Ser éticos Catequese do Papa...

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Deus nos orienta a viver uma vida honesta e verdadeira Londrina · abril 2016 · ano XVI · n°191 Ilustração: Heloísa Pintarelli (Somma Studio)

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Deus nos orienta a viver uma vida honesta e verdadeira

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Vida em Ação N°191 Abril | 2016

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2 Voz do Pastor

Ser éticos

(43) 33390252 [email protected]

DIRETOR: Pe. José Rafael S. Durán

JORNALISTA: Carolina Thomaz

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO Rosângela do Vale, David Dequech, Paulo Briguet, Rosana de Andrade, Katia Baggio, Roberto Francisco e Cecília Fraga

TIRAGEM: 1.500 exemplares

DESIGN e DIAGRAMAÇÃO Somma Studio sommastudio.com

Padre José Rafael Solano Durán ∂ Pároco

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Cidade do Vaticano (RV)

Queridos paroquianos e Paroquianas: Com sua licença e carinho, me permito entrar neste mês nas suas casas e famílias. Muitas coisas aconteceram ao longo deste tempo. Tivemos a grata oportunidade de celebrarmos o tempo Pascal e com ele as alegrias e esperanças da Igreja a Caminho. Sofremos com as dificuldades que enfrenta nosso Brasil, e sabemos das tristezas que o mundo vive. Neste mês cristãos foram crucificados em países orientais, o numero de refugiados aumentou ao ponto do Papa Francisco fazer um apelo urgente a toda a comunidade Internacional, o desastre no Equador após o terremoto e as inúmeras consequências que deixa o mal e o terror em toda a face da terra. E para completar o clima seco e quente que não trazia o outono e que queimava as colheitas.

Nós cristãos temos a firme convicção de que o mal, não poderá tomar conta do mundo; mas para isso temos que trabalhar e nos esforçar constantemente.

Um elemento de grande valor é nossa vida ética e moral. No século XVII, a ética foi questionada por todos os filósofos. Se atrever a ser ético é algo para pessoas de verdade. Estamos muito acostumados com a possibilidade de uma vida dupla, de comportamentos duplos, de palavras duplas. A duplicidade é mais frequente do que imaginamos e se pararmos para pensar frequentemente caímos na tentação de nos justificarmos, enganar e nos corromper.

3Mundo católico

Domingo, 24 de abril – mais de 60 mil adolescentes participaram na Missa presidida pelo Papa Francisco na Praça de S. Pedro por ocasião do Ano Santo da Misericórdia. O Santo Padre falou-lhes de amor, liberdade e felicidade.

O Papa Francisco na sua homilia, partindo do Evangelho deste V Domingo da Páscoa, deixou claro aos adolescentes que o amor é o bilhete de identidade cristão:

“Por outras palavras, o amor é o bilhete de identidade do cristão, é o único «documento» válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. Se este documento perde a validade e não se renova deixamos de ser testemunhas do Mestre.”

O amor é o bilhete de identidade de todo cristãoCatequese do Papa Francisco

O Santo Padre convidou os adolescentes a serem discípulos de Jesus, verdadeiros amigos que se distinguem “pelo amor concreto que brilha na sua vida”. Um amor que não é fácil “é exigente, requer esforço” – disse o Papa.

O amor é generosidade – continuou o Papa – que disse aos adolescentes para não se esquecerem de agradecer ao Senhor que “não Se esquece de nos oferecer cada dia um dom especial”. Porque o Senhor “está sempre contigo e sente-Se contente por estar contigo” para lançar redes e pôr a render os teus talentos – afirmou o Papa dirigindo a cada um dos adolescentes:

“Como fez com os seus jovens discípulos, fixa-te nos olhos e chama-te para O seguir, «fazer-te ao largo» e «lançar as redes» confiado na sua palavra, ou seja, a pôr a render os teus talentos na vida, juntamente com Ele, sem medo. Jesus espera pacientemente por ti, aguarda uma resposta, espera o teu «sim».”

