Simpósio 8 – Cadeia Produtiva de Monogástricos Palestra 2 ... · O modelo estima consumo ad...
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Simpósio8–CadeiaProdutivadeMonogástricos
Palestra2–Avinesp:modelodesimulaçãodocrescimentoeprediçãodasexigênciasnutricionaisdeaves.
NilvaKazueSakomura-UNESP
13:30-14:30
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MODELODESIMULAÇÃODOCRESCIMENTOEEXIGÊNCIASNUTRICIONAISDE
FRANGOSDECORTE
NilvaKazueSakomura;LucianoHauschildUNESP–Jaboticabal
NayaraTavaresFerreiraUNESP–Jaboticabal
FernandoAndresPradoAntayhuaUNESP–Jaboticabal
1. Introdução
Amaioriadasempresasavícolastemcomoobjetivomaximizaro lucroatravésdaotimização
da produção, da redução do custo de produção e, atualmente, através da melhoria da
sustentabilidadedo sistemaprodutivo.Váriasestratégiasvêmsendodesenvolvidasao longo
dosanosa fimauxiliaroprodutoraatingir seuobjetivo,deacordocomosseusgargalosde
produção.
De acordo com Gous (2007), o processo de tomada de decisão é um ciclo que se repete,
formadopelaidentificaçãodoproblema,avaliaçãodasalternativasdeação,fazeraescolhada
ação mais adequada dentro das possibilidades, implementar a decisão e avaliar as
consequências, e então iniciar o ciclo novamente. Porém, nem semprehá tempohábil para
avaliarasconsequênciasetrocardeestratégia.Portanto,édeextremanecessidadepreveras
consequênciasdasalternativasantesdeimplementá-las.
Grande parte dos problemas que ocorrem durante a produção são nutricionais, seja por
variaçãodospreçosdosingredientesutilizadosnaformulaçãodedietas,oquelevaaalteração
nacomposiçãodamesma,ouporvariaçõesnasexigênciasnutricionaisdasavesdecorrentes
deinterferênciasexternas,taiscomoestadoclínicodaave,outemperaturaambiental.
Nasúltimasdécadasforamdesenvolvidosváriosmodelosdesimulaçãoparaauxiliartantona
tomada de decisão, como também na gestão da produção avícola, podendo ser aplicados
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tambémnapesquisaeensino.Estesmodelossãoferramentasquepodemoferecerumavisão
ampladeproblemascomplexoscomunsqueocorremduranteaproduçãodeaves.Contudo,
apesar de existirem há anos, são poucas as empresas e nutricionistas que utilizam essa
ferramenta, principalmente no Brasil. Isso por que muitos desses modelos existentes são
complexos,possuemumainterfacenãoamigávelesãocaros,oupossuemacessorestrito.
ComoobjetivodepreencheressalacunaeestimularointeressepelamodelagemnoBrasil,O
Grupo de Estudos e Pesquisas em Modelagem e Nutrição de Monogástricos da UNESP de
Jaboticabal desenvolveu o Modelo Avinesp que está disponível no site: gnutrim.com. Este
modelopermiteestimarocrescimentoeasexigênciasdeenergiaeaminoácidosparafrangos
de corte e aves de postura em crescimento, bem como simular as respostas de aves sob
diferentescenáriosnutricionaiseambientais.
O objetivo deste artigo é descrever as bases teóricas do Modelo Avinesp, sua estrutura,
demonstrar como ele foi avaliado e como pode ser utilizado como uma ferramenta para
simularsituaçõeseauxiliaronutricionistaparatomardecisõesparaformularrações.
2. Descriçãodomodelo
O modelo aqui proposto é baseado em teorias apresentadas em diferentes estudos de
Emmans (1974;1981;1987;1994e1999).Aestruturageraldomodelosegueapropostade
Fergusonetal.(1997),queadesenvolveuparaserutilizadacomsuínos,masaquiéusadapara
frangos(Figura1).
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Figura1.DescriçãogeraldomodeloAVINESPparaestimarcrescimentoeexigênciasnutricionais.
Omodeloestimaconsumoadlibitum,pesovivo,composiçãocorporaleexigênciasnutricionais
defrangosefrangasdereposição.Tambémcalculaarespostadeumaavemédiaàdietaeao
meio ambiente. A composição da dieta e o genótipo da ave são consideradas entradas do
modelo.Osteoresdeproteínaelipídioscorporaissãoutilizadoscomovariáveisdeestadodo
corpo.Osistemadeenergiaefetiva(EE),propostoporEmmans(1994),éaplicado.Ométodo
de integraçãodeEuler foiaplicadopara resolverequaçõescompassosde integraçãodeum
dia(dt).Astaxassãoexpressasembasediária,aenergiaemMJeamassaemgramas.
