Sociedade e Cultura
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SEMINÁRIO DE SOCIOLOGIA
SOCIEDADE E CULTURA – RENATO ORTIZ
2009
Texto: Sociedade e Cultura
Livro: Brasil, Um Século de transformações
Organizador: Paulo Sérgio Pinheiro
Sociedade & Cultura
Sociedade & Cultura
Apresentação online
www.slideshare.net/luis.rick/slideshows
QUEM É RENATO ORTIZ
Renato José Pinto Ortiz
• Sociólogo formado na Universidade de Paris;
• Mestrado e Doutorado em Sociologia na
Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais;
• Pós-Doutorado nas Universidade de Columbia
e de Nova Iorque;
• Professor convidado na Universidade de Córdoba;
• Professor titular na Unicamp.
Sociedade & Cultura
Como a Cultura transformou um país agrário e sem união em uma unidade
nacional?
Quais são as formas de disseminação da Cultura?
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Períodos de estudo:
• 1900 – 1930
• 1930 – 1964
• 1964 – 1990
O século então é separado em 2 diferentes datas:
• 1930 – Fim da República Velha e das oligarquias do Café
• 1964 – Início do Governo Militar
Por quê?
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Porque não separar o século em datas significativas para a
cultura em si, como a chegada do rádio ou da televisão?
• 1930 e 1964 foram momentos de ruptura.
• Esses anos abalaram com o Brasil como um todo, modificando as vidas dos brasileiros de forma profunda.
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1900 – 1930
• País agrário, economia fortemente baseada no café;
• Passado escravocrata, pois abolição ainda tinha 12 anos, ainda sendo muito encontrada no interior do país;
• País separado, sem integração entre as múltiplas culturas, e poderes independentes;
• Meios de comunicação e cultura da época: imprensa, livros e cinema.
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• No começo da década de 20 há um aumento nas tiragens de livros e periódicos, porém era um crescimento contraditório e limitado: o analfabetismo ainda atingia 75% da população. O crescimento era na Elite de Letrados.
• Com um mercado literário tão restrito, a única maneira de um escritor ser lido era através do meio mais popularizado, o Jornal. A literatura então era estreitamente ligada à imprensa.
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Semana de Arte Moderna de 1922
• Artistas com a pretensão de romper a realidade agrária mostrando à sociedade brasileira os sinais da modernidade, acreditando influenciar a tradicional sociedade.
• Em São Paulo já havia “sinais da modernidade”, como o asfalto e rádio, contrastando com a realidade de uma São Paulo provinciana, ainda não acostumada à velocidade das mudanças.
A modernidade nunca deixou de ser um projeto, um objetivo a ser alcançado.
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1930 – 1964
• Revolução de 30, definindo o fim da República Velha;
• Revoluções separatistas no RS e em SP;
• Crescimento do rádio;
• Chegada da TV.
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Fim da República Velha com a Revolução de 1930
• A derrota dos movimentos separatistas no RS e em SP, culminando com a queima das bandeiras estaduais, simbolizando a precedência da Nação.
• Criação de políticas para desenvolvimento da língua portuguesa e criação de um sistema escolar nacional.
Objetivo: intensificar a unidade nacional
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• Neste período os aparelhos de rádio ainda eram muito caros, e os ouvintes pagavam ao Estado pela utilização das ondas.
• Nova legislação na década de 30 permite publicidade em parte da programação e aparelhos ficam mais baratos.
• Surgem os espetáculos, programas de auditório e rádio-novelas. Rádio começa a se popularizar.
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• Paralelamente, o Cinema passa a ser um bem de consumo popular.
• EUA passam a exportar para a América Latina, pois no cenário de guerra e pós-guerra a Europa não tinha condições de consumir cinema.
• Surgem na década de 40 a Atlântida e a Vera Cruz, produtoras pioneiras de cinema brasileiro.
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• O mercado de publicações também cresce e empresas passam a fabricar papel em território nacional.
• Surgem os primeiros frutos da política de educação nacional, com crescimento significativo de pessoas com ensino primário.
• Crescimento leva à segmentação, e revistas e livros passam a atender diferentes públicos.
• Jornalismo é regulamentado e passa a ser gradativamente informativo, deixando a tendência opinativa.
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• Busca por uma identidade nacional e reinterpretação de valores antes tido como negativos pela elite.
• Mistura racial, samba, carnaval e futebol passam a ser constitutivos da brasilidade. Essa imagem passa a ser exportada, é a identidade do brasileiro no exterior.
• Rádio e Cinema se tornam então importantes meios distribuidores da nova e reinterpretada brasilidade.
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• No Rádio, um meio de experimentação, canções folclóricas são “esquecidas” e a MPB passa a ser amplamente divulgada, passando a ser o ritmo nacional.