O desejo de afeto e de ternura dos adolescentes vividos segundo a voz do Senhor – observou Francisco – permite-nos “cuidar da outra pessoa, o que significa respeitá-la, protegê-la e esperar por ela.” E para tal existe a liberdade que é o “dom de poder escolher o bem”. Segundo o Papa “é livre quem escolhe o bem, quem procura aquilo que agrada a Deus, ainda que custe. Mas só com opções corajosas e fortes é que se realizam os sonhos maiores, os sonhos pelos quais vale a pena gastar a vida.”

“A vossa felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é uma "app" que se descarrega do telemóvel: nem a versão mais atualizada vos poderá ajudar a tornar-vos livres e grandes no amor” – sublinhou ainda o Santo Padre que no final da sua homilia declarou que os adolescentes são “capazes de gestos de grande amizade e bondade”, capazes de construir o futuro como “discípulos de Jesus”.

O Papa Francisco fez uma bela meditação sobre a corrupção; afirmando que ser corrupto é algo mais do que ser um pecador; pois o corrupto não sente vergonha do mal cometido. Algumas vezes me vem em mente a imagem de Santo Agostinho quem se pergunta nas suas confissões como é que tendo peras na mesa da sua casa, ele se sentia atraído de roubar as peras na arvore do quintal do seu vizinho. Roubar é muito mais do que um ato desonesto, é um pecado Grave, causa injustiça e agride a dignidade do meu irmão, trapacear, dar no calote, colar na prova ou piratear o filme ou a musica, são situações que acabam como a nossa vida ética. Reflitamos em que situação nos encontramos e peçamos ao Bom Deus que nos ajude a viver uma vida honesta e verdadeira. Desejo a todos e a todas um mês de Maio carregado de amor, ternura e doçura na companhia de Nossa Mãe a Virgem Santa. Meu abraço caloroso especialmente para todos os que se preparam para receber o sacramento do matrimonio.

Vida em Ação N°191 Abril | 2016Madre Leônia Madre Leônia

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“Ser tua esposa, ó Jesus, ser carmelita, ser, pela minha união contigo, mãe das almas, deveria bastar-me. Mas não é assim. Sem dúvida que estes três privilégios — carmelita, esposa e mãe — são a minha vo-cação; contudo, sinto em mim outras vocações. Sinto a necessidade, o desejo de realizar para Ti, Jesus, as obras mais heróicas.”(Santa Teresinha do Menino Jesus)

Não deve ser por acaso que a postuladora da beatificação de Madre Leônia Milito se chama Terezinha. O trabalho da Irmã Tereza de Almeida, desenvolvido nos últimos 18 anos, revela muitas similaridades entre a queridíssima santa francesa e a futura santa de Londrina. A múltipla vocação que se vê primordialmente na Virgem Maria — Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo — marca toda a trajetória da vida de Madre Leônia neste mundo e também toda a glória de sua vida no Céu, desde a sua passagem em 22 de julho de 1980. Assim como Santa Teresinha, a serva de Deus londrinense era uma personalidade poliédrica, uma rosácea de catedral gótica, ao mesmo tempo múltipla e una, que se revelou através de um carisma fundamental: a vida missionária. “Apesar de minha pequenez, queria iluminar as almas como os profetas e os doutores”, diz Santa Teresinha em seus manuscritos autobiográficos. “Queria percorrer a Terra, pregar o teu nome e implantar no solo infiel a tua cruz gloriosa (…); queria, ao mesmo tempo, anunciar o Evangelho nos cinco cantos do mundo.” As palavras da santa de Lisieux poderiam facilmente ser repetidas pela santa de Londrina!

Quando Madre Leônia sofreu o acidente fatal, há 36 anos, estava a caminho. Como disse o padre Firmo por ocasião de sua missa de sétimo dia, não poderia ser diferente: o Anjo Sacrificador só poderia achá-la em trânsito. Naquela terça-feira, por volta das 13h45, Leônia rumava dentro de um Fusca com mais quatro religiosas para Maringá, onde encontraria o então arcebispo Dom Jaime Luiz Coelho, que havia acabado de visitar as irmãs da Congregação de Santo Antônio Maria Claret na Europa e na África. Madre Leônia faria essa visita de cortesia a Dom Jaime antes de partir para mais uma missão: estava de malas prontas para a Austrália, onde iria semear a missão claretiana no último continente que faltava entre “os cinco cantos do mundo” referidos por Teresinha do Menino Jesus. Madre Leônia não pôde ir à Austrália, mas a sua missão veio a florescer também na Oceania. “Como Leônia era uma missionária, o Anjo Exterminador poderia tê-la encontrado em qualquer parte do mundo, mas a encontrou aqui em Londrina”, diz a postuladora.

