Simulado ENEM 2020 - Colégio Caminho do...
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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 1 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 1 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 1 a 5 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Confi ra se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve os 30 minutos fi nais para marcar seu CARTÃO--RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em defi nitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação
de eventuais irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas edições.
As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e
não representam recomendação ou incentivo ao consumo.
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃOPROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Estudante:
O brilho do Sol modifi ca a vida.
ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafi a usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:
9130604000183
3aSérie 1o DiaProva 1Código: 31
Simulado ENEM 2020
LC ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 3
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 1 a 45
Questões de 1 a 5 (opção Inglês)
QUESTÃO 1
YOURS – Youth for Road Safety is a unique global youth‑led
organisation that acts to make the world’s roads safe for young
people. YOURS has three focus areas: advocating for youth
and road safety issues; inspiring young people and enabling
them to network and share information; and developing young
people’s capacities, their understanding and skills. YOURS
has a growing global youth network for road safety, striving
to include youth representatives in all countries in the world
working together to beat the global road safety crisis. YOURS
is also an official member of the United Nations Road Safety
Collaboration.
GHUSAYNI, Nellie. Youth and road safety: action kit. Amsterdã: YOURS, 2012. Disponível em: <http://www.youthforroadsafety.org/uploads/tekstblok_bijlagen/
printable_yours_youth_and_road_safety_action_kit_1.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2019.
De acordo com o trecho, a YOURS é uma organização global que tem como objetivo
A pressionar os governantes para melhorar as condições das vias públicas.
B oferecer aos jovens programas de intercâmbio sobre segu‑rança no trânsito.
C desenvolver as capacidades motoras de motoristas recém‑‑habilitados.
D treinar condutores para prestar socorro em acidentes de trânsito.
E deixar as vias públicas mais seguras para a população jovem.
QUESTÃO 2
EXPANDING ACCESS TO HEALTH SERVICES WITH
SELF-CARE INTERVENTIONS
At least 400 million people worldwide lack access to the
most essential health services. […]
[…]
These guidelines look at the scientific evidence for health
benefits of certain interventions that can be done outside
the conventional health sector, although sometimes with the
support of a health‑care provider. They do not replace high‑
quality health services nor are they a shortcut to achieving
universal health coverage.
[…]
Self‑care interventions represent a significant push towards
new and greater self‑efficacy, autonomy and engagement
in health for self‑carers and caregivers. In launching this
guideline, WHO recognizes how self‑care interventions could
expand access to health services, including for vulnerable
populations. People are increasingly active participants in
their own health care and have a right to a greater choice of interventions that meets their needs across their lifetime, but
also should be able to access, control, and have affordable options to manage their health and well‑being.
EXPANDING access to health services with self‑care interventions. World Health Organization, 24 jun. 2019. Disponível em: <www.who.int/news‑room/feature‑stories/detail/
expanding‑access‑to‑health‑services‑with‑self‑care‑interventions>. Acesso em: 3 ago. 2019.
No texto apresentado, a expressão “self‑care interventions” refere‑se a
A planos de saúde privados individuais e familiares.
B ações que promovem o autocuidado com a saúde.
C serviços de saúde de alta qualidade e ampla cobertura.
D sistemas de saúde que atenderiam milhões de pessoas.
E projetos de baixo custo para levar médicos à população.
QUESTÃO 3
Na tirinha, as personagens estão discutindo
A o significado de um ditado popular não compreendido.
B a moral de uma fábula que o cão leu e não entendeu.
C o modo como o pássaro deve se comportar na natureza.
D a relevância de uma expressão antiga na atualidade.
E o sabor e valor nutritivo das minhocas para a dieta dos pássaros.
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QUESTÃO 4
JAILHOUSE ROCK
The warden threw a party in the county jail
The prison band was there and they began to wail
The band was jumping and the joint began to swing
You should’ve heard those knocked out jailbirds sing.
LEIBER, J. e STOLLER, M. Jailhouse Rock. In: PRESLEY, Elvis. Jailhouse Rock. Nova York: RCA Records, 1957. Disponível em: <https://genius.com/
Elvis‑presley‑jailhouse‑rock‑lyrics>. Acesso em: 3 ago. 2019.
Os versos da canção “Jailhouse Rock”, cantada por Elvis Presley, falam sobre
A um festival de música.
B uma banda na vizinhança.
C um protesto por meio da música.
D uma festa na cadeia.
E um concurso de dança.
QUESTÃO 5
Bitcoin is a form of digital currency, created and held
electronically. No one controls it. Bitcoins aren’t printed, like
dollars or euros – they’re produced by people, and increasingly
businesses, running computers all around the world, using
software that solves mathematical problems.
It’s the first example of a growing category of money known
as cryptocurrency.
Bitcoin can be used to buy things electronically. In that
sense, it’s like conventional dollars, euros, or yen, which are
also traded digitally.
However, bitcoin’s most important characteristic, and the
thing that makes it different to conventional money, is that
it is decentralized. No single institution controls the bitcoin
network. This puts some people at ease, because it means
that a large bank can’t control their money.
Disponível em: <https://www.coindesk.com>. Acesso em: 18 jan. 2018.
O texto, ao elencar informações sobre a bitcoin, tem como objetivo principal destacar a(s)
A legalidade da produção e comercialização da moeda.
B descentralização da produção e do controle da moeda.
C dificuldade matemática que envolve a produção da moeda.
D vantagens econômicas do investimento na moeda em relação às outras.
E consequências do desenvolvimento da moeda para os gran‑des bancos mundiais.
Questões de 1 a 5 (opção Espanhol)
QUESTÃO 1
EL CIENTÍFICO RUSO QUE QUIERE CREAR BEBÉS
MODIFICADOS GENÉTICAMENTE: “NO SE PUEDE
FRENAR EL PROGRESO”
Ajeno a la polémica, a las duras críticas y a las dudas
éticas que generan estos experimentos, el biólogo molecular
ruso Denís Rebrikov tiene en marcha un proyecto para editar
genéticamente embriones humanos e implantarlos. El científico
asegura que su programa es “seguro” y que supondrá “un
gran avance”. “No se puede frenar el progreso”, dice tajante.
Rebrikov, que dirige un laboratorio de edición de genomas
en una de las clínicas de fertilidad más importantes de Rusia
(pública), explica que su plan es utilizar la revolucionaria técnica
CRISPR, una especie de tijeras moleculares capaces de cortar
el ADN donde se desea, en “determinados casos clínicos”.SAHUQUILLO, María. El científico ruso que quiere crear bebés modificados
genéticamente: ”No se puede frenar el progreso”. El País, 14 jun. 2019. Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2019/06/13/ciencia/1560430804_895147.html>.
Acesso em: 15 jun. 2019.
No texto, o cientista russo Denís Rebrikov diz que “não se pode frear o progresso”. Sua fala se refere
A à reprovação de seus experimentos pela comunidade cien‑tífica russa.
B ao avanço que conquistou no trabalho de fertilização de mulheres.
C à técnica CRISPR, usada para cortar o DNA em qualquer caso clínico.
D ao fato de seu laboratório ter perdido apoio financeiro.
E ao seu projeto de criar bebês geneticamente modificados.
QUESTÃO 2
PROFESORES EN ESPAÑA: MENOS VOCACIONALES Y
PEOR FORMADOS
La calidad del profesorado ha sido el nuevo objeto de
estudio de la OCDE. Y, España no sale excesivamente bien
parada en su evaluación al constatarse cuestiones como
que un 48% de los actuales docentes no escogieron dedicar
su vida a enseñar como primera opción o que su nivel de
preparación para tal fin es bastante deficiente: solo el 48%
de ellos recibió formación sobre el contenido de las materias,
la pedagogía y la práctica en el aula, frente al 79% de los
países de la OCDE. También es cierto, que esas deficiencias
en su formación disminuyen si solo se analiza a los docentes
incorporados en los últimos cinco años.LÓPEZ, Celeste. Profesores en España: menos vocacionales y peor formados.
La Vanguardia, 19 jun. 2019. Disponível em: <https://www.lavanguardia.com/vida/20190619/462986543392/educacion-ocde-formacion-docentes-talis.html>.
Acesso em: 19 jun. 2019.
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Um estudo da OCDE avaliou a qualidade dos docentes em diferentes países. A Espanha não foi muito bem avaliada porque
A em uma lista de 79 países, está classificada apenas na posição 48 do ranking da OCDE.
B somente os professores incorporados ao sistema nos últimos cinco anos foram analisados.
C a qualidade dos docentes foi avaliada apenas recentemente, sendo um novo objeto de estudo da OCDE.
D quase metade dos docentes não escolheu a área de ensino como primeira opção, entre outros motivos.
E as práticas em sala de aula são antiquadas se comparadas aos demais países avaliados.
QUESTÃO 3
12 SUCESOS QUE MARCARON LA HISTORIA DE
LA HUMANIDAD
Desde las tragedias históricas hasta los triunfos del
desarrollo científico, hay sucesos que han marcado hitos en
nuestra historia y que en conjunto forman un cuadro de las
experiencias que definen el siglo XX. En cada uno de estos
momentos, las vidas de millones de personas cambiaron
para siempre. Increíbles descubrimientos, actos de terrible
brutalidad, iconos del cambio en un mundo endurecido e
historias exaltadas por la fe.
Disponível em: <http://www.taringa.net>. Acesso em: 29 jan. 2015 (adaptado).
A partir da leitura, pode‑se considerar que o tema do texto é divulgar a enumeração de um(a)
A combinado de conquistas que marcaram a humanidade.
B conjunto de acontecimentos que marcaram a humanidade.
C conjunto de vitórias que marcaram a humanidade.
D cúmulo de fracassos que marcaram a humanidade.
E série de descobrimentos que marcaram a humanidade.
QUESTÃO 4
CREAN UN NUEVO FÁRMACO ONCOLÓGICO QUE
EVITA LA METÁSTASIS Y REDUCE EL TUMOR
Cuarenta pacientes de las ciudades de Barcelona
(España), Nueva York (EEUU) y Toronto (Canadá) empezaron
a probar un nuevo fármaco que evita que las células tumorales
se expandan y causen metástasis o recaídas y que activa el
sistema autoinmune para reducir el tumor.
El nuevo fármaco, desarrollado en el hospital barcelonés
Vall d’Hebrón, bloquea LIF, una citoquina (proteína que regula
la función de las células que las producen sobre otros tipos
celulares) presente en muchos tumores, que promueve la
proliferación de las células madre tumorales, además de
desactivar la alarma del sistema inmune.
El innovador medicamento, llamado MSC‑1, de
cuyo desarrollo informa este martes la revista “Nature
Communications”, se probó con éxito en modelos animales.
CREAN un nuevo fármaco oncológico que evita la metástasis y reduce el tumor. Elsalvador.com, 11 jun. 2019. Disponível em: <www.elsalvador.com/vida/salud/crean-un-nuevo-farmaco-oncologico-que-evita-la-metastasis-y-reduce-el-tumor/611542/2019/#link>.
Acesso em: 15 jun. 2019.
O papel do novo fármaco MSC‑1 é
A oferecer uma cura definitiva para as pessoas que sofrem de tumores malignos.
B evitar que as células tumorais se espalhem, ocasionando metástase ou recaídas.
C desativar o alarme do sistema imunológico dos pacientes com tumores.
D curar os tumores de pacientes das cidades de Barcelona, Nova York e Toronto.
E constituir um tratamento para os animais que padecem de células tumorais.
QUESTÃO 5
SAMBA Y BOSSA NOVA CONTRA LA REPRESIÓN
Francisco Buarque de Hollanda nació el 19 de junio de
1944 en Río de Janeiro, hijo de una artista y un historiador de
renombre en Brasil. En 1968 era de los artistas más perseguidos
por los agentes de la dictadura, pues entre sus convicciones
estaban cantar bossa nova, protestar contra el régimen y jugar
futbol. Las dos primeras eran motivo de represión.
Los tiempos del bossa nova que hablaban del mar, el
sol y las chicas hermosas habían quedado atrás junto con
los años de crecimiento económico. El régimen totalitario
que arrancó 1964 lo había cambiado casi todo. Así, Buarque
componía bossa y sambas cuyos sonidos remitían a la quietud
de una playa, pero, con letras provocadoras, hablaban sobre
la sustracción de personas a la mitad de la noche.
CAMACHO, Estefanía. Samba y bossa nova contra la represión. Gatopardo, 19 jun. 2019. Disponível em: <https://gatopardo.com/perfil/
chico‑buarque‑samba‑bossa‑nova‑dictadura/>. Acesso em: 19 jun. 2019.
Chico Buarque é um conhecido artista brasileiro. As músicas que ele cantava e compunha nas décadas de 1960 e 1970
A falavam de temas como o mar, o sol e as moças bonitas.
B tinham o futebol como temática de suas composições.
C traziam letras provocadoras de crítica ao regime militar.
D criticavam as letras de bossa‑nova que falavam de praia e sol.
E abordavam o crescimento econômico que o país vivenciava.
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QUESTÃO 6
TEXTO I
A palavra metalinguagem, formada com o prefixo gre‑
go meta, que expressa as ideias de comunidade ou parti‑
cipação, mistura ou intermediação e sucessão, designa a
linguagem que se debruça sobre si mesma. Por extensão,
diz‑se também: metadiscurso, metaliteratura, metapoema e
metanarrativa.
Em seu estudo sobre as funções da linguagem, Roman
Jakobson (1974) considera função metalinguística quando a
linguagem fala da linguagem, voltando‑se para si mesma. […]
WALTY, Ivete. Metalinguagem. In: CEIA, Carlos (Coord.). E-Dicionário de Termos Literários (EDTL). Disponível em:
<http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/metalinguagem/>. Acesso em: 13 set. 2019.
TEXTO II
Na tirinha, o trecho que pode ser considerado metalinguístico é
A “Queria deixar um conselho para você e para mim!”
B “Mas acredite, aqui do lado de cá sinto essa dor também.”
C “Quero te ver na próxima tirinha.”
D “Espero que fique bem, de coração.”
E “Olá, como que você está?”
QUESTÃO 7
COPA DA FRANÇA É UM MARCO DA
REPRESENTATIVIDADE FEMININA DENTRO E FORA DE
CAMPO
Ana Thaís Matos sabia que a responsabilidade era grande.
Por isso, mergulhou de cabeça nos estudos de cada uma
das 24 seleções do Mundial da França. Viu mais de 70 jogos
para conhecer o estilo das atletas. Entrou em contato com
federações para obter detalhes das convocações.
LUC
AS
ILVA
RTE
S
[…]
“Futebol feminino é resistência por si só. Sua prática foi
proibida e a insistência das mulheres fez o esporte vingar.
Quando uma jogadora chega a um feito histórico, como a
Marta, maior artilheira da história das Copas, inspira outras
mulheres. As atletas que são mães, como a Tamires, ou as
jornalistas que estão em um front antes tão masculino, colo‑
cam uma esperança de igualdade de gênero. O caminho é
longo, mas o esporte como agente social tem esse papel, e a
Copa do Mundo da França contribuiu diretamente para isso”,
avalia Ana Thaís Matos.
GALEANO, Marina. Copa da França é um marco da representatividade feminina dentro e fora de campo. Marie Claire. 2 jul. 2019. Disponível em: <https://revistamarieclaire.
globo.com/Mulheres‑do‑Mundo/noticia/2019/07/copa‑da‑franca‑e‑um‑marco‑da‑representatividade‑feminina‑dentro‑e‑fora‑de‑campo.html>. Acesso em: 5 jul. 2019.
A Copa do Mundo Feminina, ocorrida entre os meses de junho e julho de 2019, entrou para a história dessa modali‑dade esportiva, após sua audiência ter ultrapassado a marca de um bilhão de pessoas por todo o mundo. Durante 31 dias de evento, sua abrangência global serviu para debater temas como o protagonismo da mulher e a visibilidade da competição feminina, entre outras questões de gênero. Se‑gundo o depoimento da repórter brasileira Ana Thaís Matos, o futebol feminino
A tem sido negligenciado pelas federações de futebol, pois essas entidades dificultam o acesso da imprensa às esca‑lações técnicas.
B incentiva a igualdade de gênero, ao questionar as condições de trabalho das mulheres e a desigualdade salarial entre atletas e jornalistas.
C desempenha a função social de inserir atletas que são mães no esporte, cada vez mais dominado por praticantes solteiras e sem filhos.
D foi relegado durante muito tempo pela sociedade, cuja práti‑ca esportiva não era somente banida como também deses‑timulada pelas mulheres.
E tem questionado, dentro e fora de campo, os espaços de representatividade e protagonismo da mulher nessa moda‑lidade esportiva.
QUESTÃO 8
“Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma
Cristiane. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no
começo para sorrir no fim”, afirmou a camisa 10 da
seleção brasileira
O olhar até era de frustração, por ter chegado tão perto.
Por ter sofrido gol no fim do jogo. Mas Marta não deixou ape‑
nas a tristeza e as lágrimas tomarem espaço em Le Havre.
A camisa 10 da seleção lamentou a eliminação do Brasil
para França, neste domingo, pela Copa do Mundo Feminina.
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[…]
— A gente deu o nosso melhor. Todas deram seu máxi‑
mo. Foi um grande jogo. Já esperávamos tudo isso. Torcida
contra e tantas coisas mais. Porém a gente fez um grande
trabalho. Não conseguimos a vitória. A equipe delas foi me‑
lhor na definição. Agora é seguir em frente. Cabeça erguida.
