Sistema fotovoltaico fornece energia à nova Estação ... · Sistema fotovoltaico fornece energia...

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CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB - Centro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO XII Nº 13 Dezembro - 2008 Sistema fotovoltaico fornece energia à nova Estação Científica da Marinha Informe IMPSA WIND inaugura sua uni- dade fabril no Porto de Suape, em Pernambuco A IMPSA Wind inaugurou no Porto de Suape (PE) sua primeira fábrica no Brasil destinada a produzir gera- dores e turbinas voltadas à geração de energia eólica. Esta iniciativa con- tribuirá de forma relevante para o de- senvolvimento de projetos ambiental- mente sustentáveis, mais que dobran- do a produção brasileira de aeroge- radores. Páginas 4 e 5 Frisian Solar Challenge - UFRJ participa da competição de barcos movidos a energia solar Em 2008, a equipe de Pólo Náutico da UFRJ participou da Frisian Solar Challenge, uma competição de bar- cos movidos à energia solar, realizada na província de Frísia, no norte da Holanda. O Brasil obteve a 7 a coloca- ção. A equipe vencedora foi a da Uni- versidade de Delft, cujo barco utili- zava painéis do Telescópio Espacial Hubble. Páginas 10 e 11 Informe Solar Decathlon Europe - Consórcio de seis universidades levará à Espanha projeto de casa abastecida por energia solar Consórcio Brasil, formado pelas uni- versidades Escola Politécnica da UFRJ, UFRGS, UFMG, UFSC, UNICAMP e USP, vai representar o Brasil, pela primeira vez, na competição interna- cional Solar Decathlon Europe em 2010, na Espanha. Os projetos-base foram selecionados através de um Concurso de Ideias. Páginas 16 e 17 CEPEL realiza instalação de sistema fotovoltaico de energia na nova Estação Científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, mantida pela Marinha do Brasil. Páginas 6 e 7 Foto: Marco Galdino - CEPEL

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CRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCRESESB - Centro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO XII Nº 13 Dezembro - 2008

Sistema fotovoltaico fornece energia ànova Estação Científica da Marinha

Informe

IMPSA WIND inaugura sua uni-dade fabril no Porto de Suape, emPernambucoA IMPSA Wind inaugurou no Portode Suape (PE) sua primeira fábricano Brasil destinada a produzir gera-dores e turbinas voltadas à geraçãode energia eólica. Esta iniciativa con-tribuirá de forma relevante para o de-senvolvimento de projetos ambiental-mente sustentáveis, mais que dobran-do a produção brasileira de aeroge-radores. Páginas 4 e 5

Frisian Solar Challenge - UFRJparticipa da competição de barcosmovidos a energia solarEm 2008, a equipe de Pólo Náuticoda UFRJ participou da Frisian SolarChallenge, uma competição de bar-cos movidos à energia solar, realizadana província de Frísia, no norte daHolanda. O Brasil obteve a 7a coloca-ção. A equipe vencedora foi a da Uni-versidade de Delft, cujo barco utili-zava painéis do Telescópio EspacialHubble. Páginas 10 e 11

Informe

Solar Decathlon Europe -Consórcio de seis universidadeslevará à Espanha projeto de casaabastecida por energia solarConsórcio Brasil, formado pelas uni-versidades Escola Politécnica da UFRJ,UFRGS, UFMG, UFSC, UNICAMPe USP, vai representar o Brasil, pelaprimeira vez, na competição interna-cional Solar Decathlon Europe em2010, na Espanha. Os projetos-baseforam selecionados através de umConcurso de Ideias. Páginas 16 e 17

CEPEL realiza instalação de sistema fotovoltaico de energia na nova Estação Científica do Arquipélago de SãoPedro e São Paulo, mantida pela Marinha do Brasil. Páginas 6 e 7

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2 C R E S E S B I N F O R M E

Albert Cordeiro Geber de MeloDiretor Geral - CEPEL

Roberto Pereira CaldasDiretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Jorge Nunes de OliveiraDiretor de Gestão e Infra-Estrutura

Ary Vaz Pinto JuniorChefe do Departamento de

Tecnologias Especiais

Hamilton Moss de SouzaCoordenador do CRESESB

Ricardo Marques DutraPatrícia de Castro da Silva

Engenheiros AssistentesEditoração Eletrônica

Manuela Melaine M. NicodemosRevisão de Texto

O Sol brilha no horizonte

Os artigos assinados são deresponsabilidade dos autores.

N

Hamilton Moss de SouzaRicardo Marques Dutra

Patrícia de Castro da SilvaSérgio Roberto F. C. de Melo

Bruno MontezanoVanjor Gomes Almeida

Viviane Alencar Ferreira Silva

Equipe [email protected]

a capa desta edição de nossoInforme demos destaque à ener-

gia solar fotovoltaica. A Estação Cientí-fica da Marinha é alimentada por umsistema fotovoltaico, e para ressaltarsua importância basta apenas dizerque esta Estação garante o direito ànossa soberania sobre este ponto ex-tremo de nosso território. Os pesqui-sadores residentes na Estação veemo sol surgir no horizonte como fonteaté mesmo da água que bebem. E osol também brilhou no horizonte dosjovens do Frisan Solar Challenge e doSolar Decathlon Europe que levampara outros países nossa esperançade um futuro solar para o Brasil condi-zente com nosso potencial. Temossol, temos silício (somos os maioresexportadores mundiais deste insumo),temos área disponível e pessoal pre-parado em nossas Universidades, masainda temos um longo caminho paraa opção solar fotovoltaica ser uma rea-lidade no Brasil. Os preços dos sis-temas ainda são uma barreira à suaadoção em maior escala. Outrasopções renováveis acabam por res-tringir a energia solar fotovoltaica anichos de mercado, como pequenasaplicações em locais distantes da redeelétrica. É preciso atuar para tornar

nosso país um grande produtor de si-lício de grau solar e de sistemas fo-tovoltaicos, com vantagens competi-tivas com relação a outros países. Po-deremos assim contribuir para o su-primento do mundo baixando preçose aumentando a viabilidade de aplica-ção de sistemas em nosso território.O desafio é grande, mas lembrarmoso que já fizemos em energia hidráulicae com o etanol, e mesmo em energiafotovoltaica no passado, é uma inspi-ração para nos tornarmos líderes emmais uma tecnologia renovável.

Na área da energia eólica, a melhornotícia é a expansão de nosso parqueprodutivo. A IMPSA veio juntar forçasao nosso parque industrial de produçãode aerogeradores. Atrair investidoresdeste porte é a consolidação da viabi-lidade do Brasil como importante pro-dutor de equipamentos e um firme pas-so na direção da utilização de nossopotencial eólico. Além do grande sal-to na instalação de sistemas eólicosrepresentado pelo PROINFA, que pro-va que a energia eólica veio para ficar,vamos nos firmando na produção deequipamentos, gerando riqueza e em-pregos em nosso país e contribuindopara que o mundo tenha mais uma

opção renovável entre suas fontes deenergia.

Esta nova edição do Informe vai,mais uma vez, registrando iniciativase resultados na direção de um Brasilcada vez mais renovável. É o que omundo deseja, é o que o Brasil deseja.E lembrando esta expectativa nãopoderíamos deixar de registrar a novafase da vida profissional de Laura Por-to, que deixa a Diretoria do Departa-mento de Desenvolvimento Energéticodo MME e parte para novos desafios,mas sempre na área de energias re-nováveis. O CRESESB agradece oapoio que teve em todos estes anosno MME. Que o sol brilhe em seusnovos horizontes, e no horizonte dasenergias renováveis no Brasil.

Uma boa leitura!

§ 3C R E S E S B I N F O R M E

Um breve panorama das energias solarfotovoltaica e eólica no Brasil e no mundo

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Equipe CRESESBCEPEL / DTE

[email protected]

crescente interesse no aproveita-mento das energias solar fotovol-

taica e eólica, evidenciado pelas inú-meras consultas que recebemos aolongo de 2008, vindas de diversas lo-calidades do Brasil e do exterior, mo-tivou-nos a escrever este artigo, quetem como objetivo principal fornecerum panorama da utilização destasformas de energia no Brasil e nomundo.

Energia Eólica

O final do ano de 2008 continuouapresentando a energia eólica comoum dos mais importantes mercadosde geração renovável em todo o mun-do. Com uma taxa de crescimento daordem de 29%, projetos eólicos tota-

lizaram 121,1GW; 27,3GW somenteno ano de 2008. Comparando com re-sultados apresentados em 2005, apotência instalada mais que dobrou emtodo o mundo. Segundo a World WindEnergy Association – Associação Mun-dial de Energia Eólica, os investimen-tos em energia eólica em todo o mun-do alcançaram 40 bilhões de euros.

Os mercados americano e chinêsmostraram-se como os grandes des-taques para energia eólica em 2008.Pela primeira vez, o mercado ameri-cano supera o mercado alemão em po-tência instalada e a China ultrapassaa posição da Índia tornando-se a líderasiática em energia eólica.

O Brasil ao finalizar o ano com338,5MW de potência eólica instala-

da, ocupa a 24a colocação entre ospaíses que utilizam a fonte eólica namatriz de geração de energia elétrica.

