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SEVERINO CARLOS DA SILVA
SHEYLA IZIDIO PEREIRA VASCONCELOS
Português: Redação
EDUPE – 2016
Universidade de Pernambuco – UPE – 2016
Copyrigh@by Severino Carlos da Silva e Sheyla Izidio Pereira Vasconcelos
Este livro não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização do editor
Universidade de Pernambuco – UPE
Impresso no Brasil – Tiragem 1.000 exemplares
EDUPE
Av. Agamenon Magalhães s/n – Santo Amaro
Recife / PE – CEP: 50100-010 – Fone: (81) 3183-3724
Editora filiada à
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EDITORAS
UNIVERSITÁRIAS
SEVERINO CARLOS DA SILVA
Graduado em Letras pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.
Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Fundação de Ensino Superior de
Pernambuco – FESP. Mestre em Letras pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
Doutorando em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco –
UNICAP. Professor Assistente de Língua Inglesa, suas Literaturas e Prática de Ensino
de Língua Inglesa da Universidade de Pernambuco – UPE.
SHEYLA IZIDIO PEREIRA VASCONCELOS
Graduada em Letras – Língua Portuguesa e suas Respectivas Literaturas, pela
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
EDITORIAL
Caros Alunos,
O compromisso com a educação de todos que compõem a sociedade reflete a
prática fiel e cotidiana do exercício da cidadania.
Nós, que fazemos a Universidade de Pernambuco, buscamos, em nosso dia-a-
dia, através da implantação de projetos e de outros procedimentos, honrar esse
compromisso com vistas a inserir o homem em seu contexto social, celebrando a sua
dignidade, promovendo ações que resultem na construção do homem pelo próprio
homem.
Respaldada nesses propósitos e fundamentos, a Universidade de Pernambuco,
através do Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco- IAUPE, persiste numa
caminhada crescente, voltada a ampliar conhecimentos, especificamente nas áreas de
línguas materna, estrangeiras e da informática, por estar ciente da relevância que estas
assumem na contemporaneidade.
Considerado atividade de extensão universitária, o Programa de Línguas e
Informática-PROLINFO da Universidade de Pernambuco – UPE, em seu décimo-quarto
ano de existência, busca, através de seus objetivos e metas, perseverar nas vias da
qualidade.
A oferta de cursos nas áreas de Informática, Espanhol, Português e Inglês
comprova os princípios e a filosofia que permeiam o perfil de uma Universidade
visivelmente comprometida com a excelência em todos os segmentos dos quais se julga
partícipe.
Boa Sorte!
Prof. Carlos Silva
Coordenador-Geral PROLINFO
Universidade de Pernambuco - UPE
SUMÁRIO
LIÇÃO 1 Páginas
Linguagem ……………………………………………………………………………………………………... 9
LIÇÃO 2
O Texto …………………………………………………………………………………………………….19
LIÇÃO 3
A Coerência Textual ……………………………………………………………………………………… 29
LIÇÃO 4
Intertextualidade …………………………………………………………………………………………. 35
LIÇÃO 5
Os Géneros Textuais ……………………………………………………………………………………….40
LIÇÃO 6
A Tipología Textual ……………………………………………………………………………………… 47
LIÇÃO 7
Os Diferentes Discursos ………………………………………………………………………………….. 53
LIÇÃO 8
Os Textos Narrativo e Descritivo ………………………………………………………………………… 60
LIÇÃO 9
O Texto Dissertativo ………………………………………………………………………………………..66
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Lição 1
Linguagem
Toda atividade de interação humana é feita através da linguagem. É através dela
que os indivíduos praticam ações que englobam tanto a fala quanto a escrita, levando
em consideração o contexto sócio histórico em que os usuários estão envolvidos durante
o ato comunicativo. Para que isso ocorra, o homem tem à disposição uma série de
recursos: palavras, gestos, expressões fisionômicas, símbolos, sinais, sons, movimentos,
rabiscos, desenhos, pinturas, dança, etc.
A interação é a base da vida em sociedade. A linguagem e a sociedade relacionam-
se intimamente: uma não existe sem a outra. O desenvolvimento humano e o avanço das
civilizações dependeram principalmente da utilização da linguagem.
A linguagem é um sistema sofisticado de interação que revela a capacidade do ser
humano de criar um conjunto de signos para representar as entidades (pensamentos) da
nossa realidade.
A linguagem é, ao mesmo tempo, um elemento da cultura e a condição para que
exista cultura.
A linguagem é um fenômeno universal e tem como objetivo principal a interação
entre indivíduos, sendo socialmente construída e transmitida culturalmente.
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Tipos de linguagem
A linguagem pode ser:
Verbal:
Quando utiliza palavras faladas ou escritas.
Não verbal
Aquela que utiliza outros signos que não são as palavras, como gestos, movimentos,
pinturas, sinalizações e imagens.
Mista
Aquela que utiliza palavras faladas ou escritas e outros signos diferentes das palavras,
como as histórias em quadrinhos, o cinema e a televisão. O termo multimídia, de
criação e uso recentes, define o emprego simultâneo de diversas linguagens.
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A língua
A língua é um tipo de linguagem. É a única modalidade
de linguagem que utiliza palavras. De fato, língua é um
fenômeno social à disposição das pessoas que compõem uma
comunidade. É um código formado por palavras e leis
combinatórias por meio do qual as pessoas podem se
comunicar e interagir.
Em outras palavras, as línguas são sistemas de
comunicação criativos, arbitrários, pois seguem regras, fundamentalmente orais,
complementarmente gráficos, complexos e irregulares.
Modos de uso da língua
Há dois modos distintos de utilização da língua: a modalidade escrita e a oral. A
modalidade oral, diferente da escrita, implica um conjunto de recursos, ausentes na
escrita, que auxiliam o falante na comunicação linguística. Entre as diferenças mais
marcantes entre as duas modalidades estão:
Oral Escrita
Interlocutor presente Interlocutor ausente
Feedback instantâneo Sem feedback instantâneo
Mais dependente do contexto situacional Menos dependente do contexto situacional
Espontânea Planejada
Períodos mais curtos Períodos mais longos
Mais livre das regras Submissa às regras
Presença de cacoetes Ausência de cacoetes.
Lembrando que a fala não é menos importante do que a escrita. De acordo com
Marcuschi (1997), “Na sociedade atual, tanto a oralidade quanto a escrita são
imprescindíveis. Trata-se, pois, de não confundir seus papéis e seus contextos de uso.”
Ou seja, o falante deve observar a situação em que utilizará a língua e escolher a
modalidade que julgar mais adequada.
Muita calma nessa hora! A língua é um TIPO de linguagem! Não podemos confundir uma com a outra. Linguagem é toda forma de interação!
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Pratique!
Quando uma pessoa interage com outras, seja por meio de uma linguagem verbal ou
não, sempre há uma intenção. Faça, em um pequeno comentário, uma análise do
cartoon abaixo.
Cartoon: El Roto. El País, 9 de Dezembro de 2012
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A Variação Linguística
“Ela [a língua] é dinâmica, plástica, aberta, em contínuo movimento, e não há
dicionário ou gramática
que consiga congelá-la”
Carlos Alberto Faraco
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Existem algumas situações em que notamos que a língua se apresenta de
maneira diferente daquela que estamos habituados a ouvir. Essa distinção aparece de
diversos modos: na morfologia, na sintaxe, na escolha vocabular e até mesmo na
pronúncia de alguns vocábulos. As diferenças que ocorrem no interior da língua, seja
qual for a língua, são absolutamente normais e acontecem porque estas são sistemas
dinâmicos e sensíveis a alguns fatores como o sexo, a idade, a região, o grau de
formalidade (entre outras coisas).
O que ocorre com muita frequência hoje é que os falantes das variedades
linguísticas mais prestigiadas tem uma tendência a considerar ‘erradas’ outras
variedades que não conhecem e que sejam diferentes da sua.
Sob a ótica da linguística, nada nas variedades linguísticas permitem considera-
las feias ou bonitas, erradas ou certas, melhores ou piores e assim por diante.
O que uma variante deve ser é adequada a um determinado contexto em que irá
ser utilizada.
Uma língua não é falada uniformemente por seus usuários. Dentro de uma
mesma língua há vários falares, e suas diferenças recebem influências direta da história,
dos grupos e da região, da época e até mesmo do contexto político-econômico-social.
Há variações também até na fala de um mesmo indivíduo.
Entre as variedades da língua existe uma que tem maior prestígio: a norma padrão,
também conhecida como a norma culta. É nessa variedade que as comissões de
vestibulares se baseiam para elaborar seus exames. As demais variedades – como a
gíria, o jargão de grupos profissionais – são chamadas de variedade não padrão ou
norma coloquial.
O nosso dever enquanto usuários da língua é sermos poliglotas dentro dela. Nós
devemos conhecer suas variações e saber em situação uma ou outra será a mais
adequada ao contexto em que estivermos inseridos.
Tipos de Variações Linguísticas
Variação Geográfica ou Regional
Representa a variação que ocorre entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a
mesma língua. É o caso do Português do Brasil e o de Portugal ou os falares gaúcho,
nordestino, carioca, etc.
Fique ligado!
O preconceito linguístico é uma forma de discriminação que deve ser enfaticamente
evitada.
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Variação de Idade
Representa as variações decorrentes da diferença no modo de usar a língua de pessoas
de idades diferentes. Uma criança, por exemplo, não se expressa da mesma maneira que
um adulto e o adulto não se expressa da mesma forma que o idoso.
Variação de Sexo
Representa as variações de acordo com o sexo de quem fala. A mulher (Comprei um
blusinha linda!) não fala igual ao homem (Comprei uma camisa transada!).
Variação Histórica
O modo como se falava há alguns anos é diferente do modo como falamos hoje. Antes,
utilizávamos a expressão ‘vosmecê’, depois de um tempo mudou para ‘você’, hoje já
vemos sem muito choque a palavra ‘vc’.
Variação Social
A língua será empregada de diferentes formas de acordo com a classe ou o grupo social
no qual o individuo está inserido. Um juiz falará de maneira diversa de um surfista, por
exemplo. Há que se observar ainda que alguns fatores influenciam a maneira como cada
usuário fará uso da língua como: fatores de ordem econômica, acesso a educação de
qualidade, a museus, cinemas e etc.
Como vimos, a língua é não homogênea, pois varia no espaço e muda ao longo
do tempo, porque é própria do ser humano essa constante mudança, o que acaba
refletindo na língua. Nós somos a língua viva e a mesma é alma do povo brasileiro.
Pratique!