Muito orgulho dessa equipe – afirmou Marta.KESTELMAN, Amanda. Emocionada, Marta dá recado a jogadoras mais novas:
“O futebol feminino depende de vocês”. Globo Esporte, 23 jun. 2019. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/copa‑do‑mundo‑feminina/
noticia/emocionada‑marta‑lamenta‑eliminacao‑e‑da‑recado‑a‑novas‑ jogadoras‑o‑futebol‑feminino‑depende‑de‑voces.ghtml>.
Acesso em: 29 jul. 2019.
Apesar da eliminação, a seleção brasileira foi destaque na Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA 2019. O texto mostra falas da jogadora Marta, evidenciando que ela
A acha que as jogadoras não devem se frustrar pela derrota.
B admite que frustrou a torcida, pois eram as favoritas.
C lamenta a derrota, que considerava inesperada.
D demonstra revolta, desmerecendo as adversárias.
E considera que a equipe podia ter se esforçado mais.
QUESTÃO 9
CARAMURU
CANTO I
IX
Da nova Lusitânia o vasto espaço
Ia a povoar Diogo, a quem bisonho
Chama o Brasil, temendo o forte braço,
Horrível Filho do Trovão medonho;
Quando do abismo por cortar‑lhe o passo
Essa Fúria saiu, como suponho,
A quem do Inferno o Paganismo aluno,
Dando o Império das águas, fez Netuno.
[…]
XIV
Já estava em terra o infausto naufragante,
Rodeado da turba Americana;
Vêm‑se com pasmo ao porem‑se diante,
E uns aos outros não creem da espécie humana:
Os cabelos, a cor, barba e semblante
Faziam crer àquela Gente insana,
Que alguma espécie de animal seria
Desses, que no seu seio o mar trazia.
DURÃO, Santa Rita. Caramuru: poema épico. Disponível em: <http://cabinecultural.com/wp‑content/uploads/2013/02/Caramuru‑poema‑%C3%A9pico‑do‑descobrimento‑da‑
Bahia.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019.
O poema épico “Caramuru”, de Frei de Santa Rita Durão, tem como premissa um fato da História do Brasil – a chegada dos portugueses às terras brasileiras. No texto, o que indica que a literatura é a recriação do real é o fato
A de o autor utilizar maiúsculas alegorizantes no meio dos ver‑sos, destacando substantivos simples.
B do uso constante de imagens de sincretismo religioso, unindo o Cristianismo ao Politeísmo.
C de haver sublimação da História em prol da ficção épica nacionalista do século XVIII no Brasil.
D do uso da linguagem literária, que leva o leitor à fruição estética do objeto com o pano de fundo histórico.
E de o autor utilizar figuras de linguagem para atestar fidelida‑de à História do Brasil do século XVI.
QUESTÃO 10
BRASILEIRO LÊ EM MÉDIA 2,43 LIVROS POR ANO,
DIZ PESQUISA
De acordo com o professor Harry Carvalho, vários fato‑
res podem contribuir para a falta de costume em ler, como
a desigualdade social, o analfabetismo, a falta de estrutura
familiar e o educacional.
O estudo revelou ainda que 30% da população nunca
comprou um livro. Para Harry Carvalho, não é difícil de en‑
tender esse quadro social, já que no Brasil o analfabetismo
ainda é uma realidade que atinge 11,8 milhões de pessoas
[…]. “A educação e o processo de ensino aprendizado fa‑
zem parte da sociedade desde logo cedo. Então, quem
terá o primeiro contato com as crianças será a família e
posteriormente a escola. Se no seio familiar existir uma cul‑
tura de leitura, já teremos um bom começo, mas se não, aí
essa prática vai se isolar e depender totalmente da escola”,
destacou o professor […].
BRAZ, Vanessa. Brasileiro lê em média 2,43 livros por ano, diz pesquisa. Portal T5, 23 abr. 2019. Disponível em: <https://www.portalt5.com.br/noticias/paraiba/2018/4/83640‑
brasileiro‑le‑em‑media‑2‑43‑livros‑por‑ano‑diz‑pesquisa>. Acesso em: 7 jul. 2019.
De acordo com a opinião do professor entrevistado, o baixo rendimento na leitura do brasileiro é explicado
A pela falta de habilidade leitora da população, que lê anual‑mente uma média baixa de livros.
B pelo alto índice de analfabetismo no país, que engloba mais de 11 milhões de habitantes.
C por meio da confluência de diferentes fatores sociais, edu‑cacionais e econômicos.
D pela interação familiar, que tem a obrigação central de intro‑duzir a cultura de leitura às crianças.
E pelo baixo resultado do mercado editorial no Brasil, que im‑pacta somente um terço da população do país.
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QUESTÃO 11
CONFLITOS E SUPERSTIÇÃO DIFICULTAM COMBATE A
EBOLA NO CONGO
Devido aos ataques continuados a colaboradores e cen‑
tros de tratamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
adverte contra o perigo de uma epidemia no leste da Repú‑
blica Democrática do Congo: se as milícias não suspenderem
suas ofensivas, é improvável que o surto da febre hemorrágica
nas províncias de Nordkivu e Ituri possa ser contido. Ambas
não ficam distantes das fronteiras com Ruanda e Uganda.
[…]
Os ataques a voluntários e centros de tratamento ou de
trânsito dificultam seriamente o trabalho, relata a organização.
“Nós trabalhamos dois dias, e aí já acontece um novo ataque,
e os membros da equipe têm que ficar cinco dias em casa.
No meio‑tempo, temos que deixar o campo para o nosso
inimigo principal, o vírus do ebola”, queixa‑se em entrevista
à DW Aruna Abedi, coordenador para ebola do Ministério
congolês da Saúde.
CASCAIS, Antonio. Conflitos e superstição dificultam combate a ebola no Congo. Deutsche Welle Brasil. 17 maio 2019. Disponível em: <https://www.dw.com/pt‑br/
conflitos‑e‑superstição‑dificultam‑combate‑a‑ebola‑no‑congo/a‑48780041>. Acesso em: 7 jul. 2019.
A advertência da Organização Mundial da Saúde (OMS) manifesta
A apreensão das autoridades internacionais quanto à expansão das ações de milícias congolesas até territórios de países vizinhos.
B comoção ao presenciar operações terroristas contra a ajuda humanitária prestada ao país da África Central.
C acusação contra os ataques diários que as províncias de Nordkivu e Ituri têm sofrido das milícias armadas.
D preocupação com a crise sanitária decorrente dos conflitos armados e da crise humanitária, que podem gerar um surto epidêmico.
E desagrado ao fato de voluntários e membros das equipes de assistência sanitária não se dedicarem completamente à missão humanitária.
QUESTÃO 12
ORION EXIBE CAVEIRAS FEITAS DA POLUIÇÃO
Em 2006, ele começou a desenhar caveiras nas paredes
dos túneis de São Paulo, usando a técnica do “reverse graffiti”,
algo como “grafite do avesso”.
Uma vez no túnel, sujo pela poluição dos carros, Orion
“limpava” com um pano seco, preso na mão como uma luva,
fazendo o formato de centenas de crânios. […]
“Nesse local exclusivo para carros, queria representar o
humano, transformar o túnel em catacumba”, diz Orion, que
chegou a ser abordado diversas vezes por policiais […]. “Eles
chegavam e perguntavam o que eu estava fazendo. E eu
dizia, estou limpando, só isso.” […]
Numa intervenção no túnel Max Feffer, sob a av. Faria
Lima, em 2006, Orion chegou a desenhar mais de 3 500 crâ‑
nios em 17 dias.EZABELLA, Fernanda. Orion exibe caveiras feitas da poluição. Folha de S.Paulo,
22 mar. 2010. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2203201012.htm>. Acesso em: 29 jul. 2019.
O texto gera discussões sobre o papel da arte na sociedade, pois esse tipo de ação realizada pelo artista
A torna hostil o ambiente urbano, já que caveiras são simboli‑camente associadas à morte.
B põe em evidência e desafia as políticas públicas de grandes centros urbanos, como São Paulo.
C caracteriza‑se como um ato de vandalismo, criando imagens por meio de “pichação reversa”.
D banaliza o modo de se produzir grafite atualmente, utilizando poluição em vez de tinta.
E torna mais importantes a materialidade e o suporte utilizados do que o conceito por trás da obra.
QUESTÃO 13
SE VOCÊ PRETENDE SER FELIZ, SAIA DO FACEBOOK
A facilidade e o imediatismo para ter acesso a qualquer
momento, em qualquer lugar, permitem que os usuários estejam
permanentemente conectados e provocaram diversas formas
de vício tecnológico: do medo de ver, através da rede, como os
seus amigos se divertem sem você até a nomofobia (medo de
sair de casa sem o celular). Agora, um novo estudo […] conclui
que, em apenas uma semana, as pessoas que deixam de utili‑
zar o Facebook se sentem mais felizes e menos preocupadas.
[…] Os usuários das redes sociais só mostram em seu per‑
fil a parte da vida que desejam que os outros vejam: as boas
notícias […], as fotos retocadas, o enquadramento pensado
e que parece casual… Projetam uma vida irreal que faz com
que metade dos usuários tenha inveja das experiências que
os demais compartilham em seus perfis. E que um terço sinta
inveja da aparente felicidade de seus contatos do Facebook.
Segundo os especialistas […], as redes sociais “são como um
canal que só transmite boas notícias, um fluxo constante de
vidas editadas que distorcem nossa imagem da realidade”.
Assim, o bem‑estar dos usuários é condicionado pelo que
os demais pensam e pelo número de likes que conseguem
no fim do dia.
NADAL, María Victoria Sanchez. Se você pretende ser feliz, saia do Facebook. El País. 28 nov. 2016. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/23/
tecnologia/1479897698_896068.html>. Acesso em: 8 jul. 2019.
LC ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 9
De acordo com o estudo, as redes sociais
A ajudam a expandir os círculos de amizade dos seus usuários.
B registram o cotidiano das pessoas de forma fidedigna e ín‑tegra.
C expõem a privacidade total dos usuários sem o consenti‑mento dessas pessoas.
D contribuem para a recuperação da autoestima dos usuários mais introvertidos.
E influenciam diretamente nos comportamentos emocional e social de seus usuários.
QUESTÃO 14
ANJINHO
Não chorem… que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que um outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina,
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou!
Pobre criança! Dormia:
A beleza reluzia
No carmim da face dela!
Tinha uns olhos que choravam,
Tinha uns risos que encantavam!…
Ai meu Deus! era tão bela.
Um anjo d’asas azuis,
Todo vestido de luz,
Sussurrou‑lhe num segredo
Os mistérios doutra vida!
E a criança adormecida
Sorria de se ir tão cedo!
[…]
Pobrezinho! o que sofreu!
Como convulso tremeu
Na febre dessa agonia!
Nem gemia o anjo lindo,
Só os olhos expandindo
Olhar alguém parecia!
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos.
Álvares de Azevedo é poeta do Romantismo brasileiro. No
poema “Anjinho”, o derramamento emocional dos ultrarro‑
mânticos pode ser identificado com
A a ideia fixa pela morte, o que o faz tratar com eufemismos a
morte de uma criança.
B a religiosidade da Segunda Geração, revelada pela invoca‑
ção a Deus e a anjos.
C o apelo ao espiritismo, ao tratar da morte de uma criança
como um recomeço.
D a fixação pela natureza, marcada pela presença de animais,
flores, estrela, céu.
E a autopiedade do eu lírico, que lamenta a morte precoce da
criança e sofre com isso.
QUESTÃO 15
ALÔ, ALÔ, MARCIANO
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
LEE, R.; CARVALHO, R. Disponível em: <http://letras.mus.br>. Acesso em: 17 fev. 2015.
A letra da canção de Rita Lee e Roberto de Carvalho explora
um recurso específico e expressivo a fim de conseguir efeitos
estéticos e de sentido. O recurso expressivo explorado pela
compositora é
A o uso excessivo de gírias.
B o uso excessivo de neologismos.
C o uso excessivo de estrangeirismos.
D o uso de expressões formais da Língua Portuguesa.
E o uso de marcas regionais da língua.
LC ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 10
Se você acha que é tudo bem, o problema é seu. Eu vou
espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos có‑
digos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia,
da liberdade, do que temos de mais profundamente humano.
Porque o próximo passo será privatizar as avós, estatizar a
poesia, plastificar o amor, desidratar o mar e diagramar as
nuvens. Tô fora.
Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/antonio‑prata/time‑is‑honey/>. Acesso em: 7 jun. 2014. (adaptado).
O gênero crônica, ao qual pertence o texto, pode reunir ca‑racterísticas dos mais diversos gêneros textuais, dentre os quais se destacam elementos da narrativa, argumentação, humor, crítica social/política, linguagem informal e tom jor‑nalístico. Levando essas características em consideração, pode‑se dizer que na construção da crônica de Antônio Prata há destaque
A ao estilo jornalístico do texto, notadamente pelo uso de uma linguagem objetiva, isenta de impressões do autor e de acor‑do com a norma ‑padrão.
B a um registro narrativo, uma vez que relata as ações de um evento cotidiano vivido pelo autor, com uso de descrição e verbos que aludem a ações.
C a uma suposta divagação nascida de um evento cotidiano banal, mas que guarda uma crítica à automaticidade con‑temporânea ante os prazeres do ócio.
D a um registro de memórias do autor, desencadeado por ele‑mentos sinestésicos relacionados ao bolo que sua avó fazia, em especial no 2o parágrafo.
E a uma crítica à insuficiência técnica das indústrias, que, apesar do aparente desenvolvimento, são incapazes de reproduzir um bolo de qualidade.
QUESTÃO 18
CÉSIO 137: GOIÁS TENTA APAGAR A MEMÓRIA DO
ACIDENTE RADIOATIVO
Diferentemente de outros cenários de tragédias, Goiás
nada faz para manter viva a memória do acidente com o césio
137. Passados quase 32 anos, nem o governo estadual, nem
a prefeitura de Goiânia, onde houve a contaminação, tomaram
medidas para contar aos seus cidadãos a história do maior
acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido
fora de usinas nucleares. Ao contrário. O Estado tem tentado
fazer com que o episódio caia no esquecimento, mudando os
nomes das ruas e de órgãos públicos e construindo prédios
em lugares que serviram de palco para essa história.
ALVES, Renato; GOULART, Guilherme. Césio 137: Goiás tenta apagar a memória do acidente radioativo. Correio Braziliense. 7 jul. 2019. Disponível em:
<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/07/07/ interna‑brasil,768769/cesio‑137‑goias‑tenta‑apagar‑a‑memoria‑
do‑acidente‑radioativo.shtml>. Acesso em: 7 jul. 2019.
QUESTÃO 16
O texto verbo‑visual mostra duas personagens se cumprimen‑tando e traz uma situação cotidiana de forma
A humorística, já que as personagens estão sorrindo explici‑tamente.
B emotiva, por ambas partilharem os mesmos sentimentos amargos.
C sarcástica, já que as duas agem como realmente gostariam de agir.
D dramática, pois ambas partilham seus sofrimentos individuais.
E irônica, pois ambas partilham amistosamente suas desgraças.
QUESTÃO 17
[...] Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que
um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da em‑
balagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso:
estamos perdidos. Bolo industrializado é como feliz natal de
caixa automático, bom dia da Blockbuster. É um antibolo. [...]
Bolo é uma demonstração de carinho de uma pessoa a
outra. É um mimo de avó. Um acontecimento inesperado que
irrompe no meio da tarde, alardeando seu cheiro do forno
para a casa, da casa para a rua e da rua para o mundo. É o
que a gente come só para matar a vontade, para ficar feliz, é
um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos.
GA
BR
IEL
LAG
E/B
OM
DIA
E T
AL
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O acidente radioativo com o césio 137 ocorreu em Goiânia, em setembro do ano de 1987, após um aparelho de radio‑terapia ter sido desmontado por dois catadores de sucata, dentro de um instituto de radiologia abandonado na cida‑de. Dali, o material radioativo foi parar em um ferro‑velho, contaminando lugares e pessoas que tiveram contato com o césio 137. O caso é reconhecido como um dos maiores acidentes de contaminação radioativa do mundo. O trecho do texto
A denuncia o fato de que o Estado nada fez para evitar a contaminação do césio 137 na cidade de Goiânia, mesmo passados 32 anos do acidente.
B ressalta a tentativa de órgãos públicos tomarem providências quanto à criação de uma memória histórica, rememorando os acontecimentos ocorridos há mais de três décadas.
C busca chamar a atenção do leitor para o tema da contamina‑ção radioativa em Goiânia, que é considerado um problema vigente de radiação no Brasil.
D ressalta o silenciamento imposto pelo Estado quanto à tragé‑dia, ao citar exemplos de como as autoridades têm manipu‑lado espaços e eventos envolvidos no acidente radioativo.
E homenageia as vítimas do acidente e solicita publicamente às autoridades novas condecorações a todas as pessoas afetadas pela contaminação.
QUESTÃO 19
MEDITAÇÃO É ADOTADA EM ESCOLAS E BENEFICIA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
“Se todas as crianças de 8 anos aprenderem medita‑
ção, nós eliminaremos a violência do mundo dentro de uma
geração”. A afirmação do monge budista Dalai Lama faz
mais sentido do que nunca e está sendo levada a sério em
algumas instituições de ensino do Rio. Colégios das redes
pública e particular da cidade estão oferecendo exercícios
de meditação para crianças e adolescentes durante o ho‑
rário escolar. A prática, que estimula a observação e aguça
a concentração, está conectando estudantes que se rela‑
cionam com um mundo cada vez mais agitado e repleto de
estímulos externos. Mas, desta vez, a conexão não é virtual
e, sim, interior.
[…]
Gestora pedagógica da Escola Pedra da Gávea há qua‑
tro anos, Denise Martinez Pinto também é praticante de ioga
e meditação há dez. No colégio, ela atua como facilitadora
das práticas contemplativas e é a responsável por “nutrir”
de informações os professores da escola, que proporcio‑
nam aos alunos, de 1 a 9 anos, momentos de ioga e de
meditação.
