 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em julho de 2004 154
Tabela 4.25 – Análise dos dados de campo (Célula 5) 155
Tabela 2.26 – Análise de dados de Lo e k 156
14
1 INTRODUÇÃO
A poluição tem se tornando, nos últimos anos, uma das maiores preocupações dos órgãos
ambientalistas, instituições governamentais e não governamentais, indústrias, e de todos os
povos. Mudanças, no meio ambiente, tanto em níveis locais quanto globais são cada vez mais
observadas, pondo em perigo sua existência e o futuro das gerações.
A principal causa atribuída às mudanças no meio ambiente se refere à forma de exploração
econômica, ou seja, a dinâmica capitalista. Na lógica capitalista, a natureza parece ter funções
bem específicas, gerando e provisionando todos os materiais utilizados no processo produtivo,
e ainda, após o seu uso, absorvendo os resíduos, que retornam ao ecossistema muitas vezes,
na forma de contaminantes.
Esta lógica de crescimento econômico tem seus limites, na medida em que compromete o
bem-estar das gerações futuras. Sua aplicação tem levado, pelo esgotamento e escassez de
recursos naturais, a degradação dos mananciais, e a indisponibilidade de água doce e de boa
qualidade, exigindo dos ecossistemas um nível acima de sua capacidade de regeneração e
assimilação.
A idéia de sustentabilidade defendida por vários estudiosos, implica na premissa de que é
preciso definir um conjunto de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e
participantes sociais relevantes e ativos, através de práticas educativas e de um processo de
diálogo informado, reforçando um sentimento de co-responsabilização e buscando resíduo
zero para o meio ambiente.
A gestão sustentável dos resíduos sólidos pressupõe uma abordagem de redução (do uso de
matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras), reutilização direta dos
produtos e reciclagem de materiais. A hierarquia dos 3Rs (reduzir, reusar e reciclar) segue o
princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar ou dispor em
aterros os materiais após seu descarte.
Além disto a disposição final do lixo é um dos graves problemas ambientais enfrentados pelos
grandes centros urbanos, particularmente no Brasil onde o uso de “lixões” ainda é muito
15
comum. A emissão descontrolada do biogás produzido na decomposição anaeróbia da matéria
orgânica pode ser uma ameaça ao ambiente local, causando danos à vegetação, gerando
odores desagradáveis e oferecendo ainda riscos de explosão, no caso de concentrações entre 5
e 15% no ar. O biogás pode ser também um problema global, pois na fase metanogênica do
processo de degradação biológica é formado por cerca de 50% de metano, gás mais agressivo
do que o CO2 e que juntamente com esse, provocam o efeito estufa.
Os aterros sanitários são uma forma controlada de disposição final dos resíduos sólidos
urbanos, mas podem ser causadores de poluição do meio ambiente por produzirem lixiviados
e também o biogás que apresentam uma grande quantidade de metano. O biogás além de
representar risco para o ambiente local quando não controlado devidamente pode migrar
lateralmente para áreas próximas ou mesmo emanar pela superfície, apresentando risco à
saúde humana, decorrente da formação de ozônio de baixa altitude ou da exposição a alguns
constituintes do biogás que podem causar câncer e outras doenças que atacam fígado, rins,
pulmões e o sistema nervoso central.
Devido às altas concentrações de gás metano no biogás, como já mencionado, existe ainda o
risco de incêndios e explosões em instalações próximas aos aterros. Outro efeito negativo da
emissão descontrolada de biogás nos aterros é o inconveniente causado por odores
desagradáveis que levam a distúrbios emocionais em indivíduos que residem em áreas
próximas e favorecem a desvalorização das propriedades.
Por estas razões, o uso controlado do biogás pode promover redução dos potenciais impactos
ambientais, além de trazer outros benefícios. O biogás produzido nos aterros pode gerar
benefícios para os governos locais, com a venda de créditos de carbono, uma excelente
oportunidade de negócio, estimulando a adoção de práticas de engenharia que maximizam a
geração e a coleta do biogás, reduzindo também os riscos de contaminação do meio ambiente.
Com essa finalidade e para atender ao Protocolo de Kyoto, o qual impõe uma redução de 5%
do valor das emissões atmosféricas de países poluidores correspondente ao ano de 1990,
muitas empresas investiram em soluções para diminuição da emissão de CO2 e outros gases,
tornando-se ao longo do tempo, mais lucrativas.
Neste contexto, o Aterro Metropolitano Centro de Salvador/Ba, adotou algumas ações e
políticas, como o sistema de reaproveitamento do biogás, para minimizar os efeitos que a
16
produção sem controle deste biogás causa ao meio ambiente e as pessoas do entorno. Para
atender a este propósito, o aterro foi provido de sistemas capazes de confinar e captar o
biogás, que, através de dutos e drenos colocados nas células, levam o gás para um ponto
central, onde são lidas as vazões totais em m3/h. Medições de vazão de biogás em cada dreno
individualmente também podem ser realizadas, e o foram neste trabalho, para atender aos seus
objetivos específicos.
Esta dissertação tem como objetivo geral o levantamento de parâmetros de geração de biogás
para o caso específico do Aterro Metropolitano Centro e a estimativa de produção deste
biogás, com ênfase no metano.
A dissertação está dividida em cinco capítulos. O 1º capítulo é a Introdução, que mostra os
problemas decorrentes da degradação ambiental, principalmente a disposição inadequada dos
resíduos sólidos urbanos e seus efeitos no aquecimento do planeta, e quais caminhos devem
ser utilizados para se alcançar a sustentabilidade ambiental; o 2º capítulo é a Fundamentação
Teórica, que está sub-dividida em duas parte: na 1ª parte, apresenta os aspectos gerais de
Gestão dos Resíduos Sólidos Urbano (RSU) para uma melhor compreensão das definições,
classificação, características e formas de gerenciamento dos RSU, tomando-se por base a
produção mais limpa e o protocolo de Kyoto; na 2ª parte, busca-se entender sobre os
aspectos técnicos a cerca do biogás e adquirir um conhecimento maior das características e
composição deste biogás, faz-se um estudo de como é gerado este biogás e quais são os
fatores que influenciavam nesta geração, os métodos existentes na literatura utilizados para
estimar a sua produção, a análise do potencial energético dos aterros sanitários e o potencial
do biogás para geração de energia elétrica; o 3º capítulo é Materiais e Métodos, que aborda
procedimentos para caracterização dos resíduos sólidos urbano, para o cálculo dos sólidos
totais voláteis, do teor de umidade, da massa total biodegradável que são parâmetros
importantes para o cálculo de Lo e k de laboratório. Além disto, é descrito o procedimento
para o calculo dos parâmetros de Lo e k (potencial de geração de metano e constante cinética
de degradação dos resíduos e geração de metano respectivamente). Em campo, é descrito os
procedimentos para o cálculo das vazões totais e específicas nos drenos da Célula 5 e Macro
Célula 1, das emissões fugitivas e percentuais de contribuição de cada célula na vazão total do
aterro e a vazão total estimada do Aterro. Também é descrito o procedimento para o calculo
dos parâmetros de Lo e k de campo; O 4º capítulo são os Resultados Alcançados, que
compilam os resultados dos procedimentos propostos em materiais e métodos, e encontram
17
curvas de geração de metano, através dos resultados dos parâmetros de Lo e k no campo e em
laboratório, comparando os seus resultados, e encontrando um Lo e k para o Aterro que
satisfaça aos dois. O 5º capítulo são as conclusões a que este trabalho chegou a cerca do Lo e
k (potencial de geração de metano e a constante cinética de degradação da matéria orgânica ao
longo do tempo respectivamente), no laboratório e no campo, e os resultados encontrados na
literatura técnica, além de se fazer uma abordagem sobre a gestão de aterros, utilizando como
modelo de gestão, o modelo de tecnologias limpas, para os resíduos sólidos urbanos, e as
Recomendações para futuros trabalhos sobre biogás e o seu aproveitamento energético.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)
2.1.1 Classificação dos Resíduos Sólidos
Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004), denomina-se resíduos sólidos, os resíduos nos estados
sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle da poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da
tecnologia disponível.
Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001) a origem
é o principal elemento para a classificação dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os
diferentes tipos de resíduos podem ser agrupados nas cinco classes definidas abaixo:
- Lixo doméstico ou residencial
- Lixo comercial
- Lixo público – de varrição podas, feiras livres
- Lixo domiciliar especial:
- Entulho de obras – pequeno gerador
- Pilhas e baterias
- Lâmpadas fluorescentes
- Pneus
- Lixo de fontes especiais
- Lixo industrial
- Lixo radioativo
- Lixo de portos, aeroportos e terminais rodo-ferroviários
- Lixo agrícola
19
- Resíduos de serviços de saúde
- Entulhos de grandes geradores
Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) os resíduos sólidos são divididos em classes, de
acordo com sua periculosidade:
- Classe I – perigosos;
- Classe II – não perigosos
- Classe II A– não inertes;
- Classe II B– inertes.
Resíduos Classe I – Perigosos são aqueles que apresentam periculosidade, ou uma das
características seguintes:
- Inflamabilidade
- Corrosividade
- Reatividade
- Toxicidade
- Patogenicidade
Para melhor compreensão dos efeitos desta norma, define-se como periculosidade a
característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar riscos à saúde pública, provocando ou
acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças.
Envolve ainda aqueles que oferecem riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado
ou destinado de forma inadequada. Alguns exemplos podem ser citados como:
- Solventes
- Borras de tintas
- Lodos de Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)
- Soluções galvanoplásticas
- Pós e fibras de amianto
- Lâmpadas
- Óleo lubrificante usado ou contaminado
20
- Fluido e óleo hidráulico usado
- Cinzas provenientes de incineração
Resíduos Classe II A – Não-Inertes são aqueles que não se enquadram nas classificações de
resíduos Classe I – perigosos ou de resíduos Classe II B, nos termos desta norma. Estes
resíduos podem ter propriedades, tais como: combustibilidade, biodegradabilidade e
solubilidade em água. Abaixo é citado alguns exemplos:
- Resíduos de restaurante (restos de alimento)
- Sucata de metais ferrosos
- Sucata de metais não-ferrosos
- Resíduos de papéis e papelões
- Resíduos de plástico polimerizados
Resíduos Classe II B – Inertes são os resíduos que, quando amostrados de forma
representativa, segundo a NBR 10.007 (ABNT,2004) e submetidos a um contato estático ou
dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de
solubilização realizado pela NBR 10.006 (ABNT, 2004) não tiverem nenhum de seus
constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Como exemplos destes materiais,
pode-se citar: madeiras, resíduos de entulho, rochas, tijolos, vidros, certos plásticos e
borrachas, que não são decompostos prontamente.
Pode-se ainda ter outras formas possíveis de cla ssificar um resíduo,
como por seu teor de umidade : seco e molhado, ou composição química: matéria orgânica e
matéria inorgânica
2.1.2 Caracterização dos RSU
Outra questão importante é a caracterização dos resíduos urbanos, que visa a identificar os
tipos de materiais presentes no lixo. Encontrar finalidades para cada tipo de material e suas
potencialidades nas atividades de reuso, reciclagem e aproveitamento energético, é
conseqüência da caracterização.
21
Um exemplo que pode ser citado é o lixo orgânico, que pela sua característica de
biodegradabilidade é mais indicado para o reuso (na compostagem), e mais recentemente,
pesquisas vem apontando como uma excelente fonte de aproveitamento energético (biogás) e
o vidro que é muito utilizado no processo da reciclagem.
A caracterização também serve de indicador do grau de industrialização de uma comunidade.
Quanto maior a quantidade de materiais que podem ser reciclados (garrafas PET, papel,
papelão, alumínio), encontrados no lixo, mais industrializada é a comunidade e vice versa. No
Brasil, ao se aproximar das camadas menos favorecidas, a quantidade de resíduos orgânicos é
inúmeras vezes superior àquelas que podem ser reciclados, ratificando a afirmação.
De acordo com o manual do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) em 1996, a classificação
dos componentes do lixo pode ser efetuada conforme apresentado na Tabela 2.1:
Tabela 2.1 - Classificação dos componentes do resíduo urbano
Componentes Putrescível Reciclável Combustível
Borracha X X
Couro X X
Madeira X X X
Matéria orgânica putrescível X X X
Metais ferrosos X
Metais não ferrosos X
Papel X X X
Papelão X X X
Plástico duro X X
Plástico mole X X
Trapos X X
Vidros X X
Outros Dependerá de suas características Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado (IPT 1996)
A Tabela 2.2, evidencia que os resíduos domiciliares contêm componentes com característica
de periculosidade, devendo nesses casos serem tratados como resíduos perigosos.
22
Tabela 2.2 - Resíduos domiciliares potencialmente perigosos
Produtos Resíduos
Material para pintura Tintas; solventes; pigmentos; vernizes
Produtos para jardinagem e animais Pesticidas; inseticidas; repelentes; herbicidas
Produtos para motores Óleos lubrificantes; fluidos de freio e transmissão; baterias
Material de limpeza Ácidos e bases; produtos químicos geral
Produtos hospitalares utilizados em casa e estabelecimentos comerciais tais como farmácias, consultórios médicos, etc.
Agulhas e seringas descartáveis; restos de curativos, como: gases, esparadrapo, algodão, etc...
Produtos de higiene íntima Fraldas e absorventes descartáveis; preservativos
Outros itens
Frascos de aerossóis em geral; lâmpadas fluorescente; pilhas e baterias em geral
Fonte: IPT 1996 A correta gestão dos resíduos sólidos implica no conhecimento de suas propriedades e índices
de produção, sendo estas características função de cada localidade. O Manual de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001), apresenta a seguir, as principais
propriedades dos resíduos sólidos a serem levantadas quando do seu estudo.
Composição gravimétrica - representa o percentual de cada componente em
relação ao peso total do lixo.
Peso específico - é o peso do lixo em relação ao volume ocupado por ele.
O conhecimento do peso específico permite que se determine a capacidade
volumétrica e de carga dos equipamentos de coleta e tratamento, assim como o
volume do resíduo final.
Teor de umidade - representa a quantidade relativa de água contida no lixo
por unidade de peso, base úmida, e varia em função da sua composição, da
localização geográfica, das estações do ano e da incidência de chuvas. No
Brasil, o teor de umidade varia entre 30 e 40 % (base úmida). Em Engenharia,
23
o teor de umidade é normalmente calculado em base seca, chegando a alcançar
valores de até 80% de umidade ou mais.
Grau de compactação - indica a redução de volume que a massa de lixo pode
sofrer ao ser submetida a uma pressão determinada. Normalmente varia de 3 a
5 vezes. O processo de biodecomposição também auxilia pela perda de massa,
para a redução de volume do RSU.
Produção "per capita" - é a quantidade (em peso) de lixo que cada habitante
gera num dia, diretamente ligada ao padrão de consumo. No Brasil, a geração
"per capita" média diária de lixo é de 0,4 a 0,7 kg/ hab.dia, podendo chegar a
1,0 kg/hab.dia nas regiões mais desenvolvidas.
Poder calorífico - é a capacidade potencial do lixo de desprender certa
quantidade de calor sob condições controladas de combustão. Um lixo rico em
componentes plásticos, por exemplo, tem alto poder calorífico, enquanto um
lixo rico em matéria orgânica, úmida, tem baixo poder calorífico.
Relação Carbono: Nitrogênio (C/N) - indica a degradabilidade e o grau de
decomposição da matéria orgânica presente no lixo. Quanto maior esta relação,
menos avançado é o estágio de degradação do lixo, já que os microorganismos
responsáveis pela degradação da matéria orgânica necessitam de carbono para
o seu desenvolvimento e de nitrogênio para a síntese de proteínas.
Tempo de decomposição do lixo - a parte orgânica do lixo é biodegradável,
ou seja, seu processo de decomposição é executado por micróbios
decompositores que se alimentam destes detritos. O tempo de decomposição
varia dependendo do componente orgânico presente no lixo. Quando usado
para compostagem o resíduo orgânico pode ter a sua decomposição acelerada,
se convenientemente aerado, levando nesse caso de 60 a 90 dias para ser
decomposto. Compostos orgânicos tipo isopor, plásticos e alguns detergentes
são considerados como não-biodegradáveis. Já os compostos inorgânicos,
presentes no lixo, têm seu tempo de decomposição variando de acordo com o
material destinado, podendo ser de até 1 milhão de anos, no caso do vidro.
Em relação aos diversos componentes dos resíduos sólidos, Motta, Sayago, (1998)
apresentam a Tabela 2.3 com valores característicos de massa específica.
24
Tabela 2.3 – Variações características da massa específica nos resíduos sólidos (kg/m3)
Componentes Faixa de variação Média
Resto de comida 128.0 - 480.0 288.0 Papel 32.0 - 128.0 81.7 Papelão 32.0 - 80.1 49.6 Plásticos 32.0 - 128.1 64.1 Materiais têxteis 32.0 - 96.1 64.1 Borracha 96.1 - 192.2 128.0 Couro 96.1 - 256.3 160.2 Madeira 128.1 - 320.4 240.3 Vidro 160.2 - 480.0 193.8 Metais não ferrosos 64.1 - 240.3 160.2 Metais ferrosos 128.1 - 1121.3 320.4
Fonte: Motta, Sayago, (1998)
Motta, Sayago (1998) apresentam ainda a Tabela 2.4, com percentuais de umidade, base
úmida, característicos dos componentes de resíduos sólidos. Como o teor de umidade também
recebe influência direta da quantidade de matéria orgânica contida no resíduo, a qual
apresenta valores percentuais mais elevados que das outras frações, é de se esperar valores
mais altos em sociedades com menor poder aquisitivo, onde a presença dos restos de comida é
maior.
25
Tabela 2.4 – Variações características da umidade nos resíduos sólidos
Componentes Faixa de variação (%) Média (%)
Resto de comida 50 - 80 70 Papel 04 - 10 6 Papelão 04 - 08 5 Plástico 01 - 04 2 Materiais têxteis 06 - 15 10 Borracha 01 - 04 2 Couros 08 - 12 10 Madeiras 15 - 40 20 Vidros 01 - 04 2 Folha de flandres 02 - 04 3 Metais não ferrosos 02 - 04 2 Metais ferrosos 02 - 06 3 Lama, cinzas, tijolos 06 - 12 8 Lixo municipal 15 - 40 20
Fonte: Motta, Sayago, (1998)
Segundo D’Almeida e Vilhena (2000), no Brasil mais de 50% do lixo urbano ainda é
composto por matéria orgânica, mas esse número vem baixando, o que demonstra uma
mudança de hábitos do brasileiro, refletindo as mudanças econômicas que estão em curso. A
Tabela 2.5 apresenta a composição do lixo urbano em diferentes cidades brasileiras.
Tabela 2.5 – Composição percentual média do lixo domiciliar em cidades brasileiras
Materiais São Paulo Rio de Janeiro Salvador Porto Alegre Fortaleza
Papel/papelão 19 22 16 22 23
Plástico 23 17 17 9 8
Vidro 2 4 3 9 8
Metal 3 3 4 5 7
Outros* 54 55 60 55 59 *Outros reúne restos de comida, resíduos de poda, varrição etc.
Fonte: D’ Almeida e Vilhena (2000)
Quanto ao processo de decomposição do lixo, no primeiro momento, a digestão da matéria
orgânica no aterro é feita pelas bactérias aeróbias, devido à presença do oxigênio. Esta fase
é a fase de acidificação, onde ainda não é produzido o biogás. Em outra fase, com a atuação
26
das bactérias anaeróbias, da-se início a fase metanogênica e a conseqüente produção de
biogás. Portanto, a parte da matéria orgânica que é biodegradável e que se decompõe, gera um
gás ao qual se atribui o nome de Biogás. Este biogás é uma mistura gasosa, combustível, e
resultante da fermentação anaeróbia da matéria orgânica (decomposição de matérias
orgânicas, em meio anaeróbio, por bactérias denominadas metanogênicas).
Para vários autores, a proporção de cada gás na mistura que constitui o biogás depende de
vários parâmetros. De qualquer forma, esta mistura é essencialmente constituída por metano
(CH4), com valores médios na ordem de 55 a 65%, e por dióxido de carbono (CO2) com
aproximadamente 35 a 45% de sua composição, estando o seu poder calorífico diretamente
relacionado com a quantidade de metano existente na mistura gasosa.
A produção do biogás é naturalmente encontrada também em pântanos (conhecido como gás
dos pântanos), aterros e esgotos, entre outros ambientes. Um fato curioso está ligado ao antigo
costume de se enterrar o lixo em buracos nos quintais, bastante comum ainda hoje, onde não
se tem serviço de coleta de lixo. Após aterrado o material orgânico no meio anaeróbico
formado, sob a ação das bactérias metanogênicas, passava-se a produzir gás metano, e em
alguns casos, o volume retido alcançava altas pressões, produzindo rompimento do solo e
freqüentemente a combustão espontânea, desprendendo enormes chamas com duração de
alguns minutos. Tal fato, algumas vezes, era erroneamente associado, por desconhecimento
das pessoas surpreendidas, a fenômenos sobrenaturais ou a manifestações de seres místicos e
folclóricos.
Segundo o Estado de São Paulo (2004), neste momento existem duas situações possíveis para
o aproveitamento do biogás. O primeiro caso consiste na que ima direta (aquecedores,
esquentadores, fogões, caldeiras). O segundo caso diz respeito à conversão de biogás em
eletricidade. Isto significa que o biogás permite a produção de energia elétrica e térmica.
Desta forma, estima-se que os sistemas de aproveitamento do biogás, podem tornar a
exploração pecuária auto-suficiente em termos energéticos, assim como contribuir para a
resolução de problemas de poluição de efluentes.
Em vários países o biogás produzido em aterros sanitários é aplicado como fonte energética
em processos sanitários, e em alguns casos existe até a comercialização do biogás para uso
nas indústrias. Em São Paulo, o biogás chegou a ser utilizado, experimentalmente, em
caminhões de coleta de lixo.
27
Segundo Tauk (1990), a decomposição de resíduos orgânicos pode ser determinada
diretamente pela perda de peso. A biodegradação é um processo complexo e multifacetado,
envolvendo grande número e variedade de microrganismos. A degradação de diferentes
resíduos depende das condições locais e regionais como clima, tipo de solo, vegetação, fauna
e microrganismos decompositores.
Assim, a complexidade física e química dos resíduos orgânicos desfavorece a ocorrência de
um processo degradativo biologicamente simples. As paredes das células vegetais, por
exemplo, são compostas de uma intrincada rede de fibras de celulose juntamente com a
pectina heteropolimérica, hemicelulose e, em tecidos maduros, a lignina. Além disso, os
tecidos vegetais freqüentemente possuem uma cutícula protetora de gomas e ceras, podendo
conter ainda compostos antimicrobianos que podem inibir a ação de certas enzimas
degradativas.
Segundo Tauk (1990) entre 50% e 80% da matéria seca dos vegetais é carboidrato, enquanto
os microrganismos contêm até 60% de carbono orgânico. A quantidade e proporção deste
elemento na célula, tecidos ou organismos inteiros são determinadas pelas espécies e idade
dos indivíduos. Por exemplo, embora os carboidratos solúveis em água possam predominar
em plantas jovens, as maduras têm maior porcentagem de celulose, hemicelulose e lignina.
A decomposição de material vegetal exógeno envolve pelo menos quatro grupos distintos de
microrganismos: celulolíticos, hemicelulolíticos, pectinolíticos e ligninolíticos
Segundo Tauk (1990), de modo geral, a matéria orgânica vegetal é constituída de celulose,
mais abundante polímero, compreendendo 40% a 60% do lenho maduro, 10% das folhas,
30% a 40% do caule e 90% das fibras de algodão; hemicelulose, grupo diverso de
polissacarídeos solúveis em álcalis, intimamente associados à celulose; substâncias pécticas,
polissacarídeos estruturais e lignina, importante composto de carbono constituinte de plantas
vasculares, participando com 15% a 34% da madeira.
A lignina e a celulose são polímeros, mas um difere do outro porque a lignina é
predominantemente um composto aromático, altamente irregular em sua constituição e de
estrutura molecular, enquanto que a celulose é mais regular.
28
A lignina localiza-se principalmente na lamela média, onde é depositada durante a
lignificação do tecido vegetal. Quando o processo de lignificação é completado, geralmente
há a morte da célula formando o que se denomina tecido de resistência. Daí concluir-se que a
lignina é um produto final do metabolismo da planta. Segundo Klock, (2004), a lignina é um
polímero de natureza aromática e de alto peso molecular que tem como base estrutural
unidades de fenil-propano e provavelmente está ligada aos polissacarídeos da madeira. Ainda
segundo Klock (2004), a lignina é uma substância bastante complexa para se tratar. Enquanto
os polissacarídeos são compostos por carboidratos específicos unidos por ligações
glicosídicas, a estrutura da lignina aparece aleatória e desorganizada.
A lignina é encontrada em muitas plantas do reino vegetal, porém, sua constituição não é a
mesma em todas elas. Portanto a lignina não deve ser considerada como uma substância
química única, mas sim como uma classe de materiais correlatos. Sua composição química
elementar é formada de carbono, hidrogênio e oxigênio e o seu alto teor de carbono é uma
indicação da sua natureza aromática.
Segundo Machado (2005), conhecer a biodegrabilidade e composição do resíduo é de grande
importância no estudo dos recalques de um aterro sanitário, a longo prazo, e na estimativa do
volume de gás produzido em relação à massa total de resíduo disposto.
Ainda segundo Machado (2005), os aterros de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ao contrário
dos maciços de solos compactados, são constituídos por diferentes tipos de componentes
(metais, plásticos, papéis, vidros, madeiras, têxteis, resíduos orgânicos, pedras e solos) que,
quando depositados, interagem formando um maciço heterogêneo e poroso. Vários desses
componentes se transformam, ao longo do tempo, devido a fenômenos físico-químicos e
biológicos, resultando na geração de gás e chorume, com conseqüente redução de massa e de
volume do resíduo depositado.
A biodegradabilidade é a propriedade biológica mais importante da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos domiciliares, esta pode existir em presença ou ausência de oxigênio. Na ausência de oxigênio, em condições de anaerobiose ao longo do tempo (atuação de bactérias anaeróbias), a biodegradabilidade consiste na transformação dos componentes orgânicos em biogás (metano, dióxido de carbono e outros), em líquidos, em matéria orgânica mineralizada e em compostos orgânicos mais simples. (TCHOBANOGLOUS e outros, 1993).
29
É importante ressaltar que a velocidade com que vários componentes presentes no resíduo se
degradam varia significativamente. Os principais componentes orgânicos do resíduo podem
ser divididos em duas categorias: a) aqueles rapidamente degradáveis (3 meses a 5 anos):
compreendem resíduos de jardim e alimentos, papéis; b) aqueles considerados lentamente
degradáveis (50 anos ou mais): compreendem têxteis, borracha, madeira e couro. Os plásticos
são, geralmente, considerados pouco ou não biodegradáveis, porque levam acima de 200 anos
para se biodegradarem.
A biodegradabilidade da fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tem sido, na
maioria das vezes, quantificada através do conteúdo de Sólidos Totais Voláteis (STV) e do
teor de lignina. Contudo, em alguns casos, prefere-se utilizar o STV para demonstrar a
biodegradabilidade da fração orgânica do resíduo domiciliar. A execução de apenas esse
ensaio, não é totalmente representativo, uma vez que algumas substâncias são pouco
biodegradáveis, porém altamente voláteis, como é o caso do jornal, podendo conduzir a erros.
Na análise do teor de lignina, deve ser calculado também o teor de celulose (composto também presente no RSU, além da lignina). É a relação lignina/celulose que caracterizará em que fase de decomposição o resíduo se encontra. À medida que o lixo é decomposto, essa relação (lignina/celulose) aumenta, já que a celulose se decompõe mais rapidamente que a lignina. (MACHADO, 2005).
Segundo Gomes (1989), através da determinação dos Sólidos Totais Voláteis (STV)
determina-se a porcentagem de cinzas e a quantidade de matéria orgânica existente no
resíduo. Esse parâmetro pode ser um indicador da degradação do RSU ao longo do tempo.
Um alto percentual de STV indica presença de muita matéria orgânica para ser degradada,
RSU novo, e baixos valores indicam que o resíduo já sofreu um acentuado processo de
degradação. Por outro lado, quando se trata de aspectos de biodegradabilidade o teor de
lignina também é um parâmetro que merece bastante atenção. Altos percentuais de lignina
indicam que o material analisado não é facilmente biodegradável e vice versa.
Sendo assim, Tchobanoglous e outros, (1993, apud MACHADO, 2005) propuseram a
equação abaixo, para determinação da fração biodegradável presente nos voláteis.
LCBF ⋅−= 028.083.0 (2.1)
30
Onde: BF é a fração biodegradável presente nos sólidos totais voláteis; 0,83 e 0,028 são
constantes empíricas; LC é o conteúdo de lignina dos sólidos totais voláteis expressos como
uma porcentagem de peso seco.
Por esta equação, afirma-se que, mesmo quando forem obtidos valores de lignina zero, a
fração biodegradável presente nos sólidos totais voláteis será de 83%.
Para ilustrar, a Tabela 2.6 apresenta a fração biodegradável de vários componentes orgânicos
presentes no RSU, tendo como base o conteúdo de lignina. Pela análise da Tabela conclui-se
que o jornal é significativamente menos degradável que os outros componentes orgânicos
encontrados no RSU.
É importante destacar também que a velocidade com que vários componentes presentes no
resíduo se degradam varia significativamente. Para propostas práticas, os principais
componentes orgânicos do resíduo podem ser divididos em duas categorias: a) aqueles
rapidamente degradáveis (3 meses a 5 anos): compreendem resíduos de jardim e alimentos,
papéis; b) aqueles considerados lentamente degradáveis (50 anos ou mais): compreendem
têxteis, borracha, madeira e couro. Os plásticos são, geralmente, considerados não
biodegradáveis.
Tabela 2.6 – Fração biodegradável de alguns componentes orgânicos do RSU baseados no conteúdo de lignina
Componentes Sólidos totais voláteis (STV), (% dos sólidos totais)
Conteúdo de lignina (LC), (% dos voláteis)
Fração de biodegradáveis (BF)
Resíduos alimentares 7 - 15 0,4 0,82
Papel jornal 94 21,9 0,22
Papel ofício 96,4 0,4 0,82 Papelão 94 12,9 0,47
Resíduos de poda 50 - 90 4,1 0,76
O conhecimento da fração biodegradável do resíduo torna-se importante por levar a previsões
do volume de gás produzido em aterros. Essas previsões são de grande interesse quando se
deseja instalar sistemas de recuperação de energia alternativa e limpa, ou beneficiamento do
biogás.
31
2.1.3 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos
2.1.3.1 Instrumentos de Controle e Prevenção da Poluição na Gestão do Lixo Urbano Os 3R’s - Reduzir, Reusar e Reciclar
O modelo econômico atual, pautado no desperdício, fez com que as relações entre o sistema
industrial e o consumo de bens e serviços pela sociedade humana gerassem emissões e
resíduos (poluição) na crosta terrestre, os quais não podem ser absorvidos facilmente pelo
meio ambiente. Em vista disso, as empresas ao projetarem seus produtos devem pensar em
prolongar seu tempo de vida útil fabricando-os de forma diferente e utilizando insumos
biodegradáveis. Além disso, devem buscar reduzir o consumo de insumos, reutilizarem
embalagens e reciclar materiais que tenham perdido a sua utilidade.
Segundo Wilson (1999), neste ponto é interessante se discutir a conhecida hierarquia no
gerenciamento de resíduos, introduzida pela primeira vez no segundo Programa Ambiental da
União Européia de 1977/1981 e sobre a qual há agora consenso geral. Uma representação
gráfica disso é mostrada na Figura 2.1. A opção mais desejada é a de se evitar a geração de
resíduos, fabricando-se de forma diferente de como vem sendo praticada; se o lixo tiver que
ser produzido, então a sua quantidade deverá ser reduzida, obtendo-se quantidades mínimas
de resíduos, e nesse caso, a opção preferida é a reciclagem ou a reutilização dos materiais; a
próxima linha de defesa é o tratamento, para se recuperar a energia ou para se reduzir o
volume ou o grau de periculosidade do restante dos resíduos; ao final da hierarquia está a
disposição.
Figura 2.1 – A Hierarquia na minimização de resíduos
32
A gestão sustentável é hoje vista como uma boa saída para os problemas ambientais, que
procura reduzir o uso de matéria-prima e energia, reutilizar produtos e reciclar materiais. Os
interessados em promover processos educacionais, para atingir tais objetivos e contribuir para
o desenvolvimento sustentável, têm na elaboração participativa da Agenda 21 uma estratégia
para mobilização da comunidade e inserção de sua região em um movimento cada vez maior.
A não geração de resíduos, a minimização, bem como a reutilização, são princípios
hierarquizados, contidos na Agenda 21 e incorporados à Política Nacional de Resíduos
Sólidos, em fase final, que se tornaram palavras de ordem em todo o mundo, em se tratando
de gestão de resíduos sólidos urbanos e se transformaram em uma das mais recentes bandeiras
neste campo de ação.
Sintetizando, a redução dos resíduos é obtida através da redução na fonte, da reutilização e da
reciclagem, diminuindo desta forma a quantidade de resíduos gerados e a serem dispostos.
A redução na origem dos resíduos é a obtida devido a não geração. Sua obtenção pode advir
das alterações de hábitos, processos e materiais, ou ainda, por alteração das preferências do
consumidor ao adquirir os produtos.
A reutilização consiste no aproveitamento do material nas condições em que é descartado,
submetendo-o a pouco ou nenhum tratamento, exigindo apenas operações de limpeza,
colocações de etiquetas, entre outras atividades simples, como é o caso da reutilização de
caixas, tambores e garrafas de vidro.
A reciclagem é o processo através do qual os resíduos retornam ao sistema produtivo como
matéria prima. Pode ser considerada como uma forma de tratamento de parte dos resíduos
sólidos gerados. Esse retorno ao processo produtivo pode dar-se de forma artesanal ou
industrial.
A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais,
mas raramente questiona o atual padrão de produção, não levando à diminuição do
desperdício nem da produção desenfreada de lixo. O Brasil ainda está muito distante de
mudanças mais estruturais, que reduzam o volume de resíduos gerados, o que aumenta a
importância dos programas de coleta seletiva de lixo. Só ela, no entanto, não soluciona todos
33
os problemas relativos à destinação de resíduos sólidos e deve ser considerada dentro de um
plano mais amplo, de gerenciamento integrado do lixo.
No caso particular dos resíduos sólidos urbanos, a gestão sustentável pressupõe em primeiro
lugar a não geração destes resíduos, e em segundo lugar a coleta seletiva, que devem ser
alternativas a serem consideradas nesse processo.
Qualquer modelo de gerenciamento do sistema de limpeza urbana não terá êxito com a
ausência da participação positiva da população, que desempenha papel importante neste
sistema, como a geração, segregação, acondicionamento, armazenamento e disposição para a
coleta.
Entretanto, incentivar a comunidade a adotar bons hábitos em relação ao lixo e ao meio
ambiente, ainda é uma grande necessidade, apontada na análise do nosso modelo, como
oportunidade de melhoria.
A educação ambiental é o instrumento fundamental para a viabilização de qualquer modelo de
gerenciamento de resíduos sólidos, através da formação e informação socia l orientadas para
desenvolver consciência crítica sobre o estado do meio-ambiente em relação ao manejo,
coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos sólidos, ensinando ao cidadão seu real
papel como gerador de lixo.
A Figura 2.2, com base em LaGrega e outros (1995 apud Kiperstok, 2001), agrupa várias
alternativas utilizadas para os resíduos industriais e que foram tomadas como modelo de
tecnologias limpas para aplicação neste trabalho. Quanto mais à esquerda sejam as
intervenções, melhor será para o meio ambiente. Porém, a lógica é que, ao se adotar uma
alternativa, ela deve assegurar o melhor resultado ambiental dentre das possibilidades
econômicas e tecnológicas da empresa.
34
Fonte: LaGrega e outros (1995, apud Kiperstok, 2001)
Figura 2.2 – Técnicas para redução da poluição
Este modelo, extrapolado para os resíduos sólidos urbanos, conforme mostra a Figura 2.3,
demonstra que quanto mais próximo da esquerda se está, mais se busca uma mudança nos
produtos ofertados e no padrão de consumo da sociedade. Mais ao centro, encontra-se a
reciclagem interna através da segregação na fonte para reuso ou reciclagem e a compostagem
na residência do gerador, minimizando os resíduos que serão coletados. Ao se aproximar da
direita, aparece a Figura do poder público, gerindo os resíduos através da coleta seletiva , da
compostagem em usinas de compostagem, da reciclagem do entulho, dentre outros,
evidenciando a reciclagem externa, e por fim se chega na disposição final com o aterramento
dos resíduos. O aterramento deverá também ser uma alternativa economicamente e
ambientalmente viável se contemplar o aproveitamento do biogás.
A disposição final com o aterramento dos resíduos urbanos é a última solução para a redução
da poluição causada pelo lixo. Essa técnica diminui os danos que esse lixo pode provocar ao
meio ambiente, se depositado a céu aberto, mas só deverá ser utilizada, caso se esgotem todos
os outros recursos.
MUDANÇA NOS INSUMOS Purificação de materiais Substituição de materiais
MUDANÇA DE TECNOLOGIA Mudanças no processo Mudanças no equipamento, na tabulação ou layout Maior automação Mudanças nas condições operacionais
BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS Procedimentos apropriados Prevenção de perdas Práticas gerenciais Segregação de correntes de resíduos Melhorias no manuseio dos materiais Programação da produção
REGENERAÇÃO E REUSO Retorno ao processo original Substituto da matéria prima para outro processo
MUDANÇAS NO PRODUTO Substituição do produto Alteração na composição do produto
CONTROLE NA FONTE
RECUPERAÇÃO Processamento para recuperação de materiais Processamento como subproduto
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
SEPARAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE
RESÍDUOS
BOLSA DE RESÍDUOS
RECUPERAÇÃO DE ENERGIA OU MATERIAL
DISPOSIÇÃO FINAL
INCINERAÇÃO
TÉCNICAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃO
PRIMEIRO NO FIM ORDEM DE APLICAÇÃO
ALTAMENTE DESEJÁVEL DO PONTO DE VISTA AMBIENTAL
POUCO
RECICLAGEM INTERNA E EXTERNA
REDUCÃO NA FONTE TRATAMENTOS DE RESÍDUOS
35
Fonte: Modelo adaptado a partir de Azevedo (2004).
Figura 2.3 – Modelo de técnica para redução da poluição para os resíduos sólidos urbanos
36
Numa perspectiva da gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos, há uma tendência à
prevenção da poluição (mais à esquerda da Figura 2.3) do que as soluções Fim de Tubo (mais
à direita desta mesma Figura). Os resíduos aterrados, soluções fim de tubo, serão aqui
estudados e por apresentarem elevados teores de matéria orgânica e devido ao clima tropical e
subtropical típico do país, oferecem condições favoráveis à produção de metano e, portanto, a
potenciais iniciativas de recuperação energética, traduzindo-se como uma energia alternativa
limpa e renovável, que colabora com a redução das emissões de gases de efeito estufa, tema
central do Protocolo de Kyoto.
2.1.3.2 A Responsabilidade Sócio-Ambiental das Empresas (RSA)
A política de atuação das organizações deve traduzir o escopo e diretrizes no âmbito da ética dos serviços, as preocupações com os trabalhadores, comunidades do entorno e em geral, as relações com os consumidores e clientes. A contabilidade ou balanço social também pode ajudar no processo de avaliação externa, mas é necessário incluir as operações sócio-ambientais, com base em marcos de referência. (FURTADO, 2003).
É indispensável criar indicadores, melhorando a caracterização da natureza das ações e
atividades de RSA. Para tanto, poderão ser usados os acordos e códigos voluntários, índices,
estatísticas, regulamentos, normas e outras fontes.
Para conceber e implementar ações de RSA, a organização poderá usar: estatísticas,
indicadores, padrões externos, princípios e índices de desempenho e códigos de conduta,
credos, declarações de filosofia de gestão. São instrumentos cuja proposta é tornar as
organizações transparentes e conquistar a confiabilidade das partes interessadas. Mas, há
críticas de que muitas vezes esses instrumentos são destinados apenas à proteção da imagem
da empresa, sem a preocupação real com o social.
Os princípios de RSA, para que sejam utilizados na empresa, devem ser incorporados na sua
filosofia, nas atividades, e nos procedimentos de planejamento estratégico de longo prazo.
Portanto, deve ser determinada pelo nível mais alto de decisões e gestão da organização,
estando alinhada e integrada ao planejamento estratégico para os negócios da empresa, seja
ela privada ou pública.
37
No geral, as iniciativas sociais e ambientais não são alinhadas ao plano de negócios das empresas nem ao planejamento estratégico, entretanto, a visão sócio-ambiental integrada já é adotada em algumas organizações, incluindo algumas empresas públicas de limpeza urbana que trabalham na gestão dos resíduos sólidos, (FURTADO, 2003).
O entendimento integrado de RSA deve estar voltado para o desenvolvimento sustentável
(FURTADO, 2003). No caso de empresas de limpeza pública a organização deve:
- Estar consciente de seu papel na sociedade;
- Atuar com ecoeficiência, servindo mais, melhor e com menores custos,
poupando água, energia e recursos, reduzindo ao máximo, a quantidade de
resíduos e emissões através do uso da compostagem, biogás, reciclagem;
- Contabilizar dispêndios, ganhos e perdas derivadas de suas iniciativas
sócio-ambientais;
- Assumir a responsabilidade pela conseqüência de seus atos,
- Integrar, em suas atividades, as ações e iniciativas relacionadas ao
desenvolvimento, do bem estar e equidade social e da sustentabilidade da
qualidade ambiental;
- Aperfeiçoar o uso continuado das melhores práticas;
- Agir com transparência, relatando, publicamente, o desempenho e
significado das ações
- sócio-ambiental realizadas
- Aumentar, continuamente, a transparência de suas práticas.
As principais ações ambientais usados por essas organizações são:
- Respeito à cidadania das comunidades incluindo nas empresas de limpeza
urbana os ex-catadores de lixo
- Contribuição para a coesão social e melhoria da qualidade de vida das
pessoas;
- Utilização da reciclagem, reuso, compostagem, para diminuir o impacto
ambiental;
- Redução de impactos negativos (emissões, descargas, resíduos) nos
ecossistemas;
38
- Redução de custos sociais, por medidas sócio-ambientais;
- Redução de impactos globais: aquecimento do planeta, depleção da camada
de ozônio, biodiversidade,
- Destinação e descarte responsáveis de lixo urbano (embalagens e produtos
pós-uso);
- Gestão responsável de acidentes internos e externos, provocados pelas
atividades da empresa.
2.1.3.3 Problemática e Soluções dos Gases Efeito Estufa – O Protocolo de Kyoto
Vários gases encontram-se presente em pequenas proporções na atmosfera e, naturalmente,
constituem os conhecidos "gases de efeito estufa", como o dióxido de carbono (CO2), ozônio
(O3), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2), juntamente com o vapor d'água (H2O). Esses gases
recebem tal denominação por apresentarem a propriedade de reter o calor, da mesma forma
que os vidros de um carro fechado ou o revestimento de uma estufa sob a incidência do sol. O
dióxido de carbono, metano e óxido nitroso são os contribuintes gasosos da atmosfera que têm
esta propriedade mais evidenciada.
Atenção prioritária tem sido dedicada ao dióxido de carbono, uma vez que o volume de suas
emissões para a atmosfera representa algo em torno de 55% do total das emissões de gases de
efeito estufa e o tempo de sua permanência na atmosfera, é de pelo menos 10 décadas. O CO2
distribuído na atmosfera age como a cobertura de uma estufa sobre o planeta, permitindo a
passagem da radiação solar, mas evitando a liberação da radiação infravermelha emitida pela
Terra.
Assim, pela ação do efeito estufa natural a atmosfera se mantém a uma temperatura média
cerca de 30°C, possibilitando, com isso, a existência de vida no planeta, que sem o efeito
estufa natural seria um mero deserto gelado.
Com vistas à manutenção do equilíbrio térmico, a Terra emite para o espaço a mesma
proporção de energia que recebe de radiação solar. A radiação incidente atravessa as diversas
39
camadas da atmosfera e seu retorno ocorre na forma de radiações térmicas de grande
comprimento de onda ou calor, que são absorvidas pelo CO2.
Somando-se ao processo natural, as atividades do homem, também denominadas antrópicas,
estão resultando em contribuições adicionais de gases de efeito estufa, acentuando a
concentração dos mesmos na atmosfera e, conseqüentemente, ampliando a capacidade de
absorção de energia que naturalmente já possuem.