Energia Solar Fotovoltaica

Segundo dados recentemente di-vulgados pela SolarBuzz LLC, umaempresa de consultoria em energiasolar, em 2008 houve uma expansãodas instalações fotovoltaicas no mun-do da ordem de 5,65GW, o que equi-vale a um crescimento de 75% em re-lação ao que foi verificado em 2007.Destaca-se o forte crescimento da Es-panha em 2008, onde foram instala-dos 2,46GW. A potência instalada naAlemanha neste mesmo ano, da or-dem de 1,86GW, também foi bastantesignificativa, representando cresci-mento superior ao verificado nos anosanteriores. Outros países como Esta-dos Unidos (0,36GW), Coréia do Sul(0,28GW), Itália (0,24GW) e Japão(0,23GW) também contribuíram paraeste número.

Com a confirmação destas novasinstalações fotovoltaicas, a potênciainstalada no mundo chegará a 13,8GWno final de 2008.

Conforme informações tambémdivulgadas pela SolarBuzz, em 2008,a indústria fotovoltaica gerou 37,1 bi-lhões de dólares em receitas globais.

No Brasil, a potência fotovoltaicainstalada ainda é pequena, mas tende-rá a crescer na medida em que novasinstalações forem sendo realizadas noâmbito do Programa Luz para Todos,conduzido pelo MME.

O Grupo de Trabalho de GeraçãoDistribuída com Sistemas Fotovoltaicos– GT-GDSF, criado pelo MME em 2008,também sinaliza para uma mudançano quadro atual. O grupo estuda osrequisitos e incentivos aplicáveis àsistemas fotovoltaicos conectados àrede de forma que, no futuro, possa-mos ter painéis de potência na faixade 2 a 5kWp instalados nos telhadosdas residências, como ocorre nos Es-tados Unidos, Japão e Alemanha.

Panorama da utilização da energia eólica e taxa de crescimento anual.

Panorama da utilização da energia solar fotovoltaica e taxa de crescimento anual.

4 C R E S E S B I N F O R M E

A IMPSA Wind inaugurou no Portode Suape sua primeira fábrica no

Brasil destinada a produzir geradorese turbinas voltadas à geração deenergia eólica. Esta iniciativa repre-senta um marco nacional na área dasenergias renováveis e consideradas“limpas”, o que contribuirá de formarelevante para o desenvolvimento deprojetos ambientalmente sustentáveis,mais que dobrando a produção bra-sileira de aerogeradores.

Localizada no complexo portuáriode Suape (PE), a nova unidade indus-trial ocupa um terreno de 27 hectares(270 mil m2). Nesta primeira etapa, asinstalações ocupam aproximadamen-te 13 mil m2 cobertos, chegando a 40mil m2 de área fabril até o final da ter-ceira etapa em 2010.

A construção começou no segun-do semestre de 2007 e terminou emjulho último, um recorde de oito mesesde obras ao custo de R$ 145 milhões.As primeiras 66 unidades aerogera-doras de 1,5MW (Megawats), atende-rão a três parques eólicos situadosno Ceará. Os projetos em questãosão Praia do Morgado (28,8MW),Praias de Parajuru (28,8MW) e Voltado Rio (42MW) que estão incluídosno âmbito do PROINFA - Programa de

IMPSA WIND inaugura sua unidadeIncentivo às Fontes Alternativas deEnergia Elétrica. Os próximos 145geradores fabricados serão instaladosem dez parques eólicos localizadosem Santa Catarina durante os anosde 2009 e 2010.

A planta terá capacidade de fa-bricar 200 aerogeradores de 1,5MWpor ano (300MW) e, conforme a de-manda, a produção anual poderá serampliada para 300 unidades (450MW).Além disso, a fábrica também terá ca-pacidade de fabricar turbinas e gera-dores para centrais hidroelétricas degrande porte começando em 2010. Os450MW por ano poderão fornecer ener-gia para 750.000 moradias.

A segunda e terceira etapas serão,respectivamente, uma ampliação dafábrica para poder produzir turbinas egeradores hidroelétricos e uma fábri-ca de pás. A prioridade é abastecer omercado local e regional com 100%da produção destinada aos projetosnacionais. No futuro, a expectativa éexportar 40% para outros países domundo.

Luis Pescarmona, Diretor Geral dogrupo IMPSA no Brasil, afirma: “OBrasil apresenta excelentes oportu-nidades para o desenvolvimento deenergias renováveis como a hidroelé-

trica e a eólica. Os ventos aqui ofere-cem o dobro da qualidade da médiamundial e tenho certeza que, comuma política sustentável firme no país,haverá uma crescente demanda domercado nacional, o que fará com quea indústria seja cada vez mais com-petitiva para o setor de energia”.

No que se refere à mão-de-obra, afábrica conta com 300 funcionários dealta qualificação, além dos 300 em-pregos indiretos que gerou durante suaconstrução. Para o final da terceira eta-pa, a previsão é gerar 1.500 postos detrabalho diretos e indiretos, com esti-mativa de mais de 95% do quadro con-tratado localmente.

Por que a escolha do Porto deSuape

O grupo Pescarmona contabilizapositivamente mais de quinze anos deexperiência na região com sua fábricaTCA localizada em Recife, segundamaior fornecedora de chicotes de fiopara a indústria automobilística doMercosul. O Porto de Suape é um dosportos multimodais mais importantesda região e oferece grandes vantagensdo ponto de vista logístico, com umaexcelente infraestrutura para impor-

tação e exportação. Além doprograma de incentivos fiscaisdo Governo de Pernambuco, ogrande diferencial está na pro-ximidade de 70% do potencialeólico brasileiro localizado noNordeste.

Apoio financeiro doBNDES

A IMPSA Wind obteve doBNDES - Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico eSocial - um financiamento de R$37,8 milhões. O projeto pro-piciará também a transferênciade tecnologia de fabricação pa-ra o país, além do atendimentoà demanda mundial crescentepor esses equipamentos.

Outro mérito do projeto é ofato de favorecer a diversifica-ção da matriz energética na-cional, com um aspecto estra-

Cerimônia de inauguração com a presença da Exma. Presidenteda Argentina, Sra. Cristina Kirchner.

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§ 5C R E S E S B I N F O R M E

Unidade fabril da IMPSA Wind no Porto de Suape (PE).

fabril no Porto de Suape, Pernambuco

tégico relevante em favor da energiaeólica: os períodos de seca, quandoos reservatórios das barragens estãoem seu nível mais baixo, coincidemcom o período de maior incidência eintensidade de ventos nas RegiõesNordeste e Sul.

Os recursos do BNDES serão uti-lizados principalmente na execuçãode obras civis e na aquisição de má-quinas e equipamentos nacionais.Está prevista ainda a realização deum investimento social que consisteno asfaltamento de quatro ruas nomunicípio de Cabo de Santo Agos-tinho, o que beneficiará a populaçãolocal.

IMPSA - Institucional

A IMPSA é um grupo multinacio-nal que conta com mais de 100 anosde história (foi fundado em 1907 emMendoza, Argentina) na busca de so-

luções integrais para geração de ener-gia elétrica a partir de recursos re-nováveis.

O grupo está presente em trintapaíses nos cinco continentes com for-te presença em projetos de energiasrenováveis, sistemas portuários, au-topeças, serviços ambientais e siste-mas de automação. Emprega mais de7.000 pessoas em todo mundo, 1.600em projetos hídricos e eólicos e ofe-rece permanente reciclagem e capa-citação aos seus colaboradores.

A IMPSA, com sede em São Pau-lo, começou a operar no Brasil há maisde 25 anos e atualmente é o maiordesenvolvedor de parques eólicos nopaís.

A empresa participou em mais de2.200MW em projetos de energiasrenováveis e está construindo parqueseólicos no Ceará e em Santa Catarina.Tem presença regional com escritóriosem Recife (PE), Fortaleza (CE), Belo

Santiago MilesRelações Institucionais

IMPSA WINDTel.: +55 11 5501-5000

[email protected]

Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Flo-rianópolis (PR).

Os investimentos da IMPSA pre-vistos para os próximos três anos sãosuperiores a 2,6 bilhões de reais. Aempresa possui 800 funcionários noBrasil com estimativa de atingir maisde 950 até o fim do ano. Porém, eminiciativas de energia renovável, se-rão gerados aproximadamente 24 milnovos postos de trabalho diretos eindiretos.

Maiores informações sobre as ati-vidades desenvolvidas pelo grupoIMPSA no Brasil e no mundo podemser obtidas através do portal disponívelem www.impsa.com.

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CEPEL realiza instalação de sistemaCientífica do Arquipélago

Arquipélago de São Pedro e SãoPaulo – ASPSP, situado a 0º55.00’Ne 29º20.76"W, a uma distância de cer-ca de 550 milhas náuticas a Nordesteda cidade de Natal, RN, é constituídopor um conjunto de ilhotas e rochedosde origem plutônica.

A Comissão Interministerial paraos Recursos do Mar – CIRM, coorde-nada pela Marinha do Brasil, e da qualparticipa o Ministério de Minas e Ener-gia – MME, instituiu, em junho de 1996,o Programa Arquipélago (PROARQUI-PÉLAGO) com o objetivo de ocupaçãopermanente do Arquipélago de São Pe-dro e São Paulo e de efetuar pesquisascientíficas no local.