Texto 1
É um mito a pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os
níveis. Isso é uma idealização. Todas as línguas apresentam variantes: o inglês, o
alemão, o francês, etc. Também as línguas antigas tinham variações. O português e
outras línguas românicas provêm de uma variedade do latim, o chamado latim vulgar,
muito diferente do latim culto. Além disso, as línguas mudam. O português moderno é
muito distinto do português clássico. Se fôssemos aceitar a ideia de estaticidade das
línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um erro e, portanto, deveríamos
voltar a falar latim. Ademais, se o português provém do latim vulgar, poder-se-ia
afirmar que ele está todo errado.
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos:
há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou noutra, os que têm
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esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O
uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses
grupos, dá uma identidade para seus membros. Aprendemos a distinguir a variação.
Quando alguém começa a falar, sabemos se é do interior de São Paulo, gaúcho, carioca
ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que
determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais.
Saber uma língua é conhecer variedades. Um bom falante é "poliglota" em sua própria
língua. Saber português não é aprender regras que só existem numa língua artificial
usada pela escola.
As variantes não são feias ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou
elegantes; são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.
"Nosso homem simples do campo" tem dificuldade de comunicar-se nos diferentes
níveis do português não por causa da variação e da mudança linguística, mas porque lhe
foi barrado o acesso à escola ou porque, neste país, se oferece um ensino de baixa
qualidade às classes trabalhadoras e porque não se lhes oferece a oportunidade de
participar da vida cultural das camadas dominantes da população.
(FIORIN, José Luiz. In: Atas do I Congresso Nacional da ABRALIN. Excertos.)
Nas questões de 1 a 3, escreva (V) para as proposições que julgar verdadeiras e (F) para
as que julgar falsas.
1. Pela compreensão global do Texto 1, podemos afirmar que o autor:
( ) Critica, no português moderno, o fato de ele ter-se modificado ao longo do
tempo, distanciando-se de sua forma clássica.
( ) Considera que o bom falante do português é aquele que, tendo frequentado a
escola, domina as regras da gramática normativa.
( ) Estabelece uma relação entre um fato linguístico – a existência de variantes
linguísticas – e um fato social – a divisão das sociedades em grupos.
( ) Considera a variação linguística como um fenômeno típico das línguas
românicas, o que as diferencia das outras línguas.
( ) Percebe o uso de determinada variante linguística como um dos meios através
dos quais o indivíduo se identifica como membro de um grupo.
2. Sobre a relação entre o conhecimento linguístico e o ensino escolar, a posição do
Texto 1 é a de que:
( ) A escola é o lugar em que esse conhecimento é sistematizado e apreendido em
sua totalidade.
( ) A escola possibilita ao aluno o conhecimento de normas gramaticais, mas isso
não significa necessariamente o domínio de todos os usos de uma língua.
( ) Há um conjunto de regras que apenas de mantém na língua ensinada na escola.
’Saber português’ é algo que se esgota pelo conhecimento dessas regras.
( ) É do ensino escolar que restringe a gramática da língua ao uso padrão que
resulta o ‘indivíduo poliglota em sua própria língua’.
( ) É no ambiente escolar que as variantes são evidenciadas e trabalhadas.
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3. A análise feita no Texto 1 sobre a variação linguística permite ao leitor inferir
que: ( ) O fato de um camponês apresentar dificuldade de comunicar-se nos diferentes
níveis do português deve-se prioritariamente às variantes linguísticas.
( ) A existência da língua portuguesa é uma prova da não estaticidade das línguas,
neste caso do latim.
( ) As línguas não somente variam com o passar do tempo mas também com as
diferenças de grupos sociais.
( ) Algumas variantes, mais populares, são amostras de como o português é falado
fora de um padrão que é correto, bonito e elegante.
( ) A variação das línguas não é um fenômeno exclusivamente linguístico; é
também um fenômeno social.
41. Tendo em vista que as gírias compõem o quadro de variantes linguísticas
ligadas ao aspecto sociocultural, analise as frases abaixo, indicando o significado de
cada termo destacado de acordo com o contexto:
a) Possivelmente não iremos à festa. Lá, todos os convidados são patricinhas e
mauricinhos!
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b) Nossa! Como meu pai é careta! Não permitiu que eu assistisse àquele filme.
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c) Os namoros resultantes da modernidade baseiam-se somente no ficar.
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d) E aí mano? Estás a fim de encontrar com uma mina hoje? A parada vai bombar!
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e) Aquela aula de matemática foi péssima, não saquei nada daquilo que o professor
falou.
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5. A seguir são apresentados alguns fragmentos textuais. Sua tarefa consistirá em
analisá-los, atribuindo a variação linguística condizente aos mesmos.
1 Exercício extraído do site www.brasilescola.com Acessado em 15.08.2015.
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a) Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e
muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas
ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Carlos Drummond de Andrade
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b) Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
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c) “Aqui no Norte do Paraná, as pessoas chamam a correnteza do rio de corredeira.
Quando a corredeira está forte é perigoso passar pela pinguela, que é uma ponte muito
estreita feita, geralmente, com um tronco de árvore. Se temos muita chuva a pinguela
pode ficar submersa e, portanto, impossibilita a passagem. Mas se ocorre uma manga
de chuva, uma chuvinha passageira, esse problema deixa de existir.”
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d) E aí mano? Ta a fim de dá uns rolé hoje?
Qual é! Vai topá a parada? Vê se desencana! Morô velho?
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Texto 2
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6. Que variação linguística está sendo usada por Chico Bento e seu pai? Por quê?
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7. Que tipo de linguagem é utilizado nos quadrinhos: verbal, não verbal ou mista?
Por quê?
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8. Reescreva todas as falas fazendo uso da variedade padrão.
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Lição 2
O texto
De acordo com Koch e Elias, um texto é “um evento sociocomunicativo, que
ganha existência dentro de um processo interacional” (2014, p.13). Sempre que há
interação entre interlocutores por meio da língua, há a construção de um texto, que pode
ser escrito ou apenas falado.
Devemos sempre entender um texto como unidade linguística. Um conjunto
perfeitamente harmônico que produza sentido ao leitor. E para conseguir a produção de
sentido, duas ferramentas são fundamentais: a coesão e a coerência textuais.
A Coesão Textual
Na construção textual é preciso garantir que os elementos do texto estejam
corretamente interligados para assegurar que haja uma sequência lógico-semântica entre
as ideias que estão sendo expostas. Chamamos de coesão textual os mecanismos que
permitem essa conexão lógica entre as partes do texto, seja no nível da frase ou dos
parágrafos.
Estudaremos agora alguns mecanismos que permitem a coesão textual.
Substituição
Consiste na substituição de determinadas palavras para que não haja repetição.
Isso dará a oportunidade de introduzir novas ideias ao texto.
Ex. No Japão, vários anos antes da guerra e durante o conflito, o uso do inglês foi
suprimido.
Observe que a palavra ‘conflito’ é um sinônimo de ‘guerra’ e foi empregado
para que não houvesse a repetição do vocábulo.
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A substituição não precisa ser realizada apenas por um sinônimo. Pronomes
também realizam essa função muito bem.
Ex. Meu marido chegou tarde a casa. Ele estava muito cansado.
Pratique!
Texto 12
A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas.
O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a mão
embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha,
depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor:
- Não presta!
Aí o vendedor olhou para ela e disse:
- Também, madame, num exame assim nem a senhora passava.
No texto acima, de Millôr Fernandes, o humorista utilizou intencionalmente a
repetição. Reescreva o texto de modo a reduzir o número de ocorrências do
vocábulo em destaque.
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Sublinhe os elementos dos textos a seguir que repetem as palavras em destaque.
a) Um dos oito novos planetas encontrados em sistemas solares distantes conquistou o
título de "mais parecido com a Terra no mundo alienígena", disseram astrônomos.
Todos eles foram vistos pelo telescópio espacial Kepler, da NASA. Assim, o registro de
tais "exoplanetas" passou de mil. Mas apenas três deles estão com segurança dentro da
"zona habitável" de sua estrela-mãe - e um em particular é rochoso, como a Terra, e
apenas um pouco mais quente.
b) Cientistas americanos acreditam que estão próximos da resposta sobre as causas – e
possíveis curas – para o Alzheimer. Segundo uma equipe da Universidade de Stanford,
2 Texto e questão extraídas do site www.mundovestibular.com Acesso em: 09.05.2015.
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a doença poderia ser evitada e até curada por meio de impulsos nas respostas
imunológicas do cérebro.
Referenciação
Em certas ocasiões no texto, é preciso reiterar algo que já foi dito antes para
podermos dar sequência ao texto. Esse processo de retomada recebe o nome de
Referenciação.
A Referenciação pode ser feita através das anáforas e das catáforas.
Anáfora
É o processo de retomada propriamente dito. Ela pode ser feita de maneira direta
(através de um termo que retoma o anterior) ou indireta (retomada através de
expressões do mesmo universo semântico do termo anterior).
Ex. Rodrigo passou aqui hoje. Ele deixou dinheiro para você.
O pronome ‘ele’ está retomando a palavra ‘Rodrigo’. Trata-se de um caso de anáfora
direta.
Ex. A festa de Cecília foi ótima. O bolo estava uma delicia e a decoração era
surpreendente.
As palavras ‘bolo’ e ‘decoração’ estão no mesmo universo semântico da palavra ‘festa’
(numa festa espera-se bolo, decoração, comida, bebida, etc.). Logo, está havendo
Referenciação através de anáfora indireta.
Catáfora
Nesse caso, há uma antecipação do que será dito. O termo principal aparecerá depois de
ser referenciado.
Ex. Os maiores defeitos do homem são estes: o orgulho e a cobiça.
Note que o pronome ‘estes’ faz referencia a ‘orgulho’ e ‘cobiça’, que apareceram
posteriormente.
Fique Ligado!
Nem sempre a repetição de algum termo do texto é inadequada. Observe esse trecho de um texto
conhecido da internet:
“Ôrra meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu...
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do
jogo do ‘Curintia’, meu... Pô, se manda, meu.”.
Houve aqui a repetição da palavra ‘meu’ para deixar clara a variação linguística que o
personagem em questão estava utilizando.
Num texto argumentativo, porém, a repetição deve ser evitada.
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Perceba que a referenciação através das anáforas e catáforas também pode ser
considerada um caso de substituição. Uma não exclui a outra.
Pratique!
Texto 2
Sobre os perigos da leitura
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da
comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um
sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual
não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a
vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os
candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista
de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com
os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma
pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer
confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo
que você gostaria de falar!”. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto:
pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse
totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo
bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir
da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido
ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se
interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça
que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
A partir da leitura do Texto 2, responda às questões que seguem.
1 (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A palavra “a”, em – ...no entanto, não foi a
esperada. (3.º parágrafo), refere-se a:
a) Candidatos.
b) Pergunta.
c) Reação.
d) Falar.
e) Gostaria.
