TATIANE COSTA QUARESMA APLICAÇÃO DE OZÔNIO E … · os protocolos que utilizaram o Ozônio...

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1 Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica TATIANE COSTA QUARESMA APLICAÇÃO DE OZÔNIO E ULTRASSOM NA DESINFECÇÃO DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE APPLICATION OF ULTRASOUND IN OZONE AND DISINFECTION OF THE HANDS OF HEALTH PROFESSIONALS São José dos Campos, SP 2013

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Universidade Camilo Castelo Branco

Instituto de Engenharia Biomédica

TATIANE COSTA QUARESMA

APLICAÇÃO DE OZÔNIO E ULTRASSOM NA DESINFECÇÃO DAS

MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

APPLICATION OF ULTRASOUND IN OZONE AND DISINFECTION OF THE

HANDS OF HEALTH PROFESSIONALS

São José dos Campos, SP

2013

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Tatiane Costa Quaresma

APLICAÇÃO DE OZÔNIO E ULTRASSOM NA DESINFECÇÃO DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Orientadora: Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti

Co-Orientador: Prof. Dr. Carlos José de Lima

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Bioengenharia.

São José dos Campos, SP

2013

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me permitiram estudar mesmo diante de

todas as dificuldades por nós vivenciadas.

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AGRADECIMENTOS A Deus que diante de toda minha caminhada esteve sempre me guiando e

iluminando, dando sabedoria para tomar decisões e enfrentar problemas. Ele que

me acalmou, direcionou e me fez pôr os pés no chão sempre que perdi meu rumo ou

direção. Ele que permitiu a concessão da Bolsa de Estudos para a realização deste

sonho e que esteve ao meu lado em todos os contratempos passados em uma

cidade grande.

Aos meus pais Paula Costa e José Quaresma que se dedicaram a dar a melhor

educação aos seus filhos, deixando muitas vezes de viver plenamente a vida de

casal sempre permitindo boas escolas, livros e fardamento. A vocês que me deram a

vida com dignidade e que sempre estiveram ao meu lado nos momentos bons e

ruins que passei, fazendo diminuir meus anseios, medos e aflições. A vocês prometo

meu amor eterno!

Aos meus irmãos Suellen Aguiar e Thiago Quaresma, cunha dos Fábio Aguiar e

Suellem da Cruz e sobrinho Arthur Quaresma que me ajudaram direta e

indiretamente a alcançar essa conquista, me permitindo moradia, colo, conselhos,

amizade e muitos momentos de prazer e reflexão. Sem vocês tudo seria muito mais

difícil, perto de vocês sinto paz, amor e doação. Obrigada por cada palavra dita, por

cada momento vivido e por todas as vezes que enxugaram minhas lágrimas. Meu

amor eterno!

Aos meus afilhados Cauã Lima, Arthur Quaresma e Roberta Macedo por

fazerem parte da minha vida e mostrar a importância de viver, dar e deixar bons

exemplos. Um dia vocês entenderão o porque deste momento de ausência pelo qual

passamos neste último ano.

Aos meus filhos caninos Wend, Pedrita, Mel e Ruck que ao longo destes dois

anos de tensão e estresse me proporcionaram momentos de intensa alegria e

satisfação. Que demonstram o amor verdadeiro e companheirismo e que me fazem

sentir ainda mais responsável.

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Aos meus orientadores Prof.ª Dra. Adriana Fernandes Moretti Barrinha e Prof.

Dr. Carlos José de Lima , pelos ensinamentos, dedicação, paciência, amizade,

carinho, conselhos. Que perceberam o momento delicado pelo qual passei no

decorrer do curso, mas que mesmo assim souberam me entender e estimular para o

término desta pesquisa. Obrigada pelos ralhos e também pelos elogios. Vocês foram

excelentes amigos e profissionais!

As Faculdades Integradas do Tapajós – FIT que financiou juntamente com a

FIDESA este curso, me proporcionando aquisição de novos conhecimento e

estímulo pessoal para continuar almejando a subida de novos degraus. Estarei

sempre a disposição para dividir conhecimentos e contribuir no crescimento de

nossa instituição de ensino. Minha eterna gratidão!

A Universidade do Estado do Pará – UEPA que permitiu alguns momentos de

ausência para o alcance deste mérito. Aos meus alunos que entenderam a

necessidade de antecipar aulas em meio ao corre-corre da vida acadêmica e aos

que contribuíram diretamente para o desenvolvimento do meu trabalho, em especial

Greyce Nivea Viana, Clessya Eline Mota.

Aos amigos Jaciara, Ronald e Emanuel Pedra que me acolheram em sua casa e

me acalmaram frente as dificuldades desta longa jornada. Que foram meus pais,

irmãos e confidentes, pois estiveram vivenciando meus problemas e me dando

conselhos. Que me permitiram momentos de muita alegria e paz. Minha amizade

eterna!

A amiga e cumadre Ana Emília Gomes Macedo que desde a aprovação no

processo de seleção do mestrado me apoiou e se mostrou grande companheira e

parceira. Que também se fez presente em momentos de dificuldades. As situações

vividas jamais serão esquecidas... aquela descida desesperada do morrinho em

frente a universidade para pegar o ônibus pra Pinda, o tal Pássaro Marrom que

ninguém sabia o que era, a descoberta que o suco do restaurante era grátis e tantas

outras histórias e momentos que passamos juntas. Você me proporcionou muitos

momentos felizes, Te amo!

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As minhas amigas do peito Leidiani Viana, Janilce Oliv eira que me permitiram

momentos de intensa alegria e descontração ao longo desta jornada, que estiveram

presentes em momentos únicos da minha vida, momentos de aflição, medo e

angústia. Também souberam entender meu afastamento em tantas horas e

momentos. Minha amizade eterna!

A todos os voluntários que se propuseram a participar deste estudo, direta e

indiretamente, desde a confecção dos meios de cultura e esterilização de água bem

como na obtenção das amostras biológicas.

Aos Técnicos em Enfermagem, Enfermeiros, Coordenadoras de Enfermagem e

Diretor do Hospital que me receberam muito bem e disponibilizaram o espaço e

estrutura necessárias para o desenvolvimento desta pesquisa.

Agradeço também aos funcionários da UNICASTELO Nidia Domingues e

Leandro Procópio, da FIT Karina Barbosa e Petra Sin ara e da UEPA Luís

Afonso Leite que me socorreram em diversos momentos, e meus colegas, amigos

e familiares que contribuíram de alguma maneira na realização deste sonho e que

mesmo distante torceram por meu sucesso!

Muito Obrigada!

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EPÍGRAFE

“Se você quiser alguém em quem confiar, Confie em si mesmo!

Quem acredita sempre alcança!”

(Mais uma vez – Renato Russo)

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APLICAÇÃO DE OZÔNIO E ULTRASSOM NA DESINFECÇÃO DAS

MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

RESUMO

As mãos são a principal via de transmissão de microrganismos e possibilitam novos

casos de infecção hospitalar. A prática da higienização das mãos é de grande

importância para eliminar microrganismos da pele, prevenir a propagação de

doenças, proteger-se contra as agressões do meio. Porém a problemática está na

baixa adesão e negligência dos profissionais na realização dessa prática. O gás

ozônio apresenta características microbiocidas interessantes, é capaz de agir sobre

um grande número de microrganismos, incluindo patógenos resistentes e não induzir

resistência microbiana. Outro recurso disponível é o ultrassom cujos efeitos químicos

e mecânicos são causados por bolhas de cavitação que provocam a morte

bacteriana. Técnicas de utilização de água ozonizada, gás ozônio e US foram

aplicadas na higienização das mãos. Amostras foram coletadas das regiões digital,

palmar e ungueal da mão dominante, semeadas e incubadas. Análise quantitativa

microbiológica foi realizada, e os resultados evidenciaram significativa diminuição

dos microrganismos em cada técnica separada. Todos os protocolos aplicados

desenvolveram ação redutora sobre a microbiota das mãos. A técnica com Gás

Ozônio se mostrou mais eficiente para redução, seguido da aplicação combinada do

Ultrassom com Água Ozonizada, Ultrassom com Água Estéril e aplicação de Água

Ozonizada. Desta maneira, é imperativo que novos estudos sejam realizados, pois

os protocolos que utilizaram o Ozônio gasoso e US são muito promissores, uma vez

que foram capazes de reduzir eficientemente o número de UFCs mesmo nas regiões

mais críticas, como a ungueal. Espera-se que futuramente novos protocolos que tem

como base estas tecnologias possam ter aplicabilidade no ambiente hospitalar.

Palavras-chave: higienização das mãos, protocolo de desinfecção, ozônio e

ultrassom.

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APPLICATION OF ULTRASOUND IN OZONE AND DISINFECTION OF

THE HANDS OF HEALTH PROFESSIONALS

ABSTRACT

Hands are the main route of transmission of microorganisms and possible new cases

of nosocomial infection. The practice of hand hygiene is very important to eliminate

microorganisms from the skin, preventing the spread of disease, protect themselves

against the aggressions of the environment. But the problem lies in poor adherence

and negligence of professionals in performing this practice. Ozone gas has

microbiocides interesting characteristics, is capable of acting on a large number of

microorganisms including pathogenic and resistant microbiana not induce resistance.

Another resource available is ultrasound whose chemical and mechanical effects are

caused by cavitation bubbles causing death bacteriana. Techniques using ozonated

water, ozone gas and U.S. were applied in hand hygiene. Samples were collected

from the digital palmar nail and hand dominant, seeded and incubated. Quantitative

microbiological analysis was performed, and the results showed a significant

reduction of microorganisms in each technique separately. All protocols applied

developed reductive action on the microbiota of hands. The technique with Ozone

Gas is more efficient to decrease, followed by the combined application of ozonated

water with Ultrasound, Ultrasound with Sterile Water and application of ozonated

water. Thus, it is imperative that further studies be conducted, because the protocols

that used ozone gas and U.S. are very promising, since they were able to effectively

reduce the number of CFU's even in the most critical regions, such as the nail. It is

expected that in the future new protocol which is based on these technologies may

have applicability in a hospital environment.

Key-words: hand hygiene, disinfection protocol, ozone and ultrasound.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AMH – Agar Mueller Hinton

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Atm – Atmosfera

CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CDC – Centers for Disease Control and Prevention

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa cm – Centímetro °C – Grau Celsius C x t – concentração x tempo DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio DQO – Demanda Química de Oxigênio h – horas HPV – Papilomavírus Humano Hz – Hertz IH – Infecção Hospitalar kHz – quilohertz MS – Ministério da Saúde mL – Mililitro nm – Nanômetro O2 – Oxigênio O3 – Ozônio pH – Potencial de Hidrogênio ppm – Partículas Por Milhão, Equivalente a mg/L S. aureus – Staphylococcus aureus

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TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UEPA – Universidade do Estado do Pará UFC – Unidades Formadoras de Colônias US – Ultrassom UTI – Unidade de Terapia Intensiva UV – Ultravioleta W – Watts

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Estrutura básica da pele ........................................................................ 23 Figura 2. Microbiota das mãos de profissionais da saúde..................................... 25 Figura 3. Mãos de profissional da saúde desencadeando Infecção cruzada........ 26 Figura 4. Mãos de profissional da saúde desencadeando infecção cruzada no contato com paciente e dispositivos hospitalares.................................................. 27 Figura 5. Higienização incorreta das mãos............................................................ 27 Figura 6. Técnica de higienização simples das mãos........................................... 29 Figura 7. Estrutura molecular do ozônio................................................................ 33 Figura 8. Representação da formação de ozônio por descarga elétrica............... 35 Figura 9. Mecanismo de ação do ozônio nos microrganismos.............................. 38 Figura 10. Cavitação acústica................................................................................ 40 Figura 11. Regiões de frequência do som............................................................. 40 Figura 12. Insumos para preparação do meio de cultura...................................... 44 Figura 13. Meio de Cultura. A) Distribuição do meio de cultura em placas de petri. B) Esterilização com radiação ultravioleta.................................................................. 44 Figura 14. Regiões da mão para obtenção das amostras..................................... 45 Figura 15. Processo de higienização e secagem das mãos.................................. 45 Figura 16. Instrumentos utilizados para obtenção das amostras.......................... 46 Figura 17. Obtenção das amostras microbiológicas.............................................. 46 Figura 18. Acondicionamento das placas semeadas em estufa............................ 47 Figura 19. Curva de extrapolação para ozonização da água................................ 48 Figura 20. Recipiente para aplicação do gás ozônio na mão dominante.............. 49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação da temperatura e da solubilidade do ozônio em água............. 36 Tabela 2. Redução do numero de UFC´s antes e após a aplicação de US nas diferentes regiões selecionadas............................................................................ 51 Tabela 3. Redução do numero de UFC´s antes e após a aplicação de água ozonizada nas diferentes regiões selecionadas ................................................... 52 Tabela 4. Redução do numero de UFC´s antes e após a aplicação de US nas diferentes regiões selecionadas ........................................................................... 52 Tabela 5. Redução do numero de UFC´s antes e após a aplicação de US e água ozonizada nas diferentes regiões selecionadas.................................................... 53 Tabela 6. Redução do número de UFC antes e após aplicação dos tratamentos com gás ozônio, combinação US/água ozonizada e água ozonizada, nas diferentes regiões selecionadas............................................................................................. 54