INTIMIDADE COM DEUSA Irmã Terezinha de Almeida conviveu com Madre Leônia por uma década e meia. Em 1965, menina de apenas 12 anos, veio

para Londrina decidida a vestir o hábito e fazer os v0tos. Aqui ela conheceu a superiora e fundadora da Congregação Claretiana. “Era uma graça ter conosco aquela irmã com tanta experiência, tanta sabedoria e que nos acolhia com ternura materna. Tínhamos em Madre Leônia a nossa mãe”, relembra Terezinha. Certo dia, Madre Leônia mandou chamar a jovem na Casa-Berço da Congregação (hoje Casa da Memória) e disse: “Terezinha, você está há três anos na congregação, começou menina. Mas vejo que você tem maturidade. Quer começar a se preparar para receber o hábito em janeiro?” O rosto de Terezinha iluminou-se e a resposta não poderia ser outra: “Sim!”

Os 15 anos de contato com Madre Leônia foram importantes, mas Terezinha acredita que passou a conhecê-la muito melhor depois de assumir a causa da beatificação. “Como postuladora, rompi aquela barreira da filha — afinal, a mãe sempre guarda algum segredo para os filhos. Pude adentrar no mais profundo da vida espiritual da vida de Madre Leônia, através de seus diários espirituais e dos testemunhos das pessoas que conviveram com ela. Percebi que o caminho de Madre Leônia é linear: ao longo da vida, ela vai crescendo na sua vocação, na sua generosidade, no seu jeito de ser, na sua intimidade com Deus.”

Leônia nasceu em 23 de junho de 1913, na cidade italiana de Sapri, com o nome de Maria Milito. Muito jovem vinculou-se à Ação Católica e chegou a fugir de casa para abraçar a vida religiosa. Mesmo com a resistência do pai, comerciante próspero, entrou para o Instituto das Pobres Filhas de Santo Antônio e recebeu, no ato da vestição, um nome novo: Leônia, em homenagem ao papa Leão I (400-461), conhecido como Leão Magno, um dos maiores teólogos de todos os tempos, que se notabilizou por suas meditações sobre a divindade e humanidade de Jesus Cristo.

ENCONTRO COM DOM GERALDOA vinda de Leônia para o Brasil foi marcada por uma daquelas crises que sempre acontecem na vida dos santos. Em 1956, em meio a críticas e incompreensões dos superiores, pede autorização ao Vaticano para desligar-se do Instituto das Pobres Filhas de Santo Antônio e assim poder abraçar sua vida missionária no Brasil. Em 1957, ela conhece um personagem decisivo em sua vida: o então padre Geraldo Fernandes, que no ano seguinte viria a ser nomeado primeiro bispo de Londrina. Dom Geraldo não só traz Leônia e suas companheiras de missão para o Norte do Paraná como juntamente com ela funda, em 1958, a Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, hoje presente em 17 países e cinco continentes. “Londrina foi o lugar que o Espírito Santo encontrou para inspirar Madre Leônia e Dom Geraldo a criar essa Obra”, afirma Terezinha.

A beatificação é um processo longo, metódico e complexo. Em 2003, foi encerrada a fase diocesana da causa. Agora, Irmã Terezinha, que mora em Roma, trabalha na chamada

fase romana da beatificação. Em 42 volumes e 14 mil páginas de documentação, ela reuniu tudo que as pessoas disseram, ouviram e viram de Madre Leônia. “Trabalho com seis e até sete fontes ao mesmo tempo. Agora estamos fazendo o cruzamento de dados”, explica a postuladora. No entanto, tem sido um trabalho muito gratificante, pois todas as ações comprovadas de Madre Leônia na comunidade encontram correspondência nas suas orações íntimas e nos diários espirituais. “O mais bonito é ver a certeza moral das pessoas quanto à santidade de Madre Leônia.”

Assim Terezinha de Almeida define o santo: “É aquela pessoa que entra no mistério de Deus — onde não existe basta. Existe um algo mais que a vida espiritual consegue dar a ela. Ela enxerga mais. Ela vê mais longe. Ela vive, no ordinário da vida, uma experiência gloriosa com Deus e os irmãos. Encontra o extraordinário no ordinário”.

