Sermão de santo antónio aos peixes - Capítulo V
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Transcript of Sermão de santo antónio aos peixes - Capítulo V
Capítulo V do Sermão de Santo
António aos Peixes
Resumo:• Defeitos particulares dos peixes• Descrição dos Roncadores• Comparação com o espadarte • Desprezo dos roncadores por parte de Deus• S. Pedro: “O muito roncar antes da ocasião é
sinal de dormir nela”
Primeiro Parágrafo
Figuras de estilo:• Interrogações retóricas ( ex: “É possível que,
sendo vós uns peixinhos tão pequenos, haveis de ser as roncas do mar?” )
• Argumento de autoridade ( ex: “Deus não quer roncadores e que tem particular cuidado de abater e humilhar aos que muito roncam.” )
Primeiro Parágrafo
Crítica:• Os roncadores querem mostrar-se grandes
roncando muito, mas isso não lhes garante credibilidade
• Simbolizam a arrogância, soberba e o orgulho.• A humildade é mais vantajosa.
Primeiro Parágrafo
Resumo• Referência à Baleia e comparação com Golias
(figura bíblica)• Referência a Santo António “Assim que, amigos
roncadores, o verdadeiro conselho é calar e imitar Santo António”
• Homens roncam pelo saber e poder• Exemplo de Caifás “roncava de saber: vós não
sabeis nada”• Exemplo de Pilatos “desconheceis que tenho o
poder?”
Segundo Parágrafo
Figuras Estilo• Comparação ( ex: “O que era a Baleia entre os
peixes era o Gigantes Golias entre os Homens” )• Interrogação retórica ( ex: “E no cabo, que fim
teve toda aquela arrogância?” )• Apóstrofe (ex: “amigos roncadores”) Críticas:• Os Homens usam o seu saber e poder como
indicadores de superioridade, esquecendo a humildade.
Segundo Parágrafo
Resumo:• Descrição dos Pegadores Figuras de Estilo• Antítese ( ex: “tão seguros ao perto como
aqueles ao longe” ) Crítica:• Os Homens juntam-se uns aos outros,
normalmente os pequenos aos grandes, esquecendo a sua autonomia e sofrendo as consequências das decisões dos grandes.
Terceiro Parágrafo
Resumo:• O modo de vida dos pegadores instalou-se na
sociedade.• Como exemplo, Vieira refere o facto de que
nenhum vice rei ou governador ir para as Conquistas sem ir rodeado de pegadores.
• Elogio aos menos ignorantes por seguirem a sua vida por outra via, ou seja, despegando-se dos outros.
• Aqueles que se pegam aos maiores ficam à mercê da sua vontade.
Quarto Parágrafo
Figuras de Estilo• Ironia (“Este modo de vida, mais astuto que
generoso”)
Crítica• A crítica que Vieira faz aos peixes passa agora para os
humanos, dizendo que o hábito de os humanos se juntarem é prejudicial para ambas as partes, uma vez que, os pegadores se aproveitam da grandiosidade daqueles a quem se juntam, o que é prejudicial para os pregadores porque terão de se sujeitar à vontade dos grandes.
Quarto Parágrafo
Resumo:• Este parágrafo retrata a pesca de um tubarão que
traz consigo um grande número de pegadores que Vieira descreve como “manchas naturais”.
• Como consequência de se pegarem ao tubarão, os pegadores acabam também por morrer.
Figuras de Estilo:• Comparação (“com os seus pegadores às costas, tão
cerzidos com a pele que mais parecem remendos ou manchas naturais”)
Quinto parágrafo
Crítica:• A crítica é a condenação do oportunismo e da
ignorância dos pegadores. Eles são os parasitas do tubarão e não seguem o seu próprio caminho. Devido a esse oportunismo, quando o tubarão morreu, os parasitas morreram também.
Quinto parágrafo
Resumo: • Referências àquilo que S. Mateus disse a José que
foi: que eles já podiam voltar para “a pátria” porque Herodes que queria matar Cristo estava morto e todos aqueles que eram chegados a Herodes estavam também mortos.
• “porque em morrendo o tubarão (Herodes), morrem também os pegadores (todos aqueles que seguiam Herodes)”.
Sexto Parágrafo
Figuras de Estilo:• Repetição (“todos os seus, toda a sua família,
todos os seus aderentes, todos os que seguiam”) Crítica:• O facto das pessoas de juntarem a Herodes fez
com que estas morressem. Morrendo o seu tubarão os pegadores vão morrer também.
Sexto Parágrafo
Resumo:• Descrição do Polvo, parecido com um Monge e
uma Estrela• “É o maior traidor do mar” – pinta-se das
cores das coisas a que está pegado (comparação com o Camaleão)
• Comparação com Judas
Décimo Parágrafo
Figuras de estilo:• Antítese: (ex: traçou a traição às escuras, mas
executou-a muito às claras.“)• Apóstrofe: (ex: “Vê, peixe aleivoso e vil, qual
é a tua maldade)• Ironia: (ex: "E debaixo desta aparência tão
modesta, ou desta hipocrisia tão santa”)
Décimo Parágrafo
Resumo:• Contraste entre a clareza da água e a traição
do polvo• Comparação com os homens – traições,
fingimentos, falsidades• Referência a Santo António – exemplo de
sinceridade
Décimo Primeiro Parágrafo
Figuras de estilo:• Antítese: (ex: ”António (...) o mais puro exemplar
da candura, da sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano.“)
• Enumeração: (ex: "(...) que também nelas há falsidades, enganos, fingimentos, embustes, ciladas e muito maiores e mais perniciosas traições.“)
• Gradação crescente: (ex: "(...) um monstro tão dissimulado, tão fingido, tão astuto, tão enganoso e tão conhecidamente traidor!“)
Décimo Primeiro Parágrafo
Crítica:• O polvo engana os inocentes, traindo-os sem
eles estarem à espera de uma forma totalmente egoísta.
• Tal como o mar, a terra está cheia de falsidade, hipocrisia, traição.
Décimo Primeiro Parágrafo