— Não estipulamos um horário fixo, mas é preciso con‑
templar diariamente. O maior lucro da meditação é o auto‑
conhecimento e a autorregulação. Eles aprendem a lidar
com os sentimentos e a a ter maior controle das emoções
desde cedo.
DISITZER, Marcia. Meditação é adotada em escolas e beneficia crianças e adolescentes. O Globo, 3 jul. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/ela/gente/meditacao‑
adotada‑em‑escolas‑beneficia‑criancas‑adolescentes‑22845089>. Acesso em: 29 jul. 2019.
A meditação é tão antiga e utilizada por tantas culturas que é difícil descobrir ao certo sua origem. De acordo com o texto, um dos motivos para essa prática estar sendo adotada atu‑almente nas escolas é que
A os pais dos alunos pediam por algo que tranquilizasse mais os seus filhos, inclusive em casa.
B o horário escolar estava precisando de mais algumas horas de preenchimento durante a semana.
C está se tornando cada vez mais difícil lidar com as crianças e o problema precisa ser resolvido nessa geração.
D a geração atual vive em um mundo muito agitado, e a me‑ditação é capaz de desacelerar a mente.
E a autorregulação permitirá que, quando as crianças se tor‑narem adultas, comecem a controlar melhor as emoções.
QUESTÃO 20
A poesia é um meio privilegiado para despertar o amor
pela língua materna. A rima, o ritmo e a sonoridade permitem
uma descoberta progressiva das potencialidades da lingua‑
gem escrita. Essa descoberta, tão decisiva para a formação
do indivíduo, adquire assim um carácter lúdico. Brincar com
os sons, descobrir novas ressonâncias, ouvir e ler pequenas
histórias em verso, memorizar os poemas preferidos, desven‑
dar imagens e sentimentos contidos na palavra são atividades
de adesão imediata que podem e devem ser introduzidas
no universo infantil antes da alfabetização, pois constituem
uma excelente forma de preparação para a aprendizagem
da leitura e da escrita.
Plano Nacional de Leitura de Portugal. Disponível em: <http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt>.
Acesso em: 19 mar. 2014 (adaptado).
O texto caracteriza a poesia como algo importante para a formação de valores humanos, visto que
A a poesia e seu ritmo, rima e sonoridade são responsáveis pela alfabetização infantil.
B a poesia é indispensável para a alfabetização de crianças graças ao seu caráter lúdico.
C a memorização de poemas desperta sentimentos.
D a língua materna é um empecilho para o desenvolvimento social e humano.
E a poesia pode ser utilizada para estimular o desenvolvimento da linguagem escrita.
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QUESTÃO 21
CONSUMISMO INFANTIL: UM PROBLEMA DE TODOS
No Brasil, a publicidade na TV e na internet são as prin‑
cipais ferramentas do mercado para a persuasão do público
infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do
universo adulto quando é diretamente exposto às complexi‑
dades das relações de consumo sem que esteja efetivamente
preparado para isso.
As crianças são um alvo importante, não apenas por‑
que escolhem o que seus pais compram e são tratadas
como consumidores mirins, mas também porque impacta‑
das desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas
e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente
imposto.
Consumismo Infantil: Um problema de todos. Criança e Consumo. Disponível em: <http://criancaeconsumo.org.br/consumismo‑infantil/>.
Acesso em: 7 jul. 2019.
A respeito do tema do consumismo infantil, o argumento cen‑tral do texto
A responsabiliza os pais das crianças, porque eles são os responsáveis por estimular o consumo desenfreado dos pequenos desde a primeira infância.
B joga luz às práticas agressivas de publicidade na TV e na internet, que persuadem o público mirim com vantajosas promoções e condições de pagamento.
C considera como fundamento principal desse problema a vulnerabilidade etária dos públicos mais jovens perante as táticas publicitárias do mercado de consumo.
D afirma que a questão é insolúvel, pois os jovens e as crianças tendem a consumir escondidos de seus responsáveis.
E comprova que os jovens são mais suscetíveis ao consumo inconsciente que os adultos, e dessa forma se constituem como público‑alvo central da publicidade.
QUESTÃO 22
Naquele momento, você considerava que já tinha uma
voz própria ou a estava procurando?
Encontrei quando vim para São Paulo. Eu cheguei em
1991, zerado de tudo. Descobri aqui, por exemplo, que eu
tinha sotaque. Isso é um caminho para você descobrir que
tem uma voz. Descobri que eu tinha muita saudade, um
banzo imenso da minha família, do barulho da casa. Você
começa, de alguma forma, a se agarrar nas suas raízes para
poder enfrentar essa cidade, que tem tudo para te atropelar.
Então comecei a descobrir que tenho sotaque, que tenho
Sertânia dentro de mim, que eu não achava que tivesse. Aí
comecei a escrever uns textos. Depois eu verifiquei que os
textos que eu publicava no Recife tinham essa voz, mas lá
era uma voz costumeira. Uma forma de falar, de escrever,
pontuar, de cantar um texto, muito peculiar do Recife, de
quem mora lá.
MILANI, A.; Cohn, S. Entrevista com Marcelino Freire. Disponível em: <http://www.producaocultural.org.br /wp‑content/
uploads/livroemix/marcelinofreire.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2014. (fragmento)
No excerto, fragmento de uma entrevista com o escritor Marcelino Freire, é abordado um tema muito relevante para o processo de construção do texto literário: a voz do autor, que transmite, sob um aspecto artístico, a subjetividade do autor aos personagens e narrativas construídas. De acordo com o relato do entrevistado, é possível inferir que
A o aspecto mais relevante da voz de seus personagens é o “sotaque”, que cria um conflito em seu interior.
B suas raízes nordestinas, sua saudade e suas memórias ser‑vem de base para sua obra e para sua vida pessoal.
C a voz do autor é resultado de uma construção técnica que carrega apenas aspectos literários e não pessoais.
D o universo das personagens de um texto literário tem pouca relação com a vida do autor, que escreve de um ponto de vista universal.
E a voz nordestina do autor só tem sentido dentro de seu con‑texto, fora dele não é compreendida em sua complexidade.
QUESTÃO 23
Acho que os museus cumprem uma função social muito
importante. Tem uma frase, não sei de quem é, mas que
pra mim define o que é um museu: “O museu é um lugar
seguro para se falar das incertezas”. E acho que é isso
que ele precisa ser. Existe uma questão muito cuidadosa,
sobretudo porque somos um museu público: nosso com‑
promisso é com a sociedade como um todo. Então, a nossa
principal missão é provocar uma reflexão crítica sobre as
coisas. Não se trata de contar “a versão” da Independên‑
cia. Porque, no século 19, ninguém representava o que de
fato havia acontecido. As pessoas representavam o que
era preciso guardar na memória. Era uma representação
simbólica. Como hoje vivemos na era do fotojornalismo e
da fotografia como espelhos da verdade, olha‑se para as
pinturas históricas e espera‑se que elas tenham o mesmo
compromisso. Seria anacrônico olhar para essas pinturas
[do século 19] e esperar que elas tenham qualquer com‑
promisso com a verossimilhança. O compromisso delas é
com a temática e a celebração. Quando falo que o museu
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é um lugar para se falar de incertezas, falo de despertar
a percepção crítica para entender como as narrativas se
constituem. Se você entender, conseguirá perceber quais
são os agentes também.
FERRAZ, Solange. Acervo é memória. Revista E. São Paulo, ano 25, n. 7, jan. 2019. p. 46.
De acordo com o texto apresentado, o papel do museu é o de
A preocupar‑se apenas em celebrar a história sociopolítica do mundo por um viés artístico.
B comprometer‑se em tornar acessível ao público apenas obras de arte realistas.
C omitir diferentes narrativas que se fazem da realidade em diferentes épocas no mundo.
D ser um espaço destinado apenas para apreciação estética de obras de arte históricas.
E tentar preservar e questionar, por meio da subjetividade ar‑tística, a memória humana.
QUESTÃO 24
Em primeiro lugar, era o que pudesse haver de mais he‑
terogêneo, quando aspirava a ser principalmente heteróclita,
como proclamava os mais afoitos. Nela, se pode dizer, so‑
mente num ponto houve uma quase unidade ideológica: o
da necessidade de mudar. De mudar sem que se precisasse
bem o que, nem para onde. Foi isso o que lhe deu o caráter
eminentemente destrutivo, sendo sob esse aspecto, de resto,
que ela ganha para nós extraordinária importância. Porque
o ideário mesmo era o que de mais vago se pode imaginar.
Verdade é que constituía quase uma constante o sentimento
nacionalista, o desejo de redescobrir, ou melhor, de descobrir
o Brasil.
ALMEIDA, P. M. de. De Anita ao Museu. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 1976.
O texto discorre sobre alguns aspectos da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo que os modernistas
A formavam um grupo muito heterogêneo, com uma proposta artística bem definida.
B queriam uma nova forma de arte para o Brasil, inspirada em ideias europeias da academia.
C buscavam uma nova forma de arte para o Brasil, sem ter definida uma proposta artística.
D desejavam a destruição das obras passadistas feitas no Brasil, devido ao seu caráter europeu.
E recusavam o sentimento nacionalista, pois este estava pre‑sente em outras manifestações artísticas.
QUESTÃO 25
ESMERO-ME
Foi do concreto da arquitetura que floresceu a poesia em
Brasília, só pode. Não há outra explicação.
Embora alguns encarem o terno e a gravata como ves‑
timentas que privam a liberdade e a autonomia – e assim
se calam –, alguns Homo brasiliensis espalham versos mu‑
sicados pela cidade, pinturas em papelão, palavras sobre
autoconhecimento (quem não conhece o Gurulino?), fecham
ruas e fazem apresentações de música e dança.
Enquanto alguns insistem em se locomover utilizando
somente um modal, o carro, outros rodam suas bicicletas,
elogiam‑se por andar a 10 km/h, paqueram na ciclovia, mo‑
vimentam‑se e descobrem a cidade de outras formas. O jeito
que você vê a cidade varia quando se mescla o uso do metrô,
a caminhada e as pedaladas.
Foi andando de ônibus que um rapaz, desprovido de
qualquer apuro estético, leu partes de um livro em voz alta.
Eu, que adoro a contação de histórias, acurei o ouvido e torci
o pescoço. Fingia ver o movimento, mas me deleitava com
a voz calma. Só mais uma das vezes em que me apaixono
em ônibus.
Pedalando eu conheci gaviões, corujas e a flora do cerra‑
do. Eu e a Florisbela II, a.k.a. a bicicleta mais linda do cerrado,
passamos todos os dias na ciclovia da L2 norte. É ali que,
quando passo pelo pé carregado de goiaba, fecho os olhos.
Esmero‑me.
ANAUÃ, Júlia Maria. Esmero-me. 21 fev. 2014. Disponível em: <https://catherinedejupiter.wordpress.com/2014/02/21/esmero‑me/>.
Acesso em: 8 jul. 2019.
O texto lido, em prosa e com elementos narrativos, pode ser considerado uma crônica ao
A tomar um tema do cotidiano para a elaboração do texto, tratando‑o de forma estética, com linguagem que beira o lirismo.
B expressar o dia a dia da narradora de forma fiel, com intenção de informar sobre o meio de vida na cidade de Brasília.
C contar uma história com a finalidade de comover o leitor, efetivando a função conativa da linguagem e servindo de diário.
D sensibilizar o leitor ao falar de amor, tanto à cidade de Brasília quanto ao rapaz desconhecido que viu no ônibus.
E expor a cidade de Brasília como palco de grandes artistas de rua, preocupados com a liberdade de expressão.
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QUESTÃO 26
O conteúdo da mensagem comunicada pelas linguagens verbal e não verbal da publicidade pode ser descrito como
A o lugar de lixo é na lata de lixo.
B a reciclagem é vital para a manutenção das áreas verdes.
C a coleta seletiva carece de distinções.
D os resíduos devem ser separados conforme suas classificações.
E os lixos de categorias seco e úmido devem ser condicionados no mesmo saco de coleta.
QUESTÃO 27
O humor da tirinha é provocado
A por Gisele ser uma girafa e autora de histórias sobre dramas pessoais.
B pelo trocadilho presente no nome do gênero literário inaugurado pela personagem.
C pela fala do pássaro, que debocha da altura de Gisele.
D pelo título do livro escrito pela personagem, que caçoa de sua própria condição física.
E pelo emprego de um telescópio por Gisele, para ajudá‑la a ler o que escreve no seu computador.
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QUESTÃO 28
A EXPOSIÇÃO ANTROPOLÓGICA DE 1882:
EVOLUCIONISMO E EUROPEIZAÇÃO NO BRASIL
IMPERIAL
Não menos notável foi a presença de alguns índios Boto‑
cudo e Xerente, famosos por sua ferocidade. Os indígenas,
contudo, não eram espectadores do evento, mas objetos de
exposição. Em meio ao afã das ideias evolucionistas formu‑
ladas por Charles Darwin no século XIX, a Exposição exibia
o que os especialistas consideravam como os estágios mais
primitivos da evolução humana. Nesse sentido, os indígenas
eram apresentados como fósseis vivos junto a cerâmicas,
conchas de sambaquis e artefatos provenientes de diversas
etnias nativas da América. Ao mesmo tempo, os índios, tidos
por “selvagens”, eram comparados na forma física e nos hábi‑
tos aos brancos caucasianos, empreendendo‑se uma eviden‑
te hierarquia evolutiva na qual os brancos ocupavam o topo.
Um espetáculo, enfim, que celebrava a evolução humana
segundo os parâmetros do pensamento científico da época.
A Exposição Antropológica de 1882: evolucionismo e europeização no Brasil Imperial. História em rede, jun. 2015. Disponível em: <https://medium.com/@historiaemrede/a‑
exposição‑antropológica‑de‑1882‑evolucionismo‑e‑europeização‑no‑brasil‑imperial‑83f9a1d94555>. Acesso em: 8 jul. 2019.
A Exposição Antropológica Brasileira é declarada como o primeiro evento científico ocorrido no país. Autoridades po‑líticas, intelectuais e científicas daquele tempo, nacionais e estrangeiras, compareceram ao evento que foi celebrado no Museu Nacional do Rio de Janeiro, na data de 29 de julho de 1882. Ao ler o texto, percebe‑se que a intenção do autor foi
A fazer uma descrição aprofundada dos aspectos físicos e morais dos membros dessas comunidades indígenas.
B relacionar brevemente os impactos científicos desse episódio às teorias evolucionistas da época.
C enumerar os achados científicos que o evento propiciou à comunidade científica.
D evidenciar que a ciência concebia o indígena como mero objeto de investigação para a teoria da evolução.
E formular uma tese referente à evolução humana, de acordo com as observações científicas da época.
QUESTÃO 29
NATAÇÃO É ESPORTE MAIS INDICADO PARA TRATAR E
CURAR PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS
[…] Todos nós sabemos da importância da natação. Ela
trabalha todos os músculos, é o esporte mais completo que
existe. […]
O trabalho na água aumenta a resistência do organismo,
diminuindo ou espaçando as crises asmáticas. A cura da
asma é muito frequente com a natação, temos grandes atletas
que começaram a nadar por causa da asma e se tornaram
grandes expoentes no esporte.
O asmático tem excesso de ar, não consegue expirar, se
asfixia com o próprio ar. A umidade do meio líquido e a neces‑
sidade de respirar pela boca e de soltar o ar ajudam muito aos
asmáticos. A pressão da água também ajuda na expiração.
A posição horizontal do corpo na natação em um ambiente
de alta umidade do ar produz menos ressecamento das vias
aéreas, favorecendo mais o ato de respirar do que em outros
esportes que aumentam a resistência das vias aéreas.
O cloro também é alérgeno, por isto muitos centros aquá‑
ticos optam pela água salinizada. WEGNER, Sandra. Natação é esporte mais indicado para tratar e curar problemas
respiratórios. Globo Esporte, 29 maio 2014. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/eu‑atleta/saude/noticia/2014/05/natacao‑e‑esporte‑mais‑indicado‑para‑tratar‑e‑curar‑
problemas‑respiratorios.html>. Acesso em: 29 jul. 2019.
De acordo com o texto, entre os fatores que fazem da natação o melhor esporte para melhorar a asma está (estão)
A o trabalho muscular e o cloro.
B a pressão e a umidade.
C o excesso de ar e o cloro.
D a resistência das vias aéreas.
E a resistência baixa do organismo.
QUESTÃO 30
A IGUALDADE DE GÊNERO PRESSUPÕE UMA
SOCIEDADE JUSTA PARA MENINOS E MENINAS
A nossa sociedade diferenciou mulheres e homens em uma
prática social e, em seguida, atribuiu maior valor às caracterís‑
ticas masculinas. E quando você tem dentro de uma diferença
uma atribuição de maior e menor valor, gera‑se a desigualdade.
O conceito de gênero vem para nos ajudar a entender que
essa desigualdade, ou seja, os homens estarem em posições
superiores na sociedade, terem melhores salários, posições
de liderança, tudo isso que a gente considera natural por ser
homem, é social, é construído. Para que a gente equilibre essa
balança, isso precisa ser desconstruído, porque, se foi apren‑
dido dessa forma, pode ser aprendido de outra que possibilite
às mulheres desenvolverem seu pleno potencial e acessarem
às oportunidades da mesma maneira que os homens.BASÍLIO, Ana Luiza. A igualdade de gênero pressupõe uma sociedade justa para
meninos e meninas. Centro de Referências em Educação Integral. 22 dez. 2016. Disponível em: <https://educacaointegral.org.br/reportagens/igualdade‑de‑genero‑
pressupoe‑uma‑sociedade‑justa‑para‑meninos‑e‑meninas/>. Acesso em: 6 jul. 2019.