E o que falta para Madre Leônia ser declarada beata e depois santa? Falta ainda um milagre. Um acontecimento inex-plicável pela ciência. Uma cura tão excepcional que os médicos e cientistas simplesmente não sabem dizer como aconteceu. Terezinha já viu muitos milagres de Madre Leônia, mas sem-pre esbarrou na falta de alguma prova material, e o Vaticano é rigorosíssimo neste ponto. Porém, a postuladora está convicta de que esse milagre santificador já aconteceu ou está prestes a acontecer. Quem sabe você, que está lendo este texto, não é a pessoa que vai revelá-lo ao mundo? Madre Leônia, cuja vida em si já é um milagre, conta com o nosso testemunho.

Paulo Briguet

Um milagrechamado

LEÔNIAIrmã Terezinha de Almeida, postuladora da beatificação de Madre Leônia Milito, revela a personalidade fascinante da futura santa de Londrina

OFERECIMENTO“Desejo caminhar e jamais me instalar.

Desejo e quero enriquecera minha vida, por teu amor...

Viver a minha vida missionáriasem me preocupar

com as vicissitudes da hora presente...Eu te consagro as minhas mãos,o meu coração, os meus lábios,o meu corpo e toda mim mesma

para continuar a salvar,em tua companhia, ó Jesus,

a humanidade inteira.”(Madre Leônia Milito)

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Vida em Ação N°191 Abril | 2016

Kátia Baggio

Os mandamentos de Deus e a Ética CristãAs 10 milenares regras de conduta precisam ser redescobertas - por todos nósEm 2013, quando recebeu milhares de jovens e crianças no Vaticano, papa Francisco respondeu várias perguntas. Uma delas referiu-se à participação do cristão na vida política. O site Vatican Insider, que acompanha a rotina do pontífice, reproduziu trechos do en-contro. A resposta de Francisco a esta pergunta foi assim publicada: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão... os cristãos não podem se fazer de Pilatos, lavar as mãos... deve-mos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais eleva-das da caridade, visto que procura o bem comum. E, acrescentou: “os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão”, apontou.

Francisco tem a capacidade de sin-tetizar conceitos complexos em senten-ças didáticas. Vamos, então, desdobrar

pelo menos um dos conceitos que identificamos nos conselhos do papa aos jovens. A Ética Cristã.

A Ética, como conceito filosófico, foi se estruturando junto com o pensamento da própria humanidade e até hoje recebe in-terpretações conforme as regras sociais e a cultura na qual está inserida. Basica-mente, Ética se refere a um conjunto de regras com o intuito de gerar bem-estar e felicidade ao ser humano.

Ah, se fosse simples assim. O profes-sor de Filosofia, Antonio Frederico Zan-canaro, observa que a Ética na Grécia Antiga, por exemplo, tinha esse princípio positivo, de promover a felicidade do ci-dadão. Porém, o único indivíduo consid-erado cidadão, na época, era o homem livre. Escravos, mulheres e crianças es-tavam, portanto, excluídos do conceito. É certo que o assunto rende livros e muita discussão. Mas, o momento é oportuno para algumas reflexões sobre o tema.

ÉTICA NA HISTÓRIAO Código de Hamurabi é considerado o primeiro o conjunto de leis escritas para

organizar a conduta de uma sociedade a partir do bem comum. Foi criado pelo rei Hamurábi, da Mesopotâmia, por volta de 1772 A.C. As 282 leis foram esculpidas em um monolito, ou seja, em uma única pedra, e tratam de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão, que existia no reino. Mesmo assim, segundo o rei, o Código foi escrito "para que o forte não prejudique o mais fraco, a fim de proteger as viúvas e os órfãos" e "para resolver todas as disputas e sanar quaisquer ofensas". Ainda que radicais, alguns pontos do Código de Hamurabi já revelavam a questão ética, mesmo em uma sociedade escravagista: o código é conhecido por ser o primeiro corpo de leis de que se tem notícia, fundamentado no princípio da lei de talião, que estabelece a equivalência da punição em relação ao crime. O termo talião tem origem no latim e significa tal ou igual, por isso, a ex-pressão "olho por olho, dente por dente". O código considera passível de julgamen-to e condenação o falso testemunho, o roubo, a receptação e a ajuda de fugi-tivos. E estabeleceu, ainda, os fundamen-tos do princípio jurídico judicium dei, que indica a possibilidade de um julgamento divino. O monolito está hoje no Museu do Louvre, em Paris.