Embora o CO2 seja o gás que mais contribui para o efeito estufa, outros gases também
merecem bastante atenção, como é o caso do metano (CH4), gerado em grande quantidade
pelo lixo urbano.
As indesejadas emissões de CO2 pela atividade humana são oriundas principalmente da
queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), em usinas termoelétricas e
indústrias, veículos em circulação e sistemas domésticos de aquecimento. Reservatórios
naturais e sumidouros que têm a propriedade de absorver o CO2 do ar estão sendo também
afetados por ação antrópica, como as queimadas e os desmatamentos. O aumento das
concentrações de gases como o CO2 acima do natural, pode ser potencialmente perigoso, com
possíveis conseqüências catastróficas para a humanidade, como o aumento do nível do mar e
o aquecimento do planeta.
Em 1988, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA e a Organização
Mundial de Meteorologia - OMM constituíram o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate
Change/Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), encarregado de apoiar com
trabalhos científicos as negociações da Convenção.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima, assinada na Rio 92 por
175 países mais a União Européia, ratifica a preocupação com o aquecimento global. Os
riscos são grandes demais para serem ignorados e os governos de diversos países estão
negociando limitações e cortes na emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera.
A Conferência realizada entre 1º e 12 de dezembro de 1997, em Kyoto – Japão contou com a
presença de representantes de mais de 160 países, tendo como resultado a celebração do
Protocolo de Kyoto. Procurando atingir o objetivo final da Convenção, no sentido de alcançar
40
a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que não
interfira perigosamente no sistema climático, o Protocolo de Kyoto estabeleceu metas e
prazos para controlar num primeiro esforço quatro gases: dióxido de carbono, metano, óxido
nitroso e hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas famílias de gases,
hidrofluorocarbonos (HFCs) e perfluorocarbonos (PFCs), obtendo o comprometimento de 39
países desenvolvidos.
Oitenta e quatro países haviam assinado o Protocolo de Kyoto que, para entrar em vigor,
deveria ser ratificado por pelo menos 55 dos países signatários, incluído entre eles um
conjunto de países industrializados do Anexo 1 deste Protocolo.
Portanto, precisava-se obter a adesão dos países industrializados integrantes deste Anexo I
que, juntos, contribuíam com pelo menos 55% das emissões globais em 1990, o que em 2005
aconteceu, com a assinatura deste Protocolo pela Rússia.
Grande importância é atribuída à assinatura do documento pelos EUA, uma vez que estes
países e a Rússia, respondiam, em 1990, por 53,6% das emissões referenciadas no protocolo.
Os Estados Unidos, em março de 2001, declararam que não iriam ratificar o Protocolo de
Kyoto, declarando-o fatalmente falho por isentar os países em desenvolvimento da redução ou
limitação de emissões e por ser passível de comprometer sua economia. Como a Rússia
respondia por 17% das emissões mundiais, este país passaria a ser o único país que poderia
dar efetividade ao Protocolo.
Durante a Conferência, foi negociado que para o horizonte compreendido entre os anos 2008
e 2012 as emissões sejam reduzidas em 5,2%, na média, com relação aos níveis de 1990, para
dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, e aos níveis de 1995 para hexafluoreto de enxofre
(SF6) e famílias de hidrofluorocarbonos - HFCs e perfluorocarbonos - PFCs.
O Protocolo de Kyoto estabelece ainda, medidas necessárias ao cumprimento das metas,
atribuindo ênfase às obrigações por parte das nações industrializadas, na redução das emissões
atmosféricas.
41
O Protocolo de Kyoto inclui três mecanismos de flexibilização a serem utilizados para
cumprimento dos compromissos da Convenção: implementação conjunta (JI - Joint
Implementation), comércio de emissões (Emissions Trade) e Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo - MDL.
Os dois primeiros, concebidos de modo a serem utilizados entre países industrializados do
Anexo I deste Protocolo, objetivam a contabilização de reduções líquidas de emissões de
gases com execução de projetos entre esses países.
O MDL, por sua vez, foi desenvolvido a partir de uma proposta da delegação brasileira que
previa a constituição de um Fundo de Desenvolvimento Limpo.
Segundo a proposta original, esse Fundo seria constituído por aporte financeiro dos grandes
países emissores no caso de não atingirem metas de redução consentidas entre as partes,
seguindo o princípio do poluidor-pagador.
Em Kyoto, a idéia do Fundo foi transformada, e estabeleceu-se o MDL, que consiste na
possibilidade de um país desenvolvido financiar projetos em países em desenvolvimento
como forma de cumprir parte de seus compromissos.
Por fim, o MDL tem por objetivo a mitigação de gases de efeito estufa em países em
desenvolvimento, na forma de sumidouros, investimentos em tecnologias mais limpas,
eficiência energética e fontes alternativas de energia.
2.1.3.4 Tipos de Disposição Final
A definição de parâmetros técnicos, o estudo do meio físico, a análise de potencialidades e
limitações da região, as investigações de campo, o comportamento geotécnico do solo, são
algumas ferramentas que podem auxiliar na minimização dos impactos ambientais originados
pela disposição de resíduos no solo.
Uma destinação adequada do lixo prevê que este deve ser aterrado. Embora o gerenciamento
do lixo urbano seja atribuição da prefeitura local, seus governantes devem, juntamente com a
42
comunidade, decidir qual proporção do lixo vai ser aterrada e de que forma este aterro vai ser
feito, visto que os impactos ambientais, sociais e econômicos da disposição final do lixo
afetam a comunidade como um todo. Além disso, o envolvimento da comunidade, ajuda a que
haja uma maior conscientização da população em um assunto de interesse geral.
Há três tipos de disposição final do lixo: em lixões, em aterros controlados e aterros
sanitários.
Na maioria dos municípios brasileiros, é muito utilizada como forma de destinação dos
resíduos no solo os chamados lixões. Os lixões, se limitam a simples depósitos de lixo a céu
aberto, onde encontra-se geralmente crianças e adultos vivendo destes resíduos, como única
fonte de sobrevivência.
De acordo com estimativas da UNICEF baseadas em pesquisas da Água e Vida de 1998,
citada no Fórum Nacional Lixo & Cidadania de 1999, existiam no Brasil cerca de 43.230
crianças e adolescentes vivendo e trabalhando nos lixões espalhados pelo País. A partir destas
informações, houve uma atuação bastante forte dos Estados e Municípios, com apoio do
Governo Federal e do UNICEF, para a retirada das crianças da atividade de catação. Como
resultado, 13.230 crianças trocaram o trabalho com o lixo pelos estudos no período de 1999 e
2000. A Tabela 2.7 apresenta o número de crianças em lixões por região do país, onde se
observa a grande incidência de crianças trabalhando em lixões na região nordeste.
Tabela 2.7 – Quantidade de crianças em lixões nas diversas regiões do país
Crianças em lixões Região
Quantidade %
Norte 5.990 13,9
Nordeste 21.403 49,5
Centro-Oeste 2.978 6,9
Sudeste 7.767 18
Sul 5.092 11,8
Total Brasil 43.230 100 Fonte: Fórum Lixo e Cidadania (1998)
43
Nos lixões, os metais e outros materiais que aí são depositados, não voltam rapidamente à
condição de componentes da biosfera disponíveis para novos ciclos biológicos, por viraram
apenas resíduos e algumas vezes levam centenas de anos para se degradarem. Esses poderiam
ser reutilizados industrialmente, ingressando no novo ciclo produtivo. Além disto, os resíduos
aí despejados, sem nenhum recobrimento, também geram inúmeras doenças, e problemas
ambientais como a poluição e/ou contaminação das águas superficiais e subterrâneas.
A constante lixiviação do lixo pelas águas de chuva, assim como a sua decomposição
resultam na formação de um líquido de cor acentuada e odor desagradável, de elevado
potencial poluidor, comumente denominado de chorume. Caracteriza-se, desta forma, o
chorume, por um elevado teor de matéria orgânica biodegradável, representando uma
demanda potencial de oxigênio, quando encaminhado para cursos d’água. A redução dos
teores de oxigênio dissolvido na água destes cursos d’água poderá atingir níveis
incompatíveis com a sobrevivência de organismos aquáticos.
Sob o ponto de vista ambiental, o chorume caracteriza-se como fonte potencial de
microrganismos patogênicos, comumente presentes no resíduo domiciliar. A lixiviação desse
resíduo pelas águas da chuva contribui ainda de forma significativa para o enriquecimento do
chorume em substâncias químicas nocivas, eventualmente presentes no lixo (metais pesados,
tóxicos, etc.).
No aterro controlado existe uma cobertura diária com material inerte sobre o lixo depositado;
essa forma de destinação já diminui um pouco os impactos negativos do lixão a céu aberto,
porque evita a proliferação dos vetores transmissores de doenças. Normalmente esse aterro é
executado quando há desativação dos vazadouros.
Os aterros sanitários são locais previamente tratados e preparados para receber os resíduos. A
sua operação inclui não só a cobertura do resíduo, mas também a drenagem dos líquidos e
gases formados na decomposição do mesmo, além de um sistema de impermeabilização da
base, utilizando-se camadas de solo argiloso compactado e manta plástica de alta resistência,
tipo PEAD (Polietileno de Alta Densidade) ou PVC (Poli Vinil Clorado).
44
Segundo a United State Environmental Protection Agency - USEPA (1996, apud ENSINAS,
2003), a utilização de aterros sanitários como forma de destinação final dos resíduos sólidos
urbanos apresenta-se ainda hoje no Brasil e na maioria dos países do mundo, como a principal
alternativa encontrada para o lixo, e por receber cuidados especiais na sua construção como
preparo do solo argiloso (compactado), manta impermeabilizante, drenos para captação de
chorume e de sucção do biogás, passam a ser também uma alternativa segura de disposição do
lixo, como mostram as Figuras de 2.4 à 2.8 do Aterro Delta de Campinas – SP. As Figuras 2.9
e 2.10 mostram a vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador, que para sua
construção também executou todas as fases de preparação e instrumentação citadas acima.
Figura 2.4 – Preparação do aterro, colocação da manta impermeabilizante no aterro delta de Campinas-SP
45
Figura 2.5 – Preparação do aterro, camada de solo argiloso compactado – Campinas-SP
Figura 2.6 – Preparação do aterro, colocação do dreno de chorume
46
Figura 2.7 – Preparação do terro, colocação do dreno de biogás antes do lançamento do lixo
Figura 2.8 – Corte longitudinal da colocação do dreno de biogás
47
Figura 2.9 – Vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador
Figura 2.10 – Vista aérea de parte da cobertura do Aterro Metropolitano Centro de Salvador
Portanto, o aterro sanitário é um equipamento utilizado para a disposição de resíduos sólidos
no solo, particularmente lixo domiciliar, que, fundamentado em critérios de engenharia e
normas operacionais específicas, permite uma confinação segura em termos de controle de
poluição ambiental e proteção à saúde pública.
48
Caracteriza-se este método por:
- evitar a poluição e/ou contaminação ambiental, especialmente das águas
superficiais ou subterrâneas;
- garantir, tanto quanto possível, uma decomposição anaeróbia da matéria
orgânica, reduzindo a formação de gases mal cheirosos;
- impedir o surgimento de focos de fogo e fumaça bem como de vetores
de doenças (moscas, ratos, urubus, etc.) e
- evitar a atividade social da catação.
2.1.3.5 Cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e no Mundo
Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001), é comum
se definir como lixo todo e qualquer resíduo que resulte das atividades diárias do homem na
sociedade, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Estes
resíduos compõem-se basicamente de sobras de alimentos, papéis, papelões, plásticos, trapos,
couros, madeira, latas, vidros, lama, gases, vapores, poeiras, sabões, detergentes e outras
substâncias descartadas pelo homem no meio. Atualmente só é considerado lixo, aqueles
resíduos que não podem de forma alguma ser reaproveitados, como por exemplo, papéis
higiênicos.
Segundo Donha (2002), em todo o mundo, as questões que cercam a produção e destinação
final do lixo é tema recorrente. Em 1950, a geração mundial de lixo era de 0,5 kg/hab.dia. Em
2000 passou para 2,0 kg/hab. dia nos paises desenvolvidos. No Brasil, a média de produção
per capita, gira em torno de 0,7kg/hab/dia. Nos grandes centros urbanos do País alcança-se
1,0 kg/hab/dia.
Estima-se que a população mundial – mais de 6 bilhões de pessoas – esteja gerando
aproximadamente 3 milhões kg/dia. Avalia-se que uma pessoa seja capaz de gerar, durante
toda a sua existência, uma média de 25 toneladas de lixo (DONHA 2002).
Segundo Donha (2002), nos países desenvolvidos, o lixo é coletado e levado para aterros
controlados, incinerado ou reciclado (inclusive o lixo orgânico). Na América Latina e Caribe,
49
do lixo que é coletado, 35% são depositados em lixões; 35% em aterros de baixa qualidade e
30% em aterros sanitários. A Tabela 2.8 exemplifica a destinação dos resíduos sólidos em
alguns países. (DONHA, 2002).
Tabela 2.8 – Destinação dos resíduos sólidos em alguns países (% peso)
País Aterro Incineração Compostagem Reciclagem
Suíça 12 59 7 22
Áustria 65 11 18 6 Dinamarca 29 48 4 19
Holanda 45 35 5 15
Suécia 34 47 3 16
França 45 42 10 9 Alemanha 46 34 2 16
Estados Unidos 67 16 2 15
Noruega 67 22 4 7
Itália 74 16 7 3 Japão 20 75 5 -
Reino Unido 90 8 - 2 Fonte: Revista Carta Capital (19/08/01, apud DONHA, 2002.
Segundo Donha (2002), as características dos resíduos variam em função da densidade
demográfica e do nível de renda de uma comunidade, conforme se pode observar na Tabela
2.9.
50
Tabela 2.9 – Características dos resíduos em função da densidade demográfica e nível de renda
Característica Resíduo
Densidade Demográfica
Nível Renda
Gestão Resíduos
Alta geração per capita; Alto teor de embalagens
Alta
Alta
Coleta total do lixo, com foco em programas de coleta seletiva; Incineração usada para gerar energia; Aterro sanitário, com como forma de destinação.
Alta geração per capita; Alto teor de embalagens com grande parcela de resíduos de jardinagem
Baixa
Alta
Coleta total do lixo; Aterro sanitário como principal forma de destinação; Algumas iniciativas de reciclagem (coleta seletiva), dependendo da região; Compostagem de resíduos orgânicos.
Baixa geração per capita; Alto teor de resíduos de alimentos
Baixa
Baixa
Coleta inadequada do lixo Lixão como principal forma de destinação.
Média geração per capita; Teor médio de embalagens; Alto restos de alimentos
Alta
Baixa
Coleta inadequada do lixo; Crescente preocupação em fechar lixões e criar aterros sanitários; Indústria de reciclagem abastecida por catadores trabalhando nas ruas e nos lixões.
Fonte: Donha (2002).
No Brasil, a disposição do lixo a céu aberto, como é feito na maioria das cidades, leva à
catação em condições insalubres nos logradouros e nas áreas de lançamento, contribuindo
para o agravamento das questões sociais. A gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos é
refletida na degradação do solo, no comprometimento dos mananciais, na poluição do ar e na
saúde pública.
O lixo depositado a céu aberto, nos chamados lixões, locais onde o lixo é "descarregado" sem
qualquer cuidado especial, além de outros problemas, provoca a proliferação de vetores de
doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc.), gera maus odores e, principalmente,
contamina o solo e as águas superficiais e subterrâneas. Mesmo os aterros sanitários, por mais
bem construídos que sejam, também causam impactos ambientais e à saúde. Os aterros, por
51
ocuparem terrenos extensos, são opções vantajosas de destinação de resíduos em áreas de alta
urbanização. As Figuras 2.11 e 2.12, revelam os percentuais de disposição do lixo nos
municípios brasileiros.
Fonte: PNSB (2000).
Figura 2.11 - Disposição final do lixo (geral) no Brasil
Fonte: PNSB (2000).
Figura 2.12 – Destinação geral por número de municípios
De acordo com o apresentado nas Figuras 2.11 e 2.12, a Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico (PNSB, 2000), indicou uma situação favorável no que se refere ao destino final dos
52
resíduos. Aproximadamente 73,2 % de todo o lixo coletado no Brasil estaria tendo um destino
final adequado, em aterros sanitários ou controlados. Porém, quando se analisam as
informações tomando-se por base, o número de municípios, o resultado já não é tão favorável,
pois 63,1% deles informam que depositam seus resíduos em lixões e apenas 13,7% declaram
que possuem aterros sanitários. Por outro lado, dos 5.561 municípios brasileiros, 73,1% têm
população inferior 20.000 habitantes. Nestes municípios, 68,5% dos resíduos gerados são
dispostos em locais inadequados.
Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), se coleta
cerca de 228.413 toneladas de resíduos sólidos diariamente, sendo 125.258 toneladas
referentes aos resíduos domiciliares. O excesso de embalagens descartáveis é um fator que
gera muitos resíduos, apesar de que poderiam ser facilmente recicladas, diminuindo as
quantidades a serem coletadas e enviadas a aterros sanitários.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), em relação à geração por
pessoa, observa-se uma grande discrepância de resultados por região. A Tabela 2.10 apresenta
a população brasileira e sua distribuição regional, a quantidade de resíduos sólidos gerados
diariamente e a geração por pessoa e por região, onde se destaca a Região Sudeste, que é
responsável pela geração de aproximadamente 62% dos resíduos sólidos no País.
Tabela 2.10 – Estimativa de geração de resíduos sólidos no Brasil
População Geração de resíduos sólidos Região hab % t/dia % (per capita) kg/hab/dia
Norte 12.900.704 7,6 11.067 4,8 0,86
Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 18,2 0,87
Centro-Oeste 11.636.728 6,9 14.297 6,3 1,23
Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 62 1,96
Sul 25.107.616 14,8 19.875 8,7 0,79
Total Brasil 169.799.170 228.414 1,35 Fonte: PNSB (2000).
Uma relação entre nível de renda e a coleta de lixo é apresentada na Tabela 2.11, como forma
de demonstrar que na maioria das vezes quanto mais pobre é a população menor é o acesso a
coleta de lixo. A população não atendida pelos serviços de coleta de lixo, algumas vezes
53
queima seus resíduos ou os dispõem junto às habitações, terrenos baldios etc., contaminando
o ambiente e comprometendo a saúde humana. (MOTTA, SAYAGO, 1998)
Tabela 2.11 – Nível de renda da População Urbana no Brasil com Acesso ao Serviço de Coleta de Lixo (%)
Lixo coletado (%) Nível de renda
1981 1990 1995
0-1 SM 33 34,3 37
1-2 SM 40,3 42,8 43,4
2-5 SM 57,3 69,6 63,9
>5 SM 81,9 89 88,4
Média 53,13 58,92 58,18
SM - Salário Mínimo
Fonte: Motta, Sayago, 1998
Os indicadores nacionais da Tabela 2.11, apontam que em 1995, 58,18% da população urbana
tiveram acesso a este serviço. No Brasil de 1981 até 1995 o acesso médio da coleta de lixo na
classe com renda até 1 salário-mínimo (1 SM) foi de apenas 34,77%, na de 1 a 2 SM foi de
42,16%, na de 2 a 5SM elevou-se para 63,6% e saltou para 86,4% nas classes com renda
superior a 5 SM.
Segundo Donha (2002), quanto mais pobre for a população, encontrar-se-á nos resíduos
coletados uma predominância de material orgânico (restos de comida, por exemplo) embora
esta participação, tem gradativamente declinado, a exemplo de países com alta concentração
urbana e industrial.
Outro aspecto que merece atenção é a responsabilidade pela coleta desses resíduos que vai
depender de sua origem, podendo ser de responsabilidade da prefeitura ou do gerador,
conforme mostra a Tabela 2.12.
54
Tabela 2.12 – Responsabilidade pela coleta dos resíduos
Origem Responsável
Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura
Serviço de saúde Gerador
Industrial Gerador
Portos, aeroportos, terminais ferrov. e rod. Gerador
Agrícolas Gerador
Entulhos Gerador Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado (IPT 1996)
A Tabela 2.13 apresenta os tipos de tratamento e de destinação final dos resíduos sólidos, de
acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000).
Tabela 2.13 – Tipo de destinação final em percentual (%) por região
Aterro Estação Região
Vazadoro a céu aberto
Contro-lado Sanitário
Compôs-tagem Triagem
Incine-ração
Locais não fixos Outras
Norte 57,2 28,3 13,3 0,0 0,0 0,1 0,9 0,2 Nordeste 48,3 14,6 36,2 0,2 0,2 0,1 0,3 0,1 Centro-Oeste 22 32,8 38,8 4,8 0,5 0,2 0,7 0,2 Sudeste 9,8 46,5 37,1 3,8 0,9 0,7 0,6 0,7 Sul 25,9 24,3 40,5 1,7 4,2 0,2 0,6 2,6 Brasil 21,3 37 36,2 2,9 1,0 0,5 0,5 0,7
Fonte: PNSB (2000).
De acordo com o apresentado na Tabela 2.13 é a região norte a região que apresenta o maior
percentual de resíduos dispostos de forma inadequada, em lixões a céu aberto, e a região
sudeste, a que menos dispõe seus resíduos inadequadamente, buscando soluções de descarte
de seus resíduos em aterros sanitários.
55
2.1.3.6 Os Resíduos Sólidos Urbanos em Salvador
O lixo urbano de Salvador até meados de 1973 era depositado em uma área conhecida como
Alagados, situada na Enseada dos Tainheiros, Baía de Todos os Santos. A partir desta data,
foi escolhida uma área existente no bairro de Canabrava, que se adequava aos critérios de
escolha da época, quando se recomendava para implantação de aterro de lixo, terrenos que
tivessem fácil acesso, apresentassem topografia acidentada, fossem de propriedade do
município e distantes de áreas habitadas.
De 1973 até 1992, o Aterro de Canabrava como era chamado, sendo na prática um lixão,
funcionou a toda carga, coletando o lixo e o depositando a céu aberto, impactando o meio
ambiente com o comprometimento do solo e águas subterrâneas.
Em 1992 foi proposta a recuperação do antigo lixão, utilizando a técnica da Biorremediação e
a implantação de um aterro celular com sistemas de drenagem de líquidos percolados, de
gases e de águas superficiais, além de um sistema de lixiviação e tratamento de percolados,
através da utilização de reatores anaeróbios. Este sistema foi implantado numa área de 30 ha,
margeando a Via Regional do referido bairro, sendo que até o início do ano de 1995, tinham
sido construídas três células de tratamento dos resíduos. Posteriormente, neste mesmo ano, o
sítio de disposição retornou à condição de vazadouro a céu aberto, com a presença de 700
badameiros adultos e 330 crianças.
De dezembro de 1996 à março de 1997, o Governo do Estado realizou uma intervenção na
cidade, através da “Operação Cidade Limpa”, com limpeza geral da cidade e cobertura diária
de todo lixo depositado em Canabrava.
Em 1997, foi elaborado pela Equipe da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador, a
LIMPURB, o Projeto Saneamento Ambiental do Lixão de Canabrava, onde se contemplava as
principais metas a seguir:
- Programa social
- Monitoramento do maciço
- Encerramento do lixão até 98
56
- Tratamento adequado do lixo
- Devolução da área como espaço de lazer
Desta forma, o sítio de Canabrava passou a ter em algumas áreas características de um aterro
sanitário, e em outras, onde somente se aterrava o lixo, de um aterro controlado, recebendo
ações de cunho socio-ambiental, dentro do Programa de Saneamento Ambiental de
Canabrava.
O Aterro Controlado de Canabrava como é mais conhecido pelos funcionários da LIMPURB,
se transformou em um Parque Sócio Ambiental, encerrando suas atividades para disposição
do lixo urbano em dezembro de 1998. Por atender a comunidade do entorno, com aulas de
dança, capoeira, oficinas de reciclagem de resíduos e até mesmo ensino de 1º grau. A partir
desta data, os resíduos domiciliares passaram a ser dispostos no Aterro Metropolitano Centro,
que atende as Cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, sendo dirigido por
concessão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SESP), pela BATTRE Bahia
Transferência e Tratamento de Resíduos S/A, (antiga VEGA).
Canabrava, porém, continuou a receber os resíduos provenientes da construção civil, que pela
Resolução CONAMA 307/02, são enquadrados na classe A, e devem ser reciclados, as podas
da cidade destinados a compostagem e os resíduos de serviços de saúde, que ao serem
recebidos são encaminhados para uma vala séptica.
Em Salvador, segundo a LIMPURB 1999, a geração total do lixo urbano foi em torno de
3.782 t/dia, aproximadamente 1.144.476 t/ano, com tendência a diminuição progressiva,
devido ao aumento da reciclagem e compostagem e a redução na fonte geradora, advinda de
um trabalho de educação ambiental comunitária.
Segundo a LIMPURB (1999) a caracterização dos resíduos foi um passo importante para o
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. A Tabela 2.14 mostra esta
importância e apresenta a composição gravimétrica do lixo, base úmida, para o Munic ípio de
Salvador no ano de 1999.
57
Tabela 2.14 – Composição média gravimétrica do lixo domiciliar em Salvador, ano de 1999
Componentes Percentual (%)
Matéria orgânica 46,85
Papel/papelão 16,18
Plástico 17,11
Vidro 2,87
Metal (ferroso e não ferroso) 3,66
Trapos/couro 3,01
Madeira 0,58
Isopor 0,46
Papel higiênico 3,17
Fralda descartável 2,21
Tetra Pak 0,82
Outros1 (rejeitos/terra/entulho) 3,18
Outros2 (rejeitos/pilhas/baterias/raios x) 0,01
Total 100
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a maneira de conceber, implementar e
administrar sistemas de Limpeza Pública como uma ampla participação dos setores da
sociedade e com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade do
desenvolvimento é vista de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais,
sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso significa articular políticas e
programas de vários setores da administração e vários níveis de governo, envolver o
legislativo e a comunidade local, buscar garantir os recursos e a continuidade das ações,
identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local.
Especificamente com relação aos resíduos sólidos, as metas são de reduzir ao mínimo sua
geração, aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem do que foi gerado, promover o
58
depósito e tratamento ambientalmente saudável dos rejeitos e universalizar o atendimento
(LIMPURB, 1999).
Com embasamento nos dados e informações apresentadas, nos novos princípios de gestão de
resíduos sólidos e nos resultados colhidos com as experiências efetuadas no município de
Salvador, tornou-se possível conceber o Sistema Integrado de Manejo e Tratamento dos
Resíduos Sólidos, proposto para Salvador, que incorpora em seu modelo tecnológico
atividades como a compostagem, reciclagem e minimização de resíduos por meio da coleta
diferenciada e seletiva e ações de educação ambiental, além da vala séptica para disposição
dos resíduos de serviços de saúde e uso de aterro sanitário para os demais resíduos.
A caracterização dos resíduos é o primeiro passo para a implantação de um sistema integrado
de manejo, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos
sólidos urbanos. O segundo passo é o desenvolvimento de um modelo tecnológico para
implantação do Sistema Integrado de Tratamento do Lixo fundamentado na organização dos
resíduos na origem, com o objetivo de minimizar os problemas decorrentes de sua
heterogeneidade e utilizar uma coleta e tratamento diferenciado e adequado para cada uma das
partes componentes do lixo.
As ações de tratamento dos resíduos sólidos têm o objetivo fundamental de reduzir a
quantidade e a periculosidade do material a ser disposto no aterro. A escassez de áreas para a
destinação final do lixo, a valorização de seus componentes propiciando a conservação de
recursos naturais e a inertização de resíduos, são fatores indutores da necessidade de
tratamento dos resíduos sólidos.
As tecnologias tradicionais, comercialmente disponíveis para tratamento e destinação final
dos resíduos sólidos urbanos são basicamente o aterro sanitário, a compostagem e a
incineração. Entretanto, apesar da disponibilidade tecnológica, o destino dado ao lixo, de
modo geral, no Brasil, ainda é o lixão.
59
Fonte: Agenda 21 apud LIMPURB, 1999.
Figura 2.13 – Fluxograma dos princípios de gestão de resíduos sólidos
60
A coleta diferenciada minimiza os problemas decorrentes da heterogeneidade do lixo,
promovendo uma organização que permite manejo e tratamento diferenciado e
consequentemente mais adequados, para cada um dos diferentes resíduos produzidos. Os
postos de entrega voluntária, as cooperativas, a comercialização dos materiais separados
através da bolsa de resíduos, são formas disponíveis de coleta e venda, sem onerar os cofres
públicos, que devem ser buscadas no equacionamento do tratamento desta parcela de lixo que
é potencialmente poluidora do solo e dos recursos hídricos, por metais pesados, papel,
papelão, vidro, plásticos e metais.
Segundo a LIMPURB (1999), os postos de entrega voluntária, as cooperativas e a
comercialização dos materiais separados através da bolsa de resíduos, juntos, somavam cerca
de 39,82% do peso do lixo em Salvador, em base úmida, representando uma parcela
significativamente maior em volume e ocupando grande espaço nos aterros sanitários quando
para lá eram encaminhados. A Tabela 2.15 apresenta dados de coleta diferenciada em
Salvador levantados para o ano de 1999.
Tabela 2.15 – Coleta diferenciada do lixo de Salvador 1999
Lixo Coletado (t) Tipo
Jan. Fev. Mar. Abr. Total
mês (t) Total ano
(t) Média mês (t)
Média dia (t) %
Domi-ciliar * 57.695 53.427 62.302 57.243 230.667
692.004 57.667 2.284 60,39
Entulho 36.427 27.897 37.305 34.306 135.935
407.808 33.984 1.346 35,59
Poda 1.476 1.400 1.669 1.678 6.223
18.672 1.556 62 1,65
RSS 745 658 811 659 2.873
8.616 718 28 0,74
Praia 1.011 835 1.013 931 3.790
10.176 948 38 1,00
Feira 731 625 291 571 2.218
6.660 555 22 0,58 Coleta seletiva 33 82 32 55 202
600 50 2 0,05
Total 98.085 84.924 103.423 95.443 381.875
1.144.476 95.478 3.782 100 Fonte: DIRAC/LIMPURB
61
• Lixo domiciliar, inclui a matéria orgânica, os recicláveis que foram misturados no lixo
das residências e os inservíveis) ** Dos 60,39% de resíduos domiciliares, 46,85% é
Matéria Orgânica.
Segundo a LIMPURB (1999), com a incorporação das atividades de compostagem da matéria
orgânica e reciclagem e uma separação minuciosa de todos os resíduos sólidos domiciliares,
permitir-se-ia o reaproveitamento de 86,67% do lixo gerado. Apenas os materiais perigosos e
os até o momento não recicláveis como isopor, papel carbono, fraldas descartáveis, trapos e
outros, não são passíveis de reuso, reciclagem ou compostagem e seriam dispostos em aterros.
A coleta de materiais recicláveis pela Prefeitura ou por ela terceirizada é uma forma de
intervir na destinação dos resíduos, permitindo que os materiais separados sejam recuperados
para reuso, reaproveitamento ou reciclagem. Desta forma, as frações caracterizadas como:
podas, feiras e mercados, separadas nas fontes geradoras e coletadas separadamente pela
Prefeitura, devem passar por processo de compostagem aeróbia, resultando em um composto
de alta qualidade, para uso como fertilizante nos parques e jardins do município de Salvador.
No modelo tecnológico proposto, o entulho dispunha de proposta específica - Gestão
Diferenciada de Entulho no município de Salvador. Os Postos de Descargas de Entulho -
PDE's e as Bases de Descagas de Entulho - BDE's, deverão ser em curto prazo,
operacionalizadas, com o objetivo de reduzir ou eliminar o transporte deste material ao aterro.
A solução proposta para os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), conforme projeto da
LIMPURB, foi implantar, a segregação na origem, no momento da geração, junto aos
estabelecimentos de saúde, valendo-se do treinamento como forma da prática de educação
ambiental, de acordo com a classificação indicada, utilizando como procedimentos internos as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), CONAMA 283/01 e 358/05,
Portaria 054/01 da LIMPURB, dentre outras, desde a sua geração até o armazenamento.
Os resíduos infectantes que não passarem por processo de tratamento interno, onde foram
gerados, serão transportados ao sítio de Canabrava, aterrados em valas sépticas, e monitorados
ao longo do tempo.
A instalação de tecnologias para tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde e de outros,
deve ocorrer pelos próprios geradores, pela iniciativa privada ou pela própria LIMPURB,
62
desde que fundamentada em critérios técnicos, econômicos e ambientais, sendo licenciada
pelo órgão de controle ambiental e de saúde nas suas esferas de competência.
O Aterro Metropolitano Centro de Salvador
A BATTRE Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S/A, subsidiária brasileira
controlada pela SUEZ Environment, gerencia e opera o Aterro Metropolitano Centro de
Salvador, Bahia.
A SUEZ por sua vez, opera 237 aterros por todo o mundo (206 na Europa) com um total de
32,8 milhões de toneladas de resíduos tratados em 2001. A maioria de tais aterros está
equipada com captação de biogás e com sistema de tratamento, em especial aqueles que
exigem atendimento das normas européias de gerenciamento de resíduos. Em 2000, 16 desses
aterros foram equipados com uma unidade de geração de eletricidade e, no total, produziram
212.000 MW-h de energia, utilizando 115.000 m3 de biogás. Esta tecnologia representará
tecnologia de ponta para o gerenciamento do aterro e captura do biogás no Brasil e servirá
como modelo de reprodução para outros projetos semelhantes.
O aterro de Salvador, conhecido como Aterro Metropolitano do Centro (AMC), está
localizado, aproximadamente a 20 km a nordeste do centro da cidade de Salvador. O local
está dentro da área metropolitana de Salvador que inclui 10 municípios. As cercanias são
áreas residenciais. Embora a área total do projeto seja de 2.500.000 m2, a área reservada para
disposição de resíduos será de 600.000 m2.
Os limites geográficos do AMC definem uma área de 72 hectares ocupados pela BATTRE
bem como uma área adicional de 178 hectares para garantir a expansão do aterro nas fases
subseqüentes descritas no contrato de concessão assinado entre a BATTRE, e o governo
municipal de Salvador. A concessão em si, não discute o biogás. No entanto, a licença
ambiental para o aterro especifica que deve haver captação de biogás sem, entretanto, indicar
uma taxa percentual específica de captura.
A proposta da BATTRE, que foi feita na concorrência junto ao município, constituiu o
documento contratual que formulou as bases para a obtenção de sua licença para operar o
63
aterro. Tal documento incluiu taxas de captação de biogás e destruição entre 19 % e 24 %, ao
longo da vida do aterro.
O aterro tem uma capacidade total de 18.000.000 m3 e recebe aproximadamente 912.500
toneladas de resíduos domésticos por ano, cerca de 2500 t/d de resíduos (dados de 2004). O
conteúdo atual de resíduos orgânicos é de aproximadamente 65 %, tendo sido trabalhado para
que a disposição final dos resíduos não impacte de forma severa o meio ambiente. Uma das
ações que ratificam esse comprometimento são os estudos e a implementação de dispositivos
para o aproveitamento do gás metano (CH4).
O AMC, visando à diminuição do impacto ambiental que a decomposição do lixo provoca no
meio ambiente, como a emissão de gases causadores do efeito estufa, desenvolveu um sistema
de captação do gás de aterro (biogás), que é capaz de confinar este gás, reduzindo
sensivelmente os impactos ocasionados pela disposição efetuada sem critérios técnicos. A
coleta deste biogás normalmente gera um excedente de produção, que é queimado em flares
de forma controlada.
2.2 GERAÇÃO DE BIOGÁS E FATORES INFLUENTES
2.2.1 Considerações do Biogás extraído dos Aterros Urbanos
Dentre os problemas ambientais decorrentes dos aterros, encontra-se a geração de biogás a
partir da decomposição dos resíduos. O aterramento do resíduo é apontado juntamente com o
tratamento anaeróbio de esgotos domésticos e efluentes industriais, como uma das maiores
fontes de metano liberado para a atmosfera, contribuindo assim para o agravamento do efeito
estufa. Segundo IPCC (1996) os aterros são responsáveis por cerca de 5 a 20% do total de
metano liberado por fontes com origem em atividade humanas.
Pode-se dizer que os aterros apresentam geração de biogás devido a decomposição
microbiana dos resíduos orgânicos e que, sem a captação/utilização, esta emissão tem
impactos importantes no aquecimento global do planeta, podendo ainda, representar riscos
para o ambiente local quando não controlado devidamente, e migrar lateralmente para áreas
próximas ou mesmo emanar pela superfície, causando prejuízos à saúde humana e à
64
vegetação, decorrentes da formação de ozônio de baixa altitude ou da exposição a alguns
constituintes do biogás que podem causar câncer e outras doenças que atacam fígado, rins,
pulmões e o sistema nervoso central.
Segundo USEPA (1996), a captação do biogás em condições controladas nos aterros é
fundamental, devido às altas concentrações de metano existente no biogás. Por essa razão,
existe o risco de incêndios e explosões em áreas próximas aos aterros, além do inconveniente
causado por odores desagradáveis que levam a distúrbios emocionais em indivíduos que
residem nos arredores do aterro e favorecem a desvalorização das propriedades.
Segundo Oliveira (2000), a utilização do biogás para geração de energia aparece como uma
alternativa interessante para o seu aproveitamento, sendo um forte candidato a projetos de
comercialização de créditos de carbono. Tanto este fato é verdade que muitos países da União
Européia, comprometidos com a redução das emissões de gases efeito estufa, estão investindo
significativamente em projetos de geração de energia com biogás. O biogás é considerado
uma fonte de energia renovável e, portanto, sua recuperação e seu uso energético apresentam
vantagens ambientais, sociais, estratégicas e tecnológicas significativas.
O biogás é uma mistura gasosa rica em metano, que é o componente predominante no gás
natural combustível, hoje importado da Bolívia pelo Brasil e usado para geração de
eletricidade, abastecimento de veículos automotores, geração de calor em indústrias e
abastecimento doméstico e comercial em substituição ao GLP (gás liquefeito de petróleo).
Segundo o Relatório Ambiental – Geração de Energia em Adrianópolis e Marambaia (2003),
o biogás é um subproduto da decomposição anaeróbia de resíduos sólidos urbanos por ação de
micro organismos que os transformam em substâncias mais estáveis, como dióxido de
carbono, água, gás metano, gás sulfídrico, mercaptanas e outros componentes minerais.
Ainda segundo esse relatório, carboidratos provenientes de papel, papelão, etc., que formam a
maioria dos detritos são decompostos inicialmente em açúcares, depois em ácido acético e
finalmente em CH4 e CO2. A composição do biogás resulta basicamente em 55% de metano,
40% de gás carbônico e 5% de nitrogênio e outros gases. O gás metano, principal componente
do biogás, é 21 vezes mais danoso que o dióxido de carbono em termos de efeito estufa.
65
Segundo Projeto Biogás (2004), numa análise global, o biogás é um gás incolor, geralmente
inodoro (se não contiver demasiadas impurezas) e insolúvel em água. A Composição média
da mistura gasosa é a seguinte, conforme Tabela 2.16:
Tabela 2.16 – Composição média da mistura gasosa
Composição %
Metano (CH4) 50 a 75 %
Dióxido de Carbono (CO2) 25 a 40 %
Hidrogênio (H2) 1 a 3 %
Azoto (N2) 0.5 a 2.5 %
Oxigênio (O2) 0.1 a 1 %
Sulfureto de Hidrogênio (H2S) 0.1 a 0.5 %
Amoníaco (NH3) 0.1 a 0.5 %
Monóxido de Carbono (CO) 0 a 0.1 %
Água (H2O) variável Fonte: Projeto Biogás (2004)
Segundo Oliveira (2000), O resíduo ao ser depositado em aterros, permanece um período de
tempo descoberto e em contato com o ar atmosférico, até ser compactado e coberto. Neste
período já se constata a emissão de compostos voláteis que constituem a massa do resíduo.
Esses compostos continuarão a ser emitidos mesmo após a aplicação do material de cobertura
e o fechamento da célula do aterro.
Ainda segundo o mesmo autor, a geração de gás, aí incluída composição e taxa de geração
dos principais constituintes, é variável ao longo do tempo e ocorre através de cinco fases
características da vida útil de um aterro, como pode ser observada na Figura 2.14.
66
Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993).
Figura 2.14 – Fases de formação do biogás de aterro
As diversas fases apresentadas na Figura anterior são descritas a seguir:
• Fase I (Ajuste inicial): a decomposição biológica da matéria orgânica
ocorre principalmente em condições aeróbias, devido à presença de certa
quantidade de ar no interior do aterro. A principal fonte de microorganismos
para a decomposição aeróbia e anaeróbia nessa fase é a terra que é usada como
material de cobertura para divisão das células do aterro e como camada final.
• Fase II (Transição): a quantidade de oxigênio decai e as reações anaeróbias
se desenvolvem. Nitratos e sulfatos que podem servir como receptores de
elétrons nas reações biológicas de conversão. As reações de redução podem ser
monitoradas medindo-se o potencial de óxido-redução do lixo, ocorrendo
aproximadamente entre –50 a –100 milivolts para nitratos e sulfatos. A
produção do metano ocorre com valores entre –150 a –300 milivolts. Com a
continuidade da queda do potencial de óxido-redução os microorganismos
responsáveis pela conversão da matéria orgânica em metano e dióxido de
carbono iniciam a conversão do material orgânico complexo em ácidos
orgânicos e outros produtos intermediários. Nesta fase o pH do chorume
começa a cair devido à presença de ácidos orgânicos e pelo efeito das elevadas
concentrações de CO2 dentro do aterro.
• Fase III (Ácida): as reações iniciadas na fase de transição são aceleradas
com a produção de quantidades significativas de ácidos orgânicos e
67
quantidades menores de gás hidrogênio. A primeira das três etapas do processo
envolve transformação enzimática (hidrólise) dos compostos de maior massa
molecular (lipídeos, polissacarídeos, proteínas e ácidos nucléicos) em
compostos apropriados para o uso como fonte de energia pelos
microorganismos. A segunda etapa do processo (acidogênesis) envolve a
conversão microbiológica dos compostos resultantes da primeira etapa em
compostos intermediários com massa molecular menor, como o ácido acético
(CH3COOH) e pequenas concentrações de outros ácidos mais complexos. O
dióxido de carbono é o principal gás gerado durante esta fase e os
microorganismos envolvidos nesta conversão, descritos como não
metanogênicos, são constituídos por bactérias anaeróbias estritas e facultativas.
As demandas bioquímica (DBO) e química de oxigênio (DQO) e a
condutividade do chorume aumentam significativamente durante esta fase
devido à dissolução de ácidos orgânicos no chorume. Também devido ao baixo
pH, constituintes inorgânicos como os metais pesados serão solubilizados.
• Fase IV (Metanogênica): nesta fase predominam microrganismos
estritamente anaeróbios, denominados metanogênicos, que convertem ácido
acético e gás hidrogênio em CH4 e CO2. A formação do metano e dos ácidos
prossegue simultaneamente, embora a taxa de formação dos ácidos seja
reduzida consideravelmente. O pH do chorume nesta fase tende a ser mais
básico, na faixa de 6,8 a 8,0.15
• Fase V (Maturação): Esta fase ocorre após grande quantidade do material
orgânico ter sido biodegradado e convertido em CH4 e CO2 durante a fase
metanogênica. Como a umidade continua a migrar pela massa de lixo, porções
de material biodegradável ainda não convertidos acabam reagindo. A taxa de
geração do gás diminui consideravelmente pois a maioria dos nutrientes
disponíveis foi consumida nas fases anteriores e os substratos que restam no
aterro são de degradação lenta. Dependendo das medidas no fechamento do
aterro, pequenas quantidades de nitrogênio e oxigênio podem ser encontradas
no gás do aterro.
Segundo Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993), a duração das fases e o tempo de geração do
gás variam com as condições do aterro (composição do resíduo e distribuição da matéria
orgânica neste aterro, da disponibilidade de nutrientes, do grau de compactação inicial do
68
resíduo, do material de cobertura, do projeto e estado anaeróbio em que os resíduos se
encontrem) e pode variar ainda segundo USEPA (1996) com as condições climáticas como:
taxa de precipitação, teor de umidade, pH e Temperatura. A seguir são apresentados os
principais fatores que influem na geração do biogás:
• Composição do resíduo : quanto maior a porcentagem de materiais
biodegradáveis, maior o potencial de geração de gases. O lixo destinado aos
aterros pode ter uma composição variada ao longo do ano, dependendo do
clima e dos hábitos de consumo da população local.
• Umidade do residuo : uma umidade alta (60 a 90 %), base seca, pode
aumentar a geração de biogás. A construção de aterro com baixa
permeabilidade para controle da formação do chorume mantém a umidade do
lixo baixa e prejudica a formação de biogás. A recirculação de chorume é uma
atividade efetiva nestes casos.