Segundo o texto, a desigualdade é decorrente
A da naturalização de práticas discriminatórias e excludentes, que estão consolidadas no dia a dia da nossa sociedade.
B da participação cada vez mais acentuada da mulher no mer‑cado de trabalho informal.
C da falta de oportunidades laborais entre mulheres e homens, que necessitam disputar cargos de liderança e melhores salários.
D do nível de escolaridade, que tende a ser baixo entre as mulheres e alto entre os homens.
E da falta de expectativas das mulheres, que não conseguem se beneficiar ao máximo de suas potencialidades.
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QUESTÃO 31
VISÃO 1944
Meus olhos são pequenos para ver
a massa de silêncio concentrada
por sobre a onda severa, piso oceânico
esperando a passagem dos soldados.
[…]
Meus olhos são pequenos para ver
o general com seu capote cinza
escolhendo no mapa uma cidade
que amanhã será pó e pus no arame.
[…]
Meus olhos são pequenos para ver
a distância da casa na Alemanha
a uma ponte na Rússia, onde retratos,
cartas, dedos de pé boiam em sangue.
[…]
Meus olhos são pequenos para ver
a fila de judeus de roupa negra,
de barba negra, prontos a seguir
para perto do muro — e o muro é branco.
[…]
Meus olhos são pequenos para ver
o mundo que se esvai em sujo e sangue,
outro mundo que brota, qual nelumbo
— mas veem, pasmam, baixam deslumbrados.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa – volume único. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. p. 205‑208.
O poema “Visão 1944”, de Carlos Drummond de Andrade, faz parte do livro A Rosa do Povo. Pode‑se dizer que o texto marca a
A luta entre o eu lírico e sua pátria, para que haja melhorias.
B luta social entre classes de países de continentes diferentes.
C esperança na resolução de desigualdades sociais por meio da guerra.
D indignação do eu lírico com a crise gerada pela Segunda Grande Guerra.
E falta de fé no ser humano, que se exime de lutar em prol de
sua pátria.
QUESTÃO 32
Desde a origem do nome, há mais de uma narrativa sobre
a palavra forró. Conforme o maestro Marcos Farias, o com‑
positor e instrumentista Sivuca (1930‑2006) defendia a tese
de que a palavra tem como origem a expressão em inglês
de “for all”.
[…]
O etnomusicólogo Carlos Sandroni, professor do Depar‑
tamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) e responsável pela pesquisa do Iphan, descarta essa
versão. Segundo ele, desde o século 19 há uso da palavra
forró “para designar uma festa popular com dança, com mú‑
sica e com bebida”.
O especialista também lembra que “edição de dicionário
de 1912 tem a palavra forrobodó. Na edição do ano seguinte,
já tem forrobodó e forró. Ao que tudo indica, forró é uma abre‑
viação de forrobodó”. Conforme o filólogo Evanildo Bechara,
forrobodó é originado da palavra galega forbodó.
Festas Juninas. Agência Brasil EBC. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/especiais/festas‑juninas>. Acesso em: 8 jul. 2019.
A etimologia é um ramo da linguística que estuda a origem e a evolução das palavras. Referente à origem da palavra forró,
A os registros confiáveis sobre como ela se popularizou na língua corrente são desconhecidos.
B os depoimentos citados no texto divergem unicamente no aspecto de como o termo tornou‑se popular no país.
C o vocábulo era utilizado antes da criação do gênero musical, designando outro significado.
D seu emprego na língua popular ocorreu após sua dicionari‑zação, em 1913.
E sua procedência é galega, que significa festa popular com música e dança.
QUESTÃO 33
Kahê-Tuagê é dançada pelos índios Kanela, da região
do rio Tocantins, na época da seca, em que predomina o
elemento feminino. Apesar de não participarem, via de re‑
gra, de danças sagradas ou guerreiras, nessa as mulheres
excepcionalmente têm a iniciativa. A dança é dirigida por
uma índia que fica no centro de uma fila de jovens que ainda
não tiveram filhos. As jovens em fila conservam‑se sempre
no mesmo lugar, com os joelhos dobrados e balançando os
braços e o corpo para frente e para trás. Quando as mãos
estão na frente do corpo, batem palmas, marcando o ritmo.
Disponível em: <http://cculturaindigenaa.blogspot.com.br>. Acesso em: 15 fev. 2017.
As danças indígenas representam muito da cultura de cada tribo. Uma característica particular da Kahê-Tuagê em relação a outras danças da tribo mencionada é
A o protagonismo feminino.
B a participação de solteiros.
C o viés religioso incorporado.
D caráter imóvel da coreografia.
E a repetição de movimentos na dança.
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QUESTÃO 34
A internet vem modificando, ao longo dos últimos anos, a relação de cada sujeito com sua realidade. Na tirinha, esse pro‑cesso é criticado
A na imagem solitária da personagem, que utiliza o computador para se relacionar socialmente.
B na brusca mudança de humor da personagem ao acessar a internet.
C pela observação da personagem sobre o fato de estar desconectada há muito tempo.
D na violência com que o computador é fechado pela personagem, que denota frustração por não conseguir acessar o conteúdo on-line.
E quando a personagem utiliza a internet para alimentar sua cólera pelo mundo.
QUESTÃO 35
O único tênis que eu tive durou só um dia. E nem era novo. Foi uma mulher que apareceu lá na rua, carregando uma
sacola de roupa de menino rico. Disse que já estava tudo pequeno no filho dela e deu pra gente. […]
[…]
Ficamos os três com pinta de bacana, de bermuda nova, agasalho e tênis. Só que uns bacanas imundos. Tinha bem uma
semana que ninguém ali tomava banho.
– Vambora tomar banho no posto? – disse Catuaba.
Fomos. O posto ficava perto do Largo do Machado e o gerente deixava a gente tomar banho em troca de calibrar os
pneus dos carros e de nunca perturbar a área dele.
Saímos do posto nos trinques.
Limpo e de roupa nova, eu parecia até gente fina. As madamas não fugiam de mim, os filhinhos de papai não me olhavam
com nojo, eu estava de bem com todo mundo. Si tivesse dinheiro, podia até entrar num restaurante e comer, que ninguém
ia me botar para fora.
STRAUSZ, Rosa Amanda. Uólace e João Victor. São Paulo, 2014. FTD.
O trecho do livro Uólace e João Victor traz em sua temática uma evidente relação entre o eu e o mundo exterior. Trata‑se de uma
A preocupação da personagem ao citar roupas de marca usadas pelas pessoas ricas.
B adesão da personagem ao mundo moderno, em que não há mais limites sociais separatistas.
C convocação implícita do autor a um movimento militante em prol dos menos favorecidos.
D associação crítica entre cidade e favela, que se inter‑relacionam harmoniosamente.
E crítica à desigualdade social e indiferença direta da sociedade aos marginalizados.
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QUESTÃO 36
Nessa campanha publicitária, a linguagem não verbal apre‑senta o preparador físico Márcio Atalla como garoto‑propa‑ganda, com a finalidade de conscientizar sobre a prevenção de doenças infecciosas. O trecho do texto que relaciona a atitude consciente com a função desenvolvida por um pre‑parador físico é
A “Mantenha latas e garrafas viradas para baixo”.
B “Cubra todo recipiente que armazene água”.
C “Não deixe água parada.”
D “Pratique fechamento de caixa‑d’água.”
E “Elimine os pratinhos dos vasos de plantas”.
QUESTÃO 37
BRASIL TEM 50 MILHÕES DE HECTARES ‘VAZIOS’ PARA
REPLANTAR ÁRVORES, DIZ ESTUDO
O Brasil tem 50 milhões de hectares disponíveis para
o reflorestamento em locais que não estão cobertos nem
por zonas urbanas, nem por florestas, nem pela agricultura.
Essa área – semelhante ao tamanho de toda a Espanha – é
formada por terras degradadas, seja devido ao desmata‑
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mento, ou pelo abandono após a agricultura, e poderia rece‑
ber mudas de árvores para ajudar a mitigar o aquecimento
global, segundo um estudo publicado na revista “Science”
desta sexta‑feira (5).
[…]
Os pesquisadores se basearam em imagens de satélite
para mapear os locais onde já havia concentrações urbanas,
agricultura e florestas. Excluindo estas áreas, chegaram aos
locais com potencial de reflorestamento, de acordo com as
características do solo e do clima.
DOMINGUES, Filipe; OLIVEIRA, Elida. Brasil tem 50 milhões de hectares ‘vazios’ para replantar árvores, diz estudo. G1, 5 jul. 2019. Disponível em: <https://g1.globo.com/
natureza/noticia/2019/07/05/brasil‑tem‑50‑milhoes‑de‑hectares‑vazios‑para‑replantar‑arvores‑diz‑estudo.ghtml>. Acesso em: 5 jul. 2019.
De acordo com a publicação da revista científica america‑na Science, áreas degradadas no Brasil em decorrência de ações humanas poderiam ser recuperadas por meio de
A queda da expansão da atividade agrícola e da invasão ur‑bana, em áreas de preservação ambiental, apontada como principal ação para a diminuição de índices de desmata‑mento no Brasil.
B reflorestamento de árvores, pois essas áreas, que ocupam aproximadamente 50 milhões de hectares, não têm sido aproveitadas pela agricultura e estão adequadas para o reflorestamento.
C tecnologia de mapeamento e de coleta de dados meteoro‑lógicos e geográficos, que permitem deduzir quais são as possíveis regiões desmatadas que podem ser reflorestadas no Brasil.
D estudos sobre o replantio de mudas de árvores nessas áreas desmatadas, pois seus efeitos para conter o avanço do aquecimento global são desconhecidos pela comunidade científica, já que as ações humanas estão em crescimento por todo o território brasileiro.
E reúso delas para atividades econômicas, pois a falta de uti‑lidade humana dessas áreas é decorrente de adversidades climáticas e geográficas, que impossibilitam a agricultura e a pecuária.
QUESTÃO 38
O QUE É A “DIVERSIDADE” RELIGIOSA
A “diversidade religiosa” modela cada vez mais as rela‑
ções e as dinâmicas do ocidente. Não é coincidência que
o termo “sociedade pós‑secular” entra cada vez mais nas
características da contemporaneidade, mas essa imagem
ainda precisa ser aprofundada, descrita e ajustada. Uma
confirmação de que o sagrado não é facilmente margi‑
nalizável, ou até mesmo suprimível, como o positivismo
costumava acreditar. A emancipação, a racionalidade, a
ciência não substituem a fé, mas se integram com ela,
LC ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 19
pois a demanda pela verdade, pelo absoluto e pelo eterno
nunca morre e só se torna mais premente à medida que o
homem progride.
O que é a “diversidade” religiosa. Instituto Humanitas Unisinos, 29 ago. 2019. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78‑noticias/571121‑o‑que‑e‑a‑diversidade‑
religiosa>. Acesso em: 7 jul. 2019.
Em relação ao conceito de fé, o autor salienta que
A é uma crença religiosa que está totalmente dissociada dos ideais mundanos de uma “sociedade pós‑secular”.
B é sobretudo uma característica inerente aos seres humanos, de forma análoga aos conceitos laicos contemporâneos.
C tem sido marginalizado pela civilização ocidental, graças à expansão dos ideais progressistas e civilizatórios.
D é consequência da formulação positivista, que discrimina a doutrina religiosa em detrimento das práticas racionais e científicas.
E está exclusivamente assimilado aos valores da tradição ju‑daico‑cristã.
QUESTÃO 39
O grupo Superdrug On-line Doctors criou um projeto cha‑
mado “Percepções da Perfeição”, que busca mostrar como é
“o corpo perfeito”. O projeto enviou uma foto de uma mulher
e pediu para que designers de 18 países fizessem modifi‑
cações, adequando a modelo aos padrões de beleza dos
países em que viviam. [...]
Os resultados foram surpreendentes: houve modificação
na altura, na cor da pele, do cabelo, nas feições e nos cor‑
pos. Nem mesmo as lingeries utilizadas pela modelo original
escaparam das edições. Três exemplos podem ser conferidos
a seguir:
Disponível em: <http://www.awebic.com>. Acesso em: 1o jun. 2016 (adaptado).
O projeto Percepções da Perfeição problematiza o conceito de padrão de beleza. Supondo que o objetivo do projeto tenha sido alcançado, conclui‑se que esse objetivo é
A mostrar que as diferenças entre os ideais de beleza ao redor do mundo são mínimas.
B criar um ideal de beleza universal combinando características de diversos países.
C sugerir que as mulheres devem se adaptar ao ideal de beleza de seus países.
D definir o ideal de beleza como um conceito pessoal de cada designer.
E provar que o ideal de beleza é variável de acordo com cada cultura.
QUESTÃO 40
Uma canção pode contar histórias de guerra e de paz ou acalentar saudades de quem está a milhares de quilômetros
de casa. Ela também é capaz de reunir pessoas de diferentes idiomas e credos. Foi a música que deu um novo sentido ao
cotidiano de imigrantes que se refugiaram no Brasil para se salvar de conflitos armados em seus países de origem. […]
Nascida na Síria, Oula Al‑Saghir teve sua casa destruída pela guerra e chegou ao Brasil em 2015, acompanhada
pelo marido, dois filhos e uma mala de canções árabes e poesias de resistência palestina. “Fico muito feliz quando
represento minha cultura. Não precisa entender as palavras, mas sentir a melodia. A música é minha língua no Brasil”,
conta a cantora, que faz parte da Orquestra Mundana Refugi.
Idealizada pelo multi‑instrumentista Carlinhos Antunes e pela assistente social Cléo Miranda, a orquestra nasceu do
projeto Refugi no Sesc Consolação, que oferecia oficinas musicais gratuitas para imigrantes e pessoas em situação de
refúgio, somada à vontade de Antunes de dar seguimento a uma ação com foco nos novos imigrantes de São Paulo. […]
Refúgios Sonoros. Revista E. São Paulo, ano 25, n. 7, jan. 2019. p. 38‑39.
De acordo com o texto, a relação que a Orquestra Mundana Refugi estabelece com a música demonstra que
A a arte, em qualquer meio, apenas faz sentido quando é utilizada para fazer denúncias sociais.
B só é possível criar diálogos entre pessoas de acordo com o estilo musical que se escuta mais.
C a arte, em suas mais variadas linguagens, é capaz de integrar e comunicar diferentes culturas.
D o diálogo entre os povos de diferentes regiões do mundo só ocorre pela comunicação em falas.
E a cultura de um povo não está relacionada diretamente ao modo como um indivíduo se comunica.
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QUESTÃO 41
O impacto dessa peça publicitária busca
A chocar o leitor com a imagem de um jarro cheio de água caindo na cabeça do ator.
B conscientizar sobre a prática da sensatez ao desempenhar atividades diversas do cotidiano.
C defender o racionamento de água, em detrimento do uso descomedido desse bem natural.
D esclarecer o problema da crise hídrica, problema atual dos cidadãos brasilienses.
E lembrar ao leitor a importância de manter atos conscientes quanto ao consumo de água.
QUESTÃO 42
O humor da tirinha acontece porque
A os pássaros não querem conversar com o cachorro.
B o cachorro demonstra nervosismo no seu ofício de vendedor de serviços.
C os pássaros não interpretam corretamente as falas e a atitude do cachorro.
D esses animais certamente não sabem o que é um cartão de crédito.
E o cachorro veste uma camiseta e dirige‑se aos pássaros de modo educado.
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QUESTÃO 43
A família ficou pobre. Foi preciso vender o melhor de dois
prédios que restavam, para saldar as dívidas do defunto.
A viúva principiou então a tomar encomendas de costura e
de engomagem.
Isso, porém, não bastava; era necessário, a todo o transe,
que o menino continuasse nos estudos. Em tal aperto, lembrou‑
‑se a pobre mãe de admitir hóspedes; a casa que ficou tinha
bastante cômodos e prestava‑se admiravelmente para a coisa.
Vieram os primeiros inquilinos; arranjaram‑se fregueses para
o almoço e jantar, e o órfão prosseguiu nas suas aulas.
Dentro de pouco tempo, o sobrado da viúva de Lourenço era
a mais estimada e popular casa de pensão do Rio de Janeiro.
Foi nela que Janjão se fez homem. Aí o viram bacharelar‑se
e aí se matriculou na Escola Central. A irmã respeitava‑o como
a um pai.
Amélia, por conseguinte, cresceu em uma — casa de pen‑
são. Cresceu no meio da egoística indiferença de vários hós‑
pedes, vendo e ouvindo todos os dias novas caras e novas
opiniões, absorvendo o que apanhava da conversa dos caixeiros
e estudantes irresponsáveis; afeita a comer em mesa redonda,
a sentir perto de si, ao seu lado, na intimidade doméstica —
homens estranhos, que não se preocupavam com lhe aparecer
em mangas de camisa, chinelas e peito nu.
Ainda assim deram‑lhe mestres. Aprendera a ler e a escrever,
tocava já o seu bocado de piano e — se Deus não mandasse
o contrário — havia de ir muito mais longe.
AZEVEDO, Aluísio. Casa de pensão. 1890.
A leitura atenta do texto de Aluísio Azevedo permite associar o desenvolvimento das personagens a uma tendência cien‑tífico‑filosófica do século XIX, pois
A mostra implicitamente a influência europeia sobre o modo de viver do brasileiro em formação.
B sugere de forma aguda que as personagens são inferioriza‑das diante dos hóspedes mais abastados.
C revela que o meio em que vivem é importante para a de‑terminação da posição social e dos valores morais de um indivíduo.