Para isso, foi construída em junhode 1998 a primeira Estação Científicado Arquipélago de São Pedro e SãoPaulo – ECASPSP. As instalações daECASPSP foram projetadas e cons-truídas pelo Laboratório de Planeja-mento e Projetos da Universidade Fe-deral do Espírito Santo – UFES (Vitó-

Vista geral do Arquipélago de São Pedro e São Paulo.

ria, ES) em cooperação com o Labo-ratório para Produtos Florestais doIBAMA (Brasília, DF). O Centro dePesquisas de Energia Elétrica –CEPEL foi indicado pelo MME comoresponsável pelo suprimento de ener-gia elétrica à Estação Científica, tendoprojetado e instalado o sistema foto-voltaico. Coube também ao CEPELrealizar a adaptação e a instalação dodessalinizador de água do mar porosmose reversa.

Ao longo dos últimos 10 anos, aprimeira ECASPSP permaneceu emfuncionamento, prestando bons servi-ços à Marinha e ao país, sendo que oCEPEL realizou três comissões de ma-nutenção (ago/00, mai/02 e mar/04)para verificação e reparo de algunscomponentes do sistema fotovoltaico.

O histórico de 10 anos indica queas condições ambientais são extre-mamente agressivas no ASPSP, de-vido às altas salinidade e umidadeambientes (névoa salina), resultando

em forte corrosão, que causa fre-quentes problemas em componentesdo sistema elétrico, incluindo falhasem inversores, controladores de cargae grupos geradores, além de outrosequipamentos eletroeletrônicos (umrefrigerador ou um fogão convencionalduram menos de um ano no ASPSP).

Em 2006, a CIRM considerou ne-cessário projetar uma nova EstaçãoCientífica para o ASPSP com vistas amelhorar as condições de conforto daEstação, bem como transferí-la paraum local mais protegido da ilha.

As severas avarias ocorridas naECASPSP decorrentes da ação domar em junho de 2006, reforçaram anecessidade de deslocamento da Es-tação.

Assim como a primeira ECASPSP,instalada em junho de 1998, a UFESe o IBAMA foram responsáveis peloprojeto arquitetônico e pela construçãocivil, ficando o CEPEL responsávelpelo apoio técnico no que tange ao

suprimento de energiaelétrica, por meio de umsistema fotovoltaico,bem como pelo sistemahidráulico que inclui umdessalinizador.

A partir do melhorconhecimento sobre ascondições ambientaisdo Arquipélago e dasnovas necessidadesdos pesquisadores, anova ECASPSP incor-pora melhorias signi-ficativas em relação àárea útil, que possuiagora aproximadamen-te 50m2, e ao local deimplantação.

Houve ainda signi-ficativo aumento nascargas elétricas, queagora atingem um con-sumo total previsto decerca de 19kWh/dia,com a utilização de ummaior número de equi-pamentos (geladeira,freezer, rádios para co-

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Marco Antônio GaldinoCEPEL / DTE

[email protected]

Patrícia de Castro da SilvaCEPEL / DTE

[email protected]

CT (T) Marco Antonio Carvalho deSouza - SECIRM

[email protected]

fotovoltaico de energia na nova Estaçãode São Pedro e São Paulo

municação), além da adoção de umnovo dessalinizador de maior potêncianominal.

A Estação é abastecida por águasalgada e por água doce produzida apartir da primeira, através de um equi-pamento dessalinizador por osmosereversa, do tipo utilizado em embar-cações. O consumo diário previsto deágua salgada é de 200 litros por pes-soa, e o de água doce é de 50 litrospor pessoa.

O consumo diário total previsto deenergia elétrica relativo ao forneci-mento de água à ECASPSP, incluindobombeamento e dessalinizador, é de6,75kWh/dia.

O CEPEL elaborou o projeto dosistema fotovoltaico e forneceu as es-pecificações técnicas dos equipamen-tos a serem adquiridos pela Marinha.

O sistema fotovoltaico da novaECASPSP, conforme diagrama elétri-co simplificado, mostrado ao lado,possui potência de pico de 7,8kWp eadota os seguintes componentes:

• painel constituído por 60 módu-los fotovoltaicos de 130Wp (KyoceraKC-130), associados 15s * 2p (15 emsérie e 2 em paralelo), formando doissubconjuntos conectados aos dois in-versores SB3300,

• banco formado por 20 bateriasestacionárias/fotovoltaicas de 220Ah(Tudor 12TE220), associadas 4s * 5p(4 em série e 5 em paralelo), conecta-do ao inversor SI5048,

• 2 inversores SMA SunnyBoySB3300,

• um inversor bidirecional SMASunnyIsland SI5048.

Esta configuração está baseadaem equipamentos do fabricante SMA(Alemanha), de desempenho e confia-bilidade considerados entre os melho-res no mercado, adotando uma tecno-logia mais moderna do que o sistemaanterior.

A nova Estação conta ainda comum grupo gerador Diesel de potêncianominal de 6kVA (Toyama, modelo TD7000SGE), do tipo cabinado, visandoa redução de ruído audível e proteçãocontra as severas condições ambien-

Diagrama elétrico simplificado do sistema fotovoltaico da nova ECASPSP.

tais. O grupo gerador atua com acio-namento totalmente automático pelosistema, caso a carga das bateriasatinja um valor de 50%, para o que fez-se necessária uma adaptação no equi-pamento original.

Os componentes do sistema foto-voltaico, adquiridos através de licita-ção pela Marinha do Brasil, foram en-caminhados previamente ao CEPEL,onde foram efetuados a integração, apré-montagem e os testes. O períodode testes realizados no CEPEL per-mitiu verificar o funcionamento do sis-tema fotovoltaico, bem como a suaoperação em conjunto com o dessali-nizador e o grupo gerador.

O dessalinizador também foi tes-tado no CEPEL, em relação a seuconsumo e produção de água.

A efetiva instalação e comissio-namento do sistema fotovoltaico doASPSP ocorreu no período de 12 a 27de junho de 2008. Este trabalho, quecontou com o apoio logístico de 3 na-vios (Corveta Inhaúma e Navios-Patru-la Grajaú e Guaíba), envolveu pessoaltécnico do CEPEL, da Base Naval deNatal e da CIRM, entre outros.

A parte do trabalho de maior difi-culdade foi a instalação do painel fo-

tovoltaico sobre o telhado, que exigiuuma equipe com cerca de 10 pessoase durou 5 dias. Foi necessária a mon-tagem de andaimes para o acesso aotelhado, o qual, nas condições do Ar-quipélago, constitui-se numa superfí-cie bastante escorregadia.

Pelas informações disponíveis atéo momento, o sistema elétrico estáoperando da forma satisfatória.

Espera-se que o sistema implanta-do pelo CEPEL possa continuar aten-dendo à demanda de energia e águada ECASPSP, bem como às neces-sidades da Marinha do Brasil e daCIRM, pelos próximos 10 anos.

Maiores informações sobre o Pro-grama Arquipélago podem ser obtidasatravés do portal da CIRM disponívelem https://www.mar.mil.br/secirm/.

8 C R E S E S B I N F O R M E

INMETRO – Instituto Brasileirode Metrologia, Normalização e Qua-lidade Industrial instituiu em 2002 oGT-FOT – Grupo de Trabalho de Sis-temas Fotovoltaicos, no âmbito doPrograma Brasileiro de Etiquetagem– PBE, com o objetivo de estabeleceras normas para etiquetagem de sis-temas fotovoltaicos e seus com-ponentes.

Até o presente momento, fo-ram realizadas 21 reuniões do GT-FOT, com a participação de espe-cialistas brasileiros representandofabricantes/fornecedores, univer-sidades, centros de pesquisas eórgãos públicos. Ressaltamosque, a partir de ampla discussão,os trabalhos resultaram num re-gulamento de etiquetagem que re-presenta a experiência acumula-da de um grupo bastante signifi-cativo de pessoas atuantes naárea da energia solar do país.

O lançamento oficial da etique-tagem para sistemas fotovoltaicos deenergia foi realizado no dia 18 de junhode 2008 em evento ocorrido no IEE/USP – Instituto de Eletrotécnica eEnergia da Universidade de São Pau-lo. Nesta mesma ocasião também foiinaugurado o Laboratório de Etiqueta-gem do IEE/USP, financiado pela ELE-TROBRÁS, através do PROCEL.

Após consulta pública, o regula-mento foi aprovado pelo INMETRO soba denominação “Portaria INMETRO /MDIC n° 396 de 10/11/2008: Regula-mento de Avaliação da Conformidadepara Sistemas e Equipamentos paraEnergia Fotovoltaica (Módulo, Con-trolador de Carga, Inversor e Bateria)”.

Os trabalhos efetuados no âmbitodo GT-FOT prosseguem, visando es-pecialmente a melhoria técnica dosprodutos, através do aperfeiçoamentodas normas de etiquetagem, e novasversões do regulamento, adotandotais melhorias, podem ser lançadas.

