Sempre03

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Jul 2012

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O intuito da revista é divulgar pessoas que amam o que fazem da vida tornando-se um ponto de referencia em novas ideias, projetos e trabalhos.

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Há oito meses nascia uma revista livre e colaborativa com a participação do leitor em matérias e colunas. Uma revista criada não pensando em ganhar milhões e sim pela simples vontade de mostrar pessoas mara-vilhosas que existem nesse mundo e que estão muito próximas de nós.

Nesta terceira edição a Sempre vem recheada de algumas que encontrei por esse mundão!!! E outras que meus amigos do coletivo encontraram : ).

Começando com a bela capa do Victor Massaki na Marquise do Ibirapuera, (Ibira para os mais íntimos) que abrigou diversas gerações do skate brasileiro. Essa maravilhosa obra do nosso grande arquiteto Oscar Niemeyer.

Da colaboradora Alessandra Silva, belas dicas de lugares para conhecer em São Paulo. Para os ouvi-dos aguçados uma sessão bem brazuka do Dj Fino com sua agulha de qualidade e um texto incrível que deixou o Rodrigo Herzog, nosso redator, de queixo caído.

E foi lá no lugar que eu amo, Vila Madalena, que encontrei esse homem banda. Já pensou em uma banda bem brasileira e de um único integrante? Isso mesmo uma banda! Esse é o Guilherme Folco, uma pessoa com um coração gigantesco e um musico que consegue deixar todos espantados com seu desempenho que mixa vários instrumentos em loopstations e ainda adicionar uma pitada de circo e críticas à sociedade.

Passeando pela Vila Madalena deparo com a placa: ‘‘Confie em mim!!! Trabalhe no que você ama!” E foi lá que vim a conhecer uma pessoa com um astral e um carisma pra lá de encantador. Apaixonado pelo seu trabalho e por sua vida. Esse é Du E-Holic o ‘‘O chapeleiro maluco” que leva sua arte para todo o mundo e está de malas prontas para rodar por este grande Brasil.

Abrindo a galeria de Street Style uma grande amiga que veio de Londres e se tornou uma irmã tão que-rida quanto amigas que tenho de longa data. Essa é Clara Morisson, uma fotografa de coração com a suas Lomos e sua Nikon D3000 faz shots de deixar qualquer um maluco com suas imagens captadas, cores saturadas e ângulos inusitados.

Direto de Barça, Alex Kaleb Romano, um grande amigo e artista que a rua apresentou-me em meados

de 2007. Aqui ele fala para a Sempre um pouco de sua vida transeunte vivida entre o lúdico e o real em meio aos devaneios, alegrias e tristezas que a vida nos apresenta.

De lá da terrinha no topo do Brasil, vem meu irmão fuderoso, Daniel Minchoni, um dos novos nomes quando se fala de organizadores culturais de São Paulo. Quando conheci esse nordestino com sotaque carregado e com vontade de poucos já esperava por coisa boa. O cara é uma maquina de cultura e cada vez que organiza um evento nessa cidade que é ligada 24hs no AR mais seu nome fica gravado.

Nessa terceira edição apresentamos o Cabaret Revol-tare. Um mix de cultura!!! Espaço aberto a novidades que permite que as pessoas fazer, criar, produzir, experimentar, expor e publicar.

Como sempre, nossa galeria vem com tudo. Desta vez reforçada!!!! Artistas de varias partes do mundo da musica e da arte em geral. Adorei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Os caras são novos, mas com um som de arrebentar. Herzog passou alguns dias com a Banda Bullet Bane que possui em suas raízes o bom hard core califor-niano e vem conquistando cada vez mais espaço levando pra todos os cantos do país a essência do hardcore.

Para fechar a terceira edição vamos falar de Skate. Afinal eu amo isso!!! E se é para falar que seja dos verdadeiros!!!!! Carpe Urben Crew , esse grupo de skatistas da Zona Sul – paulistana que sempre estão lançando um vídeo novo em seu canal do YouTube. Recentemente dois de seus integrantes saíram para uma trip pela Argentina. Os caras fazem isso sim-plesmente por amor!!! E nos contam como surgiu essa união.

Bora fazer acontecer!!!!!Boa leitura,

Alexandre MarcondesEditor

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4 Sempre - Julho 2012Conteúdo

LUGARES......PAG. 6SINTONIA FINA......PAG. 8GUILHERME FOLCO......PAG. 14DU E-HOLIC......PAG. 26STREET STYLE.....PAG. 36KALEB......PAG. 52CABARET REVOLTAIRE.....PAG. 64GALERIA...PAG. 74BULLET BANE.....PAG. 142CARPE URBEN....PAG. 152

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Conteúdo

LUGARES......PAG. 6SINTONIA FINA......PAG. 8GUILHERME FOLCO......PAG. 14DU E-HOLIC......PAG. 26STREET STYLE.....PAG. 36KALEB......PAG. 52CABARET REVOLTAIRE.....PAG. 64GALERIA...PAG. 74BULLET BANE.....PAG. 142CARPE URBEN....PAG. 152

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Nome: Alessandra Silva Ocupação: Interactive Art Director na empresa Ogilvy

Fui chamada pelo Rafa (Sartô) para indicar lugares legais em São Paulo: um de manhã, um de tarde e um de noite.

Site:

LUGARESSe formos separar por horários, vou começar falando dos parques. Parques são lugares conhecidos por nós, mas que às vezes deixamos de visitar. Um dia uma amiga me convidou para andar na ciclovia. Nossa ‘’departure’’ (rs) foi de manhã, com saída da casa dela, próximo à Av. JK, contornando o Parque do Povo . Passando pela Mar-ginal Pinheiros, nem o notamos, mas dentro é um lugar bem bonito. A ciclovia passa por dentro dele onde varias pes-soas também estavam fazendo alonga-mento e se exercitando. Além de ser um

ótimo lugar para descansar, pegar um fôlego con-versar um pouco e continuar. Eu curti.

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Na parte da tarde, ou final dela, quando convidamos alguém para fazer algo sempre nos lembramos de bares, museu etc. Eu me lembrei do Instituto Tomie Ohtake. Lá é uma experiência perfeita, na minha opinião. Ele te apresenta tendências da arte nacional e internacional. Vale conferir as exposições e visitar a livraria Gaudi, no Hall Instituto Tomie Ohtake\- Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros, São Paulo

Na hora da janta tem um restaurante no Itaim que vale a pena conhecer e pedir uma carne (posso garantir que o filé deles é fantástico) e bater um papo, tomar um chopp. O Bárbaro que fica na Rua Dr. Sodré, 241 – Vila Olímpia. É uma boa pedida.

Quando anoitece tem muita coisa pra fazer. O D-Edge é um dos clubes mais legais. É o com mais destaque em listas inter-nacionais e apresentam sempre produtores res-peitáveis. Fica na Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 141- Barra Funda.

LUGARESSe formos separar por horários, vou começar falando dos parques. Parques são lugares conhecidos por nós, mas que às vezes deixamos de visitar. Um dia uma amiga me convidou para andar na ciclovia. Nossa ‘’departure’’ (rs) foi de manhã, com saída da casa dela, próximo à Av. JK, contornando o Parque do Povo . Passando pela Mar-ginal Pinheiros, nem o notamos, mas dentro é um lugar bem bonito. A ciclovia passa por dentro dele onde varias pes-soas também estavam fazendo alonga-mento e se exercitando. Além de ser um

ótimo lugar para descansar, pegar um fôlego con-versar um pouco e continuar. Eu curti.

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SINTONIA FINA

Fuieu Original

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DJ, colecionador, garimpador de sebos, feiras, bazares ou qualquer outro lugar onde houver um sinal de discos de vinil, Fino, como é conhecido, vai procurar e construir seu acervo de “Discos Finos”.

O interesse pelas bolachas surgiu há nove anos, influenciado pela cultura dos bailes,

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em querer saber o que os dj’s colocavam nas festas, em batalhas de b.boys, sistemas de som e músicas que tocavam em festas familiares nos bairros, onde se ouvia ao longe as melodias rolarem noite adentro.

Sua pesquisa musical tem como foco principal a cultura brasileira: samba, bossa nova, tropicália, jovem guarda, pilantragem e também outros ritmos de influência mundial como o jazz, soul, funk, afrobeat, reggae, rap e todo tipo de grooves dan-çantes que fazem um bom baile e o corpo sacudir.

Fino já passou por dois coletivos, o extinto B12ss que formou com mais dois ami-gos discotecando em festas de amigos, bares e praças do bairro do Butantã onde mora, e em seguida, o Prato do Dia, por dois anos. Além de tudo isso, também já se apresentou no roteiro das casas noturnas referenciais de São Paulo: Susi, Astronete, Sarajevo, Tapas, Serralheria, Zé Presidente e Espaço Urucum, e gig’s com dj’s como Alemão, MZK, Magrão, Stranjah, Haru, Formiga, Niggaz, Kl Jay, Ajamu, King Nino Brown, Jurassic Sound, Quilombo Hi Fi, Reggaematic e outros.

Valeu Alexandre pelo convite, é um prazer participar e ainda mais pra falar sobre algo que tanto gosto, discos. De início não sabia ao certo sobre o que iria falar, então fui ouvir alguns discos pra pensar como faria e acabei selecionando três discos que sem-

pre ouço quando estou fazendo alguma coisa em casa, na rua no mp3 ou em qualquer lugar, música é sempre bom!!!

O primeiro,“Quero Voltar pra Bahia”, segundo álbum do baiano com um pé no funk and soul, Paulo Diniz. Lançado em 1970 pela Odeon o lp fez fama com a canção tema título do álbum (Quero Voltar pra Bahia.), uma homenagem a Caetano Veloso que, na época, encontrava-se exilado em Londres. Outra que se destaca é

“Um Chope pra Distrair”, um dos seus (Paulo Diniz) maiores sucessos em parceria com Odibar e com sua marca característica, a voz rouca, seu violão e temas românticos sobre mulheres e amores. Uma curiosidade sobre este álbum é que foram prensados dois lp’s, um com a música “Malandro é São Benedito” que foi censurada pelo AI-5, música que Paulo nunca mais quis gravar e que dizia: - ‘”Malandro é São Benedito que é crioulo mas é santo, melhor é bico calado, não entra mosca nem sai pecado”. Que depois foi substituída por “Ninfa Mulata”.