3. Pressupostoteóricodomodelo
Sãováriososfatoresqueinfluenciamaexigêncianutricionaldeumanimal,desdeogenótipo,
atéaslimitaçõesdeconsumoderação,sejamelasfísicas,inerentesaoanimal,ouambientais.
Assim, o primeiro passo para estimar as exigências nutricionais do animal é descrever o
crescimentodoseugenótipo,umavezque,donascimentoàidadeadulta,ocorpomuda.Cada
tecido,sejaeleosso,penaouórgãoreprodutivo,temseutempodedesenvolvimento,eassim,
arelaçãoentreoscomponentescorporaistambémestáemconstantemudança,atéqueseja
alcançada a idade adulta. A curva de crescimento dos animais, ou de deposição proteica,
geralmente é estimada através da função de Gompertz (Gompertz, 1825), e a descrição
matemáticadestesfenômenosajudaapredizeressasmudançascomaidade(Emmans,1999).
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Quando se tem animais de linhagens genéticas diferentes, eles podem até apresentar o
mesmo peso corporal à maturidade, mas quando expresso na base proteica, podem
apresentar diferenças, expressando assim, diferenças na composição corporal (relação
gordura: proteína) à maturidade e, consequentemente, na taxa de maturação dos
componentes químicos corporais (água, proteína, gordura e cinzas). Estas variáveis
determinamo consumode alimento, bem como as exigências de energia e de aminoácidos
necessáriasparaaexpressãodopotencialgenéticodecadalinhagemgenética(Emmans,1999,
1997).
Em um ambiente termoneutro, presume-se que um animal imaturo precisa de energia
somenteparaamantença,oqueincluialgumaatividadefísica,bemcomoparaaretençãode
proteínaelipídios.Oconhecimentodasexigênciasdeenergiadeumanimalparamantençae
deposiçãodeproteínaelipídiospermiteestimarasuaexigênciatotaldeenergia.Quandonão
foi submetidoa restriçãonutricional,estaexigênciapodeserexpressacomouma funçãodo
seu peso proteico (Emmans, 1997), uma vez que estes componentes e o potencial de
crescimento dos animais estão intimamente relacionados (Gous et al., 1999). E, quando a
energiaéprimeirorecursolimitante,assume-sequeoanimalvaitentarconsumiraquantidade
dealimentonecessáriaparasuprirsuaexigênciadeenergia(Emmans,1997).Portanto,parece
razoávelproporqueoconsumodealimentoeasexigênciasnutricionaisdeumanimalpossam
serestimadosemfunçãodasuataxadecrescimentoecomposiçãocorporal.
4. Descrevendoogenótipo
Comomencionadonoitemanterior,oprimeiropassoparaestimarasexigênciasnutricionais
deumanimalédescreveroseugenótipoadequadamente,paraquesetenhaconhecimento
doseupotencialdecrescimento.ParaissoéutilizadaacurvadecrescimentodeGompertz,a
qualébaseadaemtrêsparâmetrosbiologicamentesignificativos: taxadematuração,opeso
daaveemumdadomomentonotempo,eseupesoàmaturidade.
Quando falamos em potencial de deposição de proteína, utiliza-se esta mesma curva de
crescimento, porém os parâmetros são em função da proteína corporal. O potencial de
deposiçãodeproteínadepende,portanto,doestadoatualdaave,esóseráalcançadoseaave
consumir quantidades adequadas de nutrientes, caso contrário a deposição de proteína
corporalserámenordoqueoseupotencial.
As penas, por constituírem uma grande percentagem do corpo das aves, e por possuírem
composiçãodeaminoácidosdiferentesdaquelasdorestantedocorpo,tambémdevemterseu
potencialdedeposiçãodeproteínaconsideradonomodelo.Comoestavariávelédefinidapela
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genéticadaave,elatambémpodeserdescritaporumafunçãodeGompertz.Osparâmetros
dessafunçãosãoosmesmos,porémsãoemfunçãodaproteínadaspenas.
Todosessesparâmetros,tantodeproteínacorporal,comodaspenas,sãoobtidosatravésdo
ajustedosdadosdeumasériedeabatessequenciaisaummodelonão-linear(Hancocketal.,
1995).
Para descrever o potencial de deposição de lipídio corporal, a metodologia utilizada é
diferente, uma vez que a deposição de lipídios em aves é influenciada pela composição da
dieta. Segundo Emmans (1981), para estimar a deposição de lipídio desejada, deve-se
estabelecer a sua relação com o potencial de deposição de proteína, utilizando-se um
coeficiente alométrico (Emmans e Kyriazakis, 1999). Esta relação permite estimar a
composiçãolipídicadesejadadeumgenótipoespecífico.