• Idade do resíduo : a geração do biogás segue as fases de decomposição do
resíduo descritas anteriormente. A duração de cada fase e o tempo de produção
de metano dependem de condições específicas de cada aterro.
• Temperatura do aterro : a produção de metano é afetada pela temperatura. A
temperatura ideal para a digestão anaeróbia está entre 29 e 38ºC para as
bactérias mesofílicas e entre 49 e 70ºC para as termofílicas. Abaixo de 10ºC há
uma queda brusca na taxa de geração do gás metano.
• pH do aterro : o pH ótimo para a produção do metano está entre 7.0 e 7.2.
Inicialmente os aterros apresentam pH ácido, que tende a aproximar-se da
neutralidade a partir da fase metanogênica.
Segundo Projeto Biogás (2004), o Biogás é, devido à presença do metano, um gás
combustível, sendo o seu poder calorífico inferior (P.C.I.) cerca de 5500 Kcal/m3. A
proporção de metano nesse gás varia em torno de aproximadamente de 60 %. A título de
comparação, a Tabela 2.17 que se segue apresenta os P.C.I. `s para os outros gases correntes.
69
Tabela 2.17 - P.C.I. de diferentes gases
Gás P.C.I. em Kcal/m3
Propano 22000
Butano 28000
Gás de Cidade 4000
Gás Natural 7600
Fonte: Projeto Biogás (2004)
Segundo o mesmo projeto, foram também observadas as equivalências energéticas de
diversos gases conforme mostra a Tabela 2.18 abaixo.
Tabela 2.18 – Equivalências energéticas do biogás
1 m3 de Biogás é equivalente a:
0,6 m3 de Metano
0,8 L de Gasolina 1,3 L de Álcool
2 kg de Carboneto de Cálcio 0,7 L de Gasóleo 7 kW h de Eletricidade
2,7 kg de Madeira 1,4 kg de Carvão de Madeira
0,2 m3 de Butano
0,3 m3 de Propano
Fonte: Projeto Biogás (2004)
O biogás é um gás mais leve do que o ar, e contrariamente ao butano e ao propano, ele suscita
menores riscos de explosão na medida em que a sua acumulação se torna mais difícil. A sua
baixa densidade implica, em contrapartida, que ele ocupe um volume significativo e que a sua
liquefação seja mais difícil, o que lhe confere algumas desvantagens em termos de transporte
e utilização.
70
O biogás, em condições normais de produção, devido ao seu baixo teor de monóxido de
carbono (inferior a 0,1 %) não é tóxico, contrariamente, por exemplo, ao gás de cidade, cujo
teor neste gás, próximo dos 20 %, é mortal. Por outro lado, devido às impurezas que contém,
o biogás é muito corrosivo.
O gás mais corrosivo desta mistura é o sulfureto de hidrogênio que ataca, além de outros
materiais, o cobre, o latão, e o aço, desde que a sua concentração seja considerável.
O biogás produzido pelos resíduos sólidos urbanos com o teor de metano de
aproximadamente 55% pode ser usado em inúmeras aplicações como por exemplo:
- em fogão doméstico;
- em lampião;
- como combustível para motores de combustão interna;
- em geladeiras;
- em secadores de grãos ou secadores diversos;
- geração de energia elétrica.
- geração de calor para desidratação do chorume,
- chocadeiras
Algumas destas aplicações serão ao longo deste trabalho detalhadas, devido a importância
atual desta temática.
Explosividade do Gás de Aterro (Biogás)
A explosão é uma combinação de três elementos básicos que são: o combustível, o oxigênio
presente no ar e o calor. A combinação desses três elementos, nas devidas proporções,
desencadeia uma explosão. Portanto, para ocorrer uma explosão, é necessário existirem
reunido combustível, ar e calor, ou seja, combustível, oxigênio e temperatura de Ignição. A
temperatura mínima de auto-ignição é uma temperatura limite, a partir da qual uma mistura
de um gás combustível e um comburente se inflama espontaneamente, quer dizer, sem a
presença de uma chama piloto ou centelha.
71
O nível de concentração para qual o gás tem potencial para explodir é chamado de limite de
explosividade. O potencial para um gás explodir é determinado pelo limite de explosividade
inferior (LEL) e limite de explosividade superior (UEL). O LEL e UEL são medidas de
porcentagem de um gás no ar em volume. Para concentrações abaixo do LEL e acima do
UEL, o gás é considerado não explosivo. Contudo, um risco de explosão pode existir se o gás
estiver presente no ar entre o LEL e UEL mediante a presença de uma fonte de ignição.
Portanto, para que uma mistura dentro do campo de inflamabilidade (LEL e UEL ) venha a se
inflamar, é necessária que esteja presente uma condição de ignição, como uma faísca gerada
por atrito ou eletricidade, chama ou temperatura acima do limite mínimo de auto- ignição. As
temperaturas mínimas de auto- ignição para os gases combustíveis mais comuns, na pressão
atmosférica, podem ser observadas na Tabela 2.19.
Tabela 2.19 – Temperatura mínima de auto- ignição
Gás Ar Oxigênio
Gás Natural ** 580°C 555°C
GLP 420 – 480°C (*) 285° - 470° (*)
Hidrogênio 570°C 560°C
Acetileno 305°C 296°
(**) As temperaturas do Gás Natural variam segundo a composição e são as mesmas para o CH4.
Fonte: Ensinas 2003
Isso significa que uma mistura de um gás combustível com um comburente poderá se
inflamar, apenas por estar submetida a uma temperatura a partir dos valores indicados na
Tabela acima, sem a necessidade de uma centelha ou chama aberta. A explosão pode ser
representada simbolicamente pelo triângulo do fogo, conforme Figura 2.15, cujos lados
correspondem aos elementos que constituem o fogo ou a explosão.
72
Fonte: Vianna, (1976, apud ENSINAS, 2003).
Figura 2.15 - Triângulo do Fogo
O biogás pode formar uma mistura explosiva quando combinado com o oxigênio em certas
proporções. A Figura 2.16 mostra a exibição de caminhos potenciais para o biogás.
Fonte: ATSDR 2005, apud ENSINAS, 2003).
Figura 2.16 – Exibição de caminhos potenciais do gás de aterro
Para que haja risco de explosão do gás no aterro algumas condições devem ser satisfeitas
como:
Produção de gás: O aterro deve estar produzindo gás, e este gás deve conter
compostos químicos que devem estar presentes em quant idade suficiente para
levar à explosão.
73
Migração de gás: O gás deve estar apto a migrar pelo aterro. Tubos enterrados
ou a geologia natural subsuperfícial podem prover caminhos preferenciais para
o gás. Os sistemas de coleta e tratamento dos gases, se operado corretamente,
reduz a quantidade de gás que é capaz de escapar para fora do aterro.
Gás coletado em um espaço confinado : O gás deve estar concentrado em um
espaço confinado no qual pudesse, potencialmente, explodir. Um espaço
confinado pode ser um buraco, um recinto residencial, ou um porão. A
concentração pra qual o gás tem potencial para explodir é definido em termos
de limites de explosividade inferior e superior.
Acidentes documentados devido à explosão do gás de aterro
Segundo Ensinas (2003), embora as explosões de gás de aterro não sejam comuns, o número
de incidentes conhecidos ou suspeitos de terem sido causados pelas explosões de gás de aterro
é documentado:
Em 1999, uma menina de oito anos sofreu queimaduras em seus braços e
pernas quando brincava em um playground de Atlanta. A área foi usada como
um depósito de lixo ilegal há muitos anos atrás.;
Em 1994, durante um jogo de futebol em um parque construído sobre um
aterro em Charlotte, Carolina do Norte, uma mulher foi seriamente queimada
pela explosão de gás metano.
Em 1987, a migração do gás para fora da área do aterro é suspeito de ter
causado a explosão de uma residência em Pittsburg, Pensylvania.
Em 1984, o gás de aterro migrou e destruiu uma casa perto do aterro em
Akron, Ohio. Dez casas foram temporariamente evacuadas.
Em 1983, uma explosão destruiu uma residência do outro lado da rua afastada
do aterro em Cincinnati, Ohio. Ferimentos menores foram relatados. (EPA,
1991);
Em 1975, em Sheridan, Colorado, o gás de aterro ficou acumulado na
tubulação de drenagem de águas pluviais que corria através do aterro. A
ocorrência de uma explosão aconteceu quando várias crianças brincavam
dentro da tubulação com uma vela acesa, resultando em sérios ferimentos em
todas as crianças.
74
Em 1969, O gás metano migrou de um aterro adjacente pra dentro de um porão
fechado em Winston-Salem, Carolina do Norte. A causa da explosão do gás foi
um cigarro aceso, ocasionando a morte de três homens e ferindo seriamente
outros cinco.
Faixas de gases que podem causar perigo de explosão
Metano : O metano é um dos constituintes do gás de aterro que provavelmente
causa o maior perigo de explosão. O gás metano é explosivo entre o LEL de
5% em volume e UEL de 15% em volume. As concentrações de metano dentro
do aterro são tipicamente 50% (muito mais alta do que o UEL), tornando
improvável a explosão do metano dentro dos limites do aterro. Enquanto o
metano migra e é diluído, a mistura de gás metano (CH4) pode estar em níveis
de explosão. Além disso, o oxigênio é uma componente chave para iniciar uma
explosão, mas o processo biológico que produz metano necessita de um
ambiente anaeróbio, ou seja, um ambiente ausente de oxigênio. À superfície do
aterro, o oxigênio presente é suficiente para iniciar uma explosão, mas o gás
metano usualmente difunde-se no ar ambiente em concentrações abaixo de 5%
de LEL. Dentro desta condição em causar perigo de explosão, o metano pode
migrar para fora do aterro e está presente entre LEL E UEL.
Outros gases de aterro : Outros constituintes do gás de aterro são inflamáveis
amônia, sulfeto de hidrogênio, e NMOCs – Compostos Orgânicos Não-
Metano). Entretanto, por ser improvável que estes gases estejam em
concentrações acima do LEL, raramente causam perigos de explosão como
gases individuais. Por exemplo, o benzeno (um MNOC que pode ser
encontrado no gás de aterro) é explosivo entre o LEL de 1,2% e UEL de 7,8%.
Todavia, concentrações de benzeno no gás de aterro são muito improváveis de
alcançar estes níveis. Se o benzeno for detectado no gás de aterro em uma
concentração de 2 ppb (ou 0,0000002% por volume de ar), então o benzeno
teria de ser coletado em um espaço fechado a uma concentração 6 milhões de
vezes maior que a concentração encontrada no gás de aterro para causar um
perigo de explosão.
75
Vale ressaltar ainda, que as preocupações com os constituintes do gás do aterro, não param na
explosividade. Atenção especial também deve ser dada as concentrações. Por exemplo:
concentrações de gás H2S podem trazer problemas que oferecem risco direto à saúde humana.
A Figura 2.17 mostra estes riscos.
Fonte: ATSDR, 2005
Figura 2.17 – Efeitos causados a saúde humana pelo H2S
Outra situação que deve ser analisada, o perigo de explosão causado por um aterro. Para
avaliar este perigo, utiliza-se um checklist, que pode ajudar a determinar se um aterro pode ou
não sofrer uma explosão. Se sua evolução identifica o potencial de uma explosão, ações
severas devem ser tomadas para prevenir que algum dano atinja a comunidade. Medidas e
controles para prevenir de perigos de explosão são tomados como ações de segurança e saúde
pública.
Outros assuntos relacionados à produção de LFG (landfill gás ou gás do aterro ou biogás),
que são de preocupação, incluem o perigo de migração subsuperficial do LFG e o impacto do
LFG sobre a qualidade do ar.
76
Os fatores primários que influenciam a distância com que o gás migra desde os resíduos até os
solos adjacentes são a permeabilidade do solo adjacente ao aterro e o tipo de cobertura de
superfície de terra ao redor do aterro. Geralmente, quanto maior for à permeabilidade do solo
adjacente ao aterro, maior será à distância de migração possível.
O conteúdo de água do solo tem um efeito importante em sua permeabilidade com respeito ao
fluxo de LFG. À medida que o conteúdo de água aumenta, há uma transmissibilidade efetiva
de solo ou resíduo para o fluxo de gás.
Além disso, o tipo de cobertura de superfície afeta a ventilação do LFG que pode escapar para
a atmosfera. Superfícies congeladas ou pavimentadas limitam a ventilação de gás para a
atmosfera e, portanto, aumentam a distancia de migração potencial. Um alinhamento do aterro
pode reduzir grandemente o potencial para a migração de subsuperfície. A presença de solos
heterogêneos ao redor do local ou esgotos e outro serviço de utilidade enterrado, aumentarão a
distância de migração potencial ao longo desses corredores. A avaliação do potencial para
migração subsuperficial a partir de um local deve considerar esses fatores. Os determinantes
primários de impactos de qualidade de ar são as quantidades de LFG emitida para a
atmosfera, a concentração de compostos gasosos no LFG, a proximidade do receptor do aterro
e as condições meteorológicas.
2.2.2 Estimativas Teóricas da Produção de Biogás e Metano em Aterros Sanitários Algumas metodologias para estimativas teórica da produção de gás metano em locais de
deposição de resíduos sólidos urbanos são encontradas na literatura. Esses métodos variam em
suas considerações, em sua complexidade e na quantidade de dados que necessitam.
Alguns métodos, como por exemplo o do IPCC (1996), buscam estimar a taxa de geração de
metano de forma simplificada, sem levar em conta a cinética do processo de decomposição.
Outros métodos utilizam modelos mais elaborados, como o modelo de Decaimento de 1ª
Ordem, pelo qual a taxa de geração de metano decai de forma exponencial com o tempo.
Estes métodos buscam encontrar os coeficientes Lo e k respectivamente, potencial de geração
de metano (m3/t) e a constante cinética relacionada com a taxa de geração de Metano (1/ano).
77
Segundo Börjesson e outros (2000, apud BRITO FILHO, 2005), as modelagens matemáticas
são ferramentas necessárias para entender três processos que são as emissões de LFG (landfill
gás ou biogás ou gás de aterro) o gás é transportado verticalmente através da cobertura ou
através do que se chama migração lateral), a recuperação de biogás mediante sua extração e
a oxidação de metano. Estes três processos são à base dos modelos de extrapolação, que
levam a estimação das emissões regional, nacional e global.
Os modelos matemáticos são também ferramentas úteis e econômicas para avaliar o potencial
de geração de LFG no local. Os resultados do modelo podem ser usados para avaliar o
potencial para migração/emissões de LFG perigosas, e para avaliar a viabilidade do projeto de
gestão do LFG. Os vários modelos disponíveis para calcular a produção de LFG podem ser
usados para desenvolver uma curva de geração de LFG que prediz a geração de gás por algum
tempo. A produção de gás total e a taxa em que os gases são gerados podem variar um pouco
com os diferentes modelos, mas o parâmetro de insumo mais importante que é comum a todos
é a quantidade do resíduo presumido passível de decomposição. Os outros parâmetros de
insumo podem variar dependendo do modelo usado e são influenciados por numerosas
variáveis, incluindo os fatores que influenciam a geração de LFG e as incertezas nas
informações disponíveis sobre o local, bem como o manejo da extração de LFG que afeta a
geração de LFG ao induzir qualquer infiltração de ar.
Segundo Augenstein (1991, apud BRITO FILHO, 2005), outro fator importante é a
quantidade de tempo presumida entre a colocação do lixo e o começo da decomposição
anaeróbia ou fase metanogênica dentro da massa do lixo. A natureza heterogênea e a variável
tempo em todos os aterros dão uma dificuldade inerente para a coleta de dados de um local
sem um grande gasto no custo corrente. Qualquer modelo de produção é bom somente na
medida dos dados de insumo e freqüentemente há presunções muito amplas necessárias com
respeito a estimar quantidades e tipos de lixo. Portanto, é apropriado usar um modelo simples
que empregue parâmetros menos numerosos que podem ser designados mais razoavelmente
segundo as condições especificas do local. O êxito previsível de qualquer modelo depende
em grande parte no grau de certeza necessário, na confiabilidade dos dados de insumo, na
experiência do individuo analisando os dados, e no grau de semelhança entre o local em
questão e outros locais que possam ter sido modelados com sucesso.
78
Ainda segundo o mesmo autor, todos os modelos usados para determinar a taxa estimada de
produção de LFG do local deveriam estar sujeitos a uma completa análise da sensibilidade
para determinar uma gama de resultados potenciais e para analisar quais parâmetros têm
influência maior nos valores de produção de LFG. A identificação de parâmetros sensíveis
pode levar à coleta de dados dirigidos e ao melhoramento futuro de previsões de produção de
LFG. Dada à natureza heterogênea das condições dentro do aterro e as limitações típicas nos
dados de insumo que, com maior freqüência, estão disponíveis para um local candidato,
recomenda-se que uma gama de valores e uma avaliação de sensibilidade possam ser
estabelecidas para a avaliação de geração de LFG. Usando os limites superiores e inferiores
de uma geração de LFG versus o perfil de tempo, baseado nas condições prováveis dentro do
aterro, é possível designar valores e insumos de projeto que são adequados para uso na
avaliação do potencial para um local e quaisquer fatores de risco que possam ser aplicáveis.
Atualmente, a falta de dados confiáveis tem sido um obstáculo importante nestes esforços.
Deste modo têm sido feitas investigações que possam levar a solução deste problema. Como
exemplo, Bogner e Matthews (1999, apud BRITO FILHO, 2005), que apresentaram um
modelo, na qual a contribuição global de metano foi extrapolada com o consumo de energia
per capita, que era proporcional ao volume de resíduos gerados. Estes cálculos foram
limitados por falta de dados sobre a recuperação de gás, o que atualmente tem faltado nas
estatísticas atuais.
Portanto, os principais aspectos para a avaliação do LFG são: primeiro, calcular a quantidade
de LFG que está sendo produzida num aterro e o segundo, o mais importante, que será avaliar
a proporção do LFG que pode ser razoável e confiável obtida durante a longa vida de um
projeto (acima de 20 anos). Como exemplo, pode-se analisar os estudos de caso brasileiros
que abrangeram dois aterros, o velho lixão aberto de Marambaia e o novo Aterro Sanitário de
Adrianópolis, conhecido como CTR (Central de Tratamento de Resíduos).
O aterro de Marambaia deixou de receber lixo em janeiro de 2003 e tem um total de
aproximadamente 2 milhões de toneladas de resíduos aterrados. O aterro de Adrianópolis, em
Nova Iguaçu, entrou em operação em fevereiro de 2003 e com previsão de fechamento em
2022. A modelagem foi realizada em ambos os aterros para avaliar o volume de LFG que
cada um deve gerar. Os volumes de despejo de resíduo foram baseados em dados históricos
do aterro de Marambaia e os valores projetados para o aterro de Adrianópolis.
79
O método proposto pela USEPA (United States Environmental Protection Agency), foi o
escolhido para determinação da quantidade de biogás produzido no lixão de Marambaia e
Aterro de Adrianópolis. Foram encontrados também valores para Lo, potencial de geração de
metano do lixo (m3/t de lixo) e k, constante de decaimento (ano-1). A USEPA desenvolveu
um intervalo de valores para LO e k para aterros nos Estados Unidos, porém fa tores locais
específicos foram utilizados nesta análise.
Segundo o Relatório Ambiental de Geração de Energia do Aterro Adrianópolis e do lixão de
Marambaia (2003), quando se deseja recuperar o gás metano de aterros em fase final de
operação, os ensaios de sucção realizados em campo são comparados com as curvas teóricas
de produção e nem todo o biogás produzido é capaz de ser aproveitado. Parte é emitida
diretamente para a atmosfera como gás fugitivo e outra parte ainda sofre oxidação por atuação
de bactérias aeróbicas existentes nas porções mais superficiais do maciço.
Como resultado final, chegou-se a uma taxa real de biogás recuperado em torno de 50% da
curva teórica de produção. O modelo matemático usado neste caso foi baseado na hipótese
que estima que o volume global do biogás gerado é de 100m³ por tonelada de resíduos, com
uma composição que considera 57% de metano em volume.
Os resultados da modelagem também indicam que como era de se esperar, a geração de LFG
está atualmente em seu pico e começando um declínio progressivo. O Aterro de Adrianópolis
entrou em operação recentemente e, embora tenha potencial de recuperação de longo prazo,
ainda não esta gerando quantidades significativas de LFG para serem coletadas e utilizadas.
Estes e todos os out ros estudos de caso reforçam consistentemente os benefícios da
identificação antecipada e compromisso com o desenvolvimento dos sistemas de controle de
LFG. Caso seja esperado o fechamento de um aterro para tomar decisão em desenvolver o
recurso, pode ser tarde demais. Deveria ser observado também que pode ser possível
coordenar o uso e a transferência de equipamento e sistemas entre dois aterros sob o controle
do mesmo proprietário. À medida que o LFG em um dos aterros esteja progressivamente
diminuindo e o outro aumentando, talvez seja possível coordenar o uso e transferência de
alguns dos recursos e instalações, presumindo que os arranjos contratuais para o controle de
LFG permitam este tipo de coordenação.
80
Modelos Matemáticos para Estimativa Teórica da Produção de Gás Metano em Aterros
Em USEPA (1996) é apresentada uma metodologia teórica denominada “Aproximação
Simples” que utiliza a Equação 2.2 para estimativas de produção de gás metano em aterros,
tendo como única variável, a quantidade de lixo depositado no local. São sugeridas taxas de
geração de 0,312 a 1,249 m3/(kg lixo x ano) com geração média de 0,624 m3/(kg lixo x ano).
QLGrGCH ×=4 (2.2)
Sendo:
GCH4: geração anual de gás metano (m3/ano)
Gr: geração de gás metano por quantidade de lixo depositado (m3/kg lixo x ano)
QL: quantidade de lixo depositada no local (kg)
Essa metodologia apresenta grande imprecisão, podendo ser usada somente para uma
avaliação preliminar de um projeto de aproveitamento de gás de aterro. Como há diminuição
da quantidade de gás ao longo do tempo este método só deve ser usado para o primeiro ou
segundo ano após o fechamento do aterro.
Em IPCC (1996) é apresentada uma metodologia de fácil aplicação para cálculo de emissão
de metano a partir de resíduos sólidos para países ou regiões específicas. Esse método, que
segue a Equação 2.3, envolve a estimativa da quantidade de carbono orgânico degradável
presente no lixo, calculando assim a quantidade de metano que pode ser gerada por
determinada quantidade de resíduo depositado, considerando diferentes categorias de resíduos
sólidos domésticos. São necessários dados estatísticos de população e sobre os resíduos
sólidos urbanos. Caso não haja dados disponíveis para o cálculo no país, poderão ser usados
dados padronizados fornecidos pelo IPCC, mas a qualidade dos resultados pode ser
prejudicada.
( ) ( )OXRLRSDfRSDTaxaPopUrbCHE o −×−×××= 14 (2.3)
81
Sendo:
E CH4: emissão de gás metano (t de CH4/ ano)
PopUrb: população urbana (nº de habitantes)
Taxa RSD: taxa de geração de resíduos sólidos domésticos por habitante por ano (t de
RSD/habitante x ano)
RSDf: fração de resíduos sólidos domésticos que é depositada em locais adequados de
disposição final de lixo (%)
Lo: potencial de geração de metano do lixo (t de CH4/ t de lixo)
R: metano aproveitado (t de CH4/ano)
OX: fator de oxidação de metano na superfície do aterro (%)
O potencial de geração de metano a partir do lixo (Lo) pode ser obtido pela metodologia
apresentada em IPCC (1996), que segue a Equação 2.4
( )12/16××××= FCODfCODFCMLo (2.4)
Sendo:
Lo: potencial de geração de metano do lixo (t de CH4 / t de lixo);
FCM: fator de correção de metano;
COD: carbono orgânico degradável (t de C/ t lixo);
CODf: fração de COD dissociada;
F: fração em volume de metano no biogás;
(16/12): fator de conversão de carbono em metano (t de CH4/ t de C).
O fator de correção de carbono (FCM), que avalia a qualidade do aterramento do lixo,
considera o fato do resíduo aterrado de forma inadequada produzir menor quantidade de
metano em relação aquele destinado a locais adequados, onde uma maior parte do lixo é
decomposta em condições anaeróbias. Os valores recomendados pelo IPCC para este fator
estão apresentados na Tabela 2.20.
82
Tabela 2.20 – Fator de correção de metano para as condições do aterro
Tipo de Local FCM – Fator de correção de metano
Adequado * 1
Inadequado – profundo (> 5 m de lixo) 0,8
Inadequado – raso (< 5m de lixo) 0,4
*Locais adequados devem ter deposição controlada do lixo contando com material de cobertura,compactação mecânica e nivelamento do terreno.
O cálculo da quantidade de carbono orgânico degradável (COD) segue a Equação 2.5 e é
baseado na composição do lixo e na quantidade de carbono em cada componente da massa de
resíduo como apresentado em IPCC (1996). Na Tabela 2.21 são encontrados os valores de
COD para diferentes componentes do lixo.
Tabela 2.21 – Teor de carbono orgânico degradável para cada componente do lixo Componente Porcentagem COD (em massa)
a) papel e papelão 40
b) resíduos de parques e jardins 17
c) restos de alimentos 15
d) tecidos 40
e) madeira * 30
* excluindo fração de lignina que se decompõe muito lentamente.
)3,0()40,0()15,0()17,0()4,0( EDCBACOD ×+×+×+×+×= (2.5)
Sendo:
A: fração de papel e papelão no lixo
B: fração de resíduos de parques e jardins no lixo
C: fração de restos de alimentos no lixo
D: fração de tecidos no lixo
E: fração de madeira no lixo
83
A fração de COD dissociada (CODf), segundo Birgemer e Crutzen (1987), indica a fração de
carbono que é disponível para a decomposição bioquímica, e pode ser obtida pela Equação
2.6
28,0014,0 += TCODf (2.6)
Sendo T: temperatura na zona anaeróbia (°C)
Os mesmos autores afirmam que o restante é assimilado no material celular dos
microorganismos durante a degradação da matéria orgânica.
Em Vieira e Alves (2002, apud ENSINAS, 2003) foram apresentados resultados do inventário
nacional de emissões de metano decorrentes da disposição de resíduos sólidos e do tratamento
de águas residuárias no Brasil, para o período de 1990 à 1994, com base na metodologia
sugerida pelo International Panel on Climate Change em IPCC (1996). A partir de dados
estatísticos de população e fatores estimados de geração de resíduos, chegou-se a uma
quantidade de emissões de gás metano por resíduos sólidos no Brasil para o ano de 1990 de
618.000 toneladas, aumentando para 677.000 toneladas no ano de 1994.
Laquidara e outros. (1986), apresentam uma metodologia para estimativas das quant idade de
sólidos voláteis biodegradáveis restantes no aterro. São descritos métodos de análises para
levantamento de alguns parâmetros para a realização das estimativas e obtidos dados como
sólidos totais, sólidos voláteis totais, teor de carbono e teor de lignina presentes em amostras
de lixo coletadas para o estudo. Relações entre estes parâmetros também são apresentadas
como necessárias para o cálculo da taxa de decaimento da quantidade de matéria orgânica no
lixo enterrado. As Equações 2.7 e 2.8 são usadas para o estudo da quantidade de metano
produzido ao longo da vida do aterro.
tkeSoSi −= (2.7)
Sendo:
Si: quantidade de sólidos orgânicos restantes em determinado período (kg)
So: quantidade inicial de sólidos orgânicos restantes no fechamento do aterro (kg)
84
k: constante de decaimento (ano-1)
t: tempo (ano)
Para cálculo da quantidade de metano produzida usa-se a Equação 2.8.
( )SCG ∆= (2.8)
Sendo:
G: metano produzido (L/ano)
C: constante = 350 l de CH4 / quantidade de matéria orgânica decomposta (kg)
?S: quantidade de matéria orgânica decomposta (kg/ano)
O uso da constante “C” apresentada na Equação 2.8 admite um valor fixo para o potencial de
geração de metano do lixo, o que pode ocasionar erros nas estimativas uma vez que este
parâmetro depende de vários fatores. A metodologia apresentada na Equação 2.4 calcula o
mesmo termo, denominado “Lo”, de forma mais precisa, considerando a composição do lixo,
as condições do aterro entre outros fatores que interferem diretamente no resultado final.
Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993) apresentam uma metodologia de avaliação da
quantidade de biogás produzido em aterro sanitário a partir da composição do lixo e da
constituição química de cada um de seus elementos.
A reação de decomposição do lixo pode ser encontrada usando-se a Equação 2.9:
( ) ( ) ( )3242 8
3248
3244
324dNHCO
dcbaCH
dcbaOH
dcbaNOHC dcba +
++−+
−−+→
+−−+
(2.9)
Os índices “a”, “b”, “c” e “d” são estimados pela constituição típica de diversos componentes
do lixo doméstico apresentada na Tabela 2.21. O equacionamento deve ser separado para os
dois tipos de lixo classificados pelo autor: rapidamente degradável (restos de alimentos, papel,
papelão, grama e folhas ) e lentamente degradável (tecidos, borracha, couro e madeira).
85
Conhecendo a massa de gás metano e de dióxido de carbono formada, através das equações
de decomposição do lixo e a densidade de cada gás, pode-se conhecer o volume de gás
gerado, obtendo-se assim as quantidades volumétricas de cada gás para as massas de resíduos
rapidamente e lentamente degradáveis determinadas inicialmente.
O autor assume que os resíduos rapidamente degradáveis atingem seu pico de produção de
biogás ao final do segundo ano após a sua deposição, decaindo a partir deste ponto até o 6º
ano, quando a produção se esgota. O primeiro ano é considerado uma fase de maturação onde
a produção é nula. Para os resíduos lentamente degradáveis o pico de produção ocorre no
sexto ano, com decaimento até o final do décimo sexto ano. A produção em cada ano é obtida
pelas áreas sob as curvas que seguem as distribuições apresentadas nas Figuras 2.18 e 2.19.
Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993) também assumem que respectivamente 75% e 50%
dos resíduos rapidamente e lentamente degradáveis estão disponíveis, pois nem toda massa de
lixo está exposta à umidade necessária para a decomposição microbiológica.
Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993)
Figura 2.18 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos rapidamente degradáveis
86
Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993)
Figura 2.19 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos lentamente degradáveis
Utilizando um modelo triangular de produção de gás, a taxa total de produção de gás em um
aterro em que se depositam resíduos durante um período de 5 anos é obtida graficamente
somando o que é produzido pelas porções de RSU rapidamente e lentamente biodegradáveis
depositadas a cada ano. A quantidade total de gás produzido corresponde diretamente com a
área por debaixo da curva, conforme mostra a Figura 2.20
Fonte: Tchobanoglous e outros. 1994
Figura 2.20 – Produção de gás durante um período de cinco anos a partir de materiais orgânicos rapidamente e lentamente decompostos colocados num aterro.
Um outro método, denominado “Método de Decaimento de Primeira Ordem”, é apresentado
em USEPA (1991), no qual é considerado o fato do gás metano ser emitido por longos
períodos de tempo, considerando assim vários fatores que influenciam a taxa de geração do
87
mesmo. Esse método, que pode ser usado para estimativas de casos individuais ou para
regiões e países inteiros está apresentado na Equação 2.10.
)( tkcko eeRLQ −− −= (2.10)
Sendo:
Q: geração de metano no ano (m3/ano)
Lo: Potencial de geração de metano do lixo (m3/t de lixo)
R: média anual de deposição do lixo durante a vida útil do aterro (t/ano)
k: constante de decaimento (ano-1)
c: tempo desde o fechamento do aterro (anos)
t: tempo de desde a abertura do aterro (anos)
Segundo USEPA (1991) o fator “Lo” depende da composição do lixo e das condições do
aterro para o processo de metanização, estando os valores encontrados na literatura entre 6,2 e
270 m3 de CH4/ t de lixo para aterros americanos.
A constante de decaimento (k) está relacionada com o tempo necessário para a fração de
carbono orgânico degradável (COD) do lixo, decair para metade de sua massa inicial,
podendo ser obtida por processo iterativo quando são conhecidas a vazão de gás metano do
aterro, o valor de “Lo” e a quantidade e o tempo de deposição do lixo no local.
Segundo IPCC (1996) esta constante é estabelecida seguindo a Equação 2.11:
2/1
2lnt
k = (2.11)
Sendo:
k: constante de decaimento (ano-1)
2/1t : tempo para a fração de COD decair pela metade em massa (anos)
O valor de “k” segundo USEPA (1991), depende de vários fatores como o teor de umidade do
lixo, a disponibilidade de nutrientes para a metanogênese e o pH. Em geral, teores de umidade
88
De até 60% e pH entre 6.6 e 7.4 promovem o aumento da taxa de geração de metano. Os
valores encontrados na literatura encontram-se dentro de uma faixa de 0,003 a 0,21/ano
(USEPA, 1991).
Informação da área específica do aterro é geralmente disponibilizada para as variáveis R, c, e
t. Para o cálculo do R, este pode ser determinado dividindo-se a quantidade de lixo depositada
em uma área pela idade do aterro.
Nota-se que o modelo acima foi desenvolvido para estimar a geração de biogás e não
emissões para atmosfera. Outros destinos que podem existir para o gás gerado em um aterro,
incluindo a captura e subseqüente a degradação microbiológica no interior da camada
superficial do aterro. Atualmente, não há dados que comprove este destino. É geralmente
aceito que o volume de gás gerado será emitido através da fenda ou outras aberturas na
superfície do aterro.
Uma outra equação similar e derivada da Equação anterior pode ser usada quando se tem
dados suficientes relacionados à disposição dos resíduos sólidos urbanos nos locais de
destinação, desde que se leve em conta a quantidade de lixo depositada em cada ano (IPCC,
1996). Neste modelo a variável t é substituída por T-x na Equação 2.12 que representa o
número de anos que o lixo esteve depositado.
)(, xTk
oeLRxkxQT −−= (2.12)
Sendo:
QT,x: quantidade de metano gerado no ano em vigência “T” pelo resíduo “Rx” (m3/ano)
k: constante de decaimento (ano-1)
Rx: quantidade de lixo depositado no ano x (t)
Lo: potencial de geração de metano do lixo (m3/t de lixo)
T: ano em vigência
x: ano de deposição do lixo no aterro
Para estimar a emissão total de metano pelo lixo depositado no aterro durante todos os anos
deve ser usada a Equação 2.13 (IPCC, 1996):
∑= xQTQT , (2.13)
89
Sendo:
QT: quantidade total de gás metano gerado (m3/ano)
Outros métodos são descritos por Oonk e Boom (1995), que também apresentam estimativas
de produção de biogás em aterros:
Tabela 2.22 – Modelos empregados para a simulação do processo de decomposição
Tipos de Modelos Equações
Ordem zero Ak ot 87,1ζα =
Primeira ordem tkot ekAC 1
187,1 −= ζα
Multi- fase ∑=
−=
3
1,1,
,87,1i
tk
iiotitekACζα
Segunda ordem ( )( )2122 /87,1 += toot CkCAkζα
Sendo:
tα : formação do gás (m3/ano)
ζ : fator de geração que indica a fração do lixo que é convertida em biogás.
nk : parâmetros do modelo
A : quantidade de lixo depositada no local (kg)
oC : quantidade de carbono orgânico degradável no lixo (kg de C/ kg de lixo)
ioC , : quantidade de carbono nas frações de degradação rápida, moderada e lenta (Kg de C/kg
de lixo)
t : tempo desde a deposição do lixo (anos)
A constante 1,87 é sugerida indicando o volume de biogás gerado por um kg de lixo em m3.
Oonk e Boon (1995) estimaram os parâmetros ? e kn presentes nas Equações 2.14 a 2.17 para
nove aterros da Alemanha adotando dados de quantidade, idade e composição do lixo
disponibilizados pelos operadores dos aterros, além da produção de biogás nos projetos
implantados nos locais. A eficiênc ia de coleta dos sistemas de aproveitamento do biogás
foram adotadas baseadas na experiência dos especialistas, que consideraram fatores como o
projeto do aterro e do sistema de drenagem, a profundidade da camada de lixo, inclinação dos
taludes e o materia l de cobertura.
90
Segundo Oonk e Boon (1995) em geral um aterro projetado com drenos de biogás verticais ou
horizontais, com espaçamento inferior a 70 m entre os drenos e camada de cobertura de solo
argiloso ou manta sintética impermeável tem eficiência de coleta de aproximadamente 55%,
sendo este valor adaptado para cada caso de acordo com os seguintes itens:
• Presença de camada sintética impermeável na cobertura proporciona uma
eficiência de coleta de 60 a 95% dependendo da possibilidade de migração do
biogás pelo solo;
• Presença de solo argiloso na cobertura proporciona eficiência de coleta de 60
a 75% dependendo da espessura da camada, da idade do aterro e da
possibilidade de migração do biogás;
• Distâncias entre os drenos maiores que 100 m reduzem de 5 a 10 % a
eficiência do sistema de coleta;
• Taludes com mais de 40° de inclinação reduzem de 5 a 10% a eficiência do
sistema de coleta;
• Camada de lixo maior que 20 metros aumenta a eficiência de 5 a 10 %.
• Espessura da camada de lixo menor que 10 m reduz a eficiência em 5 %.
Oonk e Boon (1995) que aplicaram os modelos em aterros na Holanda e compararam os
resultados teóricos com medições de emissão de biogás na superfície dos aterros, obtiveram a
maioria dos resultados com erros relativos menores que 30% e atribuíram os desvios
encontrados nas comparações às incertezas nas quantidades de lixo e nas eficiências de
coletas adotadas. O modelo de ordem zero apresentou maior erro, em torno de 44%. Os
métodos de primeira e segunda ordem tiveram erros de 22% e o modelo multi- fase erro de 18
%. Foi constatado que a diferença entre os modelos multi- fase, primeira e segunda ordem são
relativamente pequenas e que o uso do modelo de primeira ordem, mais simplificado que os
demais, pode fornecer resultados confiáve is em muitos casos. A Tabela 2.22 apresenta os
resultados obtidos por Oonk e Boon (1995) nas estimativas dos parâmetros das Equações 2.14
a 2.17 para aterros na Alemanha.
91
Tabela 2.23 – Parâmetros calculados para os modelos de geração de biogás em aterros
Modelo Parâmetros
Ordem zero anotkgko /4,2=ζ
Primeira ordem anok /094,0
58,0
1 ==ζ
Multi- fase
anok
anok
anok
/030,0
/100,0
/185,058,0
3,1
2,1
1,1
=
=
==ζ
Segunda ordem anokgtk /0012,0
65,0
2 =
=ζ
Fonte: Oonk e Boon (1995)
Segundo Oonk e Boon (1995), os parâmetros calculados que estão apresentados na Tabela
2.23 são específicos para o caso de aterros alemães ou que possuam composição do lixo e
clima regional semelhantes aos casos estudados.
2.2.3 Análise do Potencial Energético em Aterros Sanitários
.
Segundo Henriques e outros (2004), existem, principalmente, dois conjuntos disponíveis de
sistemas de aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos e que devem ser
estudadas: a reciclagem e a transformação desses resíduos.
A reciclagem está relacionada ao reaproveitamento dos materiais com finalidades similares
àquelas para as quais tinham sido originalmente produzidos. Como exemplo, os resíduos de
papéis, plásticos, vidros e metais podem ser usados como matéria-prima reciclável nas
próprias indústrias que os fabricaram. Essa opção deve ser concedida prioridade, devido a seu
balanço energético mais favorável que a combustão desses materiais.
Já a transformação, diz respeito ao uso de resíduos para fins diferentes dos originais, como na
utilização da biomassa presente nos restos alimentares para produzir combustível ou adubo.
92
Em ambos os casos há redução da quantidade de resíduos sólidos urbanos depositada em
aterros sanitários, o que amplia sua vida útil e soluciona um dos grandes problemas da
atualidade, a escassez de áreas para novos depósitos de Resíduos Sólidos Urbanos.
Segundo Henriques e outros (2004), define-se por reciclagem o ganho de eficiência, seja pela
redução de consumo de recursos naturais pelas indústrias, seja pela otimização das áreas
destinadas a depósitos ou, ainda, pela conservação de energia. Já a transformação visa obter
produtos cuja competitividade pode ser alcançada mesmo com custos de processamento mais
elevados, uma vez que seu custo de matéria-prima é negativo. Com isso, é evitada a demanda
por áreas para destinação final.
Segundo Henriques e outros (2004), de um modo geral, deve-se considerar que os materiais
encontrados nos resíduos passíveis de reaproveitamento são aqueles que demandam na sua
produção, muitos recursos naturais, minerais ou florestais, ou ainda, grande quantidade de
energia. Esta característica é uma das vantagens ambientais do aproveitamento energético,
reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos urbanos. O aproveitamento energético de
resíduos expande a vida útil das reservas de matéria-prima e energia, na medida em que reduz
a demanda por esses recursos, tendo em vista que obriga a um uso mais eficiente dos mesmos.
Isso pode representar, ainda, maior competitividade dos produtos nacionais, que atenderiam
padrões ambientais internacionais cada vez mais rigorosos.
Com a crise energética que o país viveu nos últimos anos, as energias alternativas ganharam
espaço nas discussões ambientais, além de muitos trabalhos técnicos com o objetivo de
buscar uma saída para a crise. A transformação dos resíduos, acabam por aumentar a oferta de
energia e reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
Os aterros sanitários transformaram-se em espaços importantes para a captação do biogás,
gerado na decomposição do lixo orgânico. Por possuir aproximadamente 55% de metano na
sua composição, causar dano ao meio ambiente, e provocar o efeito estufa, se lançado
indiscriminadamente, mas podem ser utilizado como combustível minimizando esse dano. Se
transformado em energia, produto alternativo, mais limpo, competitivo e lucrativo, ainda
poderá ser comercializado através dos créditos por emissões evitadas de carbono (créditos de
carbono) para países que poluem muito, minimizando globalmente os efeitos do aquecimento
do planeta.
93
A tecnologia de aproveitamento do gás de lixo (biogás), é levada em conta, pois é uma
alternativa que pode ser aplicada a curto e médio prazo para os gases gerados nos aterros
sanitários brasileiros.
Gás de Lixo
Segundo Henriques e outros (2004), uma planta de gás de lixo consiste de um sistema de
extração e um sistema de utilização. E toda a recuperação pode ser feita por esses diferentes
tipos de sistema.
O sistema de coleta pode conter tubos verticais perfurados ou canais e em alguns casos com
membrana protetora, sob a qual o gás produzido é coletado. O gás é succionado do aterro por
bombas ou por um compressor direcionando o gás para o sistema de produção. O uso mais
comum do gás é de combustível para máquinas movendo um gerador elétrico. O gás também
pode ser utilizado como em um boiler para produzir água quente para aquecimento domiciliar
ou para processo. Como o gás é composto em sua maioria por metano, pode até ser utilizado
na rede de gás natural.
Os custos de investimento, de operação e manutenção, bem como as quantidades de
combustível utilizadas, diferem de acordo com a tecnologia usada.
Devido aos acordos internacionais que permitem a comercialização de créditos de carbono,
para a redução de emissões de gases do efeito estufa, o aproveitamento energético do lixo é
reconhecido como uma das iniciativas com maior potencial por reunir a inibição de duas das
principais fontes poluidoras: o metano oriundo da decomposição do lixo e o dióxido de
carbono proveniente da queima do gás natural para geração elétrica.
Segundo Henriques e outros. (2004) utilizando-se a metodologia do IPCC (1996) para
cálculo do metano, obtém-se que a cada tonelada de lixo, com a composição típica brasileira,
emite-se aproximadamente 65% de metano, cujo potencial de aquecimento global (GWP),
fator de normalização com relação ao dióxido de carbono, para o período de 100 anos, é 21.
Entretanto, o GWP pode ser considerado 20, pois uma unidade será reabsorvida pela
fotossíntese quando da próxima safra da biomassa que compõe o lixo e que é decomposta.
Isto significa que cada tonelada de lixo, disposta em aterro sem recuperação e tratamento do
biogás, emite 1,3 tonelada de dióxido de carbono equivalente.
94
Ainda segundo o mesmo autor, considerando-se que cada tonelada de dióxido de carbono,
negociada no mercado internacional, esteja variando entre US$ 1 e US$ 5 (BNDES, 1999),
pode-se acrescentar uma redução no custo da unidade energética gerada.
Convém comparar estes valores com os custos da energia gerada nas usinas termelétricas a
gás natural, tanto as usinas já em funcionamento e quanto àquelas que estão em construção.
Os custos de energia gerada por essas usinas apresentam-se na faixa de US$ 43,32/MWh. Este
resultado foi obtido aplicando à metodologia a mesma taxa de desconto de 20%, custo de
investimento de US$ 625,00/kW (Oliveira, 2000, apud HENRIQUES e outros, 2004) com
dois anos de construção e custos de operação e manutenção de US$ 7,00/MWh (idem).