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O segundo e um dos meus favoritos é “Imagem e Som”do ‘soulman’ brasuca Cassiano, disco de 1970, época em que a música negra norte americana influenciava grandes nomes da soul music brasileira como Gerson KingCombo, Tony Tornado, Banda Black Rio, Miguel de Deus e também Tim Maia. “Velho Camarada”, de Cassiano, que gravou em seu primeiro Lp “Primavera (Vai Chuva)” aqui na versão do autor, e “Eu Amo Você”, músicas que fizeram grande sucesso na voz do síndico. Certamente, um dos artistas que mais se deixou levar pela onda soul foi Cassiano. Em “Eu, Meu Filho e Você” junto de sua banda “Os Diagonais” fez uma declaração de amor digna de Stevie Wonder, com orquestra, violinos, backing vocals no verdadeiro estilo soul/gospel. O oposto, mas não saindo da black music, é “O Caso das Bossas”, onde canta uma parte das mudanças que o samba teve ao longo dos anos em um funk dançante, falando, de João Gilberto, Juca Chaves e Jorge Ben. E “Minister”, apenas um minuto e cinqüenta e três, mas com uma energia que não há como ficar parado.

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O último e não menos importante, são as lindas vozes do Quarteto em Cy, em seu álbum de 1972 também de nome “Quarteto em Cy” onde voltam com toda força e nova for-mação depois de altos e baixos que o grupo sofreu. Com as raízes fin-cadas no Brasil, o disco já na primeira faixa vem com “Quando o Carnaval

Chegar”, de Chico Buarque, outro clássico disco e trilha do filme de mesmo nome de Carlos Diegues. Outras duas grandes canções são “Cavalo – Ferro”, de Raimundo Fagner e Ricardo Figueiredo Bezerra e “Tudo Que Você Podia Ser” de Lô Borges e Marcelo Borges. No lado B, ainda tem a divertida “Under-ground” e “Antes da Primeira Hora” de Zé Rodrix e Luis Carlos Sá, “Zanga, Zangada” e “Cantoria”de Edu Lobo. E fechando os trabalhos, música e participação de Dorival Caymmi em “Canto de Obá”, com-posição dele e Jorge Amado.

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al ém de ser o próprio M

ult isambafonico,

é a pro va viva da re sistência e desejo

por mudança, na arte e no m

undo.

Texto: Alexandre Marcondes

Fotos: Arquivo pessoal Guilherme FolcoLauro MedeirosLigiane Braga

Ragi Shanti

A banda de um homem só A banda

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a de um homem sóA banda de um homem sóA banda de um

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16 Sempre - Julho 2012A Vila Madalena é um dos poucos lugares da cidade de São Paulo que carrega tanta cultura em um mesmo ambiente.

Sou um frequentador assíduo. Foi em uma das festas que esse bairro proporciona, a Festa do Zé Presidente, que conheci Guilherme Folco e seu projeto Multisambofônico. Ao ver o som que uma pessoa só conseguia fazer fiquei abismado tamanha capacidade e qualidade sonora.

Isso ficou guardado em minha cabeça até o reencontrar depois de 2 anos em uma Terça – Feira no Café da Livraria Cultura da Paulista, não para escutar o seu som mas sim para conhecer melhor a sua historia.

Em clima descontraído começamos falando sobre nossas vidas no café da livraria e depois fomos até o terceiro andar onde sentamos no chão rodeado por livros para conhecer mais sobre essa banda de um home só.

Circo, Artes Cênicas e Música.

primeiro contato de Guilherme Folco com a música foi aos 12 anos quando começou a tocar violão e logo depois guitarra. Como base o rock’n roll, não houve harmonia ou algo do tipo no início. A vertente do Rock o seguiu durante um bom tempo até encontrar outras fases sonoras como o samba de partido alto. Foi então que percebeu a quantidade de pessoas que deixam as raízes musicais de seu país para trás e resolveu que o samba era o que ele queria levar para as pessoas, mostrar algo feito genuinamente pelo musico brasileiro.

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Em 2000 ingressou nas artes cênicas. Foi onde começou a treinar circo junto com teatro. Nesse período, conheceu um grupo de palhaços de rua chamados de TAL – Teatro Alternativo. Um grupo de palhaços-atores-performaticos-anarquistas que invadem os espaços de diversas cidades para intervenções urbanas com muita sátira política e crítica social.

Através do TAL Guilherme deu vida ao palhaço saxofonista o “Saxtrupiado”. Se apresentando em cima de um monociclo, levava, junto com seu saxofone, música e críticas à sociedade.

Em 2007, com o destino traçado para Espanha com o Circo Delírio, levou em seu repertório o jazz, chorinho e muito samba . Apresentando-se em diversos festivais do país.

Foram às ruas que proporcionaram a Guilherme diversas visões, inclusive a do mundo da criativi-dade.

“A rua mexe com a criatividade ... rola uma troca mesmo! Você tem que estar muito atento com o que está acontecendo e não desperdiça nada.Você vê ator apresentando na rua e parando quando aparece um men-digo no meio da sua peça, por exemplo.Você que está invadindo o local publico: o mendigo está ali há mais tempo que você. Então, você tem que brincar com aquilo ou interferir de maneira inteligente”.

Em uma de suas apresentações, em Bilbao, na Espanha, com o circo Delírio, um mendigo caiu de uma fonte, rachou a cabeça e começou a jorrar sangue no meio da apresentação deles. Um dos participantes tentou intervir de alguma maneira com o fato inusitado que acontecia naquele momento e falou: ‘’Aqui a besta fera que trocemos do Brasil. Mas, nesse caso, não teve jeito. A apresentação teve que parar e os integrantes chamaram a ambulância para levar o morador de

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18 Sempre - Julho 2012rua para o hospital.

Mas é assim eles tentam sempre jogar com o que está acontecendo e aproveitar tudo.

Passa um helicóptero, um carro, alguém grita, já grava o som, faz um ‘’loop’’ e reproduz na hora. Isso dá uma quebrada no que está programado e, ao mesmo tempo em que eles fornecem o material, eles aproveitam das interferências que o espaços fazem em seus trabalhos para pegar material de volta também.

As intervenções na rua sempre vão continuar a acontecer!

Sua última intervenção foi com uma bailarina amiga de Aracaju, Julieta Menezes, que veio para São Paulo. Aqui, eles percorreram a avenida Paulista na mesma época em que a Câmara de São Paulo aprovou o aumento de quase 100% nos salários do prefeito da cidade, Gilberto Kassab.

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Suas apresentações sempre tiveram um viés político, seja na rua ou em uma manifestação, como a do recente Código Florestal.

Sua visão sobre a política cultural do país e a situação da música e do mercado musi-cal é que a evolução está acontecendo junto com toda situação do mercado brasileiro. “A música está um pouco mais aberta” nos fala Guilherme. Todos sabem que é difícil viver de musica, mas segundo, a visão de Guilherme, os bons músicos estão produ-zindo mesmo que de forma independente. “Tem gente que chega à mídia com um aparato

pesado de investimento por trás questão de milhão e grava um CD, põe assessoria de imprensa e tudo mais o que tiver direito”.

Mas, como ele mesmo nos disse, tem como ir num outro viés. Sendo independente e fazendo virar! No melhor estilo Do It Yourself (Faça Você Mesmo).

Uma dica que Guilherme dá é correr atrás de projetos, afinal, tem muitos acon-tecendo. Tanto o circo como outros projetos podem se beneficiar através dos editais do PROAC, FUNARTE entre tantos outros. É só ficar an-tenado para poder participar.

“A gente fala que o povo é acomodado, mas o ar-tista também é acomo-dado, não se interessa em

formar nada”.

O Multisambofônico

Frequentador do Universo Paralelo, na Bahia, Guilherme se apresentava com o palhaço ‘’saxtrupiado’’ quando conheceu um cara de

Berlim chamado Rico Loop que estava tocando com um ‘’loopstation’’. Guilherme simpatizou de cara com o som de Rico Loop e resolveu fazer uma intervenção com seu Sax, juntando os dois sons.

Guilherme não pensaria que essa intervenção junto com Rico Loop o levaria, depois de 2 anos, a influências de comprar uma loppstation, uma pedaleira e outros aparatos que vieram a dar vida ao Multisambofônico.

Projeto esse que, como ele mesmo diz possui um estilo único, o estilo é Multisambofônico. Um pouco de samba, uma pitada de eletrônico dançante e muito improviso.

Suas composições multisambofônicas partem de dois caminhos:

Místico, macabro, sinistro, tenebroso e alegre, dançante, sorridente, saltitante.

“Eu não posso ser nem muito místico, macabro, sinistro, tene-broso ou alegre, dançante, sor-ridente, saltitante, mas eu fico entre esses dois caminhos” . O multisambofonico conta com saxofone, baixo, cavaquinho e mais alguns instrumentos e uma boa dose de circo.

Seu local de nascimento é São Paulo. “Nasci em São Paulo mas o importante é ter saúde ...rs”

A cidade tem uma grande influência em sua vida até meio que inconscientemente.

Escutar música muito tranquila ou muito calma não acontece. Suas músicas próprias tem um monte de interferências que vão se sobrepon-do. Fato esse que tem um pouco a ver com o vai em vem do agito de São Paulo.Ficar alguns meses em um lugar é uma mara-vilha para Guilherme, mas a vontade de voltar bate rapidinho.

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“Eu fiquei cinco meses em Aracaju. Quando eu cheguei aqui e ví aquela motos passando no corredor eu falei ‘’haaaai que alegria \o/ voltei :)’’...andar de bicicleta na vinte e três (de Maio)”.A produção de suas músicas é um mergulho e o faz se trancar e começar processar. É nessa fase que ele define quando uma música inicia com cavaquinho a outra com percussão e assim sucessivamente. Guilherme vai gravando em suas “parafinarias” assim como ele chama sua loopstation, que faz uns looops divididos em três paradas. Utilizada uma só para percussão, outra para cavaquinho e outra mais para base e efeitos e sua pedaleira de guitarra zom, que tem vários tipos de efeito.

Tudo vai sendo combinando junto com as programações ali já feitas. Cavaquinho, baixo, escaleta tudo na pedaleira para passar pelos efeitos e ir para loopstation. Flauta e sax vão para o micro-fone até a hora que Guilherme acha necessário gravar.

