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mamíferos inferiores (mais antigos) – comportamentos ligados à sobrevivência - cria e modula funções do que agrada ou desagrada = funções afetivas fêmeas a cuidarem de suas crias ou desenvolverem comportamentos lúdicos (gostar de brincar).

emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são criações mamíferas, originadas no sistema límbico responsável por aspectos da identidade pessoal e por funções ligadas à memória.

cérebro racional que produz a linguagem simbólica que leva ao desempenho de tarefas intelectuais como leitura, escrita e cálculo matemático.

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Comparação das teorias sobre as emoções de James-Lange e Cannon-Bard.James-Lange (flexas vermelhas), o homem percebe o animal ameaçador e reage com manifestações físicas (neurovegetativas) consequencia física = desprazer e desenvolve medo. Cannon-Bard (flexas azuis), o estímulo ameaçador conduz, primeiro, ao sentimento de medo, o qual, então, causa a reação física.

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Quando o indivíduo se encontra diante de um acontecimento que o afeta, o impulso nervoso atinge inicialmente o tálamo e aí, a mensagem se divide.

Uma vai para a córtex cerebral = origina experiências subjetivas de medo, raiva, tristeza, alegria, etc.

A outra se dirige para o hipotálamo, o qual determina as alterações neurovegetativas periféricas (sintomas).

As reações fisiológicas e a experiência emocional são simultâneas. O erro essencial da teoria Cannon-Bard foi considerar a existência de um "centro" inicial (o tálamo) para a emoção.

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1937, o neuroanatomista James Papez a emoção não é função de centros cerebrais específicos mas um circuito com 4 estruturas básicas, interconectadas por feixes nervosos : o hipotálamo com seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo, o giro cingulado e o hipocampo

Paul MacLean denomina sistema límbico e acrescenta novas estruturas as córtices órbitofrontal e médiofrontal (área pré-frontal), o giro parahipocampal, e grupamentos subcorticais : amigdala, núcleo mediano do tálamo, área septal, núcleos basais do prosencéfalo (região mais anterior do cérebro), e formações do tronco cerebral

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Estruturas envolvidas com a emoção se interligam

intensamente, mas nenhuma é exclusivamente responsável por

este ou aquele tipo de estado emocional-

Contribuem umas mais que outras para determinado tipo

de emoção.

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Amígdala - controla atividades emocionais como amizade, amor e afeição, nas exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados de medo e ira e na agressividade. Auto-preservação, é o centro identificador do perigo, gera o medo e ansiedade e despertando o alerta. Lesão perde o sentido afetivo da percepção exterior,não sabe se gosta ou não gosta de alguém.

Hipocampo -envolvido com os fenômenos de memória - formação da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, as vezes, para sempre). Quando destruídos nada mais é gravado na memória - O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém recebida.

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Importantes vias de conexão do circuito límbico

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Tálamo /Lesões = alterações da reatividade emocional- possivelmente decorre, não de uma atividade própria, mas das conexões com outras estruturas do sistema límbico

Hipotálamo / Lesão interfere com funções vegetativas e comportamentos motivados de regulação térmica, sexualidade, combatividade, fome e sede –algumas partes parecem envolvidas com o prazer e a raiva, e outras ligada à aversão, ao desprazer e `a tendência ao riso (gargalhada) incontrolavel.

Sua participação é menor na gênese do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

Quando surgem os sintomas físicos da emoção como a ameaça, retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos e, destes, aos núcleos pré-frontais, aumentando, por um mecanismo de "feed-back" negativo, a ansiedade, podendo até chegar a gerar um estado de pânico.

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Situado entre o sulco cingulado e o corpo caloso (principal feixe nervoso ligando os dois hemisférios cerebrais) Pouco se sabe, somente que a porção frontal coordena odores, e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores. Participa da reação emocional à dor e da regulação do comportamento agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais selvagens, domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro (cingulotomia), interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduzindo o nível de depressão e de ansiedade pré-existentes .

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mecanismos de alerta vitais para a sobrevivência, e também da manutenção do ciclo vigília-sono. Outras estruturas do tronco cerebral, os núcleos dos pares cranianos, estimuladas por impulsos provenientes do cortex e do estriado (uma formação subcortical), respondem pelas alterações fisionômicas dos estados afetivos : expressões de raiva, alegria, tristeza, ternura, etc.

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A descarga espontânea ou a estimulação elétrica dos neurônios produzem sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo. Indivíduos que apresentam, por defeito genético, redução no número de receptores das células neurais dessa área, tornam-se incapazes de se sentirem recompensados pelas satisfações comuns da vida e buscam alternativas "prazeirosas" atípicas e nocivas como, por exemplo, alcoolismo, cocainomania, compulsividade por alimentos doces e pelo jogo desenfreado.Esta região se relaciona com as sensações de prazer associadas às experiências sexuais.

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Não faz parte do circuito límbico tradicional, mas suas intensas conexões bi-direcionais com o tálamo, amigdala e outras estruturas sub-corticais - importante papel na expressão dos estados afetivos. Quando é lesado perde-se o senso de responsabilidades sociais e da capacidade de concentração e de abstração. Em alguns casos mantém intactas a consciência e algumas funções cognitivas, como a linguagem, mas não consegue resolver problemas, mesmo os mais elementares. Na pratica da lobotomia pré-frontal, para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo", não mais evidenciando sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança sem resquícios de afetividade.

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Lehmann -o afeto é um fenômeno complexo, que se inicia por um processo central, a partir de uma causa interna ou externa e se manifesta como uma alteração do "eu“, podendo desencadear movimentos reflexos faciais e variadas alterações orgânicas.

À medida que os sintomas corporais aumentam de intensidade, o afeto torna-se mais mobilizador e se define como uma emoção.

Esta idéia encontra sustentação na clinica, no tratamento de pacientes com fobias de desempenho, os quais, diante de situações que temem (falar em público, por exemplo), apresentam palpitações, suores, dificuldade de respirar, etc. Betabloqueadores que não atravessam a barreira hemato-encefálica, e portanto, não agem sobre centros cerebrais e sim na periferia, bloqueando os fenômenos neurovegetativos, "esvaziaria-se" a ansiedade, permitindo maior controle da fobia.