Apesar da etiquetagem atualmenteser voluntária, a ANEEL – AgênciaNacional de Energia Elétrica, em suaResolução Normativa n° 83, de 20 desetembro de 2004, exige que os siste-

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Componentes para sistemascertificados pelo Programa

mas fotovoltaicos instalados por con-cessionárias de energia elétrica paraeletrificação rural (SIGFIs) no âmbitodo Programa Luz para Todos – LpTatendam às normas estabelecidaspelo PBE/INMETRO. Está previstapara entrar em vigor em 2010 a com-pulsoriedade da etiquetagem.

No momento em que este artigofoi escrito, estavam etiquetados 22equipamentos de cinco fornecedores,sendo 9 modelos de inversores, 8modelos de controladores de carga,4 modelos de módulos fotovoltaicos eum modelo de bateria, os quais estãoautorizados a ostentar a ENCE – Eti-queta Nacional de Conservação deEnergia, outorgada pelo INMETRO. Arelação de equipamentos já etique-tados pode ser consultada na páginado INMETRO na Internet, com ende-reço http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp.

Os ensaios de controladores, in-versores e baterias são do tipo "passa/não passa" e eles recebem etiquetassimplificadas. Já os módulos são clas-sificados em classes de eficiência erecebem etiquetas descritivas de su-as classes, de A a E, o que é umainovação do programa brasileiro, e nãoexiste em outros países. O modelodestas etiquetas (análogas às utiliza-das em eletrodomésticos) é apresen-tado na página ao lado.

Os controladores de carga são en-saiados quanto a quedas de tensão,

tensões de desconexão/reconexão decargas e do painel fotovoltaico (set-points) e auto-consumo. São aindatestadas as proteções contra inver-sões de polaridade, sobretensões ecurto-circuitos.

Os inversores são submetidos atestes de auto-consumo, eficiência,

distorção harmônica, regulação detensão e freqüência, e surtos. Sãotambém testadas as proteçõescontra inversões de polaridade ecurto-circuitos.

As baterias são testadas paradeterminação de sua capacidadenominal e durabilidade.

Em relação aos módulos foto-voltaicos, atualmente os ensaioscobrem apenas os de Silício cris-talino (c-Si) – tanto o Silício mo-nocristalino (mono-Si) quanto oSilício policristalino (multi-Si oupoly-Si) – compreendendo dois en-saios: inspeção visual e desem-penho nas condições padrão de

teste (Standard Test Conditions –STC).

Outros 10 itens adicionais, entre-tanto, estão previstos de serem feitosquando entrar a compulsoriedade em2010: isolamento, resistência a pon-tos quentes, ciclos térmicos (doistestes distintos), umidade e congela-mento, robustez dos conectores, tor-ção, estanqueidade, resistência me-cânica e névoa salina.

O lançamento oficial da eti-quetagem de sistemas fotovol-taicos foi realizado em junho de2008 em evento ocorrido no IEE/USP - Instituto de Eletrotécnica eEnergia da Universidade de SãoPaulo. Nesta ocasião também foiinaugurado o Laboratório de Eti-quetagem do IEE/USP, financiadopela ELETROBRÁS, através doPROCEL.

Classes de eficiências A a E paramódulos fotovoltaicos.

§ 9C R E S E S B I N F O R M E

Etiqueta do INMETRO para módulos fotovoltaicos.

Marco Antônio GaldinoCEPEL / DTE

[email protected]

Alexandre NovgorodcevINMETRO/PBE

[email protected]

Aluizio Ribeiro GonçalvesGT-FOT - DIPAC/INMETRO

[email protected]

fotovoltaicos de energia estãoBrasileiro de Etiquetagem

Os módulos são classificados emclasses de eficiências que variam deA a E, de acordo com as faixas es-pecificadas na tabela apresentada aolado.

Os laboratórios designados peloINMETRO para realizar os ensaios deetiquetagem são: CEPEL e PUC-RJ(Rio de Janeiro, RJ), IEE/USP (SãoPaulo, SP), UFRGS e PUC-RS (PortoAlegre, RS), GREEN SOLAR (BeloHorizonte, MG) e CPQD (Campinas,SP). Ressaltamos que, no momento,apenas o laboratório do IEE/USP es-tá habilitado a efetuar ensaios em to-dos os equipamentos. Os demais, porenquanto, ensaiam apenas algunsdeles.

Está ainda prevista a etiquetagemde sistemas fotovoltaicos em relaçãoà sua disponibilidade energética, masesta etapa ainda não tem prazo parasua efetiva implementação.

Outra previsão para o futuro é in-cluir no proceso de etiquetagem osmódulos fotovoltaicos de filmes finose os usados para concentradores.

Os fabricantes de equipamentosdestinados ao uso em sistemas foto-voltaicos de energia que tenham inte-resse em obter a certificação de seusprodutos devem consultar o Regula-mento Específico para uso da Etique-ta Nacional de Conservação de Ener-gia – ENCE, que é constituído de pa-râmetros de orientação entre as par-

tes. Este documento está integral-mente disponível para conhecimentoe consultas na página do INMETROna Internet, através do endereço ele-trônico: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/produtosVoluntarios/energia_fotovoltaica.asp.

10 C R E S E S B I N F O R M E

F oi durante uma reunião de pla-nejamento no Pólo Náutico da

UFRJ, em fevereiro de 2008, queficamos sabendo da Frisian SolarChallenge, uma competição de barcosmovidos à energia solar, realizada naprovíncia de Frísia, no norte da Holan-da, a cada dois anos. Como diversasequipes européias participam da cor-rida, achamos que essa seria uma boaoportunidade para testarmos a tecno-logia de projeto e construção de pe-quenas embarcações que vínhamosdesenvolvendo, e também para com-pararmos a nossa capacidade técnicacom a de outros centros de desen-volvimento de engenharia do mundo.

Passados os minutos de euforia,analisamos as dificuldades. A Frisianaconteceria dali a quatro meses. Éra-mos um grupo formado por engenhei-ros navais, desenhistas industriais, umengenheiro eletrônico e um jornalista;ou seja, ninguém ali entendia de pai-néis solares. A equipe precisaria depassagens e hospedagens; de umbarco, de motor, de bateria. Não tínha-mos um projeto. Não tínhamos umcentavo. Ainda assim, aceitamos odesafio. Pelo menos a inscrição eragratuita.

A primeira ajuda que pedimos foi ado Laboratório de Fontes Alternativasde Energia da UFRJ, que enviou doisalunos para auxiliar no projeto elétrico.Como a experiência era pouca, opta-mos por soluções mais simples e con-fiáveis. Nossa meta era apenas con-cluir a prova.

Estudamos as regras da competi-ção, testamos alguns conceitos paraa embarcação, definimos a potênciado motor e, três semanas depois deaceitarmos o desafio, tínhamos umprojeto, o qual enviamos para a organi-zação da Frisian para que fosse avalia-do. Projeto aprovado, começamos abater de porta em porta, dentro e forada UFRJ, para conseguir dinheiro.

Patrocinadores em potencial se en-cantavam com a proposta, mas, quan-do perguntavam a data da competição,ficavam todos apreensivos quanto aotempo para a realização do projeto. Barco solar projetado pela UFRJ durante competição na Holanda.

Depois de muita insistência, conse-guimos o dinheiro. A UFRJ foi a princi-pal patrocinadora, seguida pela MPX.

O barco deveria ser despachadotrês semanas antes da competição, ede avião, porque não havia mais tem-po. Uma semana antes desse prazo,terminamos o casco – e os engenhei-ros navais acharam que o trabalho es-tava concluído – mas a instalação elé-trica não era tão fácil quanto parecia.

Dois dias antes do embarque, às5 horas da tarde, colocamos o barcona água para ser testado. A festa nãofoi pequena. Teríamos mais um dia detestes. Com os painéis solares em-prestados pelo CEPEL – porque só naHolanda receberíamos os oficiais dacompetição –, colocamos o barco maisuma vez para navegar. A velocidadealcançada correspondia à projetada ea linha de flutuação estava perfeita emrelação aos cálculos. A prova de esta-bilidade e a borda livre eram exata-mente como definíramos. Tivemosnosso primeiro momento de alívio em3 meses de trabalho. Mas, quandoíamos guardar o barco, nos aproximan-do do píer, atropelamos um cabo e omotor queimou.

Com uma esperança inabalável, namanhã seguinte antecipamos em 4dias a viagem de dois membros daequipe para que um motor novo fossecomprado na Holanda.

Alugamos um carro quando che-gamos a Amsterdam, às 11 da manhãde um sábado, no frio do verão holan-dês. Em dois dias tínhamos o motorem nossas mãos, no terceiro fomosreceber o barco em Leeuwarden (cida-de da largada e da chegada das embar-cações competidoras). Já no local on-de deveríamos receber o barco, soube-mos por alguém da organização queele não poderia ficar ali. Fomos tomarum café e nisso conhecemos um ho-landês, dono de uma pequena marina,que não só nos deixou colocar o barcoem sua garagem como ofereceu quedormíssemos por lá. Na garagem doanfitrião, havia todos os parafusos eferramentas que podíamos imaginar eelas nos foram bastante úteis, pois, atéentão, não tínhamos com o que mon-tar o motor.