O professor Zancanaro elenca outros princípios éticos, como o de Immanuel Kant, considerado o principal filósofo da era moderna. “Em linhas gerais, Kant propõe a Ética a partir de condutas que tenham força universal, isto é, boas para todos, mesmo sabendo da complexidade do comportamento humano”.

ÉTICA CRISTÃE, o que é Ética Cristã? Uma pesqui-sa simples na internet aponta para a se-guinte definição: trata do comportamento humano com compromisso da vida cristã.

Segundo o professor Zancanaro, podemos entender os 10 mandamentos como padrões de conduta estabeleci-dos, primeiro, para o povo hebreu. Afinal, apenas três se referem a Deus, os sete

restantes orientam o comportamento da comunidade. Deus sabia que o homem poderia se perder. E, decidiu estabelecer um projeto quase cruel de recuperação da humanidade: mostrar que o próprio filho Dele sofreria para libertar a todos.

O primeiro mandamento, “Amar a Deus sobre todas as coisas” significa praticar esse amor universal através do nosso irmão. Para isso é preciso perdoar, servir e nunca excluir. Afinal, como me considerar de bem com Deus se estou de mal com o próximo, ou se lhe faço mal?

A Ética de Jesus foca no conselho “amai-vos uns aos outros”. Para o filósofo Zancanaro, Jesus propõe a inversão do pensamento de competição e divisão entre os povos, para a união e solidar-iedade como forma de promover a vida. “Jesus propõe novas regras para a nova vida no Reino de Deus e propõe um Reino já aqui, na Terra, possível através de um relacionamento diferente do belicoso, de interesse individual, de muita cobrança dos outros e pouca de si mesmo”.

ÉTICA E O SERMÃO DA MONTANHAO Evangelho nos mostra como Jesus se dirigia ao povo simples sempre com-preensivo, pois era, na sua maioria, for-mado por analfabetos, de pouca cultura, além de viverem oprimidos pelos fariseus, sempre exploradores e mal intenciona-dos. Eles estabeleciam e representavam as leis e arquitetavam armadilhas para “pegar” Jesus, na tentativa de “legalizar” suas atitudes ilegais ou imorais.

Nesse sentido, o Sermão da Mon-tanha pode ser considerado um detalha-mento da Ética de Jesus. São as chama-das “bem-aventuranças”. O texto está no Evangelho de Mateus (5-7) e mostra o Cristo ensinando lições de conduta e moral para a verdadeira vida de amor ao próximo, o caminho para a libertação do homem e assim, para o Reino de Deus. Jesus fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e faz um desafio: para que se escolha o caminho Dele.

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Prof. Antonio Zancanaro: "Jesus propõe a inversão do pensamento de competição entre os povos, para o de união e solidariedade como forma de promover a vida"

Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele,

e ele começou a ensiná-los, dizendo:

"Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.

Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.

Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.

Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.

Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.

"Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.

Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês".

"Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.

"Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.

acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.

Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.

Trecho do Sermão da Montanha

As bem aventuranças

Vida em Ação N°191 Abril | 2016

Tive a grata oportunidade de estar três vezes na Itália, em 1991, 1995 e 2015, e nessas ocasiões estive em Roma por pelo menos uma quarta-feira. E nessas quartas-feiras, fui a Vaticano e, em todas elas, pude ver pessoalmente o Papa. Nas duas primeiras, João Paulo II. Nesta última, Papa Francisco. Se foi sorte ou algo parecido, não saberia dizer, mas é uma experiência muito especial.

Não só pela minha origem 100% católica – pai mineiro e mãe neta de italianos -, visitar Roma é reforçar informações e valores importantíssimo. A começar pelo congraçamento. A Piazza de San Pedro, assim como o centro de eventos do Vaticano, recebem pessoas do mundo inteiro. Literalmente. As quartas-feiras são realizadas as audiências com o Papa, com a participação de comitivas de dezenas de países. São pessoas que querem ver e ouvir o Sumo Pontífice.