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 18

1.1. Objetivo geral.............................................................................................. 22

1.2. Objetivos específicos ................................................................................. 22

2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 23

2.1. A pele ......................................................................................................... 23

2.1.1. Aspectos microbiológicos da pele ...................................................... 23

2.2. Higienização das mãos............................................................................... 25

2.2.1. Importância da higienização das mãos.......................................... 25

2.2.2. Técnica recomendada pela ANVISA para higienização

das mãos.................................................................................................. 28

2.2.3. Produtos utilizados na higienização das mãos............................... 30

2.3. Ozônio........................................................................................................ 32

2.3.1. O gás ozônio................................................................................... 32

2.3.2. Geração do gás ozônio................................................................... 34

2.3.3. Solubilidade do gás ozônio em meio líquido.................................. 35

2.3.4. Utilização do ozônio em processos de desinfecção....................... 36

2.3.5. Especificidade técnica de concentração e dose............................. 38

2.4. Ultrassom.................................................................................................... 39

2.4.1. Geração de ondas ultrassônicas.................................................... 39

2.4.2. Utilização do ultrassom em processos de desinfecção.................. 41

2.5. Uso combinado do ozônio e ultrassom na microbiologia .......................... 42

3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 43

3.1. Sujeitos da pesquisa................................................................................... 43

3.2. Meio de cultura........................................................................................... 43

3.3. Obtenção da amostra................................................................................. 44

3.3.1. Coleta das amostras....................................................................... 46

3.4. Ozonização da água................................................................................... 47

3.5. Aplicação de ultrassom com água estéril nas mãos .................................. 48

3.6. Aplicação de água ozonizada nas mãos.................................................... 48

3.7. Aplicação de gás ozônio nas mãos............................................................ 49

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3.8. Aplicação combinada de água ozonizada e ultrassom nas mãos.............. 50

3.9. Análise e apresentação dos dados............................................................ 50

3.10. Considerações éticas............................................................................... 50

4. RESULTADOS................................................................................................... 51

4.1. Higienização das mãos a partir do ultrassom ............................................ 51

4.2. Higienização das mãos seguida da aplicação de água ozonizada............ 51

4.3. Higienização das mãos seguida da aplicação de gás ozônio.................... 52

4. 4. Higienização das mãos seguida da aplicação combinada do ultrassom e

água ozonizada................................................................................................. 53

5. DISCUSSÃO...................................................................................................... 55

6. CONCLUSÃO.................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ..............................………………………….………………......….. 64

ANEXO A. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................... 75

ANEXO B. Termo de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa. 78

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1. INTRODUÇÃO

A higienização das mãos é um simples ato que deve ser obrigatório a todos os

profissionais da saúde e que deve ser realizado antes e após o contato com

pacientes. Esta ação é simples, pouco dispendiosa e segundo diversos estudos

reduzem riscos de transmissão de microrganismos. As infecções hospitalares (IH)

surgem por diversas razões e mecanismos que favorecem seu aparecimento. Um

deles é a transmissão de microrganismos pelos profissionais da área da saúde, que

atuam como vetores, direta ou indiretamente, na transmissão de microrganismos

patogênicos a pacientes vulneráveis (FELIX; MIYADAHIRA, 2009). Este é um

problema mundial cuja preocupação transcende os órgãos de saúde e se caracteriza

como um problema de ordem social e ética (SOUSA; ALVES et al., 2008).

A problemática se acentua devido à assistência à saúde no ambiente

hospitalar demandar aproximação física do profissional com os pacientes. As mãos

são as estruturas corporais mais utilizadas no contato direto e se constituem no

principal veículo de transmissão de microrganismos (CRUZ et al., 2009). Devido a

sua extensão, a pele é exposta a diversos microrganismos do meio ambiente. Para

que ocorra esta transmissão, as infecções hospitalares contam com três elementos

necessários: fonte de infecção; hospedeiros susceptíveis e as mãos dos

profissionais de saúde, causando, assim, múltiplos tipos de infecção (FONSECA;

SILVA, 2006).

O ambiente hospitalar deveria ser promotor da saúde, portanto, é cada vez

mais preocupante aos seus profissionais que têm suas atenções voltadas para o

controle de infecção, pois é ponto primordial entre todos os profissionais de saúde,

passando a ser integral e constante nas ações e procedimentos realizados pela

enfermagem (SANTOS, 2008). Acredita-se que uma proporção considerável de IH

possa ser evitada sendo destacada como medida fundamental, nesse aspecto, a

eficácia da higienização das mãos (OLIVEIRA et al., 2007).

A literatura destaca que a infecção cruzada é uma importante fonte de surtos

de infecção relacionada à assistência à saúde. Indiretamente, mesmo sem a

comprovação da colonização das mãos dos profissionais de saúde, já havia sido

demonstrado que a baixa adesão à higienização das mãos era uma das causas dos

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surtos de colonização e infecção por Staphylococcus aureus (S. aureus) (WANG et

al., 2001; WEBER et al., 2002).

Esta simples prática de higienizar as mãos permite reduzir significativamente

a transmissão de microrganismos bem como contribui na diminuição da incidência

das infecções passiveis de prevenção, reduzindo a morbi-mortalidade em serviços

de saúde (LARSON, 1988; NYSTRON, 1994; PITTET et al., 2000; BOYCE; PITTET,

2002; WHO, 2009; PRATT et al., 2001; PELLOWE et al., 2003; PRATT et al., 2007).

São conhecidos três elementos principais na prevenção a transmissão de

microrganismos pelas mãos: agente tópico com eficácia antimicrobiana;

procedimento adequado ao utilizá-lo (com técnica adequada e no tempo

preconizado) e adesão regular no seu uso (nos momentos indicados) (ROTTER,

2004).

Segundo Larson (2004), a problemática no processo de higienização das

mãos não é a falta de bons produtos, mas sim a negligência dos profissionais da

saúde na realização dessa prática. Isso torna o problema maior, pois, o hospital

disponibiliza recursos para tal prática e caso o profissional de saúde não realize a

higienização das mãos por qualquer razão (falta de tempo, indisponibilidade de pia

ou produto), o resultado deixa a desejar, não importando quão eficaz seja o produto

na redução microbiana das mãos contaminadas.

Calil (2007) ratifica a importância da higienização das mãos dizendo que esta

é a medida mais importante de evitar a transmissão de microrganismos de um

paciente para outro; as mãos devem ser lavadas antes e após contato com

pacientes e após contato com sangue, excreções e equipamentos ou artigos

contaminados. Os autores Couto, Pedrosa e Nogueira (1999), complementam que a

higienização das mãos deve ser um hábito entre os profissionais de saúde. Porém o

profissional de saúde deve higienizar as mãos com a periodicidade recomendada na

técnica, ou seja, antes e após o contato com pacientes, após o contato com sangue,

secreções, excreções, equipamentos contaminados, e antes e após a retirada das

luvas, para evitar a contaminação ao iniciar o turno do trabalho, após ir ao banheiro,

antes e depois das refeições, antes do preparo e manipulação de medicações e do

alimento (ANVISA, 2007).

A pretensão ao se higienizar as mãos é remover sujidades, eliminar o suor, a

oleosidade, os pêlos, as células descamativas e a microbiota da pele, interferindo na

transmissão de infecções veiculadas pelo contato; na prevenção e na redução das

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infecções causadas pelas transmissões cruzadas (BOYCE; PITTET, 2002; BRASIL,

2007).

Todos os profissionais da saúde devem higienizar suas mãos, pois mantém

contato direto ou indireto com os pacientes, bem como os que atuam na

manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado (WHO,

2006). Essas orientações são estendidas aos familiares, acompanhantes e

visitantes. A higienização das mãos antes e após contato com o paciente, contribui

grandemente na redução da IH. Isto é reportado em muitos estudos, visto que este

público também pode promover a contaminação cruzada. Ainda existem nos

hospitais, falhas no processo de higienização das mãos, visto que o procedimento

geralmente é deficiente e realizado por menos de 50% dos profissionais (MARTINS;

COSTA; TORTORA, 2005; KIM et al., 2008).

Em 1989, o Ministério da Saúde (MS) publicou no Brasil o manual “Lavar as

mãos: Informações para profissionais de saúde”, com objetivo de orientar estes

quanto às normas e procedimentos de lavagem das mãos com vistas na prevenção

e controle de infecções. A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12

de maio de 1998, e da RDC n. 50, de 21 de fevereiro 2002, estabelece,

respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da

incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e projetos

físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde (BRASIL, 2010).

Nas orientações contidas no Manual bem como na legislação brasileira,

destaca-se que todo profissional de saúde deve ser conscientizado, motivado e

orientado no seu trabalho e fazê-lo de forma precisa; ao iniciar suas atividades, deve

retirar anéis, pulseiras, relógios e lavar as mãos até o cotovelo. A higienização das

mãos continua sendo a técnica básica para qualquer procedimento a ser realizado,

diminuindo os riscos de infecção hospitalar (SANTOS, 2008). A promoção a

prevenção da disseminação de microrganismos no ambiente hospitalar estabelece a

necessidade de instituir e manter medidas de controle durante o período de

transmissibilidade para cada doença em particular. A higienização das mãos deve

ser aplicada em todas as situações de atendimento a pacientes, visam prevenir a

transmissão hospitalar de microrganismos (FONSECA; SILVA, 2006).

Deve-se utilizar para higienização das mãos, preferencialmente, sabonete

líquido cuja probabilidade de contaminação é menor em relação ao sabonete em

barra. Segundo estudos de Martins e Soares (1993), os sabões comumente

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utilizados, têm apenas ação mecânica de remoção, por reduzirem a tensão

superficial, o que eleva o poder umectante da água na qual estão dissolvidos. Para

maior efeito no ambiente hospitalar, Fiorentino (2009) destaca que estão disponíveis

sabonetes medicinais que são preparados pela adição de fármacos e ou princípios

ativos para ação sobre a superfície cutânea. Os sabonetes líquidos podem ser

usados com maior facilidade como sabonetes medicinais e podem ser incorporados

com substâncias antiparasitárias e antimicrobianas usadas na prática médica e

veterinária (BONADEO, 1963). Porém a antissepsia inadequada da pele pode

resultar na perda de atividade antimicrobiana do antisséptico utilizado propiciando o

surgimento de patógeno resistente (WEBER et al., 2007).

A evolução das pesquisas voltadas a aplicação do ozônio sob a forma

medicinal tem aumentado de forma significativa. O gás ozônio apresenta

características microbiocidas interessantes, por ser mais seguro e contundente do

que os desinfetantes convencionais, além de agir em um grande número de micro-

organismos, incluindo patógenos resistentes. Além de ser reconhecido como seguro

por não gerar resíduos tóxicos. Quimicamente, o ozônio é arranjo molecular

triatômico e instável do oxigênio, que pode ser gerado pela excitação do oxigênio

molecular a oxigênio atômico, através de um ambiente eletricamente energizado que

permite a recombinação de átomos. É um potente agente oxidante (RICE, 2006).

Outro recurso disponível e que está sendo utilizado na desinfecção é o

ultrassom. Esta é uma forma de energia que consiste de ondas mecânicas,

produzidas com frequência além da sensibilidade normal do ouvido humano. Os

sons normalmente audíveis pelo homem possuem frequências entre 8 a 20 KHz.

O ultrassom é usado na indústria para limpeza de materiais, solda de

plásticos, processos químicos, preparação de emulsão e suspensão, degaseificação

de solventes e avaliação não destrutiva em materiais. Os efeitos químicos e

mecânicos de ultrassom são causados por bolhas de cavitação que são gerados

durante a pressão no período de ondas sonoras, que provocam a morte bacteriana.

Com base nestas informações, o intuito deste estudo foi identificar o potencial

microbicida do ozônio, do ultrassom e combinação de ozônio/ultrassom nas mãos

dos profissionais de saúde a fim de possibilitar o desenvolvimento de novos

protocolos para higienização das mãos que permitam a redução microbiana e

consequentemente redução dos casos de infecção hospitalar.

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1.1. Objetivo geral

Desenvolver protocolos para desinfecção das mãos de profissionais da saúde

através da aplicação de Ozônio e Ultrassom.