A equipe toda chegou no dia se-guinte à entrega do barco, a quatro di-as do início da competição. Trabalhá-vamos no barco até o sol do verão ho-

- Frisian SolarUFRJ participa da competição

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§ 11C R E S E S B I N F O R M E

Maurício Aguilar de OliveiraUFRJ

[email protected]

landês baixar, por volta das 11 da noi-te. O barco ficou pronto em 21 de junhode 2008, justamente no dia da inspe-ção técnica. Passamos em todas asinspeções. Na manhã seguinte, na pro-va de qualificação (prologue) estariamaptas a participar da competição ape-nas as embarcações que completas-sem os 10km em menos de 1h 30 min.Conseguimos o 10º melhor tempo, en-tre as 22 embarcações que concorriamna classe A.

Após a prova de qualificação, aequipe seguiu para o local do acam-pamento de carro e o piloto foi na-vegando pelos canais com os dem-ais competidores. Meia hora de-pois, em terra, a ansiedade da nos-sa equipe ia crescendo ao ver che-garem todos os barcos e o nossonão. Por fim, a notícia: o Copaca-bana havia virado devido aos fortesventos. Perdemos um dos painéise o cockpit alagou, o que resultouna queima do monitor de bateria edo comando eletrônico do motor.

Na manhã seguinte começariaa viagem pelos canais da provínciade Frísia. O olhar das outras equi-pes era de pena dos brazucas. Che-garam a nos consolar dizendo que napróxima vez conseguiríamos. Mas, de-pois de 40 minutos de tristeza, e ape-sar de muito cansados, iniciamos otrabalho pesado que se estendeu até2 horas da madrugada. Pela manhã, obarco estava pronto. Utilizamos o co-mando eletrônico do motor antigo quehavia queimado e ficamos sem moni-tor de bateria. A organização do eventonos cedeu um painel, retirado de umaembarcação que não passou na qua-lificação. Fixamos o painel de olho norelógio, pois precisávamos fazer outravistoria antes da largada. Barco apro-vado, acampamento desmontado, ho-ra da largada, batimentos cardíacos àmil.

Já no primeiro dia subimos 3 colo-cações e terminamos a prova em 7o.O nosso barco funcionou perfeitamen-te, a navegação foi precisa e estáva-mos finalmente mais tranquilos. Nos-sos concorrentes olhavam a nossa von-

tade, mas ainda nos achando com ca-ra de índio.

No dia seguinte, percorremos umaperna de 41km. E desta vez, sim, obarco teve um desempenho fabuloso.Conseguimos a 3ª posição, apenasdois minutos atrás do 2o colocado.Nesse momento percebemos que tí-nhamos um bom barco.

Tivemos algumas desvantagens.Entre os 7 primeiros colocados, o Co-pacabana era o único barco com bate-ria de chumbo-ácido, o que represen-

tava 17 quilos a mais que a bateria deLithium para uma mesma carga de1kW. Esses 17 quilos correspondiama 10% do peso de toda a embarcaçãosem o passageiro.

Além disso, como não tivemostempo de projetar um hélice, utiliza-mos o que vinha de fábrica com omotor, que só era capaz de utilizar os800W fornecidos pelo motor quandotransportando uma carga mais pe-sada. Quando o barco se deslocavaapenas com o peso do nosso piloto,o motor utilizava somente metade dapotência. Os painéis solares forne-ciam 850W. Assim, jogávamos ener-gia fora todos os dias. Em provas cur-tas, as outras equipes utilizavam to-da a bateria e conseguiam velocida-des muito maiores que a nossa. Emcompensação, nas pernas mais lon-gas, como essa de 41km, os outrosbarcos paravam sem energia. O nossocasco, que era muito bom, precisava

de pouca energia para se locomoverem uma velocidade competitiva.

Dentre os aspectos de destaqueda nossa embarcação, uma soluçãocriativa que fez diferença no nossocasco foi optar por pouca estabilidadeinicial, para que, com um pequeno mo-vimento do piloto a bordo, a embarca-ção fosse capaz de se inclinar, au-mentando a captação nos painéis.

Nos dois dias que se seguiram,conseguimos a 5ª e a 4ª colocações.No último dia de prova, estávamos na

4ª colocação geral da competição,com grandes chances de disputaro 3o lugar. A última perna seria di-vidida em 2 etapas, com um inter-valo de descanso de 1 hora. Primei-ro, seriam 17km, de Dokum até aentrada de Leeuwarden, e depoisteríamos mais 2km até a linha dechegada. Completamos a 1ª etapacom um bom tempo, que garantiaa nossa 3ª colocação, e com a ba-teria cheia, enquanto todos os nos-sos competidores tinham usado to-da a energia e, durante a pausa,estavam recarregando. Nessa ho-ra, fazíamos a dança da chuva. Maso intervalo foi suficiente para que

todos largassem com as bateriascheias. Perdemos a 3ª colocação poruma diferença de 5 minutos. Mas,depois de tantos desafios, nos sen-tíamos vitoriosos. Para os europeus,éramos os azarões. Das 50 embar-cações que completaram a prova nasclasses A, B e C, conseguimos o 7o

melhor tempo. A equipe vencedora foia da Universidade de Delft, com umbarco de um orçamento de um milhãode euros e painéis solares do Teles-cópio Espacial Hubble.

No dia 28 de junho de 2008, na pre-miação, fomos agraciados em reco-nhecimento não só pelos quilômetrospercorridos na prova, mas tambémpelos 10.000 voados até lá. Agora, eraarrumar as coisas e voltar para casa,felizes e pensando em 2010.

Equipe da UFRJ após entrega do prêmio.

Challenge -de barcos movidos a energia solar

Foto: Maurício Aguilar

12 C R E S E S B I N F O R M E

NIPE/Unicamp realiza AGRENER GD 2008em Fortaleza

D iscutir o tema Energia e Desen-volvimento Sustentável para o

Semi-Árido Brasileiro. Este foi o obje-tivo do AGRENER GD 2008 - 7º Con-gresso Internacional sobre GeraçãoDistribuída e Energia no Meio Rural,realizado no período de 23 a 26 desetembro de 2008, na Universidade deFortaleza - Unifor, em Fortaleza (CE),sob a coordenação do Professor daUnicamp, Luís Augusto BarbosaCortez.

Organizado pelo Núcleo Interdis-ciplinar de Planejamento Energético(NIPE) da Unicamp em parceria como Centro de Energias Alternativas eMeio Ambiente (CENEA) e a Unifor, oevento reuniu especialistas de todo opaís para apresentar suas propostase debater as questões técnicas e po-líticas que norteiam a ampliação douso da energia na melhoria da quali-dade de vida no Brasil.

Mesas redondas

Dentro do Congresso foram reali-zadas mesas redondas que debate-ram a importância da questão ener-gética para o desenvolvimento econô-mico e social do Nordeste, além da

Fabiana Gama VianaJornalista responsável pelo Setor de

Divulgação e NIPEeventosNIPE / Unicamp

[email protected]

universalização do atendimento deenergia elétrica na região e no país. Aimportância social do biodiesel e dacana-de-açúcar também foi discutida,da mesma forma que o uso das fontesrenováveis de energia.

Sessões técnicas

Ainda durante o evento foram rea-lizadas 15 sessões técnicas, em queespecialistas de todo o país apresen-taram os trabalhos desenvolvidos emsuas universidades e institutos de pes-quisa. Durante as sessões técnicasforam abordados temas como energiasolar térmica e fotovoltaica, energiaeólica, etanol, planejamento energé-tico, novas tecnologias em energia, en-tre outros. Além disso, foram discuti-dos temas mais voltados ao meio rural,como eletrificação rural, geração dis-tribuída e agricultura familiar.

Eventos paralelos

Em paralelo ao AGRENER GD2008 aconteceu o Seminário Pers-pectivas Energéticas para a AméricaLatina, no qual discutiram-se o papeldos biocombustíveis na América Lati-

na e a importância das energias reno-váveis na produção descentralizada deenergia elétrica. O Seminário contoucom a participação de especialistasda Argentina, Uruguai e Chile, alémde professores e pesquisadores brasi-leiros. Também foi realizada, em para-lelo ao AGRENER GD 2008, uma visitatécnica ao Parque Eólico da Prainha,localizado no município de Aquiraz,CE.

O AGRENER GD 2008 contou coma presença de 171 pessoas, entre alu-nos de graduação e pós-graduação,professores e pesquisadores de uni-versidades e institutos de pesquisa detodo o Brasil, além de representantesde empresas públicas e privadas e pro-fissionais liberais.

Novidades para a próxima edi-ção do AGRENER GD

Essa foi a primeira vez que o Con-gresso de Energia no Meio Rural foirealizado no Nordeste brasileiro. Asedições anteriores aconteceram nocampus da Unicamp, em Campinas(SP) e no campus da UniversidadeFederal de Itajubá, em Itajubá, sul deMinas Gerais.

A partir da 7ª edição, o AGRENERGD passará a ser um evento itineran-te que buscará levantar as particulari-dades energéticas de cada região dopaís. Para o AGRENER GD 2010, aComissão Organizadora do evento traza novidade de que os participantes éque escolherão onde será realizado oCongresso. Para isso, será feita umaenquete em todo o Brasil.