2 (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-
se a: a) Candidatos.
b) Pânico.
c) Eles.
d) Reação.
e) Esse campo.
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3 (TJ/SP – 2010 – VUNESP) As palavras que, no 3.º parágrafo, retomam o termo
“os candidatos”, são:
a) Eles, outros, próprios.
b) Eles, isso, próprios.
c) Aquilo, eles, seus.
d) Eles, lhes, sua.
e) Aquilo, isso, próprios.
5 Observe atentamente esse trecho do Texto 2:
“Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai
sem sentimentos de culpa”.
O pronome relativo destacado refere-se a que termo do texto?
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4 (FUVEST) Leia atentamente o texto abaixo e em seguida responda ao que se
pede:
Texto 3
Lixeiro é morto por pegar doce com a mão
O lixeiro O.M.S. foi morto com dois tiros nas costas anteontem por ter posto a mão em
um doce em uma lanchonete que não ia comprar. O assassino seria o dono da
lanchonete V.G., 65, que, segundo a polícia, estava foragido até a noite de ontem.
(Folha de S. Paulo)
O texto acima apresenta um pronome relativo empregado inadequadamente.
a) Diga em que consiste essa inadequação.
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Fique Ligado!
Já que o assunto é a retomada, é sempre válido mencionar o pronome relativo. Esse tipo de
pronome retoma um termo que foi utilizado imediatamente antes dele.
Ex. Comi a fruta que estava madura.
Nesse caso o pronome ‘que’ retoma a palavra ‘fruta’.
Os pronomes relativos são: que; qual; cujo; onde; quem.
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b) Reescreva o texto, tornando-o coeso.
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Os Conectores
São os elementos da coesão que estabelecem relações de dependência e ligação
entre as frases que compõem o parágrafo. É o papel desempenhado pelas preposições,
conjunções e alguns advérbios. Os conectores podem ser classificados de acordo com o
tipo de relação que estabelecem.
Adição E, Nem, Não só, Mas também, etc.
Oposição Mas, Porém, Contudo, Todavia, etc.
Conclusão Logo, Pois, Portanto, etc.
Explicação Porque, Pois, Porquanto, etc.
Causa Visto que, Pois que, já que, etc.
Concessão Embora, Apesar, Conquanto, Posto que,
etc.
Condição Se, Caso, Salvo se, etc.
Conformidade Segundo, Conforme, etc.
Finalidade Para que, a fim de que, etc.
Proporção À medida que, Ao passo que, etc.
Tempo Quando, Enquanto, Antes que, etc.
Comparação Como, Assim como, Tanto como, etc.
Consequência De modo que, De jeito que, etc.
É claro que devemos sempre ter em mente que esses exemplos citados não são
modelos fixos. Uma mesma palavra pode estabelecer uma relação diferente de acordo
com sua situação de uso. Observe os exemplos abaixo:
I - Os garotos não compareceram porque estavam doentes.
II – Cheguei na hora, porque fui dormir cedo.
A relação estabelecida pela palavra ‘porque’ é a mesma em ambos os exemplos?
Justifique.
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Pratique!
1 Nos enunciados a seguir, destaque os conectivos que relacionam orações e
substitua-os por outros de valor idêntico.
a) Uma das principais armas da saúde pública, a vacinação promete prevenir muitas
epidemias, mas crescem as suspeitas de doenças causadas por causa de vacinas.
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b) Paulo teria comparecido à reunião de posse da nova diretoria se o tivessem convidado
com mais antecedência.
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c) Embora nunca tivesse passado por aquela avenida, o motorista foi multado por
excesso de velocidade.
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d) Sacrificaram todo o rebanho bovino daquela região, porque temiam um surto de febre
aftosa.
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23 Indique as relações semânticas estabelecidas pelos conectivos em destaque:
I. Como a chuva estava muito forte, não foi possível continuar o show.
II. Eu não consegui apresentar o trabalho porque estava muito nervosa!
III. Os manifestantes terão suas reivindicações atendidas, exceto se usarem de violência.
IV. Estava doente, mas foi trabalhar.
V. Os brasileiros são tão trabalhadores quanto os norte-americanos.
a) causa, causa, condição, oposição, comparação.
b) comparação, condição, finalidade, oposição, tempo.
c) causa, causa, conformidade, oposição, condição.
d) finalidade, comparação, tempo, condição, causa.
e) causa, causa, condição, condição, causa.
3 Questão extraída do site www.brasilescola.com Acesso em: 09.05.2015.
26
Texto 4
http://www.edmacieljr.blogspot.com Acesso em 09.05.2015.
34 A pergunta da personagem Mafalda, no segundo quadrinho, inicia-se com a
palavra "então", que estabelece uma relação de sentido com a situação anterior.
Identifique a relação de sentido estabelecida e reescreva a pergunta, substituindo o
vocábulo "então" por outro conectivo.
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4 (UFMG 2012) Leia estes trechos, atentando para os conectivos neles destacados:
Trecho 1
Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor interno; era a mãe que abria
Eu, uma vez que digo tudo, digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha
amiga...
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo. 1997. p. 67.
Trecho 2
Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar assim, posto que os seus cabelos
brancos não o fossem todos nem totalmente; e o rosto estivesse comparativamente
fresco...
MACHADO DE ASSIS. J. M. Dom Casmurro, São Paulo: Globo, 1997. p.165.
a) Reescreva cada um desses trechos, substituindo o conectivo destacado por outro
de igual valor e fazendo as adaptações necessárias.
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4 Questão disponível em www.revista.vestibular.uerj.br, ano 4 ,n.10, 2011 acesso em 09.05.2015.
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b) Explicite o tipo de relação que cada um desses conectivos estabelece entre as
orações, nos trechos em que estão empregados.
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5 (CREMESP – 2011 - VUNESP) Leia as frases.
I. Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do
Vale do Silício.
II. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício,
acredita que as tecnologias “verdes” também conquistarão espaço pelo fato de que,
atualmente, conta pontos junto ao consumidor…
As expressões destacadas estabelecem, correta e respectivamente, relação de:
a) Adversidade e comparação.
b) Adição e causa.
c) Tempo e condição.
d) Concessão e finalidade.
e) Conclusão e proporcionalidade.
6 (Fuvest 2004 - Adaptado) Observe:
I. Desespero meu: leitura obrigatória de livro indicado...
II. Uma surpresa: tão bom aquele livro!
III. Nenhum aborrecimento na leitura.
Respeitando a sequência em que estão apresentadas as três frases acima, articule-as num
único período. Empregue os verbos e os nexos oracionais necessários à clareza, à
coesão e à coerência desse período.
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Escreva! 5
Tentando dar coesão ao texto, construa uma narração (conte uma história) a partir da
proposta apresentada. Segue um fragmento que deve ser considerado o desfecho da
narrativa que você vai construir. Procure montar seu texto de tal modo que a conclusão
proposta esteja coerente com o fato narrado por você.
Conclusão:
“Mas a vida não é como a gente quer: entre o sonho e a realidade, existe um anjo mau
que resiste ao nosso desejo.”
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5 Platão & Fiorin. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Editora Ática, 2007. (adaptado)
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Lição 3
A Coerência Textual.
Coerência textual nada mais é do que a sequência lógica das ideias que
compõem o texto. Tanta é a importância da coerência que alguns autores a chamam de
‘princípio de interpretabilidade’ (CHAROLLES,1983. Apud KOCH; ELIAS, 2006, p.189). Um
texto só poderá ser considerado texto se fizer sentido.
Alguns fatores interferem para que a relação de sentido seja estabelecida como o
conhecimento de mundo do leitor, a intencionalidade e as escolhas lexicais do autor;
e até mesmo o contexto no qual o texto está inserido.
Pratique!6
Observe a charge abaixo e depois responda às perguntas propostas.
6 Charge e exercícios extraídos do site www.soumaisenem.com Acesso em: 10.03.2015
30
1 Qual é a principal crítica feita por essa Charge?
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2 Observando o título da Charge ‘1º de abril’ e a fala do personagem, a que
conclusão podemos chegar?
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3 A imagem que aparece na Charge nos remete a que lugar? Como podemos
chegar a essa conclusão?
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A Coerência Argumentativa
Para que um texto seja coerente, os argumentos do texto têm de estar de acordo
com a ideia principal. Essa relação será essencial para a construção de uma
argumentação lógica e sem fuga do tema pretendido.
Observe o seguinte trecho:
“Os números da educação do Censo 2000 são animadores. Os dados mostram que mais
da metade (59,9%) da população brasileira com mais de dez anos não conseguiu
concluir o ensino fundamental (antigo primeiro grau), pois tem menos de oito anos
completos de estudo.” Fonte: www.klickeducacao.com.br
Existe neste texto uma incoerência. Identifique-a.
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Pratique!
17 Leia os versos dessa canção.
Oito Anos “Por que você é Flamengo
E meu pai Botafogo
O que significa
"Impávido colosso"?
Por que os ossos doem
enquanto a gente dorme
Por que os dentes caem
7 Questão disponível no site www.brasilescola.com Acesso em 24.07.2015.
31
Por onde os filhos saem
Por que os dedos murcham
quando estou no banho
Por que as ruas enchem
quando está chovendo
Quanto é mil trilhões
vezes infinito
Quem é Jesus Cristo
Onde estão meus primos
Well, well, well
Gabriel (...)”.
(Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo, 2004)
Julgue as seguintes proposições:
I. Pode-se dizer que se trata de um conjunto de frases interrogativas sem ligação entre
si, configurando então um texto desprovido de coerência.
II. Embora o texto apresente uma série de interrogações aparentemente sem ligação
entre si, existem nele elementos linguísticos que nos permitem construir a coerência
textual.
III. A letra da canção é constituída por uma “lista” das perguntas que um filho faz para a
mãe, e a sequenciação de perguntas aparentemente desconexas, na verdade, explicita o
grande número de questionamentos que povoam o imaginário infantil.
IV. A ausência de elementos sintáticos, como conectivos, prejudica a construção de
sentidos do texto.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) I, III e IV estão corretas.
28 O fragmento que segue inicia uma crônica de Paulo Mendes Campos e define
certas características e atitudes de um personagem (Jacinto):
“Nunca ouvimos de Jacinto uma palavra áspera, uma lamúria, nunca respondeu com
irritação às crianças que o insultavam, impiedosas, quando passava embriagado.
Bêbedo, sorria beatífico e acima de todas as misérias, e falava de coisas alegres, às
vezes numa língua particular, ininteligível.” (Quadrante. 4 ed. Rio de Janeiro, ed do Autor,1952. p. 204.)
Observando com atenção as características desse personagem, procure atribuir-lhe:
a) Uma atitude que seja coerente, isto é, compatível com elas.
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8 Platão & Fiorin. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Editora Ática, 2007.