O primeiro Cd foi gravado o ano passado, num home estúdio de um amigo chamado Gondim (BARULHO.ORG). ‘’diverCidade’’ é o nome da obra . Gondim trabalha com áudio e dá aula no INSTITUTO CRIAR. A gravação do Sax e voz foram feitas em parceria com Gondim e alunos do projeto.

Depois de alguns anos, Guilherme voltou para se apresentar no Universo Paralelo, onde tudo

Verdade Mentirosa

Mantra Eletro Samba

Meu pé de lama

Expresso Cafuné

O Primata

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Verdade Mentirosa

Mantra Eletro Samba

Meu pé de lama

Expresso Cafuné

O Primata

começou para o Multisambofônico. Desta vez, não mais como palhaço ‘’saxtrupiado’’ e sim com o projeto Multisambofonico.

Ao lembrar do show, Guilherme nos fala o quanto é fantatistico tocar em um lugar que proporcio-na potêcia e qualidade com as caixas de equipamento, além de pessoas abertas para a música. A diferença é que não acontece uma observação direta. O que ele está fazendo? Como ele está tocando isso?

Não: lá as pessoas estão simplesmente para dançar, curtir e se entregar.

Nesse dia, passaram pelo palco Arnaldo Antunes, uma banda de 13 músicos da argentina que tocava um afroobeat e mais alguns músicos. Guilherme tocou num palco gigante, talvez grande demais para uma banda de um homem só.

Após a apresentação, Guilherme encontrou Thiago Pinheiro, que é um jazzista e já tocou inclu-sive com Stevie Wonder. Thiago falou: “escutei seu som do mar”. “Os caras no mar da Bahia e eu tocando ali no palco”.”é gratificante”.” você está na Bahia terra de todos os santos em um festival com gente de todos os lugares do mundo, satélite mesmo”. “é gente já com a consciência expan-dida de tudo quanto é jeito”. Guilherme resalta “foi o melhor show da minha vida”.

Fela Kuti, AfroBeat, Dub-Stap moderno, Paquito D’Riviera, DUBFX, Mo Kalamity, Chalie Parker, Chico Science e o bom João Bosco são os projetos que vem escutando mais ultimamente. Mas, suas grandes influencias, com certeza, vem de Chalie Parker e Chico Science.

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24 Sempre - Julho 2012Atualmente dividi o tempo entre a temporada com o Circo Roda que está na 4ª temporada, com a espetaculo Caravana Memória de um Picadeiro, o espetáculo que está passando por diversas cidades do Brasil. Nesse último, Guilherme também fez sonoplastia.

A correria é grande quando se tem que dividir em dois projetos, circo em turnê e, nos intervalos, as agendas, marcações e contatos do multisambofônico.

‘’Agora, eu fiquei com o circo dois meses. Demorei para tocar, tive que voltar em casa e aprender a gostar das musicas de novo, aprender a tocar elas de novo...porque é uma coisa meio que di-rigir segurando o volante com a direita, trocando a macha com celular e tomando café ao mesmo tempo ... é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo nesse esquema de homem banda...rs’’

A composição sonora vem muitas vezes antes da letra. Conspiração Sonora é sua ultima música, mas ainda não tem letra. Falando nisso, suas letras são muito bem trabalhadas e só são lançadas quando ele vê que está completamente no caminho que ele deseja seguir.

No meio da entrevista, Guilherme começa a cantar uma composição sua e se utiliza do banco da livraria para dar som à melodia:

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‘’Quem duvida da boca do agricultorQuem não pisa na área do pescadorQuem duvida da boca do pescadorQuando o dia clareia entãoComo uma heresia põe veneno na horta do agricultor pra envenenar a famíliaComo heresia alterando a semente genética-mente a barriga vaziaEu nãooo, Eu nãooo, não vô como transgênico não

Eu nãooo, Eu nãooo, nãoooo’’ e assim vai...Termino essa matéria com Guilherme me falando sua visão:

“Eu nem sei o que eu vou estar fazendo daqui a vinte anos ...Posso até queimar a lingua!!! Mas se você já tem um público.. Um nome.. Qualquer disco ou livro que você lançar vai vender.. Voce vai fazer propaganda pra Coca-Cola???Voce vai ficar falando de amor??!!! Ó meu amor, não me deixe....... Faz favor né!!! Cadê a arte da re-sistência?? Tanta denúncia.. Tantos casos e olhares que podiam ter uma visão transformado-ra e perde-se está oportunidade... Belo monte..A guerra dos indios...Que é guerra nossa!!! Eu faço propaganda pra banco... Pra petroleira.. Construtora... Mas por que eu tô lutando.. E pa-gando contas e produzindo o multisambofônico com meus próprios recursos”.

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O que liga é ser feliz

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O que liga é ser felizTexto: Rafael Sartorelli

Fotos: Rafael Sartorelli e Arquivo pessoal Du E-Holic.

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Ao som de Jazz, conversamos com Durval Sampaio - Du E-Holic. Nascido em São Paulo e criado em Mairiporã, aos 18 anos saiu de casa e começou a tra-balhar no ramo de sucata industrial por necessidade financeira. Mas seu sonho sempre foi criar. Sempre tendo boas músicas como fonte de inspiração, sua primeira criação foi um chapéu. “O que eu gosto mesmo é de criar coisas. Passou de todos os estágios e é um trabalho que me faz conhecer gente! Eu trabalho com o que eu gosto, sabe, fazer chapéu é muito gostoso e é o que me faz sempre estar feliz. É o que me faz acordar cedo todo dia e ir dormir tarde toda noite.”

Primeiro chapéu

Du precisava ir a uma festa e não achava de jeito nenhum uma loja que tivesse um chapéu que coubesse na sua cabeça, pelo fato de sua medida ser maior do que normalmente se acha por aí. Então pegou uma meia, colocou uns botões e virou uma touca. A criatividade chamou atenção dos amigos. Então, Du E-Holic começou a vender essas peças. Logo suas criações viraram febre e Du então abriu mão de sua carreira para fazer chapéus e trabalhar com o que de fato ama! Sentar na máquina, ouvir um som e costurar!

Uma das coisas mais legais é o processo de criação. Em nossa conversa, Du foi bem claro em dizer que “é totalmente musical. Como não sou profissional, tenho mais de 20 mil tipos de tecidos e 40 moldes; não tenho uma lógica; não estudei moda; não estudei tendências; na verdade eu fujo um pouco disso. A música me leva para um processo de criação!”

A fusão da música e o chapéu são frutos do que Du mais ama na vida. Não por falta de tentativa, mas, nunca se deu muito bem ao tentar tocar algum instrumento. Uniu a costura e criação de chapéus - em verdadeiras obras de arte.

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Super trabalho feito da reciclagem de fitas de vídeo... quem faz essa arte em tecido é Alexandre Heberte !!!! imaginem a quantidade de fitas q so-braram por ai de 10 anos pra cá.... onde estão ? fa-zendo o q ? poluindo o q ? Não jogue... trans-

forme... Filtros de Café ! :) parede , vasos , armários , isso adere em tudo com a cola certa...

Detalhe: todas as peças são feitas ao som de uma trilha sonora sempre diferente, e os chapéus vêm com o nome da música escrito junto com uma dedicatória. Portanto, influenciando totalmente no processo de criação. Em sua maioria, Bossa Nova e Lounge.

Falando um pouco mais da criação, os materiais podem ser os mais inusitados possíveis. Em uma de suas criações, foi utilizado saco de cimento. Estranho? Muito pelo contrário, este é um material resistente e o mais interessante é que com essa peça podemos ver que pode ser usado em diversos outros segmentos, seja ele qual for. Mas lixo não é! O material mais diferente que ele tem utilizado ultimamente é câmara de pneu. “É bem resistente”, ressalta ele.

Sua peça são sempre únicas!Em seu FaceBook, Du posta suas novas invenções que sempre vem com alguma frase interessante como descrição.

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Costurar é unir.... uniu tudo na minha vida... cada pontinho é especial... representa para mim uma vida... uma escolha que fiz... algumas renúncias... mas amor d+... compartilho com todos....Du E-Holic

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Costurar é unir.... uniu tudo na minha vida... cada pontinho é especial... representa para mim uma vida... uma escolha que fiz... algumas renúncias... mas amor d+... compartilho com todos....Du E-Holic

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32 Sempre - Julho 2012Du viajou para vários lugares do mundo, mas os que mais chamaram atenção foram Índia, Tailândia, Israel e Vietinã. Uma coisa que sempre o fascinou é a devoção e estes países são lugares onde religião é algo muito forte. Basicamente essas viagens o fizeram abrir o olho de certa forma. É possível viver com pouco. “Eu com uma máquina de costura já consigo fazer! Chega daquela visão ‘mégalo’. O cara que tem 6 carros, quer ter o 7º e isso não tem fim. Ao conhecer certos países, ele pode percebe: “Estes lugares são especiais. Passei por muitos lugares, museus; mas nenhuma arte é como a arte de rua! Pra mim cultura de rua não tem igual.”

1. Agra - Índia.

2. Varanasi - Índia.

3. Israel - Jerusalém

4. Tailândia - Bangkok

5. Israel - Jerusalém

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Muito inspirado na força que toda sua família lhe dá, ele fica tranquilo apenas para criar. Sua mãe, Sônia Sampaio, o auxilia em praticamente tudo. Seu pai, mesmo que meio distante, sempre dá uma força quando ele precisa. Suas duas irmãs, já formadas (medica e fonoaudiologia) adoram vender seus chapéus. E sua namorada Fernanda também o auxilia nos afazeres, na loja, ou melhor, no CLUBE, como ele mesmo classifica o seu lugar de trabalho!

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Falando agora de projetos futuros, Du está plane-jando uma viagem que não se sabe exatamente quando acaba, ou se acaba. Seu “casamento” com a Vila Madalena está com os dias contados pois em 18/12/2012 ele partirá: “Vou fechar a loja, morar em um ônibus, que é pra deixar de esperar a galera chegar aqui na minha zona de conforto

e ir atrás. Vou rodar o Brasil inteiro durante um ou dois anos. Sei que vou encontrar coisas maravilhosas por aí e também coisas não muito boas, mas vou atras do que eu acredito e do que eu amo! Quando você trabalha com o que gosta e ama e consegue atingir uns 20 corações por ano, você se sente com a missão cumprida. É um dos porquês também que vou deixar a loja (clube). Pô, tenho duas pernas e dois braços e meus pais não são idosos, então, eu acho muita cara de pau ficar aqui e podendo fazer mais. Chegar a um lugar que você não é conhecido e ser entendido e valorizado pelo que você realmente é. Isso é verdadeiro!”