Outra novidade será a inauguraçãodo portal AGRENER GD, prevista parao primeiro semestre de 2009. Nesteportal serão disponibilizados os anaisde todas as edições anteriores do even-to, além de algumas apresentaçõesrealizadas durante as plenárias e me-sas redondas.

Mesa redonda durante o AGRENER GD-2008.

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§ 13C R E S E S B I N F O R M E

Programa de Racionalização do Uso de Energiado Rio de Janeiro é bastante abrangente

O Estado do Rio de Janeirocriou em 2008 o maior projetoem abrangência estadual voltadopara eficiência energética, colo-cando-se na vanguarda nacional.O Programa de Racionalizaçãodo Uso de Energia (PROREN)engloba todas as fontes de ener-gia disponíveis – elétrica, gás na-tural, renováveis e derivados depetróleo – e tem a participaçãode companhias e instituições do setor.O objetivo é garantir o uso eficiente deenergia no estado e minimizar riscosde impactos ambientais.

A iniciativa surgiu do Comitê Es-pecial de Gestão Energética do Riode Janeiro, coordenado pela Secreta-ria Estadual de Desenvolvimento Eco-nômico, Energia, Indústria e Serviços(SEDEIS), e conta com a participaçãoda ELETROBRÁS e PETROBRAS –incluindo o PROCEL e o CONPET –,além de outras empresas e entidadesreguladoras do segmento instaladasno estado.

Para tornar a gestão do PRORENmais eficaz, o Comitê criou 5 gruposde trabalho, de acordo com os recur-sos: gás natural (coordenado pelaCEG), energia elétrica (ELETRO-BRÁS), energias renováveis (Secre-taria Estadual de Meio Ambiente),derivados de petróleo (PETROBRAS)e ações de governo e integração(SEDEIS). Também será responsabi-lidade da SEDEIS implementar as di-retrizes do Programa, mediante a exe-cução dos projetos apresentados pe-los grupos, incluindo o estudo da ma-triz e o balanço energético do estado.

Periodicamente os grupos se reú-nem para discutir estratégias e apre-sentar o desenvolvimento dos tra-

balhos. O último encontro aconteceuem dezembro de 2008 e contou coma presença do secretário de Desen-volvimento Econômico, Julio Bueno.Representantes de cada grupo apre-sentaram os projetos ao secretário,que ressaltou a importância sobre arealização de um projeto como oPROREN no estado fluminense, queé sede de grandes companhias deenergia, além dos órgãos nacionais dosetor elétrico, ONS e EPE.

– A questão energética é centralpara qualquer economia, ainda maiscom o aumento do consumo de ener-gia no mundo. O Rio de Janeiro tem aobrigação de estar em posição deliderança na racionalização de energiado país – avaliou Bueno.

Demais projetos a serem imple-mentados pelo PROREN

Setor Governamental- Mecanismos de Financiamento

para a Eficiência Energética;- Criação de Fundo de Eficiência

Energética – FEE;- Licitações Tecnológicas: Mate-

riais e Equipamentos Eficientes;- Eficiência Energética em

Edificações Públicas do Governo doEstado;

O

- Aquecimento Solar – Decre-to No 4.966, de 05/10/2007;

- Potencial de Redução deGás Carbônico;

- Construção e Compras Pú-blicas Ambientalmente Susten-táveis;

Setor Residencial- Soluções Energeticamente

Eficientes nas Novas Habitaçõesdo PAC;

Setor Industrial, Comercial eServiços

- Criação de um Pólo Econômicopara Fontes Renováveis;

- Cursos Técnicos voltados FontesRenováveis (FAETEC);

- Avaliação do Potencial daCogeração no Estado do Rio deJaneiro;

- Oportunidades e Viabilidades daUtilização de Energia Renováveis

- Fomento a Instalação de ESCOsno Estado do Rio de Janeiro;

Setor de Transporte- Estudos e Propostas para Au-

mento da Efetividade do Transporte deMassas;

- Controle das Emissões de GasesPoluentes.

Maiores informações acerca doPROREN podem ser obtidas atravésda Assessoria de Comunicação daSEDEIS, telefones (21) 8596-8194 ou(21) 2333-1139 / 1140.

Rio de Janeiro está na vanguarda nacional e já conta com o Programa Estadual de Racionalização doUso de Energia (PROREN), instituído pelo Decreto nº 41.161 (30/1/2008). A iniciativa, pioneira no país,

foi desenvolvida pelo Comitê Especial de Gestão Energética, grupo coordenado pela Secretaria Estadual deDesenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) e formado pelos principais órgãos –estaduais e federais – empresas públicas e privadas do setor, além de entidades de classe de áreas afins.

Em linha com as diretrizes do Governo Estadual para as áreas energética e ambiental, o PROREN foisubdividido em cinco programas setoriais para tornar sua gestão mais eficiente: ações de governo e integração;gás natural; energia elétrica; energias renováveis e derivados do petróleo.

Fabio NascimentoViviane Costa

Assessoria de Comunicação daSEDEIS – Secretaria Estadual de

Desenvolvimento Econômico,Energia, Indústria e Serviços

www.desenvolvimento.rj.gov.br

14 C R E S E S B I N F O R M E

Equipe CRESESBCEPEL / DTE

[email protected]

Nova publicação do INPE disponibilizainformações sobre potencial solar e eólico

A publicação intitulada "Solarand Wind Energy Resource

Assessment in Brazil" represen-ta o resultado de cooperação en-tre o Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais (INPE), o Centrode Pesquisas de Energia Elétrica(CEPEL) e a Universidade Fede-ral de Santa Catarina (UFSC) pa-ra demonstrar o potencial para oaproveitamento em larga escala,a longo prazo, das energias solare eólica no Brasil.

Este é um dos resultados doprojeto SWERA (Solar and WindEnergy Resource Assessment)para o Brasil, que foi iniciado noano de 2001 como um projeto pilo-to gerenciado pelo UNEP (UnitedNations Environment Program) eco-financiado pelo GEF (GlobalEnvironment Facility).

Em 2006, o projeto SWERAtransformou-se em um programacompleto. Sua missão é proverinformações de alta confiabilida-de, em formatos convenientes, so-bre recursos de energias renová-veis em vários países ao redor domundo, como também prover asferramentas necessárias para apli-car tais informações de forma afacilitar as políticas e investimen-tos nessa área.

Esta publicação, entre outras,encontra-se disponível gratuita-mente para download no portal doCPTEC / INPE, através do ende-reço http://www.cptec.inpe.br/sonda/.

Nova publicação do INPE.

ABEEólica lança novo portal

A Associação Brasileira deEnergia Eólica - ABEEólica

lançou recentemente o seu novo portalconsolidando-se como um importantecanal de divulgação de informaçõesacerca do setor de energia eólica nopaís e no exterior.

A ABEEólica congrega, em todo oBrasil, empresas pertencentes à ca-deia geradora de energia eólica nopaís. Seu objetivo é promover a pro-dução de energia elétrica a partir daforça dos ventos como fonte com-plementar da matriz energética nacio-nal; e defender a consolidação e com-petitividade do setor eólico, princi-palmente por meio de um programagovernamental de longo prazo.

O novo portal da ABEEólica en-contra-se disponível no endereço http://www.abeeolica.org.br/.

Equipe CRESESBCEPEL / DTE

[email protected] Novo portal da ABEEólica disponível na Internet.

§ 15C R E S E S B I N F O R M E

Normas Brasileiras para Certificação deAerogeradores

N o final de 2005, foi criado noCOBEI – Comitê Brasileiro de

Eletricidade, Eletrônica, Iluminação eTelecomunicações, a Comissão deEstudo CE-03:088.01 - Turbinas paraGeração Eólica, que trata dos estudosdas normas relativas à aerogeradoresespelhando as atividades desenvol-vidas pelo TC-88, Comitê Técnico daIEC – International ElectrotechnicalCommission que é o órgão responsá-vel pelas normas internacionais deaerogeradores da família IEC 61400.O coordenador da CE é o Prof. Alexan-dre Lemos Pereira da USP e o EngºGuilherme Rodrigues, da Eletrobrás,é o secretário.

Os trabalhos vêm sendo realiza-dos em reuniões presenciais atravésde encontros em diversos estados dopaís contando com um grande númerode participantes. As reu-niões já foram realizadasem São Paulo, Rio deJaneiro, Recife, PortoAlegre, Florianópolis, Ja-raguá do Sul, Sorocaba,Fortaleza, Natal, BeloHorizonte e João Pessoae contou com a partici-pação dos representan-tes de Eletrobrás, Cepel,Chesf, Eletrosul, Petro-brás, ONS, Impsa Wind,Wobben, Tecsis, Weg,Siemes, Vestas, CBEE,Cemig, Saelpa, Energi-sa, Iberdrola, Braselco,Proventos, Inova Energy,Cross Consultoria, USP,UFRJ, UFC, PUC-RS,UFPA, UFPE, UFMG,entre outras.

Esta Comissão deEstudo está elaborandoas normas ABNT sobreaerogeradores (termoadotado para designar“wind turbines”) tendo co-mo texto base as tra-duções das normas inter-nacionais IEC 61400.