1.2. Objetivos específicos

• Avaliar o efeito do Ultrassom, do Ozônio (gás e água ozonizada) e dos dois

simultaneamente (US e Ozônio) na eliminação de microrganismos presentes

nas mãos de profissionais da saúde e determinar a técnica mais eficiente

neste processo.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A pele

2.1.1. Aspectos microbiológicos da pele

A pele íntegra é um dos maiores órgãos do corpo, em termos de área, e é

responsável por 16% do peso corporal e consiste no revestimento do organismo,

indispensável à vida, pois isola componentes orgânicos do meio exterior, impede a

ação de agentes externos de qualquer natureza, evita perda de água, eletrólitos e

outras substâncias do meio interno, oferece proteção imunológica, faz termo-

regulação, propicia a percepção e tem função secretória (HERCEG; PETERSON,

1997; GRANATO, 2003; BOYCE; PITTET, 2002).

A estrutura básica da pele inclui, da camada externa para a interna, epiderme,

derme e hipoderme (BRASIL, 2008b). Quando a epiderme se encontra íntegra,

funciona como barreira física eficaz contra microrganismos, por estar em contato

direto com o ambiente externo. A derme contém todos os folículos pilosos, ductos de

glândulas sudoríparas e sebáceas, estruturas que possibilitam a passagem de

microrganismos da pele para os tecidos mais profundos. A superfície íntegra da

epiderme saudável muito raramente é penetrada por microrganismos, porém,

quando sofre ruptura ocorre o desenvolvimento de uma infecção subcutânea

(ALCAMO, 2001; TORTORA; FUNKE; CASE, 2006) (Figura 1).

Figura 1: Estrutura básica da pele. Fonte: http://www.infoescola.com/ anatomia-humana/derme/

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A maioria das bactérias cutâneas reside na superfície do estrato córneo, parte

superior dos folículos pilosos, sulcos da pele e ductos das glândulas sebáceas (flora

transitória). A pele íntegra do ser humano é colonizada por bactérias e fungos,

sendo que diferentes áreas do corpo têm concentração de bactérias variáveis por

centímetro quadrado (cm2) no Couro Cabeludo: 106 UFC/cm2; na Axila: 105

UFC/cm2; no Abdome ou antebraço: 104 UFC/cm2 e nas Mãos dos profissionais de

saúde: 104 a 106 UFC/ cm2 (GRANATO, 2003; KAMPF; KRAMER, 2004).

Versignassi e Axt (2009) ressalta que nosso corpo contém 10 vezes mais

bactérias do que células humanas. Elas não são apenas uma grande parte da gente.

Nós é que somos uma parte delas. E essa enorme quantidade de microrganismos

refere-se à microbiota residente e transitória do nosso corpo. Essa consiste em

microrganismos patogênicos ou não e permanece na pele por horas ou semanas.

Price (1938) classificou as bactérias isoladas das mãos em duas categorias:

transitória e residente. A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da

pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela

higienização simples das mãos, com água e sabonete, por meio de fricção

mecânica. É facilmente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto

com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas ao

paciente, produtos e equipamentos contaminados.

Segundo os autores, a microbiota transitória consiste de microrganismos não-

patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que

raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns podem provocar infecções

relacionadas à assistência à saúde (KAMPF; KRAMER, 2004). A microbiota

residente está aderida à camada mais profunda da pele é mais resistente à remoção

apenas por água e sabonete. As bactérias que compõem esta microbiota são

agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato (ROTTER, 2004).

Em seus estudos, os autores destacam que o simples ato de lavar as mãos

com água e sabão pode diminuir em até 90% o número de microrganismos que

compõem a microbiota transitória (Figura 2). Porém, aproximadamente 8 h após

esse procedimento, a população bacteriana é reconstituída pela flora residente

(TRABULSI; ALTERTHUM, 2005; BUCALEM; WEI, 2008).

25

Figura 2: Microbiota das Mãos de Profissionais de Saúde. 1) Com Higienização 2) Sem Higienização sendo persistentemente colonizada.

Fonte: WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care, 2009

As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas

por microrganismos patogênicos (Staphylococcus aureus, bacilos Gram-negativos

ou leveduras) podendo ser causa de infecção, pois envolve contato direto com

paciente, e em áreas críticas como unidades com pacientes imunocomprometidos,

pacientes cirúrgicos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pode agravar as

condições dos pacientes críticos (ROTTER, 2004) Esses microrganismos podem ser

transmitidos por contato direto, pele com pele, ou indireto, por meio de objetos e

superfícies do ambiente.

O pesquisador descreveu para além das microbiotas residente e transitória, a

microbiota infecciosa. Neste grupo, poderiam ser incluídos microrganismos de

patogenicidade comprovada, que causam infecções específicas como abscessos,

panarício, paroníquia, ou eczema infectado das mãos. S. aureus e estreptococos β-

hemolíticos que são as espécies mais frequentemente encontradas. (ROTTER,

2004).

2.2. Higienização das mãos

2.2.1. Importância da higienização das mãos

O médico Ignaz Semmelweis em 1840 mostrou que a higienização das mãos em

práticas médicas, evitava as transmissões de infecções de um paciente para outro,

na época um fato preocupante, era a febre das crianças recém-nascidas. As

primeiras técnicas em procedimentos de saúde para o controle de infecções foram

aplicadas por Joseph Lister, em 1960, que incluíam tratamento de ferimentos

26

cirúrgicos com solução de fenol e lavagem das mãos. Com isso reduziu a incidência

de infecções e mortes e outros médicos adotaram as práticas (TORTORA et al.,

2005).

Segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2007), as mãos

constituem a microbiota transitória que coloniza a camada mais superficial da pele:

S. aureus, S. epidermidis, Enterococcus spp., resistentes a vancomicina e

Enterobacteriaceae, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das

mãos com água e sabão, sendo eliminada facilmente, quando utilizada solução

antisséptica.

Para os autores Andrade e Ferrareze (2006), o uso de sabão tem sua

importância reconhecida nas práticas de saúde, uma vez que representa um recurso

primordial que diminui riscos de contaminação, impede a reprodução de

microrganismos e remove os contaminantes orgânicos e inorgânicos.

Figura 3: Mãos de profissional da saúde desencadeando a infecção cruzada. Fonte: WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care, 2009

Para higienização simples das mãos, água e sabão são utilizados por 30

segundos e após friccionar com solução alcoólica 70% por 40 a 60 segundos

(ANVISA, 2007). As mãos são a principal via de transmissão de infecção hospitalar

(Figura 3). A higienização das mãos é de grande importância para eliminar

microrganismos da pele, prevenir a propagação de doenças, proteger-se contra as

agressões do meio e sua eficácia depende da duração e da técnica (KOCH, 2005).

A lavagem das mãos consiste no simples ato que deve ser seguido por todos

os profissionais de saúde que mantêm contato direto ou indireto com os pacientes

(Figura 4), fluidos corpóreos, procedimentos invasivos, que atuam na manipulação

27

de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado (COHEN et al., 2003;

BRASIL, 2007; BRASIL, 2008b).

Figura 4: Mão de profissional de saúde desencadeando infecção cruzada no contato com paciente

ou dispositivo hospitalar. Fonte: WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care, 2009

Em 1989, o MS, no Brasil, publicou o manual “Lavar as mãos: Informações

para profissionais de saúde”, como já foi referido e além da orientação, este visa à

prevenção e o controle de infecções. Recentemente a ANVISA, disponibilizou o guia

“Higienização das mãos em serviços de saúde”, com atualizações sobre o tema

(BRASIL, 2008b).

Há estudos demonstrando que, nem todos os profissionais da saúde aderiram

à prática de higienização das mãos de maneira constante em sua rotina de trabalho,

devendo este hábito ser conscientizado e estimulado (Figura 5) (COHEN et al.,

2003; BRASIL, 2008b).

Figura 5: Higienização incorreta das mãos.

Fonte: WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care, 2009

28

2.2.2. Técnica recomendada pela ANVISA para higieni zação simples das mãos

As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao

qual se destinam. Podem ser divididas em: Higienização simples das mãos;

Higienização antisséptica das mãos; Fricção de antisséptico nas mãos; Antissepsia

cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. (BOYCE; PITTET, 2002; WHO, 2006;

BRASIL, 2007). Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar

joias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular

microrganismos (BOYCE; PITTET, 2002).

A técnica higienização das mãos preconizada pela ANVISA estabelece os

seguintes passos (Figura 6):

Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia.

Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para

cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo

fabricante).

Ensaboar as palmas das mãos, friccionando as entre si.

Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda

entrelaçando os dedos e vice-versa.

Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais.

Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta,

segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa.

Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda,

utilizando-se movimento circular e vice-versa.

Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão

direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa.

Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando

movimento circular e vice-versa.

Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto

das mãos ensaboadas com a torneira.

Secar as mãos com papel toalha descartáveis, iniciando pelas mãos e

seguindo pelos punhos.

29

No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize

papel toalha.

Figura 6: Técnica de higienização simples das mãos.

Fonte: http://www.h1n1online.com/higienizacao-da-maos.html

Essa prática deve ser feita sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas

ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. Ao iniciar o turno de

trabalho. Após ir ao banheiro. Antes e depois das refeições. (ANVISA, 2009).

Para a lavagem das mãos, preferencialmente, deve-se utilizar sabonete

líquido, pois a probabilidade de contaminação através de seu uso é menor em

relação ao sabonete em barra. No entanto, se o sabonete sólido for empregado,

30

deve ter tamanho pequeno, para que seja substituído mais frequentemente

(BRASIL, 1989; BRASIL, 2007).

2.2.3. Produtos utilizados na higienização das mãos

Produtos que podem ser utilizados para higienização das mãos são sabonete

comum e os antissépticos (álcool, clorexidina, iodo/iodóforos e triclosan),

considerando modo de ação, ação antimicrobiana e problemas decorrentes do seu

uso. O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contêm em

baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. Os sabonetes

utilizados em serviços de saúde são apresentados de várias formas: em barra, em

preparações líquidas e em espuma. Estes favorecem a remoção de sujeira,

substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica.

(BOYCE; PITTET, 2002; WHO, 2006; KAMPF; KRAMER, 2004; ROTTER, 2004)

A higienização com sabonete líquido permite a remoção da microbiota

transitória, permitindo que as mãos fiquem limpas. Isso se torna suficiente para os

contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de

saúde. Porém, a eficácia da técnica de higienização das mãos, com água e

sabonete, e o tempo gasto durante o procedimento que normalmente dura em média

8 a 20 segundos, o tempo necessário para se deslocar para e retornar da pia, são

fatores que põe em risco a descontaminação das mãos. O processo completo de

higienização das mãos leva em média 40 a 60 segundos (KAMPF; KRAMER, 2004;

ROTTER, 2004).

Ainda se inclui uma problemática, os sabonetes não associados à

antissépticos podem se contaminar, causando colonização das mãos dos

profissionais de saúde com bactérias Gram negativas (SARTOR et al., 2000). Se

não houver a limpeza correta dos dispensadores de sabonete, também poderá haver

contaminação. Os dispensadores devem ser facilmente removíveis para serem

submetidos à limpeza e secagem completa antes de serem preenchidos, quando

não forem descartáveis (LARSON, 1996).

Os agentes antissépticos utilizados para higienização das mãos devem ter

ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser

tóxicos, alergênicos ou irritantes para pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de

31

utilizar, suaves e ainda, custos-efetivos (LARSON, 1996; WICKETT; VISSCHER,

2006; KAISER; NEWMAN, 2006; McLEOD; EMBIL, 2002).

A atividade antimicrobiana dos álcoois se eleva quanto maior for a cadeia de

carbono, porém sua solubilidade em água diminui. Sua ação predominante consiste

na desnaturação e coagulação das proteínas. Porém, têm-se outros mecanismos

associados, como a ruptura da integridade citoplasmática, a lise celular e a

interferência no metabolismo celular. Ainda evidencia-se a coagulação das

proteínas, induzida pelo álcool, que ocorre na parede celular, na membrana

citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas. Essa interação do álcool com as

proteínas levantou a hipótese da interferência de sujidade contendo proteínas na

antissepsia e desinfecção (BOYCE; PITTET, 2002; WHO, 2006; KAMPF; KRAMER,

2004; ROTTER, 2004; LARSON, 1996; McLEOD; EMBIL, 2002; GRAZIANO; SILVA;

BIANCHI, 2000).

Estudos destacam que na contaminação das mãos, friccioná-las com produto

alcoólico pode prevenir a transmissão de patógenos com maior efetividade do que

higienizar as mãos com água e sabonete comum (EHRENKRANZ; ALFONSO,

1991).

O potencial antimicrobiano da clorexidina se deve à ligação e subsequente

ruptura da membrana citoplasmática, pois ocorre a precipitação ou coagulação de

proteínas e ácidos nucleicos. A atividade antimicrobiana imediata se dá mais

lentamente que nos alcoóis, sendo, portanto considerada de nível intermediário;

porém, seu efeito residual, pela forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor

entre os antissépticos disponíveis no mercado (BOYCE; PITTET, 2002; WHO, 2006;

ROTTER, 2004; KAMPF; KRAMER, 2004; LARSON, 1996; DENTON, 2001).