Trabalhar com o que se ama é mais do que apenas trabalhar. Nós da Revista Sempre acreditamos muito nisso! Quando chegamos neste mérito da questão, Du se emociona: “Po, até arrepia de falar; as histórias que você recebe pelo caminho, você fazendo a verdade. “Acabei de participar de um projeto de Câncer de Mama, uma das coisas mais emocionantes da minha vida.”

Poder realizar sonhos que muitas vezes estão apagados por aí, como o caso de uma mãe que ligou para o Du explicando que o sonho de seu filho era ter um chapéu. Mau sabia Du que o garoto sofria de Megacefalia (doença que afeta o desenvolvimento do crânio).

Uma pessoa com o coração maior que o mundo! Vestido de palhaço, costurando uma nova peça, carisma ímpar, sempre com um sorriso no rosto e claro, ouvindo boa música.

Assim que eu gostaria de resumir este fantástico ser humano. Escolhi o final desta matéria para compartilhar a seguinte frase que logo ao chegar no nº 1399 da rua Fradique Coutinho, Vila Madalena, você encontra: “Confie em mim... trabalhe no que você AMA!”

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AStreet Style

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Street Style AFotos: Clara Morisson

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KALEB

Kaleb enxerga a magia como fantasia e o sonho um dos poucos alívios do ser humano. Ele nos coloca a ver um dos prazeres que o ser humano pode ter que às vezes passa des-percebido, o simples fato de parar e sonhar a qualquer minuto.

Texto: Alexandre Marcondes

Fotografia: Arquivo Alex Kaleb Romano

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KALEB

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Alex Kaleb Romano, mais conhecido como Kaleb, deu a sorte de poucos ao nascer dentro do meio artístico. Seu pai, Flávio Romano, é compositor, toca piano e faz arte simplesmente de coração. Já sua mãe, Eva Schwengers, é escultora e trabalha com arte terapia.

Ele cresceu vendo as esculturas de barro e gesso criados por sua mãe e ouvindo a música de seu pai, o que foi somando e influenciando em sua vida. Sua iniciação artística foi no cardeninho, esse modelo de desenho ele leva consigo até hoje. Seus caderninhos sempre vão existir. É neles que ele escreve sobre a vida, desenha e faz poesia citando momentos da sua vida transeunte.

Seus cadernos, suas artes, possuem uma fusão entre poesia e pintura, como um grito direto! Com muitas frases diretas e vários elementos sem sentido, mas que conseguem trazer ou remeter a uma situação ou a um sen-timento. Suas obras são guiadas pela poesia, trazem emoção, mas não te dizem exatamente o que são. Uma coisa meio abstrata, non-sense ou sem sentido direto.

Durante um bom tempo leu Guimarães Rosa, Aldus Huxley e Charles Bukowski, tendo este último grande influência poética em sua vida. Muitas das frases escritas nos desenhos de Kaleb se originaram da mescla entre as poesias que lê e as músicas que escuta, que vão de José Gonzales, Devendra Banhart, Leonard Cohen, quando está mais tranquilo, ao Rock n’ Roll de Faith no More e MGMT para alavancar a vida. Sons brasileiros não ficam de fora, Chico Buarque, Caetano e Seu Jorge são os que mais rolam em momentos de inspiração. Na arte Egon Schiele, Willian De Kooning, El Greco, Portinari, Di Cavalcanti são referên-cias. Porém o artista mais importante para sua carreira é Van Gogh. “Van Gogh?” até ele se pergunta: “engraçado eu, um paulistano de 31 anos, tenho Van Gogh como pessoa mais influente na minha arte” .

Seus personagens correm pelo mundo lúdico, surgem do sofrimento e brincam com o humor e a chacota, influencia de sua visão sobre o povo brasileiro “o brasileiro é assim, pode tá mal, carregando lixo nas costas, subindo escada e ao mesmo tempo está rindo e brincando com

um amigo do outro lado da rua... rs”. Não levar as coisas de uma maneira triste e melancólica é uma das lições que Kaleb, como brasileiro, carrega em sua bagagem por onde quer que esteja. Um povo que também sofre de amor, paixão e das coisas da vida, mas não se deixa abalar. O meio termo, essa pegada meio lúdica, saindo um pouco de tudo, sempre se faz pre-sente em seus trabalhos.

Seus personagens levam a magia, a ironia e o amor como principais características. O humor vem associado com a ironia e também um pouco com a critica. Nessa hora Kaleb me mostra um escrito - “artistic monkey” - mostran-do o tipo de ironia que se faz presente em nossas vidas com forma de crítica.

Kaleb enxerga a magia como fantasia e o sonho como um dos poucos alívios naturais do ser humano. Ele nos coloca a ver um dos prazeres únicos que o ser humano pode ter, mas que as vezes passa despercebido, o sim-ples fato de parar e poder sonhar a qualquer minuto. A questão sobre o mundo fantástico ele aborda mais na serie que fez desenhando em cima de fotografias. Ao ver seus trabalhos o espectador é transportado para outra visão sobre o mundo. As fotos são de sua autoria e mesclam paisagens de Ubatuba com Espanha, Brasil com Marrocos... Algumas fotos são escaneadas de postais antigos, outras são fotos de arquivo próprio, como uma imagem da sacada do prédio da sua mãe em São Paulo ou a fotografia da parede do apartamento em que trabalhou em uma construção em Barcelona. Kaleb nos conta que nesse apartamento ele teve que tirar todo papel de parede. Com uma foto ele nos mostra a imagem da parede com-pletamente deteriorada de um quarto antigo que chegou a ser bombardeado nos anos 30 na Guerra Civil Espanhola.

A mistura da fotografia com a pintura surgiu de uma experiência com um desenho no papel que foi escaneado e inserido a partir de com-putação gráfica em uma de suas fotografias.

Quando Kaleb descobriu o efeito lúdico que o desenho somado com foto criava falou “nossa cara que animal, tenho que começar a pintar em cima de fotografia”. Kaleb sempre curtiu essas misturas, “tudo que você pode acrescen-

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tar para deixar mais fantástica a sua arte, faça!!! Não tenha limites!!!”. Pensar ‘’ Não, Photoshop e outras formas de criação eu não posso mesclar com arte’’ é fora dos pensamentos de Kaleb, esse artista que utiliza várias ferramentas para ir além dos limites da arte convencional.

Sua obra é a criação de um mundo fantástico, referência de coisas que todo ser humano carrega por dentro.

“ Nossa realidade, que REALIDADE?Quem tem certeza do que é a realidade do mundo em geral? Carros? Trabalho? Rotina? Eu me questiono direto quais os limites da realidade e da fantasia.O que é o que?A realidade é o que? O que está aqui? O que acontece?Mas a gente que inventou isso, então fazem parte da nossa fantasia também..“

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Para Kaleb a fantasia é um jeito de você criar o seu próprio mundo. Em sua visão não existe certo! Mundo certo ou mundo errado.

O amor, o amor.. Kaleb se diz uma pessoas que se apaixona fácil. Por isso as vezes, como um bom la-tino, sofre. Para ele, o amor é um fato para se conhecer. Em Barcelona se apaixonou algumas vezes. Tem muita historia para contar sobre o que já rolou. Passou por perrengues, chorou pra caralho, riu e amou muito. Tudo isso o ajudou e no final virou arte.

Por isso falar do amor para Kaleb é uma coisa gostosa, prazerosa. Namorar, se relacionar, sexo, a interação entre dois corpos, tudo isso faz parte do amor. Mas o amor dele é geral. Aprender a respeitar, tentar respeitar todas as pessoas e se tornar um ser humano melhor, são todas as coisas que essa pa-lavra com significado imenso tem para Kaleb: Amor. Aprender, se apaixonar, se conhecer.

Brasil / Europa

Em 2005 Kaleb saiu com destino à Itália para es-tudar a pintura clássica. No Brasil ele estava experi-mentando muito com graffiti e a nova ferramentas. Design de pôster foi um dos seus grandes estudos nessa época. Pôster de guerra, pôster de show, pôster contendo muita tipografia e estudos gráficos.

Mas a nova arte passou a deixar de ser seu estudo. Kaleb resolveu ir à busca de referências que traçaram a estética da beleza de hoje em dia, como o renascimento de Da Vinci, Michelangelo, Caravaggio. Artistas esses que foram um marco na história da arte e fator decisório para Kaleb ingressar

no estudo de pintura renascentista clássica.

Durante o período que Kaleb passou estudando arte na Itália cruzou com uma galerista que sim-patizou com suas obras e o chamou para participar de algumas exposições.

Ele nos conta que a Itália é mais fechada para arte. A tradição lá é muito forte e a nova arte é difícil de ser bem aceita. As pessoas admiravam seu trabalho, mas ficavam meio que com o pé atrás pelo fato de estarem mais acostumados com a arte mais acadêmica.Kaleb nos faz uma comparação com a Alemanha onde os espectadores de suas exposições fala-vam “nossa” exprimindo aquele ar de tudo novo.

Depois da experiência pela Itália, Kaleb migrou para Espanha onde mora já há três anos. Quando chegou em Barcelona sozinho, sem nenhum conhecido, carregando apenas mala, violão, umas canetas e seus caderninhos de desenho com o plano de passar 6 meses pela cidade, Kaleb ficou hospedado em um hostel/albergue que alugou por uma semana até encontrar uma casa.

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Logo arrumou um trabalho em outro hostel onde chegou até a fazer um projeto de graffiti por toda suas dependências. Depois decidiu deixar a vida do hostel e foi trabalhar nas construções. Para ele foi uma experiência boa, o fato de poder mexer com gesso, com tinta, quebrando e levan-tando parede, pondo a mão na massa. Isso o influenciou muito a começar a fazer escultura neste mesmo período.