Comoadeposiçãodelipídioséinfluenciadaporfatoresnutricionaiseambientaisepeloestado
corporal atual, esta metodologia permite que seja determinado o ganho compensatório. E
também, o conceito demanter uma composição de lipídio desejada permitirá à ave utilizar
suasreservascorporaisaqualquermomentoparasuprirsuasexigênciasdeenergia,quandoa
dietafordeficienteemenergia.
Os demais componentes corporais, água e cinzas, também são descritos por relações
alométricasemfunçãodaproteína,umavezque,sobcondiçõesnão-limitantes,aproporção
relativadecinzaseáguanocorponãovariamuitoentreossexosouentreosgenótipos(Gous
etal.,1999).
Oganhodepesodocorpovazio, istoé, carcaça compenase semconteúdo intestinal,num
determinado dia é calculado como a soma da deposição de cinco componentes: proteína
corporal, lipídio, água, cinzaseproteínadaspenas. Paraestimaropeso corporal atual, este
ganhoésomadoaopesodecorpovaziododiaanterior.
Similaraopesocorporalatual,cadacomponentecorporalédeterminadopelasomadoestado
atual, seja proteína, lipídio, água, cinzas ou a proteína das penas, com suas respectivas
deposições.
Todos os parâmetros necessários para descrever as linhagens genéticas que constam no
AVINESP foram obtidos a partir de estudos realizados no Laboratório de Ciências Avícolas
(Lavinesp)daFCAV/Unesp,JaboticabaleestãoapresentadosnaTabela1.
Tabela1.ParâmetrosdecrescimentodosestudosrealizadosnoLavinesp,FCAV/UNESP
ParâmetrosCobb Ross Hy-
LineBrown
Hy-LineWhite
HisexBrown
HisexWhiteMacho Fêmea Macho Fêmea
B 0,047 0,050 0,037 0,44 0,025 0,028 0,026 0,026
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5. Estimandooconsumodesejado
O conceito do consumo desejado pressupõe que a ave ingere a quantidade de alimento
necessária para suprir as exigências do nutrientemais limitante, seja estes aminoácidos ou
energia.
Paradeterminarasexigênciasdeenergia,omodeloaplicaoconceitodeenergiaefetiva,tanto
paramantença,quantoparacrescimento.
A produção de calor de mantença pode ser estimada como uma função da quantidade de
proteínaatualenamaturidade,eaexigênciaenergéticademantença,de1,63MJporunidade
demantençadiária(EmmanseFisher,1986).
Para estimar a exigência de energia efetiva para crescimento, deve-se considerar a energia
necessáriaparaadeposiçãodeproteína tantonocorpo,quantonaspenas,bemcomopara
deposiçãodelipídios.
Quandoaproteínaouumaminoácidoessencialespecífico,éoprimeirocomponentelimitante
deumadieta,oconsumodesejadoserábaseadonaexigênciadeproteína(aminoácido)eno
teordeproteína(aminoácido)dadieta.Paradeterminaraquantidadedealimentonecessária
paraumpotencialdecrescimento,oconteúdodeaminoácidosdigestíveisdisponíveldeveser
conhecido.
As exigências de aminoácidos baseiam-se no somatório das exigências de mantença e
deposiçãodeproteínadivididapelasuarespectivaeficiênciadeutilização,ouseja,quantodo
aminoácidoconsumidoédepositado,tantoparaocorpo,quantoparaaspenas.
Os componentes de mantença e crescimento corporal foram divididos em proporções
específicasparaocorpolivredepenasepenas,umavezqueascaracterísticasdecrescimento
daspenas sãodiferentesdo restodo corpoe são influenciadospela genética, sexoe idade,
entreoutros fatores (Emmanse Fisher, 1986).Asexigênciasdeproteínaparamantençadas
penas são consideradas proporcionais às perdas de penas (Martin et al., 1994), ou seja,
0,01g/gdepenasperdidasdiariamente(Emmans,1989).
O modelo adota a proposta de Emmans e Fisher (1986) para determinar as exigências de
mantençadeproteínacorporal,naqualseconsideraquesãonecessárias0,008gdeproteína
ideal por unidade de mantença. Esta exigência também está relacionada com o teor de
Pm 1042 666 1309 866 364 284 329 248LRPm 0,80 1,17 1,00 1,00 1,00 0,80 1,10 1,00Bf 0,040 0,042 0,035 0,036 0,027 0,028 0,029 0,030Pmf 303 233 483 395 155 144 143 124A(água/proteína) 1,74 1,74 1,74 1,74 1,82 1,82 1,82 1,82B(água/proteína) 0,92 0,92 0,92 0,92 0,82 0,82 0,82 0,82
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proteína corporal, o que é mais apropriado para expressar as exigências, já que o teor de
lipídiospodeserdiferente,mesmoentreavescompesossemelhantes.