O iodo é outro antisséptico reconhecido por sua efetividade. Porém mediante

suas propriedades de causar irritação bem como manchar a pele, foi substituído por

PVPI ou iodóforos nos anos 1960 (BOYCE; PITTET, 2002; WHO, 2006; ROTTER,

2004; LARSON, 1996; GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000). A atividade

antimicrobiana ocorre devido à penetração do iodo na parede celular, ocorrendo à

inativação das células pela formação de complexos com aminoácidos e ácidos

graxos insaturados, prejudicando a síntese proteica e alterando as membranas

celulares (BRASIL, 2008).

A ação antimicrobiana de triclosan ocorre pela difusão na parede bacteriana,

inibindo assim a síntese da membrana citoplasmática, do ácido ribonucleico, dos

32

lipídeos e das proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana. Muitos estudos

recentes ressaltam que a atividade antimicrobiana é decorrente da sua ligação ao

sítio ativo da redutase protéica enoil-acil, bloqueando a síntese lipídica (ANVISA,

2000).

A escolha do produto para higienizar as mãos deve ser com cuidado, o

profissional deverá levar em consideração a necessidade de remover a microbiota

transitória e/ou residente. A escolha do produto também dependerá, além da

avaliação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e dos recursos

disponíveis, do que é possível em termos práticos e em certo grau, da preferência

pessoal com base na aceitação dos insumos e/ou equipamentos necessários para a

prática de higienização das mãos (ANVISA, 2007).

2.3. Ozônio

2.3.1. Gás ozônio

O Ozônio foi descoberto em 1785 quando Van Marum notou odor durante uma

descarga elétrica, mas Schonbein em 1840 evidenciou que esse odor ocorria devido

a um gás específico, particular, que ele nomeou de Ozone (do grego Ozein)

(MEDEIROS, 2010).

Em 1886, De Meritens (CAMEL; BERMOND, 1998) desinfetou água com

ozônio. O ozônio é geralmente referido como uma forma alótropica do oxigênio. É

um gás azul pálido com odor pungente e distinto, que se torna perceptível pelo olfato

humano em concentrações inferiores a 1 ppm no ar. A cor, por sua vez, não é

perceptível em concentrações normalmente produzidas e usadas. O ozônio é

aproximadamente 10 vezes mais solúvel na água que o oxigênio, mas a quantidade

que pode ser dissolvida sob condições operacionais é relativamente baixa.

Torna-se instável com fatores físico-químicos como pH, temperatura, luz

ultravioleta, concentração de ozônio bem como pela concentração de

sequestradores de radicais livres.

É um gás que está presente de forma natural na estratosfera como resultado

da ação da radiação ultravioleta emitida pelo sol nas moléculas de oxigênio. É capaz

de oxidar metais como ferro, chumbo e arsênio, após várias pesquisas concluíram-

33

se que o ozônio tem um papel ainda mais importante, utilizando-o como um eficaz

desinfetante durante epidemias infecciosas (INPE, 2006).

O ozônio apresenta densidade maior que o oxigênio em cerca de 50%,

apresentando-se como um gás incolor, com massa molecular igual a 48,

liquefazendo-se a -112°C, possui ponto de congelamento de -251,4°C, e sua

decomposição ocorre rapidamente, pode apresentar característica de reação

explosiva em temperaturas acima de 100°C (BAYSAN; WHILEY; LYNCH, 2000).

Figura 7: Estrutura molecular do ozônio.

Fonte: Rakovsky, Anachkov e Zaikov, 2009

Mahapatra e Julson (2005) referem que o ozônio apresenta um terceiro átomo

de oxigênio que é eletrolítico (Figura 7), resultando em uma pequena carga elétrica

de radicais livres no terceiro átomo de oxigênio, isso visa o equilíbrio elétrico próprio

com outros materiais de carga desequilibrada. Microrganismos patogênicos são

portadores desta carga, atraindo assim ozônio. Células saudáveis não podem reagir

com ozônio, pois possuem carga elétrica equilibrada.

De acordo com os estudos de Langlais (1991) o ozônio por ter sua natureza

fortemente oxidante, pode reagir e promover controle de gosto e odor; desinfecção;

remoção de cor; remoção de sólidos por arraste promovido pelas bolhas na coluna

de contato; oxidação de ferro e manganês; saturar o efluente com oxigênio

dissolvido; efeito de coagulação; controle de turbidez; oxidação de compostos

fenólicos; oxidação de pesticidas; controle de crescimento de algas; controle de

subprodutos de desinfecção com compostos clorados e estabilização biológica.

Em função de suas características singulares, tornou-se nas últimas décadas

alvo de pesquisa de inúmeros cientistas em todo o mundo, desde experimentos

evidenciando suas características bactericidas (SINGER et al., 2003; TERAO et al.,

34

2003; FARIA et al., 2005; BLANC et al., 2005; KIM et al., 2008), fungicidas e

herbicidas (RIP; AHARON, 1984) bem como uma larga aplicação no campo da

saúde humana (BOCCI, 2005). Vários autores utilizaram em suas pesquisas o

ozônio como agente desinfetante.

O ozônio tem sido utilizado como uma alternativa de baixo custo, confiável,

prático e com poucos efeitos colaterais no tratamento de várias doenças em

humanos e animais, desde que obedeça a dosagem correta para o objetivo

específico, ressalta-se também a sua aplicação na descontaminação bacteriana,

fúngica e viral de fluidos, objetos, alimentos e ambientes (FONSECA, 2012).

Na medicina, o ozônio pode ser utilizado na desinfecção de instrumentais

cirúrgicos, lavanderias de hospitais, pois apresenta muita eficácia na inativação de

bactérias, vírus, fungos e protozoários (COSTA; DANIEL; 2002). Na parte

terapêutica, são várias as vantagens referidas na literatura, por exemplo, potente

ação microbiana, fácil aplicação sistêmica ou local, ausência de efeitos adversos,

intolerância, contraindicação e de baixo custo (BAYSAN; WHILEY; LYNCH, 2000;

BOCCI, 2006; MARTINEZ-SANCHEZ et al., 2005). Até o momento há muito debate

em relação a dose terapêutica adequada, pois se o ozônio for empregado em

concentrações impróprias, pode ser inútil ou tóxico.

Na higienização das mãos não foram encontrados estudos que avaliam a

ação deste gás na redução da microbiota local.

2.3.2. Geração do gás ozônio

O ozônio é um gás que se forma quando o oxigênio é exposto a uma alta

intensidade de luz ultravioleta (como sucede nas capas superiores da atmosfera) ou

a um campo de alta energia (chamado descarga corona) capaz de dissociar os dois

átomos que o compõe e dar lugar a uma nova molécula triatômica de oxigênio

(JACINTO, 2012).

A descoberta do ozônio é atribuída ao químico Christian Friedrich Schonbein

que em meados do século XIX, observou que após descargas elétricas na atmosfera

havia um odor, “notado também quando a água era decomposta por uma corrente

voltaica”. Schonbein acreditou que esse odor poderia ser atribuído à existência de

um gás atmosférico de odor peculiar (SHELDON; BROWN, 1996).

35

As tecnologias de maior destaque e aplicação na geração de ozônio são:

irradiação ultravioleta (UV) e descarga Corona. Esta última é a que apresenta

melhor rendimento, isto é obtém-se maior concentração de ozônio a partir do

oxigênio do ar ou oxigênio puro, por esta razão é a mais conveniente para os

geradores industriais.

O elemento gerador de ozônio é composto por dois eletrodos, polarizados

eletricamente com alta tensão dependente do volume e comprimento do reator. A

região entre os eletrodos será preenchida por gás oxigênio.

No efeito Corona, o mecanismo responsável por tornar esse gás condutor é a

ionização por choque eletrônico. Neste caso o fenômeno ocorre principalmente pela

presença de campos elétricos elevados (alta tensão), nos quais íons ou elétrons

com energia cinética suficientemente alta produzem a ionização, (JACINTO, 2012).

Estas partículas passam a ser aceleradas pelo intenso campo elétrico que colidem

contra os átomos de oxigênio, gerando O3 (Figura 8). Esta geração do efeito Corona

pode ser observada pela medição da emissão de radiação ultravioleta (200 nm-400

nm) do espectro eletromagnético.

Figura 8: Representação da formação do ozônio por descarga elétrica.

Fonte: http://www.jornallivre.com.br/101511/o-que-significa-ozonio.html, 2012

De acordo com os estudos de Filippi (1998) o ozônio liberado no ar no

decorrer de sua produção pelo gerador ou na obtenção de água ozonizada não

oferece riscos ou contraindicações na sua utilização devido à quantidade liberada

para a atmosfera ser baixa.

2.3.3. Solubilidade do gás ozônio em meio líquido

36

A taxa de solubilização do ozônio em meio líquido, é dependente do tamanho das

bolhas do gás que borbulham na água, sendo, portanto constante a relação de

quanto menores forem as bolhas formadas, maior será a superfície de contato,

permitindo a maior probabilidade de transferência do gás para a água. Este tamanho

varia entre 1 e 3mm de diâmetro.

A estabilidade do ozônio em água aumenta com a acidificação e redução de

temperatura, demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1: Relação da temperatura e da solubilidade do ozônio em água.

Temperatura (ºC) Solubilidade (litros ozônio/litros água)

0 0,640 15 0,456 27 0,270 40 0,112 60 0,000 Fonte: Rice, 2002

O ozônio é cerca de 50% mais denso que o oxigênio, apresenta-se como um

gás incolor, tem massa molecular igual a 48, liquefaz-se a -112°C, possui ponto de

congelamento de -251,4°C, e sua decomposição ocorre rapidamente, pode

apresentar característica de reação explosiva em temperaturas acima de 100°C

(BAYSAN; WHILEY; LYNCH, 2000).

Velano et al., (2002), Haas e Kayanak (2003), relataram que a ação

antimicrobiana do ozônio depende da relação de sobrevivência do microrganismo

com o tempo de exposição a este gás, intimamente associado à concentração inicial

de microrganismos e a concentração do ozônio, e também da velocidade de

dissipação destes expostos a água ozonizada.

2.3.4. Utilização do ozônio em processos de desinfe cção

O ozônio tem sido amplamente utilizado, pois é uma alternativa de baixo custo,

confiável, prático e com poucos efeitos colaterais no tratamento de várias doenças

em humanos e animais, desde que obedeça a dosagem correta para o objetivo

específico, ressalta-se também a sua aplicação na descontaminação bacteriana,

fúngica e viral de fluidos, objetos, alimentos e ambientes.

37

A inativação de bactérias por ozônio pode ser considerada como uma reação

de oxidação. A oxidação é causada pelo alto potencial de oxidação-redução do

ozônio na água; pela habilidade do ozônio em se difundir em sítios a serem

desativados e por espécies químicas como os radicais livres, que são subprodutos

reativos do ozônio. Diversos autores reportam que o primeiro alvo estrutural afetado

na bactéria é a membrana devido as glicoproteínas ou ainda devido a certos

aminoácidos como o triptofano (WU; LIU, 2007).

O ozônio também prejudica a atividade enzimática da bactéria pela ação em

grupos sulfidril de certas enzimas. As bactérias ozonizadas perdem sua habilidade

de degradar açúcares e de produzir gases. Ainda segundo Langlais (1991) assim

que atravessa a membrana e a parede celular, o ozônio pode agir no material

nuclear, que é um sítio preferencial de oxidação.

A eficiência da desinfecção depende da resistência dos microrganismos ao

desinfetante, da concentração e do tempo de exposição ao agente desinfetante.

De acordo com Greene, Few e Serafin (1993), o ozônio é efetivo na

destruição de bactérias e vírus, em pH variando de 5,6 a 9,8. Segundo o mesmo

autor, quando comparada à cloração, a ozonização possui custo baixo, não requer

calor e não deixam resíduos como os clorados.

Essas características sanitizantes são atraentes para as indústrias

alimentícias, por ser mais seguro e potente do que os desinfetantes convencionais

agem sobre um grande número de microrganismos, incluindo patógenos resistentes.

O ozônio não deixa resíduos tóxicos nos alimentos capazes de alterar o odor e o

sabor dos mesmos (TORRES et al., 1996).

O ozônio apresenta grande significância no tratamento de enfermidades

causadas por vírus, fungos e bactérias (SUNNEN, 1988). Pode ser aplicado de

várias maneiras como: aplicação tópica de óleos ozonizados, a insuflação do gás em

regiões enfermas e a injeção da mistura de ozônio-oxigênio na região lesionada.

Existem vários estudos relatando o uso do ozônio para cura de úlceras de pele,

lesões oculares, tratamento de verrugas causadas por Papilomavírus Humano

(HPV), coadjuvante no tratamento de hepatite B e C, doenças circulatórias, doenças

causadas por fungos dentre outros (JIAO, 2008).