32
b) Uma atitude que seja incoerente.
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39 Os textos seguintes apresentam algum tipo de incoerência. Sua tarefa será
apontá-la e explicá-la.
Naquela manhã Paulo ligou para o amigo, cumprimentando-o, leu no jornal que seu
amigo havia entrado na faculdade e acordou bem cedo.
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A ciência já demonstrou que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas é
extremamente prejudicial à saúde. Adolescentes, aos dezesseis anos, ainda não têm
maturidade suficiente para avaliar os malefícios que o consumo imoderado de bebidas
alcoólicas lhes poderá causar. Além disso, nessa idade, gostam de novidades e, como
muitas vezes são tímidos, utilizam-se de bebidas alcoólicas para ficar extrovertidos sem
pensar nas consequências nefastas desse tipo de atitude. Por esses motivos, a lei que
proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de dezoito anos deveria ser
revogada.
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A reunião para o acerto da venda das ações ocorreu num jantar, em um elegante e caro
restaurante, que era o preferido dos altos executivos de empresas do ramo de
telecomunicações. Enquanto os empresários, em voz baixa, selavam o acordo, um grupo
musical cantava música sertaneja e pagode. Na mesa ao lado, crianças comemoravam
um aniversário, deliciando-se com os hambúrgueres servidos e as batatas fritas, sobre as
quais colocavam bastante Ketchup.
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Machado de Assis é, sem dúvida, um dos maiores escritores brasileiros, pois sua obra
não só enfoca a vida urbana do Rio de Janeiro, como também tem por cenário outras
regiões do país. É o que se pode observar em seus romances regionais.
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9 Extraído do site www.portugues.camerapro.com.br Acesso em: 24.07.2015.
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4 Os textos seguintes são trechos de redações de alunos citados por Maria Thereza
Fraga Rocco em seu livro Crise na linguagem – a redação no vestibular. Neles há
algum tipo de incoerência. Aponte-a e comente-a.
a) “Pela tarde chegou uma carta a mim endereçada, abri-a correndo sem nem tomar
fôlego. O envelope não tinha nada dentro, estava vazio. Dentro só tinha uma folha, em
branco.”
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b) “Eu não ganhei nenhum presente, só ganhei uma folha em branco, meu retrato de
pôster e um disco dos Beatles.”
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c) “Pela manhã recebi uma carta repleta de conselhos. Era uma carta em branco e não
liguei para os conselhos já que os conselhos não interessam para mim, pois sei cuidar da
minha vida.”
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Escreva!
O trecho abaixo contém alguns erros de coerência. Reescreva-o sem as incoerências e
dê continuidade a historia. Lembre-se de tudo que aprendeu sobre coesão e coerência.
“Era meia-noite. O Sol brilhava. Pássaros, cantavam pulando de galho em galho. O
homem cego, sentado na mesa de roupão, esperava que lhe servissem o desjejum.
Enquanto espera, passava a mão na faca sobre a mesa como se acariciasse tendo
ideias, enquanto olhava fixamente a esposa sentada à sua frente. Esta, que lia o jornal,
absorta em seus pensamentos. De repente começou a chorar, por quê o telegrama lhe
trazia a notícia de que o irmão se enforcara num pé de alface.”
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Lição 4
Intertextualidade
Observe a imagem abaixo:
Fonte: http://www.brasilescola.com Acesso em: 12.03.2014
Esse anúncio nos faz lembrar um filme famoso. Que filme é esse?
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Como podemos chegar a essa conclusão?
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Por que o autor do anúncio fez referência a esse filme?
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Está claro que o anúncio estabelece um diálogo com o filme referido. Isso só é
possível graças à intertextualidade.
Intertextualidade é a relação entre texto em que um cita o outro. Essa relação
pode ter vários objetivos: apoiar o que já foi dito; usar um texto anterior para criar algo
totalmente diferente; criticar um ponto de vista; etc.
Existem dois tipos de intertextualidade.
Explícita
No anúncio que vimos anteriormente existe uma grande referência ao texto fonte
(no caso o filme) e que é facilmente percebida pelo leitor através das referências tanto
na parte escrita quanto na imagem. Assim que olhamos a imagem, o filme já nos vem a
memoria. Trata-se de um caso de intertextualidade explícita.
Implícita
Observe os versos abaixo da canção de Cazuza.
Ideologia
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do ‘Grand Mond’ (CAZUZA. O Tempo não Para. Universal Music Brasil: Rio de Janeiro, 1988)
No terceiro verso dessa música existe uma alusão ao livro de Honoré de Balzac
intitulado Ilusões Perdidas. Essa referência, no entanto, só pode ser percebida pelo
leitor se houver conhecimento prévio por parte dele. Caso contrário a referência é
perdida. Trata-se de um caso de intertextualidade implícita.
Pratique!10
1 Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa incorreta:
a) A intertextualidade implícita não se encontra na superfície textual, visto que não
fornece para o leitor elementos que possam ser imediatamente relacionados com algum
outro tipo de texto-fonte.
b) Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, pois é normal que durante o
processo da escrita aconteçam relações dialógicas entre o que estamos escrevendo e
outros textos previamente lidos por nós.
10 Questões 1 e 2 extraídas do site www.brasilescola.com Acesso em 20.03.2015.
37
c) Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes nas quais o texto baseou-se e
acontece, obrigatoriamente, de maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do
tipo resumo, resenhas, citações e traduções.
d) A intertextualidade sempre acontece de maneira proposital. É um recurso que deve
ser evitado, pois privilegia o plágio dos textos-fonte em detrimento de elementos que
confiram originalidade à escrita.
2 Observe a imagem abaixo:
Fonte: CAULOS. Disponível em: www.caulos.com.br acesso em: 20.03.2015
O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos, estabelece um interessante
diálogo com um famoso texto-fonte de nossa literatura. Assinale a alternativa que
cita esse texto-fonte:
a) Canção do exílio, de Gonçalves Dias.
b) Erro de português, de Oswald de Andrade.
c) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade.
e) Não há vagas, de Ferreira Gullar.
d) José, de Carlos Drummond de Andrade.
3 Trata-se de um caso de intertextualidade implícita ou explicita?
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4 Observe a relação existente entre estes fragmentos:
I
“Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
38
Disse: vai Carlos! Ser ‘gauche11’ na vida.” (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia. In: TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português:
língua, literatura e produção de textos. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2003, p. 29, 2 v. )
II
“Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim” (HOLLANDA, Chico Buarque. Chico Buarque. Polygram: Rio de Janeiro, 1978)
a) Como os autores retratam a figura do anjo nos dois fragmentos?
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b) Qual o tipo de intertextualidade presente no segundo fragmento? E como se
estabelece essa relação?
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Escreva!
É de conhecimento público a fábula de Esopo, a Cigarra e a Formiga.
“Era uma vez uma formiga que trabalhava duro, de sol a sol, construindo sua toca e
acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
A cigarra viu aquilo e pensou: - Que idiota!
E passava o tempo todo dando gargalhadas, cantando e dançando. Assim passou todo
verão; ao chegar o inverno, enquanto a formiga estava aquecida e bem alimentada, a
cigarra não tinha abrigo nem comida; morreu de fome.
MORAL DA ESTÓRIA: Trabalhe, seja previdente e responsável.” Fonte: www.viagemlenta.com/ Acesso em: 20.10.2014
Leia agora o texto de Monteiro Lobato:
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava
quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de
abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas.
Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra,
sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de
alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu
– tique, tique, tique... Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de
paina.
- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
4 Gauche: à esquerda.
39
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore
enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos
proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que
felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa
durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.
(Fábulas, Monteiro Lobato, 1994).
O texto de Lobato é notoriamente um intertexto da fábula de Esopo. Escreva seu
próprio intertexto da Cigarra e a Formiga.
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40
Lição 5
Os Gêneros Textuais
Observe atentamente os textos abaixo:
Texto 1
Fonte: www.ufrgs.br
Texto 2
Amor, Vou sair com minha mãe depois do trabalho. Chego cedo. Te amo! Júlia
41
Texto 3
Lista de compras:
Arroz
Feijão
Macarrão
Farinha
Peixe
Leite
Ovos
Agora, responda ao que se pede.
De que trata cada um dos textos?
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Quais as principais características de cada um deles?
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Certamente podemos responder a essas perguntas porque todos nós já nos
utilizamos desses formatos pelo menos uma vez na vida. E fizemos isso com segurança
sem teorizar sobre as regras que regem essas formas de texto.
Isto ocorre porque essas formas, na verdade são gêneros textuais. Um gênero é
um enunciado relativamente estável e é elaborado nas diferentes esferas sociais de
utilização da língua. Pensar em comunicação que não seja por meio de um gênero, seria
uma tarefa impossível.
Quando nós produzimos um texto, seja ele oral ou escrito, não possuímos total
liberdade para escolher o gênero que quisermos. É preciso levar em consideração
alguns fatores como o conteúdo, a composição do texto e o estilo a ser empregado. Se
quisermos, por exemplo, escrever um texto para não esquecer o que comprar num
supermercado iremos optar por fazer uma lista de compras. Um artigo de opinião sobre
isso seria inadequado.
Existem vários gêneros textuais. Alguns são mais comuns que outros. O que vai
definir a escolha do gênero será a situação comunicativa em que o usuário da língua
estiver inserido.
42
Pratique!
1.(ENEM – 2010) Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de
características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a
seguir:
I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre
algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem,
fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de
figuras que possibilitam a criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta
certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade;
IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se
movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e
conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho;
V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos
eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.
São, respectivamente:
a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa.
b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa.
Texto 4
Câncer 21/06 a 21/07
O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de
agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se
ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se
recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava.
Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida
amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as
próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões
materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.
Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.
43
2. (ENEM 2010)O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de
uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum
relacionam-se com os conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos
elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é:
a) vender um produto anunciado.
b) informar sobre astronomia.
c) ensinar os cuidados com a saúde.
d) expor a opinião de leitores em um jornal.
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
3. Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu
gênero é:
a) conto
b) horóscopo
c) prosa
d) crônica
e) coluna de jornal.
Texto 5
Texto abaixo da imagem do sorvete:
Novo Milka Morango. Sorvete de baunilha mesclado com
uma incrível calda de morango e cobertura crocante feita
com o delicioso chocolate Milka.
Fonte: www.liviacomunicacaosocial.blogspot.com.br Acesso em: 12.07.2015.
4. Considerando o Texto 4, assinale ( V ) para as assertivas verdadeiras e ( F ) para
as falsas.
( ) Pode-se afirmar que o texto pertence ao gênero textual publicidade. Ela
constitui-se um meio de promover vendas em massa. Nesse sentido, deve interessar,
persuadir, convencer e levar à ação. Baseando-se no conhecimento da natureza humana,
tem de influenciar o comportamento do consumidor.