A fim de determinar as exigências de aminoácidos para o crescimento, a equação fatorial
considera o perfil de aminoácidos da proteína tanto do corpo, quanto das penas, e 80%de
eficiênciadeutilizaçãodeaminoácidosparadeposiçãonocorpoenaspenas.Omodeloestima
as exigências dos seguintes aminoácidos: lisina, metionina, metionina+cistina, treonina,
triptofano,isoleucina,leucina,valina,fenilalanina,histidinaearginina.
6. Estimandooconsumovoluntário
Oprincípioutilizadoparaestimaroconsumoderaçãonomodelo,propostopelaprimeiravez
porEmmans(1981),assumequeaavesealimentaparasuprirseupotencialdecrescimento,
considerandosuaslimitaçõesdecapacidadefísicadeingestãoefatoresambientais.
Alimitaçãodacapacidadefísicadeingestão,sereferebasicamenteaoteordefibradadieta,
especialmente durante as fases iniciais de crescimento. Para determinar o efeito da fibra
dietética sobre o consumo de ração, uma meta-análise foi realizada pelo Gnutrim,
considerandoquatroestudos(Bellaveretal.,2004;Montazer-Sadeghetal.,2008;Nascimento
etal.,1998;Saraetal.,2009).Nessesestudos,frangosdecorteforamalimentadoscomdietas
comdiferentesteoresdefibradietéticatotal.Areduçãodoconsumodeavesalimentadascom
dietascomníveiscrescentesdefibrastotaisfoiexpressacomoumaporcentagememrelaçãoa
umadietacontrole(dietaconvencionalcontendomilhoefarelodesoja).Osdadosderedução
deconsumoforamregredidoscontraoteordefibradietéticatotal,obtendo-seumaequação
que estima a redução do consumo em função da porcentagem de fibras dietéticas totais,
sendoessa:
rFI=[100+(17.6+0.52x(36–TDF))]/100(%)
Onde:rFI=reduçãonoconsumo;eTDF=fibradietéticatotal.
Um aspecto que deve ser considerado nomodelo é a hipótese confirmada por Gous et al.
(2012) de que as aves de todas as idades são capazes demanter a relação lipídio:proteína
corporal determinada pelo seu potencial genético através de mecanismos de regulação de
longoprazo.Portanto,oconsumoderaçãodependerásempredacondiçãoatualdaave.De
acordocomesta teoria,que foipropostapelaprimeiravezporEmmans (1981),quandoum
animal tem mais gordura do que a relação lipídio:proteína determinada geneticamente, a
quantidadeextradelipídiosseráutilizadacomofontedeenergia.
Em um estudo recente, Gous et al. (2012) observaram que, quando os frangos foram
alimentados comumadieta comalta relaçãoproteína:energiametabolizável, as reservasde
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gordura aumentaram a princípio. No entanto, como um mecanismo de regulação dessa
reserva,oconsumoderaçãofoireduzido,resultandonadeposiçãodelipídiosnegativadevido
àmobilizaçãodasreservasdegorduracorporal.Quandoaavejánãoapresentavaoconteúdo
excessivodelipídioscorporal,consumodeenergiaaumentounovamente.
Noentanto,deve-senotarqueosefeitosexternos,taiscomotemperaturaambienteedesafios
sanitários, podem limitar o consumo de ração. Estes resultados são consistentes com a
hipótesedequeexisteumníveldereservadegorduradesejadoequeaaveécapazdemantê-
lo.
Os desafios imunes afetam a homeostase do corpo e, consequentemente, as exigências
nutricionais de mantença (Latshaw, 1991). Além disso, as mudanças no consumo diário de
ração e ganho de peso médio diário (Marcq et al., 2011; Quinteiro-Filho et al., 2012) e a
eficiênciaalimentar(Marcqetal.,2011)dependemdotipodedesafiosanitárioimposto.
Existemaindamuitaslacunasquandoseconsideraadeterminaçãoquantitativadosefeitosdos
desafiosimunesnamantença,taxadecrescimentoeeficiênciaalimentar.Porestemotivo,foi
realizada uma meta-análise das respostas de desempenho de aves submetidas a desafio
imunológicopordiferentesbactériasentéricas.Obancodedadosinclui60artigospublicados
entre1997e2012(moda:2006),comumtotalde86.300aves.Ameta-análisemostrouqueas
avesdesafiadascomClostridiumspp,EscherichiacolieSalmonellassp.reduziramoconsumo
em15%,7%e9%,eataxadecrescimentoem40%,10%,e29%,respectivamente.