• No Cinema somos apresentados à chanchada, uma comédia de espírito carnavalesco passada na capital nacional, levando essa realidade a diferentes classes sociais de diferentes locais.
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• O Estado percebe a importância e a influência dos novos meios de comunicação, que passam a ser vistos como “armas políticas”.
• Letras de samba começam a ser censuradas. Malandragem e e preguiça são substituídas pelo trabalho árduo.
• Estado tenta elaborar mitos e heróis nacionais, mas falha. Mito de maior identificação com a sociedade é Tiradentes, justamente líder de uma revolta contra o Estado da época.
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• O Estado, tendo pleno conhecimento da força dos meios de comunicação, busca inserir propagandas governamentais neles.
• Apesar disso, a Rádio Nacional, controlada pelo Estado, tem somente 4,5% da programação voltada à “Cultura do Estado”.
• A fonte de renda principal era a publicidade, pois o financiamento estatal não era suficiente para manter a estrutura.
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• No mercado editorial, o período pós-guerra traz estagnação e editoras fecham.
• Mercado cinematográfico e produtoras brasileiras também decaem, devido a irregularidade das exibições.
• Rádios eram populares, mas tinham expansão restrita, e presença só nas cidades grandes.
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Televisão chega em 1950, com alcance bastante restrito.
TV TUPI é a primeira emissora de televisão da América Latina.
“Você quer ou não quer a televisão? Para tornar a televisão uma realidade no Brasil, um consórcio rádio-jornalístico investiu milhões em cruzeiros. Agora é a sua vez. Qual será a sua contribuição para sustentar tão grandioso empreendimento? Do seu apoio dependerá o progresso em nossa terra, dessa maravilha da ciência eletrônica. Bater palmas e aclamar admiravelmente é louvável, mas não basta; seu apoio só será efetivo quando você adquirir um televisor.”
Assis Chateaubriand
Dono da TV Tupi
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1964 – 1990
• Golpe militar age de modo repressor, com a censura, mas também traz uma modernização autoritária.
• 2ª Revolução Industrial: expansão da produção, distribuição e consumo de bens culturais.
• Crescimento do mercado fonográfico.
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• O Governo Militar promove uma política de telecomunicações, visando a integração nacional.
• A expansão do consumo de televisões ocorreu de acordo com as concessões do Estado e ligado a interesses políticos.
• A Copa do Mundo de 1970 inaugura a transmissão em rede nacional. Após isso, inicia-se a disseminação do costume entre todas as classes sociais.
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• A administração das empresas de telecomunicações era deficitária, pois prevaleciam interesses pessoais.
• Simultaneamente, a indústria procurava se adaptar cada vez mais ao padrão internacional e comercial.
• A tradição dos teleteatros diminuiu devido à expansão do mercado das novelas e telenovelas.
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Investimentos Publicitários
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“Popular” segundo Dicionário Michaelis:
1 Pertencente ou relativo ao povo; próprio do povo. 2 Comum, usual entre o povo: Linguagem popular. 3 Adaptado à compreensão ou ao gosto do povo. 4 Promovido pelo povo; que provém do povo: Manifesto popular. 5 Originado entre o povo ou por ele composto ou transmitido: Música popular; dança popular. 6 Que representa ou pretende representar a vontade do povo: Partido popular; governo popular. 7 Que é do agrado do povo; que tem as simpatias, o afeto do povo. 8 Notório, vulgar. 9 Democrático. sm Homem do povo. sm pl Homens do povo; partidários do povo; democratas. sf pl Nos estádios desportivos, as acomodações de menor preço: Os espectadores do lado das populares.
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• A cultura popular era, até 1960 vista como uma cultura fortemente influenciada pela política.
• Depois disso, popular adquire o sentido de ser aquilo que é comum e consumido pelo povo.
• As telenovelas antes possuíam muito da influência externa. Com a popularização houve o “abrasileiramento”. Portanto, a busca de uma cultura nacional encontra-se realizada na cultura popular de mercado.
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• Os modernistas diziam que para sermos modernos, era preciso que fôssemos primeiramente nacionais.
• Valorização da cultura nacional pelas elites e intelectuais.
• A modernidade passa a ser realidade, mas não beneficia a sociedade como um todo.
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• A partir de 1990, a cultura popular de mercado já não é mais o único produto da modernidade.
• O moderno tem seu próprio mercado e produto, constituindo um padrão entre as nações.
• Mundo do consumo.
Grupo
Luis Henrique Mello dos Reis
Marcos Luciano Rodrigues
Mariana Ortega Garcia
Nádia Seabra Munhoz
Rafaela Rozendo
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