Lembro-me bem que, em 1991, conseguimos chegar ao interior do Vaticano alguns minutos antes de João Paulo II encerrar sua mensagem aos presentes. Instantes depois ele saía por uma das laterais (a esquerda de quem entre na Basílica de

Roberto Francisco

San Pedro), com passos vigorosos e seguido por uma equipe de assessores apressados por acompanhá-lo e fazer sua segurança – dez anos haviam se passado desde o atentado que quase o matara. Já em 1995, o homem João Paulo II era outro, com a mobilidade comprometida e a voz trêmula, mas o sacerdote mostrava-se forte e amoroso como sempre fora. Um construtor incansável.

Em 2015, num dia de inverno romano, combinando frio e sol forte, foi uma quarta-feira revigorante. Francisco tem sido um grande exemplo como Papa, como líder mundial, como catequista, como homem. Seu vigor espiritual, intelectual e humanístico encanta corações até daqueles mais distantes e vem lançando uma brisa de vida e luz sobre o mundo.

Ter estado em fevereiro do ano passado em Roma e, naquela quarta-feira, ter ido ao Vaticano, visto o Papa Francisco e ouvido dele uma mensagem sobre o valor da vida foi mais do que um presente. Foi a comprovação de que a Igreja é uma obra que se constrói sempre, todos os dias, em todos os lugares. E, tenho certeza, Francisco é um grande e sábio construtor.

Espero ir a Roma mais vezes. De preferência, nas quartas-feiras.

Em Roma, às quartas-feiras8 Mundo católico Mundo católico 9

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Vida em Ação N°191 Abril | 2016

Dias atrás uma amiga me enviou a seguinte mensagem: “Paulo, Deus não existe e você sabe muito bem disso”. Essa amiga, que também foi uma ex-namorada, conheceu-me na minha longa noite ateísta. O mais incrível é que a sua terrível frase contém uma semente da verdade, pois a negação peremptória é um reconhecimento, ainda que desordenado, da grandeza divina. Afinal, só Deus existe na plenitude do terno. Só Ele possui uma vida perfeitamente autêntica. Deus É a própria existência. Como afirmou certa vez o escritor Henry Miller, o importante não é se você acredita em Deus, mas se Deus acredita em você.

Tentar viver sem Deus configura uma perigosíssima espécie de roubo, uma vez que Ele é o dono de todas as coisas. O que nos leva ao título deste artigo, o sétimo mandamento da Lei mosaica: — Não roubarás. Significa em primeiro lugar, que não devemos nos furtar à possibilidade de nossa própria salvação.

Acredito que todos os mandamentos da Lei de Deus estão relacionados uns com os outros. Não deve ser por outro motivo que Jesus condensou-os em um só preceito, a Lei do Amor. Quem rouba começa por desrespeitar o primeiro mandamento — Amar a Deus sobre todas as coisas —, pois coloca outros deuses acima do Único.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o sétimo mandamento “enuncia o destino, a distribuição universal e a propriedade privada dos bens, e ainda o respeito das pessoas, dos seus bens e da integridade da criação”. Quem rouba, portanto, está afrontando diretamente o nome de Deus, pois macula e corrompe a Sua criação. Da mesma forma, o ladrão não arrependido — seja do dinheiro público, seja da propriedade privada — impede a si mesmo de santificar os dias reservados ao Senhor.

Quem rouba está desonrando seu pai, sua mãe e todos aqueles que são seus superiores neste mundo. Desviar

recursos públicos configura um evidente desrespeito ao quarto mandamento, visto que a ofendida, no caso, é a Pátria — a terra onde o ladrão nasceu.Parece-me evidente a relação que existe entre os mandamentos Não roubarás e Não matarás. Quem rouba está prejudicando a vida do próximo e assumindo a responsabilidade pelo que lhe acontecer. Esse pecado se torna ainda mais grave quando cometido por quem ocupa cargos de poder. O roubo instituído como forma de governo — a cleptocracia, sob a qual vivemos no Brasil — pode levar à morte de milhares, de milhões. O dinheiro desviado numa pedalada fiscal extermina a vida nos hospitais, nas escolas, nas creches, nas habitações, nas estradas, na polícia, na mesa do trabalhador.