Na tentativa de explicar osmecanismos responsáveis por essas reduções, o ganho de peso
médiodiáriofoiregredidocontraoconsumomédiodiárioderação.Osdadosdeconsumode
raçãoeganhodepesodasavesdesafiadasforamtransformadosemporcentagensrelativasao
tratamentocontrole(nãodesafiado)afimdereduziravariaçãoentreosestudosavaliados.Foi
observadoqueareduçãodoganhodepesomédiodiárionãoestárelacionadacomaredução
doconsumomédiodiárioderação,masquetodososdesafiostiveramumefeitoimportante,
aumentandoasexigênciasdemantença.
Comonãohá informaçõesconsistentessobreasexigênciasdemantençadeavescriadasem
máscondiçõessanitárias,enossameta-análisemostroupoucoefeitodadoençanamantença,
decidiu-se usar um aumento nãomaior de 20% das exigências de mantença. Este ajuste é
aplicadoapenasparaasexigênciasdemantençadeenergia.
Omodelo tambémutiliza umperfil sanitário para ajustar a taxa de crescimento. Esse perfil
representaoestado sanitáriodaaveepode sermodificado.Combasenameta-análise,um
valormédio (20%) foiadotado, representandoa reduçãomáximada taxadecrescimentona
presençadedesafiosanitário.Assim,ocoeficientedesaúdedoperfiléutilizadoparareduzira
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taxadecrescimentoe,porconseguinte,asdeposiçõesdeproteínaelipídioseoconsumode
ração,emconformidade.Quantopioroestadodesaúde,maisseverasserãoessasreduções.
A temperatura ambiental é outro fator externo que afeta o consumode ração, e a taxa de
crescimento,umavezqueelainfluenciaaproduçãodecalorcorporaldasaves,sendoassim,a
estimativa de produçãode calor total de uma ave, considerando tanto os fatores dietéticos
quantoosambientais,permitedeterminaroconsumoderação.
Quandoaproduçãodecalortotaldaaveestáentreaperdadecalormáximaemínimadiária,
o consumo não é afetado. No entanto, a produção de calor fora desse intervalo afeta o
consumoderação,umavezqueesteéusadocomoummecanismoderegulaçãoparamanter
ahomeostasedecalorcorporal.Alémdatemperaturaambiente,aproduçãodecalorcorporal
podeserinfluenciadapelaumidaderelativaevelocidadedoar.
Aperda totalde caloréa somados componentesdaperdade calor sensível eevaporativa.
Portanto, para estimar as perdas de calor máxima emínima, as perdas de calor sensível e
evaporativa máxima e mínima devem ser determinadas. O conceito de Emmans (1989) foi
adotadoparaestimarasperdasdecalormáximaemínima,onde,parasecalcularaperdade
calor total, a produção de calor pode ser particionada em perdas de calor sensível, a qual
permiteconsideraroefeitodeempenamento,eevaporativa.Aperdadecalorevaporativaé
mínima e constante para um determinado peso corporal a baixas temperaturas e pode
representaraté20%daproduçãodecalortermoneutra.Aperdadecalorevaporativamáxima
geralmenteéconstanteemuitasvezesmaiordoqueamínima.
Paradeterminarosefeitostérmicosdoambientesobreataxadecrescimentoeconsumode
ração,aproduçãototaldecalorécomparadacomaperdadecalortotalmáximaemínima.A
produçãodecalor totalécalculadacomoadiferençaentreaenergiaconsumidaeaenergia
retidaparadeposiçãodeproteínaegordura.
Acomparaçãodaperdadecalortotalmáximaoumínimacomaproduçãodecalortotalindica
seasavesestãocomcalor,comfrioouconfortáveis,epermitequesejacalculadooconsumo
deraçãovoluntárioeastaxasdecrescimentoadequados.Quandoocalorproduzidopelaave
émaiordoquesuaperdadecalormáximaparaoambiente,aaveestácomcalore,porisso,
tentaráreduziraproduçãodecalortotalatéqueseigualem.Nestecaso,oconsumoderação
diminuiráparamanteroequilíbriodaproduçãodecalor.
Oimpactodareduçãodoconsumoderaçãonadeposiçãodeproteínaelipídiosdependesea
ingestão de aminoácidos ainda será suficiente para atender às exigências do potencial de
deposiçãodeproteína(ouaminoácidos).