Barcelona possui um polo cultural muito forte. Uma coisa que o Brasil tem desvantagem em relação à Espanha é na quantidade e qualidade dos museus, nos conta Kaleb. Seu olhar analítico o fez perceber a diferença de costume do Brasil em relação à cultura de passeios em galerias e centros culturais. “Chega domingo muita gente vai ao shopping, cinema ou sai para comer em restaurantes”. “Em Barcelona senti que as pessoas vão mais em busca de outros pontos culturais que a cidade oferece”.

Aproveitando se do polo cultural que Espanha possui ao chegar lá Kaleb decidiu bater nas portas das galerias e percebeu que o negócio lá era tão difícil quanto aqui. Mas não desistiu. Com seu

portfólio na mão, continuou a procurar até conseguir uma exposição, que aconteceu na Galeria Setba, na Praça Real. De lá pra cá fez exposições em Barcelona, Roma, Perugia, Hamburgo e São Paulo.

Kaleb está sentindo, como toda a Europa, este momento de crise econômica, que acaba afetando o mercado da arte também. Pelo fato de todos estarem com pouco dinheiro, a última coisa que se compra, infelizmente, é arte.

Apesar da crise, quando Kaleb expos em Hamburgo na Alemanha, seus trabalhos venderam muito bem, relem-bra. Lá, ele percebeu que as pessoas mais jovens estavam com dinheiro e bem interessadas: “mesmo que levassem uma gravura ou algo menor e tal, eles estavam comprando”.

Viver em Barcelona, uma terra artística, foi um grande aprendizado para sua vida. Agora, ele está de mudança para Zurich, na Suíça, junto com Ale Schwager, sua namorada.

Encerramos a matéria com as dicas de Kaleb sobre lu-gares interessantes para se conhecer em Barcelona.

Raval: O Raval é um bairro praticamente de imigrantes. Lógico que existem catalães que vivem lá. É um bairro mais barato de se viver. Onde foi se construindo uma sub-cultura, uma cultura “lado b”, com muito incentivo para arte jovem. Possui muitos festivais, graffiti e skate (esporte que a cidade da muito valor).

Bar: Tá aí uma coisa que não falta em Barcelona.

La Petita Galeria: Bar galeria onde Kaleb fez sua última exposição na Espanha junto com sua namorada, a

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suíça Ale Schwager.

Fica a dica! Toda quarta-feira tem o “Sketch Wednesday”. Evento que reúne diversos artistas. Blocão de papel para todo mundo, varias canetas para se divertir e todo mundo com a cabeça aberta para fazer sketch e trocar desenhos entre si.

Os sketchs já viraram exposição. Nessa tinha vários artistas conhecidos como Miss Vans, Jorge Rodrigues-Gerada, junto com artistas não reconhecidos. O legal é isso no o “Sketch Wednesday” todo mundo pode chegar e desenhar.

Balada: Magic é a pedida para quem gosta de rock n roll anos 80.Para quem curte eletrônica, a Moog Club arrebenta nos setlists.

Para as pessoas mais sossegadas, segue a dica de Kaleb: as maravilhosas praias Bogatell e Barceloneta.

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niciado

da junção de Daniel Minchoni e Isadora Kriegger através de Ivo Hirata (Sarau do Burro), o Cabaret Revoltaire tinha como princípio ser um evento como se fosse um híbrido de Saraus. Uma espécie de sindicato que aos poucos foi ganhando o conceito do evento que é hoje tornando- se um híbrido de artistas e manifestos.

Inspirado no Cabaret Voltaire, um clube noturno, criado em 5 de Fevereiro de 1916, em Zurique (Suíça), dirigido pelo Filósofo, poeta e romancista Hugo Ball , por sua com-panheira, cantora e poeta Emmy Hennings. Com ele surge também, oFicial-mente, o Dadaísmo, uma vanguarda modernista, tendo o grupo fundador deste movimento Ficado conhecido pelo nome do

clube. Este espaço dava aos artistas as condições para a liberdade artís-tica, e para a experimentação.

Cabaret Voltaire também foi o nome da revista criada pelo grupo dadaísta de Zurique, a partir de Maio de 1916, em línguas alemã e francesa.Em sín-tese, a ideia era valorizar o happening e a performance criados no iní-cio do século pelo Ball e os percursores do dadaísmo, mas sempre focado na literatura e principalmente na poesia. Com isso, foi se formatando o evento, respeitando os acasos e as forças que a autogestão impõe. Com uma concepção “anarquista organizada”. Revoltaire é uma alusão à volta do Vol-taire além de permitir a leitura da revolta e revolução sem cair no discurso panfLetário no conceito de tomada poética.

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O evento tem um ar todo especial por naturalmente fazer um mix de traba-lhos artísticos. “É um destravo da subversão mesmo!”- comenta Daniel.

Com o principio do levante, o esquema de poesia livre, sem gestão formal, permite as pessoas se libertarem momentaneamente como numa T.A.Z (Zona Autônoma Temporária de Poesia e Artes em Geral - do inglês Temporary Autonomous Zone) título de um dos livros escritos por Hakim Bay, em 1985, e que trata de uma utopia: a ideia de uma Zona Autônoma Temporária como sendo a de um grupo, “uma coagulação voluntária de pessoas aFins não-hierarquizadas”, ou uma sociedade potencializada pela liberdade da auto-gestão.

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“Tudo isso ocorrendo na noite de São Paulo ganha ‘otras cositas’ e um molho a mais”.

O evento é composto de nu artístico, teatro de marionete, desenhistas, mesa de debates, pintores, shows burlescos, músicos, cultura eletrônica, poetas, exibição de curtas, lançamentos de livros e performances variadas em um esquema totalmente livre. Dadas às proporções, criam e se apresentam ao mesmo tempo, dando um aspecto muito peculiar ao evento.

Sempre aberto a novidades, o grupo apresenta uma formação fiFixa a certa maneira, sendo aberto o evento permite que as pessoas tragam números e estudem o público e sua pertinência. Esse formato do artista trazer a público seu número é o que movimenta o evento. O simples fato de “estimu-lar as pessoas a fazer, criar, produzir, experimentar, expor, publicar.” ressalta Daniel.

O espaço aberto traz a atuação política e cultural muito forte. A articu-lação, o fato de publicar já é político e cultural, principalmente no

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Cabaret que são publicadas diversas obras de vários autores.

O que o Cabaret Revoltaire reserva para o futuro é uma incógnita, porém, apenas pelo fato de abrir um espaço para tal movimentação artística já é mais um espaço que as pessoas tem para mostrar seu trabalho de forma to-talmente aberta. Tomar os espaços de forma criativa, dispondo de arte, poesia, música e muito mais. O Cabaret Revoltaire é um evento que tem um potencial humano muito forte. Torcemos para que consigam rodar o Brasil e o mundo, como fifInaliza nossa conversa Daniel Minchoni: “Queremos tornar a poesia o mais popular esporte nacional. Fazer o Cabaret Revoltaire em princípio nacional e depois worldwide. Publicar livros do evento, revistas, cds, vídeos. Ainda não temos um planejamento estratégico traçado, estamos fazendo pra descobrir o que irá surgir disso. É andando que se aprende onde vai chegar.”

“Queremos tornar a poesia o mais popular esporte nacional.

- comenta Daniel.

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GALERIA

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CWBasePais: BrasilCidade: São Paulo

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Assopro (Part. Coimbra) (Prod. Ibra)

Rua A Essência Continua ... (Part. Lado Trilho) (Prod. Ban)

Skate e vida (Prod. Ban)

Vou Fazer (Part. Jé Kaká) (Prod. PomBeats)

Nao Precisa Casar (Prod. DingoBeats)

O Bonde não Recua (PArt. Nociovo Shomon)(Prod. Zona Akimenu)

Toda arvore TEM UM Galho (prod. EmiErri)

o Ataque Chego (Prod. CWBase Mc)

Punkadaria (PArt. Thestrow) (Prod. Midjey)

E ASSIM ... (Prod. Dario)

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4GeTPais: ChinaCidade: Hong Kong

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Jorge Carnevali Filho (BTS)Pais: BrasilCidade: São Paulo

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Jhoao Henr. (João Henrique Valerio) Pais: BrasilCidade: São Paulo

Apaixonado pelas cores, pela tinta e pelas formas, João Henrique foi se dando conta de que precisava res-peitar essas paixões. Então, aos 23 anos, tomou coragem e, de maneira autodidata, fez do graffiti um aliado à sua arte.

Hoje com 30 anos, o contemporâneo pintor paulistano, vulgo Jhoao Henr, ainda têm os muros das cidades como um de seus suportes favoritos. Hoje em dia, sua obra permeia também por outras texturas, suas técnicas diversifi-cam-se conforme o suporte, mas essa questão, para o artista, é irrelevante, pois ele entende que a arte se com-porta além desse limite.

Entre o ano de 2007 e os dias de hoje, Jhoao Henr participou de exposições dentro e fora do Brasil. Hoje em dia, vive na cidade de São Paulo, onde se divide trabalhando em seu ateliê e ministrando oficinas de arte urbana para jovens carentes. (release / texto: Joisi Freire)

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Metrô.SertãoPais: BrasilCidade: São Paulo

“A cultura da metrópole ao sertão”, ou seja, esta é uma banda de Rock que mistura diversas influências musicais nacionais e internacionais, mas não perde a característica regional brasileira, pelo contrário, a exalta e a renova em diferentes “berços culturais” fazendo um “mixer” que resulta numa ideologia de “urbanismo contemporâneo”. Poderíamos dizer também que Metrô Sertão nada mais é que a descrição das grandes civilizações e capitais mundiais, um bom exemplo: São Paulo, mega capital mundial cultural em que nela encontram-se diferentes culturas do mundo in-teiro, reunidas e interagidas em um mesmo espaço, ou seja, você logo percebe no trabalho deste grupo, as diversas identidades e características culturais reunidas em um mesmo contexto, pas-sando pelo regionalismo brasileiro como: Maracatu, Xaxado, Ciranda, Frevo, Embolada ao som do Sudeste como: Samba, Bossa-Nova, Samba-Rock e outras influências internacionais assim como: Funk (Soul), Salsa, Hip Hop, entre outros.O trabalho desta banda não se resume só no som, as letras da banda têm um grande foco no cotidiano urbano mundial.