D descreve os conflitos gerados pela divergência de opiniões, fruto da diferença entre gerações.
E associa o comportamento maduro dos jovens ao progresso tecnológico da cidade do Rio de Janeiro.
QUESTÃO 44
Segundo o site Know Your Meme, que explica memes e
modinhas da internet, tudo começou em um blog norte‑ame‑
ricano especializado em tênis, o “Nice Kicks”, que publicava
fotos de tênis antigos às quintas, em uma seção específica da
página chamada, veja só, ThrowbackThursday. Isso em 2006.
O Instagram foi criado em 2010, mas o uso das hashtags só aconteceu em 2011. Os registros mais sólidos do uso do “tbt”, segundo o Google Trends (ferramenta do Google que exibe tendências), começaram a aparecer só no fim de 2011, atingindo picos nos primeiros meses de 2012.
Desde então, o termo se popularizou, virou hashtag e é visto com frequência na maioria das redes sociais.
LARA, Rodrigo. O que é “tbt”? Entenda uma das expressões mais buscadas pelo brasileiro. UOL. 23 abr. 2019. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/tecnologia/
noticias/redacao/2019/04/23/o‑que‑e‑tbt.htm>. Acesso em: 8 jul. 2019.
O objetivo do texto é
A informar como um termo estrangeiro criado na internet foi adaptado pelos usuários brasileiros da rede social Instagram.
B explicar a origem do vocábulo hashtag, criado em 2010 pela rede social Instagram e popularizado pelo Google em 2011.
C descrever um fenômeno da internet, cristalizado e massifi‑cado por milhões de usuários de redes sociais mundo afora.
D relacionar a criação do termo “tbt” com o advento das redes sociais, especialmente o Instagram.
E comparar a popularidade dos fenômenos de internet com base em análise de tendências coletadas pelo Google Trends.
QUESTÃO 45
A Capoeira é uma manifestação popular brasileira que reúne diversas características.
Para jogar capoeira precisamos de um ritmo, ditado pelo atabaque, pelo berimbau e pelo agogô. Essa música é bem característica. Dois parceiros, de acordo com o toque do be‑rimbau, executam movimentos de ataque, defesa e esquiva. Eles simulam uma luta. Para jogar capoeira é preciso habilida‑de e força, além de integração e respeito entre os parceiros.
A origem da capoeira data da época da escravidão no Brasil. Muitos negros foram trazidos da África para o Brasil para trabalhar nos engenhos de cana‑de‑açúcar, nas fazen‑das de café, nas roças ou nas casas dos senhores. A capoeira era uma forma de luta e de resistência.
Porém, para não despertarem suspeitas, os escravos adaptaram os movimentos da luta aos cantos da África, fa‑zendo tudo parecer uma dança. A capoeira foi ficando do jeitinho que ela é hoje, gingada.
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br>. Acesso em: 03 mar. 2016 (adaptado).
As danças revelam a diversidade e a história do país. A ca‑poeira é considerada uma manifestação folclórica por
A conter características que representam o passado e a cultura de um grupo social.
B exigir um alto grau de habilidade física e artística, o que a torna visualmente interessante.
C permitir a realização de competições em que são premiados os melhores dançarinos.
D manter as características originais inalteradas, como o ca‑ráter de resistência ao governo.
E servir como uma manifestação religiosa que integrava cren‑ças africanas e europeias.
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TEXTOS MOTIVADORESTEXTO I
COPA DAS MULHERES PAGA MENOS DE 10% DO
VALOR DADO A HOMENS. JOGADORAS PROTESTAM
Na comparação com o Mundial masculino, os valores são baixos. A Copa do Mundo 2018 ofertou o total de US$ 400 milhões para as seleções participantes. Só a campeã, Fran‑ça, levou para a casa US$ 38 milhões – mais do que toda a recompensa oferecida às mulheres.
A explicação da Fifa para a diferença gritante entre as premiações é que a copa masculina tem maior arrecadação com patrocínios e direitos de transmissão.
Mesmo assim, as reclamações das mulheres dentro da entidade são fortes. Isso porque as reservas da Fifa alcan‑çaram US$ 2,74 bilhões, com receita de US$ 6,4 bilhões. Ou seja, a premiação da Copa do Mundo Feminina representa menos de 1% do tesouro da instituição.
MALUCELLI, Daniel. Copa das mulheres paga menos de 10% do valor dado a homens. Jogadoras protestam. Gazeta do Povo, 7 jun. 2019. Disponível em: <www.gazetadopovo.
com.br/esportes/premiacao‑copa‑feminina/>. Acesso em: 2 ago. 2019.
TEXTO II
SALTANDO OBSTÁCULOS: A MULHER NO
ESPETÁCULO ESPORTIVO
Embora só tenha admitido mulheres entre seus membros em 1981, o Comitê Olímpico Internacional (COI) tem transfor‑mado a igualdade de gêneros em “questão” nas últimas duas décadas. Desde a Carta Olímpica de 1996, que atribuiu ao COI a função de aplicar o princípio de equidade entre homens e mulheres, através do fomento à promoção das mulheres no esporte em todos os níveis e estruturas, algumas ações têm evidenciado a “questão”. A criação da Comissão do COI
Mulheres no Esporte e a realização quadrienal da Conferência
Mundial sobre Mulheres e Esportes são exemplos. Os Jogos Olímpicos de 2012 foram consagrados como
avanço em direção à igualdade de gêneros graças a três aspectos: a presença de 4 675 mulheres competindo no evento, que representa 44,2% dos 10 567 atletas enviados,
a participação de mulheres em todas as modalidades espor‑tivas e a inexistência de país que impedisse a participação de atletas do sexo feminino em sua delegação.
GUSMÃO, Nelma. Saltando obstáculos: a mulher no espetáculo esportivo. Heinrich Böll Stiftung, 20 jun. 2016. Disponível em: <https://br.boell.org/pt‑br/2016/06/20/saltando‑
obstaculos‑mulher‑no‑espetaculo‑esportivo>. Acesso em: 2 ago. 2019.
TEXTO III
TEXTO IV
O esporte e lazer são importantes dimensões para a pro‑moção da qualidade de vida, da inclusão social, da cidadania e do desenvolvimento humano. A Constituição Federal elenca o lazer como um dos direitos sociais, e aponta o dever do Estado em fomentar os esportes. […]
[…] O esporte como lazer […] é vivenciado de formas distintas
por homens e mulheres. As mulheres ainda possuem menos tempo para se dedicar a estas atividades; o lazer costuma ser visto como relacionado a atividades em família […] pou‑co ou nada se diferenciando da rotina. Para os homens, por outro lado, o lazer se relaciona com atividades destinadas à diversão e em locais públicos – como exemplo, a prática do futebol de domingo.
BRASIL. Esporte. Observatório Brasil da igualdade de gênero. Disponível em: <www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas‑tematicas/esporte>. Acesso em: 2 ago. 2019.
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo‑argumentativo.• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
PROPOSTA DE REDAÇÃOA partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo‑argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “O lugar das mulheres no esporte: avanços e desafios”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46
Os acadêmicos um dia acreditaram que a agricultura se espalhou de um único ponto de origem no Oriente Médio para os
quatro cantos do mundo. Hoje, os estudiosos concordam que a agricultura surgiu em outras partes do mundo não pela ação
dos agricultores do Oriente Médio exportando sua revolução, e sim de modo totalmente independente. Povos na América
Central domesticaram milho e feijão sem saber nada a respeito do cultivo de trigo e ervilha no Oriente Médio. Os sul‑ame‑
ricanos aprenderam a domesticar batata e lhamas sem saber o que estava acontecendo no México nem no Levante. […]
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2018. p.114.
Segundo o texto, o desenvolvimento da agricultura no mundo pré‑histórico se deu a partir
A do surgimento da prática no Oriente Médio, que se expandiu para o restante do mundo.
B do desenvolvimento da prática em diferentes locais, criando uma rede de comércio entre continentes.
C dos continentes americano e asiático, centralizando‑se gradativamente até chegar ao Oriente Médio.
D das práticas de cada região de maneira autônoma, diferente do que se acreditava inicialmente.
E de uma espécie de rede de apoio, em que diferentes regiões trocavam conhecimentos técnicos.
QUESTÃO 47
O fato de que seu emprego se dê em setores da economia agrícola, […] faz pensar que […] não estamos em face de uma
modalidade de exploração do trabalho […]. Estamos, na verdade, em face de uma situação de superexploração. O capital
pode extrair mais‑valia além do limite determinado pela reprodução da força de trabalho, pagando aos trabalhadores salários
insuficientes para a recomposição de suas forças físicas após a jornada de trabalho, ou após o pagamento do salário. Nes‑
se caso, o salário pago, sendo insuficiente, compromete a sobrevivência do trabalhador e/ou dos membros de sua família,
comprometendo a reprodução da mão de obra. Isso é possível, evidentemente, quando o excesso relativo de mão de obra
torna o trabalhador substituível e descartável.
MARTINS, José de Souza. A reprodução do capital na frente pioneira e o renascimento da escravidão no Brasil. Revista de Sociologia da Universidade de São Paulo: Tempo Social, São Paulo, 1994. v. 6, n. 1/2, p. 1; 25.
O trecho aborda a prática de superexploração a que está submetida essa categoria de trabalhadores. Esse trabalho pode ser considerado um tipo de servidão, pois
A a grande oferta de mão de obra diminui o valor do trabalho a ponto de os trabalhadores não receberem salário.
B o salário pago é insuficiente para a manutenção e sobrevivência do trabalhador e sua família.
C a extração de mais‑valia esgota o trabalhador até sua incapacitação, estimulando comércio ilegal de pessoas.
D o trabalhador perde sua liberdade ao trabalhar ininterruptamente para acumular o capital extraído da mais‑valia.
E o excesso de demanda de mão de obra precariza as condições de trabalho até chegarem a níveis inumanos.
QUESTÃO 48
Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a vida propriamente humana digna de seres livres, então é
inseparável da ética. De fato, para os gregos era inconcebível a ética fora da comunidade política [...], pois nela a natureza
ou essência humana encontrava sua realização mais alta.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2010. p. 448 (adaptado).
O excerto permite realizar uma aproximação entre a política e a
A justiça, virtude que nasce de nossos instintos, pois faz parte da natureza humana e de sua essência.
B liberdade, que por si só garante uma vida digna aos seres humanos, que, quando livres, são capazes de realizar seus sonhos.
C felicidade, que deve ser encontrada por todos os cidadãos na busca incessante pelo prazer.
D autonomia, resultado das escolhas individuais no meio político, já que ela pode propiciar uma vida humana digna.
E ética, importante por orientar o ser humano à vida digna, isto é, justa e feliz durante a vivência social.
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QUESTÃO 49
A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
MOREAUX, François‑René. A proclamação da Independência, 1844.
INDEPENDÊNCIA OU MORTE
AMÉRICO, Pedro. Independência ou Morte, 1888.
Embora retratem o mesmo assunto, a independência do Brasil, as duas pinturas foram feitas em períodos distintos e por autores diferentes, que só têm em comum o fato de não terem presenciado o evento retratado. Ao analisar as pinturas, é possível perceber que as representações de Dom Pedro o caracterizam como um/uma
A dirigente populista, tanto na pintura de Moreaux, quanto na pintura de Américo.
B espécie de líder popular do novo país, na pintura de Moreaux, e como um herói guerreiro, na de Américo.
C figura representativa da elite agrária, já que o povo permanece alheio ao processo de independência, em ambas as obras.
D personagem batalhador, evidenciando a violência e extensa guerra com Portugal pela independência, em ambas as obras.
E retrato fiel da realidade, cada pintura apenas evidencia momentos distintos da vida de D. Pedro.
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QUESTÃO 50
Folha de S.Paulo – Pesquisadores também apontam que
a população está perdendo seu papel decisório para insti‑
tuições transnacionais e supranacionais, que hoje controlam
muitas das principais deliberações políticas, econômicas e
sociais. Um efeito negativo disso seria o descontentamento
das massas com o sistema de democracia liberal. Como você
avalia essa situação?
Adam Przeworski – Essas instituições de fato limitam atua‑
ções de governos e a capacidade de decisão da população.
No geral, porém, concordo com aqueles que acreditam que
os efeitos das instituições transnacionais e supranacionais
podem ser controlados pelos órgãos nacionais.
ALMEIDA, Marco Rodrigo. Morte da democracia virou bordão para atrair imprensa, diz autor. Folha de S.Paulo, 11 maio 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.
br/ilustrissima/2019/05/morte‑da‑democracia‑virou‑bordao‑para‑atrair‑imprensa‑diz‑ autor.shtml>. Acesso em: 2 jul. 2019.
A possibilidade de o Estado brasileiro controlar institui‑ções transnacionais e supranacionais pode ser afetada por conta de
A sua pouca influência no sistema internacional.
B acordos internacionais que exigem sua submissão.
C não integração a órgãos internacionais.
D ausência de garantias legais da Constituição Federal.
E seu sistema democrático direto, e não representativo.
QUESTÃO 51
BARRADOS A BARRA DO TRIBUNAL
Charge sobre a vacina obrigatória. O Malho, 1904. Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.
A charge apresentada faz referência à vacinação obrigatória contra a varíola, implementada em 1904, no Rio de Janeiro.
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Tal gravura revela
A o conflito entre governo, que desejava erradicar a varíola da capital federal, e o Supremo Tribunal, que não acreditava na eficácia da vacina contra a doença.
B uma medida bastante suspeita do governo de vacinar a população, mesmo sem o conhecimento de que o método funcionaria no combate à varíola.
C a continuidade da política higienista do governo, que não pretendia erradicar nenhuma doença, mas apenas expulsar a população mais pobre do centro.
D a disputa entre governo e Supremo Tribunal, já que este impedia a vacinação em pessoas mais pobres, pois elas não poderiam pagar pela vacina.
E um conflito moral e ético entre o dever do Estado em zelar pela saúde pública, mas ao mesmo tempo a obrigação de respeitar os direitos civis do cidadão.
QUESTÃO 52
Enquanto o setor industrial francês comemora, agriculto-
res, ambientalistas e inúmeros políticos da França […] se
opõem abertamente ao acordo de livre comércio entre o
Mercosul e a União Europeia
Esses setores […] redobraram a pressão sobre o pre‑
sidente Emmanuel Macron para que a França não ratifique
um tratado que irá permitir a entrada de produtos agrícolas,
sobretudo do Brasil, no país.
Produtores agrícolas e ecologistas franceses afirmam que
o Brasil não cumpre as mesmas exigências sanitárias, traba‑
lhistas e ambientais impostas a produtores da Europa e que,
por isso, os produtos sul‑americanos têm preços “incompa‑
ráveis” aos dos europeus.
FERNANDES, Daniela. Na França, acordo entre UE e Mercosul enfrenta oposição e protestos de agricultores, ambientalistas e até ministros. BBC, 7 jul. 2019. Disponível em:
<www.bbc.com/portuguese/internacional‑48845254>. Acesso em: 15 jul. 2019.
Em 2019, os blocos da União Europeia e do Mercosul estabe‑leceram um acordo de livre‑comércio. Esse acordo
A ocorreu por meio de uma negociação simples sugerida e assinada durante a reunião do chamado G20, ocorrida em Osaka, no Japão, em junho de 2019.
B foi criticado por agricultores e ambientalistas franceses, pois propôs a redução de taxas de importação unilaterais para a entrada de produtos europeus no continente sul‑americano.
C foi firmado sem maiores discussões, tanto em relação aos pa‑íses componentes do Mercosul como dos Estados ‑membros do Parlamento europeu em 2019.
D polarizou o posicionamento de diversas categorias políticas e econômicas francesas, sobretudo por conta dos impactos nos setores agrícolas.
E facilitou a importação de artigos industriais e farmacêuticos vindos da União Europeia, isentando as taxas alfandegárias nos países sul‑americanos.
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QUESTÃO 53
[…] foi a narrativa tradicional da Guerra dos Farrapos que
permitiu a elitização da figura do gaúcho, confundida com os
militares‑estancieiros, e a invenção de uma identidade gaúcha
aceitável para o Rio Grande do Sul. O encontro do mito da
Revolução Farroupilha com o mito do gaúcho explica muito
de nossa cultura política conservadora. Não é à toa que no
Uruguai e na Argentina circule, com relativa força, uma imagem
rebelde do gaúcho, ao estilo do Martín Fierro, de José Hernan‑
dez, um ícone da resistência dos oprimidos, apropriada por
grupos populares e movimentos sociais. No Rio Grande do Sul,
essa imagem configura uma memória subterrânea, constante‑
mente patrulhada pelo tradicionalismo e pela elite agrária local,
ficando restrita a poucos episódios e emblemas significativos,
como a Guerra Guaranítica e o mito de Sepé Tiaraju. É por isso
que não comemoramos esse evento. É por isso que o 20 de
setembro farrapo foi escolhido como o “dia do gaúcho”.
ZALLA Jocelito. A verdadeira revolução não foi a Farroupilha. GaúchaZH, 17 set. 2016. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto‑alegre/noticia/2016/09/a‑
verdadeira‑revolucao‑nao‑foi‑a‑farroupilha‑7482498.html>. Acesso em: 12 jul. 2019.
As formas de se interpretar a figura do “gaúcho” ocorre de maneira distinta tanto no Rio Grande do Sul quanto em alguns países vizinhos. Conforme o texto, no Uruguai e na Argentina, a imagem do “gaúcho” é reforçada com características
A de desestímulo a reivindicações.
B da valorização do elitismo.
C de rebeldia e resistência.
D do orgulho nacionalista.
E do conservadorismo político.