44
( ) Fica evidente no texto o apelo a uma necessidade, despertando ou criando o
desejo, visto que o anúncio tenta cumprir com a sua missão: levar o consumidor a
adquirir o produto anunciado.
( ) O principal objetivo do texto é dar ordens e comandos.
( ) Tanto o enunciado da parte superior do anúncio quanto no inferior destaca-se o
emprego do adjetivo ou de locuções adjetivas. Considerando a intencionalidade do
texto, isto é, a finalidade com que ele foi criado, o predomínio dessa classe gramatical
reflete o objetivo de promover o produto, no caso, o sorvete Milka da Kibon,
ressaltando suas qualidades.
( ) O enunciado da parte superior apresenta uma ambiguidade que provavelmente
não foi intencional.
Escreva!
Leia atentamente os versos da música Domingo no parque escrita por Gilberto Gil:
O rei da brincadeira
Ê, José!
O rei da confusão
Ê, João!
Um trabalhava na feira
Ê, José!
Outro na construção
Ê, João!...
A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi prá Ribeira
jogar
Capoeira!
Não foi prá lá
Pra Ribeira, foi
namorar...
O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e
sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio...
Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na
roda com João
Uma rosa e um sorvete na
mão
Juliana seu sonho, uma
ilusão
Juliana e o amigo João...
O espinho da rosa feriu
Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu
coração
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Foi dançando no peito
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Oi girando na mente
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...
Juliana girando
Oi girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
O amigo João (João)...
O sorvete é morango
É vermelho!
Oi, girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi, girando, girando...
Olha a faca! (Olha a
faca!)
Olha o sangue na mão
Ê, José!
Juliana no chão
Ê, José!
Outro corpo caído
Ê, José!
Seu amigo João
Ê, José!...
Amanhã não tem feira
Ê, José!
Não tem mais construção
Ê, João!
Não tem mais brincadeira
Ê, José!
Não tem mais confusão
Ê, João!...
GIL, Gilberto. Gilberto Gil.
Rio de Janeiro: Philips
Records, 1968
45
Observe agora a mesma história feita no gênero quadrinhos.
Fonte: freakshowbusiness.wordpress.com acesso em 13.12.2014
Um mesmo texto pode ser produzido em gêneros diferentes. Isso faz com que alcance públicos
diferentes e possibilita seu uso em situações diferentes.
Agora é sua vez! Produza o texto de Domingo no Parque utilizando um gênero diferente dos que
foram mencionados. Use a criatividade!
Lembre-se de dar um título a seu texto.
46
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Lição 6
A Tipologia Textual
É a forma como um texto se apresenta e é classificada de acordo com seu objetivo, a
finalidade e a estrutura. Os tipos de textos existentes são: exposição, injunção, poético, narração,
descrição e dissertação.
Exposição
Apresenta informações sobre um objeto ou fato específico.
Injunção
Também conhecido como instrucional, indica como realizar ações.
Poético
Apresenta uma linguagem mais expressiva. Tem como objetivo despertar a sensibilidade do leitor.
Narração
Caracteriza-se pela enunciação de um fato que envolve personagens (reais ou não) e que se
desenvolve num determinado espaço de tempo.
Descrição
Apresentação de características de uma pessoa, cena, animal, etc. Trata-se de um texto
extremamente imagético.
Dissertação
Consiste no encadeamento de ideias com o propósito de defender uma opinião utilizando para isso
argumentos lógicos e válidos.
Ao longo das próximas lições estudaremos com mais detalhes cada um destes tipos.
Pratique!
Texto 1
A deusa dos raios azulados
Nas noites de verão, ou todas as noites, depois do jantar, o pai abandona a mesa. Ainda com
a xícara de café na mão, ele se dirige à caixa quadrada. A deusa dos raios azulados espera o
48
toque. O lugar principal é para o pai. Ninguém conversa. Não há o que falar. O pai não traz nada
da rua, do dia-a-dia, do escritório. Os filhos não perguntam, estão proibidos de interromper. A
mulher mergulha na telenovela, no filme. Todos sabem que não virá visita. E se vier alguma, vai
chegar antes da telenovela. Conversas esparsas durante os comerciais. A sensação é que basta
estar junto. Nada mais. Silenciosa, a família contempla a caixa azulada. Os olhos excitados,
cabeças inflamadas. Recebendo, recebendo. Enquanto o corpo suportar, estarão ali. Depois
tocarão o botão e a deusa descansará. Então, as pessoas vão para as camas, deitam e sonham.
Com as coisas vistas. Sempre vistas através da caixa. Nunca sentidas ou vividas. Imunizadas que
estão contra a própria vida. (BRANDÃO,Ignácio de Loyola. In Dentes ao sol. Rio de Janeiro: Codecri, 1980. p.288)
1 Considerando a tipologia textual é correto afirmar que a função do Texto 1 é:
a) Expor aos possíveis leitores os benefícios causados pela televisão.
b) Narrar fatos, apresentando riqueza de detalhes, para impressionar o interlocutor e levá-lo à
reflexão.
c) Apresentar informações científicas sobre a relação familiar.
d) Relatar ideias para informar a um determinado público acerca da televisão.
e) Persuadir o leitor a continuar fazendo uso da televisão, devido ao seu amplo conhecimento
transmitido por ela.
2 Marque o texto com características narrativas.
a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.
b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.
312 Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo:
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis.
Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse tempo, vieram
trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito e fechou-a com a mão trêmula.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Martin Claret, 2006. p. 86)
a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.
b) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens.
c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
d) O texto não apresenta personagem-narrador.
e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.
12 Extraído de www.slideshare.com.br Acesso em 30.07.2015.
Fique Ligado!
Alguns textos podem mostrar-se híbridos, ou seja, há a
possibilidade de encontrarmos num único texto mais de uma
tipologia textual. Cabe saber qual das tipologias é a predominante.
49
4 Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?
“Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de domingo,
o dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do pai, que não tinha
no momento condição de colocá-los em uma escola melhor.”
a) dissertação subjetiva
b) descrição
c) narração com alguns traços descritivos
d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos
e) narração com alguns traços dissertativos
O Texto Expositivo
Esse tipo de texto deve permitir ao leitor a identificação do tema central. Apresenta o maior
número possível de informações sobre um objeto ou fato específico. Às vezes, quando se trata de
tema polêmico, pode conter alguns argumentos a fim de permitir ao leitor possibilidades de análise
sobre o assunto.
Ex.
O Dia do Amigo
O dia do amigo é uma data proposta para celebrar a amizade entre as pessoas.
No Brasil, Uruguai e Argentina, a data mais difundida para esta celebração é 20 de julho,
aniversário da chegada do homem a lua. Em 27 de abril de 2011, a Assembleia Geral das Nações
Unidas resolveu convidar todos os países membros a celebrarem o Dia Internacional da
Amizade em 30 de julho Wikipédia
Note que neste texto a intenção principal do autor é informar ao leitor sobre o tema central
do texto: o dia do amigo.
O Texto Injuntivo
O texto injuntivo possui características bastante peculiares que fazem com que sua
identificação seja muito fácil. A principal delas é o fato dos verbos que compõem esse tipo de texto
estarem sempre no imperativo.
Ex.
Para montar, dividida a massa em duas partes iguais.
Estique uma das partes em uma fôrma número 3 untada com margarina.
Espalhe o recheio por cima.
Cubra o recheio com as fatias de maçã e polvilhe com açúcar e canela.
A outra parte da massa, vá enrolando como se fosse nhoque e vá arrumando nas diagonais,
alternando a direção a cada tira, em distâncias iguais, de forma a obter um quadriculado sobre as
maçãs. http://www.cybercook.com.br/acesso em: 31.01.2015
50
O Texto Poético
Esse tipo de texto apresenta as seguintes características:
Função Estética
A realidade é apresentada a partir da perspectiva do autor. Não há a preocupação com a
veracidade dos fatos.
Caráter Ficcional
Os fatos apresentados podem não ser reais de fato.
Subjetividade
O autor busca expressar seus sentimentos e emoções.
Plurissignificação
Essa característica permite que as palavras ganhem significados diferentes. Além do uso de
figuras de linguagem e da linguagem conotativa (em sentido figurado).
Ex.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.
(MORAES, Vinicius de. Antologia poética. Rio de Janeiro: A noite, 1954.)
Pratique!
1 Releia o texto de Vinicius de Moraes, a Rosa de Hiroshima. Identifique nele as
características do texto poético.
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2 Identifique os tipos textuais nos exemplos abaixo. Justifique sua resposta.
Derreta o açúcar numa frigideira, adicione a água formando uma calda.
Unte a forma com a calda.
Bata os ingredientes liquidificador e despeje na forma caramelizada.
Leve para assar em banho maria, por aproximadamente 40 minutos.
Desenforme e sirva. www.tudogostoso.com
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Cervo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus), também chamado suaçuetê, suaçupu,
suaçuapara, guaçupuçu ou simplesmente cervo, é um mamífero ruminante da família dos cervídeos
e único representante do gênero Blastocerus. Ocorria em grande parte das várzeas e margens de rios
do centro da América do Sul, desde o sul do rio Amazonas até o norte da Argentina, mas
atualmente, a espécie só é comum no Pantanal, na bacia do rio Guaporé, na ilha do Bananal e em
Esteros del Iberá.” Fonte: (Wikipédia)
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A movimentação dos ônibus, no Grande Recife, está normalizada nesta terça-feira (4), após a
paralisação que deixou toda a região metropolitana sem ônibus até as 10h da manhã, na segunda (3).
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o protesto teve uma adesão de 100% dos cobradores e
motoristas. http://g1.globo.com/ acesso em: 04.08.2015
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“Mas vejo que tão bela e tão galharda,
Posto que os anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo que me tenta, e não me guarda.” (À mesma D. Ângela - Gregório de Matos)
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Pegue uma folha de papel. Uma folha sulfite A4 serve. Dobre a folha ao meio, no sentido do
comprimento. Traga duas pontas para dentro, dobrando-as. Marque bem a dobra com as unhas.
Agora, traga as duas pontas novas que se formaram no passo anterior para o meio. Elas devem unir-
se no centro. Dobre a folha ao meio, com o lado com as dobras visíveis para dentro. Dobre as asas.
Traga as duas abas para baixo para formar as asas. Marque bem as dobras usando suas unhas. http://pt.wikihow.com/ Acesso em 04.08.2015
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Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade... (Soneto do Amor Total – Vinicius de Moraes)
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Escreva!
Como vimos nesta lição, um texto injuntivo é aquele que nos ensina a fazer algo. Redija um
texto injuntivo. Você pode ser realista ou ensinar a fazer alguma coisa ficcional. Use a criatividade!