As paredes das células infectadas por vírus são mais susceptíveis a

destruição pelo peróxido produzido através da ozonólise, porque possuem as

paredes enzimáticas mais fracas. Sendo assim, o ozônio danifica a cápsula viral e

38

desfaz o ciclo reprodutivo por ruptura do contato vírus-célula com a peroxidação.

Supõe-se que o ataque primário do ozônio se dê a parede da célula do

microrganismo e, depois, ao penetrar no interior da célula, esse agente promova a

oxidação dos aminoácidos e ácidos nucléicos. A lise celular depende da extensão

dessas reações (BOCCI, 2006).

Como um desinfetante alternativo ao cloro o ozônio tem se mostrado muito

eficaz na inativação de bactérias, vírus e protozoários (COSTA; DANIEL, 2002). No

Brasil, sua utilização ainda tem sido pequena, mas já é bastante utilizado na Europa

(DANIEL, 2001).

Khadre, Yousef e Dave (1999) concluíram que o ozônio é um eficaz

sanitizante com potencial aplicação na descontaminação de diversas superfícies de

contato. Essa ação também foi evidenciada em embalagens fílmicas e

equipamentos hatchery (WHISTTER; SHELDON, 1989).

A diminuição do crescimento de organismos na água ozonizada se deve

também ao aumento do oxigênio nela dissolvido e disponível. Sua alta capacidade

de remoção de compostos orgânicos através da parcial oxidação é um atributo

importante na atuação bactericida (Figura 9) (HANNA; PATRICK; SLOUGH, 1978).

Figura 9: Mecanismo de ação do ozônio nos microrganismos: 1- Bactéria; 2- Parede celular em contato com ozônio; 3- Oxidação da parede celular da bactéria; 4, 5 e 6- Ruptura e destruição da

bactéria. Fonte: Chiattone, Torres e Zambiazi, 2008

Por ser volátil, o gás ozônio pode afetar o sistema respiratório e causar

sintomas de toxicidade, como cefaleia, tontura, sensação de queimação na região

dos olhos, irritação da garganta e tosse. Em baixas concentrações, o ozônio não

provoca sinais de toxicidade, mas em altas concentrações pode ser fatal aos

humanos (BOOT, 1991).

39

2.3.5. Especificidade técnica de concentração e dos e

O efeito desinfetante pode ser quantificado em função dos valores C x t

(concentração em ppm por tempo de contato ozônio - água em minutos). Mesmo

que tais valores sejam afetados pela temperatura, o pH, entre outros, podemos dizer

globalmente que um valor de C x t = 2 ppm/min para ozônio alcança o mesmo efeito

que um valor de 500 ppm/min. para cloro (HERNÁN, 1991).

2.4. Ultrassom

2.4.1. Geração de ondas ultrassônicas

O Ultrassom é atualmente empregado em uma variedade de indústrias tais como

limpeza de superfícies, terapias médicas de varredura, tecnologia de alimentos e

bebidas, materiais de nano-síntese, processamento mineral, soldagem industrial,

ensaios não destrutivos e aplicações ambientais (água, terra e ar) (MASON;

PANIWNYL, 2003).

A aplicação de ultrassons a meios líquidos caracteriza-se pela ocorrência de

fenômenos de cavitação acústica, que resultam da formação, do crescimento e do

colapso de bolhas gasosas, sujeitas à alternância dos ciclos de rarefação e de

compressão da onda. As condições verificadas na zona de cavitação favorecem um

número considerável de fenômenos físicos e químicos, resultantes da libertação de

elevadas quantidades de energia, do aumento da pressão e da formação e

libertação de radicais livres, extremamente reativos.

Atualmente, a tecnologia ultrassônica é mais comum, os custos foram

reduzidos e as aplicações são mais econômicas. O ultrassom de potência pode ser

considerado como uma alternativa viável para técnicas bactericidas convencionais

(MASON; TIEHM, 2001).

O ultrassom tem uma frequência característica num intervalo acima de 20

kHz, sendo que a sensibilidade do ouvido está na faixa de 10 Hz a 18 kHz. O que

torna o ultrassom uma ferramenta tão poderosa é o fenômeno físico da cavitação,

baseado no processo de criar, aumentar e implodir cavidades de vapor e gases. A

cavitação é a formação de cavidades ou bolhas no meio líquido contendo

40

quantidades variáveis de gás, vapor ou ambos, conforme mostra a figura 10

(BELLO, 2003).

Figura 10: Cavitação acústica.

Fonte: Korn, Pereira e Borges, 2005

O limite superior da frequência de ultrassons é de 5 MHz para gases e 500

MHz para líquidos e sólidos. A sua aplicação é dividida em duas áreas: alta

frequência e baixa intensidade (2-10 MHz), aplicada em diagnóstico médico e

análise química, e baixa frequência e alta intensidade (20-100 kHz), normalmente

usada para limpeza, soldadura e sonoquímica (NASCIMENTO; LIMA; VALLE, 2005),

como mostra a Figura 11.

Figura 11: Regiões de frequência do som.

Fonte: Cravotto e Cintas, 2006

Os equipamentos de ultrassom são fabricados pelo acoplamento de um ou

mais cristais piezelétricos na parte inferior de um reservatório metálico,

preferencialmente construído em aço inoxidável, neste, ocorre o preenchimento com

líquido e quando iniciado, promove a propagação de ondas acústicas.

Conforme Williams (1990) é vasta as aplicações de ondas de ultrassom, que

vão desde homogeneização de substâncias, rompimento de células, extração de

41

produtos fitoquímicos, esterilização de equipamentos, localização de mineral,

emulsificação, até degradação de massa molar e fonoforese (ação do ultrassom

para facilitar a penetração de agentes farmacologicamente ativos através da pele).

Experiências realizadas por Scherba, Weigel e Brien (1991), mostraram a

eficiência da ação germicida da energia ultrassônica, a uma frequência de 26.000 Hz

aplicada em suspensões aquosas de bactérias.

2.4.2. Utilização do ultrassom em processos de desi nfecção

A destruição de microrganismos por ultrassom de potência tem sido de interesse

considerável nos últimos anos. As primeiras pesquisas de campo puderam ser

rastreadas no trabalho de Harvey e Loomis que examinaram a redução na emissão

de luz (relacionado à morte bacteriana), de uma suspensão de água do mar

contaminada com bacilos, devido à sonicação de 375 kHz a 19°C. Ainda afirmam

que em condição adequada de irradiação, bactérias luminosas podem ser

quebradas e mortas por ondas sonoras de 400.000 ciclos por segundo e as soluções

esterilizadas, mas o método atribui muitas despesas (HARVEY; ALFRED, 1929).

As causas encontradas em pesquisas de 1960 para a interação do ultrassom

com células microbianas foram: ruptura e cavitação associadas, aquecimento

localizado e formação de radicais livres (HUGHES; NYBORG, 1962). Em 1975, foi

descrito que uma breve exposição ao ultrassom, causou um afinamento das células

atribuído à liberação da membrana citoplasmática da parede celular (ALLIGER,

1975).

É possível liberar o conteúdo de células em suspensão sem destruir ou

desnaturá-las com ultrassons modernos. Os efeitos mecânicos do ultrassom em

sistemas de energia química em meio líquido devem-se, sobretudo a cavitação e

essas mesmas forças tem um efeito dramático sobre os sistemas biológicos. A

Implosão da bolha produz alta força de cisalhamento e jato de líquidos no solvente

tem energia suficiente para danos na estrutura bacteriana, principalmente na parede

celular/membrana (LEE; HEINZ; KNORR, 2003).

Efeitos mecânicos deste tipo têm sido usados em uma pequena escala para a

desinfecção de água contaminada com esporos microbianos de, por exemplo,

Cryptosporidium embora a energia acústica necessária é alta. O colapso também irá

42

produzir espécies de radicais livres no meio aquoso. Estes radicais atacam a

estrutura química da parede celular bacteriana e enfraquece-a ao ponto de

desintegração (AMMI, 1994).

Entre os produtos finais desta degradação sonoquímica de água está uma pequena

quantidade de peróxido de hidrogênio, que é um forte bactericida. Por outro lado, a

cavitação estável induz estresse em qualquer espécie microbiana presente no

líquido (MASON; PANIWNYL, 2003).

Uma importante consequência do fluido micro convecção pelo colapso da

bolha é um forte aumento na transferência de massa líquido-sólido em interfaces. Na

microbiologia existem duas zonas onde este acessório ultrassônico de transferência

de massa será importante, a primeira é na membrana e/ou parede celular e a

segunda é no citosol (MEI, SUN, 2008).

2.5. Uso combinado do ozônio e ultrassom na microbi ologia

Embora as energias necessárias para a desinfecção com ultrassom sejam altas, há

agora equipamentos comerciais disponíveis com uso combinado de ultrassom com

ozônio e/ou radiação Ultravioleta.

Boot (1991) demonstraram que o ultrassom de 20kHz em conjunto com

ozônio é uma alternativa rentável para o uso convencional de biocida, e o efeito

sinérgico de ultrassom com ozônio tem sido mostrado para reduzir a concentração

necessária de ozônio para eliminar cerca de 66% de Pseudomonas fluorescens.

Outros estudos referiram tecnologias híbridas envolvendo cavitação

hidrodinâmica e acústica com tratamento de ozônio. Essas combinações podem

oferecer uma alternativa atraente para qualquer técnica individual para a inativação

de bactérias heterotróficas e organismos indicadores, tais como coliformes totais,

coliformes fecais e Estreptococos fecais.

43

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Sujeitos da pesquisa

Cada método aplicado neste estudo (US, Água Ozonizada, O3 Gasoso e Híbrido US

+ Água Ozonizada) contemplou a participação de 06 profissionais da saúde (06

Enfermeiros e 18 Técnicos em Enfermagem), totalizando 24 voluntários, de ambos

os sexos. Os indivíduos foram convidados pela Coordenação de Enfermagem do

Hospital Unimed do Oeste do Pará, localizado no município de Santarém/PA.

Foram incluídos neste estudo os Técnicos em Enfermagem e Enfermeiros

que apresentaram suas mãos íntegras e unhas curtas, limpas e sem presença de

esmalte e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram excluídos da pesquisa os participantes que apresentaram lesões nas

mãos, além de unhas compridas, sujas e com presença de esmaltes, bem como os

que não concordaram assinar o TCLE.

Todos os indivíduos da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido, seguindo determinação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Os

participantes foram informados sobre as etapas da pesquisa e receberam

treinamento sobre a técnica preconizada pela ANVISA para remoção de sujidades

das mãos.

3.2. Meio de cultura

Foi utilizado o Agar Mueller Hinton. Este Agar padronizado por Kirby e Bauer e pelo

NCCLS que oferece condições de crescimento das principais bactérias. (ANVISA,

2004) Este foi pesado e hidratado com água destilada em balões volumétricos

conforme instruções do fabricante (Figura 12); vedado, esterilizado em autoclave.

44

Figura 12: Insumos para preparação do meio de cultura. Fonte: acervo do pesquisador

Em seguida foi distribuído em placas de petri descartáveis que posteriormente

foram esterilizadas em Capela de Biossegurança com Radiação Ultravioleta por 15

minutos e deixado esfriar em temperatura ambiente.

Figura 13: A) Distribuição do AMH nas placas de petri. B) Esterilização por radiação UV. Fonte: acervo do pesquisador

3.3. Obtenção da amostra

As amostras foram colhidas pelo pesquisador, devidamente paramentado, com

roupa e sapato branco, touca, máscara e luva estéril. Pretendeu-se comparar cinco

metodologias de desinfecção:

1. Desinfecção Simples proposta pela ANVISA que preconiza Higienização

com Água e Sabão (Higienização Padrão),

2. Desinfecção Sequencial Higienização Padrão – Água Ozonizada;

3. Higienização Padrão – Ultrassom com Água Ozonizada;

4. Higienização Padrão – Ultrassom com Água local;

5. Higienização Padrão – Gás Ozônio.

A B

45

Após instrução, foi iniciada a coleta da mão dominante do participante com

Swab umedecido em água destilada estéril, sendo este, passado nas Regiões

Digital, Palmar e Ungueal, como apresentado na Figura 14.

Figura 14: Regiões escolhidas para obtenção das amostras. Ungueal, Digital e Palmar. Fonte: acervo do pesquisador

As coletas ocorreram após a higienização Padrão e após a aplicação da

metodologia. Para cada metodologia da pesquisa foram colhidas duas amostras. A

coleta inicial foi realizada após a higienização padrão preconizada pela ANVISA e a

segunda amostra após a aplicação do Ozônio e/ou Ultrassom (Figura 15). Em

seguida foi analisado o número de Unidades Formadoras de Colônias.