A banda Metrô Sertão surgiu oficialmente em São Paulo, em junho de 2005 e é formada por amigos que residem na capital de São Paulo no bairro da Bela Vista. O projeto iniciou com Zé Lima (vocal) que trouxe algumas influências e experiências de Recife-Pe e na época teve a idéia de montar um projeto “Rock Experimental” que só foi concretizado com os amigos que fez em São Paulo, os mesmos adicionaram mais elementos e mais influências até que fizeram do projeto iniciante, um trabalho homogêneo e de forte identidade. A banda é for-mada por: Zé Lima (vocal e cordas), Ricardo Ferreira (guitarra), Enrico de Luca (bateria), Val Crespo (percussão) e Paulo Silas (vocal e baixo). Esta banda já fez shows em Centro Culturais, Casas de Shows, Festivais e Barzinhos de São Paulo, como: Parque Ibirapuera, Satyrianas (Praça Roosevelt), Feira Cultural de Pompéia, Mercado Municipal, Casa de Cultura Salvador Ligaboue (Fregusia do Ó), Casa de Cultura Santo Amaro, Centro Cultural Ijovem (Vila Madalena), Casa de Cultura Chico Science (Ipiranga), Parque Santo Dias (Santo Amaro), Bar Havana Club (Tatuapé), Club Berlin (Barra Funda), Único Bar (Jardins), Isis Bar (Santana), Bar Chaparral (Embu das Artes), Bar Catedral (Santo André), Bar Pedaço da Vila (Vila Madalena), Anhembi Morumbi “Festival Play” (Vila Olímpia), CEUs, Dynamite Pub (Vila Madalena), Festival Idependente Mineiro (Monte Sião – Minas Gerais) Teatro Plínio Marcos (Pompéia), Teatro Satyrus (Roosevelt). TVs de Internet como: TV Orkut, TV Youtube e TV D+. Entre outros espaços.

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Guilherme H. Matsumoto ( xGuix )Pais: BrasilCidade: São Paulo

ascido em 7 de julho de 1986, nascido e criado no bairro Vila Monu-mento em São Paulo. Cidade que o criou, e influenciou muito nos aspectos artísticos. Sempre bastante observador em relação a socie-

dade, onde cenas cotidianas ficaram gravadas memória, da qual tenta tirar toda a inspiração para produzir suas artes.O início do graffiti começou antes mesmo de saber o que isso significava. Após o ingresso na Faculdade de Design gráfico, no SENAC, o mundo da arte se abriu completamente, e acabou aprofundando-se sobre o que era o graffiti. Em 2007 fez seu primeiro na rua, e desde então, nada parece mais importante para ele do que deixar a arte estampada, e fazer as pessoas olharem a cidade de outro jeito.Seu estilo é conhecido pelos seus fortes traços, personagens impactantes. Em 2008 participou do programa Manos & Minas da TV Cultura, fazendo um live painting durante o programa, além de várias entrevistas para blogs, site especializados e participações em projetos tanto no Brasil, quanto fora dele.Além do graffiti, trabalha com Design Gráfico na empresa New Skate, criando estampas como sua principal atribuição. Também faz parte da marca Britânica “Treacle Clothing” onde fez duas camisetas que são vendi-das para o mundo todo. Faz trabalhos significativos como freelancer, assim como o São Paulo Fashion Week (SPFW), onde participou 6 anos, editando e tratando fotos. Alguns trabalhos de fotografia, para algumas marcas como: Smirnoff e Cavalera, além de trabalhos utilizando o graffiti em clini-cas, espaços, lojas como a Endossa na R. Augusta, etc.

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100 Sempre - Julho 2012 María Camila Bernal Toro (Remedios)

Pais: PanamáCidade: Panamá

María Camila Bernal (Remedios) é uma Designer Gráfica residente em cidade de Panamá. Amante da imagem e suas aplicações em diversos formatos.

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Eder MunizPais: BrasilEstado: BahiaCidade: Salvador

Chapada da Diamantina - Vale do Capão - Projeto Cine Capão

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Vila Canaria - Bahia - Homenagem ao artista morto na greve dos policiais militares da Bahia

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Rochester - New York - E.U.A. - Zaya filha de Eder Muniz

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Bairro Castelo Branco - Salvador - Bahia - Título: “Ciclo“

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1 - Boca do rio2 - Rochester - New York - E.U.A. - Foto: Carly Fox

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Raul GandaPais: MoçambiqueEstado: MaputoCidade: Maputo

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Maputo, antiga ‘Lourenço Marques’, fica a extremo Sul de Moçambique e possui uma população superior a 1milhão de habitantes. O artesanato local está presente nas ruas em forma de feira e a desigualdade social não difere tanto assim da nossa realidade.

A cidade, província e capital é a mais populosa do país (emancipou-se de Portugal recentemente – 1975) e possui um denso trabalho artístico representado por artistas como Raul Ganda, que apresenta sua cultura de maneira expressiva, com um toque de surrealismo.

O que mais me chama atenção em suas obras é a referência à liberdade e as partes de instrumentos enraizadas nas peles representadas. Em algumas percebo sons!

Muito me tocam.

Sem mais, compartilho.

Gilmara OliveiraArtista Plástica

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Maputo, antiga ‘Lourenço Marques’, fica a extremo Sul de Moçambique e possui uma população superior a 1milhão de habitantes. O artesanato local está presente nas ruas em forma de feira e a desigualdade social não difere tanto assim da nossa realidade.

A cidade, província e capital é a mais populosa do país (emancipou-se de Portugal recentemente – 1975) e possui um denso trabalho artístico representado por artistas como Raul Ganda, que apresenta sua cultura de maneira expressiva, com um toque de surrealismo.

O que mais me chama atenção em suas obras é a referência à liberdade e as partes de instrumentos enraizadas nas peles representadas. Em algumas percebo sons!

Muito me tocam.

Sem mais, compartilho.

Gilmara OliveiraArtista Plástica

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Flerte - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem e caneta permanente sob Filiperson - 21 X 29,7cm - 2011

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Gilmara OliveiraPais: BrasilEstado: Minas GeraisCidade: Contagem

Flerte - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem e caneta permanente sob Filiperson - 21 X 29,7cm - 2011

Explosão - Bolhas de sa-bão pigmen-tadas, acrílica e nankin sob Mi-Teintes - 29,7 X 42cm - 2011

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Entre folhas bolhas formam - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem e nankin sob Filiperson - 21 X 29,7cm - 2011

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Entre folhas bolhas formam - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem e nankin sob Filiperson - 21 X 29,7cm - 2011

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1 - Me perdendo me encontro - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem e nankin sob Filiperson - 21 X 29,7cm - 2011

2 - O Quereres - Gilmara Oliveira - Caneta permanente, colagem e bolhas pigmentadas sob Filiperson 160g/m² - 21 X 29,7cm

3 - . Identidade - Colagem e Caneta permanente sob MDF revestido - 26 X 50cm - 2011

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Te sinto na trama - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem, caneta corretiva e nankin sob Papelão Madeira - 77 X 92cm - 2011

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Te sinto na trama - Bolhas de sabão pigmentadas, colagem, caneta corretiva e nankin sob Papelão Madeira - 77 X 92cm - 2011

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Marina FariaPais: BrasilEstado: São PauloCidade: São Sebastião

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Nascida e criada no litoral, em São Sebastião, tem 23 anos. Morou em São Paulo por 5 anos durante a facul-dade de Comunicação Social. Suas únicas certezas da vida ultimamente são de que adora fotografia, em especial analógica, a praia, o verão, o mar e o surf; as cores e sons da natureza, o snow-board, estar com a família, o namorado e os amigos. E viajar!

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Artista australiana atualmente residindo em São Paulo com o seu novo projeto ao lado de músi-cos brasileiros.

Quem vê o rosto angelical da cantora Jazz MacFarlane não imagina a personalidade excêntrica e as idéias que esta artista australiana revelaquando está no palco.

Jazz já viu e viveu muitas histórias e se indigna contra certas atitudes,mas ela não canta as dores do mundo. Ela prefere transmitir mensagenspositivas, mostrando como as pessoas são capazes de mudar suas vidas com o poder pessoal. Suas letras acrescidas de toques sarcásticos, embala-das ao ritmo do Pop-Ska, fazem o público refletir enquanto dança.

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Entre suas motivações para compor e cantar, estão a crítica aos padrões de beleza e comporta-mento impostos na sociedade contemporânea e também a forma como a mídia trata a figura da mulher.

Encantada com a história e cultura brasileiras, a cantora se mudou para São Paulo em julho de 2011, após montar uma equipe para acompanhá-la em turnê pelo país. “Quando conheci a músi-ca do Brasil, eu pensei: quero morar aqui. A musicalidade daqui me toca, porque tem muito mais alma e talento. É outro patamar. Tem raízes”, declara Jazz.

A cantora já se adaptou à correria da metrópole e se dedica integralmente ao trabalho. Ela divide as horas dos seus dias entre ensaios, gravações em estúdio, produção de videoclipe e apresen-tações em casas de shows na capital paulista.

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144 Sempre - Julho 2012Fazer uma matéria sobre o Bullet Bane é fazer uma matéria com inspiração 600%. Se você não conhece o som dos caras, sugiro que pare tudo e coloque de trilha o novo cd New World Broadcast para se sentir à vontade lendo um pouco mais sobre quem são e o que pensam esses cinco moleques (sim, moleques! o mais velho tem 24 anos) que estão destruindo tudo, por onde passam.

Sugetão de som: Bullet Bane - Option to Repression, no Youtube mesmo. Abre o vídeo que tem a capa do cd, vermelhinha.

“Cara , você precisa ouvir isso” Foi assim que um dos meus amigos do velho hardcore me falou, em mea-dos de 2008, sobre o som do “Take Off The Halter”. E de lá pra cá, a coisa só melhorou. Depois de abrir pra ícones do hardcore tradicional como NOFX e Millencolin, os caras mudaram o nome pra “Bullet Bane”. E estão levando pra todos os cantos do país a essência do hardcore melódico que, até hoje, influencia e torna bem melhor a vida de skatistas, artistas ou de quem quer que goste de um som mais rápido, cuspido, mas sem perder a melodia.

O coletivo Hayk foi conferir o ensaio, os shows, as ideias e os ideiais dos ‘’Bullets’’.