A deposição de gordura é estimada como a diferença entre a energia ingerida e a energia
retida para a deposição de proteína e perdida na forma de calor. Quando a quantidade de
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calor perdida é maior do que a produção de calor, a ave está com frio. Neste caso, será
necessáriocaloradicionalparamanteratemperaturadocorpoeassegurarqueaproduçãode
calor total se igualeàperdade calor totalmínima.Adiferençadeenergiaentreaperdade
calor total mínima e a produção de calor total, sob condições termoneutra, implicará num
consumoderaçãoextra.Seasomatóriadoconsumoderaçãoatualeextraformaiordoqueo
consumo de ração corrigido para capacidade física (máximo possível), então o consumo de
raçãoirádiminuirparaomáximopossívelpelacapacidadefísica,easdeposiçõesdeproteínae
lipídiosserãoajustadasemconformidade,comopreviamentediscutido.
7. SoftwareAvinesp
O software Avinesp pode ser usado pela indústria de aves como uma ferramenta para
descrever o crescimento e o requerimento nutricional de diferentes linhagens considerando
seus potenciais genéticos (frangos de corte e frangas em crescimento) utilizando uma
determinada dieta e ambiente. É possivel também fazer a calibração do potencial genético
permitindoaousuárioavaliarsuaprópriarealidade,ajustandoomodelocomosdadosreaisda
granja.
Para demonstrar o uso de Avinesp, utilizamos alguns dados nutricionais e de desempenho
obtidosdeumagranjacomercial.Quatropassossãonecessáriosparadefinireexecutaruma
simulação. O primeiro passo requer a entrada das dietas e do programa de alimentação,
atravesdeuma ferramentade formulaçãoque foi recentemente implementadanosoftware
para formular as dietas. Para esta simulação, formulamos dietas de acordo com os
requerimentosnutricionaiseingredientesutilizadosnagranjalocal.
Em uma segunda etapa, é definida a linhagem genética, escolhendo uma das linhagens
genéticas registradas no software sem ajustes ou realizando uma calibração com base nos
dadosobservados, ajustandoa curvade crescimentoauma situaçãoespecífica, esse ajuste,
permiteaousuárioutilizaroAvinespcomoumaferramentadediagnósticoeauxilionatomada
dedecisões.Nesteexemplo, foi selecionadoa linhagemCobbeumacalibração foi realizada
combasenosdadosfornecidosporumagranja(Figura1).
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Figura 1 – Curva de crescimento antes (esquerdo) e depois (direito) dos passos de calibração. Peso
corporalobservado(linhareta)epesocorporalestimado(linhasegmentada).
Naterceiraetapa,édefinidaacondiçãoambientaldiária.Épossívelajustaraumidaderelativa,
adensidadedealojamento, temperatura,velocidadedoar,alturaea saturaçãodacamade
acordocomarealidadedagranja,oupodeserutilizadoobancodedadoscontidonoAvinesp,
queestáprogramadoparaumacondiçãodetermoneutralidade.
Finalmente, o usuário escolhe o programa de alimentação e o perfil do animal (o perfil
genético cadastrado no Avinesp ou o perfil calibrado), então executa uma simulação. O
Avinesp simula o crescimento de um indivíduomédio de uma população e apresenta como
resultadosdasimulaçãodadosembasediária:
- Composição corporal: peso corporal, pesodepenas, proteína corporal, proteína depenas,
lipídios,águaecinzas(gramas/dia).
-Potencialgenéticodedeposição:proteínaselipídioscorporais,eproteínadepenas.
-Requerimentodeenergiaefetiva(EE):requerimentosdiáriosdeEEparamanutença,proteína
eretençãodelipídios,emkJpordia(Figura2).
Figura2-Partiçãodorequerimentodeenergiatotaldeumfrango(kJ/ave/dia)
-Requerimentodosaminoácidos(mg/ave/dia).
- Requerimento dos aminoácidos (porcentagem da ração): a ingestão real de ração é
considerada para determinar a quantidade de aminoácidos que devem ser adicionados na
raçãoparaatenderasexigências(Figura3).
0
500
1000
1500
2000
2500
0 7 14 21 28 35 42
EnergiaEfey
va(kJ)
Idade(dia)
RequerimentodeEEEEparamantençaEEpararetençãodeproteínaEEpararetençãodelipidio
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Figura3–Requerimentodeaminoácidosemporcentagemdadietaparafrangosdecorte.
-Desempenho:ingestãoderaçãodesejada,ingestãoderaçãoreal,ganhodepesocorporale
conversãoalimentar,conformedemonstradonaTabela1.
