Sistematização Capítulo 7 do livro Ensino de Química em Foco
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AS CHAMAS E OS CRISTAIS REVISITADOS: Estabelecendo diálogos entre linguagem científica e a linguagem cotidiana no ensino de ciências da
natureza.Eduardo Fleury Mortimer
O que é ensinar e aprender ciências?
Pessoas exibem diferentes maneiras de ver e conceitualizar. Diferentes modos de pensar são empregados em contextos distintos. Modelos da heterogeneidade do pensamento verbal.
Modos de pensar – zonas de estabilidade no pensamento conceitual.
Perfil Conceitual
Modo de falar
Modela os modos de pensar
Aprendizagem – na abordagem dos perfis conceituais.
Enriquecimento dos perfis conceituais
Tomada de consciência da multiplicidade de modos de
pensar e dos contextos nos quais estes modos de pensar são
aplicados.
Ensino de CiênciasCompreensão dos modos
de pensar que os estudantes não tem acesso
por outros meios.
Demarcação clara
entre os diferentes modos de
pensar, bem como
entre os contextos
de aplicação
Exemplo: calor
• Processo de transferência de energia entre corpos de diferentes temperaturas.• Na vida cotidiana – atua em vários contextos discursivos que reforçam
outra zona do perfil – calor é “substância”
CALOR “QUENTE” CALOR “FRIO”PROPORCIONAL À TEMPERATURA
Casaco “quente” e lãCasaco que seja um bom isolante térmico, que evite a transferência
de energia térmica para o ambiente.
O que fazer para promover no estudante uma compreensão e, logo, uma aprendizagem bem sucedida da visão científica
sobre o calor? (MORTIMER, 2015, p. 183)• “...é necessário promover nos alunos uma tomada de consciência de
que há uma diversidade de modos de pensar sobre o calor, mas eles não se mostram igualmente poderosos para resolver problemas que encontramos em nossas vidas e necessitam da mobilização de tal conceito” (p. 183)
Copo de vidro ou de alumínio?
• Senso comum – alumínio – “é mais gelado” Bebida esquenta mais rapidamente.
Visão científica se mostra pragmaticamente mais poderosa para explicar esta situação do cotidiano.
Melhor condutor térmico que o vidro.
Sensação térmica de “frio”.
Coexistência de diferentes modos de pensar e de falar
Como será o enriquecimento de um perfil conceitual?Como as pessoas aprendem novas zonas conceituais?
“Como, a partir da minha visão do calor como substância, de que o calor é proporcional à temperatura, aprendo a visão científica de que o calor é um processo de transferência de energia de uma corpo ou sistema a uma temperatura mais alta para outro corpo ou sistema a uma temperatura mais baixa?” (p. 186)
“Aprender é dialogar com a palavra do outro. É povoar esta palavra com sua próprias contrapalavras”. (p. 186)
Aluno coloca a palavra do professor em diálogo com sua palavra.
• Aprender ciências é inseparável da aprendizagem da linguagem científica.• “Quando colocamos o comprimido efervescente em água e
aquecemos, conseguimos dissolver o comprimido mais rapidamente do que em água fria”. (p. 186)• “O aumento da temperatura provoca um aumento na velocidade de
dissolução do comprimido”. (p. 186-187)
Linguagem cotidianaÉ mais próxima da fala.As pessoas não tem necessidade de refletir a todo momento sobre o que vão dizer.Reflete o mundo dinâmico, onde as coisas estão sempre acontecendo.
Linguagem Científica• Exige reflexão consciente no seu uso.• Aproxima-se muito mais a linguagem escrita.• Acontecimentos e processo são “congelados” pelo processo de
nomilização, “pois o mais importante é coloca-los em estruturas, cmo num cristal”. (p. 187)
NOMILIZAÇÃO (HALLIDAY, 1993)• Quanto tempo uma reação química leva para completar-se?
• Velocidade de uma reação química.
• Gênero de discurso que foi sendo criado ao longo do desenvolvimento da ciência
• Aparente “neutralidade” – ausência de sujeito, “voz” universal, asujeitada.
• Aparente neutralidade.• Ausência de sujeito.• Universalidade – “voz universal”
• Esse mundo não é estático, estruturado e perfeitamente relacionado, como querem as aulas de ciências.
• Vale a pena substituir a chama pelo cristal?