Não é por acaso que os grandes escândalos de corrupção muitas vezes estão associados a atos contra a castidade. O

roubo conspurca a alma e impede que os seres humanos atinjam a pureza desejada por Deus. Se é aceitável roubar, também é aceitável se entregar aos instintos mais baixos, às paixões mais obscuras. Nesse caso, o corrupto também se sente livre para levantar falsos testemunhos, principalmente contra aqueles que combatem e denunciam o mal. As várias formas de depravação moral — mentira, concupiscência, cobiça, inveja, crueldade — esquartejam o ser do ladrão e o escravizam. Exasperado por suas próprias cadeias, ele se julga com o direito de cuspir nos outros.

A corrupção da alma é, acima de tudo, um grande ato de egoísmo. Estes que saquearam, destruíram e esquartejaram o nosso país, deixando-0 como o corpo de Tiradentes no quadro de Pedro Américo, só pensam em si mesmos.

Quebraram as pernas do povo e agora tentam lhe dar muletas como recompensa. Fazem-me lembrar a história do justo que morreu e foi para o Céu. Na sala onde estava Deus, havia uma porta; detrás dessa porta, vinha um ruído de vozes incompreensíveis. O justo perguntou a Deus: “— Senhor, o que essas vozes estão dizendo?” Deus disse: “— Abra a porta e saiba por você mesmo.” O homem abriu a porta e do Inferno vieram as vozes que gritavam: “— Eu! Eu! Eu! Eu! Eu!”

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10 11Reflexão A Paróquia

Seu almoço deDomingo muito mais gostoso!

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O PCDP é um grupo voluntário antidrogas, sem fins lucrativos, de caráter ecumênico, dedicado a ajudar os pais de dependentes químicos de drogas lícitas ou ilícitas.

O objetivo do grupo é de apoiar, esclarecer e trocar experiências entre pais que sofrem com a aflição de filhos dependentes.

As reuniões acontecem todas terças-feiras, das 19h30 às 21h00, na Paróquia São Vicente de Paulo.

Paróquia São Vicente de Paulo Capela Mãe da Divina Providência

Demonstrativo financeiro março 2016

Dízimos CadastradosEspórtulas de SacramentoCampanhas para construçãoColeta Campanha da FraternidadeColetas de MissasDoaçõesOutras receitasRendas s/ aplicaçõesOutros valores recebidosReceitas de locaçãoRessarcimento de despesasPatrocíniosTotal Receitas

Dimensão ReligiosaDimensão SocialDimensão MissionáriaReembolso de despesas/repasesTotal Despesas

O demonstrativo detalhado está à disposição de todos na secretaria da paróquia!

Dízimos CadastradosCampanhas para ConstruçãoColetas de MissaDoaçõesRendas s/ aplicaçõesTotal Receitas

Dimensão ReligiosaDimensão MissionáriaTotal Despesas

RECEITAS

DESPESAS

Uma questão de fé!Você participa do Dízimo?

RECEITAS

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70.395,20880,00

17.490,008.892,65

44.919,603.667,003.160,004.340,23

200,003.200,002.930,001.930,00

162.004,68

251.371,3918.517,5332.497,3723.749,29

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18.775,001.305,005.105,054.260,00

456,6429.901,69

49.016,82880,00

49.896,82

Não roubarásPais Codependentes da Divina Providência

De como o sétimo mandamento da Lei de Deus pode salvar o Brasil

Paulo Briguet

Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo

Vida em Ação N°19112 Eventos

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20 anos de ordenação do Pe. Rafael

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CAMINHANDO PELA TERRA SANTA NO EVANGELHO DE SÃO MARCOS

Convidamos para a reunião de formação com o Frei Ildo Perondi – coordenador do curso de Teologia da PUCPR – em preparação para a experiência de fé na Terra Santa em setembro/2016 com o Padre Rafael.O roteiro da peregrinação em Israel segue a dinâmica apresentada por São Marcos em seu evangelho e é isso que Frei Ildo irá explicar para todos os que comparecerem.Dia 04 de maio, quarta-feira, às 20h00, no centro de pastoral da Paróquia São Vicente de Paulo.

AVISO

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