QUESTÃO 54
[…] A diferença entre a comunidade e a rede é que você
pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É pos‑
sível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com
quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se
sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande amea‑
ça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil
adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são
necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho,
ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação
razoável. […] Muita gente as usa não para unir, não para
ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no
que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que
escutam é o eco de suas próprias vozes […]. As redes são
muito úteis, […] mas são uma armadilha.
QUEROL, Ricardo de. Entrevista. Zygmunt Bauman: As redes sociais são uma armadilha. El País, 9 jan. 2016. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/
cultura/1451504427_675885.html>. Acesso em: 29 jun. 2019.
Nessa entrevista, o pensador polonês de Zygmunt Bauman discorre sobre o uso das redes sociais. De acordo com o texto, as redes sociais são
A um dos males da modernidade líquida, visto que represen‑tam a incapacidade de se desenvolver relações verdadeiras duradouras e inibem a sociabilização.
B úteis, na medida em que potencializam a capacidade de comunicação, mas apresentam o perigo de bloquear o de‑senvolvimento de habilidades sociais entre indivíduos.
C os únicos lugares em que as pessoas possuem autonomia para delimitar o tipo de relação social que querem estabe‑lecer e as pessoas que vão participar dessas relações.
D uma armadilha, pois oferecem acessibilidade a diversas comunidades de interação social, mas não permitem que se constituam relações para além do campo digital.
E recursos digitais limitadores, uma vez que elas não produzem tipos de interações e vivências sociais diferentes daquelas proporcionadas fora das redes.
QUESTÃO 55
Autor desconhecido. Detalhe do Vitral da Catedral de Chartres. Disponível em: <http://obviousmag.org>. Acesso em: 2 dez. 2016.
A imagem do vitral se insere na lógica da sociedade medieval na medida em que
A reforça a estratificação social praticada, mostrando na ima‑gem o modelo piramidal e inflexível em que a população estava disposta.
B exemplifica como se dava a participação de trabalhadores nos banquetes públicos, que eram praticados com frequência.
C representa um meio de comunicação entre a Igreja e os fiéis, retratando histórias de textos religiosos.
D retrata festas pagãs apontando para práticas proibidas pelo clero, como o festejo com bebidas.
E expõe práticas políticas contemporâneas ao período, como as reuniões que aconteciam nas cortes.
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QUESTÃO 56
OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
Ao lado do problema do fundamento do poder, a doutrina
clássica do Estado sempre se ocupou também do problema
dos limites do poder, problema que geralmente é apresen‑
tado como problema das relações entre direito e poder (ou
direito e Estado).
[…]
Do ponto de vista de uma definição formal e instrumen‑
tal, condição necessária e suficiente para que exista um
Estado é que sobre um determinado território se tenha for‑
mado um poder em condição de tomar decisões e emanar
os comandos correspondentes, vinculatórios para todos
aqueles que vivem naquele território e efetivamente cum‑
pridos pela grande maioria dos destinatários na maior parte
dos casos em que a obediência é requisitada. Sejam quais
forem as decisões. Isto não quer dizer que o poder estatal
não tenha limites. […]
BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 93‑95.
O conceito moderno de Estado surgiu com o declínio da so‑ciedade feudal em meados do século XV. Essa concepção de Estado tem como fundamento
A a garantia jurídica do exercício do poder soberano para co‑mandar irrestritamente determinada população.
B a definição instrumental do Estado como órgão que mono‑poliza o exercício do poder soberano.
C a constituição de uma nação como entidade que caracteriza a soberania de um povo em seu território.
D o aparelhamento estatal progressivo que garantiria a manu‑tenção do poder e da soberania do Estado.
E a formação de um poder em determinado povoamento que seja capaz de gerenciar a vida nesse território.
QUESTÃO 57
O Governo do Reich Alemão e o Governo da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, desejosos de fortalecer
a causa da paz entre a Alemanha e a URSS, e procedendo
a partir das disposições fundamentais do Acordo de Neu‑
tralidade concluído em abril de 1926 entre a Alemanha e a
URSS, chegaram ao seguinte acordo:
Artigo I. Ambas as partes comprometem‑se a desistir de
qualquer ato de violência, ação agressiva, e de qualquer
ataque de uma contra a outra, tanto individualmente como
em conjunto com outras Potências.
Artigo II. [...]
A questão que define se os interesses de ambas as par‑
tes tornam desejável a manutenção de um Estado polonês
independente, e como esse Estado deve ser demarcado,
só pode ser definitivamente determinada no curso de mais
negociações políticas.
Em qualquer evento ambos os Governos irão resolver essa
questão através de um acordo amigável.
Modern History Sourcebook. Disponível em: <http://legacy.fordham.edu>. Acesso em: 28 abr. 2016 (adaptado).
O acordo descrito no excerto ficou conhecido como Pacto
Molotov-Ribbentrop. Nesse tratado, o Reich alemão
A decretou a retirada de suas tropas da Polônia.
B concedeu parte de seus territórios aos soviéticos.
C dividiu a Polônia em zonas de domínio alemão e soviético.
D estabeleceu um pacto de proteção mútua com a URSS, em oposição aos aliados.
E adquiriu os territórios pertencentes ao Estado polonês, até então dominado pela URSS.
QUESTÃO 58
O Brasil tem uma extensão territorial de 851 196.500 hec‑
tares, ou seja, 8 511 965 km2. As terras indígenas (TIs) somam
722 áreas, ocupando uma extensão total de 117 427 323
hectares (1 174 273 km2). [...]
A maior parte das TIs concentra‑se na Amazônia Legal:
são 424 áreas, 115 344 445 hectares, representando 23%
do território amazônico e 98,25% da extensão de todas as
TIs do país.
Localizacão e extensão das TIs. Povos Indígenas no Brasil, 21 fev. 2019. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Localização_e_extensão_das_TIs>.
Acesso em: 10 jul. 2019.
A grande concentração de terras indígenas na área da Ama‑zônia Legal brasileira, em comparação com o restante do país, explica‑se
A por uma escolha do governo e dos povos indígenas que vivem nessa região.
B por ser essa a região originária da maioria dos povos indígenas.
C pelo abandono voluntário de suas terras de origem e migra‑ção para a Amazônia.
D pela colonização iniciada a partir do litoral, que causou a dispersão da população indígena para o interior do país.
E por essa ser uma área adequada para a subsistência e não apresentar conflitos.
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QUESTÃO 59
O QUE A RENÚNCIA DE THERESA MAY SIGNIFICA
PARA O BREXIT
Theresa May enfim está deixando o governo do Reino
Unido, mas isso pode não significar que o acordo dela para
o brexit morreu.
Depois de três anos de esforços quase diários para en‑
frentar o desafio de chegar a um acordo de saída com a União
Europeia, a renúncia de May é vista por muitos como um fator
que aumenta a probabilidade de um brexit sem acordo, prin‑
cipalmente porque ela foi forçada a deixar o poder pela ala
de seu Partido Conservador que rejeita mais vigorosamente
a integração com a Europa.
Mas em prazo mais curto, o Reino Unido talvez ainda
continue no caminho para mais uma extensão da data para
saída estipulada sob o Artigo 50, o que postergaria o brexit
para depois do dia marcado no momento […].
BLITZ, James; BRUNSDEN, Jim. O que a renúncia de Theresa May significa para o brexit. Folha de S.Paulo, 24 maio 2019. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/05/o‑que‑a‑renuncia‑de‑theresa‑may‑significa‑para‑o‑brexit.shtml#_=_>. Acesso em: 15 jul. 2019.
O processo de saída da União Europeia, protagonizado pelo Reino Unido, tem enfrentado problemas. A renúncia da primeira‑ministra britânica foi significativa para esse processo, pois
A foi decorrente de seus esforços em dificultar um acordo para a saída da Inglaterra do bloco europeu.
B seu partido enfrentou oposição do Partido Conservador, que rejeita fortemente a permanência do Reino Unido na União Europeia.
C sua renúncia esteve ligada às pressões da ala do Partido Conservador mais avessa à integração com a Europa.
D um novo processo eleitoral aberto ao Parlamento foi impedido até que este propusesse um novo acordo para o brexit.
E foi descartado qualquer acordo para o brexit, pois não existe a possibilidade de extensão do prazo estipulado.
QUESTÃO 60
TEXTO I
PLÁSTICO: MUNDO PRODUZIU 8,3 BI DE TONELADAS
EM 65 ANOS E RECICLOU SÓ 9%
A pesquisa, publicada na última edição da revista ame‑
ricana Science Advances, é a primeira análise global sobre
produção, uso e destino de todo plástico já produzido no
mundo. […] A produção anual de plástico subiu de 2 mi‑
lhões de toneladas métricas, em 1950, para 400 milhões de
toneladas métricas, em 2015. […] esse aumento recente foi o
que mais espantou os especialistas. “[…] a metade de todos
os plásticos já produzidos globalmente surgiu apenas nos
últimos 13 anos”, explicou ao Correio Roland Geyer, principal
autor do estudo […].
SOARES, Vilhena. Plástico: mundo produziu 8,3 bi de toneladas em 65 anos e reciclou só 9%. Correio Braziliense, 22 jul. 2017. Disponível em: <www.correiobraziliense.com.
br/app/noticia/ciencia-e-saude/2017/07/22/interna_ciencia_saude,611649/plastico-mundo-produziu-8-3-bi-de-toneladas-em-65-anos-e-reciclou-so.shtml>. Acesso em: 30 jul. 2019.
TEXTO II
Todo esse plástico atende a diferentes setores econômicos.
A maior porção […] é destinada a embalagens de produtos. Em
seguida, vêm os materiais de construção […]. O terceiro maior
uso é do setor têxtil, que utiliza fibras sintéticas […].
ALMEIDA, Rodolfo; MAIA, Gabriel. Quanto plástico é produzido no mundo. E de onde ele vem. Nexo Jornal, 6 de jun. 2019. Disponível em: <www.nexojornal.com.
br/grafico/2019/06/06/Quanto‑pl%C3%A1stico‑%C3%A9‑produzido‑no‑mundo.‑E‑de‑onde‑ele‑vem>. Acesso em: 11 set. 2019.
Os textos apresentam dados acerca da problemática da pro‑dução de plástico, um produto industrial que
A tem sido fundamental em diferentes setores econômicos, sobretudo na área têxtil, setor produtivo que causa o maior impacto no crescimento do consumo desse gênero.
B teve sua produção em constante crescimento a partir de 1950 em consequência do fim da Segunda Guerra Mundial e das tendências fordistas de produção.
C está ligado a setores econômicos diversos e, portanto, o consumo de industrializados nos últimos 60 anos acarretou no aumento do número de toneladas de plástico.
D gera uma grande despesa para a indústria de diferentes setores econômicos, sobretudo pela obrigatoriedade inter‑nacional da reciclagem do plástico e de seus aditivos.
E gera um impacto ambiental baixo, pois a metade dos plás‑ticos produzidos no mundo vem da reciclagem dos últimos 13 anos, prática cada vez mais incentivada.
QUESTÃO 61
A paisagem retratada na imagem acima mostra um domínio morfoclimático presente em várias áreas do território brasileiro que é conhecido como
A Cerrado, e é típica do Centro‑Oeste brasileiro.
B Caatinga, e é típica do Nordeste do Brasil.
C Pampas, e é típica da região Sul do Brasil.
D Mar de Morros, e é típica de Minas Gerais.
E Sertão, e está presente no interior do Brasil.
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QUESTÃO 62
Apesar dos indicadores de pobreza e precariedade do
emprego, principalmente na zona rural, a Cuba pré‑revo‑
lucionária apresentava sinais de modernização capitalista
equivalentes, e em alguns casos superiores, ao dos países
mais ricos da região. Nesse sentido, não se pode atribuir
o desencadeamento da revolução a uma explosão popular
de insatisfação com condições de vida em rápida e profun‑
da deterioração, mas ao resultado da ação de um grupo
reduzido de insurgentes que demonstram três qualidades
excepcionais: 1a grande capacidade de organização; 2a
abertura negociadora em relação aos setores descontentes
das elites, especialmente os que se concentram na rica e
cosmopolita cidade de Havana, valorizando as convergên‑
cias da conjuntura e evitando antecipar controvérsias sobre
a Cuba pós‑Batista; 3a comprometimento com os anseios
dos setores populares na realização das reformas estrutu‑
rais, antecipando medidas revolucionárias no decorrer do
processo de luta.
AYERBE, Luis Fernando. A Revolução Cubana. São Paulo: Editora Unesp, 2004. p. 38. (Coleção Revoluções do século XX).
Segundo o texto, a Revolução Cubana foi desencadeada
A por meio do caráter socialista da revolução liderada por Fidel Castro e Che Guevara, recebendo apoio da União Soviética para sua execução.
B por conta da ação de um pequeno grupo bem articulado com setores da elite cubana e que atendia aos anseios da população mais pobre do país.
C graças à falta de desenvolvimento do país, causada pelos abusos dos Estados Unidos, que exerciam influência na ilha desde a independência (1898).
D por uma grande explosão popular, fruto da insatisfação com as condições de vida precárias e em nível mais baixo do que em países da região.
E por conta da insatisfação de setores da elite do país, que derrubaram o ditador Fulgêncio Batista, iniciando um gover‑no burguês, mais próximo dos EUA.
QUESTÃO 63
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi
criada em 1949, agrupando 12 países em torno de um pro‑
jeto de “segurança coletiva” em face do inimigo comum. A
Europa estava dividida ideologicamente: a leste, a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ameaçava expandir
militarmente seu território e, a oeste, os Estados Unidos da
América (EUA) tentavam impedir.
[…]
Com o fim da URSS, a organização teve sua finalidade
questionada sob o pretexto de que a ameaça militar direta
teria se extinguido.
FRANÇA, Maurício Aparecido. Brasil e OTAN: uma análise da possível parceria. Forte, 12 abr. 2019. Disponível em: <https://www.forte.jor.br/
2019/04/12/brasil‑e‑otan‑uma‑analise‑da‑possivel‑parceria/>. Acesso em: 16 jul. 2019.
A Otan surgiu com o propósito de impedir uma possível ten‑dência expansionista da União Soviética. Após a fragmenta‑ção e o consequente fim da ameaça soviética, a Otan
A foi dissolvida, já que o seu propósito era atuar na Guerra Fria.
B atua em cenário internacional com novas missões de se‑gurança.
C teve as suas funções e recursos incorporados pela ONU.
D cumpre o mesmo propósito original, mas contra a China.
E está inativa, mas ainda não foi formalmente dissolvida.
QUESTÃO 64
[…] Mesmo que fosse um “recurso odioso”, como disse
Merivale, a escravidão foi uma instituição econômica de pri‑
meira importância. Tinha sido a base da economia grega e
erguera o Império Romano. Nos tempos modernos, forneceu
o açúcar para as xícaras de chá e café do mundo ocidental.
Produziu o algodão que foi a base do capitalismo moder‑
no. Constituiu as ilhas do Caribe e as colônias do Sul dos
Estados Unidos. Numa perspectiva histórica, a escravidão
faz parte daquele quadro geral de tratamento cruel imposto
às classes desfavorecidas, das rigorosas leis feudais e das
impiedosas leis dos pobres, e da indiferença com que a
classe capitalista em ascensão estava “começando a cal‑
cular a prosperidade em termos de libras esterlinas e […]
se acostumando com a ideia de sacrificar a vida humana
ao deus do aumento da produção.
WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 32.
Com efeitos ainda perceptíveis na sociedade contemporânea ocidental, a escravidão caracteriza‑se por ter
A adotado os mesmos critérios de seleção de cativos na An‑tiguidade e na Modernidade.
B sido pouco expressiva para o desenvolvimento econômico durante a Modernidade ocidental.
C deixado de ser hegemônica nas metrópoles coloniais, por conta da resistência de suas classes desfavorecidas.
D encontrado outra alternativa a seu uso na América, durante o período colonial.
E sido responsável por grande parte do desenvolvimento ca‑pitalista na história.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 30
QUESTÃO 65
[...] a autora relembra o percurso histórico dessa questão,
sinalizando que convencionalmente atribui‑se a raiz desses
conflitos no Brasil ao problema da concentração de terras,
que teria suas origens no modelo de ocupação territorial
adotado no século XVI pela Coroa Portuguesa, durante o
período da colonização. Contudo, para ela é “a falta de re‑
gulamentação e fiscalização na distribuição de terras no país
que efetivamente contribuiu para a concentração fundiária”
atualmente no Brasil.
MANFREDO, M. T. Os conflitos pela terra no Brasil. In: Revista comCiência versão online. n. 133. Campinas: 2011 (adaptado).
Os conflitos pela terra são questões em pauta no Brasil e, no decorrer da história do país, adquiriram diferentes contornos. Avaliando criticamente as disputas fundiárias no Brasil con‑temporâneo, pode‑se dizer que
A atualmente esse tipo de conflito se restringe ao nordeste, onde a legislação fundiária é menos desenvolvida.
B os conflitos não são mera reprodução de um passado latifun‑diário, envolvem também problemas na legislação brasileira.
C a concentração fundiária não se altera pois, no Brasil, são inexistentes movimentos de luta pela terra. Estes deixaram de atuar a partir da ditadura militar.
D as raízes históricas do problema foram superadas, hoje res‑tam apenas entraves jurídicos à questão.
E atualmente, o conflito pela terra transfigurou‑se em conflito por moradia. Tendo em vista o deslocamento da população rural para as cidades.
QUESTÃO 66
O PECADO ORIGINAL DA REPÚBLICA
De acordo com os dados de 1920, tínhamos uma popu‑lação total […] de 30,6 milhões. […] Mas quantos desses cidadãos civis eram também cidadãos políticos, quantos pertenciam ao corpo político da nação? […] Ficamos re‑duzidos a míseros 2,4 milhões de brasileiros legalmen‑te autorizados a participar do sistema político por meio do voto. Ficam fora do sistema, excluídos, 27,4 milhões, 89,5% da população.