Com a comercialização da tonelada do carbono equivalente a US$ 2 as alternativas de
aproveitamento energético do lixo ficam mais baratas que a energia gerada através de usinas
termelétricas a gás natural.
As tecnologias que aproveitarem energeticamente os resíduos, evitando sua destinação final
para os vazadouros novos, aumentarão o impacto do custo negativo de combustível no índice
custo benefício.
Por outro lado há uma tendência de aumento dos preços dos combustíveis fósseis,
particularmente do gás natural, que mesmo quando não-associado ao petróleo, costuma
acompanhar o seu preço. Estes fatores reunidos consolidarão a oportunidade das tecnologias
capazes de aproveitar a energia do lixo.
2.2.4 Captação e Conversão Energética de Biogás de Aterros
Os projetos de recuperação do biogás de aterro têm como finalidade principal o
aproveitamento da energia contida nesse produto da decomposição do lixo. A conversão desse
gás pode ser feita de modo a atender diversas necessidades energéticas, como a geração de
eletricidade, a geração de vapor ou mesmo o uso direto como combustível automotivo, como
já mencionado neste trabalho e detalhado neste capítulo.
95
Cada instalação de aproveitamento dos gases em aterros tem suas particularidades,
dependendo da localização, das necessidades energéticas locais, do investimento financeiro
disponível e da legislação vigente, sendo importante a avaliação prévia das diversas
possibilidades de aproveitamento antes de uma decisão final para o projeto.
Existem dois tipos básicos de sistemas de coleta de biogás: o passivo e o ativo. O sistema
passivo tem a finalidade de drenar os gases para a atmosfera evitando a emissão descontrolada
pela superfície, além de impedir que haja migração dos gases para as áreas vizinhas ao aterro
através do solo, evitando potencial risco de explosão, detalhado em capítulo anterior. O
sistema ativo inclui exaustores e compressores e é usado em projetos de aproveitamento
energético do biogás.
Diversos aproveitamentos do biogás podem ser realizados para geração de calor, trabalho
mecânico e eletricidade, utilizando-se em caldeiras, motores de combustão interna, turbinas a
gás, células combustíveis e outros conversores de energia, alguns destes aproveitamentos já
foram citados anteriormente. O uso direto do biogás de aterro pode ser realizado para
abastecimento de uma rede local de gás canalizado ou diretamente para alguma aplicação
específica em processos industriais. Nesses casos o biogás serve como combustível auxiliar
ou como substituto de algum derivado de petróleo.
Outra possibilidade de aproveitamento do biogás é o seu uso em pequenas aplicações como
no aquecimento de estufas, acompanhado pela recuperação do dióxido de carbono resultante
da queima nas caldeiras, que pode ser reutilizado para favorecer o crescimento das plantas
quando diluído à frações que não afetem o desenvolvimento dos vege tais (USEPA, 1998).
Há ainda a possibilidade do uso do gás na evaporação do chorume gerado no aterro, com
sistemas de queima do gás metano e coleta do vapor de chorume resultante, que pode ainda
ser aproveitado como gás combustível juntamente com o gás do aterro não usado (USEPA,
1998).
96
Caldeiras
Algumas considerações devem ser feitas para o uso direto do gás em caldeiras, a fim de
assegurar o funcionamento adequado do sistema. A adaptação desses equipamentos para uso
do gás de aterro pode ser realizada com pequenas modificações, buscando a adequação às
características do novo combustível.
Os níveis de umidade do gás devem ser controlados com a instalação de purgadores e linhas
de condensado para impedir danos aos equipamentos e problemas na operação das caldeiras.
A vazão de gás deve ser aumentada com a instalação de uma válvula de controle do
combustível mais adequada, uma vez que o gás de aterro possui menor quantidade de metano
que o gás natural, sendo necessária uma maior quantidade de gás. A instabilidade da chama,
decorrente da menor concentração de metano e das flutuações na composição do gás podem
ser controladas com a instalação de sensores ultravioletas que monitoram a chama da caldeira
impedindo que esta apague, com o uso de um sistema de combustível auxiliar como back-up
em situações de variação na chama (USEPA, 2001).
A corrosão é outro problema para a adaptação de caldeira para gás de aterro, uma vez que
compostos de cloro nos gases de exaustão comprometem pré-aquecedores de ar, dutos e
outros componentes do equipamento. O revestimento do pré-aquecedor e da chaminé com
material anticorrosivo, o controle da temperatura dos gases de exaustão acima do ponto de
orvalho e a circulação adequada da água podem reduzir os efeitos corrosivos. A formação de
depósitos de sílica, ferro, enxofre e cloro que se acumulam no pré-aquecedor, e dutos de
exaustão pode ser evitada com uma manutenção regular (USEPA, 2001).
Motores de Combustão Interna
O uso de motores de combustão interna é a alternativa mais utilizada no aproveitamento de
gases de aterro pelo seu baixo custo, facilidade de operação e manutenção. São indicados para
projetos em aterros com potencial acima de 800 kW (USEPA, 2002).
Altas eficiências são obtidas principalmente em aplicação de cogeração com aproveitamento
do calor perdido pelo motor no sistema de resfriamento para geração de água aquecida ou nos
97
gases de exaustão para produção de vapor de baixa pressão, além da geração de eletricidade a
partir do acoplamento do motor a um gerador elétrico.
Uma outra vantagem desses equipamentos é a flexibilidade na implantação do sistema de
geração, que pode ser de pequeno porte e ser ampliado com o aumento da quantidade de gás
produzido ao longo da vida útil do aterro, instalando-se para isso novos motores. O uso desses
equipamentos com modernos sistemas de controle de emissão de poluentes pode favorecer a
instalação de grandes plantas de geração de energia em aterros localizados em áreas de
restrição de emissão de poluentes.
Turbinas a Gás
As turbinas a gás são usadas em grandes aterros, com projetos de 3 a 4 MW no mínimo
(USEPA, 2002). A economia na geração de energia e a eficiência do sistema aumentam de
acordo com a escala do projeto, podendo ser uma alternativa mais adequada para grandes
plantas de geração.
As eficiências podem ser aumentadas chegando a 40 % quando são utilizadas plantas de ciclo-
combinado, com recuperação do calor perdido. No entanto esses equipamentos tem
eficiências bem reduzidas quando trabalham em carga parcial. Uma vantagem dessas turbinas
é a maior resistência à corrosão quando comparadas aos motores de combustão interna, além
dos custos mais baixos de operação e de manutenção (USEPA 1996).
Microturbinas
As microturbinas são equipamentos mais recentes e menos empregados no aproveitamentos
de gás de aterro. Suas aplicações são geralmente em projetos de pequeno porte com menos de
1 MW de potência, atendendo à demanda de eletricidade do próprio aterro ou de locais
próximos.
Existe a possibilidade do uso de grupos desses equipamentos com potências de 30 a 100 kW
cada, flexibilizando o uso do gás da maneira mais conveniente de acordo com a necessidade
local, sendo assim uma alternativa interessante quando há pequena vazão de gás e os motores
de combustão interna ou turbinas a gás de grande porte são inadequados. Após a diminuição
98
considerável da produção de biogás do aterro, as microturbinas podem ser transferidas para
outro local sem grandes dificuldades por serem de pequeno porte. Em grandes projetos, onde
há biogás que não está sendo consumido, as microturbinas podem ser instaladas atendendo
esse excedente de energia que está sendo perdido.
A presença de gases com baixo teor de metano não representa um problema pois esses
equipamentos funcionam adequadamente com teores menores que 35% de metano no biogás.
(USEPA, 2002).
Um dos problemas das microturbinas é a sua baixa eficiência em relação a Motores de
Combustão Interna e Turbinas a Gás, sendo seu consumo de combustível 35% maior por kWh
produzido (USEPA, 2002).
2.2.5 Potencial para Geração de Energia Elétrica com Biogás
Segundo Coelho (2001), o potencial energético do biogás varia em função da presença de
metano em sua composição: quanto mais metano, mais rico é o biogás. Quando este é
originário de aterros, a proporção de metano é, em média, de 50%, quando é gerado em
reatores anaeróbios de efluentes a concentração média é mais elevada, atingindo 65%.
Entretanto, quando comparado com o gás natural (85 a 95% de metano), apresenta menor
poder calorífico, em conseqüência do menor conteúdo de metano.
Segundo Coelho (2001), uma vantagem adicional do uso do biogás é a característica de
descentralização na geração, ou seja, todo adensamento populacional é também um centro
importador de energia e a recuperação do biogás permite a redução dessa necessidade de
importação. Independentemente do tipo de adensamento se residencial, industrial ou rural,
ocorre a geração de resíduos e, havendo aplicação da tecnologia anaeróbia para o seu
tratamento, há a conseqüente geração de biogás.
Assim, as curvas de captação e aproveitamento do biogás, representam a quantidade estimada
de eletricidade que o sistema poderá produzir.
99
A captação desses gases pode ser encaminhada a um conjunto de moto-geradores que utilizam
o gás metano como combustíve l, transformando a energia mecânica resultante dos motores
em eletricidade, por meio de um gerador acoplado. Este sistema fornece um ganho ambiental
muito importante, pois além de contribuir para a diminuição da emissão de gases de efeito
estufa, torna o aterro sanitário uma fonte renovável de energia.
Um fluxograma com algumas possibilidades para o processo de aproveitamento do gás está
descrito na Figura 2.21.
Figura 2.21 – Fluxograma simplificado do processo de geração e aproveitamento de gás
Segundo Coelho (2001), uma das barreiras para a recuperação da energia do biogás é a
necessidade de grandes quantidades de resíduos, gerando grandes quantidades de biogás para
alimentar máquinas com potência maiores, em geral a partir de 500 kW. Com a recente
introdução no mercado norte-americano da tecnologia de microturbinas, equipamentos
fornecidos com potências para escalas inferiores a 100 kW, pode-se pensar em atender a 24%
100
da população dos municípios (entre 50 mil e 230 mil habitantes), representando cerca de 150
MW de potência descentralizada.
O pequeno porte destes sistemas aumenta a flexibilidade da operação, possibilitando a
geração de energia em pequenas localidades, o que amplia o espectro de localidades com
potencial para a recuperação de biogás, principalmente no Brasil.
Uma outra vantagem desta tecnologia é a redução nas emissões (principalmente de óxidos de
nitrogênio), quando comparadas com os outros sistemas de motores e turbinas de maior porte.
As emissões destas microturbinas situam-se abaixo de 9 ppm, enquanto que para turbinas a
gás elas são de 50 ppm e, para motores de ciclo Otto, podem atingir até 3.000 ppm. O
problema, para este tipo de tecnologia para pequenas potências, é o preço elevado, em função
da ainda pequena escala de produção, necessitando maiores incentivos para sua viabilização
em maior escala.
Na escolha da tecnologia de conversão do biogás, deve-se levar em conta também, além da
quantidade e concentração de biogás, a presença de umidade, gases inertes e de gases ácidos,
estes últimos responsáveis por corrosão precoce dos equipamentos e emissões indesejadas de
poluentes.
Alguns autores estão utilizando diferentes métodos para estimar o potencial de geração de
energia elétrica com biogás e chegam a resultados algumas vezes diferentes como apresentado
na seqüência.
Segundo Coelho (2001), considerando-se 60.000 toneladas de lixo de geradas no país por dia
em 2001 e a taxa de coleta de 80 %, tem-se a geração de 650.000 toneladas de metano por
ano. Considerando-se o fator de 2.000 t de metano/ano.MW, pode-se estimar que o potencial
de geração de energia elétrica pelos resíduos sólidos urbanos no Brasil seja de 300 a 500 MW.
Segundo Coelho (2001), este potencial de 500 MW inserido na matriz brasileira, que hoje
atinge 80 GW, terá influência praticamente desprezível no aumento do preço final da energia
ao consumidor em nível nacional, porém os benefícios ambientais, sociais e de geração
descentralizada são significativos.
101
Segundo Henriques e outros. (2004), o aproveitamento energé tico de 20 milhões de toneladas
anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) brasileiros, dos quais menos de 10% tinha
destinação adequada, pode aumentar a oferta de energia elétrica em 50 TWh, cerca de 17% do
consumo nacional, fazendo do oneroso resíduo transforma-se em um valioso produto.
Segundo Henriques e outros (2004), de acordo com a última pesquisa, disponibilizada pelo
IBGE em maio de 2002, a geração de resíduos no Brasil totalizou 228 mil toneladas/dia, cerca
de 83 milhões de toneladas de produção de lixo por ano. Esta produção de lixo permite,
atualmente, atingir uma oferta de energia elétrica de aproximadamente 112 TWh, cerca de
30% do consumo nacional e gerar receitas superiores a US$ 22,4 bilhões por ano. Apesar de
significativos, estes valores podem aumentar se forem contabilizados os custos de todas as
conseqüências da falta de racionalização na destinação final de RSUs.
Em Porto Alegre, estimava-se que das 600 toneladas/dia de lixo orgânico que iam para aterro
sanitário no ano 2000, e se transformavam em biogás, podiam resultar na produção de 6.000
quilowatts.hora de energia elétrica, suficiente para abastecer quase 20 mil domicílios. De
acordo com o assessor de Meio Ambiente da CGTEE (Companhia de Geração Térmica e
Energia Elétrica), Alessandro Barcellos, os resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil foram
estimados em 45 milhões de toneladas/ano (IBGE-2000) e se 30% destes resíduos foram
próprios e aproveitados na reciclagem, o restante 31 milhões de toneladas seria capaz de
gerar 100 MW de energia elétrica, cerca de 30% do consumo nacional.
Segundo o consórcio denominado Biogás (2003) com 30 milhões de toneladas de lixo
acomodadas no aterro, sua potência instalada é de 20 MW. Toda a energia produzida e
disponibilizada para a cidade de São Paulo será revertida em créditos em todo território
nacional ao Unibanco.
Segundo Rees (1980), citado no Programa de Saneamento Básico – PROSAB (2004), para
uma população de 2069 habitantes gerando 1960 kg de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
semanalmente, pode-se, empregando a taxa proposta por ele (0,4 m3 de biogás para cada kg
de resíduos), determinar o volume de gás gerado. Neste caso o volume médio previsto por
mês é de 3528 m3.
102
Finalizando, para as considerações sobre produção de energia tem-se que, segundo Borba
(2002), a taxa máxima de produção de energia por tonelada de lixo é de 490 kWh.
Para um trabalho científico seria interessante que todos os estudiosos tivessem feito medidas
ou em potência ou em energia, para que fosse melhor comparado a geração de energia nos
diversos locais.
Os valores obtidos pelos estudiosos, demonstraram que não existe consenso entre eles para os
valores de potência, energia e poder calorífero do metano, conforme descrito na Tabela 2.24.
Tabela 2.24 – Comparativo da taxa de geração de energia a partir dos resíduos domésticos.
Autor Total RSU por ano (t)
Metano
Lo (M3 CH4/t RSU)
Potência (MW)
Energia por ano Twh
Poder energético
(kWh/t RSU)
Coelho (2001) 17520000,00 650.000,00 37,10 400 3,50 200,00
Henriques e outros. (2004) 20000000,00 ***** ***** ***** 50,00 2500,00
GGTEE 31000000,00 ***** ***** 100 0,87 28,26 Consórcio BIOGAS 30000000,00 ***** ***** 20 0,17 5,84
Borba (2002) ***** ***** ***** ***** ***** 490,00
Porto Alegre 219000,00 ***** ***** ***** 0,0022 10,00
2.2.6. Projetos Bem Sucedidos de Aproveitamento de Biogás em Aterros O uso do gás gerado em aterros sanitários apresenta-se como uma realidade, tendo aplicações
diversas em cerca de 20 países do mundo, principalmente na Europa, Estados Unidos e
Canadá.
Segundo dados da USEPA, apud COELHO, 2001), até o ano de 2001 havia somente nos
Estados Unidos cerca de 330 aterros em operação utilizando o gás metano para
aproveitamento energético. Atualmente, existem cerca de 950 aterros sanitários no mundo
com essa finalidade, concentrados, em sua maioria, nos Estados Unidos e na Europa. Essa
facilidade comercial representa, porém, uma parcela ainda pequena principalmente quando se
103
consideram os países em desenvolvimento. O fator determinante dessa situação é a relação
entre a quantidade de gás metano produzida pelos resíduos e a quantidade efetivamente
captada e disponível para o uso.
Segundo Coelho (2001), alguns projetos de aproveitamento de biogás de aterro merecem
destaque e serão descritos abaixo:
O primeiro projeto de recuperação do gás de aterro para geração de energia foi
realizado em Rolling Hills, Califórnia, no aterro Palos Verdes em 1975. O gás
era coletado, purificado e vendido para a Companhia de Gás “Southern
California”. Outros projetos foram implantados ainda na mesma década, como:
Mountain View em 1978 e Monterey Park em 1979.
O primeiro projeto com aproveitamento do gás em caldeira entrou em operação
no início da década de 1980, sendo o primeiro aprove itamento do gás para
geração de eletricidade realizado em Battleboro, Vermont, em 1982
Foi criada em 1994 o Landfill Methane Outreach Program, pela USEPA
(United States Environmental Protetion Agengy) que faz parte do Plano de
Ação de Mudanças Climáticas e visa o incentivo à implantação de projetos de
recuperação do gás de aterro como fonte de energia nos Estados Unidos. O
programa procura identificar aterros com potencial de geração de energia a
custos competitivos e a superação das barreiras ao uso dessa fonte de energia
nas diversas esferas de governo. São fornecidas informações sobre a avaliação
e a implementação de projetos aos proprietários e operadores de aterros. Até
agosto de 2002, nos Estados Unidos, 325 projetos estavam em operação e
outros 200 projetos em fase de avaliação ou construção.
A Europa em 1995 contava com vários países que já possuíam projetos de
aproveitamento energético do biogás instalados, entre eles a Alemanha com
112 plantas, a Suécia com 56 plantas, Holanda com 22 plantas além da
Noruega e Dinamarca com 9 plantas cada.
No Reino Unido os projetos de aproveitamento do gás de aterro foram
iniciados em 1981 com o uso comercial do biogás, substituindo combustíveis
104
fósseis. Em janeiro de 1993 já existiam no país cerca de 13 projetos com uso
direto do biogás e 42 instalações gerando 72 MW de eletricidade
Também são encontrados projetos de uso do biogás de aterros em outros países
como a Lituânia e a Jordânia, ambos buscando a redução das emissões de gases
de efeito estufa e a substituição de fontes de energia fósseis.
No Brasil poucos projetos de recuperação dos gases de aterros sanitários foram
implantados. Dois destes projetos mereceram destaque, sendo um deles da
COMGÁS (Companhia de Gás da São Paulo), que distribuía o gás de um aterro
sanitário localizado no km 14,5 da Rodovia Raposo Tavares para um conjunto
residencial próximo ao local. O outro se refere ao aproveitamento do gás do
Aterro Caju no Rio de Janeiro em 1977 pela CEG (Companhia Estadual de
Gás), juntamente com a COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza
Urbana), no qual o biogás coletado, depois de purificado, era adicionado ao gás
craqueado de nafta que abastecia a cidade. A quantidade adicionada à rede era
de cerca de 1000 m3/dia, com uma economia de nafta de aproximadamente
8000 l/dia. O projeto teve duração de 10 anos, sendo que em 1985 iniciou-se o
aproveitamento do gás para o abastecimento da frota da COMLURB, com
cerca de 150 veículos movidos a gás, além do abastecimento de taxis que
utilizavam esse combustível.
No projeto da COMGÁS, o gás apresentou 61,9% de metano com poder
calorífico de 5810 kcal/Nm3 e no projeto da CEG observou-se 59,2% de
metano na composição do biogás com poder calorífico da ordem de 5640
kcal/Nm3.
O potencial teórico máximo de produção do gás baseado em experimentos
realizados nos Estados Unidos é de 250 m3 por tonelada de resíduo. Em estudo
de campo no Aterro Cajú no Rio de Janeiro os valores variaram de 60 m3 a 190
m3 por tonelada de resíduos.
Foi descrita uma usina de tratamento de biogás do aterro sanitário de Belo
Horizonte construída pela GASMIG (Companhia de Gás de Minas Gerais) para
105
fornecer gás purificado para o setor siderúrgico local, substituindo o GLP.
Outra aplicação estudada e testada foi a utilização do biogás como combustíve l
da frota da empresa.
Foi apresentado o projetos ELBRAS que visava o aproveitamento do biogás de
um aterro sanitário na Baixada Santista que depois de devidamente tratado
seria transportado por tubulação à COSIPA (Companhia Siderúrgica Paulista),
sendo usado como complemento aos derivados petróleo consumidos na
empresa. O projeto em parceria com a CETESB visava além da recuperação do
gás no aterro, uma melhoria na ordenação da coleta e destinação final do lixo
na região, diminuindo o lançamento de resíduos sólidos a céu aberto e muitas
vezes em áreas ribeirinhas ou de manguezais.
Na cidade de Campinas houve uma experiência com um projeto de
aproveitamento de biogás do aterro sanitário Santa Bárbara em 1984 com a
instalação de poços de drenagem e uma rede de coleta ligada a um sistema de
exaustão que visava o abastecimento da frota de veículos de coleta de lixo, mas
devido a problemas políticos e administrativos o projeto foi encerrado.
Mais recentemente alguns projetos foram implantados, utilizando
financiamentos externos através do mercado de créditos de carbono do
chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no
protocolo de Kyoto. O primeiro deles refere-se ao aproveitamento do gás
gerado em um aterro localizado na cidade de Tremembé, no Estado de São
Paulo, onde a empresa SASA Sistemas Ambientais, que gerencia o local,
utiliza o gás desde 2001, para evaporação do chorume do aterro. Um novo
projeto prevê a geração de 50 a 80 mil kWh/mês de energia elétrica para
suprimento do próprio aterro, que consome em média 30 mil kWh/mês, sendo
o excedente vendido à distribuidora de eletricidade.
Na cidade de São Paulo em 2003, dois projetos encontravam-se em fase de
licenciamento ambiental e de aprovação pela ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica). Estão previstas duas centrais com potência elétrica de 20
MW cada uma, localizadas nos aterros Bandeirantes e São João.
106
Um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente à Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), informou que o Brasil possui um
potencial de 300 à 400 MW através do aproveitamento do biogás de aterro
sanitário das regiões metropolitanas. Foram levantados cerca de 110
municípios com mais de 300 mil habitantes, cujos aterros oferecem condições
para a produção de eletric idade.
O Relatório Ambiental de Geração de Energia do Aterro Adrianópolis e do
lixão de Marambaia (2003), informou a realização de uma avaliação da
capacidade de geração de biogás para eventual utilização do gás metano como
combustível e obtenção de eletricidade, através da utilização de moto-
geradores.
107
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução deste trabalho, foi feita uma revisão da literatura que envolveu tópicos sobre
o saneamento básico, principalmente com relação ao lixo urbano, ressaltou os aspectos de
gestão integrada dos resíduos, além de outros tópicos sobre os gases de efeito estufa, emitidos
pela decomposição biológica do lixo orgânico e um estudo comparativo entre as técnicas de
compostagem e disposição final do lixo com o aproveitamento energético do biogás.
Para que este estudo fosse realizado, um projeto de parceria técnico científica entre a
academia e a empresa BATTRE, permitiu o acesso às instalações, o acompanhamento das
operações e a disponibilização de dados técnicos e de relatórios gerenciais.
Foram feitas várias visitas de campo para o reconhecimento das áreas utilizadas para
disposição dos resíduos (células), verificação da forma como os resíduos chegam ao aterro e
de como são aterrados, qual sua caracterização, biodegradabilidade e umidade, como se dá a
drenagem do chorume e dos gases, quais os equipamentos que são utilizados para a medição
de vazão de biogás gerado no maciço do aterro e na sala de controle, quais os dados de vazão
de metano por célula, dentre outros.
Foram desenvolvidos estudos no laboratório de Geotecnia Ambiental da UFBA, para
respaldar a pesquisa de campo. No laboratório, um procedimento de análise foi proposto
para estudar o comportamento do processo de biodegradação ao longo do tempo, permitindo-
se encontrar parâmetros como k e Lo, utilizando-se o cálculo da fração biodegradável do
resíduo para estimativa dos parâmetros de geração de gás.
Esta pesquisa realizou ainda uma análise técnica do reaproveitamento do biogás do Aterro
Metropolitano Centro de Salvador que atende também as cidades de Lauro de Freitas e
Simões Filho, sendo este, o foco deste trabalho. Para essa análise, utilizou-se a produção de
metano no aterro ao longo do tempo, calculando-se valores de Lo e k de campo, através do
modelo de decaimento de primeira ordem, comparando-os em seguida com os valores obtidos
em laboratório.
108
Pelas características deste estudo, alguns dados primários foram gerados e por esta razão seus
resultados estão dispostos neste capítulo de materiais e métodos. Trata-se de uma pesquisa de
campo, quali-quantitativa, que poderá servir para estimar a produção de biogás e metano hoje,
daqui a 10, 20 e mais anos, nesse Aterro.
3.1 ESTIMATIVA DA FRAÇÃO BIODEGRADÁVEL DO RSU AO LONGO DO TEMPO, COMO FORMA DE OBTENÇÃO DE LO E K NO LABORATÓRIO Para estimativa da fração biodegradável do RSU a partir de dados de laboratório, foi
empregado o método proposto por Machado e outros. (2005), o qual utiliza resultados de
ensaios básicos de caracterização acrescidos de ensaios para a determinação dos Sólidos
Totais Voláteis, STV e do teor de lignina da fração pastosa.
Segundo Machado e outros. (2005), conhecer a biodegrabilidade e composição do resíduo é
de grande importância para estimar o volume de gás produzido em um aterro sanitário. Para
que a biodegradabilidade dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) pudesse ser estimada estes
autores propõem um procedimento de cálculo que utiliza resultados de ensaios de
caracterização para estimativa da sua fração biodegradável. Caso os ensaios sejam realizados
em amostras com diferentes idades, valores de k podem ser estimados. As amostras coletadas
na frente de serviço podem ser utilizadas para estimativa do potencial de geração de metano,
Lo.
São os seguintes os procedimentos propostos pelo método:
• Determinar a composição gravimétrica do resíduo, identificando, em
peso seco, as frações de madeira, papel, papelão, pasta orgânica
(constituída de solo, matéria orgânica, materiais de difícil identificação
e separação), plásticos, metais, vidros, pedra, cerâmica e outros;
• Determinar a umidade média do resíduo a ser estudado, em estufa a 70°C;
• Determinar os sólidos totais voláteis (STV) e o teor de lignina da pasta
orgânica.
• Calcular a fração biodegradável (BF) de cada componente
• Calcular a fração biodegradável do RSU
109
3.1.1 Ensaios de Caracterização do RSU Foram realizados ensaios de caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) envolvendo
a determinação de sua umidade, composição, STV e lignina, cujos procedimentos são
abordados com maiores detalhes nos itens seguintes.
Coletas de Amostras Como parte das atividades previstas no programa de cooperação UFBA/BATTRE, resíduos
de diferentes idades foram submetidos a ensaios de caracterização visando se obter a
composição gravimétrica, teor de umidade, sólidos totais voláteis (STV) e, em algumas
amostras, o percentual de lignina da fração pastosa.
As amostras de resíduo novo foram coletadas em épocas do ano diferentes. Essas amostras
foram coletadas de carretas provenientes da estação de transbordo de Canabrava. Separaram-
se, aleatoriamente, quatro carretas e, no momento da descarga, coletou-se cerca de cerca de
200 litros de resíduo em cada uma com o auxílio de uma retro-escavadeira. Todo o resíduo foi
colocado sobre uma manta de plástica e procedeu-se a homogeneização e quarteamento do
material (Figura 3.1). Deste material foram retiradas amostras representativas, que foram
devidamente acondicionadas em tambores metálicos e destinadas à realização da composição
gravimétrica e caracterização. A separação manual prévia dos componentes dos resíduos se
deu no próprio aterro sanitário Metropolitano Centro, no laboratório de campo. Em regime de
mutirão, os diversos componentes foram separados, acondicionados separadamente e
adequadamente para não alterar o teor de umidade. Em seguida, estes materiais foram
conduzidos para o laboratório de Geotecnia Ambiental para dar continuidade ao processo de
caracterização.
Os resíduos com seis meses e um ano de aterramento foram coletados de furos de trado
executados para construção de piezômetro. Através de um estudo da topografia da célula e do
inventário de tempo de aterramento, estimou-se que as amostras coletadas na profundidade de
0 – 5m teriam idade aproximada de seis meses e aquelas coletadas entre as profundidades de
15 - 20m teriam cerca de um ano. Após a retirada do material com trado helicoidal de 30cm, o
mesmo era colocado sobre a lona plástica, procedendo-se de forma semelhante à descrita
anteriormente.
110
O resíduo com 4 anos de aterramento foi coletado de uma cava aberta numa região da antiga
célula 01 do Aterro Metropolitano Centro – AMC. Primeiramente, toda a camada de solo de
recobrimento do local foi retirada com a ajuda de uma retro-escavadeira até que surgissem
sinais da camada de resíduo depositado. Em seguida, foram retirados, com auxílio de pás e
enxadas, porções de solo que estavam misturadas com o RSU, o que foi um trabalho
minucioso e que necessitou de muito cuidado, já que procurou-se evitar ao máximo que o
RSU e o solo de cobertura se misturassem, evitando assim desvios nos resultados obtidos
(Figura 3.2). A superfície superior da camada foi aplainada e, a partir de então, a retirada da
massa de RSU começou a ser efetivada com auxílio da retro-escavadeira. Inicialmente, uma
cava de cerca de 1m de profundidade foi aberta e todo resíduo retirado da cava foi colocado
em tonéis e pesados numa balança, totalizando 625,35 kg de RSU.
111
Figura 3.1 – Coleta de resíduo novo – frente de lançamento (descarga da carreta vinda de Canabrava; uso de retro-escavadeira para seleção de material; Homogeneização do lixo; quarteamento e armazenamento das amostras de resíduo coletadas em tambores).
112
Figura 3.2 – Coleta de resíduo com 4 anos de aterramento – Abertura de cava.
Determinação da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo
Antes da secagem do resíduo em estufa à temperatura de 70°C, procedeu-se à separação
manual de cada um dos componentes do resíduo, obedecendo aos seguintes grupos:
• plásticos (inclui todos os tipos de materiais plásticos, tais como, sacos de lixo,
sacolinhas, embalagens, plásticos duros, etc.)
• vidros (frascos e cacos de vidro)
• metais (todas as sucatas de alumínio, ferro, aço, latas, pregos, moedas e outros)
• papéis (jornal, papelão, embalagens e outros)
• borrachas (tiras de chinelo e de pneu e outros)
• têxteis (tecido, trapo e couro)
• madeiras
• pedras e cerâmica
• fração pastosa (matéria orgânica, outros materiais não possíveis de separação)
Cada grupo de componente foi pesado antes e depois de ser secado, e a partir daí foi
determinado o percentual que eles representam em relação à amostra total úmida e seca.
113
3.1.2 Teor de Umidade
Devido às características particulares dos diferentes componentes presentes no resíduo foi
determinada tanto a umidade de cada componente como a umidade do conjunto, tratado aqui
como umidade global.
Como já mencionado, durante a coleta da amostra foi realizado no próprio aterro sanitário a
separação manual dos componentes presentes no resíduo. Essa separação teve por objetivo
determinar o percentual em base seca de cada componente em relação à massa total e o seu
respectivo teor de umidade. Após a separação, obteve-se a massa úmida de cada componente
e então as amostras foram pesadas e colocadas na estufa, até obter-se a constância de peso. A
estufa foi aquecida na temperatura de 70°C, a fim de evitar a queima dos orgânicos e
conseqüentemente variações em quantificações posteriores do teor de sólidos totais voláteis.
3.1.3 Determinação dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU Como já comentado, a biodegradabilidade da fração orgânica do RSU tem sido, na maioria
das vezes, quantificada através do conteúdo de sólidos totais voláteis (STV) e do teor de
lignina. (MACHADO e outros, 2005).
Para a determinação do STV no laboratório, utilizou-se a fração pastosa resultante da
separação manual dos componentes dos resíduos. Inicialmente, essa fração foi triturada,
usando um motor elétrico e em seguida foi passada num liquidificador a fim de melhorar a
trituração. Pequenas porções de material triturado foram colocadas em estufa a 70ºC por uma
hora e depois calcinada em mufla a 600ºC por duas horas. O STV foi obtido pela diferença de
pesos da amostra após secagem na estufa (material inerte + não inerte) e na mufla (material
inerte). Assim, o que queima na mufla é a matéria não inerte e a sobra (resíduo) é a matéria
inerte (cinzas).
Portanto, através da determinação dos sólidos totais voláteis (STV), encontram-se a
porcentagem de cinzas e a porcentagem de matéria orgânica existente na fração pastosa do
resíduo.
114
Para a determinação do teor de lignina, amostras da fração pastosa do resíduo foram
inicialmente submetidas a uma lixiviação por tolueno a 95%, para remoção de parte da
matéria orgânica. Logo após, as amostras foram submetidas a uma lixiviação por ácido
sulfúrico a 75% e a uma lixiviação por ácido sulfúrico diluído, a 2%. Após os processos de
lixiviação, assume-se que o material restante é constituído somente de inertes e lignina. A
partir desta hipótese foram realizados ensaios de STV com o material que resistiu aos
processos de lixiviação, de modo que a diferença de peso entre os materiais secos em estufa e
calcinados corresponde ao peso da lignina incinerada.
Altos percentuais de lignina indicam que o material analisado não é facilmente biodegradável
e baixos percentuais de lignina indicam que o material é facilmente biodegradável. Calcular o
teor de celulose (composto presente no RSU, além da lignina) é também importante. É a
relação lignina/celulose que caracteriza em que fase de decomposição o resíduo se encontra.
À medida que o lixo é decomposto, essa relação (lignina/celulose) aumenta, já que a celulose
se decompõe mais rapidamente que a lignina.
3.1.4 Método Proposto para Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de Dados de Laboratório
Tchobanoglous e outros, 1993 apud MACHADO e outros, 2005), propuseram a equação 2.1
citada no capítulo de fundamentação teórica, para determinação da fração biodegradável
presente nos sólidos totais volá teis, levando em consideração o teor de lignina..
LCBF ⋅−= 028,083,0 (2.1)
Partindo-se da equação 2.1 pode-se dizer que o somatório do produto de BF pela fração
representativa de cada componente será a fração biodegradável suscetível a se decompor e
gerar gás metano, (equação 3.1);
∑=
=n
iiiitotal STVFraçãoBFBF
1
(3.1)
115
Onde:
BFtotal: fração biodegradável total (%)
BFi: fração biodegradável do componente i
Fraçãoi: porção representativa do componente i na pasta, em forma de peso seco;
STVi: sólidos totais voláteis do componente i
Segundo Tchobanoglous e outros (1993 apud MACHADO e outros, 2005), para o caso do
resíduo sólido municipal, uma taxa de geração de biogás de 0,8 m3/kg de sólidos
biodegradáveis decompostos secos tem sido normalmente utilizada e pode ser utilizado para o
resíduo de Salvador.
Considerando-se a massa de uma tonelada de RSU coletado, sua massa seca em quilos será
1000/(1+w), onde w, corresponde a umidade média do material. A massa biodegradável de
uma tonelada de resíduo será dada pela equação 3.2, apresentada adiante:
wBF
MTBD total
+⋅=11000
100 (3.2)
Sendo:
MTBD: Massa total biodegradável seca por tonelada de lixo, em Kg.
A quantidade de gás a ser gerada por tonelada de RSU será então dada pelas equações 3.3 e
3.4:
MTBDTGGPGG ⋅= (3.3)
Ou ainda:
wBFTGG
PGG total
+⋅⋅
=1
10 (3.4)
116
Onde:
PGG: Potencial de geração de gás por tonelada de resíduo (m3 /ton),
TGG: Taxa de geração de gás, em m3/kg. Pretende-se adotar um valor médio de 0,9 m3 de gás
por kg de massa seca biodegradável (os valores apresentados na literatura para a TGG variam
entre 0,7 e 1,2 m3 biogás/kg de matéria orgânica seca decomposta).
Procedimento proposto para a modelagem da biodecomposição do RSU ao longo do tempo e estimativa de Lo e k.
O procedimento proposto utiliza os resultados de ensaios de caracterização, STV e teor de
lignina para a previsão das curvas de geração de gás ao longo do tempo em Aterros Sanitários.
Apesar de fazer uso de hipóteses que podem sofrer questionamentos, o procedimento a ser
apresentado é bastante simples e os ensaios requeridos para a sua implementação são
relativamente comuns. O modelo original a ser empregado para a representação do
comportamento da geração de gás no tempo é o modelo do decaimento de primeira ordem,
representado pela equação 3.5, para o caso de uma amostra de resíduo:
tko ekLq −⋅⋅= (3.5)
Onde:
q = Taxa de geração específica de metano no ano t, contado a partir da disposição do
resíduo (m3 /(ano·ton)
Lo = Potencial de geração de Metano (m3 CH4 /ton)
k = Constante relacionada com a taxa de geração de Metano (1/ano)
t = Tempo decorrido desde a disposição do resíduo (ano)
O valor de k obtido da equação 3.5 poderá ser utilizado na equação 2.10 já citada no capítulo
de fundamentação teórica, para o cálculo da geração de gás metano no aterro.
Dos procedimentos descritos anteriormente, é fácil perceber que Lo está relacionado com a
MTBD pela equação 3.6, apresentada adiante, ou que Lo = PGG(0)·FMET (na literatura
técnica especializada, é comum encontrar-se valores de FMET variando em torno de 0,5).
METo FTGGMTBDL ⋅⋅= )0( (3.6)
117
Na equação 3.7, FMET corresponde a fração de metano na produção de biogás esperada. O
índice (0) indica as características do RSU no momento do seu lançamento no aterro, ou seja,
para t = 0. Desta forma, a equação 3.7 pode ser escrita da seguinte forma:
tkMET ekFTGGMTBDq −⋅⋅⋅⋅= )0( (3.7)
A quantidade de matéria orgânica já decomposta, por tonelada, em um determinado tempo t,
pode ser calculada através da equação 3.8. Nesta equação o ?MTBD(t) corresponde à
quantidade de matéria orgânica, por tonelada, já decomposta no tempo t e MTBD (t)
corresponde à quantidade de matéria orgânica biodegradável do RSU, por tonelada, no tempo
t. A quantidade de biogás gerada, por tonelada de RSU pela decomposição da matéria
orgânica até o tempo t será então obtida pelo uso da equação 3.9.
)()0()( tMTBDMTBDtMTBD −=∆ (3.8)
METFTGGtMTBDMTBDtGAS ⋅⋅−=∆ )]()0([)( (3.9)
A taxa de geração específica anual de gás em um determinado instante será dada pela equação
3.10.
METFTGGt
tMTBDt
tGASq ⋅⋅
∂∆∂−
=∂
∆∂=
)()( (3.10)
Igualando-se as equações 3.10 e 3.7 obtém-se:
tkekMTBDt
tMTBD −⋅⋅=∂
∂−)0(
)( (3.11)
Se medidas da quantidade de matéria orgânica biodegradável são tomadas para amostras de
RSU de diferentes idades, a equação 3.12 pode ser utilizada para a determinação do parâmetro
k, a partir de sua linearização, conforme apresentado na equação 3.13.
118
tkeMTBDtMTBD −⋅= )0()( (3.12)
tkMTBDtMTBD ⋅−= )]0(ln[)](ln[ (3.13)
Conforme se verá nos capítulos seguintes, para uma melhor concordância entre os ensaios de
campo e laboratório propôs-se o uso da equação 3.14 para o cálculo da fração biodegradável
de cada componente do lixo.
LCBF ⋅−= 028,01 (3.14)
3.2 ESTIMATIVA DOS PARÂMETROS DE LO E K A PARTIR DO MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE GÁS NO CAMPO.
O primeiro passo do trabalho de campo foi a visita técnica à área de disposição final dos
resíduos, para identificação visual dos elementos técnicos que deveriam ser estudados. Após
esta etapa, foram fe itas pelo pessoal técnico da BATTRE leituras regulares mensais
empregando o equipamento de medidas de vazão de biogás e metano nos drenos de campo,
sendo estes separados em drenos pertencentes a Macro Célula 1 e Célula 5, e em drenos
internos e de cobertura, no período citado, para que se pudessem extrair as vazões totais de
cada Célula e sua respectiva contribuição na vazão total de metano do aterro.
O equipamento de medidas utilizado no campo foi o GEM 500, que auxilia no monitoramento
do biogás, disponibilizando informações como vazão de biogás, temperatura, concentração de
CH4, O2 e CO2. As informações são coletadas pontualmente mostrando a realidade do ponto
de coleta de biogás. O GEM 500 é um aparelho portátil com uma massa de aproximadamente
2kg onde se tem um volume aproximado de uma caixa de sapato. A leitura é realizada com o
auxilio de duas mangueiras e dois filtros e um termopar com encaixe específico e engates
rápidos. Ao conectar as mangueiras e termopar a bomba de vácuo do GEM 500 suga o biogás
amostrado durante um período de 60 segundo. Quando os dados estabilizam, os valores
obtidos são armazenados na memória do aparelho. Antes da próxima leitura o gás deve ser
purgado do aparelho pelo ar atmosférico. Essas leituras são programadas de acordo com um
119
encaminhamento estabelecido na memória do GEM. A Figura 3.3, ilustra o equipamento
empregado para a realização de medidas de vazão de gás nos drenos do maciço de lixo.
Figura 3.3 – Equipamento de campo utilizada para medida de vazão de metano nos drenos
A totalização das vazões individuais de metano nos drenos de cada célula foi comparada aos
valores totais medidos na sala de controle e captação do biogás do aterro. Nessa sala de
controle, a leitura foi feita a partir da informação gerada pelos equipamentos denominados de
sopradores, que medem as vazões de biogás e metano em um único ponto, devido à junção de
todos os drenos do aterro. Antes da realização estas medidas, o biogás tem parte de sua
umidade retirada, sendo em seguida queimado no flaire instalado ao lado da sala de controle,
conforme mostra a Figura 3.4.
São apresentados em apêndice os valores das leituras em cada dreno da Macro Célula 1 e
Célula 5, bem como os valores obtidos das leituras efetuadas na central de captação, que
foram utilizados nas análises sobre os quais se discorre nos itens seguintes.
120
Figura 3.4 – Sopradores, equipamento de medida de vazão de metano em um único ponto (na junção dos drenos)
Foram identificadas a quantidade total de drenos de cada célula, a quantidade de drenos
internos e drenos de cobertura e a vazão específica em cada dreno ao longo dos meses de
estudo. Foram calculadas também as emissões fugitivas do metano na área total do aterro,
levando-se em consideração a área já coberta desse aterro e a área que ainda encontrava-se
descoberta no momento de cada campanha de leitura.
A análise dos dados de campo foi inicialmente dividida em duas etapas: a) Análise dos
principais fatores influentes nos dados de captação do biogás obtidos dos drenos internos e de
cobertura e b) Análise e totalização das vazões em cada célula, para estimativa das emissões
fugitivas e da produção total de metano no Aterro Metropolitano Centro (AMC) no período
analisado.
Como variáveis influentes na captação de biogás dos drenos foram elencadas as variáveis
fator tempo de degradação da matéria orgânica desde a disposição, quantidade de resíduo
disposto desde a abertura do aterro até a data da execução das leituras, pluviosidades
121
acumuladas de 3, 7 e 15 dias anteriores à leitura de vazão dos drenos e as depressões estáticas
médias mensais que eram aplicadas aos drenos para sucção do biogás. Após identificados
todos os parâmetros que podiam estar influenciando na vazão do metano captado, foi feita
uma análise criteriosa para escolha daqueles que tinham influência direta nos resultados.
Com os dados de vazão totalizada obtidos a partir dos drenos da Macro Célula 1 e Célula 5
pôde-se calcular a proporção do total do metano gerado no aterro sanitário que advinha de
cada uma destas unidades. As percentagens de emissão fugitiva em cada célula foram
utilizadas segundo uma média ponderada para estimar o total de emissões fugitivas do aterro.
Os dados de vazão total estimada obtidos em diferentes meses, de julho de 2004 até agosto de
2005 foram analisados de acordo com a equação 2.10 já citada e mostrada a seguir, para a
obtenção dos valores de Lo e k de campo.