Noite de outono, partimos (eu, Dan Pereira e Larissa Mattos) pra Zona Norte de São Paulo. É no estúdio Rock Together, em Santana, que os meninos se reúnem pra deixar bruto e redondo aquilo que a gente vê em cima do palco. Eles estão no meio de uma turnê que passa por algumas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Goiânia, além do litoral de São Paulo e Nordeste. Por isso mesmo, o ensaio não é tão demorado. Mas posso assegurar que, apesar do cansaço, o entusiasmo e o som é tão pesado e perfeito quanto nos shows e no o próprio cd.

Tudo começou em 2008. E, acredite a Nickelodeon faz parte da história dos caras. Eles não queriam que eu falasse, mas, poxa, é um fato e é interessante. Então vai: Victor Franciscon, o vocal, o Rafa, baix-ista e o Fê, guitarrista, participaram de uma espécie de competição na emissora. Enviaram um vídeo com um som da antiga banda deles, o ‘’Flick’’, para concorrer com vídeos de outras bandas. Venceram! Como prêmio, ganharam instrumentos musicais, que já foram vendidos para arrecadar grana. E foi desse dinheiro que nasceu a gravação do primeiro e único cd do ‘’Take Off The Halter’’, o ‘’We Took Off ’’. Foi

produzido por ninguém menos que Hospede, o ex-guitarrista do Dead Fish, Aditive e atual guitarrista da pesadíssima banda Chorume.

O resultado foi impressionante. Lembro que, na época, quando alguns amigos meus ouviram, tiveram aquela boa sensação de “Poxa, nem tudo está per-dido”. E não é exagero nenhum falar isso. O som é simplesmente impressionante. Quem não conhece, não arrisca que seja uma banda brasileira. E isso não é uma questão de não gostar de música daqui do nosso país tropical: o som soa ‘’gringo’’ porque as raízes desse tipo de som são gringas, e os moleques conseguiram resgatar isso com uma facilidade que dá gosto de ver.

Esse cd do Take Off The Halter ficou tão bom que rendeu shows grandes pros caras. Eles abriram pro NOFX, No Fun At All, Millencolin e pro “A Wilhelm Scream’’. Ou seja, foram na veia. Quem gosta de hardcore e está antenado, de uma forma ou de outra, acabou ouvindo o som dos caras, entre 2008 a 2010. E em 2010 também eles viram a necessidade de mu-dar de nome. Segundo os próprios Bullets, a tradução de ‘’Take Off The Halter’’ tinha dois significados.

Traduzindo, Take Off The Halter era pra significar “Tire a cabeça do Cavalo” mas, infelizmente, ‘’Halter’’ também é visto como ‘’ soutien’’. Então, o nome da banda poderia soar como uma ordem direta: “Mos-tre os peitos”. É engraçado, mas os caras realmente gostavam do outro significado, do cavalo.

Bullet Bane já tem público e status de ‘’banda grande’’ no underground. Mas, pelo pouco que conheci, eles não estão preocupados com status. O que eles querem mesmo é tocar e levar esse soco no ouvido pra fora do país. E, quem sabe, um dia, conseguir viver e pagar as contas única e exclusivamente com a música.

‘’Bullet ‘’significa munição. E ‘’Bane’’ seria uma per-dição, um veneno, uma desgraça, segundo o Victor (vocal). E é tanta gente perguntando sobre o nome que eles até fizeram um vídeo explicativo e subiram no Youtube. Procura lá.

O primeiro cd como Bullet Bane veio no final de 2011, o New World Broadcast. É divulgando esse novo trabalho que a banda está embarcando em aviões, ônibus, carros, carroças, caronas e tudo o que os deixem em cima do palco. Eles aproveitam pra di-vulgar a coletânea ‘’Chumbo’’, da Highlight Records,

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lançada em Fevereiro, que traz 4 bandas: Bullet Bane, Zander, Plastic Fire e Fire Driven. No cd, cada banda toca 4 músicas, sendo que um desses sons é sempre um cover de uma outra banda da coletânea. Na minha opinião, um cd bom demais pra ter apenas doze músicas.

A nova turnê tem mais de 10 cidades no itinerário. Até Maio de 2012, eles já passaram pelo menos duas vezes pelo Hangar 110, em São Paulo. Consegui ver as duas apresentações: sensacionais!As letras são todas em inglês e, na sua maioria, de cunho social-político. Pensando nisso, separamos e expli-camos três letras do NWB.

LETRAS

OPTION TO REPRESSION é a música número 8 do cd e fala sobre a legalização da maconha. Faz um questionamento já bem conhecido por quem está diretamente ligado à causa. Como eles mesmos dizem na letra, ‘’O que nasce da terra e cresce sob o sol nunca iria nos prejudicar de qualquer maneira, tente se infor-mar’’ Letra traduzida: Imagine quantas indústrias iriam quebrar imediatamente se isso (maconha) fosse le-gal. Indústria farmacêutica, têxtil, principalmente de benefícios de cozinha, pra você, para nós e para todos.

Imagine quantos homens de terno cairiam com o natural (maconha) fora do crime, dentro lei. É por isso que eles não querem que isso seja feito. E é por isso que nós lutamos pela liberdade de expressão. O que nasce da terra e cresce sob o sol nunca iria nos prejudicar de qualquer maneira, tente se informar. Só você pode fazer por si mesmo. Só você!

ANGELS AND H.A.A.R.P, a número 6 do cd, fala sobe o próprio H.A.A.R.P, um dos projetos mais polêmicos do governo americano. A sigla significa “Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência”, cria-do para compreender melhor a ionosfera (parte superior da atmosfera). Mas, na prática, o projeto H.A.A.R.P é visto como uma possível arma geofísica, capaz de controlar o clima. Ou seja, quem estiver no controle, pode gerar ‘’grandes inundações, incluindo furacões e alguns terremotos’’ como diz a letra.

Letra traduzida: Então, seria coincidência ou apenas outra conspiração? É assim que eles o chamam. Esses

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fenômenos vêm e vão provocando fudidas mudanças climáticas repentinas que vêm e vão, vêm e vão. Os anjos no céu, os anjos no céu. Eles não jogam essa harpa. Desde que entrou em operação, alguns relataram e isso não foi apenas uma vez. Distúrbios elétricos na ionosfera, estranhas anomalias climáticas aparecem Incluindo grandes inundações, incluindo furacões e alguns terremotos. Você está pronto para suportar tudo isso? Os anjos no céu, os anjos no céu. Eles não jogam essa harpa.

THE TRAIN é uma metáfora em que o trem descontrolado é a sociedade e o maquinista desse transporte coletivo é o próprio demônio.

Letra traduzida: Como você pode ver estamos a bordo de um trem e ele está descendo a montanha. Na ve-locidade mais elevada, você acabou de ver o brilho no final. Todos os seus amigos estão totalmente vendados, eles não estão interessados em ver essa porra, a propósito. Você não tem controle, certamente não há nin-guém a salvo. E é bem possível que o motorista seja o diabo segurando a sua alma, sufocando você. Eu acho que isso é perfeitamente possível, que você nunca compreende, que no último vagão você certamente vai morrer feliz, gordo e burro. O escravo diário segue a onda. Ele trabalha para consumir algum fast-food e al-gumas merdas. Seu objetivo é nulo e ninguém pode salvá-lo. De jeito nenhum, ele não vai mudar de qualquer maneira. Descendo, sem nenhum propósito. Gostaria de saber quando eles vão parar e vê-lo. Nunca, jamais, eu digo nunca. Ele diz nunca, jamais. Ela diz nunca, jamais. Eles dizem nunca, jamais. O tempo está acaban-do.

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FERNANDO UEHARA, 20 anos, guitarrista

Status: Putão

Cursa engenharia elétrica na FMU da Liberdade (SP), mas não sabe se vai atuar na área.O seu grande projeto em mente, agora, é o estúdio de som que está fundando junto com o outro bullet Dan Souza. O “T.O.T.H Stu-dio’’ está bem no início e leva as iniciais do antigo nome da banda, Take Off The Halter. A proposta desse projeto é oferecer gravação de qualidade a preços justos para quem não pode pagar por muito - que é o caso de quase todo o undergound brasileiro. A ideia é conseguir sobreviver do estúdio. E montar uma parada maior mais pra frente, pra levar isso como profis-são mesmo. Fernando espera que isso esteja rolando legal já daqui a cinco anos. Sistemático, ele anda com anotações nos bolsos para não se esquecer de compromissos importantes. E a fissura por organização é tanta que o bullet faz até planilha com os nomes das garotas que está “conversando” no momento. Por enquanto, para sobreviver, loca alguns equipamentos de som. Está voltando agora a lutar taekwondo, luta que ele já praticava aos 15 anos de idade, mas, agora, ele quer voltar forte e competir. Anda raramente de skate, mas gosta de dar umas remadas por aí. Até trocou o Ipod dele por um skate gringo, com um amigo.Também gosta de vídeos pornôs e dormir.

Ouvindo: Hot Water Music – CD Exister (2012) - todo dia!Belvedere - Twas Hell Said Former Child [2001]Wes Montgomery - (jazz)Nick 13 - (country)

RENAN GARCIA, 24 anos, baterista

Status: De bem com a vida

Estuda audiovisual junto com o Rafa e com o Victor na FMU Liberdade. Seu objetivo maior é pagar as contas tocando. Trabalhava na Rolland batera eletrônica. Lá, era especialista de produto e também organizava workshops. Mas disse que aproveitou a maior parte do tempo para estudar o instrumento. Não conseguiu conciliar o trampo com a banda e acabou dando prioriadade para o que o realmente o faz feliz: o Bullet Bane. Pra sobreviver, se vira. Faz freelas e corre de trabalho fixo, justamente por causa da banda. Mais pra frente, depois que terminar a facul, quer abrir uma produtora de vídeo junto com os companheiros de banda Victor e Rafa, já que está estudando para isso. Também pensa em abrir um restaurante para oferecer ao público as preci-osidades que ele só encontra em casa: Uma vó especialista em salgado e uma mãe que tem a mão cheia para fazer doces. Viciado em música, diz que apren-deu muito nas aulas que teve com Babalu, batera da lendária banda Reffer e ex-baquetas do Gigante Animal.