Figura 15: Processos de higienização e secagem das mãos. Fonte: acervo do pesquisador

1 2

3 4

R. Ungueal R. Digital

R. Palmar

46

3.3.1. Coleta das amostras

O material foi coletado com auxílio de um swab estéril, umedecido e em seguida

semeado no meio de cultura AMH em placa de petri. As placas foram identificadas

com o número do participante, o tratamento utilizado e a data do respectivo teste, e

acondicionados em estufa para posterior leitura microbiológica de 24 e 48 h (Figura

16).

Figura 16: Instrumentos utilizados para coleta das amostras. Fonte: acervo do pesquisador

As regiões investigadas foram: digital, palmar e ungueal, visto que a

microbiota normal da mão é um ambiente microbiologicamente dinâmico, podendo

ocorrer variação tanto em número, como em tipo de bactérias de um local para outro

(Figura 17).

Figura 17: Obtenção das amostras. 1) R.Digital; 2) R.Palmar; 3) R.Ungueal.

Fonte: acervo do pesquisador

Posteriormente, as amostras foram semeadas em Agar Mueller Hinton,

dispostos em placas de acrílico descartáveis. As placas foram identificadas com

números e acondicionadas em caixas isotérmicas em condições assépticas para

encaminhamento imediato ao Laboratório de Microbiologia da UEPA para incubação

a 36°C (+2) por 24h e 48h. Este trajeto (Hospital – Laboratório de Microbiologia) não

ultrapassou 10 minutos (Figura 18).

1 2 3

47

Figura 18: Acondicionamento das placas semeadas em estufa. Fonte: acervo do pesquisador

3.4. Ozonização da água

Foi utilizado um gerador de ozônio desenvolvido pelo Engenheiro elétrico e

colaborador do presente estudo, Prof. Dr. Carlos José de Lima, a partir do princípio

do efeito Corona por descarga elétrica.

A ozonização da água foi realizada a partir do gerador de ozônio, bem como

através de um cilindro de oxigênio com acoplamento de válvulas de controle de

pressão e fluxo de gás O2 na entrada.

As amostras de água utilizadas nos experimentos passaram pelo processo de

destilação, deionização e autoclavagem para então, serem ozonizadas em recipiente

estéril. Com esta finalidade, foi adicionado um difusor de gases a um tubo de

silicone acoplado ao gerador de ozônio. A monitoração da medida de concentração

do O3 na água foi realizada a partir de teste colorimétrico, da marca CHEMets,

modelo R-7402, quando se atingiu a concentração de 10 ppm com temperatura de

20oC, o processo de ozonização era finalizado e as amostras de água utilizadas nos

experimentos descritos a seguir. De acordo com a Figura 19 foram necessários

55min/L para obtenção de 10 ppm de O3.

48

Figura 19: Curva de extrapolação para ozonização de água.

Fonte: acervo do pesquisador

3.5. Aplicação do ultrassom com água estéril

Foi utilizado o equipamento comercial de Ultrassom (UNIQUE), Modelo: USC 750,

com Frequência 25 kHz e Potência Acústica 100 W. Em seu reservatório de aço

inoxidável foi adicionada água estéril e o participante foi orientado a submergir a

mão dominante na cuba por 1 minuto, e em seguida foram realizadas as coletas

microbiológicas.

. Após o tratamento realizou-se as coletas microbiológicas utilizando o swab

umedecido, semeadas em meio AMH, em placas de Petri, acondicionadas em estufa

a 37ºC, realizou-se a leitura das placas e quantificação das UFC´s por 24 e 48 h.

3.6. Aplicação de água ozonizada nas mãos

Os profissionais da saúde foram orientados a realizar a higienização padrão das

mãos e uma primeira coleta foi realizada sem uso de qualquer agente microbicida.

As mãos destes profissionais foram submetidas a repetição do processo de

higienização padrão com utilização de água ozonizada. As mãos ficaram imersas na

cuba do US contendo água ozonizada na concentração de 10 ppm, com temperatura

de 20ºC por 1 minuto.

Após os testes com água ozonizada, realizou-se as coletas microbiológicas

utilizando o swab umedecido, semeadas em meio AMH, em placas de petri,

acondicionadas em estufa a 37ºC, realizou-se a leitura das placas e quantificação

das UFC´s por 24 e 48 h.

49

3.7. Aplicação do gás ozônio nas mãos

Neste protocolo foi desenvolvido um recipiente plástico com tampa que permitiu o

vedamento necessário para a manutenção do fluxo de gás. Fez-se uma abertura

frontal e adaptação de dispositivo para inserção da mão do participante, bem como

uma abertura para a entrada do fluxo gás na parte superior e outra na parte inferior

para saída deste (Figura 20). Isto foi realizado a partir do gerador de ozônio, bem

como também através de um cilindro de oxigênio com acoplamento de válvulas de

controle de pressão e fluxo de gás O2 na entrada.

Figura 20: Recipiente para aplicação do gás ozônio na mão dominante.

Fonte: acervo do pesquisador

O experimento foi realizado dentro de uma Capela de Biossegurança com

exaustor ligado para que não houvesse risco aos participantes da pesquisa.

Inicialmente o gerador de ozônio foi ligado (concentração = 33 mg/L de

ozônio) por 5 minutos antes para garantir a homogeneização do gás no recipiente.

Após este período mão dominante foi inserida na caixa e permaneceu por um

minuto. Após os testes com Gás Ozônio, realizou-se as coletas microbiológicas

utilizando o swab umedecido, semeadas em meio AMH, em placas de Petri,

acondicionadas em estufa a 37ºC, realizou-se a leitura das placas e quantificação

das UFC´s por 24 e 48 h.

50

3.8. Aplicação de água ozonizada + ultrassom nas mã os

Foi utilizado o mesmo equipamento de US descrito anteriormente sendo que em seu

reservatório de aço inoxidável foi adicionada água estéril ozonizada na concentração

de 10 ppm e a temperatura foi controlada (20ºC). O participante foi orientado a

submergir a mão dominante na cuba e o equipamento de US foi acionado por 1

minuto, e em seguida foram realizadas as coletas microbiológicas.

Após os testes com água ozonizada, foram realizadas coletas microbiológicas

utilizando o swab umedecido, semeadas em meio AMH, em placas de Petri,

acondicionadas em estufa a 37ºC, realizou-se a leitura das placas e quantificação

das UFC´s por 24 e 48 h.

3.9. Análise e apresentação dos resultados

Os resultados obtidos foram coletados, tabulados, determinada a média e desvio

padrão do número de UFCs a partir de contagem padrão. Com o intuito de

uniformizar e facilitar a interpretação dos resultados, os dados apresentados nas

figuras foram expressos em porcentagem (%) de redução após os diferentes

tratamentos.

3.10. Considerações éticas

A coleta de dados só foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do Pará sob o número de processo

084/11, respeitando os preceitos éticos em pesquisa que envolve seres humanos.

51

4. RESULTADOS

4.1. Higienização das mãos a partir do ultrassom

A primeira coleta ocorreu após a higienização padrão e em seguida imergiu-se a

mão dominante do participante no equipamento de ultrassom com Água Estéril por 1

minuto.

Na sequência foi realizada a semeadura do material em placa de Petri

contendo Agar Mueller Hinton e após 24 e 48 h em estufa a 37ºC, realizou-se

contagem das UFC´s contidas nas placas.

Tabela 2: Redução do Número de UFC, antes e após aplicação de US, nas diferentes regiões selecionadas.

Voluntários (N) Regiões % Redução (Média) (±SD) 6 Digital 77.8% (± 22.2) 6 Palmar 83.2% (± 12.0) 4 Ungueal 76.4% (± 4.3)

Média Final = 79,1% (± 12.8)

De acordo com os dados apresentados na tabela 2, observou-se a redução

nas UFC´s em todas as regiões, porém com maior efeito de declínio na microbiota

da região palmar (83,2% ± 12.0), seguido das regiões ungueal (76,4% ± 4.3) e digital

(77,8% ± 22.2).

Os resultados acima apresentados demonstraram que com uso do ultrassom

de frequência 25KHz e potência acústica de 100w, com apenas um minuto de

exposição, a população bacteriana das mãos declinou em 79,1% (± 12.8).

4.2. Higienização das mãos seguida da aplicação de água ozonizada

O teste foi realizado com Água Ozonizada na concentração de 10 ppm. A primeira

coleta ocorreu após a higienização padrão e em seguida, imergiu-se a mão

dominante na cuba contendo água ozonizada por um minuto. Na sequência foi

realizada a semeadura do material em placa de petri contendo Agar Mueller Hinton e

52

após 24 e 48 h em estufa a 37ºC, realizou-se contagem das UFC contidas nas

placas.

Tabela 3: Apresenta a redução do Número de UFC, antes e após aplicação de água ozonizada, nas diferentes regiões selecionadas.

Voluntários (N) Regiões % Redução (Média) (±SD) 4 Digital 82.8% (± 17.6) 5 Palmar 55.8% (± 33.9) 4 * Ungueal 0% (Ø)

Média Final = 69,3% (± 8.1) * Valores de redução da Região Ungueal não foram considerados no cálculo da média final.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 3, observou-se a redução

nas UFC´s nas regiões digital (82,8% ± 17,6) e palmar (55,8% ±33,9), porém não

houve efeito de declínio na microbiota da região ungueal (0%). Os resultados acima

apresentados demonstraram que quando aplicada a água ozonizada 10 ppm com

um minuto de exposição, a população bacteriana das mãos declinou em 69,3%

(±8,1), porém este efeito redutor não foi observado na Região Ungueal.

4.3. Higienização das mãos seguida da aplicação do gás ozônio

O teste foi realizado com aplicação direta do Gás Ozônio na mão dominante do

participante. A primeira coleta ocorreu após a higienização padrão e em seguida,

inseriu-se a mão, por um minuto, dentro do recipiente apresentado na Figura 22,

seguindo todos os cuidados para que não houvesse inalação do gás por parte do

voluntário. Na sequência foi realizada a semeadura do material em placa de Petri

contendo Ágar Mueller Hinton e após 24 e 48 h em estufa a 37ºC, realizou-se

contagem das UFCs contidas nas placas. O uso do gás ozônio se mostrou eficaz na

redução da população microbiana de todas as regiões, havendo somente dificuldade

na eliminação da microbiota da região ungueal de um dos participantes.

Tabela 4: Apresenta a redução do Número de UFC antes e após aplicação de gás ozônio, nas diferentes regiões selecionadas.

Voluntários (N) Regiões % Redução (Média) (±SD) 4 Digital 91.7% (± 3.1) 5 Palmar 93.3% (± 10.7) 5 Ungueal 88.7% (± 17.4)

Média Final = 96,4% (± 10.4)

53

De acordo com os dados apresentados na Tabela 4, observou-se a redução

nas UFC´s em todas as regiões, porém com maior efeito de declínio na microbiota

da região palmar (93,3% ± 10,7), seguido das regiões digital (91,7% ±3,1) e ungueal

(88,7% ±17,4).

Os resultados acima apresentados demonstraram que quando aplicado Gás

Ozônio 10 ppm com um minuto de exposição, houve o declínio da população

bacteriana das mãos em 96,4% (±10,4).

4.4. Higienização das mãos seguida da aplicação com binada do ultrassom com

água ozonizada

O teste simultâneo foi realizado com água ozonizada (10 ppm O3) e sonicação

(frequência 25kHz). A primeira coleta ocorreu após a higienização padrão e em

seguida imergiu-se a mão dominante do participante no equipamento de ultrassom

contendo água ozonizada, por um minuto.

Na sequência foi realizada a semeadura do material em placa de Petri

contendo Agar Mueller Hinton e após 24 e 48 h em estufa a 37ºC, realizou-se

contagem das UFC´s contidas nas placas.

Tabela 5: Apresenta a redução do Número de UFC, antes e após aplicação do tratamento combinado de Ultrassom e água ozonizada, nas diferentes regiões selecionadas.

Voluntários (N) Regiões % Redução (Média) (±SD) 4 Digital 96.9% (± 4.7) 5 Palmar 90.6% (± 12.5) 4 Ungueal 90.2% (±5.2)

Média Final = 92.6% (± 7.4)

De acordo com os dados apresentados na tabela 5, observou-se a redução

nas UFC´s com maior efeito na microbiota na região digital (96,9% ±4,7), seguido

das regiões palmar (90,6% ±12,5) e ungueal (90,2% ±5,2).

Os resultados acima apresentados demonstraram que quando combinado o

ultrassom de frequência 25 kHz e água ozonizada na concentração de 10 ppm com

um minuto de exposição, observou-se que a população bacteriana das mãos

declinou em 92,6% (±7,4).

54

Tabela 6: Percentual de redução do Número de UFC, antes e após aplicação dos tratamentos com Gás Ozônio, US, US + água ozonizada e água ozonizada nas diferentes regiões selecionadas.