)( tkcko eeRLQ −− −⋅⋅= (2.10)
3.2.1 Análise dos Fatores Influentes na Captação do Biogás e Problemas Encontrados
O trabalho de campo apresentou algumas dificuldades, como por exemplo, discrepância entre
as diversas leituras mensais de vazão de metano no campo, obtidas a partir da totalização das
vazões nos drenos e as leituras mensais da sala de controle. Foi necessário, portanto, realizar
inúmeras análises, e testar algumas variáveis já citadas, como pluviosidade, depressão estática
média, variação da degradação dos resíduos no tempo, calcular a vazão específica mensal e as
emissões fugitivas procurando entender a natureza do fenômeno. Após exaustivos estudos, foi
descoberto que o equipamento de medida de vazão de campo havia sofrido desgaste em uma
de suas peças, o que gerava uma discrepância de resultados. Por esta razão, a análise dos
valores gerados pelos drenos e a sala de controle foi desenvolvida num período longo de
tempo, 12 meses, o que atrasou bastante a conclusão deste trabalho. Feita a manutenção do
equipamento, após dez meses do início dos trabalhos, obtiveram-se finalmente resultados
mais coerentes.
O gráfico da Figura 3.5 ilustra a diferença percentual obtida entre a vazão medida na sala de
controle e a vazão totalizada dos drenos.
122
0
30
60
90
jul/04
set/04
nov/0
4jan
/05
mar/05
mai/05
jul/05
Meses
Dife
renç
a en
tre
vazõ
es d
a sa
la d
e co
ntr
ole
e n
os
dren
os
(%)
Diferença entre vazões (%)nos meses estudados
Figura 3.5 – Diferenças percentuais de vazões na sala de controle e nos drenos
De acordo com a Figura 3.5 ficou claro que, as diferenças entre as vazões de campo e medidas
na sala de controle tiveram uma variação de até 78,4% no mês de março de 2005. No início da
monitoração do biogás de campo em julho de 2004, esta diferença era de 24,2% e chegou a
12,8%, em agosto de 2005, evidenciando o conserto do equipamento.
Em virtude deste problema, não foi possível identificar uma correlação satisfatória entre
algumas variáveis largamente estudadas como, pluviosidade acumulada de 3, 7 e 15 dias, a
depressão estática média (sucção no dreno), fator tempo, em relação à vazão específica de
metano obtida dos drenos de cobertura e internos instalados no maciço. Apesar disto a
influência de algumas destas variáveis pôde ser notada, sendo discutida adiante.
Outra dificuldade encontrada foi ao se obter a vazão de biogás de cada dreno individual por
mês, devido a mudanças na nomenclatura dos drenos de gás entre os meses, o que dificultava
o entendimento de qual dreno pertencia a cada célula, exigindo bastante tempo para fazer o
reconhecimento destes drenos em campo e também entender porque alguns drenos apareciam
em um mês e em outros eles não eram localizados. Perceber estes detalhes também levou
algum tempo: Seria erro do relatório? Seriam problemas no equipamento? O dreno estava
mesmo desligado, ou era alguma outra situação desconhecida? Seria esta a discrepância entre
os dados? Por estas razões, foi necessário além de calcular a vazão total de biogás, calcular a
123
quantidade de drenos que estavam em serviço durante o mês, obter a vazão total mensal e
calcular a vazão média nos drenos.
Cálculo Detalhado das Vazões de Campo
Para a obtenção das vazões de metano e biogás fornecidas pela Célula 5 e Macro Célula 1
separadamente, foi necessário primeiramente identificar quais drenos estavam em
funcionamento mês a mês em cada Célula, para em seguida calcular as vazões totais nos
drenos. De posse destes resultados foi calculada a vazão específica de cada dreno, dividindo-
se a vazão total pela quantidade de drenos da célula. Após este resultado foram realizados os
mesmos cálculos separando-se os drenos em internos e de cobertura, no sentido de
identificar qual vazão estaria influenciando mais a vazão total da célula.
3.2.2 Cálculo das Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo
O conhecimento do valor das emissões fugitivas é muito importante e foi utilizado para
estimar a produção total de metano no aterro. Para se obter o va lor das emissões fugitivas, foi
necessário analisar a planta baixa do aterro para se calcular as áreas descobertas na Célula 5 e
Macro Célula 1, em cada etapa, por serem estas áreas as que mais influenciam nos possíveis
valores de emissões fugitivas e obter no campo a produção captada de CH4 do Aterro
Metropolitano Centro (AMC).
Para o calculo da área descoberta da Célula 5, foi considerada uma área total para esta célula
de 56.347,83m2 e área coberta de 17.161,86m2. Subtraindo-se estes valores encontrou-se um
valor para área descoberta de 39.185,97m2 a partir de março 2005. Em seguida ficou
estabelecido que da área descoberta encontrada, a partir de março de 2005, ainda seria
descontada uma área circular de 20m de raio em torno de cada dreno interno obtendo-se como
valor a ser utilizado para os cálculos 16.566,49m2 da área descoberta efetiva.
Este corte extra na área descoberta considerada é justificado pelo aumento da sucção ou
depressão estática, que gerou um aumento de oxigênio atmosférico no maciço de lixo,
aumentando a vazão de biogás e diminuindo o valor das emissões fugitivas nas áreas
próximas aos drenos internos. Por esta razão, foi retirada da área total descoberta a área
124
circular de 20m de raio, próximo destes drenos para que se pudessem estimar as emissões
fugitivas.
Para o cálculo das emissões fugitivas nas áreas descobertas adotou-se como valor de vazão,
60% da vazão específica medida na área coberta (m3/h.m2). Isto se deu porque nas áreas
cobertas há uma força de sucção que facilita a saída do gás do interior do maciço, e nas áreas
descobertas só existe a pressão atmosférica. Deste modo, espera-se que na área descoberta a
taxa de emissão fugitiva por m2 seja menor que na área coberta.
Para o estudo das emissões fugitivas foi calculada inicialmente a vazão específica da área
coberta (m3/h.m2) de cada célula, dividindo-se a vazão total captada dos drenos de cobertura
pela área coberta, ou seja, foi encontrada a vazão total dos drenos de cobertura por metro
quadrado de área coberta, que ao ser multiplicado pela área descoberta e pelo valor de 0,6
(60%), forneceu o valor das emissões fugitivas naquele momento.
A partir do cálculo das emissões fugitivas pôde-se obter a razão da emissão fugitiva estimada
pela vazão total captada, importante dado para o cálculo da taxa de emissão de metano no
aterro. Foram utilizados para esta finalidade os valores encontrados dos meses de julho de
2004 a agosto de 2005.
3.2.3 Cálculo da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro
Para a estimativa da taxa de geração de metano no aterro foi importante saber qual era a
contribuição percentual de cada Célula na vazão total de metano. Para isto foram separados
os drenos pertencentes a Macro Célula 1 e a Célula 5, calculada a vazão total de metano e
identificadas as contribuições percentuais do total de vazão de metano em cada célula.
A partir de março de 2005 ao serem analisados os valores das vazões totais da Célula 5,
observou-se que estes valores estavam muito elevados e até mesmo, aumentando com o
tempo, o que levou a procura das razões para tal fato. Após algumas hipóteses serem
levantadas, uma foi identificada como mais provável, que era a influência que alguns drenos
internos da Célula 5 poderiam estar recebendo da Célula 6, uma vez que estava havendo
depósito de lixo novo nesta Célula desde junho de 2004. No início esta contribuição era
125
imperceptível ou nula, porque o lixo era depositado na cava da Célula 6 e não havia ligação
com a Célula 5, mas com o passar do tempo, a partir de março de 2005, o lixo foi se
acumulando e juntando-se a Célula 5. Portanto, com o aumento da quantidade de lixo
depositado na Célula 6 e avanço do processo de degradação, por volta desse mês, houve um
considerável aumento de vazão na Célula 5, que deveria está diminuindo com o passar do
tempo e não aumentando. Por esta razão e para efeito de cálculo, os drenos que pertenciam a
Célula 5 localizados próximos da Célula 6, foram desconsiderados a partir de março de 2005,
alterando-se o valor das vazões totais da Célula 5 e parte de seus valores percentuais de
contribuição na vazão total de metano sendo também creditada a Célula 6. A Figura 3.6,
ilustra a demarcação que foi considerada para o cálculo da nova vazão da Célula 5.
Figura 3.6 – Planta baixa do aterro utilizada para o cálculo da nova vazão da Célula 5
Célula 5
Macro Célula 1
Célula 6
126
Para o cálculo da Vazão Total de Metano no Aterro Metropolitano Centro, foi necessário
fazer uma média ponderada tomando-se como fatores a vazão total medida na sala de
controle, o percentual correspondente à vazão total de cada célula medido no campo e a razão
da emissão fugitiva pela emissão captada também no campo. Na central de gás forneceram a
Vazão Total Estimada para o Aterro.
3.2.4 Método Proposto para Obtenção dos Parâmetros Lo e k no Campo
Para calcular Lo e k de campo, foi necessário se conhecer também a quantidade de resíduo
que estava sendo depositada no aterro (Macro Célula 1 e Célula 5) ao longo do tempo.
São apresentados em apêndice os valores de resíduos dispostos mês a mês, por local de
disposição, desde outubro de 1997 até agosto de 2005. A Tabela 3.1 apresenta os valores
totais de disposição de lixo em cada Célula para o mesmo período.
Tabela 3.1 – Totais Gerais de disposição de lixo desde 1997 até agosto 2005
SUBTOTAL Célula 1 Célula 5 Célula 6 Total de deposição
4.103.542,35 846.181,94 697.026,92 5.646.751,10
A disposição dos resíduos no Aterro Metropolitano Centro passou por diversas fases. No
início da operação deste Aterro, o Aterro Controlado de Canabrava pertencente a LIMPURB,
ainda não havia encerrado definitivamente suas atividades, portanto recebia uma parte dos
resíduos orgânicos de Salvador, o que resultou numa quantidade menor de resíduos dispostos
no Aterro Metropolitano Centro, especificamente na Macro Célula 1 (outubro de 1997 a
dezembro de 1998). À medida que se encerravam as atividades em Canabrava, todos os
resíduos passaram a ser depositados na Macro Célula 1 do Aterro Metropolitano,
estabelecendo-se uma quantidade maior de deposição anual, a partir de janeiro de 1999. Após
alguns anos de disposição de resíduos, a capacidade da Macro Célula 1 se esgotou,
encerrando as suas atividades, em abril de 2003, dando início a construção da Célula 5, a
partir de maio de 2003, que passou a receber todo o lixo da cidade até abril de 2004. Como a
Célula 5 ainda tinha capacidade para receber os resíduos, esta entrou novamente em atividade
no mês seguinte, maio de 2004, transformando-se na segunda etapa de estudo desta Célula.
127
Teve início em seguida, a célula 6, em junho de 2004. Com o passar do tempo e adensamento
do maciço de lixo na Macro Célula 1 a partir de setembro de 2004, esta voltou a receber ainda
por um tempo, os resíduos, transformando-se na terceira etapa da Macro Célula 1, que ao se
esgotar, foi fechada definitivamente.
Para encontrar os valores de Lo e k de campo, a equação 2.2, utilizada para encontrar a taxa
de geração anual de metano em um aterro (Q), foi parcialmente modificada, para se ajustar
ao modelo de cálculo concebido neste trabalho. Desta forma, a produção total da célula é
decorrente do somatório de diversos pequenos aterros formando um único aterro, conforme
mostra a equação 3.15, para um aterro dividido em 5 sub-aterros.
Lo= Q
R1 (e-kc1-e-k t 1) + R2 (e-kc2-e-k t 2) + R3 (e-kc3-e-k t 3) + R4 (e-k c 4-e-k t 4) + R5 (e-k c 5-e-k t 5)
(3.15)
Devido às diferenças observadas entre os valores do somatório das vazões individuais dos
drenos e os valores medidos na central de captação do biogás, conforme ilustrado na Tabela
4.15, os valores de produção de gás (metano) da Célula 5 e Macro Célula 1, foram
modificados multiplicando-se o valor medido na sala de controle pelo percentual de
contribuição de cada Célula. Ao valor obtido acresceu-se o percentual estimado de emissão
fugitiva (ver Tabelas 4.13 e 4.14), chegando-se a taxa de produção de metano da Célula
correspondente às diversas campanhas de leitura.
Conforme se pode observar na equação 3.15 a taxa de geração de metano em um determinado
instante será função das variáveis k e Lo. Assim, para cada valor de k ter-se-á um valor de Lo
que conduzirá a mesma taxa medida. Para efeito de cálculo, foram utilizados para valores de k
aqueles próximos ao encontrado no laboratório e estimados os valores do Lo correspondentes.
Para o cálculo de Lo e k em campo, foram utilizados os valores correspondentes aos meses de
julho de 2004 e agosto de 2005.
128
4 RESULTADOS E ANÁLISES DO MONITORAMENTO DO BIOGÁS NO LABORATÓRIO E NO CAMPO
Este capítulo tem como principal objetivo mostrar os resultados e análises realizadas no
laboratório e no campo a partir do monitoramento dos resíduos sólidos urbanos e o biogás
gerado a partir destes resíduos.
4.1 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE LABORATÓRIO
Neste item são mostrados os resultados alcançados pelo laboratório a partir da aplicação das
fórmulas citadas no capítulo de Materiais e Métodos item 3.1.4 - Método Proposto para
Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de dados de Laboratório.
4.1.1 Valores da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo
A Tabela 4.1 apresenta uma comparação entre a composição gravimétrica em termos de base
seca e base úmida para as amostras de resíduo novo com diferentes idades. Como podem ser
observados, para alguns componentes, os resultados em base seca se diferem bastante dos
obtidos em base úmida. Isso demonstra que um cuidado especial deve ser tomado quando se
compara valores de composição de resíduos de diferentes locais, visto que entre os autores
ainda não há consenso quanto a utilização de dados em termos de base seca ou úmida.
Acredita-se que os resultados em termos de base seca são os mais interessantes, pois os teores
de umidade para os resíduos são bastante variáveis e isso acaba afetando a composição e
consequentemente análises que dependam dela.
Observa-se da Tabela 4.1 que a ocorrência de pedra na amostra RN03/05 foi praticamente a
mesma da obtida na amostra RN01/04, confirmando uma atipicidade na ocorrência de pedra
da amostra RN06/03. Notou-se, também uma variação significativa na ocorrência de alguns
componentes nos diferentes períodos de amostragem, como por exemplo, na fração
papel/papelão, metal, vidro e madeira.
129
Tabela 4.1 – Comparação da composição física do resíduo novo coletado em épocas diferentes em termos de base seca e base úmida
Porcentagem de ocorrência (%)
RN 06/03
RN 01/04
RN 01/04
RN 09/04
RN 09/04
RN 03/05
RN 03/05
RN 09/05
RN 09/05
Compo-nentes
B. seca B. seca B. úmida
B. seca B. úmida
B. seca B. úmida
B. seca B. úmida
Madeira 10,13 1,51 1,09 1,89 1,82 7,75 5,99 4,68 1,5 Pedra / cerâmica 22,97 6,01 3,38 14,41 9,43 6,03 3,61 16,39 9,8
Têxteis 2,65 4,28 4,72 2,25 2,51 4,03 4,83 1,59 2,34 Borracha 0,24 0,04 0,03 0,42 0,26 0,76 0,47 1,17 0,66
Plástico 14,13 25,51 21,4 24,22 22,08 27,17 26,14 23,16 20,79
Vidro 6,11 3,6 1,83 2,93 1,63 1,15 0,63 4,75 2,64
Metal 6,45 3,58 2,1 2,35 1,43 2,84 1,88 1,85 0,4
Papel / papelão 11,4 19,78 19,08 15,12 20,31 22,23 21,69 8,42 12,92
Fração pastosa 25,92 35,68 46,38 36,41 40,53 28,04 34,77 37,99 48,95
A Tabela 4.2 apresenta a composição média, em base seca, para o resíduo da cidade de
Salvador obtida a partir dos dados apresentados na Tabela 4.1. Para efeito de visualização, na
Figura 4.1, a composição média do resíduo novo é apresentada conjuntamente com dados de
composições física para os resíduos com idades de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento do
aterro em estudo.
Na Figura 4.1 pode-se observar que o percentual médio de fração pastosa para o resíduo novo
é significativamente menor quando comparado com aqueles obtidos de resíduos já dispostos
no aterro. Para os resíduos aterrados, à medida que o tempo passa, materiais como papéis/
papelão, madeira e solo de cobertura vão sendo incorporados na fração pastosa em virtude da
dificuldade de separação e decomposição dos componentes, aumentando de forma
considerável a porcentagem da fração pastosa do resíduo após algum tempo de aterrado. No
130
resíduo novo (coletado da carreta), tem-se uma separação bem apropriada de cada uma destas
frações e, além disso, o resíduo não entra em contato com solo de cobertura. Esses fatores
afetam de forma considerável a contabilização da pasta e matéria orgânica presente na pasta.
A contabilização total da matéria orgânica dos resíduos de diferentes idades (incluindo a
matéria orgânica de componentes como madeira, papel, etc.) será apresentada e discutida no
item determinação da matéria orgânica biodegradável do RSU.
Tabela 4.2 - Composição média, em base seca, obtida para o resíduo novo coletado na frente de lançamento do Aterro Metropolitano Centro.
Componentes Percentagem média Base seca
(%) Madeira 5,19
Pedra / cerâmica 13,16
Têxteis/ Borracha 3,01
Plástico 22,84
Vidro 3,71
Metal 3,41
Papel / papelão 15,39
Fração pastosa 32,81
131
PlásticoF.Pastosa
Têxtil/ Borr.Papel
VidroMadeira Metal
Pedra/cer
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
6 meses 1 ano 4 anos Novo (média)
Per
cent
agem
Figura 4.1 - Comparação da composição física média, em base seca, dos resíduos novos com resíduos de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento.
4.1.2 Valores do Teor de Umidade
A Tabela 4.3, mostra os valores médio e individual de umidade, em base seca, de cada
componente presente na amostra estudada. Nesta Tabela também está apresentado, a título de
comparação, os teores de umidade obtidos para cada componente das amostras de resíduo
novo (RN) coletadas em janeiro e setembro de 2004 (RN01/04 e RN09/04) e em março e
setembro de 2005 (RN03/05 e RN09/05), bem como a umidade média de cada componente.
Cabe ressaltar que nesta Tabela não contém os dados da amostra RN06/03 visto que a
umidade de cada componente começou a ser determinada somente a partir da segunda coleta.
É importante ressaltar que o teor de umidade do RSU depende da composição inicial do
material, das condições climáticas locais, do processo de operação dos aterros, da taxa de
132
decomposição bio lógica, da capacidade e funcionamento dos sistemas de coleta de líquidos
percolados e do sistema de liner de recobrimento. Num aterro sanitário, o teor de umidade
pode variar significativamente entre um ponto e outro, tornando-se relevante a obtenção do
perfil de umidade com a profundidade, o qual pode ser obtido através de sonda de nêutrons ou
secagem de amostras representativas em estufa. Os resíduos estudados mostraram resultados
de umidade dentro da faixa de grandeza apresentados na literatura nacional (CARVALHO
1999; JUCÁ e outros 1997) e internacional (GABR e VALERO 1995; LANDVA e CLARK
1990; COUMOULOS e outros. 1995), citados por (MACHADO, 2005).
Tabela 4.3 – Teor de umidade de cada componente para o resíduo novo coletado em março e setembro de 2005 e janeiro e setembro de 2004 em termos de base seca.
Componentes
RSU novo (RN09/05)
RSU novo (RN03/05)
RSU novo (RN09/04)
RSU novo (RN01/04)
Média
Madeira 61.63 41,5 73,8 44,4 55,3
Pedra / cerâmica 10.66 9,4 17,8 13,0 12,7
Têxteis 123.62 119,3 100,6 121,6 116,3
Borracha 2.5 11,8 13,8 62,5 22,7 Plástico 45,22 72,6 59,6 67,5 61,2
Vidro 0.15 1,0 0,2 2,5 0,9
Metal 8.48 21,1 9,7 17,7 14,2
Papel / papelão 163.53 78,8 143 94,3 119,9
Fração pastosa 133.71 127.3 112,0 162,2 133,8
Observa-se desta Tabela uma grande variabilidade no teor de umidade de cada componente.
No que se refere à amostra RN09/05 tem-se os componentes vidro, borracha, metal e pedra
cerâmica como aqueles que apresentaram menores valores de teor de umidade, por
apresentarem capacidade de absorção de água pequena, enquanto que papel/papelão, fração
pastosa e os têxteis apresentaram teor de umidade acima de 100%, em virtude da sua maior
capacidade de retenção.
Comparando os teores de umidade para as quatro amostras de resíduo novo coletadas em
épocas diferentes, observa-se significativa variação nos resultados obtidos. Vale ressaltar que
133
o teor de umidade da fração pastosa nas amostras RN09/05, RN03/05 e RN09/04 (coletadas
em períodos de baixa pluviosidade) apresentou uma redução significativa em comparação
com o obtido para a amostra RN01/04 (coletada no período de alta pluviosidade). O teor de
umidade da fração plástico praticamente não sofreu modificações nos diferentes períodos de
amostragem. No entanto, o teor de umidade obtido para madeira, papel/papelão nos resíduos
coletados em setembro de 2004 (RN09/04) e 2005 (RN09/05) sofreu aumento significativo
quando comparado com as outras duas amostragens.
Foi obtida também a umidade global do resíduo através da relação entre a massa total de água
e a massa total seca. Cabe salientar que o valor de umidade pode também ser expresso em
base úmida, assim sendo w(BU) = Mw / Mt, ou ainda w(BU) = w/(1+w).
A Figura 4.2 apresenta o teor umidade, em base seca, para as cinco amostras de resíduo novo
coletadas em épocas diferentes. Como se pode observar, as amostras apresentaram teores de
umidade variáveis, sendo que a terceira, quarta e quinta amostras (RN09/04, RN03/05 e
RN09/05), coletadas no inicio do mês de setembro de 2004, no início do mês de março de
2005 e no mês de setembro de 2005 em períodos de baixa pluviosidade na cidade,
apresentaram teores de umidade, em base seca, bastante parecidos (84,11% e 83,03% e
83,82% respectivamente). Percebe-se que as amostras coletadas em períodos de alta
pluviosidade (RN06/03 e RN 01/04) apresentaram teores de umidade um pouco maiores que
as amostras coletadas em períodos de baixa pluviosidade (91,2% e 101,1% respectivamente).
Cabe ressaltar ainda que janeiro de 2004 foi um período atípico na cidade, com grande
ocorrência de chuva.
134
06/2003 01/2004 09/2004 03/200509/2005
010
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
RN06/03
RN01/04RN09/04
RN03/05
RN09/05
Resíduo/ data da coleta
Teo
r de
um
idad
e (%
)
Figura 4.2 – Comparação do teor de umidade, em base seca, para o resíduo novo coletado em épocas diferentes.
Os dados obtidos sugerem uma influência das condições climáticas (períodos chuvosos /
secos) no teor de umidade global. Como a umidade global tem grande importância nas
estimativas de geração de gás, sendo imprescindível sua determinação, para efeito de
melhorar o entendimento da influência da precipitação na umidade do resíduo que chega ao
aterro, sugere que novas amostragens sejam feitas, principalmente no período de maior
ocorrência de chuva.
É importante ressaltar que o teor de umidade com que o RSU chega ao aterro depende da
composição inicial do material e das condições climáticas locais e, após a sua disposição esse
teor de umidade passará a depender, também, do processo de operação dos aterros, da taxa de
decomposição biológica, da capacidade e funcionamento dos sistemas de coleta de líquidos
percolados e do sistema de liner de recobrimento, etc.
Segundo Knochenmu e outros, (1998, apud MACHADO e outros, 2005), o teor de umidade
do RSU é basicamente o resultado de altas porcentagens de lixo orgânico (resíduos
alimentares, de jardim e poda). Os componentes inorgânicos, tais como os produtos plásticos,
135
geralmente, têm um teor de umidade abaixo de 10%. Assim, o teor de umidade tende a
aumentar com o aumento do conteúdo orgânico do material. Esse comportamento foi também
observado por Landva e Clark (1990) para resíduos do Canadá. Nas amostras estudadas
obtiveram-se para a fração plástica teores de umidade elevados (cerca de 60% em média),
portanto, bem superior às indicações de Knochenmus e outros. (1998).
A Tabela 4.4 apresenta os resultados dos teores de umidade global média para as amostras de
resíduo novo, após 6 meses de aterrado, após um ano e após 4 anos de aterramento.
Tabela 4.4 – Teores de umidade global médio obtida em percentual para os resíduos estudados
Lixo Novo Resultados Média
RSU após 6 meses de aterrado
RSU após 1 ano de
aterrado
RSU após 4 anos de aterrado
Teor de umidade Base seca 88,6 62,7 176,1 91,2
Teor de umidade Base úmida
46,9 38,5 63,8 47,4
4.1.3 Valores dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU A Tabela 4.5 apresenta os resultados de sólidos totais voláteis e teor de matéria orgânica
obtidos para a fração pastosa das amostras de resíduo novo. A Tabela 4.6 apresenta os
mesmos resultados obtidos para as amostras com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento. A
Figura 4.3 sumariza os resultados obtidos para todas as amostras do resíduo novo. Quando se
compara resíduos novos com resíduos com idades diferentes, pode-se observar que o STV
apresentou uma redução do percentual com o tempo de aterramento, o mesmo acontecendo
com a matéria orgânica na fração pastosa.
136
Tabela 4.5 – Teores de sólidos totais voláteis para o resíduo novo
Resíduos novos em diferentes amostragens
Resultados RN06/03 RN01/04 RN09/04 RN03/05 RN09/05
% de Fração pastosa 25,9 35,7 36,41 28,04 37.99 STV (%) 41,3 65,54 47.43 63,37 56.70 Desvio Padrão 8,27 9,08 4,92 4,02 12.62
Coef. de variação 9,00 13,86 10,37 6,35 22.26 Matéria orgânica da fração pastosa com relação ao total (base seca)
10,7 23,4 17,27 17.77 21,54
Tabela 4.6 - Teores de sólidos totais voláteis para os resíduos com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterrado
Resultados RSU após 6
meses de aterrado
RSU após 1 ano de
aterrado
RSU após 4 anos de aterrado
% de Fração pastosa 54,6 46,2 50,2
STV (%) 17,97 28,7 19,76
Desvio Padrão 1,05 3,97 2,23
Coef. De variação 0,09 13,8 0,09
Matéria orgânica da fração pastosa com relação ao total (base seca)
9,8 13,3 9,92
137
Figura 4.3 – Resultados de STV, e percentual de matéria orgânica presente na fração pastosa para as amostras de resíduo novo coletado
Os teores de lignina na fração pastosa obtidos são da ordem de 12% nas amostras de resíduo
novo. As amostras de resíduo com 6 meses, 1 ano e 4 anos de idade não tiveram os teores de
lignina determinados em função da metodologia de ensaio só ser implementada mais
recentemente no laboratório de Geotecnia Ambiental.
4.1.4 – Resultados de Lo e k de Laboratório
Os resultados alcançados pelo laboratório são mostrados conforme Tabela 4.7, a partir da
aplicação das fórmulas citadas no capítulo 3 (Métodos para obtenção dos parâmetros Lo e k) e
dos resultados dos parâmetros citados acima. Esta Tabela apresenta um sumário dos
resultados obtidos a partir das atividades realizadas para a caracterização do resíduo novo e do
resíduo disposto no aterro, com diferentes idades.
Conforme se pode observar na Tabela 4.7, foi adotado como valor de umidade para o resíduo
disposto o valor de 80%, próximo dos valores obtidos para o resíduo novo, período de baixa
pluviosidade. Isto foi feito de modo a se eliminar a influência da infiltração das águas pluviais
nos resultados, já que toda a análise é realizada com base no peso seco do material (a água
STV (%) % Fração Pastosa M.O da fração pastosa
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70RN09/05RN03/05
RN09/04RN01/04RN06/03
Per
cent
agem
138
pluvial que infiltra no aterro através das camadas de cobertura, ao mesmo tempo em que
reduz a MTBD pelo fator 1+w, aumenta a massa total aterrada pelo mesmo fator). Vale
ressaltar que não se está tratando aqui da influência da umidade na velocidade de
decomposição.
Tabela 4.7 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 2.1 e cálculo de Lo experimental
Porcentagem de ocorrência (%)
Componentes RSU novo (coletas 1 a 4)
RSU após 6 meses de
aterrado
RSU após 1 ano de aterrado
RSU após 4 anos de aterrado
Madeira 10,13 1,51 1,89 7,75 5,2 8,15 5,60
Pedra/ Cerâmica 22,97 6,01 14,41 6,03 7,36 16,45 13,40 Têxteis 2,65 4,28 2,25 4,03 5,37 2,03 2,50 Borracha 0,24 0,04 0,42 0,76 0,36 0 0,20 Plástico 14,13 25,51 24,22 27,17 19,46 8,68 13,80 Vidro 6,11 3,6 2,93 1,15 2,89 5,23 4,10 Metal 6,45 3,58 2,35 2,84 2,49 9,06 5,00 Papel/ palelão 11,4 19,78 15,12 22,23 2,24 4,22 5,20 Fração pastosa 25,92 35,68 36,41 28,04 54,63 46,18 50,20 STV Fração pastosa 0,41 0,66 0,47 0,6337 0,18 0,29 0,19 Teor de lignina 11,00 10,00 12,00 10,00 6,00 3,00 13,00
Bftotal (%) 15,24 26,22 18,76 26,02 10,13 14,59 9,35
w (%) 92,07 101,09 84,11 83,03 80,00 80,00 80,00 MTBD (kg/ton) 79,35 130,41 101,89 142,14 56,30 81,08 51,97 PGG (m3 biogás/ton RSU) 71,41 117,37 91,7 127,93 50,67 72,97 46,77 Lo (m3 CH4/Mg RSU) 42,85 70,42 55,02 76,76 30,40 43,78 28,06
Para o cálculo de Lo e k de laboratório inicialmente foi calculado o valor médio do Lo das
amostras de lixo novo. Este valor médio obtido para as amostras de lixo novo, foi utilizado
em conjunto com os resultados obtidos para as amostras com diferentes idades, para a
obtenção do parâmetro k pelo método dos mínimos quadrados. Neste caso, a equação 4.1 foi
utilizada, forçando-se a obtenção de um coeficiente linear nulo.
139
kttL
tLLn
o
o −== )0(
)( (4.1)
São apresentados em apêndice, o procedimento utilizado para o cálculo de Lo de laboratório,
das amostras de lixo novo e amostras com idades diferentes.
A Figura 4.4 apresenta os resultados obtidos com o ajuste realizado. Foram encontrados
valores de Lo= 67,4 m3/ton e de k= 0,22.
Figura 4.4 - Cálculo do Lo em função do tempo para a equação 2.1
Conforme se pode observar na Figura 4.4, há um razoável ajuste nos dados experimentais.
Deve-se ressaltar neste caso o valor para a amostra com 6 meses de idade, que se distanciou
bastante da tendência exibida para as outras amostras.
Como se verá no próximo item, os resultados de Lo de laboratório se apresentaram
ligeiramente inferiores aos valores obtidos em campo, de modo que se propõe uma
modificação à equação proposta por Tchobanoglous e outros. (1993), para a previsão da
0 1 2 3 420
40
60
80Lo (experimental)Lo (previsto)
Idade (anos)
Lo
140
fração biodegradável dos voláteis da pasta do RSU, já apresentado anteriormente na equação
3.14. A Tabela 4.8 apresenta os valores de Lo obtidos neste caso, e a Figura 4.5 ilustra os
resultados encontrados do ajuste da equação 4.1. Este novo cálculo resultou na obtenção de
Lo=89,12m3/ton e k=0,21.
Tabela 4.8 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 3.14 e cálculo de Lo experimental
Porcentagem de ocorrência (%)
Componentes
RSU novo (coletas 1 a 4)
RSU após 6
meses de aterrado
RSU após 1 ano de
aterrado
RSU após 4 anos de aterrado
Madeira 10,13 1,51 1,89 7,75 5,20 8,15 5,60 Pedra/Cerâmica 22,97 6,01 14,41 6,03 7,36 16,45 13,40 Têxteis 2,65 4,28 2,25 4,03 5,37 2,03 2,50 Borracha 0,24 0,04 0,42 0,76 0,36 0,00 0,20 Plástico 14,13 25,51 24,22 27,17 19,46 8,68 13,80 Vidro 6,11 3,60 2,93 1,15 2,89 5,23 4,10 Metal 6,45 3,58 2,35 2,84 2,49 9,06 5,00 Papel/palelão 11,40 19,78 15,12 22,23 2,24 4,22 5,20 Fração pastosa 25,92 35,68 36,41 28,04 54,63 46,18 50,20 STV Fração pastosa 0,41 0,66 0,47 0,634 0,18 0,29 0,19 Teor de lignina 11,00 10,00 12,00 10,00 6,00 3,00 13,00 Bftotal (%) 20,97 34,34 24,87 34,64 13,91 19,16 13,14 w (%) 92,07 101,09 84,11 83,03 80,00 80,00 80,00 MTBD (kg/ton) 109,19 170,75 135,08 189,25 77,29 106,44 73,02 PGG (m3 biogás/ton RSU) 98,27 153,68 121,57 170,33 69,56 95,8 65,72 Lo (m3 CH4/Mg RSU) 58,96 92,21 72,94 102,2 41,74 57,48 39,43
141
Figura 4.5 – Cálculo Lo em função do tempo para a equação 3.15
4.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE CAMPO
Neste item são apresentados resultados do programa de monitoramento da produção de biogás
no Aterro Metropolitano Centro de Salvador, analisados no período de julho de 2004 a agosto
de 2005 de forma que se pudessem estimar valores de Lo e k de campo, e compará- los com
os valores obtidos em laboratório conforme metodologia apresentada no item anterior.
4.2.1 Valores Considerados e Análises das Vazões de Biogás de Campo
Ao serem analisadas as vazões de biogás de campo, foram encontrados valores para a vazão
total nos drenos, vazão específica total e vazão dos drenos internos e de cobertura da Célula
5 e Macro Célula 1, conforme mostram as Tabelas 4.9 e 4.10.
0 1 2 3 420
40
60
80
100Lo (experimental)Lo (previsto)
Idade (anos)
Lo
142
Tabela 4.9 - Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Célula 5
Total Geral Cobertura Drenos Internos
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Pres. est.
média
m3/h un m3/h dreno m3/h un
m3/h dreno m3/h un
m3/h dreno
mm Hg
Jul 868,4 16 54,2 - - - -1 Ago 847,2 16 52,9 - - - 0 Nov 884,6 23 38,4 - - - -0,36 Mar 1038,4 17 61 104,5 3 34,8 933,9 14 66,7 -8,84 Abr 1313,6 27 48,6 300,7 7 42,9 1013 20 50,6 -7,76 Mai 1112,9 26 42,8 221,7 7 31,6 891,2 19 46,9 -5,64 Jun 1110,6 22 50,4 258,8 8 32,3 851,8 14 60,8 -8,11 Ago 1334,2 30 44,4 237,3 7 33,9 1097 23 47,6 -9,55
De acordo com a Tabela 4.9 ficou claro que com a instalação da cobertura na Célula 5 a partir
de Março de 2005, houve um aumento da vazão total na Célula, pela conseqüente diminuição
das emissões fugitivas, comum nas áreas descobertas. Conforme também pode ser observado,
a implantação da cobertura em parte da Célula 5 coincidiu com o aumento do valor da
depressão média aplicado nos drenos. Este fato pode explicar melhor o aumento na produção
dos drenos internos que passaram também a captar uma parcela do biogás que iria se tornar
emissão fugitiva, aumentando a sua vazão total.
Conforme se verá adiante, o incremento na depressão média das células foi responsável
também pelo aumento de O2 no biogás captado, fazendo com que parte da área descoberta
passasse a ser desconsiderada no cálculo da emissão fugitiva, já que o incremento de O2 no
biogás indica a entrada de ar atmosférico no maciço, em um movimento contrário ao
observado no caso de emissão de metano.
143
Tabela 4.10 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Macro Célula 1
Total Geral Cobertura Drenos Internos
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Vazão total
N drenos
Vazão esp.
Pres. est.
média
m3/h un m3/h dreno m3/h un
m3/h dreno m3/h un
m3/h dreno
mm Hg
Jul 1586,3 62 25,5 374,7 10 37,4 1211,6 52 23,3 -8
Ago 1006 33 30,4 219,4 7 31,3 786,6 26 30,3 -14
Nov 1161,1 57 20,3 125,8 7 17,9 1035,3 50 20,7 -4,75
Mar 1195,7 54 22,1 131,8 9 14,6 1063,9 45 23,6 -22,9
Abr 1485 68 21,8 187,1 13 14,3 1297,9 55 23,6 -26,2
Mai 1337,2 67 19,9 93,6 13 7,2 1243,5 54 23 -21,1
Jun 1438,7 68 21,1 162 13 12,4 1276,7 55 23,2 -31,7
Ago 2149,5 74 29 183,4 10 18,3 1966,1 64 30,7 -30,5 Na Macro Célula 1 a maior parte da superfície já estava coberta no período do estudo, de
modo que, nada se pôde concluir acerca do efeito desta no aumento de vazão dos drenos
internos e de cobertura a partir da mesma data verificada para a Célula 5. Com relação à
depressão estática, como esta já era grande desde o início dos trabalhos, também não foi
possível afirmar se houve influência desta variável nos drenos de cobertura e nos drenos
internos. No entanto, se observou que a depressão estática a partir de março de 2005 se elevou
também na Macro Célula 1, e por esta razão, apesar de bem discreto, houve um aumento na
vazão dos drenos internos e nos drenos de cobertura, como demonstra a Tabela 4.10.
Com referência as possíveis correlações entre os valores apresentados nas Tabelas e as
variáveis citadas anteriormente, algumas hipóteses foram elaboradas, como por exemplo:
• Em relação à pluviosidade, quanto maior a pluviosidade maior seria a
vazão nos drenos internos pela diminuição da permeabilidade do solo
de cobertura ao ar, já que, quanto mais saturado o solo ter-se-á menos
espaços vazios para saída de gás, portanto menos emissões fugitivas,
aumentando a vazão de biogás capturada pelos drenos. O aumento na
144
vazão dos drenos de cobertura se daria pelo aumento da pressão interna
do maciço e não pela influência direta da chuva;
• Quanto à degradabilidade da matéria orgânica no tempo a expectativa
era que, lixos mais velhos que já estivessem num processo avançado
degradação, teriam menor vazão de gás e lixos mais novos teriam
maior vazão de gás. Para verificar esta hipótese, foram calculadas as
vazões específicas da Macro Célula 1 e da Célula 5, levando-se em
consideração a vazão total de cada Célula e a quantidade de lixo
depositada até a data das medidas, conforme mostra a Tabela 4.11.
Como a Célula 5 é mais jovem do que a Macro Célula 1 (a abertura da
Célula 5 se deu em maio de 2003 e a da Macro Célula 1 em outubro de
97), era de se esperar que a vazão da Célula 5 fosse maior que a vazão
específica da Macro Célula 1, o que foi comprovado, conforme
apresentado na Tabela 4.11.
A rápida redução na vazão específica de metano com o tempo aponta para a obtenção de altos
valores para a constante cinética k, da equação 2.10, o que é confirmado mais adiante neste
trabalho.
Tabela 4.11 Vazão específica Célula 5 e Macro Célula 1 em m3/ano ton
Vazão esp. Vazão esp.
m3/ano ton m3/ano ton Data Célula 5 Macro Célula 1
26/07/2004 8,9 3,6
17/08/2004 8,7 2,3
17/11/2004 9,1 2,5
9/03/2005 10,7 2,5
29/04/2005 13,5 3,1
25/05/2005 11,5 2,8
11/06/2005 11,4 3,0
30/08/2005 13,8 4,5
145
Análise da influência da depressão estática na porcentagem de O2 do biogás
Foi também estudada a porcentagem média de O2 no biogás coletado nas Células 5 e Macro
Célula 1. Este parâmetro foi calculado para que se pudesse estabelecer uma correlação entre a
depressão estática e o aumento na percentagem de O2 no maciço.
Observa-se, conforme apresentado na Tabela 4.12 e Figura 4.6, que há uma elevação no
percentual de O2 devido ao aumento da depressão estática. A explicação é simples: como
ainda havia uma boa parte de área descoberta nas Célula 5 e mesmo na Macro Célula 1,
portanto área exposta à pressão atmosférica, quando houve um aumento de depressão estática
(sucção) nos drenos internos esta força de sucção forçou a entrada do ar atmosférico no
maciço no sentido contrário ao normalmente observado em campo (fuga de gás para a
atmosfera), diminuindo assim os valores de emissões fugitivas e aumentando com isto, a
vazão nos drenos internos.
Analisando a Tabela 4.12 e a Figura 4.6, observa-se que o percentual O2 cresceu até certo
ponto com o aumento da pressão estática e depois não mais sofreu a sua influência de forma
significativa.
Este parâmetro é importante porque ao se estudar a ve locidade de degradação do lixo, pode-
se levar em consideração além do tempo de disposição dos resíduos a entrada de ar nas
células, que também poderá influenciar nesta velocidade, além de facilitar a ocorrência de
decomposição aeróbica.
146
Tabela 4.12 – Análise da influência da depressão estática na % O2
Depres. est. média mm Hg Perc. O2 média %
0,3 3,0 1,0 2,5 4,7 5,8 8,0 4,1 5,6 5,0 8,1 6,0 8,8 6,3 7,7 5,2 14,0 5,6 21,0 8,1 22,8 7,4 26,2 8,7 31,7 7,2
0
3
6
9
12
0 10 20 30 40
Depres. est. média (mm Hg)
Perce
ntag
em m
édia de O
2
Perc. O2 média %
Figura 4.6 - Percentual de O2 em função da pressão estática média
147
4.2.2 Valores de Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo
As Tabelas 4.13 e 4.14 mostram os valores estimados para as emissões fugitivas e a vazão
total estimada em m3/h, além do cálculo da razão da emissão fugitiva estimada pela vazão
total captada de metano, da Célula 5 e Macro Célula 1, respectivamente.
Tabela 4.13 – Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada (m3 /h) da Célula 5
Área coberta
Vazão esp. cobert.
Área descoberta*
Emissão est.
Vazão total est.
Razão emiss./cap Data
m2 m3/h m2 m2 m3/h m3/h %
26/07/2004 56347,8 436,2 1304,7 50,2
17/08/2004 56347,8 436,2 1283,5 51,4 17/11/2004 56347,8 436,2 1320,9 49,3
9/03/2005 17161,9 0,00609 16566,5 60,5 1098,9 5,8
29/04/2005 17161,9 0,01752 16566,5 174,1 1487,8 13,2 25/05/2005 17161,9 0,01292 16566,5 128,4 1241,3 11,5
11/06/2005 17161,9 0,01508 16566,5 149,9 1260,5 13,5
30/08/2005 17161,9 0,01383 16566,5 137,4 1471,6 10,3 Ao se avaliar a Tabela 4.13, calculada conforme relatado anteriormente, seus resultados
revelaram que a Célula 5, após receber a cobertura no mês de março de 2005, teve o seu valor
de emissão fugitiva decrescente, com a razão de emissão/captação caindo de cerca de 50%
para algo em torno de 12%.
148
Tabela 4.14 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Macro Célula 1
Área coberta
Vazão esp. cobert.
Área descoberta
Emissão est.
Vazão total est.
Razão emiss./cap
Data m2 m3/h m2 m2 m3/h m3/h %
26/07/2004 88063 0,00425 65218 166 1752,8 10,5
1708/2004 88063 0,00249 65218 97,5 1103,5 9,6
17/11/2004 88063 0,00143 65218 55,9 1217 4,8
9/03/2005 88063 0,0015 65218 58,6 1254,3 4,9
29/04/2005 139661 0,00134 13620 10,9 1495,9 0,7
25/05/2005 139661 0,00067 13620 5,4 1342,6 0,4
11/06/2005 139661 0,00116 13620 9,4 1448,2 0,6
30/08/2005 139661 0,00131 13620 10,7 2160,2 0,5
A mesma análise foi feita para a Tabela 4.14, referente à Macro Célula 1, que apresentava
área coberta desde o início do estudo. Os resultados também apresentam valores de emissão
fugitiva decrescente com o tempo, praticamente se anulando a partir de abril de 2005.
Ao se comparar as Tabela 4.13 e 4.14, conclui-se que a vazão específica da área coberta da
Célula 5 é maior que a da Macro Célula 1, por ter sido coberta mais recentemente que a da
Macro Célula 1, produzindo para o mesmo período um valor de vazão maior. Isto reflete a
forte influência do fator tempo nos resultados de campo.
4.2.3 Valores da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro
A Tabela 4.15 mostra os resultados da comparação das vazões totais obtidas na Macro Célula
1 e Célula 5 e da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro.
149
Tabela 4.15 – Comparação global de vazões – Vazão total do aterro e emissão fugitiva
Célula 5 Macro Célula 1 Célula 6
Data Vazão
% do
total Vazão total
% do
total Vazão total
% do
total (m3/h) (%) (m3/h) (%) (m3/h) (%)
Vazão total
drenos (m3/h)
Vazão total
central (m3/h)
Vazão total
AMC est.