CARVALHO, José Murilo de. O pecado original da República: debates, personagens e eventos para compreender o Brasil. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2017. p. 15.
O cenário de participação política, descrito no trecho de José Murilo de Carvalho, só foi possível porque uma das caracte‑rísticas da Constituição de 1891 era a(o)
A inclusão de mulheres no pleito eleitoral.
B necessidade de uma renda mínima para votar.
C exclusão da participação de filhos de estrangeiros.
D exclusão de analfabetos da participação política.
E caráter aberto do voto nas eleições.
QUESTÃO 67
[…] Cumpre estabelecer, entretanto, que sua principal genialidade consistiu, sobretudo, em ter imaginado a pos‑sibilidade de incutir nos seus contemporâneos a postura de consumidores de massa de produtos padronizados.
[…]
A ideia básica era a seguinte: padronizando os produtos e fabricando‑os numa escala imensa, da ordem de cente‑nas ou milhares por dia, certamente os custos de produção seriam reduzidos e contrabalanceados pelo aumento do consumo, proporcionando, por sua vez, a elevação da ren‑da em vista dos melhores salários que poderiam ser pagos em função do aumento das vendas e, portanto dos lucros empresariais.
PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século XX: taylorismo, fordismo e toyotismo. 3. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013. p. 34‑35.
O texto acima descreve o modelo produtivo desenvolvido por Henry Ford, no início do século XX, conhecido como fordismo, que ficou marcado por
A aumentar a variedade de produtos consumidos pela elite da época, como o automóvel de motor por combustão.
B investir na especialização de sua mão de obra, que passaria a receber melhores salários para o nível da época.
C estimular a popularização do consumo de automóveis, por meio da redução dos custos de produção.
D desenvolver uma produção personalizada, que pudesse atrair clientes com maior poder aquisitivo.
E reduzir os custos de produção, por meio da contração dos salários, diminuindo o preço do produto final.
QUESTÃO 68
As medidas propostas no Protocolo de Kyoto para a redu‑
ção de emissões de gases de efeito estufa, assim como sua
condução por parte da União Europeia, têm sido alvo de crí‑
ticas em todo o mundo. Na conferência da 60a Reunião Anual
da SBPC, a geógrafa italiana Teresa Isenburg, pesquisadora
da Universidade de Milão, fez coro a esse posicionamento. “O
comércio de cotas é oportunista e pode diminuir obrigações
daqueles que jogam CO2 na atmosfera. Reduzir emissões na
Europa custa mais que na China, por exemplo. Por trás dessas
escolhas há razões econômicas muito claras”, afirmou. Um
exemplo apontado por Isenburg foi o da Itália, que, após ter
aumentado fortemente suas emissões, organizou um fundo
de carbono, junto com o Banco Mundial, para investir em
países como China e Marrocos. “Em vez de diminuir 5%, o
país aumentou a emissão em 15% ou mais. São 95 milhões
de toneladas de CO2 que precisam ser reduzidos até 2012,
mas que serão trocados por créditos na China. É um imenso
negócio”, afirma.Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br>. Acesso em: 15 jun. 2017 (adaptado).
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 31
Embora seja um importante marco no âmbito das políticas ambientais, o Protocolo de Kyoto é alvo de críticas por parte de alguns movimentos. Segundo o texto, uma crítica feita a esse protocolo está relacionada
A à ampliação da emissão de poluentes por parte dos países desenvolvidos.
B à intensificação de conflitos sociais entre as potências mundiais.
C à redução das trocas comerciais entre os países do norte e do sul.
D à retração do progresso econômico por parte dos países subdesenvolvidos.
E ao aumento das extensas metas a serem atingidas pelas nações.
QUESTÃO 69
O dia 11 de novembro de 1918, quando chegou ao fim
a Primeira Guerra Mundial, tem muita relação com o 11 de
setembro de 2001, dia dos maiores atentados da história do
Ocidente. A derrocada do Império Otomano serviu como
ponto de partida para o choque das civilizações ocidental e
oriental, que ainda hoje multiplica conflitos no Oriente Médio.
GOUSSINSKY, Eugenio. Fim da 1a Guerra está na origem dos atuais conflitos no Oriente Médio. R7, 12 nov. 2018. Disponível em: <https://noticias.r7.com/internacional/fim‑da‑1‑guerra‑
esta‑na‑origem‑dos‑atuais‑conflitos‑no‑oriente‑medio‑12112018>. Acesso em: 9 jul. 2019.
A dissolução do Império Otomano dividiu politicamente o ter‑ritório, fazendo surgir insatisfações entre os diversos povos da região. A origem da história de conflitos no Oriente Médio explica‑se por meio da
A variedade étnico‑religiosa dos países formados com base no Império.
B tentativa palestina de restaurar o antigo Império Otomano.
C incapacidade da região de sobreviver somente com recursos próprios.
D criação do Estado de Israel, aproveitando‑se da dissolução do Império.
E velocidade que o ocidentalismo se implantou na região, pós‑‑dissolução.
QUESTÃO 70
As ideias liberais foram utilizadas por grupos com pro‑
pósitos diversos e em momentos distintos no decorrer do
século XIX. Mas por toda parte onde os liberais tomaram o
poder, seu principal desafio foi transformar a teoria em prática.
Durante esse processo, o liberalismo perdeu seu conteúdo
revolucionário inicial. Os direitos retoricamente definidos como
universais converteram‑se, na prática, em privilégios de uma
minoria detentora de propriedades e de poder. Por toda par‑
te as estruturas econômicas e sociais impuseram limites ao
liberalismo e definiram as condições da sua crítica.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. 9. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2010. p. 135.
O texto descreve as contradições presentes entre as ideias liberais e a realidade política e social no século XIX. Uma representação das contradições presentes no liberalismo no período do Brasil Monárquico (1822‑1889) é
A a construção de um Poder Legislativo representativo e de modelo bicameral.
B o avanço do trabalho livre e assalariado, a partir de meados do século.
C o fim do tráfico de escravos em 1850, por meio da Lei Eusé‑bio de Queirós.
D o desenvolvimento da malha ferroviária nas regiões ligadas ao café.
E a ocorrência de conflitos, após a Independência, com por‑tugueses que resistiam à emancipação.
QUESTÃO 71
Manifestantes forçaram a entrada no Parlamento de Hong
Kong nesta segunda-feira […]
Centenas de pessoas lotaram o saguão do prédio […]. Mais tarde, a polícia expulsou os manifestantes disparando gás lacrimogêneo.
[…]
O ato foi provocado por um segmento que se separou de um protesto pacífico pró‑democracia, marcado para o dia do aniversário de transferência de Hong Kong do Reino Unido para o domínio chinês.
Esta é a mais recente de uma série de manifestações, que começaram com o repúdio a um projeto de lei polê‑mico que permitiria extradições para a China continental.
O governo concordou em suspender o texto indefinida‑mente, mas os protestos continuam […].
Hong Kong […] faz parte da China desde 1997, sob um acordo de “um país, dois sistemas”, que garante um certo nível de autonomia ao território […].
HONG Kong: Quais são as motivações dos protestos que marcaram o aniversário de devolução do território à China. BBC, 1o jul. 2019.
Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/internacional‑48828953>. Acesso em: 31 ago. 2019.
A particularidade da região de Hong Kong que se relaciona aos recentes protestos é
A a presença de um sistema político semiautônomo que prevê liberdades democráticas que diferem do sistema governa‑mental centralizado em Pequim.
B a lei que permite extradições para a China continental e é a causa principal dos protestos, pois tem enviado delinquentes de Hong Kong à China continental.
C a reivindicação dos manifestantes, que aspiram por um siste‑ma jurídico unido à China, porém preservando a democracia em Hong Kong.
D o apoio dos manifestantes mediante as prisões de opositores ao governo de Pequim, mesmo com a existência de dois sistemas políticos divergentes.
E a união da região com a China no final do século XX, que permitiu a Hong Kong manter sua autonomia política, jurídica, militar e de representação exterior.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 32
QUESTÃO 72
O que havia de especial em Ford [...] era sua visão, seu
reconhecimento explícito de que produção de massa signifi‑
cava consumo de massa, um novo sistema de reprodução da
força de trabalho, uma nova política de controle e gerência
do trabalho, uma nova estética e uma nova psicologia, em
suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada,
modernista e populista.
[...] O americanismo e o fordismo [...] equivaliam ao “maior
esforço coletivo para criar, com velocidade sem precedentes,
e com uma consciência de propósito sem igual na história,
um novo tipo de trabalhador e um novo tipo de homem”. Os
novos métodos de trabalho “são inseparáveis de um modo
específico de viver e de pensar e sentir a vida”.
HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2008. p. 121.
Henry Ford foi o responsável por revolucionar os meios de produção, popularizando o sistema da chamada produção em massa ou em larga escala. De acordo com o excerto, isso só foi possível por conta
A do surgimento de um novo estilo de vida com novos parâ‑metros de consumo e de ordenação do trabalho.
B da mentalidade e da estética estadunidenses que exigiam o advento de uma sociedade focada no trabalho ascético.
C da visão de Ford em tornar a humanidade mais democrática, racionalizada, modernista e populista.
D da conscientização por parte dos trabalhadores em otimizar seu trabalho e produzir em maior velocidade.
E do esforço coletivo em modificar a realidade cultural norte‑‑americana e diminuir a necessidade de trabalho braçal.
QUESTÃO 73
No dia 1o de fevereiro de 1933, dois dias após a Tomada
do Poder, Hitler dirigiu‑se pela primeira vez à nação alemã
como Chanceler do Reich. Suas primeiras palavras foram:
“Estamos determinados, na qualidade de líderes da nação,
a cumprir como um governo nacional a missão que nos foi
atribuída, jurando fidelidade apenas a Deus, à nossa cons‑
ciência e ao nosso Volk.” Mais adiante no discurso, Hitler
proclamou: “Por conseguinte, o governo nacional considerará
seu mais importante dever restaurar a unidade de espírito e
propósito do nosso Volk. Ele preservará e defenderá as bases
sobre as quais repousa o poder da nossa nação. Ele tomará
o cristianismo, como a base da nossa moralidade coletiva,
e a família, como o núcleo do nosso Volk e do nosso estado,
sob sua firme proteção.”
STEIGMANN-GALL, Richard. O santo reich: concepções nazistas do cristianismo,
1919-1945. Rio de Janeiro: Imago Editora, 2004. p.150-151.
Volk = Povo.
De acordo com o texto, a apropriação da religião pelo regime nazista é evidenciada por meio da(o)
A uso do Cristianismo, como forma de reafirmar suas concep‑ções moralistas.
B adesão ao Estado laico, não permitindo que a religião in‑fluenciasse a construção do III Reich.
C defesa da pluralidade religiosa, garantindo proteção às de‑mais religiões do país.
D protagonismo do volk, cujos costumes tradicionais definiriam a base da moralidade a ser seguida.
E construção de seu líder político também como uma liderança religiosa.
QUESTÃO 74
Um enigma é encontrar a medida de quanto se pode alte‑
rar um ambiente natural sem destruir suas propriedades eco‑
lógicas. A resposta pode ser desanimadora para muitos: uma
intensificação de uso da terra entre pequena e moderada já
é suficiente para derrubar a diversidade de um ecossistema.
“Temos que superar essa guerra crônica”, afirmam os pes‑
quisadores brasileiros. “Não há que se optar entre produção
e manutenção ambiental, os dois são igualmente desejáveis
e necessários.”
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em: 11 abr. 2017 (adaptado).
O texto sugere a adoção de um princípio que visa ao equi‑líbrio entre a produção e a preservação do ambiente. Tra‑ta‑se do(a)
A agricultura intensiva, que maximiza o aproveitamento eco‑nômico do território.
B expansão agrícola, que busca novas áreas para o plantio moderado.
C extrativismo, que se baseia na retirada do maior volume de minerais possível.
D sustentabilidade, que consiste no uso consciente dos recur‑sos naturais.
E preservação permanente florestal, que prevê a manutenção dos ecossistemas.
QUESTÃO 75
Estudar as relações entre o racismo e a cultura é levantar
a questão da sua ação recíproca. Se a cultura é o conjunto
dos comportamentos motores e mentais nascido do encon‑
tro do homem com a natureza e com o seu semelhante,
devemos dizer que o racismo é sem sombra de dúvida um
elemento cultural. Assim, há culturas com racismo e culturas
sem racismo.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 33
Contudo, este elemento cultural preciso não se enquistou.
O racismo não pôde esclerosar‑se. Teve de se renovar, de
se matizar, de mudar de fisionomia. Teve de sofrer a sorte do
conjunto cultural que o informava.
FANON, Frantz. Em defesa da revolução africana. Lisboa: Sá da Costa, 1980. p. 36.
O pensador de Martinica, Frantz Fanon, é reconhecido pelos seus escritos e sua luta pela causa anticolonial, por meio da qual ele insistiu em como o racismo, que acomete negros no Novo e no Velho Mundo, é um elemento
A cultural, produzido por determinadas culturas específicas.
B natural, que nasce do encontro do homem com a natureza.
C passageiro, em vias de se esclerosar e acabar naturalmente.
D irremediável, visto que se transforma e permanece presente.
E ético, que implica somente ações recíprocas individuais.
QUESTÃO 76
A fragmentação verificada no período medieval cons‑
tituía um grave obstáculo ao desenvolvimento econômico
emergente, pois cada feudo tinha suas peculiaridades jurí‑
dicas, sua própria moeda e, seu próprio sistema de pesos
e medidas.
O pluralismo intenso impedia a expansão do comércio,
reduzindo em muito os limites dos mercados.
LEITE, Gisele. Os dilemas contemporâneos do constitucionalismo. Jornal Jurid, 28 jan. 2019. Disponível em: <https://www.jornaljurid.com.br/colunas/
gisele‑leite/os‑dilemas‑contemporaneos‑do‑constitucionalismo>. Acesso em: 10 jul. 2019.
O texto refere‑se aos obstáculos pelos quais passou o de‑senvolvimento do capitalismo comercial na Europa, os quais vieram a ser solucionados
A pela ascensão da burguesia ao poder.
B pelo poder legislador da Igreja Católica.
C pelo início das Grandes Navegações.
D pelo surgimento dos Estados nacionais.
E pela reforma do sistema feudal pela nobreza.
QUESTÃO 77
A demanda por produtos tropicais teve aumento no início
do século XIX, o algodão para a indústria têxtil inglesa, o
café e o açúcar para o consumo das camadas médias e
trabalhadoras na Europa e nos Estados Unidos […]. Foram
as regiões escravistas que responderam melhor a essa de‑
manda e assim a escravidão se reforçou no Sul dos Esta‑
dos Unidos, em Cuba e no Brasil, enquanto no resto das
Américas o movimento foi de abolição gradual. Há muito
tempo, os historiadores veem a relação entre o capitalismo e
a escravidão com complexidade e não defendem que eram
incompatíveis. O capitalismo se beneficia da escravidão e
do trabalho forçado, visto que reduz muito os custos com
mão de obra.
BAIMA, Cesar. Proibição do tráfico de escravos no século XIX ilustra cinismo e racismo na formação social do Brasil. O Globo, 12 ago. 2017. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/sociedade/historia/proibicao‑do‑trafico‑de‑escravos‑no‑seculo‑xix‑ilustra‑cinismo‑racismo‑na‑formacao‑social‑do‑brasil‑21698158>.
Acesso em: 13 jul. 2019.
No caso brasileiro, as principais marcas deixadas pela econo‑mia escravocrata, no processo de desenvolvimento do país, ocorreram
A no processo de urbanização, por conta do êxodo rural de desempregados.
B em uma época de prosperidade que reduziu a desigualdade social.
C na ausência de trabalhadores assalariados e de um mercado consumidor interno.
D no refluxo da onda migratória europeia que então se iniciava.
E no acúmulo de capitais que depois financiariam a indus‑trialização.
QUESTÃO 78
As primeiras traduções de O capital, feitas ainda em
vida de Marx e de Engels, tenderam a certa simplificação, o
que se justificava, ao ver deles, pela necessidade de apre‑
sentar ao público um conjunto de noções e uma forma de
interpretar a realidade que então eram inteiramente novos
e inusitados. Hoje, cem anos após a morte de Marx, a si‑
tuação é completamente outra. O marxismo é amplamente
divulgado e estudado, impregnando de mil modos não só as
teorias econômicas, sociológicas, políticas, antropológicas
etc. mas também a literatura, o teatro, a poesia, a linguagem
jornalística e até mesmo o linguajar comum.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p.122, nota da tradução.
O texto permite uma comparação entre memória e sociedade
A mostrando que as ideias de Marx não se restringem ao seu tempo histórico.
B atribuindo ao marxismo o principal legado do pensamento histórico.
C criticando as primeiras traduções de O capital, já que eram muito simples.
D propondo que as ideias de Marx sejam usadas em várias áreas do conhecimento.
E desaconselhando a popularização do linguajar utilizado pelo marxismo.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 34
QUESTÃO 79
Trópico de Capricórnio
30º S
50º O
RS
OCEANOATLÂNTICO
ARGENTINA
PARAGUAI
SP
MS
URUGUAI
SC
PR
Florianópolis
Curitiba
Porto Alegre
0 120
Limite internacional
Limite estadual
Capital de estado
REGIÃO e o Território Brasileiro. Planeta Gaia, 31 maio 2015. Disponível em: <https://planetagaia.webnode.com/news/regiao‑e‑o‑territorio‑brasileiro/>. Acesso em: 11 jul. 2019.