Tabela1.Desempenhodeumindivíduomédio(g/ave/dia)emfunçãodaidade
Idade(dia)
Consumoderaçãodesejado
Consumoderaçãoreal
Ganhodepesocorporal
Conversãoalimentar
7 37,10 33,02 28,57 1,1614 82,32 65,62 48,44 1,3521 146,86 106,02 68,18 1,5528 184,34 145,04 88,73 1,6335 207,92 197,49 111,29 1,7742 218,02 218,02 108,17 2,02
-Produçãodecalor:calculaaproduçãomáximaemínimadecalor,aproduçãorealdecalore
aproduçãodecaloremumacondiçãotermo-neutra.
- Deposição Real vs. Desejado: deposição real e desejada de proteínas e lipídios no corpo
(Figura4).
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Figura4–Deposiçãodesejadoerealdeproteínaelipídiodefrangodecorte.
8. AplicaçãodoAvinesp
ParademonstraraaplicaçãodoAvinespseráapresentadoumasimulaçãodoefeitodasube
superalimentaçãodeproteínanacomposiçãocorporaldefrangosdecorte.
Naproduçãocomercialde frangosdecorte,normalmenteosprogramasdealimentaçãosão
divididos em fases, utilizandode três a cincodietas ao longodo ciclo deprodução. Comoa
ingestãodealimentosaumentaàmedidaqueosfrangosdecortecrescem,aconcentraçãode
proteína necessária é reduzida, porém é impraticável reduzir diariamente a concentração
dietética,assimousodeumprogramadealimentaçãoprogressiva.
Sendo formuladasdietasqueatendamo requerimentomédiodosnutrientespara cada fase
(Figura2), consequentemente,asaves recebemnutrientes comnível subótimono inícioda
faseenofinalrecebem-noemexcesso.Natentativadeatenderorequerimentodoprimeiro
limitante (aminoácidos), as aves aumentam o consumo e consequentemente há excesso de
energia consumida que é depositada como lipídio corporal. A eficiência alimentar é ruim
duranteesteperíodo.Àmedidaque cada faseprogride, o subfornecimentodeaminoácidos
torna-semenoratéumpontoemquetornar-seexcessivoemrelaçãoàexigência.Nesteponto,
a ave é capaz de utilizar os suprimentos excessivos de lipídios corporais para obter grande
parte da energia necessária e melhorar a eficiência alimentar. Esta tendência é observada
principalmentecomaproteína,umavezqueaexigênciadeenergiaaumentacomaidadedas
aves. Assim, os períodos em que as aves recebem dietas com menores concentrações de
proteína (aminoácidos)emrelaçãoaorequerimento, resultamemaumentonadeposiçãode
gorduracorporal.
180
Figure2.Concentraçãodosnutrientesfornecidosasavesusandosistemadealimentaçãodetrêsfases.
Comoobjetivodeelucidaroefeitodosubesuperfornecimentodeproteínanacomposição
corporaldefrangosdecorte,oModeloAVINESPfoiutilizadoparaarealizaçãodesimulações
dediferentesprogramasnutricionais.
Foramsimuladosseisprogramasdealimentação,divididosemtrêsfases:Inicial(1a21dias),
Crescimento (22 a 35 dias) e Final (35 a 42 dias), dois níveis de energia com três níveis de
proteínaparacadafase(Tabela2).
Tabela2.Programadealimentaçãoemfunçãodaidade(dias)enívelenergia(Kcal/kg)eproteína(%)
utilizadoemcadasimulação
Programas Inicial(1a21d) Crescimento(22a35d) Final(35a42d)1–AE/AP 3250EM/26PB 3350EM/24PB 3400EM/22PB2–AE/MP 3250EM/22PB 3350EM/20PB 3400EM/18PB3–AE/BP 3250EM/18PB 3350EM/16PB 3400EM/14PB4–BE/AP 3050EM/26PB 3150EM/24PB 3200EM/22PB5–BE/MP 3050EM/22PB 3150EM/20PB 3200EM/18PB6–BE/BP 3050EM/18PB 3150EM/16PB 3200EM/14PB
Oconsumoderaçãodesejado(DFI)paracadaprogramadealimentaçãosimuladoémostrada
nafigura3.
181
Figura3.Consumoderaçãodesejadaemfunçãodaidadeparacadaprogramadealimentaçãosimulado.
AcomposiçãodadietainfluenciadiretamenteoDFI,umavezqueaavetentaconsumirração
suficiente para tentar atender à exigência doprimeiro limitante.Assim, as dietas combaixa
proteína(programa3-AE/BPe6-BE/BP)resultamemmaioringestãoalimentar(DFI)(Figura3)
e ingestão de EM, consequentemente,maior deposição de lipídio corporal. Além disso, nos
programascombaixaproteínaaavenãoconsegueconsumir lisinasuficienteparaatendero
requerimento,assim,hátambémumareduçãonadeposiçãodeproteínacorporal (Figura4).