(m3/h)
Emissão fugitiva
do AMC (m3/h)
26/07/ 2004 868,4 35,3 1586,2 64,6 2455 3050 3799 749 17/08/2004 847,2 45,7 1006,0 54,3 1853 3150 4057 907 17/11/2004 884,6 43,2 1161,0 56,8 2046 2757 3420 663 9/03/2005 1038,4 42,1 1195,7 48,5 230,2 9,3 2464 4396 4632 236
29/04/2005 1313,6 40,8 1484,9 46,1 420,8 13,0 3219 4770 5127 357 25/05/2005 1112,9 38,9 1337,1 46,8 407 14,2 2857 4780 5083 303 11/06/2005 1110,6 41,3 1438,7 53,5 138,6 5,1 2688 4653 4961 308 30/08/2005 1.334,2 32,4 2.149,50 52,3 628,6 15,2 4112 4637 4877 240
4.2.4 Valores de Lo e k de Campo
A partir dos resultados da proporção de emissão de metano e a razão das emissões fugitivas
pela vazão total na Célula 5 e Macro Célula 1, foram calculados os valores de produção de
gás (metano) em cada uma destas células, como são mostrados na Tabela 4.16
150
Tabela 4.16 – Valores previstos de produção de metano para a Célula 5 e Macro Célula 1 Data Célula 5 Macro Célula 1
Julho 2004 1618,64 2177,85
Agosto 2004 2181,73 1876,19
Novembro 2004 2208,01 2036,00
Março 2005 1960,47 2236,53
Abril 2005 2204,22 2215,24
Maio 2005 2076,66 2246,21
Junho 2005 2182,17 2505,78
Agosto 2005 1654,67 2435,87
Conforme já relatado (ver Tabela 4.15) chegou-se a uma proporção de emissão de metano na
Célula 5 em julho de 2004 de 35,38% e em Agosto de 2005 de 32,44%. Para a Macro
Célula 1, nestas datas os valores obtidos foram respectivamente de 64,62% e 52,27%. A
razão das emissões fugitivas pela vazão total neste período, apresentou valores para a Célula 5
de aproximadamente 50% e 10%, para as duas datas de leitura (ver Tabela 4.13) e para a
Macro Célula 1, de aproximadamente 10% e 0,5%, respectivamente (ver Tabela 4.14). A
vazão total de metano medido na central, apresentou valores de 3050 m3 /h em julho de 2004 e
de 4637 m3/h em Agosto de 2005, conforme foram mostrados nas Tabelas 4.13, 4.14 e 4.15
De acordo com a Tabela 4.16, em julho de 2004 a Macro Célula 1 apresentava taxa estimada
de geração de metano, Q, de CH4 m3/h = 2177,86 em julho de 2004 e de CH4 m3/h = 2435,88
em Agosto de 2005 e a Célula 5, apresentava taxa estimada de geração de me tano, Q, de CH4
m3/h = 1618,64 m3 /h e de CH4 m3/h = 1654,67 m3 /h respectivamente.
As Tabelas 4.17 e 4.18 mostram a quantidade total de resíduos depositados em cada célula e
as quantidades de deposição para os diversos sub-aterros, utilizadas para o cálculo de Lo, a
partir da equação 3.15. A Macro Célula 1 ficou dividida em dois sub-aterros em 2004 e em
três sub-aterros em 2005, e a Célula 5 ficou dividida em dois sub-aterros para os dois anos
estudados.
151
Vale ressaltar que para o cálculo do 1º sub-aterro da Macro Célula 1, foi retirado o valor de
disposição de resíduo do mês de dezembro de 1998, por encontrar-se distante dos demais
valores. Este valor que foi retirado, foi acrescentado posteriormente ao segundo sub-aterro. As
Tabelas de disposição dos resíduos ano a ano a partir da abertura do aterro encontra-se no
Apêndice.
Tabela 4.17 – Quantidade de resíduos depositados na Macro Célula 1
Data Valor Total 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro 3º Sub-aterro
Julho 2004 3.785.426,70, 159.770,21 3.625.656,49 -
Agosto 2005 4.103.542,35 159.770,21 3.625.656,49 318.115,65
Tabela 4.18 – Quantidade de resíduos depositados na Célula 5
Data Valor Total 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro
Julho 2004 846.181,00 749.936,00 96.245,00.
Agosto 2005 846.181,00 749.936,00 96.245,00.
As Tabelas 4.19 e 4.20 mostram as datas de início e finalização de cada um dos sub-aterros,
tomando-se como base de cálculo os meses de julho de 2004 e agosto de 2005, como já
mencionado anteriormente. Estes valores servirão para encontrar os parâmetros t e c
respectivamente, utilizados na equação 3.15.
Tabela 4.19- Datas de início e finalização dos sub-aterros da Célula 5
1ºSub-Aterro 2º Sub-Aterro
Data Início Data Finalização Data Início Data Finalização
1/05/2003 1/05/2004 1/05/2004 1/06/2004
152
Tabela 4.20 - Datas de início e finalização dos sub-aterros da Macro Célula 1
1º Sub-Aterro 2º Sub-Aterro 3º Sub-Aterro
Data Início Data Finalização
Data Início Data Finalização
Data Início Data Finalização
01/09/997 1/12/1998 1/12/1998 1/05/2003 1/09/2004 1/12/2005
Como já mencionado, em 2004 a Macro Célula 1 somente apresentou dois sub-aterros,
portanto a data de ínicio e finalização do 3º sub-aterro será utilizada apenas para o ano de
2005.
As Tabelas 4.21 e 4.22 mostram a taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano),
denominado de parâmetro R. Este parâmetro foi calculado dividindo-se a quantidade de
resíduo em tonelada disposta em cada sub-aterro, pela subtração da data de finalização da data
de início da disposição, multiplicando-se o total por 365 dias, que também será utilizado na
equação 3.15.
Tabela 4.21 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Célula 5
Data 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro
Julho 2004 747.886,99 575.892,21 Agosto 2005 747.886,99 575.892,21
Tabela 4.22 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Macro Célula 1
Data 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro 3º Sub-aterro
Julho 2004 127.750,00 820.945,79
Agosto 2005 127.886,24 820.945,79 758.903,35
153
As Tabelas 4.23 a 4.26 sumarizam os resultados empregados para a Célula 5 e Macro Célula 1
para a previsão de valores de Lo e k de campo. A Tabela 4.26 foi obtida conforme explicitado
no capítulo de materiais e métodos
Tabela 4.23 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em agosto de 2005
Parâmetros Data 30/08/2005
RSU total (tons) 4.103.542,35 RSU 1a etapa 159.770,21
RSU 2a etapa 3.625.656,49 RSU 3a etapa 318.115,65
Data de início (etapa 1) 1/9/1997 Data de início (etapa 2) 1/12/1998
Data de início (etapa 3) 1/9/2004 Data de finalização (1) 1/12/1998
Data de finalização (2) 1/5/2003 Data de finalização (3) 1/2/2005
R1 médio (ton/ano) 127.886,24 R2 médio (ton/ano) 820.945,79
R3 médio (ton/ano) 758.903,35 T1 (anos) 8
C1 (anos) 6,75
T2 (anos) 6,75 C2 (anos) 2,33
T3 (anos) 0,99 C3 (anos) 0,57
Q CH4m3/h (medido) 2423,75 Q % (emissões) 0,5
Q CH4m3/h 2435,87
154
Tabela 4.24 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em Julho de 2004
Data
Parâmetros 26/7/2004 RSU total (tons) 3.785.426,70
RSU 1a etapa 159.770,21 RSU 2a etapa 3.625.656,49 Data de início (etapa 1) 1/9/1997 Data de início (etapa 2) 1/12/1998 Data de finalização (1) 1/12/1998 Data de finalização (2) 1/5/2003 R1 médio (ton/ano) 127.750,00 R2 médio (ton/ano) 820.945,79 T1 (anos) 6,9 C1 (anos) 5,65 T2 (anos) 5,65 C2 (anos) 1,23
Q CH4m3/h (medido) 1970,91 Q % (emissões) 10,5
Q CH4m3/h 2177,85
155
Tabela 4.25 – Análise dos dados de campo (Célula 5)
Parâmetro Data 26/07/04 Data 30/07/05
RSU total (tons) 846.181,00 846.181,00 RSU 1a etapa 749.936,00 749.936,00 RSU 2a etapa 96.245,00 96.245,00 Data de início (etapa 1) 1/05/2003 1/5/2003 Data de finalização (1) 1/05/2004 1/05/2004 Data de início (etapa 2) 1/04/2004 1/04/2004 Data de finalização (2) 1/06/2004 1/06/2004 R1 médio (ton/ano) 747.886,99 747.886,99 R2 médio (ton/ano) 575.892,21 575.892,21 T1 (anos) 1,23 2,33 C1 (anos) 0,23 1,33 T2 (anos) 0,31 1,41 C2 (anos) 0,15 1,24
Q CH4m3/h 1079,09 1504,24 Q % (estimado de emissões) 50 10
Q CH4m3/h 1618,63 1654,66
156
Tabela 2.26 – Análise de dados de Lo e k
Lo
k Macro1 (08/2005)
Macro1 (07/04)
Célula5 (07/2004)
Célula5 (08/2005) LAB
0,05 128,88 120,19 346,67 374,36 0,06 112,01 103,69 290,85 317,54 0,07 100,10 91,99 250,98 277,03 0,08 91,29 83,29 221,09 246,73 0,09 84,56 76,6 197,85 223,22 0,10 79,28 71,32 179,26 204,48 0,11 75,06 67,06 164,06 189,20 0,12 71,63 63,57 151,39 176,52 0,13 68,82 60,66 140,68 165,84 0,14 66,49 58,23 131,51 156,73 0,15 64,55 56,17 123,56 148,88 0,16 62,92 54,42 116,61 142,06 0,17 61,56 52,91 110,48 136,07 0,18 60,42 51,62 105,04 130,79 0,19 59,47 50,51 100,17 126,11 0,2 58,67 49,55 95,79 121,92 0,21 58,02 48,72 91,83 118,17 89,10 0,22 57,48 48,01 88,24 114,80 67,41 0,23 57,05 47,39 84,96 111,75 0,24 56,71 46,86 81,95 108,99 0,25 56,46 46,41 79,19 106,48 0,26 56,28 46,04 76,65 104,19 0,27 56,16 45,72 74,29 102,10 0,28 56,11 45,46 72,11 100,19 0,29 56,11 45,25 70,07 98,44 0,30 56,15 45,10 68,18 96,83
Conforme já mencionado no capítulo de materiais e métodos, existe uma infinidade de
combinações de Lo e k que conduzem a um mesmo valor de Q previsto pelas equações 2.10 e
3.15, para cada célula e data de leitura.
Desta forma, os dados de campo foram analisados conforme a equação 3.15, dividindo-se o
aterro em etapas, cada uma com seus próprios valores de t, c, e R, adotando-se valores de k
para o resíduo e calculando-se o valor de Lo correspondente. A Figura 4.7 ilustra as 4 curvas
157
de Lo x k obtidas para as situações analisadas. Na Figura 4.8, os valores de Lo e k de
laboratório são acrescentados.
0
100
200
300
400
0 0,1 0,2 0,3 0,4k (1/ano)
Lo m
3 CH4/M
g RSU
Macro 1(08/2005)Macro 1(07/04)
Celula 5(07/2004)
Célula 5(08/2005)
Figura 4.7 – Análise dos dados de Lo e k de campo
Conforme se pode observar na Figura 4.8, há uma boa concordância entre os valores de
campo e laboratório, principalmente quando a equação 3.14 é utilizada.
0
100
200
300
400
0 0,1 0,2 0,3 0,4k (1/ano)
Lo m
3 CH4/M
g RSU
Macro 1(08/2005)Macro 1(07/04)Celula 5(07/2004)Célula 5(08/2005)Lab
Figura 4.8 – Análise dos dados de Lo e k de campo x laboratório
158
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Foram abordados neste trabalho alguns aspectos concernentes aos processos de biodegradação
anaeróbia dos Resíduos Sólidos Urbanos e sua conseqüente produção de biogás e metano. Na
sua parte introdutória o trabalho trata tanto de aspectos mais gerais envolvendo o tema, como
a sua gestão integrada, os paradigmas levantados pela produção mais limpa e os gases de
efeito estufa, quanto de questões mais específicas, como sobre a modelagem do processo de
bio-decomposição, suas principais variáveis influentes, suas principais fases, etc. É feita uma
discussão sobre as possíveis formas de aproveitamento do biogás produzido nos aterros
sanitários, destacando-se o estágio inicial das pesquisas sobre o tema no Brasil e as
discrepâncias acerca dos valores sugeridos na literatura para o seu poder calorífico.
Apresentam-se alguns valores típicos de potencial de geração de metano, Lo e da constante
cinética do processo, k, utilizados no Brasil e no exterior.
Na parte experimental o estudo foi desenvolvido a partir de ensaios de laboratório e de
campo, visando a obtenção de valores de Lo e k, representativos do Aterro Metropolitano
Centro de Salvador.
As análises de laboratório realizadas tomaram como base a execução de ensaios para a
caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) do Aterro e a identificação da sua fração
biodegradável. As amostras coletadas na frente de lançamento foram utilizadas para o cálculo
do Lo (potencial de geração de metano) e as amostras coletadas com diferentes idades foram
empregadas para a determinação da constante cinética, k.
Em relação aos trabalhos de campo, foram feitas várias análises empregando-se os dados de
vazão dos drenos internos e de cobertura da Macro Célula 1 e Célula 5 e nos , e os dados de
vazão obtidos na sala de controle do aterro, sendo estas prejudicadas, em certa medida, por
problemas encontrados no equipamento de medida de campo. Por esta razão, não foi possível
estabelecer correlações satisfatórias entre as variáveis abaixo, que foram elencadas para o
programa de monitoramento do aterro, e a vazão total medida no campo, no período de
estudo.
159
• Pluviosidade 3, 7 e 15 dias
• Depressão Estática Média
• Fator Tempo de disposição do lixo.
• Cobertura do Aterro
Apesar de não se ter conseguido elaborar, de maneira satisfatória, correlações entre estas
variáveis e a vazão de metano, seja nos drenos internos ou de cobertura, ?ficou claro que com a
instalação da cobertura na Célula 5, a partir de Março de 2005, houve um aumento da vazão
total na Célula, pela conseqüente diminuição das emissões fugitivas, comum nas áreas
descobertas. Conforme também pôde ser observado, a implantação da cobertura em parte da
Célula 5 coincidiu com o aumento do valor da depressão média aplicado nos drenos. Este fato
foi utilizado para explicar melhor o aumento na produção dos drenos internos, que passaram
também a captar uma parcela do biogás que iria se tornar emissão fugitiva, aumentando a sua
vazão total.
Na Macro Célula 1 a maior parte da superfície já estava coberta no período do estudo, de
modo que, nada se pôde concluir acerca do efeito desta no aumento de vazão dos drenos
internos e de cobertura a partir da mesma data verificada para a Célula 5. Com relação à
depressão estática, como esta já era grande desde o início dos trabalhos, também não foi
possível afirmar se houve influência desta variável nos drenos de cobertura e nos drenos
internos. No entanto, se observou que a depressão estática a partir de março de 2005 se elevou
também na Macro Célula 1, e por esta razão, apesar de bem discreto, houve um aumento na
vazão dos drenos internos e nos drenos de cobertura.
O incremento na depressão média das células foi responsável também pelo aumento de O2 no
biogás captado, fazendo com que parte da área descoberta passasse a ser desconsiderada no
cálculo da emissão fugitiva, já que o incremento de O2 no biogás indica a entrada de ar
atmosférico no maciço, em um movimento contrário ao observado no caso de emissão de
metano. Também foi observado que o crescimento na percentagem de O2, em relação ao
aumento da depressão estática, foi mais pronunciado até o valor de cerca de 20 mm de Hg,
parmanescendo praticamente constante a partir de então.
160
Quanto à influência do tempo na velocidade do processo de degradação, ficou constatado que
a vazão específica da Célula 5, preenchida com resíduos mais recentes, foi mais que o dobro
da vazão específica da Macro Célula 1 (a abertura da Célula 5 se deu em maio de 2003 e a da
Macro Célula 1 em outubro de 97). Isto aponta na obtenção de elevados valores de k, com
tempos de meia vida curtos para o resíduo, nas condições climáticas existentes no local de
aterramento da cidade de Salvador.
Outro ponto importante a ser comentado é a cerca das emissões atmosféricas. Seus resultados
revelaram que a Célula 5, após receber a cobertura no mês de março de 2005, teve o seu valor
de emissão fugitiva decrescente, com a razão de emissão/captação caindo de cerca de 50%
para algo em torno de 12%. A mesma análise foi feita para a Macro Célula 1, que apresentava
área coberta desde o início do estudo. Os resultados também apresentam valores de emissão
fugitiva decrescente com o tempo, praticamente se anulando a partir de abril de 2005.
A estimativa da taxa de geração de metano no aterro foi necessária para que se pudesse
encontrar os valores de Lo e k. Para isto, houve a necessidade de se identificar qual era a
contribuição percentual de cada Célula na vazão total de metano, a partir da separação dos
drenos pertencentes a Macro Célula 1 e a Célula 5 e conhecer a razão emissão
fugitiva/captação de gás também de cada célula.
A partir dos valores calculados de taxa de geração de metano no aterro para os meses de julho
de 2004 e agosto de 2005, foram encontradas curvas de geração de gás e os parâmetros de Lo
e k., os quais foram comparados aos valores de Lo e k encontrados no laboratório de
Geotecnia Ambiental da UFBA e os valores destes parâmetros citados na literatura técnica.
A conclusão a que se chegou é que houve uma concordância entre os resultados de campo e
de laboratório para estes parâmetros quando estes valores são confrontados com os dados
normalmente apresentados na literatura técnica, contudo, percebe-se ser o valor de Lo
encontrado neste trabalho (de cerca de 89 m3 CH4/ton RSU) bem abaixo do sugerido na
literatura para países em desenvolvimento, normalmente de 180 m3 CH4/ton RSU a 240 m3
CH4/ton RSU. O valor de k obtido (em torno de 0,21 ano-1), por sua vez, se apresentou mais
elevado que os valores normalmente empregados. Sugere-se neste caso que a pesquisa
realizada seja estendida por um prazo maior, para que se possa validar os resultados
encontrados nesta dissertação.
161
REFERENCIAS
3R’S – Reduzir, Reusar e Reciclar. Artigo Técnico. 20p. Disponível em: www.reciclar.com.br/ . Acesso em: 20 jan. 2003. AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, Brasília, 1996. 558p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR. Resíduos sólidos: classificação, NBR 10004, NBR 10006, NBR 10007. Rio de Janeiro, 1987. 48p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR. Resíduos sólidos: classificação, NBR 10004, NBR 10006, NBR 10007. Rio de Janeiro, 2004. 48p. ATSDR. Chapter 2: Landfill Gas Basics. Disponível em: www.atsdr.cdc.gov/HAC/landfill/html/ch2.html. Acesso em: 18 Jul. 2005. ATSDR. Chapter 3: Landfill Gas Safety and Health Issues. Disponível em: www.atsdr.cdc.gov/HAC/landfill/html/ch3.html. Acesso em: 19 Jul. 2005. ATSDR. Chapter 4: Monitoring of Landfill Gas. Disponível em: www.atsdr.cdc.gov/HAC/landfill/html/ch4.html. Acesso em: 18 Jul. 2005. ATSDR. Chapter 5: Landfill Gas Control Measures. Disponível em: www.atsdr.cdc.gov/HAC/landfill/html/ch5.html. Acesso: 18 Jul. 2005. AZEVEDO, G.O.D. de. Por Menos Lixo: A minimização dos resíduos sólidos urbanos na cidade do Salvador/Bahia. 2004. 148p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana) - Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador. BIRGEMER, H.G.; CRUTZEN, P.J. The production of methane from solid wastes. Journal of Geophysical Research, 92 (D2), 1987 . 7p. BORBA, M. O uso de resíduos sólidos municipais para produzir energia. In: UNIVERSALIZAÇÃO do acesso, uso racional e fontes alternativas para o futuro. Salvador: Fundação Luís Eduardo Magalhães, 2002. Cadernos da Fundação Luís Eduardo Magalhães. BRITO FILHO, L. F. de. Estudo de Gases em Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos. 2005. 218 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. CALDERONI, S. Os Bilhões Perdidos no Lixo. 2. ed. São Paulo: Ed. Humanitas FFLCH/Universidade de São Paulo, 1998. 343p. CARVALHO, M. F. Comportamento Geotécnico de Resíduos Sólidos Urbanos. 1999. Tese (Doutorado) Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, São Carlos. CEMPRE-INFORMA Compromisso Empresarial para Reciclagem. Reciclagem & Negócios PET. 1999. p 24-30.
162
CGTEE - Companhia de Geração Térmica e Energia Elétrica. Tratamento de resíduos com desenvolvimento sustentável, Eletrobrás e Prefeitura de Porto Alegre Disponível em: www.cgtee.gov.br/content/conheca_a_cgtee/a_empresa.php Acesso em: 2004. COELHO, S. T. Geração de Energia a partir do Biogás Gerado por Resíduos Urbanos e Rurais. Nota Técnica VII - Secretária Executiva. CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa, Florianópolis-SC 2001. CONSÓRCIO BIOGÁS. São Paulo ganha a 1ª usina termoelétrica de biogás do Brasil. São Paulo / Unibanco. Disponível em: www.portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/sec/comunicacao_e_informacao/ . Acesso em: jan. 2004. COUMOULOS, D. G.; KORYALOS, T. P.; METAXAS, I. L. ; GIOKA, D. A. Geotechnical Investigation at the Main Landfill of Athens. Proceedings Sardinia 95, Fifth International Landfill Symposium, S. Margherita di Pula, Cagliari, Italy, oct. 1995, 10 p. DONHA, M. S. Conhecimento e Participação da Comunidade no Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos: O Caso de Marechal Cândido Rondon-PR. Dissertação (Mestrado) - Florianópolis, 2002. 130p. D’ALMEIDA, M.L.O. ; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: IPT/CEMPRE. 2000. 370 p. ENSINAS, A. V. Estudo da Geração de Biogás no Aterro Sanitário Delta em Campinas – SP. 2003. 145p. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP. Campinas. FURTADO, J.S. Gestão com responsabilidade Sócia Ambiental: Ferramentas e Tecnologias Sócio Ambientais. Disponível em: www.teclim.ufba.br/jsfurtado Acesso em: fev. 2003. GABR, M. A.; VALERO, S. N. Geotechnical Properties of Municipal Solid Waste. Geotechnical Testing Journal, GTJODJ, v.18, n.2, p.241-251. June 1995. GOMES, L.P. Estudo da caracterização física e da biodegradabilidade dos resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários. 1989. 166p. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos.
HENRIQUES, R., OLIVEIRA, L., ; PEREIRA, A. Coleta Seletiva, Reciclagem e Conservação de Energia. In: IX CBE, vol. 3. Rio de Janeiro, maio 2004. 461 p. INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM. .Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, 2001. 204p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE . Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB. Rio de Janeiro, Brasil, 2000.
163
INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA-IPT. Manual de Gerenciamento Integrado. Rio de Janeiro, 1996. 370p. IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change, Guidelines for Greenhouse Gas inventory: reference Manual, revised - Chapter 6 - Waste, 1996. IPT/ CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Disposição Final do Lixo. In: LIXO Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. 2.ed. São Paulo, 1996. p.75-124. JORNAL DO PLÁSTICO. A importância da Reciclagem para o Meio Ambiente. 5p. Disponível em: www.jorplast.com.br/ . Acesso em: 03 mar 1998. JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO. Aproveitamentos do Biogás de Aterros Sanitários. 3p. Disponível em:: www.estado.com.br/editorias/. Acesso em: jun. 2004 JUCÁ, J. F. T.; CABRAL, J. J. P. S; MONTEIRO, V. E. D; SANTOS, S. M.; PERRIER Jr., G. S. Geotechnics of a Municipal Solid Waste Landfill in Recife, Brazil. Recent Developments in Soil and Pavement Mechanics, Almeida (ed.), Balkema, Rotterdam, 1997, p.429 – 436. ISBN9054108851. KIPERSTOK, A. Manual de Tecnologias Limpas do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais nos Processos Produtivos. 2001. 70p KLOCK U. Lignina da Madeira. Artigo Técnico - Engenharia Industrial Madeireira da Universidade Federal do Paraná, 2004. 10p.
KNOCHENMUS, G.; WOJNAROWICZ, M.; VAN IMPE. Stability of Municipal Solid Wastes. In: PROC. OF THE THIRD INTERNATIONAL CONGRESS ON ENVIRONMENTAL GEOTECHNICS, Lisboa, Portugal, Sêco e Pinto (ed.), Balkema, Rotterdam, 1998, p. 977-1000. ISBN 90 5809 006x. LAQUIDARA, M. J., LEUSCHNER, A. P.; WISE, D. L. Procedure for Determining Potencial Gás Quantities in na Existing Sanitary Landfill, In: Wat. Sci. Technology, 18 (12), p. 151-162. 1986. LANDVA, A. O.; CLARK, J. I. Geotechnics of Waste Fill. Geotechnics of Waste Fills - Theory and Practice, ASTM STP 1070, Arvid Landva, G. David Knowles, editors, American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 1990, p.86-103. LIMPURB. Projeto Saneamento Ambiental do Lixão de Canabrava. Salvador-Bahia 1997, 20p LIMPURB. Gestão de Resíduos Sólidos : Portaria 054/01. Salvador-Bahia, 2001 4p. LIMPURB. Manual de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos. Salvador-Bahia, 1999. 70p LIMPURB. Relatório da Comissão de Caracterização do Lixo em Salvador. Salvador-Bahia, 1999. 15p
164
MACHADO, S. L.; LEAL, L. R. B.; MACHADO, M. F. C. Relatório final de Atividades do Convênio de Cooperação Técnica UFBA/BATTRE. Salvador, ago. 2005. MOTTA, S.R ; SAYAGO, D. E. Proposta de instrumentos Econômicos Ambientais para a Redução do Lixo Urbano e Reaproveitamento de Sucatas no Brasil. Rio de Janeiro, IPEA, 1998. OLIVEIRA, L.B. Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos e Abatimento de Gases do Efeito Estufa.Rio de Janeiro: PPE/COPPE/UFRJ, set. 2000. OONK, J.; BOOM, A. LFG formation, recovery and emissions. In:, DUTCH National Research Programme on Global Airpollution and Climate Change, Apeldoorn, the Netherlands. 1995. Report TNO/IMET 410-100-036. OONK, J.; BOOM, A. Landfill gas formation, recovery and emissions. In: NOVEM Programme Energy Generation from Waste and Biomass (EWAB), Apeldoorn, Netherlands. 1995. Report TNO R 95-203. PROJETO BIOGÁS. O Biogás. Disponível em: www.net11.com.br/eecc/biogas . Acesso em: 23 mar. 2004 PROSAB - Programa de Saneamento Básico. Resíduos Sólidos. Ministério da Ciência e Tecnologia. Disponível em: www.finep.gov.br/programas/prosab.asp. Acesso em: jun. 2004. PROTOCOLO DE KYOTO. Relatório, Decisões do Protocolo de Kyoto em vigor – MDL.[s.l.]: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS, 2001. 300p. RELATÓRIO AMBIENTAL. Geração de Energia no Aterro de Adrianópolis e Lixão de Marambaia-RJ, 2003. Disponível em: http://www.ens.ufsc.br/labs/Livro%20Prosab/cap03.doc. Acesso em: jul. 2004 RESOLUÇÃO CONAMA 358/05. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde . Ministério do Meio Ambiente, 2005.
RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA 306/04 ANVISA. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde . Ministério da Saúde, 2004. SILVA, G. Compostagem: quando o Lixo vira Adubo. In: Revista Partes, 2004.3p. Artigo Técnico.
TAUK, S. M. Biodegradação de Resíduos Orgânicos no Solo. In: Revista Brasileira de Geociência, Capítulo 3 - Resíduos, p. 299-301. Mar 1990. TCHOBANOGLOUS, G.; THEISEN, H.; VINIL, S. Integrated Solid Waste Management. Engineering principles and management issues. Irwin MacGraw -Hill. 1993. 978p.
165
UNICEF - Fórum Nacional Lixo & Cidadania 1999. 5p. Disponível em: www.unicef.org/brazil/ Acesso em: 10 out. 1999. USEPA - United State Environmental Protection Agency - A guide for methane mitigation projects, Gas-to - Energy at Landfills and Open Dumpings. Air and Radiation (6202) Editors: Mark Orlic and Tom Kerr. Draft version 2, nov. 1996. USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENT PROTECTION AGENGY Adapting boilers to utilize landfill gas: Feasible and cost-effetive. Office of Air and Radiation. Jan. 2001. EPA 430-F-01-006. USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENT PROTECTION AGENGY Powering microturbines with landfill gas. Mar. 2002. EPA430—02-012 DRAFT USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENGY About LMOP. Disponível em: http://www.epa.gov/lmop/about.htm. Acesso em: 21 nov. 2002 . WILSON, D. C. Direções no Gerenciamento de Resíduos: Passado, Presente e Futuro. In: ISWA. Livro Anual da ISWA 1999/2000. p 31-36.
166
APÊNDICE A - Método de calculo de Lo de laboratório
O processo inicial para se encontrar o Lo de laboratório de uma amostra de resíduo, foi a sua
caracterização. Em seguida foi calculado o BF total dos resíduos biodegradáveis, equação 3.1,
tomando-se como parâmetros para o cálculo, o STV e e os percentuais de cada componente
biodegradável do lixo. Chegou-se a estes valores a partir do cálculo do BF de cada
componente, equação 2.1, levando-se em consideração o teor de lignina. Para tanto
considerou-se os têxteis e madeira com a mesma fração biodegradável e STV de jornais
(BF=0,22; STV=94%), apresentada na Tabela 2.6. Para o caso de papel/papelão foi
considerada a média dos valores obtidos na mesma Tabela para papel e papelão (BF=0,645;
STV=95,2%).
Foi calculado ainda, o teor de umidade destes resíduos para que junto com o BF total, se
pudesse calcular a Massa total biodegradável seca por tonelada de lixo, em Kg, o MTBD,
equação 3.2. A esta MTBD foi multiplicado o TGG, Taxa de geração de gás, em m3/kg,
encontrando-se o PGG, Potencial de geração de gás por tonelada de resíduo (m3 /ton), equação
3.3. Adotou-se um valor médio de TGG de 0,9 m3 de gás por kg de massa seca biodegradável
(os valores apresentados na literatura para a TGG variam entre 0,7 e 1,2 m3 biogás/kg de
matéria orgânica seca decomposta). A este valor de PGG, foi multiplicado um fator FMET . de
0,6, correspondente a fração de metano na produção de biogás esperada, equação 3.6. Este
valor encontrado, é o valor do Lo.
167
APÊNDICE B - Leituras de vazão de biogás e metano da Célula 5 e macro-Célula 1
São apresentados os valores das leituras em cada dreno da Célula 5 (Tabelas B-01 ate B-08) e
macro-Célula 1 (Tabelas B-09 ate B-16), bem como os valores obtidos das leituras efetuadas
na central de captação, que foram utilizados nas análises sobre os quais se discorre neste
trabalho, conforme Tabela B-18.
Para o cálculo do valor de metano em cada dreno, foi multiplicado o percentual de metano
lido no equipamento de medida pela vazão total de biogás e divido por cem.