A Comissão tem co-mo principais objetivosos itens:

Alexandre PereiraUSP / POLI / GEPEA

[email protected]

Guilherme RodriguesELETROBRAS

[email protected]

• elaborar as normas brasileirascom clareza e compatíveis com asnormas internacionais, conforme reco-mendação do COBEI;

• realizar estudos na área de ener-gia eólica;

• aproximar-se dos estudos rea-lizados na IEC/ TC-88 através de con-tribuições como membro;

• tornar o Brasil referência mun-dial no assunto.

Esta Comissão de Estudo tambémbusca avaliar as particularidades docenário nacional na área de energiaeólica que devem ser apresentadas àIEC para serem retratadas na normainternacional.

Para tal procedimento, o Brasilatravés do COBEI é membro obser-vador do TC-88 da IEC podendo enviarsugestões para uma nova revisão da

norma internacional e participar dasplenárias.

Publicamos em 2008, a normaABNT NBR IEC 61400-1 - Requisitosde Projeto, equivalente a norma IEC.Foram incluídas algumas notas técni-cas na norma brasileira fazendo refe-rência ao modelo de vento utilizadona norma internacional que é inade-quado para algumas regiões do Brasil.O modelo de vento é importante parao cálculo estrutural da torre e do rotorda turbina eólica.

Atualmente, a CE está finalizandoo texto final da parte 21 da IEC 61400,sobre qualidade de energia de aero-geradores conectados à rede, paracolocá-lo em consulta nacional (públi-ca), em 2009, através da ABNT, ondetodos têm acesso para emitir opiniõessobre a norma.

A CE também estáem fase de preparaçãodo texto final da parte 12da IEC 61400, sobre me-dição de desempenho deaerogeradores, para tam-bém ser enviado à con-sulta nacional em 2009.

Ainda em 2009, a CEformará novos grupos detrabalho para desenvolveras normas sobre a parte2, que trata dos requisi-tos de projeto para ae-rogeradores de pequenoporte, e parte 25, referen-te à comunicação, mo-nitoramento e controle decentrais eólicas, além deelaborar uma norma determos técnicos apli-cados à área de energiaeólica tendo como textobase a IEC 60050-415.

Norma ABNT referente à Requisitos de Projeto.

16 C R E S E S B I N F O R M E

O CONSÓRCIO BRASIL, formadopor seis universidades – Escola

Politécnica da UFRJ, UFRGS, UFMG,UFSC, UNICAMP e USP – vai repre-sentar o Brasil, pela primeira vez, nacompetição internacional denominadaSolar Decathlon Europe (SDE), queserá realizada em 2010 em Madri, Es-panha, organizada pela UniversidadePolitécnica de Madrid.

A SDE reúne equipes de até 20universidades no mundo para proje-tarem e construírem protótipos decasas de 70 m2, que funcionem prin-cipalmente com energia solar. Ospróximos passos do Consórcio são aentrega do projeto básico e maqueteda casa solar, no primeiro semestrede 2009.

Entre os principais objetivos doSolar Decathlon Europe estão a sen-sibilização de estudantes e cidadãosquanto à preservação do meio am-biente e da sustentabilidade urbana,mostrar como a energia solar podemelhorar a qualidade de vida e comoas tecnologias existentes podem aten-der às necessidades de eficiência eeconomia energéticas.

Para participar da competição, oCONSÓRCIO BRASIL teve que pre-parar uma proposta técnica e subme-tê-la à aprovação do Comitê Organi-zador da Universidade Politécnica deMadrid. No dia 15 de outubro de 2008,foi divulgado o nome das universida-des selecionadas para a competição,entre elas, o CONSÓRCIO BRASIL.

O protótipo da casa provavelmen-te será montado na POLI/USP. Se-gundo a professora Gabriella Rossi,responsável pela participação daPOLI/UFRJ na competição, o protóti-po prevê a introdução de tecnologiasque permitam a eficiência energéticae o bom funcionamento da casa. Todoo projeto da casa, desde a forma ar-quitetônica, passando pela estruturae equipamentos internos, será estu-dado para contribuir para construçãode uma casa auto-suficiente energe-ticamente, explica a professora.

O projeto também terá que con-siderar materiais de fácil montagem e

Brasil vai ao Solar Decathlon Europe:Espanha projeto de casa

desmontagem pois a competição exi-ge que a casa solar seja montada du-rante o concurso, em Madri. O SolarDecathlon Europe terá duração desete dias, sendo que uma parte dodia será destinada à visitação do pú-blico e a outra estará dedicada às me-dições das casas.

Após a competição, o CONSÓR-CIO BRASIL estuda possibilidades delevar a casa solar por exposições deconstrução civil pelo Brasil. O Diretorda Escola Politécnica (POLI/UFRJ),Ericksson Almendra, destacou a im-portância da participação do CON-SÓRCIO BRASIL como forma de au-mentar a integração entre as univer-sidades brasileiras, acelerar o inter-câmbio científico e tecnológico e po-tencializar a própria participação doBrasil no torneio.

A formalização do consórcio entreas universidades brasileiras foi firma-da no dia 30 de setembro de 2008.

Informações adicionais sobre acompetição Solar Decathlon Europepodem ser obtidas através do portalwww.sdeurope.org.

Concurso de Ideias - No dia 12de novembro de 2008, o CONSÓRCIOBRASIL promoveu o Concurso Nacio-

nal de Ideias Arquitetônicas organiza-do pela Escola Politécnica. Este con-curso de ideias configurou-se comoetapa de pré-seleção para a participa-ção consorciada universitária na edi-ção do Solar Decathlon Europe.

O concurso permitia a participa-ção de equipes mistas de estudantesde qualquer curso de graduação e depós-graduação relacionado à arquite-tura, engenharia e ao ambiente cons-truído que fossem oferecidos pelas uni-versidades integrantes do consórciobrasileiro. Os trabalhos deveriam con-templar um projeto de uma habitaçãoauto-suficiente energeticamente, em-pregando tecnologias de painéis so-lares, tendo presente o equilíbrio en-tre os aspectos arquitetônicos, de en-genharia, de conforto ambiental, defuncionamento e demais especifica-ções condicionantes que constassemno portal da competição.

O concurso foi organizado em duasetapas, sendo a primeira referente aojulgamento das propostas enviadas e,a segunda, destinada à classificaçãodas propostas. No total, concorreram17 projetos de universidades do todoo Brasil.

Na primeira etapa todos os 17 tra-balhos inscritos foram classificados,

Apresentação do representante da Universidade Politécnica de Madrid.

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§ 17C R E S E S B I N F O R M E

Elaine Garrido VazquezProfa. Adjunta do Departamento de

Construção Civil da POLI/[email protected]

Consórcio de seis universidades levará àabastecida por energia solar

selecionando-se os 5 melhores proje-tos para participar da segunda fase.

O Prof. Leonardo Bittencourt, pre-sidente da comissão julgadora relatoua classificação e seleção das pro-postas que serão integradas em umprojeto único do CONSÓRCIO BRA-SIL, para participação na competiçãoSolar Decathlon Europe. Segundo acomissão julgadora, os projetos foramclassificados na seguinte ordem:

• 1º lugar: equipe da UFSC;• 2º lugar: equipe da UNICAMP;• 3º lugar: equipes da UFSC e

UFRGS, empatadas com a mesmapontuação;

• 4º lugar: equipe da UFRJ.A casa oficial do consórcio, que

será projetada pelos 3 primeiros colo-cados do Concurso (UFSC, UNICAMPe UFRGS), deverá estar finalizada emjaneiro de 2009.

O projeto vencedor, que se des-tacou pelo design interessante e pelafacilidade de construção e transporte,é de alunos da Universidade Federalde Santa Catarina, orientados pelo pro-fessor José Kós. A casa terá que ser

transportada para ser montada emMadri. O segundo lugar, projeto daUNICAMP, resolveu eficientementeproblemas técnicos para aumentar aeficiência energética. Na terceira po-sição houve empate entre um projetoda UFSC e da UFRGS. A universida-de gaúcha apresentou uma casa comdesign em forma de tubo, já a de San-ta Catarina teve ideias fortes e prá-ticas na sua concepção em módulos.

O engenheiro Hamilton Moss, re-presentante do CEPEL (Centro dePesquisas de Energia Elétrica) e con-sultor durante o concurso, parabeni-zou todos os projetos e disse que aportabilidade e praticidade foram osfatores mais importantes na compe-tição. Os jurados do concurso foramLeonardo Bittencourt da UniversidadeFederal de Alagoas, Aldomar Pedrini,da Universidade Federal do Rio Gran-de do Norte, Helio Greven, da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul,Juan Miguel Hernández Leon e Ser-gio Veja Sánchez, da UniversidadPolitécnica de Madrid (UPM). Esta-vam presentes o Vice-Reitor de Re-

lações Internacionais da UPM, JoséManuel Paez, e a professora AliciaSanchez, da mesma instituição, alémde representantes das Universidadesdo CONSÓRCIO BRASIL.

As comissões brasileira e espa-nhola visitaram a Casa Solar e o Cen-tro de Aplicação de Tecnologias Efi-cientes (CATE), do CEPEL, e depoisreuniram-se no auditório do Centro,onde puderam conhecer todos os pro-jetos concorrentes e aguardaram ojulgamento da comissão. No dia se-guinte, os brasileiros reuniram-se noCETEM (Centro de Tecnologia Mine-ral) para discutir os próximos passosa serem tomados pelo consórcio.