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Lição 7
Os Diferentes Discursos
Leia o texto abaixo:
Texto 1
Nem anjo nem demônio
Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência. Os
educadores dos anos 60 bradaram palavras acusando-a de “chupeta eletrônica”. Os militantes
políticos creditavam a ela a alienação dos povos. Era um demônio que precisava ser destruído.
Continuou a existir, e quem cresceu vendo desenhos animados, enlatados americanos e novelas
globais não foi mais imbecilizado - ao menos não por esse motivo. Ponto para a televisão, que
provou também ser informativa, educativa e (por que não?) um ótimo entretenimento. Com exceção
da qualidade da programação dos canais abertos, tudo melhorou. Mas começaram as preocupações
em relação aos telespectadores que não conseguem dormir sem o barulho eletrônico ao fundo. Ou
aos que deixam de ler, sair com amigos e até e namorar para dedicar todo o tempo livre a ela, ainda
que seja pulando de um programa para o outro. “Nada nem ninguém me faz sair da frente da TV
quando volto do trabalho”, afirma a administradora de empresas Vânia Sganzerla.
Muitos telespectadores assumem esse comportamento. Tanto que um grupo de estudiosos da
Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, por meio de experimentos e pesquisas concluiu que a
velha história do vício na TV não é só uma metáfora. “Todo comportamento compulsivo ao qual a
pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle, pode ser caracterizado como dependência”,
explica Robert Kubey, diretor do Centro de Estudos da Mídia da Universidade de Rutgers.
Os efeitos da televisão sobre o sono variam muito. “Quando tenho um dia estressante,
agitado, não durmo sem ela”, comenta Maurício Valim, diretor de programas especiais da TV
Cultura e criador do site Tudo sobre TV. Outros, como Martin Jaccard, sonorizador de ambientes,
reconhecem que demoram a pegar no sono após uma overdose televisiva. “Sinto uma certa irritação,
até raiva, por não ter lido um bom livro, namorado ou ouvido uma música, mas ainda assim não me
arrependo de ver tanta TV, não. Gosto demais”. É uma as mais prosaicas facetas desse tipo de
dependência, segundo a pesquisa do Centro de Estudos da Mídia. As pessoas admitem que
deveriam maneirar, mas não se incomodam a ponto de querer mudar o hábito. Sinal de que tanto
mal assim também não faz. SCAVONE, Miriam. Revista Claudia. In: TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português: língua, literatura e
produção de textos. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2003, pp. 10-12 v.
54
113. De acordo com a leitura do texto, responda:
a) Sobre o que o texto fala?
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b) Qual o posicionamento da autora quanto ao tema discutido? Cite um trecho do texto que
justifique sua resposta.
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2. No decorrer do texto, a autora (jornalista) abre espaço para a presença de outras citações e
opiniões de pessoas especializadas e diretamente envolvidas na situação, de quem são essas
outras vozes presentes no texto?
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3. Identifique quem está por trás das seguintes falas:
a) A TV tem o “poder de causar dependência”.
b) A TV é acusada de ser a “chupeta eletrônica”.
c) A TV é acusada de ser “a alienação dos povos”.
4. Explique a relação do título “Nem anjo nem demônio” com o texto.
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Toda produção textual, seja ela oral ou escrita, está baseada em um contexto no qual estão
envolvidos principalmente:
O interlocutor (a pessoa que fala)
Com quem o interlocutor dialoga (outras vozes e opiniões presentes no texto)
O motivo da conversação
A intenção do interlocutor
13 Exercício extraído de TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português: língua, literatura e produção de textos. 1.
ed. São Paulo: Scipione, 2003, pp. 10-12 v.
55
Podemos chegar a conclusão de que toda atividade comunicativa que tenha sentido e que
esteja inserida em um determinado contexto, caracteriza um discurso. Cada falante que participa do
texto possui um discurso próprio. O interlocutor (que também tem um discurso), incorporará esses
discursos ao texto, tornando-o assim um texto polifônico14.
Dependendo do modo como o interlocutor reproduz os vários discursos presentes no texto,
haverá três possibilidades de construção: o discurso direto; o discurso indireto e o discurso
indireto livre.
O Discurso Direto
Observe os versos dessa famosa canção:
Texto 2
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir" (RUSSO, Renato. Dois. Rio de Janeiro: EMI, 1986)
Atente para os dois últimos versos do trecho.
No texto de Renato Russo, encontramos um exemplo de discurso direto. O narrador (pessoa
que conta a história) reproduz, ao pé da letra, a fala da personagem.
“Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
‘Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir.’”
O discurso direto apresenta-se com:
Verbo de elocução
Também conhecido como verbo dicendi, este verbo caracteriza a maneira de exprimir a
fala. Ele introduzirá o discurso da personagem. Ex. dizer; perguntar; afirmar; sussurrar;
falar; gritar; etc.
No caso do texto acima, o verbo utilizado foi “disse”
6. Todos os textos são essencialmente polifônicos.
56
Marcas gráficas
A utilização de dois pontos, aspas, travessão. No texto estudado, além do verbo de elocução
há também a presença dos dois pontos.
O Discurso Indireto
No discurso indireto acontece o movimento oposto. Agora o narrador introduzirá os outros
discursos com suas próprias palavras.
Observe:
Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que havia sonhado
que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria. Dona Abigail consciente de seus
afazeres de dona-de-casa vivia constantemente atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros
gêneros, quase todos alimentícios. O sonho do feijão - Carlos Eduardo Novaes
Note que o narrador não reproduz as palavras de Dona Abigail, mas nos conta o que o
personagem disse. O discurso indireto apresenta as seguintes características:
Uso da 3ª pessoa.
Geralmente o texto aparece sempre na terceira pessoa.
Verbos de Elocução.
Não é difícil encontrar, no discurso indireto, alguns dos verbos de elocução que
mencionamos antes. Entretanto, não haverá a presença de travessão ou dois pontos.
Tempo Verbal
Geralmente o verbo aparece no pretérito.
Que ou Se
Geralmente, após o verbo de elocução aparece uma dessas palavras para introduzir a fala da
personagem.
Transposição do Discurso Direto para Discurso Indireto
Para que haja a mudança de apresentação do discurso é preciso prestar atenção em alguns
passos:
Eliminam-se os dois pontos, aspas e travessões
Acrescenta-se a palavra de ligação (‘que’ ou ‘se’)
Ocorrem mudanças nos tempos verbais, em alguns advérbios e em alguns pronomes em
decorrência da mudança no tempo da narrativa.
Observe os exemplos:
Preciso sair por alguns instantes. (Discurso Direto: enunciado na 1.ª pessoa)
Disse que precisava sair por alguns instantes. (Discurso Indireto: enunciado na 3.ª pessoa)
57
Vivemos muito bem aqui. (Discurso Direto: advérbio de lugar aqui)
Disse que viviam muito bem lá. (Discurso Indireto: advérbio de lugar lá)
Pratique15!
1 Leia atentamente o texto que segue. Depois assinale a alternativa que melhor reproduz a
primeira fala do diálogo.
─ O senhor não tem medo de nada, presidente?
─ Nada.
─ Nem barata?
Pausa de segundos ─ Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? [...]
Não. Melhor ser curto e sincero.
─ Nem barata.
(Veríssimo, L.F. Ortopterofobia. In: COMÉDIA DA VIDA PÚBLICA. Porto Alegre: L&PM, 1995. p.237).
a) Alguém perguntou se o presidente não tinha medo de barata.
b) Alguém perguntou se o senhor não tinha medo de nada, presidente.
c) Perguntaram ao presidente se o senhor não tinha medo de barata.
d) Perguntaram a alguém se o senhor, presidente, não tinha medo de nada.
e) Alguém perguntou ao presidente se ele não tinha medo de nada.
2 Transforme o texto abaixo em um discurso indireto.
Esta casa é a única coisa que eu tenho, respondeu o pobre homem.
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3 Passe para o discurso indireto:
a) "Os alunos estão interessados na competição do Mangahigh”, disse a professora ao coordenador.
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b) "Como você conseguiu ficar assim?” – perguntou Claudinei.
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4 "A fúria de Alexandre chegara ao auge, e ele disse que arrombaria a porta, que jamais o
prenderiam ali." (A ARMADILHA, Murilo Rubião).
Assinalar a opção que indica a melhor alteração do discurso indireto do texto em direto:
a) - Arrombarei a porta, jamais me prenderão aqui.
b) - Arrombaria a porta, jamais me prenderiam aqui.
15 Exercício extraído de: http://produzirtextosgeotambau.blogspot.com.br Acesso em: 10.11.2014.
58
c) - Arrombarei a porta se me prenderem aqui.
5. Leia a tirinha de Hagar:
Reescreva o primeiro quadrinho da tirinha utilizando o discurso indireto. Para tal, imagine que há,
na cena, um narrador que utiliza verbos dicendi (responder, dizer, perguntar...) e faça as
modificações estruturais necessárias.
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O Discurso Indireto Livre
É um tipo de discurso misto. O discurso do narrador e as falas das personagens que se
introduzem revelam o seu fluxo de pensamento.
A mistura do discurso direto das personagens com o discurso indireto do narrador é chamada
discurso indireto livre.
Observe os versos abaixo.
De onde vem a calma daquele cara ?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente
ele não sabe ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil
De onde vem o jeito tão sem defeito
que esse rapaz consegue fingir?
Olha esse sorriso tão indeciso
tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão
Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
não vou ceder
Deus vai dar aval sim,
o mal vai ter fim
e no final assim calado
eu sei que vou ser coroado rei de mim.
CAMELO, Marcelo. Rio de Janeiro: BMG brasil,2003
.
59
Na música de Marcelo Camelo, o narrador reproduz falas do personagem no meio da
narração, sem marcações gráficas ou verbo de elocução (marcas do discurso direto) e também sem o
que ou o se (marcas do discurso indireto).
Nos versos sublinhados podemos perceber que houve a mudança de discurso pelo contexto e
também pela transposição da terceira para a primeira pessoa. Este é um recurso muito utilizado
pelos autores para focalizar o fluxo de consciência das personagens.
Pratique!
Identifique no texto, outros trechos que exemplifiquem o discurso indireto livre.
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Escreva!
Escolha uma das propostas sugeridas abaixo e escreva um pequeno texto na forma de discurso
apresentadas
Opção 1
Dois ex-colegas, que não se veem há anos, reencontram-se. (utilize o discurso direto)
Opção 2
Ex-namorados se encontram na fila do cinema, ambos solitários. (utilize o discurso indireto)
Opção 3
Dois torcedores de times rivais discutem o resultado no final de um jogo. (utilize o discurso indireto
livre)
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Lição 8
Os Textos Narrativo e Descritivo.