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 CEL5CX04 16:11 26/07/2004 28,8 23,7 1,0 37,8 -2 5,1 33,0 173,0 49,82 CEL5CX05 16:15 26/07/2004 59,9 40,1 - - -1 6,6 33,0 204,0 122,23 CEL5CX06 15:04 26/07/2004 49,0 38,4 4,1 8,5 -2 0,5 33,0 41,0 20,14 CEL5CX07 16:23 26/07/2004 20,7 17,6 11,6 50,1 -6 2,9 33,0 97,0 20,15 CEL5DG02 14:55 26/07/2004 58,4 41,5 0,1 - -5 0 33,0 6,0 3,56 CEL5DG03 14:58 26/07/2004 59,5 40,5 - - -2 4 33,0 151,0 89,87 CEL5DG04 15:16 26/07/2004 43,4 35,1 4,5 17,0 -3 0,1 33,0 25,0 10,98 CEL5DG05 15:26 26/07/2004 60,1 39,9 - - 5 7,6 33,0 214,0 128,69 CEL5DG06 15:29 26/07/2004 61,0 39,0 - - 1 2,5 33,0 113,0 68,910 CEL5DG07 15:34 26/07/2004 59,7 40,3 - - 3 4,1 33,0 81,0 48,411 CEL5DG08 15:41 26/07/2004 59,4 40,5 0,1 - -3 1 33,0 81,0 48,112 CEL5DG09 15:49 26/07/2004 55,2 41,9 1,0 1,9 -2 1,8 33,0 101,0 55,813 CEL5DG10 15:53 26/07/2004 59,5 40,5 - - 5 8,4 33,0 229,0 136,314 CEL5DJ07 16:03 26/07/2004 4,1 5,1 18,7 72,1 -2 2,6 33,0 109,0 4,515 CEL5DJ08 15:56 26/07/2004 59,0 41,0 - - 0 0 33,0 6,0 3,516 CEL5DJ09 15:59 26/07/2004 47,2 38,7 3,0 11,1 -1 2,9 33,0 123,0 58,117 UFBAPZ02 15:11 26/07/2004 59,8 40,2 - - 6 6,6 33,0 0,0
868,5
Tabela B-01 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Jul / 2004
168
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 CEL5CX04 19:11 17/08/2004 37,8 29,6 5,7 26,9 -3 5,4 26,7 184 69,62 CEL5CX05 19:14 17/08/2004 55,9 42,1 0 2 -2 5,6 30 186 104,03 CEL5CX06 18:05 17/08/2004 27,6 20,7 10,4 41,3 -4 0 25,6 0 0,04 CEL5CX07 19:20 17/08/2004 35,2 28,5 6,4 29,9 -1 0,6 27,8 54 19,05 CEL5DG02 17:57 17/08/2004 56,5 42 0 1,5 -3 0,1 32,1 9 5,16 CEL5DG03 18:01 17/08/2004 55,6 42 0 2,4 0 6,1 31,4 192 106,87 CEL5DG04 18:13 17/08/2004 46,6 36,3 2,9 14,2 -3 0,8 35,5 66 30,88 CEL5DG05 18:21 17/08/2004 56,7 41,9 0 1,4 5 7,6 32,1 215 121,99 CEL5DG06 18:25 17/08/2004 56,8 40,8 0 2,4 13 6,8 28,9 206 117,010 CEL5DG07 18:34 17/08/2004 54,9 43,2 0 1,9 -2 0,1 30 6 3,311 CEL5DG09 18:46 17/08/2004 56,8 41,4 0 1,8 16 1,6 34,1 96 54,512 CEL5DG10 18:52 17/08/2004 57,2 40,5 0 2,3 0 4,6 35,5 164 93,813 CEL5DG12 19:01 17/08/2004 42,1 33,4 4,3 20,2 -2 2,4 28,9 118 49,714 CEL5DJ07 19:05 17/08/2004 8,2 8,1 17,3 66,4 -4 1,6 25 99 8,115 CEL5DJ08 18:57 17/08/2004 51,8 40,2 1,4 6,6 -3 0,5 33,4 47 24,316 CEL5DJ09 18:16 17/08/2004 54,4 41 0,2 4,4 -3 -0,1 33,4 0 0,017 CEL5DJ10 19:51 17/08/2004 0,2 0,3 20,8 78,7 -15 0,3 20 30 0,118 CEL5DJ11 20:00 17/08/2004 17,2 14,8 12,6 55,4 -3 9,3 35,5 229 39,419 CEL6AD03 18:29 17/08/2004 9,1 16,3 15,7 58,9 -3 -3 20,5 0 0,020 UFBAPZ02 18:08 17/08/2004 58,4 39,9 0 1,7 18 18,1 19,6 0,0
847,3
Tabela B-02 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Ago / 2004
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0005 15:39 17/11/2004 14,6 23,5 7,5 54,4 -1 0 38 3 0,42 ANEL0006 15:53 17/11/2004 23,3 19 11,1 46,6 -3 0,2 25,6 19 4,43 CEL5AD01 14:23 17/11/2004 26 21,2 10,1 42,7 0 3 29,5 134 34,84 CEL5AD02 14:26 17/11/2004 47,7 37,4 2,6 12,3 -1 2,6 32,8 121 57,75 CEL5CX08 15:02 17/11/2004 54,5 40,9 0,3 4,3 -1 1,1 28,9 81 44,16 CEL5DE02 15:30 17/11/2004 54,4 42,2 0,1 3,3 -1 0,3 34,1 37 20,17 CEL5DG01 14:30 17/11/2004 53,5 41,9 0,4 4,2 -1 0,1 38 49 26,28 CEL5DG02 14:33 17/11/2004 52,5 40,8 0,8 5,9 -2 0,3 36,3 25 13,19 CEL5DG03 14:38 17/11/2004 55,3 42 0,1 2,6 2 2,2 31,4 109 60,310 CEL5DG04 14:45 17/11/2004 42,9 33,9 3,8 19,4 -1 0,2 36,3 18 7,711 CEL5DG05 15:09 17/11/2004 55,5 41 0 3,5 4 4,4 34,1 163 90,512 CEL5DG06 15:13 17/11/2004 55,4 40,9 0,2 3,5 0 0,6 30,7 64 35,513 CEL5DG07 15:19 17/11/2004 54,4 42 0,1 3,5 -2 0,1 32,1 16 8,714 CEL5DG08 15:42 17/11/2004 54,3 42,2 0,2 3,3 -2 0,8 35,5 62 33,715 CEL5DG10 15:27 17/11/2004 54,5 42 0,2 3,3 2 5 37,2 171 93,216 CEL5DG11 15:22 17/11/2004 48,6 39,4 1,4 10,6 -2 -0,1 30,7 0 0,017 CEL5DG12 14:57 17/11/2004 22,7 22 7,1 48,2 0 0 29,5 0 0,018 CEL5DJ07 16:15 17/11/2004 24 20,1 10,5 45,4 -1 1,4 34,1 90 21,619 CEL5DJ08 16:12 17/11/2004 53,2 41,8 0,3 4,7 -1 1,1 35,5 75 39,920 CEL5DJ09 16:08 17/11/2004 50,9 39,7 1,3 8,1 0 2,1 32,8 108 55,021 CEL5DJ10 16:03 17/11/2004 53,5 41,2 0,5 4,8 -1 1 34,1 76 40,722 CEL5DJ11 15:58 17/11/2004 56,4 37,7 0,5 5,4 -1 2,1 34,1 112 63,223 CEL6DJ12 15:35 17/11/2004 15,9 15,2 12,8 56,1 -1 0,5 38 61 9,724 CJL5DG09 15:48 17/11/2004 43,5 35,2 3,2 18,1 0 2,6 34,1 119 51,825 UFBAPZ02 14:41 17/11/2004 55,7 41,8 0,1 2,4 5 1,2 27,3 130 72,4
884,7
Tabela B-03 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Nov / 2004
169
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN010 11:53 09/03/2005 29,1 23,3 8,9 38,7 -2 4,2 31,1 104 30,32 000AN011 12:03 09/03/2005 57,8 40,2 0,5 1,5 -4 8,9 30,2 156 90,23 000AN012 12:23 09/03/2005 50,6 36,8 1,6 11 -5 10 31,2 247 125,04 000AN013 14:13 09/03/2005 5,4 5,9 16,3 72,4 -9 0,6 31,1 25 1,45 000AN014 14:16 09/03/2005 40,8 30,2 4,4 24,6 -12 13,5 30,1 278 113,46 000DC018 11:50 09/03/2005 31,9 24,5 7,9 35,7 -2 3,3 30,1 51 16,37 000DC019 12:00 09/03/2005 33,1 25 8 33,9 -10 4,6 30,2 108 35,78 000DC020 12:13 09/03/2005 24,5 18,8 10,7 46 0 0,8 31,1 0 0,09 000DC022 12:17 09/03/2005 44,5 33,2 3,4 18,9 -12 3,6 29,9 118 52,510 000DE002 14:48 09/03/2005 55,7 40,8 0,7 2,8 -12 1,4 31 79 44,011 000DG057 11:46 09/03/2005 52,9 39,4 1,1 6,6 -23 2,1 31,1 25 13,212 000DG058 11:57 09/03/2005 56,9 39,5 0,7 2,9 17 6,9 30,2 203 115,513 000DG059 12:21 09/03/2005 25,4 21,4 8 45,2 -10 3 29,9 114 29,014 000DG060 14:19 09/03/2005 50,6 35 2,7 11,7 -8 15 31,2 289 146,215 000DG061 14:23 09/03/2005 49,5 35,1 2,7 12,7 -12 11 31,2 256 126,716 000DG062 14:31 09/03/2005 18,3 11,3 14,5 55,9 -24 1,2 31,2 6 0,517 000DG063 14:45 09/03/2005 31,3 23 8,9 36,8 -26 0,9 31,2 44 6,918 000DG065 14:52 09/03/2005 45,6 33,3 4 17,1 -5 13,1 31 201 91,719 000DJ009 15:18 09/03/2005 12,8 9,9 15,6 61,7 -9 -0,9 30,3 0 0,0
1.038,5
Tabela B-04 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Mar / 2005
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 14:34 29/04/2005 11,9 9,6 15,9 62,6 -2 1,6 31,1 95 11,32 000AN008 14:19 29/04/2005 50,7 37,3 1,9 10,1 -9 11,2 30 260 131,83 000AN009 14:17 29/04/2005 53,8 38,6 1,2 6,4 -4 1,3 30 87 46,84 000AN010 14:09 29/04/2005 49,3 36,6 2,9 11,2 -4 1,4 31,1 90 44,45 000AN011 14:02 29/04/2005 34,4 24,9 8,4 32,3 -1 0 30,1 3 1,06 000AN012 13:57 29/04/2005 38 29,2 5,6 27,2 -1 2,4 30,1 118 44,87 000AN013 13:43 29/04/2005 10,2 10 14,4 65,4 -6 1,4 31,1 88 9,08 000AN015 13:30 29/04/2005 37,6 25,9 7,7 28,8 -13 0 31,1 0 0,09 000AN019 13:40 29/04/2005 40,3 29,8 5,4 24,5 -6 5,5 31,1 182 73,310 000DC016 14:24 29/04/2005 46,1 34,1 4 15,8 -3 1,3 30 86 39,611 000DC017 14:29 29/04/2005 33,3 26,5 7,3 32,9 -5 2,2 30 111 37,012 000DC018 14:12 29/04/2005 33,9 26,3 7,7 32,1 -10 8,2 31,1 222 75,313 000DC019 14:05 29/04/2005 54,8 38,9 1,5 4,8 -4 2,6 30,1 123 67,414 000DC020 13:59 29/04/2005 31,7 24,1 8,8 35,4 -4 -2,4 30,1 0 0,015 000DC021 13:49 29/04/2005 45,9 34,3 3,8 16 -9 2 30,1 108 49,616 000DC022 13:54 29/04/2005 18 15,5 12,1 54,4 -7 4,8 30,1 171 30,817 000DC023 13:45 29/04/2005 4,5 3,7 18,6 73,2 0 0,3 31,1 25 1,118 000DE002 13:18 29/04/2005 60,8 39 0,2 0 -8 0,9 31,1 71 43,219 000DG056 14:21 29/04/2005 46,9 35 3 15,1 -8 6,4 30 195 91,520 000DG057 14:14 29/04/2005 52,9 39,3 1,6 6,2 -16 0,2 30 22 11,621 000DG058 14:07 29/04/2005 58 40,4 0,5 1,1 -9 8 30,1 223 129,322 000DG059 13:52 29/04/2005 36,1 29,2 5,2 29,5 -12 1,8 30,1 101 36,523 000DG060 13:35 29/04/2005 60,5 39,1 0,4 0 -3 -0,6 31,1 0 0,024 000DG061 13:32 29/04/2005 60 39,4 0,6 0 -7 4,9 31,1 175 105,025 000DG062 13:27 29/04/2005 61,5 38,1 0,4 0 -13 0,4 31,1 33 10,126 000DG063 13:11 29/04/2005 57,7 38,8 1,4 2,1 -33 0,1 31,1 12 3,527 000DG065 13:15 29/04/2005 61,3 38,5 0,2 0 -2 6,5 31,1 202 123,828 000DJ007 14:26 29/04/2005 51,4 36,6 2,4 9,6 -7 1,7 30 103 52,929 000DJ009 12:48 29/04/2005 32,8 24,5 8,5 34,2 -19 11,6 31,1 262 43,0
1.313,7
Tabela B-05 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Abr / 2005
170
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 14:31 25/05/2005 17,1 14,6 13,2 55,1 -8 8,5 31,1 223 38,12 000AN008 14:12 25/05/2005 47,5 37 2 13,5 -8 8 31,1 219 104,03 000AN009 14:05 25/05/2005 50,5 38,1 1,4 10 -6 6,3 31,1 195 98,54 000AN010 13:51 25/05/2005 41 33,3 3,4 22,3 -1 0 31,1 3 1,25 000AN011 13:40 25/05/2005 50,3 36,4 3 10,3 -1 -0,1 31,1 0 0,06 000AN012 13:34 25/05/2005 42,5 33,4 3,8 20,3 -2 0,7 31,1 64 27,27 000AN013 11:11 25/05/2005 13,6 13,8 12,3 60,3 -6 1,1 31,1 78 10,68 000AN015 10:54 25/05/2005 31,3 23,7 9 36 -5 0,1 31,1 6 1,99 000AN019 11:09 25/05/2005 44,1 35,1 2,9 17,9 -4 3,3 31,1 136 60,010 000DC016 14:20 25/05/2005 48 36,5 2,7 12,8 -3 2 31,1 108 51,811 000DC017 14:27 25/05/2005 33,3 27,2 7 32,5 -5 1,2 31,1 82 27,312 000DC018 13:55 25/05/2005 18,4 15,4 12,9 53,3 -6 6,3 31,1 192 35,313 000DC019 13:44 25/05/2005 41,7 32 4,7 21,6 -2 1,3 31,1 82 34,214 000DC020 13:37 25/05/2005 19,4 15,5 12,7 52,4 -2 2,9 31,1 130 25,215 000DC022 13:31 25/05/2005 20,8 18 11,1 50,1 -4 3,3 31,1 138 28,716 000DC023 13:21 25/05/2005 13,2 10,9 15,1 60,8 -5 3,6 31,1 145 19,117 000DG056 14:16 25/05/2005 44,3 35,1 2,9 17,7 -9 4,5 31,1 162 71,818 000DG057 14:01 25/05/2005 51,6 39,3 1 8,1 -12 -0,2 31,1 0 0,019 000DG058 13:47 25/05/2005 55,8 40,8 0,6 2,8 -7 4,7 31,1 166 92,620 000DG059 13:27 25/05/2005 37,7 30,2 4,6 27,5 -7 1,8 31,1 100 37,721 000DG060 11:03 25/05/2005 56,8 41,2 0,3 1,7 0 4,3 31,1 161 91,422 000DG061 10:58 25/05/2005 56,2 40,3 0,5 3 -1 1,8 31,1 103 57,923 000DG062 10:48 25/05/2005 46,2 34,3 3,8 15,7 -4 0,3 31,1 28 6,524 000DG063 10:32 25/05/2005 57,6 41,2 0,4 0,8 -23 0,7 31,1 64 18,425 000DG065 10:36 25/05/2005 56,8 40,9 0,4 1,9 0 4 31,1 154 87,526 000DE002 10:39 25/05/2005 57,2 40,7 0,3 1,8 -3 0,9 31,1 74 42,327 000DJ007 14:23 25/05/2005 49,2 36,8 2,1 11,9 -6 0,3 31,1 28 13,828 000DJ009 09:47 25/05/2005 31,5 24,1 8,4 36 -18 6,2 31,1 189 29,8
1.112,9
Tabela B-06 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Mai / 2005
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 16:54 11/06/2005 14,4 11,7 14,8 59,1 -18 9,8 32,1 237 34,12 000AN008 16:43 11/06/2005 46,7 34,6 3,3 15,4 -12 16 33,1 307 143,43 000AN009 16:39 11/06/2005 52,6 37,6 2 7,8 -4 0,3 31,1 25 13,24 000AN010 16:31 11/06/2005 48,5 35,4 3 13,1 -3 1,1 32,8 80 38,85 000AN011 16:30 11/06/2005 51,8 36,5 3,2 8,5 -2 0 33,3 0 0,06 000AN012 16:18 11/06/2005 41,4 31,4 4,3 22,9 -2 0,2 31,1 19 7,97 000AN013 16:13 11/06/2005 2,2 2,5 18,9 76,4 -15 1,5 32,9 90 2,08 000AN015 16:03 11/06/2005 58,7 39,5 0,8 1 8 -1,1 32,9 0 0,010 000DC016 16:48 11/06/2005 27,9 20,6 10,6 40,9 -4 0,9 32,1 73 20,411 000DC017 16:52 11/06/2005 33,7 26,2 8,2 31,9 -9 2,1 30,6 111 37,412 000DC018 16:37 11/06/2005 31,5 25 8,3 35,2 -13 10,3 34,1 243 76,513 000DC019 16:35 11/06/2005 37,7 28,6 6,7 27 -3 1,3 33,3 85 32,014 000DC020 16:28 11/06/2005 8,5 7 17,3 67,2 -1 0,9 23,5 75 6,415 000DC021 16:26 11/06/2005 51,1 36,9 2,3 9,7 -15 2,7 32,2 127 64,916 000DC022 16:21 11/06/2005 15,4 13,7 13,1 57,8 -2 0,9 32,2 72 11,117 000DC023 16:15 11/06/2005 12,8 10,8 14,9 61,5 -2 1,2 32,9 79 10,118 000DE002 15:42 11/06/2005 58,4 40,5 0,8 0,3 -6 2,1 32,1 109 63,719 000DG056 16:45 11/06/2005 43,4 32,6 3,8 20,2 -15 7,8 31,1 216 93,720 000DG057 16:41 11/06/2005 48,7 36,5 2,4 12,4 -22 0,2 33,2 19 9,321 000DG058 16:33 11/06/2005 56,9 39,5 1,3 2,3 -13 9,3 32,6 236 134,322 000DG059 16:23 11/06/2005 33,8 27,6 6 32,6 -15 1,9 32,1 103 34,823 000DG060 16:08 11/06/2005 58,9 39,6 0,7 0,8 -3 7 32,9 205 120,724 000DG061 16:06 11/06/2005 57,5 39,9 1 1,6 -5 3,1 32,9 134 77,125 000DG062 16:01 11/06/2005 58,7 40,1 0,3 0,9 -10 -0,6 32,9 0 0,026 000DG065 15:34 11/06/2005 58,5 40,4 0,4 0,7 -4 3 32,1 135 79,028 000DJ007 16:50 11/06/2005 34,1 25,1 8,1 32,7 -12 -0,4 30,1 0 0,029 000DJ009 14:50 11/06/2005 33 25 7,7 34,3 -17 -8,8 32,1 0 0,0
1.110,7
Tabela B-07 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Jun / 2005
171
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 15:53 30/08/2005 23,9 18,5 12 45,6 -15 12,2 39,9 258 61,7 2 000AN008 15:36 30/08/2005 24,7 19,7 10,6 45 -13 8 38,8 210 51,9 3 000AN009 15:29 30/08/2005 28,6 22,4 9,6 39,4 -10 0,5 33,4 41 11,7 4 000AN010 15:14 30/08/2005 25,6 19,8 10,8 43,8 -12 3,6 39,4 137 35,1 5 000AN011 15:08 30/08/2005 60,6 39,2 0,2 0 -8 1,3 38,7 84 50,9 6 000AN012 14:47 30/08/2005 23,2 18,1 11,6 47,1 -8 0,8 38 66 15,3 7 000AN013 14:34 30/08/2005 10,8 8,8 15,6 64,8 -10 1,2 37,8 79 8,5 8 000AN015 14:22 30/08/2005 28,3 19,6 11 41,1 -8 0 34,2 0 - 9 000DC016 15:43 30/08/2005 33,6 24,2 9,1 33,1 -6 2,8 29,8 128 43,0 10 000DC017 15:50 30/08/2005 35,5 26,8 7,3 30,4 -16 6,9 34,5 200 71,0 11 000DC018 15:25 30/08/2005 34,1 25,8 8,4 31,7 -8 2,1 37,2 108 36,8 12 000DC019 15:21 30/08/2005 40,3 30,5 6,4 22,8 -5 2,2 31,2 111 44,7 13 000DC020 15:02 30/08/2005 22,9 17,3 12,4 47,4 -6 0,5 38,2 40 9,2 14 000DC021 14:57 30/08/2005 45,7 34,4 3,2 16,7 -18 0,1 32,1 12 5,5 15 000DC022 14:43 30/08/2005 31,7 25,5 7,5 35,3 -17 0 33,8 0 - 16 000DC023 14:38 30/08/2005 17,4 13,6 13,7 55,3 -11 4,4 37,2 156 27,1 17 000DG056 15:39 30/08/2005 40,3 31,2 5,4 23,1 -13 2,1 38,2 105 42,3 18 000DG057 15:32 30/08/2005 45,9 35,2 3,3 15,6 -23 0,3 44,3 26 11,9 19 000DG058 15:18 30/08/2005 55,6 39,4 1,5 3,5 -17 4,1 33,8 153 85,1 20 000DG059 14:53 30/08/2005 60,7 39 0,3 0 -11 1,7 34,4 100 60,7 21 000DG060 14:30 30/08/2005 60,3 39,4 0,3 0 -1 8,4 32,3 231 139,3 22 000DG061 14:26 30/08/2005 59,7 39,8 0,5 0 -1 1 34,2 77 46,0 23 000DG062 14:18 30/08/2005 60,7 39,2 0,1 0 -10 0,6 35,4 54 16,4 24 000DG063 13:11 30/08/2005 60,1 39,5 0,4 0 -6 0,5 31,6 42 12,6 25 000DG065 14:09 30/08/2005 60,3 39,4 0,3 0 2 3,3 35,6 141 85,0 26 000DJ007 15:47 30/08/2005 46 32,9 4,7 16,4 -4 3,9 38,2 145 66,7 27 000DJ009 12:55 30/08/2005 59,8 39,9 0,3 0 1 0,9 38,2 72 21,5 28 NOVO0008 13:17 30/08/2005 55,7 38,6 1,6 4,1 -4 3,9 37,2 147 81,9 29 NOVO0009 13:21 30/08/2005 51,6 39,5 2,4 6,5 -1 0,3 37,2 27 13,9 30 NOVO0021 14:13 30/08/2005 59,3 40,3 0,4 0 -1 5,7 33,2 187 110,9 31 NOVO0026 13:05 30/08/2005 40,5 29,3 6,7 23,5 -3 0,7 39,4 55 22,3 32 NOVO0033 12:50 30/08/2005 0,5 0,5 20,7 78,3 -44 0 33,2 3 0,0 33 000DE002 14:05 30/08/2005 59,5 40,2 0,3 0 -8 1 34,7 76 45,2
1.334,2
Tabela B-08 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Ago / 2005
172
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 08:43 26/07/2004 59,3 40,0 0,7 - -7 13,4 33,0 285,0 169,02 ANEL0002 08:49 26/07/2004 61,8 38,2 - - -15 4 26,0 0 0,03 ANEL0003 09:23 26/07/2004 19,2 26,3 2,2 52,3 -11 3 33,0 28,0 5,44 MACR0001 11:20 26/07/2004 15,2 13,4 13,8 57,6 -14 1,5 33,0 90,0 13,75 MACR0002 13:23 26/07/2004 45,2 36,1 3,6 15,1 -12 4,5 33,0 160,0 72,36 MACR0004 11:40 26/07/2004 57,3 42,7 - - -17 0 33,0 3,0 1,77 MACR0005 13:18 26/07/2004 27,7 22,7 9,4 40,2 -17 0,4 33,0 37,0 10,28 MACR0006 11:27 26/07/2004 57,9 42,1 - - -18 -0,1 33,0 - 0,09 MACR0008 11:35 26/07/2004 57,5 42,4 0,1 - -10 0 33,0 - 0,010 MACR0009 11:30 26/07/2004 56,3 39,0 1,4 3,3 -17 0 33,0 - 0,011 MACR0010 09:55 26/07/2004 49,8 41,8 0,3 8,1 -8 0,4 33,0 31,0 15,412 MACR0011 09:31 26/07/2004 59,7 40,3 - - -9 0,1 33,0 6,0 3,613 MACR0012 11:54 26/07/2004 54,6 41,1 1,1 3,2 -8 0 33,0 3,0 1,614 MACR0013 09:52 26/07/2004 57,3 42,6 0,1 - -9 0,2 33,0 16,0 9,215 MACR0014 09:34 26/07/2004 25,4 25,0 6,0 43,6 -7 1,4 33,0 87,0 22,116 MACR0015 09:27 26/07/2004 58,9 41,1 - - -10 0 33,0 - 0,017 MACR0016 09:49 26/07/2004 3,4 9,1 11,6 75,9 -9 0,7 33,0 56,0 1,918 MACR0017 09:37 26/07/2004 13,7 17,8 7,8 60,7 -7 1,2 33,0 80,0 11,019 MACR0018 09:09 26/07/2004 50,6 41,6 - 7,8 -9 8 33,0 68,0 34,420 MACR0019 09:44 26/07/2004 23,4 24,1 5,6 46,9 -5 1,7 33,0 96,0 22,521 MACR001J 08:53 26/07/2004 37,5 34,2 1,8 26,5 -17 3 33,0 28,0 10,522 MACR0020 09:41 26/07/2004 16,6 22,5 4,8 56,1 -10 0 33,0 6,0 1,023 MACR0021 09:13 26/07/2004 43,7 36,3 2,4 17,6 -10 2 33,0 16,0 7,024 MACR0023 13:26 26/07/2004 58,8 41,2 - - -9 2,2 33,0 112,0 65,925 MACR0024 10:20 26/07/2004 38,2 30,5 5,8 25,5 -5 1,1 33,0 75,0 28,726 MACR0025 10:23 26/07/2004 39,2 31,8 4,5 24,3 -6 0,3 33,0 25,0 9,827 MACR0026 10:26 26/07/2004 60,3 39,7 - - -5 0 33,0 3,0 1,828 MACR0028 10:05 26/07/2004 57,0 42,7 0,3 - -6 1 33,0 76,0 43,329 MACR0029 10:08 26/07/2004 49,2 39,6 2,6 8,6 -5 1,3 33,0 85,0 41,830 MACR002J 11:47 26/07/2004 37,2 31,3 5,5 26,0 -15 1 33,0 71,0 26,431 MACR0030 10:34 26/07/2004 0,9 0,4 20,4 78,3 -7 0 33,0 - 0,032 MACR0032 10:53 26/07/2004 53,7 43,5 0,7 2,1 -6 0,9 33,0 72,0 38,733 MACR0033 10:47 26/07/2004 39,0 32,2 5,2 23,6 -5 1 33,0 72,0 28,134 MACR0035 10:43 26/07/2004 55,2 44,2 0,6 - -6 0,1 33,0 12,0 6,635 MACR0036 11:02 26/07/2004 54,6 44,0 1,4 - -6 0,1 33,0 9,0 4,936 MACR0037 10:50 26/07/2004 24,5 20,8 10,9 43,8 -5 0,8 33,0 63,0 15,437 MACR0038 13:51 26/07/2004 58,6 41,4 - - -7 0 33,0 3,0 1,838 MACR003J 11:10 26/07/2004 37,3 32,1 5,0 25,6 -8 0,9 33,0 71,0 26,539 MACR0040 11:14 26/07/2004 51,3 42,0 1,5 5,2 -9 1,2 33,0 81,0 41,640 MACR0041 13:58 26/07/2004 58,3 41,6 0,1 - -3 0,5 33,0 42,0 24,541 MACR0042 13:54 26/07/2004 58,7 40,6 0,7 - -1 0,4 33,0 38,0 22,342 MACR0043 13:45 26/07/2004 35,4 29,6 5,9 29,1 -2 0,2 33,0 19,0 6,743 MACR0044 13:37 26/07/2004 39,8 32,1 6,3 21,8 -13 0 33,0 3,0 1,244 MACR0047 13:42 26/07/2004 54,3 41,6 1,4 2,7 -2 0,2 33,0 19,0 10,345 MACR0048 14:16 26/07/2004 17,9 13,7 14,3 54,1 -7 9,7 33,0 236,0 42,246 MACR0049 14:07 26/07/2004 45,0 34,6 4,4 16,0 -4 0,9 33,0 72,0 32,447 MACR004J 11:50 26/07/2004 57,5 42,5 - - -5 0,6 33,0 51,0 29,348 MACR0050 13:33 26/07/2004 59,2 40,8 - - -15 0,2 33,0 19,0 11,249 MACR0051 11:17 26/07/2004 22,4 18,7 11,8 47,1 -10 2,2 33,0 112,0 25,150 MACR0052 11:06 26/07/2004 51,9 41,7 1,9 4,5 -6 0 33,0 6,0 3,151 MACR0053 10:56 26/07/2004 57,4 42,5 0,1 - -4 2,8 33,0 126,0 72,352 MACR0054 10:59 26/07/2004 17,0 15,1 12,8 55,1 -7 0,4 33,0 34,0 5,853 MACR0055 14:21 26/07/2004 0,0 0,2 20,8 78,8 -7 8,4 33,0 222,0 0,154 MACR005J 09:03 26/07/2004 41,1 28,5 7,7 22,7 -10 -0,1 3,0 - 0,055 MACR006J 11:44 26/07/2004 57,7 42,3 - - -15 0,1 33,0 12,0 6,956 MACRCD06 14:12 26/07/2004 31,7 27,2 6,3 34,8 -10 4,8 33,0 168,0 53,357 MACRCX01 14:42 26/07/2004 55,4 41,8 1,0 1,8 -4 0 33,0 - 0,058 MACRCX02 14:45 26/07/2004 56,6 42,8 0,6 - -5 1,4 33,0 88,0 49,859 MACRCX03 14:48 26/07/2004 21,5 16,6 12,8 49,1 -5 1,5 33,0 91,0 19,660 MACRDC01 08:57 26/07/2004 23,4 21,1 9,0 46,5 -2 2 33,0 106,0 24,861 MACRDC02 10:02 26/07/2004 15,4 13,5 13,7 57,4 -2 1,7 33,0 97,0 14,962 MACRDC03 09:59 26/07/2004 34,8 31,2 4,6 29,4 -2 2,5 33,0 119,0 41,463 MACRDC04 10:11 26/07/2004 26,3 23,3 9,1 41,3 -1 3 33,0 128,0 33,764 MACRDC05 14:09 26/07/2004 13,0 10,1 15,7 61,2 -9 4,4 33,0 157,0 20,465 MACRDC07 13:30 26/07/2004 51,5 39,5 2,4 - -12 0,5 33,0 40,0 20,666 MACRDC08 14:26 26/07/2004 31,2 26,6 6,6 35,6 -4 6,4 33,0 194,0 60,567 MACRDC09 11:24 26/07/2004 27,3 27,4 4,5 40,8 -5 7,7 33,0 211,0 57,668 MACRDC10 11:38 26/07/2004 32,8 32,2 2,6 32,4 -3 6,2 33,0 189,0 62,069 MACRDC11 14:03 26/07/2004 56,1 43,5 0,3 0,0 -1 0,9 33,0 69,0 38,770 MACRNOVO13:48 26/07/2004 59,5 40,5 - - -4 0 33,0 3,0 1,8
1.586,3
Tabela B-09 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Jul / 2004
173
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 13:18 04/08/2004 53,4 39,2 1,4 6 -11 21,2 46,8 328 175,22 ANEL0002 13:25 04/08/2004 57,4 40,9 0,2 1,5 -30 0,1 34,7 0 0,03 ANEL0003 14:09 04/08/2004 23,3 28,4 0,4 47,9 -7 0,1 44 3 0,74 MACR0001 16:35 04/08/2004 23 19,8 10,2 47 -6 0,7 52,7 0 0,05 MACR0002 17:29 04/08/2004 31 25,2 7,9 35,9 -13 17,2 48,2 202 62,66 MACR0004 16:58 04/08/2004 56,8 42,2 0,2 0,8 -23 2 46,2 49 27,87 MACR0005 17:25 04/08/2004 11,5 10 15,3 63,2 -7 2,2 27,5 92 10,68 MACR0008 16:51 04/08/2004 3,9 3,1 19,5 73,5 -31 -0,2 29,8 0 0,09 MACR0009 16:47 04/08/2004 29,8 19,8 10,2 40,2 -31 0,1 29,8 0 0,010 MACR0010 14:46 04/08/2004 48,2 39 0,2 12,6 -15 0,7 44,2 0 0,011 MACR0011 14:18 04/08/2004 56,4 42,1 0,2 1,3 -19 0 42,2 3 1,712 MACR0012 17:19 04/08/2004 56,4 40,3 0,4 2,9 -30 0 30,3 3 1,713 MACR0013 14:43 04/08/2004 56 42,3 0,3 1,4 -17 0 29,9 0 0,014 MACR0014 14:22 04/08/2004 29,3 29,5 2 39,2 -15 4,9 15,2 84 24,615 MACR0015 14:13 04/08/2004 53,6 41 0,8 4,6 -24 0 41,1 0 0,016 MACR0016 14:40 04/08/2004 23,2 25,7 2,8 48,3 -19 0,1 50,4 19 4,417 MACR0017 14:25 04/08/2004 9,7 12,8 10,7 66,8 -9 0 43,4 0 0,018 MACR0019 14:34 04/08/2004 30 30,1 1,6 38,3 0 0 38,4 0 0,019 MACR001J 13:29 04/08/2004 33 32,5 1,1 33,4 -29 0 42 3 1,020 MACR0020 14:29 04/08/2004 1,8 1,2 20,2 76,8 -31 -8,4 32,1 0 0,021 MACR0021 14:06 04/08/2004 29,1 28 3,5 39,4 -22 1,4 47,4 67 19,522 MACR0023 17:36 04/08/2004 57,3 42,4 0 0,3 -26 0,1 8 0 0,023 MACR0024 15:11 04/08/2004 43,1 34,3 3,6 19 -5 1,3 47 0 0,024 MACR0025 15:14 04/08/2004 29,9 23,3 9,2 37,6 -4 0,5 42,2 0 0,025 MACR0026 15:18 04/08/2004 12 9,4 15,9 62,7 -3 1,1 40,1 82 9,826 MACR0027 15:23 04/08/2004 17,7 15,7 11,7 54,9 -3 0,8 47,6 45 8,027 MACR0028 15:00 04/08/2004 53,5 41,8 0,4 4,3 -6 4,2 32,7 113 60,528 MACR0029 15:04 04/08/2004 42,6 33,6 3,7 20,1 -12 1,7 50,5 0 0,029 MACR002J 17:10 04/08/2004 17,1 14,7 13,2 55 -23 3,9 51 111 19,030 MACR0030 15:30 04/08/2004 10,5 8,6 16,4 64,5 -4 0,7 40,3 36 3,831 MACR0031 15:27 04/08/2004 20,1 17,4 11,6 50,9 -1 0 43,5 0 0,032 MACR0032 15:56 04/08/2004 53 40,4 0,9 5,7 -16 0,1 40,7 3 1,633 MACR0033 15:40 04/08/2004 47,9 37,2 1,5 13,4 0 0,2 51,7 14 6,734 MACR0036 16:06 04/08/2004 35,9 28,6 4,5 31 0 13,2 47,5 259 93,035 MACR0037 15:44 04/08/2004 41,2 33,1 4,2 21,5 0 0 40,8 0 0,036 MACR003J 16:15 04/08/2004 34,7 28,3 5,9 31,1 -14 2,3 53,4 90 31,237 MACR0040 16:20 04/08/2004 50 38,5 1,8 9,7 -16 1,1 42,6 69 34,538 MACR004J 17:15 04/08/2004 37,1 30 5 27,9 -18 5,1 47 159 59,039 MACR0051 16:29 04/08/2004 21,9 18,1 11,1 48,9 -31 -26,7 49,7 0 0,040 MACR0052 16:12 04/08/2004 41,5 32,3 4,6 21,6 -13 2,6 48,6 0 0,041 MACR0053 15:48 04/08/2004 55,7 42 0,3 2 -5 9,7 47,4 213 118,642 MACR0054 15:59 04/08/2004 27,8 24 7,6 40,6 -3 0,1 56,6 13 3,643 MACR005J 13:36 04/08/2004 57 42,4 0,1 0,5 -24 0 45,9 5 2,944 MACR006J 17:06 04/08/2004 39,5 30,8 5,3 24,4 -33 0,4 32,2 12 4,745 MACRDC01 13:40 04/08/2004 2,9 4,5 17,1 75,5 0 0 40 150 4,446 MACRDC02 14:55 04/08/2004 35,6 29,6 4,4 30,4 -4 6,8 43,8 121 43,147 MACRDC03 14:51 04/08/2004 48,9 39 1,1 11 0 0,1 41,6 9 4,448 MACRDC04 15:07 04/08/2004 32,5 27,7 5,2 34,6 -4 6,7 42,3 149 48,449 MACRDC07 17:41 04/08/2004 36 27,2 6,8 30 -29 0,6 29,9 22 7,950 MACRDC09 16:41 04/08/2004 26,2 27,2 2,9 43,7 -8 16,8 38,8 298 78,151 MACRDC10 16:54 04/08/2004 40,9 35 1,4 22,7 -1 1,6 35,1 81 33,1
1.006,0
Tabela B-10 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Ago / 2004
174
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 08:50 17/11/2004 25,9 24 7,3 42,8 -8 6,8 34,1 195 50,52 ANEL0002 08:54 17/11/2004 38,1 27,4 2,8 31,7 -4 0,3 26,7 26 9,93 ANEL0003 09:13 17/11/2004 35,1 30,2 3,1 31,6 0 1,3 29,5 83 29,14 ANEL0004 10:02 17/11/2004 53,9 40,9 0,4 4,8 -4 0 30,7 3 1,65 MACR0001 10:44 17/11/2004 13,5 12 14,1 60,4 -7 1,7 38 94 12,76 MACR0002 11:43 17/11/2004 20,7 19 10 50,3 -2 1 36,3 71 14,77 MACR0004 11:17 17/11/2004 45,8 38,2 1,7 14,3 -8 0,2 36,3 18 8,28 MACR0005 11:40 17/11/2004 14,7 13,1 13,3 58,9 -2 0,3 34,8 28 4,19 MACR0006 10:53 17/11/2004 35,2 28,9 6,4 29,5 -9 0,1 32,8 12 4,2
10 MACR0008 11:02 17/11/2004 52,2 42,1 0,3 5,4 0 0,1 32,1 9 4,711 MACR0009 10:57 17/11/2004 48,1 37,6 2,1 12,2 -10 0,1 27,3 6 2,912 MACR0010 09:45 17/11/2004 34,2 30,7 3,5 31,6 -6 0,2 32,8 19 6,513 MACR0011 09:21 17/11/2004 55,4 43,6 0,2 0,8 -2 1,5 32,8 91 50,414 MACR0012 11:34 17/11/2004 52,6 40,5 0,4 6,5 -3 0 27,3 3 1,615 MACR0013 09:42 17/11/2004 54,7 41,9 0,2 3,2 -7 0 27,3 0 0,016 MACR0015 09:18 17/11/2004 54,9 44,6 0,2 0,3 -2 1,4 33,4 88 48,317 MACR0016 09:39 17/11/2004 51 38,3 1,3 9,4 0 0 26,2 0 0,018 MACR0018 09:08 17/11/2004 55,3 36 0,2 8,5 -2 1,6 39,6 94 52,019 MACR0019 11:30 17/08/2004 26,2 27,3 2,8 43,7 -4 1,4 30 88 23,120 MACR001J 08:58 17/11/2004 36,5 24,9 0,6 38 -11 1,5 33,4 92 33,621 MACR0021 09:11 17/11/2004 46,9 37,8 0,4 14,9 -2 1,4 37,2 87 40,822 MACR0023 11:47 17/11/2004 27,3 24 8,4 40,3 -3 1,6 37,2 92 25,123 MACR0024 10:08 17/11/2004 45,1 35,8 2,4 16,7 -2 0,2 36,3 16 7,224 MACR0025 10:14 17/11/2004 26,8 21,6 8,7 42,9 -1 0,8 30 69 18,525 MACR0026 10:19 17/11/2004 54,8 40,9 0,3 4 -3 0 32,8 0 0,026 MACR0027 15:23 04/08/2004 17,7 15,7 11,7 54,9 -3 0,8 47,6 57 10,127 MACR0028 10:22 03/09/2004 0,07 1,9 20 77,4 -4 0,2 30 16,00 0,028 MACR0029 09:56 17/11/2004 51,6 41,5 0,4 6,5 -3 0,5 37,2 43 22,229 MACR002J 11:26 17/11/2004 52,3 40,4 0,4 6,9 -5 0,2 38,8 15 7,830 MACR0030 14:46 08/12/2004 19,8 18,4 10 51,8 -4 2,4 27,3 118 23,431 MACR0031 10:35 22/12/2004 3,6 3,4 18,4 74,6 0 -0,1 31,1 0 0,032 MACR0032 16:12 07/12/2004 41,2 29,5 4,8 24,5 -19 3,2 39,6 131 54,033 MACR0033 15:37 07/12/2004 56,4 35,7 1,3 6,6 0 0 33,4 0 0,034 MACR0034 09:29 07/10/2004 55 43,3 0,1 1,6 -11 0,1 31,4 12 6,635 MACR0035 10:31 17/11/2004 15,1 12,6 13,8 58,5 -2 2,7 29,5 124 18,736 MACR0037 09:53 07/10/2004 13,2 11,3 14 61,5 -6 4,3 34,1 156 20,637 MACR0038 12:21 17/11/2004 51,6 42,6 0,3 5,5 -4 1,1 28,9 80 41,338 MACR003J 14:16 08/12/2004 32,4 28,2 5,5 33,9 -8 2,4 43,5 109 35,339 MACR0040 10:38 17/11/2004 1 1,2 20 77,8 -5 0 27,8 0 0,040 MACR0041 12:30 17/11/2004 52,1 41,3 0,2 6,4 0 1,5 30,7 96 50,041 MACR0042 12:26 17/11/2004 51,4 41,7 0,3 6,6 0 0,3 33,4 28 14,442 MACR0043 11:51 17/11/2004 19,7 16,4 12,3 51,6 -7 0 25,6 0 0,043 MACR0044 12:01 17/11/2004 30,5 27,5 7,5 34,5 -9 0 28,9 0 0,044 MACR0047 12:08 17/11/2004 19,3 16,6 12 52,1 0 0 25,6 3 0,645 MACR0048 12:48 17/11/2004 31,6 25,4 8 35 -3 4,3 34,1 156 49,346 MACR0049 12:38 17/11/2004 53,6 40,2 0,4 5,8 -1 0,1 34,1 6 3,247 MACR004J 11:30 17/11/2004 53,5 39,8 0,4 6,3 -3 0,1 27,8 13 7,048 MACR0050 11:57 17/11/2004 52,3 42,3 0,3 5,1 -8 0 34,1 6 3,149 MACR0051 10:41 17/11/2004 12,6 10,9 14,7 61,8 -3 1,7 35,5 96 12,150 MACR0052 14:25 08/12/2004 58,4 38,7 0 2,9 0 0 32,1 0 0,051 MACR0053 16:05 07/12/2004 2,6 2,4 18,9 76,1 -1 0,6 28,4 51 1,352 MACR0054 16:19 07/12/2004 8,5 7,9 16,5 67,1 0 19,2 35,5 325 27,653 MACR0055 12:51 17/11/2004 53,1 42 0,2 4,7 -9 0,1 28,4 12 6,454 MACR005J 09:05 17/11/2004 57,7 31,4 0,1 10,8 -2 1 34,1 75 43,355 MACR006J 11:22 17/11/2004 23,8 20,3 10,6 45,3 -10 0 28,4 0 0,056 MACRCX01 14:05 17/11/2004 23,5 17,9 11,7 46,9 -2 0,2 27,8 22 5,257 MACRCX02 14:10 17/11/2004 55,6 41,9 0,4 2,1 -2 0,5 31,4 45 25,058 MACRCX03 14:13 17/11/2004 48,8 36,9 2,5 11,8 -3 1,1 28,9 81 39,559 MACRCX07 14:22 07/12/2004 12 10,7 14,1 63,2 -8 3,2 30 136 16,360 MACRDC01 10:52 17/08/2004 22,5 21,8 7,7 48 -2 2,5 22,8 123 27,761 MACRDC02 09:53 17/11/2004 42,3 35,8 1,4 20,5 0 0,5 30 40 16,962 MACRDC03 09:50 17/11/2004 45 38,2 1 15,8 0 0 29,5 0 0,063 MACRDC04 09:59 17/11/2004 45,1 36,6 2 16,3 -1 2,8 29,5 128 57,764 MACRDC07 17:24 25/11/2004 18,5 8,9 14,3 58,3 -27 0 32 0 0,065 MACRDC09 10:50 17/11/2004 40,5 33,1 2,8 23,6 -9 0,3 26,7 26 10,566 MACRDC10 11:05 17/11/2004 53,3 41,2 0,2 5,3 0 0,1 25 13 6,967 MACRDC11 12:34 17/11/2004 51,3 41,6 0,3 6,8 -6 0,1 25,6 10 5,168 MACRDC14 18:05 08/12/2004 28,7 26,1 3,9 41,3 -36 0 25,6 3 0,969 MACRDP17 11:17 16/12/2004 0 0 17 83 0 0 0 0 0,070 MACRDP20 08:12 16/12/2004 0 0 16,7 83,3 0 0,1 0 0 0,071 MACRNOVO12:17 17/11/2004 52,2 41,4 0,4 6 -2 1,1 32,1 79 41,2
1.161,1
Tabela B-11 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Nov / 2004
175
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 12:02 02/03/2005 54,5 36,9 1,4 7,2 -27 19,5 31,1 342 186,42 ANEL0002 12:13 02/03/2005 32,4 23,5 7,7 36,4 -41 0 31,1 10 3,23 ANEL0003 12:24 02/03/2005 47,9 35,8 0,2 16,1 -38 0,4 31,1 23 11,04 ANEL0004 10:01 16/02/2005 62,4 37,4 0,2 0 19 -2 30,9 0 0,05 MACR0001 09:18 03/03/2005 1,9 1,6 19,1 77,4 -31 4,8 30,3 169 3,26 MACR0002 09:12 03/03/2005 57,5 39,2 0,7 2,6 -37 0,6 30,3 48 27,67 MACR0004 09:38 03/03/2005 37,6 27,8 6,1 28,5 -50 0,1 31,1 6 2,38 MACR0005 09:09 03/03/2005 27,5 19,1 10,4 43 -40 0,1 30,3 9 2,59 MACR0006 08:51 03/03/2005 60,5 39,5 0 0 -43 0 31,2 3 1,8
10 MACR0008 09:06 03/03/2005 55,9 38,2 1,5 4,4 -52 0,1 30,3 12 6,711 MACR0009 08:54 03/03/2005 59,1 39,1 0,5 1,3 -25 2,1 31,2 112 66,212 MACR0010 12:53 02/03/2005 58,4 40,6 0,2 0,8 8 0 31,1 0 0,013 MACR0011 12:40 02/03/2005 54,9 38,9 0,3 5,9 -35 0 32,1 3 1,614 MACR0012 09:55 03/03/2005 12,3 9,1 15,1 63,5 -46 0,5 31,1 40 4,915 MACR0013 13:25 04/01/2005 19,1 15,5 12,7 52,7 -32 0 29,5 0 0,016 MACR0015 12:35 02/03/2005 42,9 32,1 4,7 20,3 -37 0 31,1 0 0,017 MACR0016 13:21 04/01/2005 8,3 7 16,4 68,3 -6 0 31,4 0 0,018 MACR0018 12:27 02/03/2005 60,1 39,8 0,1 0 -36 0,8 31,1 70 42,119 MACR0019 11:52 04/01/2005 25,4 25,7 3,3 45,6 -11 3,4 34,1 136 34,520 MACR001J 12:09 02/03/2005 34 24,3 7,3 34,4 -40 0,3 31,1 25 8,521 MACR0021 12:21 02/03/2005 35,6 27,5 4,5 32,4 -37 0,1 31,1 12 4,322 MACR0023 10:40 03/03/2005 53,4 38,5 1,5 6,6 -46 0,7 30,1 57 30,423 MACR0024 13:35 02/03/2005 37,6 27,2 5,9 29,3 -3 0,6 30 54 20,324 MACR0025 13:39 02/03/2005 34,2 25,9 5,7 34,2 -3 0,2 30 16 5,525 MACR0026 13:55 02/03/2005 50,2 36,2 1,2 12,4 -19 0,9 31 70 35,126 MACR0027 16:08 02/03/2005 28,1 21,7 9 41,2 -20 0,4 31,1 37 10,427 MACR0028 10:22 03/09/2004 0,07 1,9 20 77,4 -4 0,2 30 16,00 0,028 MACR0029 13:43 02/03/2005 40,8 31 4,1 24,1 -26 2,2 30 111 45,329 MACR002J 10:07 05/01/2005 53,5 37,4 1 8,1 -23 -5,2 31,7 0 0,030 MACR0030 13:45 02/03/2005 38,4 31,3 2,4 27,9 -11 4,1 31 151 58,031 MACR0031 16:14 02/03/2005 6,6 5,8 17,6 70 -20 0 31,1 0 0,032 MACR0032 10:07 03/03/2005 59,6 36,9 0,6 2,9 4 1,7 32,2 101 60,233 MACR0033 10:15 03/03/2005 19,1 16 10,2 54,7 -22 0,4 31,1 34 6,534 MACR0034 10:20 03/03/2005 13,6 11,6 13,1 61,7 -6 1,6 31,1 94 12,835 MACR0035 16:17 02/03/2005 7,7 6 17 69,3 -12 10,5 31,1 246 18,936 MACR0037 09:53 07/10/2004 13,2 11,3 14 61,5 -6 4,3 34,1 156 20,637 MACR0038 10:23 03/03/2005 24,3 20,5 8,3 46,9 -4 1,8 31,1 100 24,338 MACR003J 10:48 05/01/2005 45,1 38,3 2,1 14,5 -15 -1,2 29,9 0 0,039 MACR0040 10:00 10/03/2005 37,2 31,7 5,5 25,6 -35 1,6 30,1 97 36,140 MACR0041 16:05 02/02/2005 3,7 2,7 20,7 72,9 0 0 31,5 0 0,041 MACR0042 11:44 17/02/2005 6,8 4,8 17,7 70,7 0 0 31,6 0 0,042 MACR0043 16:20 02/03/2005 18,7 14,6 12,5 54,2 -2 1,5 31,1 95 17,843 MACR0044 08:10 03/03/2005 30,8 23,8 8,7 36,7 -33 0 31,1 3 0,944 MACR0047 16:24 02/03/2005 43,3 31,2 3,8 21,7 -1 0,2 31,1 22 9,545 MACR0048 08:16 03/03/2005 14,3 10,1 14,9 60,7 -17 23,9 31,1 373 53,346 MACR0049 08:01 03/03/2005 45,2 29,2 5,3 20,3 -5 0,7 31,1 61 27,647 MACR004J 09:49 03/03/2005 7,6 6,5 16,4 69,5 -5 0,9 31,1 73 5,548 MACR0050 08:20 03/03/2005 58,3 38,8 1,2 1,7 -43 0,2 31,2 15 8,749 MACR0051 10:34 03/03/2005 47,9 33,4 4 14,7 -35 1,3 30,1 85 40,750 MACR0052 11:16 22/12/2004 55,2 39,3 0,4 5,1 0 -1,6 34,8 0 0,051 MACR0053 10:04 03/03/2005 0,1 0,5 19,6 79,8 0 0 32,2 0 0,052 MACR0054 09:18 10/03/2005 18,4 14,2 12,6 54,8 -10 6,2 31,1 193 35,553 MACR0055 08:25 03/03/2005 25,5 18 12,5 44 -36 4,4 31,2 160 40,854 MACR005J 12:32 02/03/2005 57,8 41 0,4 0,8 0 34,4 31,1 0 0,055 MACR006J 12:06 02/03/2005 59,2 38,6 0,3 1,9 -44 0 31,1 3 1,856 MACRCX01 14:01 03/03/2005 0 0 19,8 80,2 -29 3,3 30 138 0,057 MACRCX02 13:04 02/03/2005 53,8 36,6 1,5 8,1 -31 0,6 31 51 27,458 MACRCX03 08:31 02/02/2005 20,2 14,6 13 52,2 -24 0,1 30,1 6 1,259 MACRCX07 12:56 02/03/2005 59,5 38,8 0,2 1,5 0 0 31,1 3 1,860 MACRDC01 12:17 02/03/2005 37,8 28,2 4,8 29,2 -38 0,2 31,1 15 5,761 MACRDC02 13:28 02/03/2005 13,5 11,1 14,1 61,3 -20 0,4 31,1 37 5,062 MACRDC03 13:25 02/03/2005 17 13,7 12,6 56,7 -25 5,7 31,1 181 30,863 MACRDC04 13:32 02/03/2005 17,1 13,5 13 56,4 -29 0,8 30 69 11,864 MACRDC07 08:22 03/03/2005 10,8 7,9 16,1 65,2 -35 0,6 31,2 52 5,665 MACRDC09 08:49 03/03/2005 42,3 30,2 3,8 23,7 -45 0,8 31,2 63 26,666 MACRDC10 09:03 03/03/2005 53,6 36,4 1,4 8,6 -52 0,4 30,3 34 18,267 MACRDC11 07:57 03/03/2005 43,8 32,3 2,4 21,5 -35 0,6 31,1 52 22,868 MACRDC14 08:59 03/03/2005 29,3 23,6 5,6 41,5 -54 0,2 30,3 18 5,369 MACRNOVO08:52 05/01/2005 58 40,5 0,2 1,3 -22 -0,1 29,9 0 0,0