Nessa ocasião foi apresentado oportal www.sdebrasil.poli.ufrj.brcriado pela POLI/UFRJ para o SolarDecathlon Europe, através do qual épossível obter informações sobre aparticipação do Brasil na competição.

Projetos selecionados durante o Concurso de Ideias serão utilizados como basepara a construção da Casa Oficial do CONSÓRCIO BRASIL.

18 C R E S E S B I N F O R M E

O Fogão Gerador Elétrico é um dis-positivo que aproveita um fogão

a lenha para geração de energia elétri-ca, visando aplicações na eletrificaçãorural em regiões remotas, distantes darede elétrica convencional.

O equipamento pode ser classi-ficado como uma máquina térmicaalternativa que funciona por expansãode vapor, e pode ser entendido comouma microfonte geradora baseada embiomassa. É importante lembrar que,conceitualmente, o Fogão GeradorElétrico constitui-se, ainda, em umsistema de co-geração de pequenoporte, uma vez que ocorre a geraçãosimultânea de energia elétrica e tér-mica a partir de uma mesma fonte deenergia primária.

O CEPEL efetuou ensaios paraavaliação das eficiências térmica e

Fogão Gerador de Energia Elétricacomunidades no

elétrica relativas ao Fogão GeradorElétrico, por solicitação da empresaDAMP ELECTRIC (Sabará, MG), aqual fabrica e comercializa o equipa-mento.

Para tanto, foi necessário previa-mente estabelecer toda a metodolo-gia empregada, que não existia, devi-do à natureza inovadora do equipa-mento. Isto incluiu tanto a definição daparte experimental de medição (gran-dezas a serem medidas e equipamen-tos/sensores empregados) quanto otratamento e a análise destes dadosmedidos, ou seja, os cálculos para asavaliações do desempenho de cadasubsistema que compõe o equipa-mento.

Os cálculos associados ao pro-cesso de geração térmica foram efe-tuados a partir das propriedades ter-

modinâmicas medidas (temperatura epressão da água nos estados líquidoe vapor) e calculadas (entalpia e volu-me específico nos estados líquido evapor), além do valor medido da vazãoda água. Tais dados foram necessá-rios para a obtenção da eficiência tér-mica total do equipamento, a qual édividida em eficiência do gerador devapor e eficiência térmica de co-gera-ção (aquecimento da chapa para acocção dos alimentos).

Os cálculos de eficiência asso-ciados ao processo de geração elétri-ca foram obtidos através dos dadosmedidos da tensão, corrente e potên-cia gerada.

Além disso, ambos os processosde cálculo, para obtenção das eficiên-cias, foram realizados utilizando dadosmedidos do consumo do combustível

Fogão durante ensaio no CEPEL (vista geral e detalhe da fornalha) e esquemático com seus principais componentes.

§ 19C R E S E S B I N F O R M E

Marco Antônio GaldinoCEPEL / DTE

[email protected]

Ana Paula Cardoso GuimarãesCEPEL / DTE

[email protected]

vem sendo utilizado para atenderinterior do Acre

(lenha de Eucalipto) e, ainda, dadoreferenciado pelo Balanço EnergéticoNacional (BEN) relativo ao poder calo-rífico inferior deste combustível.

Os gases de exaustão, como CO2e O2, foram medidos e analisados con-forme a prática adotada para fornosindustriais e os resultados indicaramque o Fogão Gerador apresenta boaeficiência na combustão. Segundo ofabricante, o equipamento, em compa-ração com fogões a lenha conven-cionais, apresenta ainda a vantagemde reter a fuligem entre as chapas, evi-tando, assim, a inalação pelos usuá-rios dentro do ambiente da casa.

Em termos de geração elétrica, osvalores obtidos nos ensaios para po-tência elétrica CC média gerada peloFogão e energia elétrica CC mensalforam de, respectivamente, 84W e12,6kWh, segundo considerações re-lativas ao tempo de utilização de 5h/dia preestabelecido na realização dosensaios.

Considerando-se somente a gera-ção CC, o valor da energia mensal refe-rente à classe de atendimento SIGFI13 seria alcançado pelo Fogão Geradorcom um tempo de operação diário decerca de 5h30m.

Todavia, caso se considere o ar-mazenamento de energia na bateria

Chumbo-ácido (que faz parte do equi-pamento) e o atendimento somente decargas CA, o tempo de operação diá-rio requerido será consideravelmentemaior para disponibilização dos mes-mos 13kWh/mês.

Lembramos que o Fogão pode ain-da ser integrado a um sistema foto-voltaico, constituindo assim um pe-queno sistema híbrido domiciliar parageração de energia, o que aumenta adisponibilidade de energia e a segu-rança no seu fornecimento.

Diante dos resultados obtidos re-ferentes ao desempenho térmico eelétrico, considera-se que o Fogão Ge-rador tem capacidade de geração ade-quada e viabilidade técnica para o su-primento de energia elétrica a peque-nos consumidores com aplicações quepodem ser importantes para o país,sobretudo, quando se trata dos pro-

blemas relacionados à eletrificação ru-ral em regiões remotas, distantes darede elétrica convencional.

O Fogão já tem sido empregadoem campo em condições reais de ope-ração, em programa piloto de eletri-ficação rural no Estado do Acre, noqual foram instaladas 27 unidades jun-to aos seringueiros da Reserva Extra-tivista Chico Mendes em Xapuri (AC).As avaliações realizadas até o mo-mento indicam que os equipamentosvêm atendendo aos consumidores daforma prevista.

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20 C R E S E S B I N F O R M E

IMPRESSO

CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA

(Grupo ELETROBRÁS)SEDE:Av. Horácio Macedo, 354Cidade UniversitáriaRio de Janeiro - RJ - BRASILCEP 21941-911Tel.: (21) 2598-6174 Fax: (21) 2280-3537

END. POSTALCEPELCaixa Postal 68007Rio de Janeiro - RJ - BRASILCEP 21944-970

http://www.cepel.br/cresesbe-mail : [email protected]

CRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCRESESBInformeInforme

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ABEER promove o 1o Congressode Direito da Energia

ealizou-se no mês de setembrode 2008, na cidade de Recife-PE,

o 1º Congresso de Direito da Energia(1o ENERGYCON) – O Brasil comopotência energética do século XXI e opapel dos legisladores e juristas.

O 1o ENERGYCON foi realizadoconjuntamente pelo IMP – Institutodos Magistrados de Pernam-buco e pela ABEER – Asso-ciação das Empresas de Ener-gia Renovável. O evento tam-bém contou com o apoio e aparticipação de um grande nú-mero de membros da ANP –Agência Nacional do Petróleo,da ELETROBRÁS – CentraisElétricas Brasileiras S.A., daCHESF – Companhia Hidro-elétrica do São Francisco, daCELPE – Companhia Ener-gética de Pernambuco e daCOPERGÁS – Companhia Per-nambucana de Gás.

Destaca-se, ainda, para arealização do evento, o apoiodas seguintes entidades: IBDE – Ins-tituto Brasileiro de Estudos de Direi-to da Energia, ESMAPE – Escola Su-perior da Magistratura de Pernam-buco, Diário de Pernambuco, ABCE– Associação Brasileira dos Consu-midores de Energia, CEJ – Centro deEstudos Judiciários do TJPE, Revis-

ta GTD, Revista LUMIERE, RevistaELETRICIDADE MODERNA, OAB-PE, IASP – Instituto dos Advogadosde São Paulo, ESA – Escola Superiorde Advocacia Ruy Antunes, siteClubJus, CNI – Confederação Nacio-nal das Indústrias, ANEEL – Agênciade Energia Elétrica, EPE – Empresa

de Pesquisas Energéticas, CNEN –Comissão Nacional de Energia Nu-clear, ELETRONUCLEAR – EletrobrásTermonuclear S.A., INB – IndústriasNucleares do Brasil, IPA – InstitutoAgropecuário de Pernambuco e ARPE– Agência de Regulação de Pernam-buco.

Fernando CunhaABEER

[email protected]

O público alvo do Congresso foiformado por profissionais do direitoespecializados no setor elétrico, depetróleo e gás, de energias alterna-tivas e de energia nuclear; juízes epromotores com interesse no setorenergético; dirigentes e executivos deempresas públicas e privadas das

áreas: jurídica, contábil, decontroladoria e finanças, meioambiente e diretoria geral; di-rigentes e técnicos de órgãospúblicos como: agências re-guladoras, ministérios e se-cretarias estaduais; advoga-dos e executivos de agentesfinanceiros e de fundos deinvestimento; estudantes epesquisadores em direito,engenharia, controladoria,administração, etc.

O 1º Congresso de Direitoda Energia, pela análise feitapela comissão organizadora,alcançou o seu objetivo, queera o de aperfeiçoar as discus-

sões de questões sobre geração, dis-tribuição e consumo de energia doponto de vista constitucional, legal eregulatório.

Mesa de debate durante o 1o ENERGYCON.

Foto: ABEER