Leia o texto abaixo. Em seguida, responda às questões.
Texto 1
Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de autoestima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso
lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num
belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir
morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e
seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho
acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta! (Luís Fernando Guimarães)
Qual fato é o mais importante nesse texto?
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Quais são as personagens envolvidas nele?
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Onde o fato ocorreu?
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Quando o fato ocorreu?
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Quem conta esse fato está ligado diretamente à construção das ações?
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O texto de Luís Fernando Veríssimo, pode ser classificado como texto narrativo.
Esse tipo de texto dá-se na construção de um relato de sucessivos acontecimentos
vivenciados por personagens que se localizam num período de tempo e num local determinado.
Pode tratar de um fato real ou não. Há uma relação de anterioridade e posteridade e o tempo verbal
predominante é o pretérito.
Em todas as narrativas existem alguns elementos essenciais. Eles se encontram elencados
abaixo.
Tempo
Refere-se à duração da ação, quando ela ocorre. O tempo da narrativa pode ser cronológico
(marcado pelas horas, dias, anos, etc.) ou psicológico (quando é marcado pelas lembranças e
vivências das personagens.)
Espaço
O espaço tem relação com o local onde se desenvolve a ação.
Personagens
Todas as pessoas ou animais que participam da narrativa. As personagens podem ser
principais (quando desempenham papéis essenciais para o desenvolver do enredo) ou secundárias
(personagens que possuem papel de menos importância e que ajudam as personagens principais de
algum modo).
Enredo
Também conhecido como intriga, trama ou ação, o enredo é caracterizado pelos eventos que
acontecem em tempo e lugar específicos e que são vivenciados pelas personagens. Pode-se dizer
que é a história em si.
Narrador
A característica mais marcante do texto narrativo é a presença do narrador, pois é ele quem
contará a história. A maneira como ele aparece no texto é de suma importância para a compreensão
da obra. O modo como se narra o fato é denominado foco narrativo e está diretamente relacionado a
um dos três tipos de narrador existentes.
Narrador personagem: Este tipo de narrador conta a história sempre na primeira pessoa, do seu
ponto de vista de personagem (já que é uma delas). Sua perspectiva é limitado já que conhece
apenas seus próprios pensamentos. Esse tipo de narração tende a ser mais subjetiva.
Narrador observador: Apenas conta a história sem se envolver com ela. Conhece todas as ações de
todas as personagens mas não conhece seu íntimo. Torna a narrativa mais imparcial e objetiva.
Apresenta-se sempre na terceira pessoa.
Narrador onisciente: É aquele tipo de narrador que conhece todas as personagens envolvidas com a
trama intimamente. Não só conhece as ações como também é capaz de saber o que se passa na
cabeça de cada personagem. É uma narração que acontece geralmente na terceira pessoa.
62
Pratique!
Leia atentamente o texto abaixo:
A Aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito,
mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a
situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra.
Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um
amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um
homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em
Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como
ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no
meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o
desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que
provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar,
ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou
pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem
querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde
desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar.
Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que
diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher
antes de ela fazê-las.
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute
involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa — diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você
tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda
tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
63
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de
alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações.
Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada,
nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se
você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois
reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-
senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar. VERISSIMO, Luiz Fernando. As mentiras que os homens contam. Rio de Janeiro: Objetiva,2000, p.37.
Agora responda.
1. Uma narração está centrada numa situação inicial que desencadeará todo o resto do
enredo. Qual é situação inicial do texto?
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2. Onde as personagens se encontram (em que ambiente/espaço a ação ocorre)? Justifique sua
resposta com elementos do texto.
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3. Qual é o tipo de narrador do texto? Como podemos evidenciar isso no texto? Qual a
relevância dessa característica na obra?
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4. (UFV) Considere o texto:
“O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de
1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (…) Bem, mas
não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e
imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia
mais clara do palco, do cenário e principalmente da personagens principais, bem como da
comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana.” (Érico Veríssimo)
Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:
a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal.
64
b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963.
c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que
aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.
d) Fala de maneira exemplar ao leitor, porque considera sua visão a mais correta.
e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença.
O Texto Descritivo
A descrição é um ato linguístico que serve para expressar a imagem que temos das coisas,
cenas ou pessoas. Quando utilizamos esse evento, construímos um texto descritivo. É importante
ressaltar que a descrição do narrador nos revela também o ponto de vista dele.
Devemos sempre ter em mente que o esse tipo de texto é extremamente imagético. Essa
característica faz com que o leitor tenha a capacidade de imaginar (fazer um retrato mental) sobre
aquilo que está escrito.
Observe o texto abaixo.
Ali naquela casa de muitas janelas e bandeiras coloridas vivia Rosalina. Casa de gente de casta,
segundo eles antigamente. Ainda conserva a imponência e o porte senhorial, o ar solarengo que o
tempo de todo não comeu. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas, o reboco caído
em alguns trechos como grandes placas de ferida, mostra mesmo as pedras e os tijolos e as taipas
de sua carne e ossos, feitos para durar toda a vida; vidros quebrados nas vidraças, resultado do
ataque da meninada nos dias de reinação, quando vinham provocar Rosalina ( não de propósito e
ruindade, mas sem-que-fazer de menino ), escondida detrás das cortinas e reposteiros; nos peitoris
das sacadas de ferro rendilhado, formando flores estilizadas, setas, volutas, esses e gregas, faltam
muitas das pinhas de cristal facetado cor-de-vinho que arrematavam nas cantoneiras a leveza
daqueles balcões. DOURADO, Autran. Ópera dos mortos. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1975, p. 1-2.
Perceba que a partir da leitura desse texto podemos imaginar como é essa casa. Note
também que o texto descritivo é rico em adjetivos.
É bom sempre ter em mente que um texto não será apenas narrativo ou descritivo.
Atualmente há uma mistura desses dois tipos.
Escreva!
Crie um texto narrativo a partir da notícia jornalística abaixo.
Casal baiano acha boleto com R$ 220 na rua e paga conta de idosa
"Se alguém conhecer esta pessoa, avisa que a conta está paga."
Com esta frase curta, postada no Facebook junto à imagem de uma conta de luz e seu comprovante
de pagamento, um casal baiano conseguiu mobilizar uma multidão em torno do paradeiro de uma
idosa que perdeu R$ 220 nas ruas de Camaçari, na Bahia. http://www.bbc.com Acesso em:7 julho 2015
65
Atente para as seguintes instruções:
lembre-se das características do texto narrativo
o narrador do seu texto deve estar em primeira pessoa (narrador personagem)
não esqueça de caracterizar as personagens, o local onde o enredo se desenrola, etc.
utilizando para isto o texto descritivo.
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Lição 9
O Texto Dissertativo
É o tipo de texto que permite interpretar, analisar, relacionar fatos, informações e conceitos
gerais, a fim de construir argumentos em favor de uma determinada tese. Este tipo de texto que tem
o objetivo de comentar, analisar, julgar o que existe (realidade) e o que acontece (fato) é
denominado dissertação.
Observe o texto abaixo:
Texto 1
Muitos se surpreenderam com a agressão da torcida do Mogi ao meia Arouca, do Santos, em
março, no dia seguinte à agressão sofrida por um juiz no Rio Grande do Sul. No entanto, desde que
o futebol virou uma profissão, lá por 1930, grandes craques negros --um Fausto, um Jaguaré, um
Valdemar, um Leônidas, um Zizinho, um Pelé-- e pequenos, cujo número é infinito, foram
hostilizados e prejudicados pelo racismo. (...)
O nosso racismo é envergonhado, tanto que alguém acusado de preconceito e discriminação racial
se defende dizendo que tem amigos e, às vezes, até parentes negros. Diante de uma ofensa racista,
sentimos vergonha pelo ofensor --no fundo, de nós mesmos. Tinga e Arouca são artistas doces e
inteligentes da bola, que vergonha por quem os agrediu! Temos racismo em todas as suas formas --
o preconceito, mais brando, a discriminação, mais eficaz, o racismo propriamente dito, estrutural,
que organizou as nossas relações de trabalho, nossos hábitos, nossa moral pública. (...)
A vergonha de ser racista é que acabou, ou está acabando. Se na Copa pularem feito macacos
atirando bananas no campo, dou meu conselho aos jogadores negros. Façam como Daniel Alves
esta semana: descasquem as bananas e comam. Essa também é uma tradição brasileira: o que vem
a gente traça. No final do processo digestivo, a ofensa se transformará no que verdadeiramente é --
aquela "coisa" amarelada. (SANTOS, Joel Rufino dos. na Folha de S. Paulo, maio /2014)
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Podemos dizer que se trata de texto dissertativo?
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Qual é o assunto do texto?
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Qual é a opinião do autor sobre o assunto discutido?
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Quais são os argumentos utilizados pelo autor para justificar sua opinião?
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O Assunto
Todo texto dissertativo trata de um tema. Este tema se constitui no fio do condutor das
afirmações, das conclusões, das comprovações feitas pelo autor. Tudo que é dito no texto está
relacionado a este tema. É isso que dá unidade de sentido ao texto.
O Título
O título é um dos elementos que o autor utiliza para antecipar ao leitor o assunto do texto.
Um bom título deve ter três características:
resumir o texto;
antecipar para o leitor o assunto sobre o qual ele vai ler;
atrair o leitor para a leitura do texto.
Pratique!
Com base nas características apontadas anteriormente, dê um título ao Texto 1.
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Para os dois textos abaixo, informe o assunto e crie um título adequado.
Texto 2
Uma boa parte da propaganda direta, como os comerciais, e indireta, como, por exemplo,
atores e atrizes como parte de seus papéis, veicula as drogas não proibidas de uma forma erótica. O
homem vencedor, esperto, esportivo, forte fuma uma determinada marca de cigarro, beba esta ou
aquela marca de cerveja ou de conhaque. A ideia é sempre a mesma: pessoas que usam
determinados produtos fazem mais sucesso com o sexo oposto. A mesma coisa sempre aconteceu
na propaganda dos produtos de beleza femininos: usar determinada marca de xampu, de calça ou de
perfume faz você mais provocante, mais sensual, e em condições de atrair o olhar de um número
maior de homens. (GIROVATE, Flávio. Drogas, opção do perdedor. São Paulo: Moderna.)
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Assunto:_________________________________________________________________________
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Título: __________________________________________________________________________
Texto 3
Cada país desenvolve uma linguagem própria da televisão. Essa linguagem depende da
cultura, do passado e do desenvolvimento das outras formas de comunicação social. O Brasil,
embora já tivesse uma produção de filmes e uma tradição teatral antigas, não contou, pode-se dizer,
com essa participação na constituição de uma linguagem televisiva. Ela derivou-se mais das formas
de comunicação populares: o circo e o rádio.