Gous et al., (1990) relatam que as aves alimentadas com dietas desbalanceadas, em que a
energianãoéaprimeiralimitante,retêmoexcessodelipídio.
182
Figura4.Requerimentode lisina(linhapontilhada),concentraçãode lisinanadieta(linhatracejada), ingestãode lisinacorrigidapelaDFI (linha)econteúdodeproteína
corporal(linhacinza)(A),edeposiçãolipídicaatual(DLa),deposiçãolipídicadesejada(aLD),requerimentodeenergiametabolizável(MEr)eingestãoenergiametabolizável
(MEi) (B) para cada programa de alimentação em função da idade.
A
B
183
Osprogramas4-BE/APe5-BE/MP(EMbaixaePBaltaemédia)proporcionaram ingestãode
EM próxima aos requerimentos (Fig 4) e deposição de gordura de acordo com o potencial
genético.Oprograma5-BE/MP(MEbaixaePBmédia)forneceuEMelisinadeacordocomos
requerimentos (Fig 3 e 4), consequentemente maior deposição de proteína corporal e
deposiçãodegorduradeacordocomopotencial genético (Fig4).Estes resultadosmostram
quando EM/PB é adequada, a deposição de gordura no corpo é de acordo como potencial
genético.
O efeito do sub e superalimentação em cada fase de alimentação (Figura 2) pode afetar a
composição corporal, comoobservadonosprogramas1-AE/AP,2-AE/MPe5-BE/MP.Háum
aumentonoconsumodeenergia,principalmentequandoháatrocadefasedasdietas,ecomo
consequência há umamaior deposição de lipídio corporal (figura 4). Emmans, 1981 relatou
que as reservas lipídicas corporais são transitórias, mudando em função do nível de
alimentação,daalimentaçãooferecidaanteriormenteedascondiçõesambientais.Alémdisso,
o crescimento de frangos com acesso ad libitum ao alimento e com baixa relação de
aminoácidos limitantes e energia, levammais tempo e consomemmais energia para atingir
umdeterminadopeso,alémdepossuíremmaisgorduracorporal(Jacksonetal.1982,Gouset
al.,1990).
O consumo de ração definirá a quantidade de proteínas e lipídios que serão depositados a
cadadia,masoconsumoporsuavezédependente,entreoutrosfatores,doestadodoanimal
atual (Gous et al., 2012). Na figura 4 há uma pequena variação na deposição de proteína
corporalentreosprogramas1-AE/AP,2-AE/MP,4-BE/APe5-BE/MP,excetoparaosprogramas
3-AE/BPe6-BE/BP,devidoabaixaconcentraçãodeproteínanadietaemtodosas fases, fez
com que a deposição de proteína corporal fosse menor que o observado em outros
programas.Alémdisso,oprograma3-AE/BPmostrouamaiordeposiçãolipídica,umavezque
asavesaumentaramoconsumoderaçãoparaatingirorequerimentodelisinaeosprogramas
1-AE/AP, 4-BE/AP e 5-BE/MP apresentarammenor deposição lipídica, uma vez que a dieta
fornecemlisinaeenergiaparaatenderosrequerimentos.
Dessa forma,observa-seque aproporçãode EM:AAs afeta a composição corporal demodo
dinâmico,portantoonutricionista,utilizandoamodelagemcomoferramentadediagnóstico,
pode ajustar as formulações das dietas e tomar decisões sobre os níveis nutricionais para
frangosdecortevisandoamelhoraranodesempenho, reduçãonaexcreçãodenutrientese
aumentodolucro.
9. Consideraçõesfinais
184
OAvinespéummodelobaseadoemteoriasdecrescimentoedeconsumoderaçãoquesão
amplamenteaceitas,eutilizadasemoutrosmodelosdeavesesuínosdisponíveisnomercado.
Diferentemente de alguns modelos disponíveis para aves, com os mesmos propósitos, o
Avinesppermiteestimarocrescimentoeasexigênciasnutricionaistantodefrangosdecorte,
como de aves de postura em crescimento. O Avinesp também permite simular diferentes
cenários nutricionais, programas de alimentação, sanitários e ambientais, fornecendo
informaçõesquepodemserutilizadaspelasindústriaseprodutores.Assim,oAvinesppodeser
usadocomoumaferramentadediagnósticoparaatomadadedecisão,umavezquepermite
estabelecerumanutriçãomaisprecisaajustadaàsituaçãoespecífica.
10. Agradecimentos
OsautoresagradecemàFAPESPpelosuportefinanceiroparaelaboraçãodoSoftwareAvinesp
11. Referências
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