1.195,7
Tabela B-12 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Mar / 2005
176
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 06:43 29/04/2005 26,5 20 6,6 46,9 -21 21,7 29,1 360 95,42 000AN002 08:08 29/04/2005 10,7 8,3 16,4 64,6 -37 0,2 29,9 15 1,63 000AN003 08:14 29/04/2005 53 36 0,4 10,6 -44 0,3 29,9 28 14,84 000AN004 09:08 29/04/2005 48,4 34,6 4,2 12,8 -31 0,7 30,1 57 27,65 000AN006 11:54 29/04/2005 0,4 2,7 19 77,9 -3 0,1 31,1 12 0,06 000CX001 08:57 29/04/2005 0 0 20,4 79,6 -28 1,8 30,1 99 0,07 000CX002 09:01 29/04/2005 33,4 23,7 8,6 34,3 -35 0,1 30,1 12 4,08 000CX004 06:27 29/04/2005 0 0,1 19,9 80 0 0 28,9 3 0,09 000CX005 06:30 29/04/2005 51,8 34,2 3,8 10,2 0 0,3 28,9 26 13,5
10 000DC002 09:38 29/04/2005 53,3 36,7 2,2 7,8 -26 0,6 30,1 54 28,811 000DC003 09:41 29/04/2005 40 30,4 5,3 24,3 -32 0,4 30,1 31 12,412 000DC004 09:15 29/04/2005 55,7 38,2 1,2 4,9 -32 0 30,1 0 0,013 000DC005 11:23 29/04/2005 8,6 6,5 17,3 67,6 -2 0,5 31,1 40 3,414 000DC006 06:59 29/04/2005 54,6 40,2 0,9 4,3 -43 0,6 29,1 51 27,815 000DC007 07:15 29/04/2005 14 10,5 14,8 60,7 -26 0,3 29,9 28 3,916 000DC008 07:08 29/04/2005 56,9 38,2 1,3 3,6 -46 0,3 29,9 28 15,917 000DC009 07:02 29/04/2005 53,4 36,4 1,3 8,9 -46 0,7 29,1 60 32,018 000DC010 06:48 29/04/2005 51,1 25,1 1,1 22,7 -55 1,1 29,1 82 41,919 000DC011 11:29 29/04/2005 42 34,7 2 21,3 -33 0,4 31,1 34 14,320 000DC013 07:04 29/04/2005 7 4,9 17,3 70,8 -41 0 29,1 0 0,021 000DC014 06:50 29/04/2005 54,5 24 1,1 20,4 -56 0,1 29,1 12 6,522 000DC106 11:21 29/04/2005 30,3 25,9 5,8 38 -36 0 31,1 0 0,023 000DE004 11:46 29/04/2005 21,9 17,4 12 48,7 -2 0,6 31,1 48 10,524 000DE006 10:19 29/04/2005 21,9 18,5 10,7 48,9 -17 6 30,1 189 41,425 000DE008 10:26 29/04/2005 11,8 12,4 12,8 63 -12 3 30,1 131 15,526 000DE009 10:29 29/04/2005 7,5 10,5 13,6 68,4 -3 -0,4 30,1 0 0,027 000DE010 10:31 29/04/2005 5,6 9,6 15 69,8 -19 0,5 30,1 40 2,228 000DE012 10:42 29/04/2005 16,5 15,1 12,1 56,3 -13 10,6 31 247 40,829 000DG001 07:43 29/04/2005 11 12,9 11,8 64,3 -31 1,4 29,9 87 9,630 000DG002 07:46 29/04/2005 34,1 28,6 4,2 33,1 -38 3,3 29,9 137 46,731 000DG004 07:51 29/04/2005 49,4 34,9 2,8 12,9 -43 0,1 29,9 12 5,932 000DG005 07:48 29/04/2005 41 29,7 5,5 23,8 -40 0,7 29,9 57 23,433 000DG008 06:52 29/04/2005 50,9 27,2 1,6 20,3 -54 0,2 29,1 22 11,234 000DG009 06:55 29/04/2005 47,6 33,9 0,6 17,9 -34 0 29,1 3 1,435 000DG010 08:50 29/04/2005 47,5 33 3,7 15,8 -28 0,3 30,1 25 11,936 000DG011 08:32 29/04/2005 55,9 40,5 0,7 2,9 -42 0 29,9 6 3,437 000DG015 08:21 29/04/2005 56,7 41,6 0,9 0,8 -43 0 29,9 0 0,038 000DG018 08:16 29/04/2005 56,3 39,2 1,6 2,9 -38 0,4 29,9 38 21,439 000DG019 0,36 29/04/2005 48,5 35,1 2,3 14,1 -7 0,3 30,1 25 12,140 000DG020 0,36 29/04/2005 4,3 3,7 18,4 73,6 -43 0,2 30,1 18 0,841 000DG021 08:11 29/04/2005 58,3 40,5 0,4 0,8 -44 0,4 29,9 37 21,642 000DG023 07:37 29/04/2005 37,6 27,5 6,7 28,2 -40 0,3 29,9 28 10,543 000DG024 09:12 29/04/2005 60,2 39,4 0,4 0 -4 1,4 30,1 91 54,844 000DG025 09:18 29/04/2005 26,3 20,3 9,2 44,2 -16 3 30,1 129 33,945 000DG026 09:23 29/04/2005 37,9 28,7 6,1 27,3 -21 0,5 30,1 44 16,746 000DG029 09:33 29/04/2005 57,4 40,1 0,7 1,8 -21 0,8 30,1 70 40,247 000DG030 09:29 29/04/2005 29 25,2 6 39,8 -15 4,4 30,1 161 46,748 000DG031 11:52 29/04/2005 11,6 10,6 14,8 63 -28 1 31,1 72 8,449 000DG032 09:49 29/04/2005 34,4 25,4 8 32,2 -25 -1 30,1 0 0,050 000DG033 10:16 29/04/2005 11,1 10,3 14,3 64,3 -24 0,5 30,1 40 4,451 000DG034 11:43 29/04/2005 18,8 14,2 12,9 54,1 -26 0,3 31,1 25 4,752 000DG035 11:49 29/04/2005 8,5 6,6 17,4 67,5 -26 7,5 31,1 209 17,853 000DG036 10:21 29/04/2005 48,2 42 0,5 9,3 -23 0,3 30,1 24 11,654 000DG037 10:39 29/04/2005 0 0,1 20,4 79,5 -11 10,9 31 251 0,055 000DG038 11:40 29/04/2005 5,4 3,9 19 71,7 -26 0,1 31,1 6 0,356 000DG040 10:56 29/04/2005 0,7 1,1 20,3 77,9 -36 -0,5 31,1 0 0,057 000DG042 10:47 29/04/2005 6,5 6,2 19,4 67,9 -19 0,7 31 56 3,658 000DG043 11:35 29/04/2005 6,8 7,3 16,3 69,6 -24 7,2 31,1 202 13,759 000DG044 11:10 29/04/2005 0 0,2 20,9 78,9 -39 0 31,1 0 0,060 000DG047 11:33 29/04/2005 32,3 25,6 7,8 34,3 -18 0,9 31,1 72 23,361 000DG048 11:18 29/04/2005 15,5 12,1 14,9 57,5 -18 21 31,1 349 54,162 000DG049 11:26 29/04/2005 24,1 17,9 11,9 46,1 0 0,1 31,1 9 2,263 000DG050 11:13 29/04/2005 55,9 41,3 0,6 2,2 -41 0 31,1 3 1,764 000DG051 11:01 29/04/2005 57,9 40,4 0,3 1,4 -33 -0,5 31,1 0 0,065 000DG053 09:44 29/04/2005 2,4 3 18,2 76,4 0 0 30,1 3 0,166 000DG054 0,42 29/04/2005 37,6 29,1 5,8 27,5 -9 5 30,1 174 65,467 000DG055 07:12 29/04/2005 51,7 36 4,4 7,9 -40 1,7 29,9 99 51,268 000DG114 08:35 29/04/2005 0 0,1 20,1 79,8 -33 0,3 29,9 25 0,069 000DJ001 08:06 29/04/2005 56,2 38,4 0,8 4,6 -44 0,3 29,9 28 15,770 000DJ002 07:56 29/04/2005 59,7 39,9 0,4 0 -27 0,1 29,9 12 7,271 000DJ003 07:33 29/04/2005 40,1 30,6 3,9 25,4 -19 11,8 29,9 264 105,972 000DJ004 07:59 29/04/2005 27,2 24 6,4 42,4 -24 8,8 29,9 225 61,2
Tabela B-13 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Abr / 2005
177
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH473 000DJ005 08:19 29/04/2005 59,1 40,7 0,2 0 -42 0,4 29,9 35 20,774 000DJ006 06:46 29/04/2005 50,7 27,2 0,5 21,6 -44 0,1 29,1 6 3,075 000DP001 11:08 29/04/2005 46,4 34,2 3,9 15,5 0 0 31,1 0 0,076 000DP002 10:36 29/04/2005 14,6 16,1 10,9 58,4 -14 2,7 31 121 17,777 000DP003 08:30 29/04/2005 0 0,1 20 79,9 -36 0 29,9 3 0,078 000DP005 07:20 29/04/2005 30,7 22,9 8,2 38,2 -28 0,1 29,9 12 3,779 000DP006 07:40 29/04/2005 13,1 9,6 15,1 62,2 -5 1,8 29,9 101 13,280 000DP007 07:53 29/04/2005 52,9 36,8 2,6 7,7 -45 0,8 29,9 66 34,981 000DP009 0,42 29/04/2005 56,4 40,1 0,7 2,8 -9 1,3 30,2 87 49,182 000DP010 09:51 29/04/2005 50,6 36,9 2,6 9,9 -3 1,5 30,1 97 49,183 000DP011 11:38 29/04/2005 57,5 41,3 0,6 0,6 -17 0 31,1 0 0,084 SEMPLACA 0,42 29/04/2005 11 9,3 16 63,7 -32 3,2 30,1 134 14,7
1.485,0
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 08:05 24/05/2005 47,3 35,5 3 14,2 -10 10,2 29,9 249 117,82 000AN002 09:28 24/05/2005 7,8 6,5 17 68,7 -31 0 29,1 0 0,03 000AN003 09:40 24/05/2005 55,9 40,2 0,3 3,6 0 0 29,1 6 3,44 000AN004 11:06 24/05/2005 45,3 34,7 3,8 16,2 0 0 30,1 3 1,45 000AN006 09:43 25/05/2005 0,4 1,7 19,1 78,8 -25 0 31,1 3 0,06 000CX001 10:48 24/05/2005 0 0,1 20,6 79,3 -25 0,5 30,1 40 0,07 000CX002 10:53 24/05/2005 51,2 37,6 1,5 9,7 -25 0,5 30,1 27 13,88 000CX003 10:57 24/05/2005 23,6 18,3 11,5 46,6 -26 0 30,1 6 1,49 000CX004 07:48 24/05/2005 0 0 20,1 79,9 -3 8,4 29,7 226 0,010 000CX005 07:52 24/05/2005 49,1 34,9 3,2 12,8 -3 -0,1 29,7 0 0,011 000DC001 09:33 24/05/2005 51,1 37,8 1,1 10 -40 0,3 29,1 25 12,812 000DC002 14:00 24/05/2005 56,2 39,2 0,8 3,8 -24 0,1 31,1 9 5,113 000DC003 13:55 24/05/2005 45,5 34 3,4 17,1 -27 0,6 31,1 50 22,814 000DC004 11:13 24/05/2005 32,1 25,3 7,6 35 -23 0 30,1 3 1,015 000DC005 15:20 24/05/2005 11,4 8,7 16 63,9 -2 0,3 31,1 28 3,216 000DC007 08:43 24/05/2005 13,1 10,7 14,5 61,7 -20 0,3 29,9 25 3,317 000DC008 08:38 24/05/2005 52,3 38,5 1,4 7,8 -41 0,2 29,9 18 9,418 000DC009 08:31 24/05/2005 49,4 36,2 1,3 13,1 -42 0,2 29,1 22 10,919 000DC010 08:12 24/05/2005 37 29,3 0,3 33,4 -50 0,2 29,9 15 5,620 000DC011 15:29 24/05/2005 37,8 33,2 2,1 26,9 -29 0,3 31,1 25 9,521 000DC013 08:34 24/05/2005 23,5 18,1 11,1 47,3 -36 0 29,1 3 0,722 000DC014 08:16 24/05/2005 29,3 22,9 3,8 44 -51 0,1 29,9 12 3,523 000DC106 15:16 24/05/2005 29,4 25 6,8 38,8 -32 0,2 31,1 21 6,224 000DE004 09:23 25/05/2005 7,6 6,6 16,7 69,1 -2 1,3 31,1 85 6,525 000DE006 14:23 24/05/2005 25,6 21,2 9,4 43,8 -13 1,7 31,1 97 24,826 000DE008 14:32 24/05/2005 20,9 19,2 10,5 49,4 -6 0,9 31,1 69 14,427 000DE009 14:35 24/05/2005 29,4 24,3 7,8 38,5 -7 1,3 31,1 85 25,028 000DE010 14:38 24/05/2005 47,6 41,4 2,9 8,1 -3 0 31,1 0 0,029 000DE011 15:40 24/05/2005 22,2 19,6 10 48,2 -10 8,3 31,1 223 49,530 000DE012 15:49 24/05/2005 18,6 17,1 11,6 52,7 -9 10,5 31,1 248 46,131 000DE013 10:02 24/05/2005 32,1 26,6 6,3 35 -10 2,4 29,1 118 37,932 000DG001 08:58 24/05/2005 9,9 12,2 11,8 66,1 -34 1 29,9 75 7,433 000DG002 09:01 24/05/2005 31,8 28,7 4 35,5 -36 0 29,9 0 0,034 000DG004 09:08 24/05/2005 56,6 41,4 0,3 1,7 -35 0,1 29,9 12 6,835 000DG005 09:04 24/05/2005 34,6 28,8 5,2 31,4 -36 0,7 29,9 62 21,536 000DG008 08:21 24/05/2005 32,3 29 0,3 38,4 -49 0,6 29,9 49 15,837 000DG009 08:25 24/05/2005 40,6 35,7 0,2 23,5 -33 -0,1 29,9 0 0,038 000DG010 10:42 24/05/2005 44,5 33,7 3,7 18,1 -20 0,4 30,1 37 16,539 000DG011 10:22 24/05/2005 53,3 40,7 0,4 5,6 -37 -0,4 29,6 0 0,040 000DG012 09:56 24/05/2005 3,3 3,5 17,8 75,4 -24 0 29,1 0 0,041 000DG013 10:37 24/05/2005 4,4 3,5 19 73,1 -34 0 30,1 0 0,042 000DG015 09:52 24/05/2005 54,1 42 0,6 3,3 -34 0 29,1 0 0,043 000DG016 10:34 24/05/2005 18,6 15,7 11,9 53,8 -25 0,2 30,1 19 3,544 000DG018 09:44 24/05/2005 55,8 41,2 0,7 2,3 -32 0,3 29,1 28 15,645 000DG019 10:32 24/05/2005 45,2 35,2 2,5 17,1 -26 1,2 30,1 82 37,146 000DG020 10:30 24/05/2005 5,8 4,5 18,1 71,6 -36 0 30,1 3 0,247 000DG021 09:36 24/05/2005 56,4 41,2 0,3 2,1 -36 0,4 29,1 35 19,748 000DG023 08:54 24/05/2005 41,1 31,7 4,6 22,6 -33 0,2 29,9 18 7,449 000DG024 11:09 24/05/2005 33 27,3 5,9 33,8 -14 1,4 30,1 88 29,050 000DG025 11:16 24/05/2005 27,3 24,6 6,3 41,8 -16 1,8 30,1 100 27,351 000DG026 11:25 24/05/2005 34,4 27,9 6,4 31,3 -16 0,5 31,1 40 13,852 000DG029 13:44 24/05/2005 57,2 40,6 0,4 1,8 -12 1,2 31,1 83 47,553 000DG030 13:38 24/05/2005 36,3 29,6 4,1 30 -8 1,6 31,1 94 34,1
Tabela B-14 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Mai / 2005
178
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH454 000DG031 09:34 25/05/2005 2,1 6,2 15,8 75,9 -22 2,2 31,1 111 2,355 000DG032 14:09 24/05/2005 58,9 40,8 0,3 0 0 4,1 31,1 156 91,956 000DG033 14:17 24/05/2005 13,2 12,2 13,2 61,4 -21 0 31,1 3 0,457 000DG034 16:18 24/05/2005 18,3 14,3 13,3 54,1 -13 0,2 31,1 19 3,558 000DG035 09:29 25/05/2005 5,7 7,2 16,1 71 -20 6,2 31,1 186 10,659 000DG036 14:27 24/05/2005 52 42,6 0,5 4,9 -21 -0,7 31,1 0 0,060 000DG037 15:44 24/05/2005 0 0,1 20,7 79,2 -3 17,7 31,1 322 0,061 000DG038 16:15 24/05/2005 45,9 33,7 3,9 16,5 -17 0 31,1 0 0,062 000DG040 14:48 24/05/2005 1,1 1,5 20 77,4 -33 -0,1 31,1 0 0,063 000DG041 15:34 24/05/2005 47 36,9 3,2 12,9 -21 0,6 31,1 53 24,964 000DG041 15:34 24/05/2005 47 36,9 3,2 12,9 -20 1,9 31,1 104 48,965 000DG042 15:55 24/05/2005 13,6 12,2 14,8 59,4 0 0,2 31,1 16 2,266 000DG043 16:04 24/05/2005 18,2 17,6 11,3 52,9 -2 0,7 31,1 63 11,567 000DG044 14:57 24/05/2005 2,9 2,5 19,4 75,2 -14 0 31,1 0 0,068 000DG047 16:01 24/05/2005 27,4 24 8 40,6 -5 1,6 31,1 97 26,669 000DG048 15:12 24/05/2005 17,9 13,7 14 54,4 -14 20,1 31,1 343 61,470 000DG049 15:24 24/05/2005 29,1 20,2 9,7 41 0 0 31,1 0 0,071 000DG050 15:03 24/05/2005 58,4 41,4 0,2 0 -37 0,2 31,1 18 10,572 000DG051 08:48 24/05/2005 58 41,5 0,5 0 -32 0 29,9 0 0,073 000DG053 14:04 24/05/2005 0,1 0,5 20,1 79,3 -16 1,6 31,1 93 0,174 000DG054 10:08 24/05/2005 41,8 32 4,7 21,5 -4 0,9 29,1 70 29,375 000DG055 08:41 24/05/2005 58 41,3 0,7 0 -40 0,1 29,9 9 5,276 000DG114 10:27 24/05/2005 53,5 41 0,6 4,9 -36 0,1 29,1 12 6,477 000DJ001 09:23 24/05/2005 49,2 37,4 1,2 12,2 -2 0,2 29,1 22 10,878 000DJ002 09:13 24/05/2005 55,3 41,9 0,4 2,4 -27 0,6 29,1 57 31,579 000DJ003 08:51 24/05/2005 40,5 33,7 2,7 23,1 -17 6,4 29,9 193 78,280 000DJ004 09:17 24/05/2005 33,5 30 3,3 33,2 -18 1,4 29,1 87 29,181 000DJ005 09:47 24/05/2005 55,6 42,2 0,3 1,9 -34 0,1 29,1 9 5,082 000DJ006 08:10 24/05/2005 43,4 33,9 0,2 22,5 -41 0 29,9 0 0,083 000DP002 14:43 24/05/2005 13 13,3 12,8 60,9 -13 3,4 31,1 137 17,884 000DP003 10:17 24/05/2005 0 0 20,6 79,4 -30 0,1 29,6 6 0,085 000DP011 16:12 24/05/2005 56,9 41,2 0,3 1,6 -21 1,2 31,1 82 46,786 BACIA001 07:58 24/05/2005 0 0,1 20 79,9 0 0 29 0 0,087 JUNCAO01 15:07 23/05/2005 3 1,6 18,2 77,2 0 0 36,1 3 0,188 SEMPLACA 10:13 24/05/2005 38,5 31 5,6 24,9 -29 2,3 29,6 113 43,589 VALVU004 15:12 23/05/2005 0 0,2 20 79,8 0 0 31,4 0 0,0
1.337,2
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 10:27 09/06/2005 39,7 29,5 5,8 25 -13 10 38,8 235 93,3 2 000AN002 09:41 10/06/2005 7,5 6,1 17,1 69,3 -49 0 33,2 0 - 3 000AN003 10:20 10/06/2005 56 38,6 0,9 4,5 -41 0,6 32,6 47 26,3 4 000AN004 09:03 11/06/2005 29,5 21,6 9,4 39,5 -40 0,9 32,2 71 20,9 5 000AN006 14:35 11/06/2005 0 0,3 20,5 79,2 -39 -0,3 31,8 0 - 6 000CX001 08:36 11/06/2005 1,4 1,3 19,7 77,6 -36 0,8 31,6 68 1,0 7 000CX002 08:46 11/06/2005 54,6 36,2 2 7,2 -41 0,1 36 13 7,1 8 000DC001 09:52 10/06/2005 54 37,5 1,1 7,4 -48 0,1 28 12 6,5 9 000DC002 10:18 11/06/2005 48,3 34,8 2,7 14,2 -33 0,1 38,8 12 5,8
10 000DC003 10:26 11/06/2005 42,8 32,6 3,9 20,7 -36 0,4 33 34 14,6 11 000DC004 09:20 11/06/2005 54,8 37,5 1,3 6,4 -35 0,2 30 18 9,9 12 000DC005 14:01 11/06/2005 8,5 6,4 17,1 68 -5 1,1 34,6 78 6,6 13 000DC006 14:26 09/06/2005 59 40,1 0,2 0,7 -43 1,4 34,1 88 51,9 14 000DC007 15:39 09/06/2005 11,4 9,1 15,9 63,6 -28 0,3 32,2 25 2,9 15 000DC008 15:16 09/06/2005 53,8 37 0,7 8,5 -50 0,3 29,2 25 13,5 16 000DC009 14:38 09/06/2005 48,3 34,8 1 15,9 -48 0,3 33,6 25 12,1 17 000DC010 11:39 09/06/2005 56,9 38,1 0,5 4,5 -53 0,2 35,4 18 10,2 18 000DC011 14:08 11/06/2005 33,2 30,8 2,6 33,4 -47 0,7 34,6 60 19,9 19 000DC013 14:53 09/06/2005 26,3 19,6 10,6 43,5 -49 0 31,4 3 0,8 20 000DC014 10:44 09/06/2005 57,6 35,7 1,4 5,3 -56 0 31,6 0 - 21 000DC106 13:59 11/06/2005 27,5 23,8 7,4 41,3 -46 0,3 34,6 27 7,4 22 000DE004 12:48 11/06/2005 8 6,5 17 68,5 -3 -0,4 34,6 0 - 23 000DE006 12:57 11/06/2005 19,4 16,1 11,8 52,7 -20 2,9 34,7 127 24,6 24 000DE008 12:52 11/06/2005 18,1 15,4 12 54,5 -26 1,1 35,6 76 13,8 25 000DE009 12:54 11/06/2005 27 22 8,7 42,3 -11 1,6 35,6 93 25,1 26 000DE010 13:10 11/06/2005 19,8 23 7,8 49,4 -13 1,7 36,1 94 18,6 27 000DE011 13:19 11/06/2005 58,9 40 0,7 0,4 -4 6,7 33,1 202 119,0 28 000DE012 13:16 11/06/2005 54,4 38,7 1,4 5,5 -3 4,6 44,1 156 84,9 29 000DE013 13:45 10/06/2005 42,2 31,8 3,3 22,7 -9 1,6 43,6 93 39,2
Tabela B-15 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Jun / 2005
179
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH430 000DG001 08:36 10/06/2005 32,3 25,2 7,3 35,2 -29 1,631 000DG002 08:49 10/06/2005 19,3 22,1 4,3 54,3 -43 4,4 37,2 153 29,5 32 000DG004 09:04 10/06/2005 60,8 39 0,2 0 -46 0,1 40 6 3,6 33 000DG005 08:57 10/06/2005 0 9,7 16,5 73,8 -50 -0,1 43,8 0 - 34 000DG009 14:08 09/06/2005 57,4 39,3 2,4 0,9 -38 0,1 34,1 12 6,9 35 000DG012 10:59 10/06/2005 6,5 6,8 15,9 70,8 -30 0,2 36,2 18 1,2 36 000DG013 15:59 10/06/2005 40,3 28,6 5,5 25,6 -43 0 34,4 3 1,2 37 000DG015 10:45 10/06/2005 55,3 41,2 0,6 2,9 -41 0,3 33,4 25 13,8 38 000DG016 15:48 10/06/2005 48,1 34,7 1,7 15,5 -38 0,4 41,6 33 15,9 39 000DG018 10:26 10/06/2005 57,3 40,1 0,7 1,9 -41 0,5 42,4 41 23,5 40 000DG019 15:36 10/06/2005 41,1 30,6 3,9 24,4 -38 1,4 36,2 88 36,2 41 000DG021 10:01 10/06/2005 58,3 40,2 0,3 1,2 -45 0,5 36,2 39 22,7 42 000DG023 16:36 09/06/2005 31,9 24,8 7,8 35,5 -44 0,2 33,5 18 5,7 43 000DG024 09:12 11/06/2005 32 24,9 6,6 36,5 -24 2,1 35,4 105 33,6 44 000DG025 09:25 11/06/2005 14,6 13,3 12,3 59,8 -21 1,7 36,4 94 13,7 45 000DG026 09:42 11/06/2005 38,1 29,3 5,5 27,1 -27 0,6 43,2 51 19,4 46 000DG028 10:14 11/06/2005 34,1 28,4 7,5 30 -35 0,2 31,6 18 6,1 47 000DG029 10:04 11/06/2005 57,7 40,6 0,7 1 -21 0,9 39,6 70 40,4 48 000DG030 09:58 11/06/2005 30 25,4 6 38,6 -15 3,3 39,2 130 39,0 49 000DG031 14:39 11/06/2005 7,6 7,5 16,2 68,7 -35 1,5 34,5 91 6,9 50 000DG032 10:40 11/06/2005 58,3 40,8 0,5 0,4 -32 -0,3 38,8 0 - 51 000DG033 10:51 11/06/2005 10,8 9,7 14,7 64,8 -27 0,9 34,9 67 7,2 52 000DG034 14:29 11/06/2005 17,7 14 13,3 55 -31 0,4 34,1 30 5,3 53 000DG035 14:31 11/06/2005 7,9 6,4 17,4 68,3 -40 7,8 31 211 16,7 54 000DG036 12:59 11/06/2005 48 39,9 0,9 11,2 -28 2,7 34,7 120 57,6 55 000DG037 13:14 11/06/2005 12,2 13,1 12,1 62,6 -16 1,7 44,1 90 11,0 56 000DG038 14:26 11/06/2005 40,9 30,2 5,9 23 -37 0 34,1 0 - 57 000DG040 13:30 11/06/2005 3,8 4,8 18,7 72,7 -46 -0,6 32,1 0 - 58 000DG041 13:40 11/06/2005 23 19,1 14,2 43,7 -35 1,2 34,1 79 18,2 59 000DG042 14:21 11/06/2005 50,2 38,4 2,9 8,5 -40 -1,7 36,9 0 - 60 000DG043 14:17 11/06/2005 13,3 14 13,2 59,5 -11 0,1 39,1 6 0,8 61 000DG044 13:46 11/06/2005 56,6 42,8 0,6 0 -47 0,1 34 6 3,4 62 000DG047 14:12 11/06/2005 21,4 19,5 10,3 48,8 -17 6,1 39,1 181 38,7 63 000DG048 13:55 11/06/2005 13,8 10,6 15,4 60,2 -1 2,7 34,6 125 17,3 64 000DG049 14:05 11/06/2005 21,7 16,2 12,2 49,9 0 0,1 34,6 6 1,3 65 000DG050 13:49 11/06/2005 55,6 40,3 0,8 3,3 -48 0,4 34 33 18,3 66 000DG051 15:57 09/06/2005 57,7 40 1 1,3 -39 0 35,2 3 1,7 67 000DG053 10:35 11/06/2005 0 0,4 20 79,6 -1 0,2 33,4 19 - 68 000DG054 13:57 10/06/2005 34,7 25,7 7,8 31,8 -14 0,7 33,8 56 19,4 69 000DG055 15:28 09/06/2005 57,7 39,8 0,4 2,1 -47 0,5 38,8 39 22,5 70 000DG114 15:09 10/06/2005 56,8 40,8 0,1 2,3 -44 0,2 40,6 18 10,2 71 000DJ001 09:33 10/06/2005 53,7 38,1 0,8 7,4 -48 0,4 33,2 31 16,6 72 000DJ002 09:16 10/06/2005 55,6 40,4 0,4 3,6 -38 0,4 43,2 29 16,1 73 000DJ003 16:22 09/06/2005 40,2 32,5 2,9 24,4 -24 10,1 35,2 237 95,3 74 000DJ004 09:23 10/06/2005 32,5 27,5 4,3 35,7 -23 2,9 35,4 126 41,0 75 000DJ005 10:36 10/06/2005 57,1 42,3 0,2 0,4 -41 0,2 32,4 21 12,0 76 000DJ006 13:41 09/06/2005 58,3 39,6 0,3 1,8 -48 0,1 33,2 9 5,2 77 000DP002 13:22 11/06/2005 35,8 29,3 4,2 30,7 -3 1 32,1 75 26,9 78 000DP010 10:46 11/06/2005 20,2 16,7 12,5 50,6 -10 1,7 38,8 94 19,0 79 000DP011 14:24 11/06/2005 56,1 40,1 0,9 2,9 -39 0 34,1 3 1,7
1.438,7
180
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000CX004 06:40 30/08/2005 55,8 36,4 2,9 4,9 -6 -6,8 27 0 - 2 000CX005 06:42 30/08/2005 38,7 27 7,5 26,8 -11 2,4 28,5 119 46,1 3 BACIA001 06:47 30/08/2005 1,4 0,9 20,1 77,6 0 0 28,9 0 - 4 000AN001 06:54 30/08/2005 65,1 34,5 0,4 0 -2 2,7 37,1 130 84,6 5 000DC014 06:58 30/08/2005 56,1 34,6 2,8 6,5 -73 0 28 0 - 6 000DC010 07:01 30/08/2005 62,4 37,3 0,3 0 -66 0,6 27,2 51 31,8 7 000DJ006 07:03 30/08/2005 49,4 35,3 4 11,3 -68 -0,1 29,6 0 - 8 000DG008 07:08 30/08/2005 36,2 24,8 8,4 30,6 -70 0,1 31,2 12 4,3 9 000DG009 07:12 30/08/2005 60,4 39,5 0,1 0 -57 -0,6 41,4 0 - 10 000DG006 07:17 30/08/2005 60,3 38,9 0,8 0 -65 0,4 32,8 31 18,7 11 000DC009 07:20 30/08/2005 41,6 31,9 3,3 23,2 -65 0,1 28 6 2,5 12 000DC013 07:24 30/08/2005 23,9 16,3 12,5 47,3 -66 0 28 3 0,7 13 000DC008 07:28 30/08/2005 52,5 36,6 2,1 8,8 -65 0,2 28 15 7,9 14 000DG055 07:32 30/08/2005 53,2 37,1 3,2 6,5 -64 0,6 30,8 53 28,2 15 000DC007 07:35 30/08/2005 10,3 7 17,2 65,5 -52 0,6 28,2 53 5,5 16 000DG051 07:39 30/08/2005 59,8 39,9 0,3 0 -56 0,3 41,6 27 16,1 17 000DJ003 07:44 30/08/2005 46,9 34,6 4,3 14,2 -10 8 45,2 204 95,7 18 NOVO0004 07:47 30/08/2005 36,2 29,4 5,1 29,3 -1 2,6 34,4 119 43,1 19 000DG023 07:51 30/08/2005 35,1 26,8 7,2 30,9 -43 1,4 43,8 82 28,8 20 000DG001 07:54 30/08/2005 53,6 39,2 1,1 6,1 -9 2,2 47,2 103 55,2 21 000DG002 07:57 30/08/2005 39,6 32,4 2,9 25,1 -55 0,8 39,4 65 25,7 22 000DG005 08:00 30/08/2005 36,5 30 3,1 30,4 -48 -47 38,2 0 - 23 000DG004 08:04 30/08/2005 59,6 39,9 0,5 0 -65 0,2 43,1 15 8,9 24 NOVO0024 08:12 30/08/2005 49,6 35,4 4 11 -2 2,2 32,2 115 57,0 25 000DJ002 08:15 30/08/2005 34,1 27,6 6,5 31,8 -45 2,3 43,8 105 35,8 26 NOVO0004 11:34 30/08/2005 37,6 29,5 5,7 27,2 0 2,4 35 115 43,2 27 000DG040 11:54 30/08/2005 44,1 31,8 4,7 19,4 -21 0 36,4 3 1,3 28 000DG041 11:57 30/08/2005 49,9 38,3 3,2 8,6 -44 0,1 35,4 12 6,0 29 000DG044 12:01 30/08/2005 15,5 11,8 15,4 57,3 -54 0 33,3 0 - 30 000DG050 12:04 30/08/2005 55,4 40,5 0,6 3,5 -54 0,3 37,6 24 13,3 31 000DG048 12:10 30/08/2005 59,5 40 0,5 0 -1 2,6 38,4 123 73,2 32 000DC006 12:12 30/08/2005 43,5 31 3,2 22,3 -37 1,3 39,2 82 35,7 33 000DC005 12:14 30/08/2005 61,2 38,4 0,4 0 -5 1,3 34,8 87 53,2 34 000DJ004 08:18 30/08/2005 47 33,3 4,3 15,4 0 -0,6 36,6 0 - 35 NOVO0023 08:23 30/08/2005 34,6 26 7,8 31,6 -5 6,2 31,6 190 65,7 36 NOVO0022 08:27 30/08/2005 60,2 39 0,8 0 -1 2,3 34,8 115 69,2 37 000DJ001 08:33 30/08/2005 48,8 35,5 2,5 13,2 -58 0,4 35,2 30 14,6 38 000AN002 08:36 30/08/2005 0,5 0,2 20,7 78,6 -2 0,4 33,4 37 0,2 39 000DC001 08:38 30/08/2005 47,7 36,2 1,5 14,6 -58 0,5 30,8 43 20,5 40 000DG021 08:41 30/08/2005 60,1 39,2 0,7 0 -55 0,1 34,2 6 3,6 41 000AN003 08:43 30/08/2005 56,1 41,2 0,5 2,2 -55 0,1 33,1 12 6,7 42 000DG018 08:47 30/08/2005 60,8 38,3 0,9 0 -54 0,6 33,2 57 34,7 43 000DJ005 08:50 30/08/2005 57,3 41,3 1,2 0,2 -55 0,2 33,4 15 8,6 44 000DG012 08:57 30/08/2005 19,8 17 11,5 51,7 -49 0 35,4 3 0,6 45 SEMPLACA 09:05 30/08/2005 37,8 29,9 7 25,3 -35 1,5 35,6 88 33,3 46 000DP003 09:09 30/08/2005 23,6 16,6 12,8 47 -31 -2,6 36,9 0 - 47 000DG011 09:13 30/08/2005 50,9 38,3 0,7 10,1 -53 0 34,7 0 - 48 000DG014 09:19 30/08/2005 52,2 38,5 0,7 8,6 -53 0,1 35,6 6 3,1 49 000DG020 09:26 30/08/2005 34,3 13,9 9,3 42,5 -50 0 31,6 6 2,1 50 000DG019 09:30 30/08/2005 13,7 10,9 14,6 60,8 -50 1,3 33 83 11,4 51 000DG016 09:34 30/08/2005 53,2 38,1 1 7,7 -54 0,2 31,8 18 9,6 52 000DG013 09:38 30/08/2005 57,9 39,5 1,4 1,2 -52 0,1 33,2 12 6,9 53 000DG010 09:50 30/08/2005 0,3 0,1 20,8 78,8 -42 -0,2 30 0 - 54 000CX001 09:56 30/08/2005 0,3 0,1 20,8 78,8 -18 0,2 32,4 19 0,1 55 000CX002 10:00 30/08/2005 51,3 36 2,6 10,1 -30 -1,1 39,2 0 - 56 000CX003 10:03 30/08/2005 13,9 9,8 16,2 60,1 -41 0,3 33,6 25 3,5 57 000DE013 09:00 30/08/2005 29,1 22,1 9,3 39,5 -7 3,7 34,1 144 41,9 58 000AN004 10:12 30/08/2005 54,2 39 2,8 4 -32 2,1 38,6 107 58,0 59 000DG024 10:18 30/08/2005 26,9 22,1 8,6 42,4 -22 4,7 37,2 162 43,6 60 000DC004 10:22 30/08/2005 31,4 23,8 8,9 35,9 -44 0 37,2 0 - 61 000DG025 10:25 30/08/2005 27,5 22,8 7,9 41,8 -10 1,8 37,4 97 26,7 62 000DE015 10:29 30/08/2005 28,2 21,3 9,4 41,1 -1 -1,2 35,8 0 -
Tabela B-16 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Ago / 2005
181
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH463 000DG030 10:33 30/08/2005 53,7 38,9 0,8 6,6 -12 5,9 42,8 178 95,6 64 000DC002 10:39 30/08/2005 40,3 28,7 6,1 24,9 -44 0 43,2 0 - 65 NOVO0001 10:42 30/08/2005 43,9 31,5 5,7 18,9 -46 0 34,4 0 - 66 000DC003 10:46 30/08/2005 20,8 17,9 10,9 50,4 -41 0,4 39,8 30 6,2 67 000DG053 10:49 30/08/2005 0,9 3,5 17,4 78,2 0 -0,1 41,3 0 - 68 NOVO0025 10:53 30/08/2005 54 39,5 2 4,5 -2 2,4 33,4 118 63,7 69 000DG032 10:56 30/08/2005 42,7 31,7 5,9 19,7 -27 1 38,8 73 31,2 70 000DP010 10:59 30/08/2005 10,8 15,3 15 58,9 -2 -0,4 35,5 0 - 71 000DG033 11:03 30/08/2005 47,8 32,7 4,2 15,3 -30 0,8 34,4 68 32,5 72 000DE004 11:05 30/08/2005 17,8 14 13,4 54,8 -1 0,4 34,8 34 6,1 73 000DE008 11:09 30/08/2005 26,3 20,8 9,4 43,5 -12 1,7 40,4 94 24,7 74 000DE009 11:11 30/08/2005 27,3 22,3 8,2 42,2 -8 1,9 41,4 99 27,0 75 000DE006 11:14 30/08/2005 47 33,4 3,3 16,3 -5 1,3 38,2 84 39,5 76 000DG036 11:17 30/08/2005 35 29,3 4,1 31,6 -37 0,2 39,2 18 6,3 77 NOVO0007 11:22 30/08/2005 14,9 11,7 14,3 59,1 -2 0,5 33,4 41 6,1 78 NOVO0006 11:25 30/08/2005 16 13 13,7 57,3 -2 0,4 35,6 31 5,0 79 NOVO0002 11:28 30/08/2005 38,2 29,1 6,4 26,3 -2 3 36,6 128 48,9 80 NOVO0005 11:30 30/08/2005 27,7 22,2 9 41,1 -4 3,7 36,8 142 39,3 81 000DG052 11:37 30/08/2005 48,8 37,8 1,7 11,7 -34 3,2 36,6 131 63,9 82 000DE010 11:40 30/08/2005 23 20,5 8,9 47,6 -29 1,2 42,2 76 17,5 83 000DG037 11:43 30/08/2005 23,9 19,7 9,8 46,6 -19 3,1 37,6 127 30,4 84 000DE012 11:45 30/08/2005 52,6 37,5 2,5 7,4 -3 2,4 43,2 112 58,9 85 000DE011 11:48 30/08/2005 26,1 19,9 10,1 43,9 -18 11,9 40,8 253 66,0 86 000DP002 11:50 30/08/2005 15,3 11,9 14,8 58 -7 2,4 42,2 111 17,0 87 000DG049 12:17 30/08/2005 61 38,5 0,5 0 0 0,2 38,4 16 9,8 88 000DC011 12:21 30/08/2005 34 30,7 3 32,3 -46 0,7 36,7 57 19,4 89 000DG047 12:24 30/08/2005 6,6 4,1 18,8 70,5 -4 -4,9 36,7 0 - 90 000DG043 12:27 30/08/2005 19,4 15,5 12,7 52,4 -2 0,2 37,4 22 4,3 91 000DG042 12:34 30/08/2005 58,1 41,5 0,4 0 -32 -8,7 38,4 0 - 92 000DP011 12:37 30/08/2005 58,5 40,8 0,7 0 -38 0,7 35,8 61 35,7 93 000DG038 12:40 30/08/2005 43,9 31,4 5,4 19,3 -35 0,7 35,2 62 27,2 94 000DG035 12:43 30/08/2005 59,9 39,8 0,3 0 -21 3,2 37 134 80,3
2.149,5
Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH4
1 NOVO0010 13:27 30/08/2005 60,4 38,9 0,7 0 0 0 39,2 0 - 2 NOVO0013 13:32 30/08/2005 47,5 33,3 3 16,2 -1 4,9 33,4 173 82,2 3 NOVO0014 13:37 30/08/2005 60 39,4 0,6 0 -1 3,5 35,2 145 87,0 4 NOVO0015 13:40 30/08/2005 51,7 39,6 1,8 6,9 -6 1 34,4 75 38,8 5 NOVO0016 13:42 30/08/2005 13,8 12,1 14,3 59,8 -9 0,8 38,2 61 8,4 6 NOVO0017 13:46 30/08/2005 34,4 29,6 4,1 31,9 -3 0,1 34,2 12 4,1 7 NOVO0018 13:52 30/08/2005 30 24,1 8,5 37,4 -5 2,4 35,6 115 34,5 8 NOVO0019 13:55 30/08/2005 58,4 41,1 0,5 0 0 0,2 38,2 18 10,5 9 NOVO0020 13:58 30/08/2005 41,5 32,1 5,3 21,1 -5 1 35,8 75 31,1
296,6
Tabela B-17 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 6 - Ago / 2005
182
Tabela B-18 – Leituras de vazão de metano efetuadas na central de captação
Data Vazão total das células Vazão total central (m³/h) (m³/h)
26/7/2004 2454,75 3050
17/8/2004 1853,27 3150
17/11/2004 2045,77 2757 9/3/2005 2464,38 4396
29/4/2005 3219,45 4770
25/5/2005 28577,14 4780
11/6/2005 2687,98 4653
30/8/2005 4112,3 4637
183
APÊNDICE C – Disposição dos resíduos desde a abertura
do aterro até a data final do estudo
Para o cálculo dos sub-aterros considerados a partir da equação 3.15, usou-se os valores de
disposição de resíduos mostrado nas Tabelas C1 à C8, a partir da data de abertura do aterro
até a data do final do estudo, agosto de 2005.
Tabela C1 – Disposição de resíduo nas Célula 5 e macro-Célula 1 em 1997 e 1998
MÊS CELULA
01 CELULA
05 CELULA
06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
10/97 6.945,79 6.945,79 11/97 9.468,54 9.468,54 12/97 12.364,94 12.364,94
28.779,27
01/98 12.112,99 12.112,99 02/98 9.372,10 9.372,10 03/98 11.496,60 11.496,60 04/98 12.067,77 12.067,77 05/98 11.624,44 11.624,44 06/98 12.026,63 12.026,63 07/98 11.960,43 11.960,43 08/98 12.551,51 12.551,51 09/98 11.654,60 11.654,60 10/98 12.977,99 12.977,99 11/98 13.145,88 13.145,88 12/98 48.073,40 48.073,40
179.064,34
Tabela C2 – Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 1999
MÊS CELULA 01 CELULA 05 CELULA 06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/99 56.830,73 56.830,73 02/99 52.088,15 52.088,15 03/99 59.450,99 59.450,99 04/99 59.767,41 59.767,41 05/99 67.170,59 67.170,59 06/99 65.542,46 65.542,46 07/99 66.261,49 66.261,49 08/99 62.723,78 62.723,78 09/99 64.056,29 64.056,29 10/99 65.737,81 65.737,81 11/99 65.632,10 65.632,10 12/99 76.130,31 76.130,31
761.392,11
184
Tabela C3 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2000
MÊS CELULA 01 CELULA 05 CELULA 06
VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/00 72.337,37 72.337,37 02/00 68.395,59 68.395,59 03/00 71.945,04 71.945,04 04/00 65.866,10 65.866,10 05/00 73.412,55 73.412,55 06/00 69.381,64 69.381,64 07/00 68.910,62 68.910,62 08/00 73.193,72 73.193,72 09/00 68.694,96 68.694,96 10/00 68.924,75 68.924,75 11/00 69.576,66 69.576,66 12/00 76.028,33 76.028,33
846.667,33
Tabela C4 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2001
MÊS CELULA 01 CELULA
05 CELULA 06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/01 78.247,05 78.247,05 02/01 65.861,22 65.861,22 03/01 74.403,19 74.403,19 04/01 66.306,11 66.306,11 05/01 71.943,90 71.943,90 06/01 71.304,69 71.304,69 07/01 69.265,02 69.265,02 08/01 73.775,43 73.775,43 09/01 69.687,88 69.687,88 10/01 75.797,87 75.797,87 11/01 73.145,65 73.145,65 12/01 80.019,50 80.019,50
869.757,51
Tabela C5 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2002
MÊS CELULA 01 CELULA
05 CELULA 06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/02 83.575,20 83.575,20 02/02 72.104,43 72.104,43 03/02 75.470,92 75.470,92 04/02 72.470,20 72.470,20 05/02 67.335,72 67.335,72 06/02 62.191,84 62.191,84 07/02 68.034,72 68.034,72 08/02 67.074,89 67.074,89 09/02 64.265,10 64.265,10 10/02 70.011,23 70.011,23 11/02 65.782,54 65.782,54 12/02 74.076,41 74.076,41
842.393,20
185
Tabela C6 - disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2003
MÊS CELULA 01 CELULA
05 CELULA 06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/03 68.420,65 68.420,65 02/03 59.432,77 59.432,77 03/03 66.014,27 66.014,27 01/04/2003 Macro 1 63.505,25 63.505,25 01/05/2003 Célula 5 64.985,73 64.985,73 06/03 61.732,70 61.732,70 07/03 62.902,19 62.902,19 08/03 61.662,47 61.662,47 09/03 62.887,91 62.887,91 10/03 63.501,25 63.501,25 11/03 62.353,23 62.353,23 12/03 72.596,72 72.596,72
769.995,14
Tabela C7 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2004
MÊS CELULA 01 CELULA
05
JUNÇÃO CÉLULA 5 E MACRO 1 CELULA 06
VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
01/04 69.935,91 69.935,91 02/04 62.210,55 62.210,55 03/04 70.793,16 70.793,16 04/04 34.375,07 30.000,00 64.375,07 01/05/2004 Fim cel 5 66.245,05 66.245,05 01/06/2004Célula 6 65.913,77 65.913,77 07/04 66.120,27 66.120,27 08/04 66.165,52 66.165,52 01/09/2004Macro 1 41.911,52 20.955,76 62.867,28 10/04 62.873,87 62.873,87 11/04 64.829,42 64.829,42 12/04 76.365,51 76.365,51
798.695,38
Tabela C8 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 no ano de 2005
MÊS CELULA 01 CELULA
05 CELULA 06 VALOR TOTAL
TOTAL / ANO
Jan/05 72.135,33 72.135,33 fev/05 63.927,40 63.927,40 mar05Celula6 71.382,72 71.382,72 abr/05 68.186,25 68.186,25 mai/05 68.990,16 68.990,16 jun/05 66.859,62 66.859,62 jul/05 68.019,84 68.019,84 ago/05 70.505,61 70.505,61
550.006,93
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA CEP: 40.210-630
Tels: (71) 235-4436 / 203-9798 Fax: (71) 3203-9892
E-mail: [email protected] Home page: http://www.teclim.ufba.br