No começo da televisão brasileira, no início dos anos 50, o que se fazia era um rádio
televisionado, pois a TV ainda não havia conquistado sua linguagem.
A influência do circo sobre a TV brasileira é vista não apenas pela presença dos palhaços ou
do homem de auditório, mas também pelo estilo circense de alguns animadores, como Chacrinha,
Sílvio Santos, Bolinha. (MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão – A vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna)
Assunto:_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Título:__________________________________________________________________________
Características do Texto Dissertativo
Existem algumas características que são inerentes ao texto dissertativo:
Escrito em prosa
Os textos dissertativos sempre serão escritos em linha reta e distribuídos em parágrafos.
Linguagem Objetiva
Para escrever um texto dissertativo é preciso utilizar uma forma de escrita simples e
eficiente que possibilite ao leitor o entendimento do que está escrito. É um tipo de linguagem clara
de despretensiosa que facilita a compreensão do texto.
Sentido Denotativo
As palavras são empregadas no sentido literal. Isso também é um fator que facilita a
interpretação do texto.
Ordem direta
O texto dissertativo deve ser redigido sempre na ordem direta da oração (sujeito – verbo –
complementos). Isto torna o texto mais simples e mais fácil de ser entendido.
Uso da terceira pessoa.
Escrever na terceira pessoa torna o texto impessoal. Escrever com impessoalidade
não significa dizer que a sua opinião não pode ser explícita em uma dissertação. A
impessoalidade/objetividade está mais relacionada com a maneira de estruturação do texto.
69
Pratique!16
1 Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:
a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.
b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando
dados reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade
ou relação com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto,
as frases, geralmente, estão no modo imperativo.
2 (MACKENZIE)
"Acho que não pode haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um
termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias, existe sempre gente boa
e gente má. No caso particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca.
Como posso saber se o que passou na cabeça dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen
Mayrink Veiga, não tenho ideia. Mas o que posso dizer é que se os negros acharam que a música é
uma ofensa, eles devem estar com toda razão." (Revista Veja)
a) A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o
eu/enunciador e o ele/negros.
b) A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e,
principalmente, com a própria impotência diante deles.
c) A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta
para a total solidariedade com os negros e oprimidos.
d) O discurso altamente assumido pelo enunciador ataca rebeldemente a hipocrisia social, que
mascara os preconceitos.
e) Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: "Sempre trabalhei como uma
negra", publicada semanas antes na mesma revista.
16 Exercício extraído do site www.mundoeducacao.com.br Acesso em: 19.08.2015.
Fique Ligado!
Existem duas formas de expressar nossa opinião num texto dissertativo: a Objetiva e a
Subjetiva.
Objetividade (como já vimos) está ligada a uma forma simples e eficiente de escrever.
Desse modo escrevemos de modo direto o que queremos.
Entretanto, algumas vezes a situação comunicativa existe um texto mais pessoal, em que o
autor opine expondo suas ideias em primeira pessoa. Nesse caso, estaremos trabalhando a
subjetividade.
Na dúvida, opte pela objetividade!
70
3 São características da dissertação:
a) Defesa de uma tese através da organização de dados, fatos, ideias e argumentos em torno de um
ponto de vista definido sobre o assunto em questão. Nela, deve haver uma conclusão, e não apenas
exposição de argumentos favoráveis ou contrários sobre determinada ideia.
b) Os eventos são organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia os verbos no
pretérito perfeito e predicados de ação relativos a eventos que se referem à primeira ou à terceira
pessoa. Presença de enunciados que sugerem ação e novos estados.
c) Predominância de caracterizações objetivas (físicas, concretas) e subjetivas (dependem do ponto
de vista de quem as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos de verbos mais comuns na estrutura do
texto são os verbos de ligação.
d) Tipo textual marcado por uma linguagem simples e objetiva, sendo que um dos recursos
linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, típicos de uma
atitude coercitiva.
As Partes da Dissertação
Na maioria das vezes, o texto dissertativo estrutura-se do seguinte modo:
Introdução
É a parte do texto em que se apresenta a tese (ponto de vista do autor). Não confunda tese
com tema. Tese é o ponto de vista, a opinião do autor sobre o tema, assunto, que será discutido.
Desenvolvimento
É onde ficam os argumentos que justificam a tese apresentada.
Conclusão
É a reafirmação do ponto de vista. Dependendo do tema, na conclusão pode haver a
apresentação de possíveis soluções para o problema apresentado no texto.
É de extrema relevância afirmar que as partes da dissertação supracitadas não precisam ser
esquematizadas em apenas três parágrafos, porém essa ordem deve ser preservada.
Pratique!
Leia o texto ‘Racismo de Classe’ e responda as questões a seguir.
Racismo de Classe
O racismo de classe explicitado nas eleições brasileiras deste ano ultrapassou os limites da
convivência civilizada. Autorizar-se a exibir ostensivamente preconceito social, discriminação
regional, superioridade étnica em relação à categoria social dos pobres, ao contrário do que se
pensa, não é um direito autêntico da sociedade democrática. Por quê? Porque pressupõe e defende
hierarquias “naturais”, “culturais” e, com base nelas, cria duas classes de pessoas: os politicamente
competentes e os politicamente incompetentes.
71
O racismo de classe funciona conforme a mecânica perversa de todo o preconceito.
Enquanto no racismo tradicional o sentimento de superioridade é dirigido a uma etnia (“raça”)
considerada inferior, seja por razões biológicas, seja por razões históricas, o racismo de classe se
dirige a um grupo por suas características socioeconômicas e constrói, sobre ele, toda sorte de
fantasias. Os pobres são ignorantes porque desconhecem as informações verdadeiras que nós
possuímos sobre os políticos, a economia etc. São irracionais, porque as razões que dirigem seu
voto são ilegítimas para nossas prioridades. E são incompetentes, porque, afinal, são pobres.
Três exemplos ajudam a ilustrar o que estamos falando. Em setembro, a Associação
Comercial e Industrial de Ponta Grossa editou um manual defendendo que os favorecidos pelo
Bolsa Família tivessem seus direitos políticos suspensos. Em outubro, publicados os resultados do
primeiro turno, o ódio “aos nordestinos” voltou mais agressivo e menos constrangido do que em
2010. Agora, conforme a campanha eleitoral foi se tornando mais competitiva, o delírio do
anticomunismo, mais extrovertido, e as oposições, mais confiantes, um economista de televisão
pontificou no Facebook que “quem estuda não vota na Dilma”. O esplendor dessa campanha foi
atingido por um colunista social que sugeriu trancar em casa, no dia da eleição, as empregadas
domésticas e os porteiros dos prédios para que não votassem na situação.
Segundo o conhecimento comum, o preconceito é filho da ignorância. O otimismo dessa
sentença moral está em acreditar que os dados objetivos e o diálogo racional funcionem como
instrumento de dissuasão e de pacificação. Ocorre que a psicologia do racismo é alimentada pela
paixão e pelo medo. Assim, pouco importa demonstrar que beneficiários de programas sociais não
votam, como autômatos, “no PT”, nem se convertem, como fanáticos, em petralhas. Votam
racionalmente e preferencialmente na “situação”, isto é, no governo, em qualquer governo. Ou que
a divisão do voto no Brasil (agora e em 2010) não é geográfica, mas social.
As opiniões preconceituosas não são, entretanto, apenas falta de modos civilizados ou
intolerância. Elas são também a expressão de um mal-estar maior. O que aparece como condenação
ao governo de hoje (seus feitos e malfeitos) é, na realidade, uma condenação da própria política.
Campanhas de oposição a governos podem ser politicamente agressivas, exibir estatísticas
verdadeiras, manipular outras informações nem tão verdadeiras, e reafirmar fanaticamente as
convicções partidárias mais delirantes. Campanhas pró-governo, idem. Mas o que não se pode
fazer, numa sociedade democrática, é advogar a ideia de que há duas classes de pessoas: as que
votam bem e as que votam mal. A ideia liberal “um homem, um voto” até pode ser uma ficção
jurídica, mas, no contexto em que vivemos, tem sua função civilizadora.
(BERLATTO, Fábia; CODATO, Adriano. http://www.gazetadopovo.com.br. 23.10.2014)
1 Este texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Identifique tal divisão.
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2 Na introdução é apresentada a tese, para inteirar do que será desenvolvido em seguida.
Identifique a tese do autor.
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3 No texto existe um trecho em que o autor narra um fato utilizando-o como argumento
válido para justificar sua tese. Que fato é esse?
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4 Sobre a conclusão do texto responda:
a) O autor reitera a tese ou apresenta soluções para o problema apresentado.
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b) No final do texto o autor apresenta sua opinião sobre o que seria uma ação correta. Que
opinião é essa?
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Escreva!
Considerando os textos que seguem, faça uma dissertação expondo suas ideias sobre esse
grave problema social.
Texto 1
Na manhã de sexta-feira (3), a apresentadora Maria Júlia Coutinho foi alvo de uma série de
comentários racistas, na página do Jornal Nacional no Facebook. "Só foi ela chegar que o tempo
ficou seco igualmente a um carvão em cinzas", "Ela já nasceu de luto", foram alguns dos absurdos
escritos pelos seguidores da fanpage. Na mesma sexta-feira, o apresentador do JN, durante a
apresentação do programa, afirmou que a Rede Globo iria "tomar medidas cabíveis" contra
internautas que fizeram os comentários racistas. De fato, as medidas já estão sendo tomadas e os
Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e São Paulo instauraram inquéritos para apurar os crimes de
injúria qualificada e racismo. (http://www.jornaldacidadeonline.com.br/ Postado dia: 06/07/2015)
Texto 2
“É que Narciso acha feio o que não é espelho” (VELOSO, Caetano. Muito – Dentro da estrada azulada. Rio de Janeiro: CBD, 1978)
Fique atento a todas as características do texto dissertativo que estudamos até aqui.
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REFERÊNCIAS
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 2003, p. 111 e
112.
FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e redação. 17 ed. São Paulo: Ática, 2007.
FRASCOLLA, A.; FÉR, A. S.; PAES, N. S. Lendo e interferindo. 1. ed. São Paulo: Moderna,
1999, pp. 109 a 111.
GONÇALVES, M. S.; RIOS, R. Português em outras palavras. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1997,
pp. 41 a 44. (7ª série)
KOCH, I.V.; ELIAS, V.M. Ler e compreender – os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
___________; __________. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2ª ed. São Paulo:
Contexto, 2014.
MARCUSCHI, L. A. Oralidade e escrita. Signótica, 9: 119-145, jan./dez. 1997.
SARGENTIM, H. G. Palavras. 1. ed. São Paulo: IBEP, 2002, pp. 84 e 85. (Coleção Língua
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