Métodos Aplicados % Redução (Média) (±SD)

GAS OZÔNIO 96,4% (± 10.4)

US + ÁGUA OZONIZADA 92.6% (±7.4)

US 79,1% (± 12.8)

ÁGUA OZONIZADA 69,3% (± 8.1)

A realização destes testes permite-nos avaliar, o desempenho dos mesmos

na desinfecção das mãos de profissionais da saúde. Observa-se de acordo com a

Figura 31, que todos os protocolos aplicados desenvolvem ação redutora na

microbiota das mãos.

Porém, o protocolo com Gás Ozônio mostrou-se mais eficiente na

desinfecção das mãos com 96,4% (±10,4), seguido do protocolo Híbrido de

Ultrassom com Água Ozonizada com 92,6% (±7,4), protocolo com Ultrassom e Agua

Estéril correspondendo a 79,1% (±12,8) de redução e protocolo com Água

Ozonizada apresentando 69,3% (±8,1) de redução bacteriana.

55

5. DISCUSSÃO

Nesta pesquisa pretendeu-se identificar o método mais eficiente para desinfecção

das mãos de profissionais da saúde mediante processos de ozonização, sonicação

e ozonização/sonicação simultaneamente, além de caracterizar qual região da mão

apresenta maior dificuldade para remoção microbiana frente a estes métodos. Trata-

se de um experimento quantitativo que propôs a utilização de novos métodos para

higienização das mãos visto que o método atual proposto pela ANVISA apresenta

baixa adesão por parte dos profissionais de saúde.

As mãos são naturalmente habitadas por microrganismos saprófitos e

patogênicos, fato este que pode resultar em grave problema de saúde pública caso

não seja realizada a higienização correta das mesmas.

Objetivou-se identificar o desempenho dos métodos de ozonização,

sonicação e ozonização/sonicação simultaneamente, na desinfecção das mãos dos

profissionais de saúde, com a disponibilização de novos protocolos dentro do tempo

ideal para uma boa higienização, que segundo os manuais disponíveis no Brasil,

referem 40 a 60 segundos.

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos

durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é reservatório de diversos

microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de

contato direito ou indireto, através do contato com objetos e superfícies

contaminadas (MENDONÇA et al., 2003).

Muitas publicações demonstram a correlação entre a higienização das mãos e

a redução na transmissão de infecções. Segundo estudos de Santos (2002) a

importância da implementação de práticas de higienização das mãos na redução

das taxas de infecções e a maioria absoluta dos especialistas em controle de

infecções concorda que a higienização das mãos é o meio mais simples e eficaz de

prevenir a transmissão de microrganismos no ambiente assistencial.

As técnicas para higienização das mãos disponíveis envolvem o uso de água

e sabão, sabão com adição de ativos medicinais para redução microbiana, produtos

a base de álcool, bem como soluções contendo PVPI.

Na prática diária a técnica mais comumente realizada e difundida pelas

CCIH´s é a higienização simples com água e sabão, que deve ser feita sempre que

56

as mãos estiverem visivelmente sujas, antes e após o preparo de medicamentos,

contato com pacientes ou troca de dispositivos do paciente ou próximo ao leito

hospitalar e ainda antes e após o uso de luvas.

Promover a desinfecção das mãos é de fundamental importância para a

redução dos casos de IH. O ambiente hospitalar deve ser seguro, limpo e promotor

da saúde e bem estar do paciente. Todos os profissionais da saúde conhecem a

necessidade da desinfecção das mãos e esta temática precisa ser constantemente

trabalhada pelas CCIH´s para conscientização e manutenção na realização da

técnica. Segundo Veronesi (2005) os profissionais de saúde precisam ser lembrados

constantemente de lavar suas mãos durante o contato com o paciente.

Porém, de acordo com a literatura, evidencia-se baixa adesão por parte dos

profissionais que alegam como fatores que dificultam o processo a falta de tempo,

bem como a carga de trabalho muito pesada, não oferecendo muitas possibilidades

para a realização desta ação com os devidos cuidados no tempo e na forma da

higienização como é proposta pela ANVISA e CCIH´s do hospital.

Não é incomum observar a realização da técnica de lavagem das mãos de

forma rápida e desatenta, o que pode aumentar a incidência no quadro de infecções

hospitalares, principalmente para os profissionais que prestam assistência a

pacientes mais vulneráveis. (SANTOS; GONÇALVES, 2009).

Mesmo sendo oferecido pelo Hospital todas as condições para uma

higienização correta, tais como, pia, sabonete líquido, papel toalha, álcool gel, dentre

outros, o profissional deixa de realizar o processo de higienização das mãos. Isso é

confirmado por Santos (2002) onde refere que embora a higienização das mãos seja

um procedimento simples, requer mudança de hábito do profissional existindo um

distanciamento entre o conhecimento da higienização das mãos e sua prática.

Pittet et al. (2006) destacam que, o sentimento de estar sendo observado,

uma atitude positiva em relação a higienização das mãos e uma baixa carga de

trabalho estão associados com a adesão a higiene das mãos. De fato isto foi

comprovado neste estudo, pois no momento que foram aplicados os métodos, os

profissionais perguntavam se estava fazendo da maneira correta ou se precisavam

fazer a higienização em outra região da mão. Destaca-se que estes haviam recebido

treinamento dos pesquisadores, bem como foi observada a presença atuante da

CCIH no Hospital em questão.

57

Conforme BRASIL (2008), se conseguir a adesão dos profissionais de saúde

a esta prática será possível diminuir as IH e, consequentemente, a mortalidade dos

pacientes, o tempo de permanência destes no hospital e os custos destas

internações.

A inserção de novas técnicas de higienização visa maior redução da

população microbiana das mãos, possibilitando menores índices de infecção

hospitalar e de infecção cruzada. O uso de novas técnicas foi sugerido por Pittet et

al. (2000) onde destacaram que ainda existe a necessidade de um programa de

investigação sistemática que permita o desenvolvimento de novos programas para

limpeza das mãos.

O uso da ozonização, sonicação e ozonização/sonicação na microbiota das

mãos não foi evidenciado nas buscas literárias, caracterizando este estudo como

pioneiro e inovador.

Existem muitas vantagens na utilização destes métodos no ambiente

hospitalar, pois os mesmos são de baixo custo, fácil acesso, não geram resíduos. A

desvantagem encontra-se na toxicidade apresentada pelo Gás Ozônio, pois sua

inalação oferece risco de morte, porém se seguidas as normas de Biossegurança,

essa letalidade torna-se nula.

As coletas foram realizadas da mão dominante do voluntário e envolveram as

regiões digital, palmar e ungueal. Foi realizada a semeadura e quantificação das

UFC´s após 24 e 48h. Optou-se por tais regiões devido serem de intenso contato

com objetos e pacientes, bem como por requererem especial atenção no processo

de higienização das mãos, pois para Mota et al. (2010), a composição do ambiente

das mãos é dinâmica, portanto a microbiota normal varia tanto em número como em

tipo, de um local para outro.

Este estudo preocupou-se com a correta aplicação da técnica proposta pela

ANVISA, para que todas as regiões da mão fossem higienizadas, e que em seguida

ocorresse à aplicação dos métodos. O processo de secagem das mãos foi

cuidadosamente analisado, evitando que as mãos permanecessem úmidas, uma vez

que o excesso de umidade pode favorecer a transferência das colônias bacterianas

de um indivíduo para o outro bem como o seu próprio crescimento.

Sabe-se que a variação de umidade das mãos influencia na transferência de

bactérias e na disseminação para superfícies e itens tocados. Segundo Snelling et

al. (2010), isso provavelmente ocorre não só pelo aspecto físico da umidade, mais

58

também porque as bactérias podem ser mantidas em um estado fisiológico que as

torna mais capazes de sobreviver no ambiente.

Patrick, Findon e Miller (1997), Merry et al. (2001) e Snelling et al. (2010)

verificaram que umedecer as mãos com água influencia na transferência bacteriana

e difusão das macrocolônias. Já para Yamamoto, Ugai e Takahashi (2005), a

contagem bacteriana aumenta acentuadamente quando as mãos são esfregadas.

Isso ocorre devido o ato de esfregar as mãos perturbar as escamas da pele e trazer

bactérias de dentro dos poros à superfície. Snelling et al. (2010) complementam que

as bactérias adicionais liberadas a partir de escamas da pele ou no interior dos

poros pela ação de fricção, é provável que seja constituinte da microflora normal da

pessoa, assumindo remoção substancial dos transitórios durante a lavagem.

Para o hospedeiro essas bactérias liberadas pela fricção não apresentam

risco eminente, porém, quando transferidas a indivíduos imunocomprometidos,

pacientes com lesões ou feridas abertas passam a ser potencialmente patogênicas.

Segundo Yamamoto, Ugai e Takahashi (2005), a ação do detergente do

sabão pode contribuir no aumento desta população, pois rompe aglomerados de

bactérias comensais, como estafilococos e propionibactéria, aumentando assim o

número de UFC´s.

Horwood e Minch (1951) e Stiles e Sheena (1987) revelaram diferentes níveis

de contaminação para a microbiota das mãos. O número expressivo de UFC´s nas

mãos pode ser explicado devido apresentar sulcos e depressões, facilitando assim,

a colonização e permanência de espécies microbianas.

Ao utilizar o US isolado ou associado com água ozonizada a porcentagem de

redução aumenta nessa região e as causas dessa interação do ultrassom com

células microbianas são ruptura e cavitação associadas, aquecimento localizado e

formação de radicais livres.

De acordo com trabalhos encontrados na literatura, pode-se afirmar que

mesmo a mais rigorosa lavagem das mãos não garante que as mesmas fiquem

livres de microrganismos (ALMEIDA et al., 1995).

As regiões Digital, Palmar e Ungueal apresentaram considerável redução no

número de UFC´s, alcançando resultados muito satisfatórios após aplicação dos

protocolos.

O método mais eficiente para redução microbiana das mãos de acordo com

este estudo foi o Gás Ozônio, apresentando média de redução de 96,4% (±10,4). A

59

aplicação deste diretamente nas mãos permitiu redução considerada nas regiões

palmar (93,3% ±10,7), digital (91,7% ±3,1) e ungueal (88,7% ±17,4).

A partir de ensaios preliminares foi estabelecida para este estudo uma

concentração de 10 ppm ou 10 mg/L. Estudos de Song et al. (2007) envolvendo Gás

Ozônio referem que quanto maior o tempo de atuação deste, maior será a inativação

microbiológica. A dosagem utilizada nos experimentos que refere a concentração

(mg/L) x tempo (minuto) de atuação são variáveis dependentes para observância do

efeito.

A utilização do ozônio na desinfecção é reportada por diversos autores, pois

este gás forma radical oxidante em função dos parâmetros do meio em que ele

habita, esta partícula iônica atua na membrana celular do microrganismo, podendo

causar neste ser a lise celular. (GARDUÑO et al., 1995; OIZUMI et al., 1998;

VELANO et al., 2001). Isto foi comprovado por Ishizaki et al. (1987), em estudo

realizado com E. coli, notaram que o ozônio foi capaz de penetrar na membrana

celular e reagir com substâncias citoplasmáticas e também modificar o DNA da

bactéria, o que possivelmente diminuiu a sua capacidade multiplicadora.

Baysan e Lynch (2006) encontraram em seu estudo, que o tratamento com

ozônio reduziu drasticamente o número total de microrganismos.

O segundo método potencial de redução bacteriana de acordo com este

estudo foi o US com Água Ozonizada, apresentando média de redução de 92,6%

(±7,4). A região digital apresentou o maior percentual de redução (96,9% ±4,7),

seguido das regiões palmar (90,6% ±12,5) e ungueal (90,2% ±5,2).

Diversos experimentos envolvendo US e Ozônio tem sido realizado com

intuito de reduzir ou eliminar bactérias patogênicas. Gary et al. (1975), prepararam

vírus e bactérias presentes em meios de cultura específicos e trataram com água

ozonizada e ultrassom simultaneamente, bem como também de forma isolada de

cada técnica.

A redução bacteriana pode ser devido ao aumento de radicais livres O e OH,

que a sonicação ocasiona na água ozonizada, e pelo efeito mecânico e físico do

ultrassom nas moléculas, além do efeito bactericida do próprio ozônio. Neste estudo

utilizou-se a técnica por um minuto. De acordo com Fonseca (2012), foi evidenciado

em seu estudo que houve uma redução de aproximadamente 100%, após 5 minutos

de ozonização/sonicação de curetas odontológicas.

60

Ao submeter às mãos no equipamento de ultrassom, foi evidenciada a morte

bacteriana e consequentemente a eficiência do método, devido o ultrassom

desenvolver o processo biofísico da cavitação; processo este que vem sendo

considerado como um dos principais mecanismos que acarretam a atividade

germicida em meio líquido.

A aplicação simultânea do ozônio e do ultrassom demonstrou maior eficácia

quando comparado a cada técnica isolada e proporcionou a redução bacteriana em

todas as regiões, principalmente a ungueal, evidenciada como a mais problemática

para redução.