Considerando que, no mapa acima, a distância em linha reta, no papel, entre a capital gaúcha e a catarinense é de 3,75 cm, tem‑se que
A Curitiba está a 375 km a norte‑nordeste de Porto Alegre.
B Florianópolis está a 375 km a nordeste de Porto Alegre.
C a localização da segunda excede os limites do mapa.
D Porto Alegre está a 400 km a sudoeste de Curitiba.
E Porto Alegre está a 400 km a sul‑sudoeste de Florianópolis.
QUESTÃO 80
[...] a grandeza do Estado é um elemento essencial para diminuir a importância das relações privadas da família ou outras,
para tornar impotentes a vingança e o ódio. Perante os magnos interesses que nos grandes Estados surgem, desaparecem
esses pontos de vista subjetivos e adquire‑se o hábito do que são os interesses gerais e os assuntos coletivos.
HEGEL, G. Princípios da Filosofia do Direito. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1997. p. 272
De acordo com o excerto da obra de Hegel, uma sociedade organizada deve
A diminuir as relações entre as famílias e a coletividade.
B priorizar as instituições em relação aos interesses privados.
C punir severamente os atos de vingança e de ódio.
D seguir as leis ditadas pela divindade nos livros sagrados.
E ser baseada nos hábitos e costumes adquiridos pela tradição.
ALL
MA
PS
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 35
QUESTÃO 81
[…] ao ser sequestrada pelo capitalismo, a globalização
ampliou a capacidade das elites econômicas de manipular
as instituições internacionais para servir exclusivamente a
seus interesses e para criar nexos mais firmes entre elas e
os governos. Quem ficou de fora foi o povo. Ainda é possível,
dizem eles, salvar a ordem liberal‑democrática e liberá‑la
do perigoso controle populista. Mas onde estaria a falha
principal?
Na quebra do contrato social que sempre foi o coração
da ordem liberal‑democrática e tinha o compromisso de
impedir que aqueles em desvantagem diante das forças
de mercado fossem deixados para trás. Mas essas defesas
dos despossuídos, asseguradas pela rede de proteção
social, foram severamente reduzidas e, em alguns casos,
anuladas.
ABRANCHES, Sérgio. A ordem liberal‑democrática globalmente ameaçada. G1, 28 maio 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/blog/matheus‑leitao/post/ordem‑
liberal‑democratica‑globalmente‑ameacada.html>. Acesso em: 12 jul. 2019.
O texto descreve um fenômeno que resulta do crescente fluxo de capitais pelo mundo, em que
A os Estados nacionais perdem autonomia para decidir sobre suas políticas públicas.
B o povo se recusa a manter o contrato social para salvar a ordem liberal‑democrática.
C o advento do controle populista pode amenizar os riscos à ordem liberal‑democrática.
D os interesses das elites econômicas entram em conflito com as dos Estados nacionais.
E a especulação financeira internacional se sobrepõe à ativi‑dade econômica nacional.
QUESTÃO 82
Na manhã de 15 de fevereiro de 1630, navios holandeses
aproximavam‑se. Dez, vinte, trinta, mais de sessenta barcos
avançavam lentamente. E o pavor das gentes aumentando.
Como se defender de tão poderoso inimigo? [...] Enquanto os
olindenses corriam de um lado para outro, buscando armas,
tomando posições, a esquadra holandesa deslocava‑se em
direção ao porto do Recife, sete quilômetros ao sul da capital
de Pernambuco. [...] Seria fácil entrar no porto, pensava o
comandante Hendrick Lonck. [...] Enganava‑se o almirante.
Os dois fortes abriram fogo contra seus navios, impedindo
a aproximação.
Disponível em: <http://www.arquivojudaicope.org.br>. Acesso em: 29 jul. 2014.
Entre suas investidas, os holandeses tentaram se apossar da colônia brasileira. A primeira ofensiva ocorreu em maio de 1624 e houve uma nova tentativa em 1630, quando os holandeses conquistaram Recife e Olinda, maior centro pro‑dutor de açúcar da colônia. Nesse contexto é importante reconhecer que
A Portugal não estava preparado para resistir às invasões, por isso, toda a colônia passou a ser controlada posteriormente pela Holanda.
B houve grande facilidade para os holandeses conquistarem a colônia, fato evidenciado por conseguirem tomar posse de grandes centros, como Recife e Olinda.
C somente os portugueses nativos estavam a postos para de‑fender a colônia brasileira das invasões, já que eram eles que controlavam o comércio e as terras na colônia.
D a invasão encontrou, na colônia brasileira, grande oposição portuguesa, observado no movimento coletivo de proteção ao território.
E apesar de a invasão comprometer Recife e Olinda, isso não afetou a economia de Portugal, pois essas regiões não ti‑nham grande importância econômica
QUESTÃO 83
De um modo geral, os povos africanos formariam alguns
padrões principais de culturas negras no Brasil:
1) A sudanesa (iorubana), aqui introduzida principalmente
na Bahia, mas espalhada pelo Norte/Nordeste; teria como
características o culto aos orixás, a realização de cerimônias
de iniciação, a prática de ritos mágicos, música e dança/
rituais, a elaboração de esculturas em madeira, em metais e
outros trabalhos manuais como, por exemplo, instrumentos
musicais. A cultura iorubana é apontada ainda como fonte de
influência ao nosso léxico.
2) Os bantos, principalmente no estado do Rio de Janeiro e
Minas Gerais, são mais estudados da perspectiva linguística.
Culto aos antepassados e aos espíritos; quimbundo incorpo‑
rado ao português falado no Brasil; festas: coroação dos reis,
danças que emulam a caça e a guerra (carnaval), festas do
boi, folclore; esculturas em madeira, confecção de objetos
domésticos etc.SILVÉRIO, Valter Roberto. Síntese da coleção História Geral da África: Pré‑história ao
século XVI. Brasília: Unesco, MEC, UFSCar, 2013. p. 13.
Pode‑se dizer, de acordo com o texto, que, por conta do tráfi‑co de escravos (XVI‑XIX), a cultura africana influenciou o Brasil
A na organização econômica.
B nas vestes das elites.
C na religião dominante.
D na arte e no folclore.
E na organização política.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 36
QUESTÃO 84
0º
50º O
Trópico de Capricórnio
Equador
MARANHÃOCEARÁ
RIO GRANDE
ITAMARACÁ
PERNAMBUCO
ILHÉUS
PORTO SEGURO
ESPÍRITO SANTO
SÃO TOMÉSÃO VICENTE
SÃO VICENTE
SANTANA
SANTO AMARO
BAHIA DE TODOS OS SANTOS
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
1534
8500
0º
50º O
GRÃO-PARÁ
MARANHÃO
GOYAZ
BAHIA
MINASGERAIS ESPÍRITO
SANTO
RIO DE JANEIROSÃO PAULO
RIO GRANDEDO SUL
MATOGROSSO
PE
RN
AM
B U C O
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
1789
8500
0º
50º O
PIAUÍ
CEARÁMARANHÃO
GOIÁS
AMAZONAS
PARÁ
BAHIA
MINASGERAIS
ESPÍRITOSANTO
RIO DE JANEIRODF
RIO GRANDEDO NORTE
PARAÍBA
ALAGOAS
SERGIPE
SÃO PAULO
PARANÁ
SANTACATARINA
RIO GRANDEDO SUL
MATOGROSSO
PERNAMBUCO
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
1889
8500
0º
50º O
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
PERNAMBUCO
RIOBRANCO
AMAZONAS
GUAPORÉ
ACRE
PARÁ
AMAPÁ
PIAUÍ
CEARÁMARANHÃO
GOIÁSBAHIA
MINASGERAIS
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
RIO GRANDEDO NORTE
PARAÍBA
SERGIPE
ALAGOAS
SÃO PAULO
PARANÁIGUAÇU
PONTA-PORÃ
SANTA CATARINA
RIO GRANDEDO SUL
MATO GROSSO
1943
8500
0º
50º O
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Equador
PERNAMBUCO
RORAIMA
AMAZONAS
RONDÔNIA
ACRE
PARÁ
AMAPÁ
PIAUÍ
CEARÁMARANHÃO
TOCANTINS
GOIÁS
BAHIA
MINASGERAIS
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
RIO GRANDEDO NORTE
PARAÍBA
SERGIPE
ALAGOAS
SÃO PAULO
PARANÁ
SANTA CATARINA
RIO GRANDEDO SUL
MATO GROSSO DO SUL
MATO GROSSO
DISTRITOFEDERAL
1990
8500
REGIÃO e o Território Brasileiro. Planeta Gaia, 31 maio 2015. Disponível em: <https://planetagaia.webnode.com/news/regiao‑e‑o‑territorio‑brasileiro/>.
Acesso em: 11 jul. 2019.
O processo histórico de formação e ocupação do território brasileiro foi influenciado por diversos períodos econômicos. Pelas datas indicadas, os mapas mencionados mostram, res‑pectivamente, a influência dos ciclos
A da borracha, do algodão, da pecuária e da soja.
B da cana‑de‑açúcar, do ouro, do café e da indústria.
C das especiarias, da borracha, do ouro e do café.
D da cana‑de‑açúcar, do fumo, do café e da indústria.
E da cana‑de‑açúcar, do ouro, da pecuária e da soja.
QUESTÃO 85
TRUMP CRUZA A FRONTEIRA E SE ENCONTRA COM
LÍDER DA COREIA DO NORTE
[…] Donald Trump encontrou‑se […] com o líder da Coreia
do Norte, Kim Jong‑un, na zona desmilitarizada que divide
as duas Coreias. Acompanhado de Kim, Trump cruzou a li‑
nha divisória e se tornou o primeiro presidente americano em
exercício a pisar em território norte‑coreano.
O presidente americano afirmou que ele e Kim concorda‑
ram em retomar negociações sobre a desnuclearização da
Península Coreana.
[…]
O presidente americano teria passado apenas cerca de
um minuto em território norte‑coreano antes de voltar para a
zona desmilitarizada. Os dois líderes falaram com jornalistas
antes de entrarem no prédio conhecido como Freedom House
(Casa da Liberdade) para uma conversa privada, que durou
mais de meia hora.
TRUMP cruza a fronteira e se encontra com líder da Coreia do Norte. Agência Brasil, 30 jun. 2019. Disponível em: <http://agenciabrasil.
ebc.com.br/internacional/noticia/2019‑06/trump‑cruza‑fronteira‑e‑ se‑encontra‑com‑lider‑da‑coreia‑do‑norte>.
Acesso em: 15 jul. 2019.
ALL
MA
PS
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 37
O texto aborda um episódio das relações diplomáticas entre EUA e Coreia do Norte, demonstrando que
A Donald Trump sinaliza boas relações diplomáticas com a Coreia do Norte, assim como seus antecessores.
B o fato é inédito e alimenta, ainda que indiretamente, espe‑ranças na reunificação das duas Coreias.
C a desnuclearização foi uma condição imposta a Kim Jong‑un para concretizar a visita de Trump à Coreia do Norte.
D embora esteja disposta a um diálogo com os Estados Unidos, a Coreia do Norte se afasta da paz com a Coreia do Sul.
E divididas desde a Guerra Fria, essa é a primeira vez que um presidente estadunidense interfere na relação entre as duas Coreias.
QUESTÃO 86
E a parcela da população urbana mais vulnerável habita
favelas. Esses assentamentos precários emergem como um
“tipo dominante e distinto” no século XXI, e tende a agregar
cada vez mais pessoas. Em 2014, 54% da população global
vivia em cidades, mas esse percentual deve subir para 66%
em 2050. No mesmo período, a população que habita as
favelas deve dobrar de 900 milhões para 1,8 bilhão.
De acordo com o rascunho da Nova Agenda Urbana, hou‑
ve melhoras “significativas” da qualidade de vida para milhões
de pessoas que vivem em ambientes urbanos nas últimas duas
décadas, mas as pressões pelo crescimento populacional e
a migração do campo para a cidade também aumentaram.Mais de 900 milhões de pessoas vivem em favelas, diz relatório da ONU. O Globo,
19 out 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/mais‑de‑900‑milhoes‑de‑pessoas‑vivem‑em‑favelas‑diz‑relatorio‑da‑onu‑20313751>. Acesso em: 9 jul. 2019.
Embora haja melhoras na vida de milhões de pessoas que vivem nas cidades, há uma parcela da população que
A delas não se beneficia, pois o seu ambiente é precário e com pouca infraestrutura.
B contribui com o aumento quantitativo dos beneficiados em razão do seu crescimento populacional.
C delas também se beneficia, já que se desloca para as cida‑des em busca dessas melhoras.
D está fora de tais estatísticas, por habitar em assentamentos irregulares.
E contribui com tais melhoras, ao levar para a cidade hábitos saudáveis do campo.
QUESTÃO 87
[…] Quanto mais próspera uma sociedade, mais diversifica‑
das e mais duráveis tornam‑se suas fontes de prazer, e mais elas
simulam necessidade verdadeira através do hábito e da imita‑
ção. O homem civilizado está […] mais exposto às vicissitudes
do destino do que o homem selvagem. O que acontece com
o segundo, apenas de tempos em tempos e em determinadas
circunstâncias, ocorre de forma regular com o primeiro. Junto
com esta infinidade de prazeres, ele expandiu a variedade de
necessidades, o que o deixa mais vulnerável aos perigos do
destino. […] Entre os povos muito civilizados, a falta de uma in‑
finidade de coisas causa a pobreza; em um estágio selvagem, a
pobreza constitui apenas em não se encontrar algo para comer.TOCQUEVILLE, Alexis de. Ensaio sobre a pobreza.
Rio de Janeiro: UniverCidade, 2003. p. 87‑88.
Alexis de Tocqueville é reconhecido como um dos primeiros pensadores liberais, muito embora nem mesmo ele tenha se considerado assim. Ao discorrer sobre a pobreza, no texto citado, ele julga que
A na vida selvagem não existe pobreza, mas apenas privação de necessidades básicas.
B ao aumentar a gama de prazeres oferecidos, a modernidade aumentou a pobreza.
C o homem é pobre quando não supera as necessidades bá‑sicas de subsistência.
D a pobreza é mais diversificada em sociedades que possuem mais necessidades.
E as civilizações modernas somente possuem pobreza por terem se afastado da natureza.
QUESTÃO 88
[…] Angelo Duca ou “Angiolillo” (1760‑1784), bandido
napolitano do século XVIII, tornou‑se um proscrito devido a
um litígio, a respeito de reses extraviadas, com um guarda
de campo do duque de Martina; Pancho Villa, no México,
vingando a honra de sua irmã, vítima de um proprietário de
terras; Labareda, como praticamente todos os cangaceiros do
Brasil, por causa de uma questão de honra familiar; Giuliano,
um simples contrabandista – ocupação tão honrosa quanto
qualquer outra nas montanhas –, por resistir a um coletor de
impostos e ser pobre demais para suborná‑lo. E assim por
diante. Na verdade, é essencial que o Robin Hood comece
dessa maneira, pois como poderia desfrutar do apoio incondi‑
cional de sua comunidade se fosse um criminoso de verdade,
segundo os padrões éticos dela?
HOBSBAWM, Eric J. Bandidos. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017. p. 67.
O historiador Eric Hobsbawm refere‑se a todas as persona‑gens citadas no trecho como bandidos sociais, pois tais his‑tórias possuem em comum
A a luta pela equidade socioeconômica.
B o enfrentamento à opressão do Estado.
C disputas ligadas à honra e à justiça.
D conflitos por hegemonia política local.
E atritos cotidianos do meio urbano industrial.
CH ‑ 3a Série | 1o Dia ‑ AZUL ‑ Página 38
QUESTÃO 89
Equador
Mer
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ich
0° 0°
0° 0°
90°L90°L 90°O90°O180°180°
OCEANOPACÍFICO
OCEANOÍNDICO
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOATLÂNTICO
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Capricórnio
Seco
Quente
Seco e quente
Chuvoso
Chuvoso e quente
Chuvoso e frio0 2490
PEGORIM Josélia. O que é o El Niño?. Climatempo, 11 jan. 2016. Disponível em: <https://www.climatempo.com.br/noticia/2016/01/11/o‑que‑e‑o‑el‑nino‑‑4068>. Acesso em: 15 jul. 2019.
A imagem mostra os efeitos do El Niño sobre o clima dos continentes e, no caso sul‑ameri cano, provoca
A o aumento da pesca no litoral peruano.
B o aumento de chuvas na região Amazônica.
C a amenização da seca no Nordeste brasileiro.
D o aumento de chuvas na região Sul do Brasil.
E baixa temperatura no Centro‑Oeste do Brasil.
QUESTÃO 90
O CÂNTICO DO NILO
Eis como um velho cântico egípcio celebra os benefícios do rio, que se tornaram inexplicáveis para os Antigos:
“Salve, ó Nilo! ó tu que te manifestaste sobre esta terra e que vens em paz para dar vida ao Egito. Regas a terra em toda
a parte, deus dos Grãos, senhor dos Peixes, criador do Trigo, produtor da cevada… Logo que ele se ergue, a terra grita de
alegria, todo ventre se regozija, todo dorso é sacudido pelo riso e todo dente tritura […].”
ISAAC, J.; ALBA, A. História universal: Oriente e Grécia. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1964. p. 38.
O cântico relaciona o Nilo com o Egito, mostrando que o rio
A permitiu a construção de uma sociedade de pescadores e coletores.
B fez a civilização egípcia estabelecer contato com outros povos por meio do rio.
C permi tiu a mudança climática da região, dando fi m ao árido do Saara.
D criou uma engenharia avançada, construindo barragens para conter as cheias.
E permitiu a construção de uma civilização de regadio em seu entorno.
ALL
MA
PS
RA
S CU
NH
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