Diversos autores avaliaram os efeitos do ultrasom e do ozônio sobre

microrganismos, porém sem especificar nos protocolos a concentração de ozônio na

água e a dose do ultrasom em seus testes (BOTT, 2004; ESTRELA et al., 2006;

BURLESON; MURRAY; POLLARD, 1975). Neste estudo, as doses específicas de

ultrasom e ozonio foram especificados, permitindo uma análise comparativa dos

efeitos observados.

O terceiro método foi quando aplicado ultrassom com Água estéril. A média

de redução apresentada equivale a 79,1% (±12,8), sendo que na região palmar

houve maior redução (83,2% ±12,0), seguida das regiões digital (77,8% ±22,2) e

ungueal (76,4% ±4,3). O efeito do US está relacionado ao fenômeno da cavitação e

ruptura de cisalhamento associado, o aquecimento localizado e a formação de

radicais livres.

De acordo com Suslick (1990), o efeito do ultrassom na área biológica, pode

ocorrer pelo poder da alta potência acústica, que desloca, distorce e/ou reorienta

partículas intercelulares ou mesmo células com relação a suas configurações

normais. Esses efeitos estão associados a grandes tensões hidrodinâmicas

suficientes para causar danos às células e macrocélulas suspensas.

O ultrassom induz o processo biofísico da cavitação que vem sendo

considerado como um dos principais mecanismos que acarretam a atividade

germicida em meio líquido. Segundo Gonze et al. (1998), a destruição ou inativação

de microrganismos por aplicação de ondas ultrassônicas pode ser utilizado com

eficácia na desinfecção de águas.

Neste processo de aplicação do Ultrassom as mãos ficaram imersas em água

estéril. Este fato pode ter proporcionado à manutenção das colônias, visto que é

uma região propícia à colonização e no momento da sonicação, as macrocolônias

61

podem ter sido dispersas. Isto pode ser explicado por Patrick et al. (1997), Merry et

al. (2001) e Snelling et al. (2010), onde referem que o molhamento das mãos é

grandemente influenciado na transferência bacteriana e difusão das macrocolônias.

Suslick (1990) realizou um estudo com aplicação de US na preparação e

preservação de produtos cosméticos emulsionáveis, constatando por meio de seus

resultados que o US é um excelente agente biocida.

No trabalho de Bougrier et al. (2006), quando aplicaram o US de 20 KHz o em

condições controladas de laboratório houve diminuição da viabilidade celular de

Saccharomyces cerevisae. A eficiência do US aumenta com o tempo de exposição

aos efeitos das ondas acústicas e da cavitação sobre as células.

O protocolo com menor efeito redutor sobre a microbiota das mãos foi à

aplicação da Água Ozonizada, apresentando média de redução 69,3% (±8,1). A

região com maior redução foi a digital (82,8% ±17,6), seguido da região palmar

(55,8% ±33,9). Na região ungueal não foi observado redução no numero de UFCs

(0%).

O efeito pode ter sido reduzido devido a tensão superficial do meio líquido,

formar uma bolha de ar nessa região que dificulta o contato com a água ozonizada.

Nesta pesquisa, ozonizou-se a água, com difusor para diminuir o tamanho

das bolhas, até atingir um valor de concentração específico (10 ppms);

posteriormente foi realizada a higienização das mãos por 1 minuto. Este tempo foi

escolhido devido ser o tempo preconizado pela ANVISA para que a higienização das

mãos seja considerada eficiente. Segundo Chen citado por Torres et al. (1996),

quanto maior for o tempo de atuação da solução ozonizada maior será o seu efeito

oxidativo, consequentemente seu resultado microbiocida.

Bezirtzoglou et al. (2008) afirmaram que a aplicação de ozônio durante curtos

períodos de tempo tem efeito bacteriostático, enquanto ozonização para mais de 30

minutos apresenta efeito biocida.

Johansson, Claesson e Van Dijken (2009), demonstraram que a exposição à

água ozonizada, a uma concentração de 10 mg/L, durante 10 ou 30 minutos foi

eficaz na redução significativa da quantidade de microrganismos que adere às

superfícies dos instrumentos dentários. Segundo o mesmo autor, apesar do ozônio

parecer exibir um efeito antibacteriano in vitro, o efeito do ozônio em diferentes

ambientes in vivo ainda é não foi comprovado cientificamente. Porém, no presente

62

estudo foi verificada a redução bacteriana do gás O3 in vivo, quando o aplicamos na

forma aquosa ou gasosa nas mãos dos profissionais da saúde.

De acordo com Huth et al. (2009), a eficácia do ozônio aquoso (1,25 -

20mg/L) contra patógenos endodônticos em suspensão e os agentes patogênicos

que formaram biofilme também foi comprovada. Esses autores verificaram que a

aplicação de ozônio aquoso por 1 min foi eficaz e poderia eliminar E. faecalis e C.

albicans em suspensão de uma forma dependente da dose quando o ozônio foi

usado em concentrações de 5, 10 e 20 mg/mL.

Pryor, Squadrito e Fridman (1995); Bocci (2006), Mahapatra e Julson (2005),

confirmam que o ozônio apresenta-se como eficiente desinfetante devido seu alto

poder de oxi-redução. A eficácia do ozônio também foi comprovada por Johanson,

Claesson e Van Dijkn (2009), quando borbulhou o gás direto a solução contaminada

com microrganismo sem o difusor, comprometendo a eficiência da transferência do

gás para o meio líquido, a concentração foi estabelecida a partir do gerador sem

considerar a atuação do tempo.

Ao final dos estudos foi observado que o processo de desinfecção das mãos

com gás ozônio demonstrou ser o método mais eficaz seguido do método US + água

ozonizada, ultrassom com água estéril e água ozonizada.

O uso de equipamentos ultrassônicos em ambientes hospitalares contribuiria

para a redução dos índices de infecção hospitalar, bem como facilitaria o acesso do

profissional para higienização das mãos já que não seria necessário a repetição de

movimentos e sim a imersão das mesmas em lavadoras ultrassônicas.

Este estudo procurou evidenciar a aplicabilidade da desinfecção das mãos de

profissionais da saúde por novos métodos, visto que o método tradicional disponível

atualmente não está sendo aplicado por estes profissionais. Estas técnicas

apresentam baixo consumo de energia elétrica, e principalmente, significativa

eficácia em termos de morte bacteriana. Também mostrou que a temperatura da

água, a dose de O3, densidade de energia acústica tiveram um efeito positivo na

redução da microbiota das mãos de profissionais da saúde.

63

6. CONCLUSÃO

Mediante os resultados e discussão realizados nesta pesquisa conclui-se que a

problemática do processo de higienização das mãos é persistente. É extremamente

necessária a realização de estudos abordando novos métodos para higienização,

visto que os profissionais de saúde não aderem às técnicas disponíveis mesmo as

unidades de saúde disponibilizando todos os insumos necessários.

As técnicas usuais propostas pela ANVISA apresentam eficiência, porém

frente à negligência dos profissionais, seu efeito torna-se nulo.

Dos métodos propostos neste estudo, o que apresentou maior percentual de

redução bacteriana em um minuto de aplicação foi aplicação do gás ozônio

(96,4%±10,4), seguido da aplicação combinada de ultrassom e água ozonizada

(92,6% ±7,4) aplicação do ultrassom com água estéril (79,1% ±12,8) e aplicação de

água ozonizada (69,3% ±8,1).

Espera-se que futuramente novos protocolos que tenham como base estas

tecnologias possam ter aplicabilidade no ambiente hospitalar e para isso novos

estudos são extremamente relevantes para definição do menor tempo de

desinfecção, da dose aplicada, da região e ou ambiente de aplicação.

64

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75

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da Pesquisa: Aplicação de Ozônio e Ultrassom na desinfecção das mãos

de profissionais da saúde.

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa intitulado:

Aplicação de Ozônio e Ultrassom na desinfecção das mãos de profissionais da

saúde que será desenvolvido com a finalidade de fornecer novos protocolos para

desinfecção das mãos.

A elaboração e aplicação destes protocolos permitirá avaliar a influência

bactericida do Ozônio e Ultrassom na microbiota das mãos de profissionais da

saúde. Permitirá identificar o tempo ideal de aplicação capaz de inibir o crescimento

bacteriano, comparar a desinfecção convencional e a desinfecção sequencial

utilizando ozônio e ultrassom. Servirá ainda para reforçar o conhecimento destes

profissionais quanto a importância da higienização das mãos, bem como

disponibilizar novos conhecimentos sobre novos procedimentos para desinfecção

das mãos.

O ozônio contém poucas contra-indicações e efeitos colaterais, sendo mínimos

os riscos ao participantes e estes serão anulados pois a aplicação dos métodos será

realizada por profissionais habilitados e treinados para tal.

Sua participação na pesquisa será a partir da disponibilização da mão

dominante para coleta de amostra com o auxílio de swab umedecido em água

destilada estéril. As coletas serão realizadas nas Unidades de Internação do

Hospital Unimed Oeste do Pará e ocorrerão em duas etapas: a primeira coleta

ocorrerá após a higienização preconizada pela ANVISA e a segunda após a

aplicação dos protocolos utilizando Ozônio e Ultrassom. A incubação das placas e a

diluição seriada das colônias para quantificação bacteriana será realizada no

Laboratório de Microbiologia da UEPA.

As informações obtidas serão utilizadas somente para a presente pesquisa,

não sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. Os

dados serão armazenados em pasta arquivo, em duas vias, na casa de ambas as

pesquisadoras e somente serão destruídas por incineração após 05 anos.

76

Após analisadas as placas e quantificadas as colônias, as amostras serão

descartadas conforme procedimento padrão adotado no Laboratório de

Microbiologia da UEPA.

Você, enquanto voluntário (a) pode se sentir constrangido em ter que realizar

análise microbiológica de suas mãos ou ainda ficar receoso de o resultado promover

alguma penalidade em relação a sua prática laboral e por isso não querer participar

da pesquisa. Para evitar tal situação, no momento da coleta todas as dúvidas serão

dirimidas e a mesma ocorrerá de maneira individualizada.

Você poderá ainda sentir uma leve aspereza em suas mãos após o contato

com a água ozonizada, caso isso aconteça, você será orientado a fazer uma nova

higienização com água e sabão neutro.

A pesquisa irá contribuir para que você avalie a importância da higienização

adequada das mãos na promoção a uma assistência segura e de qualidade para

todos os usuários dos serviços de saúde. E também fará você conhecer novas

metodologias para desinfecção das mãos, favorecendo a redução dos índices de

infecção hospitalar. Portanto, sua colaboração e participação irão contribuir para o

desenvolvimento científico local e mundial.

Informamos que você tem o direito de não participar desta pesquisa, se assim

o desejar, sem que isso acarrete qualquer prejuízo. Existe garantia de anonimato e

sigilo quanto ao seu nome ou qualquer outra informação que possa identificá-lo, pois

não faremos uso de seu nome completo ou iniciais, a você participante, será

atribuído um número de 0 a 10 que constará no TCLE. Você tem direito a se manter

informado a respeito dos resultados finais da pesquisa e para isso terá a qualquer

momento, acesso aos profissionais responsáveis pela mesma para esclarecimento

de dúvidas. Você terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento,

durante o andamento da pesquisa, sem que isto lhe traga prejuízo e danos.

A principal investigadora é a Profª Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti

orientadora desta pesquisa, que pode ser encontrada na Universidade Camilo

Castelo Branco – UNICASTELO na Rod Dutra Km 138, Bairro Eugênio de Melo,

CEP: 12247-004 São José dos Campos – SP ou pelo telefone (12) 3905-4401, ou

ainda no e-mail [email protected].

Caso não seja localizada a pesquisadora responsável, poderá ainda ser

contatada a pesquisadora Tatiane Costa Quaresma de Lima que pode ser

encontrada na Alameda Aquarius, 25 bairro Novo Horizonte ou pelo telefone celular

77

(93) 9954-9171 ou (93) 9141-2522 ou ainda pelo e-mail tatiane-

[email protected].

Também pode ser contatado o Comitê de Ética em Pesquisa – CEP,

responsável pela aprovação deste projeto de pesquisa, no endereço Avenida

Plácido de Castro, 1399, Aparecida ou pelo telefone (93) 35235118.

DECLARAÇÃO

Declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas

sobre o trabalho, incluindo os propósitos da pesquisa, os procedimentos a serem

realizados, os possíveis riscos e benefícios, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação não será

paga, nem terei despesas e que se houverem danos posso legalmente solicitar

indenizações.

Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a qualquer momento, sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer beneficio para minha vida pessoal e profissional. Santarém, ____ de _______________ de 2012.

____________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

____________________________________ Assinatura de testemunha

Declaro que li ou ouvi a explicação das pesquisadoras ao participante, que

compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo que será realizado na pesquisa.

______________________________

Pesquisador responsável

______________________________ Pesquisador 1

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e

esclarecido do voluntário para participação no presente estudo.

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ANEXO B – Termo de aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa

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