A Cena Renan fez questão de enfatizar que está muito feliz com a cena hardcore underground que está rolando ultimamente, não só aqui em São Paulo, mas em várias cidades do país. Hoje, você vai a um show e percebe que as bandas voltaram a se ajudar, o que, segundo ele, não estava acontecendo fazia um tempo já "O legal é que as bandas se unem e se fodem juntas, mas sempre todo mundo toca''

Ouvindo: Hot Water Music – CD Exister (2012) Title Fight Corinne Bailey RaeJoss Stone PropagandhiJorge BenPense (BH)RawfireBayside Kings (santos)ClearviewReffer, Dead Fish e Garage Fuzz - pra ele, essas 3 são imbatíves.

PERFIL

Quatro dos cinco Bullets estudam na mesma faculdade, aqui em São Paulo. Então eu fui até o melhor lugar da facul deles (o bar) pra trocar uma ideia e saber o que que ta pegando.

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RENAN GARCIA, 24 anos, baterista

Status: De bem com a vida

Estuda audiovisual junto com o Rafa e com o Victor na FMU Liberdade. Seu objetivo maior é pagar as contas tocando. Trabalhava na Rolland batera eletrônica. Lá, era especialista de produto e também organizava workshops. Mas disse que aproveitou a maior parte do tempo para estudar o instrumento. Não conseguiu conciliar o trampo com a banda e acabou dando prioriadade para o que o realmente o faz feliz: o Bullet Bane. Pra sobreviver, se vira. Faz freelas e corre de trabalho fixo, justamente por causa da banda. Mais pra frente, depois que terminar a facul, quer abrir uma produtora de vídeo junto com os companheiros de banda Victor e Rafa, já que está estudando para isso. Também pensa em abrir um restaurante para oferecer ao público as preci-osidades que ele só encontra em casa: Uma vó especialista em salgado e uma mãe que tem a mão cheia para fazer doces. Viciado em música, diz que apren-deu muito nas aulas que teve com Babalu, batera da lendária banda Reffer e ex-baquetas do Gigante Animal.

A Cena Renan fez questão de enfatizar que está muito feliz com a cena hardcore underground que está rolando ultimamente, não só aqui em São Paulo, mas em várias cidades do país. Hoje, você vai a um show e percebe que as bandas voltaram a se ajudar, o que, segundo ele, não estava acontecendo fazia um tempo já "O legal é que as bandas se unem e se fodem juntas, mas sempre todo mundo toca''

Ouvindo: Hot Water Music – CD Exister (2012) Title Fight Corinne Bailey RaeJoss Stone PropagandhiJorge BenPense (BH)RawfireBayside Kings (santos)ClearviewReffer, Dead Fish e Garage Fuzz - pra ele, essas 3 são imbatíves.

PERFIL

Quatro dos cinco Bullets estudam na mesma faculdade, aqui em São Paulo. Então eu fui até o melhor lugar da facul deles (o bar) pra trocar uma ideia e saber o que que ta pegando.

DAN SOUZA, 22 anos, guitarrista

Status: Aprendiz de Putão "vocês vão me denegrir assim, cara" disse ele para os outros bullets que insistiram por esse status.

Formado em tecnologia de redes, trabalhava como analista de tecnologia. Saiu recentemente desse trampo e agora se dedica à banda e ao estúdio T.O.T.H que está abrindo com o outro bullet Fernando Uehara. Pretende voltar a estudar música em breve, junto com o Fernando, também. Gostaria de voltar a andar de skate, mas "meu joelho ta fudido ainda". Dan tem um desgaste incomum na cartilagem do joelho direito. Durante a infância, viu seu pai se organizando e tocando samba junto com seus tios. Mas, quando Dan tinha uns 13 anos, o pai dele "traiu o movimento e foi para a moda de viola", segundo ele mesmo.

Ouvindo: Title FightNoção de NadaPolar BearHot Water Music – CD Exister (2012)

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VICTOR FRANCISCON, 20, vocal

Status: Tranquilão, de bem com a vida. Namorando.

O frontman dos Bullets é um cara simples e dinâmico. Estuda audiovisual com o Rafa e Renan da FMU da Liberdade (SP). O obje-tivo é viver da banda e montar uma produtora com os companheiros. Não curte muito roteiro pra sair e se divertir. Se está com os amigos, já basta. Mas não deixa de perder um bom show, seja ele de hardcore ou de qualquer outra vertente que o faça sorrir. Apesar de ser “apenas” vocal no Bullet, ele também toca guitarra. E fez fez algumas participações nos instrumentos de corda do único álbum do Take Off The Halter. Quando está em casa, gosta de aproveitar o tempo para tocar violão e compor. Compor não só para a banda, mas compor pelo gosto de tocar e criar algo novo mesmo. Humilde, ele reconhece “Nós somos todos muito novos, estamos numa fase de formação de pensamento’’ . Tem uma admiração especial pelo Rodrigo, que está à frente do Dead Fish há 20 anos, e é uma inspiração viva que age, anda por aí e ainda representa no palco, em qualquer show, em qualquer lugar. E pensando bem, é possível notar essa admiração . Basta prestar um pouquinho mais de atenção nas performances que ele faz, durante o show.

Ouvindo: Hot Water Music – CD Exister (2012) BelvederePropagandhi Planet HempRvivrRawfireTitle Fight

RAFAEL FERREIRA LINHARES, baixo, 20 anos

Status: Putão

Além de estudar produção audiovisual junto com o Victor (vocal) e com o Renan (batera) na FMU da Liberdade (SP), com quem pretende abrir uma produtora de vídeos voltados à música, o Rafa não dispensa uma farra. Gosta mesmo é de sair com os Bullets e com os amigos. Apesar de estudarem os três na mesma sala, eles só se encontram dentro da classe mesmo. Rafa pretende, um dia, viver da banda, aqui no país. E ele acredita que isso possa sim acontecer. Empenho e dis-posição não faltam.

Ouvindo: Cristo Bomba End HitsRawfire YodoPense (BH) Plastic Fire (RJ)Title Fight Hot Water Music – CD Exister (2012) Sabotage Marechal

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RAFAEL FERREIRA LINHARES, baixo, 20 anos

Status: Putão

Além de estudar produção audiovisual junto com o Victor (vocal) e com o Renan (batera) na FMU da Liberdade (SP), com quem pretende abrir uma produtora de vídeos voltados à música, o Rafa não dispensa uma farra. Gosta mesmo é de sair com os Bullets e com os amigos. Apesar de estudarem os três na mesma sala, eles só se encontram dentro da classe mesmo. Rafa pretende, um dia, viver da banda, aqui no país. E ele acredita que isso possa sim acontecer. Empenho e dis-posição não faltam.

Ouvindo: Cristo Bomba End HitsRawfire YodoPense (BH) Plastic Fire (RJ)Title Fight Hot Water Music – CD Exister (2012) Sabotage Marechal

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‘’Por não viver financeiramente do skate, a Cape Urbem Crew mostra muito o role entre amigos de verdade que, acima de tudo, só querem curtir um bom dia inde-

pendente de manobras, ou não.’’

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‘’Por não viver financeiramente do skate, a Cape Urbem Crew mostra muito o role entre amigos de verdade que, acima de tudo, só querem curtir um bom dia inde-

pendente de manobras, ou não.’’

Texto: Alexandre MarcondesFotos: Priscilla Hipólito e Arquivo pessoal Carpe UrbemCarlos Taparelli, Leandro Pires, Camila Rossetto, Emilio Ranieri

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A mizade e respeito. Crews e grupos independentes são famílias assim, que vão desde o graffiti, skate e até muitas outras vertentes do underground que se juntam a fim de movi-mentar a cena ou apenas fazer o que se ama.

Gabriel Moron é um cara que sabe viver muito bem a vida e nos conta um pouco sobre a sua família, a Carpe Urbem, que reúne no canal do youtube diversos vídeos de roles entre amigos - passeios que vão de São Paulo a Argentina (mais recente postagem).

Desde moleque, Gabriel filma o skate. E na época de pequeno não tinha toda essa modernidade, não! Era no VHS ! A edição era bem no estilo caseiro de vídeo. Gabriel começou a andar de skate na copa de 94. Uma época muito diferente a em relação à aceitação que o skate vive hoje.

Gabriel Moron - melon tranfes / Foto: Carlos Taparelli

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“Você não via mãe levando os filhos em pista pública para testar o skate. As pistas de skates eram locais que as famílias não frequentavam!”.

“Você não via mãe levando os filhos em pista pública para testar o skate. As pistas de skates eram locais que as famílias não frequentavam!”.

Foi só depois de um bom tempo utilizando câmeras emprestadas e conciliando as filmagens com os amigos que Grabriel decidiu comprar a sua primeira câmera, fato que resultaria na criação da crew Carpe Urben.A ideia desde o começo era filmar o dia a dia de seus amigos. As edições dos vídeos são feitas por Gabriel que nunca fez um curso de vídeos ou edição - foi tudo na raça, sozinho. A única coisa que ensinaram para Gabriel foi cortar a imagem e jogar na time line (linha onde se faz os cortes das edições do vídeo).

E até por isso ele considera que seus vídeos não possuem uma produção forte. As imagens são de cenas do dia a dia de seus amigos e dele próprio, uma coisa bem natural.

Gabriel Moron - melon tranfes / Foto: Carlos Taparelli

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A crew é Formada por skatistas da zona sul de São Paulo que não vivem financeiramente do skate, mas vivem simplesmente o amor por ele.

“ Isso é uma coisa importante no Carpe Urbem: todo mundo trabalha, ninguém vive do skate. A gente faz por que ama mesmo e só pelo simples fato de andar”.

“Ninguem ganha com isso pelo contrario a gente só gasta!”.

Eles possuem o skate como o esporte mais presente na vida deles, em disparada, desde peque-no. Para eles, o esporte funciona como uma válvula de escape.

Todos trabalham e dedicam as suas folgas a seções de skate. A crew é formada por Gabriel Mo-ron, que atua na área de Marketing, Murilo Contreria, programador – TI, Thiago Nogueira, gerente comercial em uma loja de surf wear e Miguel Coelho, que é coordenador de marketing.

‘’Por não viver financeiramente do skate, a Cape Urbem Crew mostra muito o role entre amigos de verdade que, acima de tudo, só querem curtir um bom dia independente de manobras, ou não.

Murilo Contreira - Flip bs tail / Foto: Carlos Taparelli

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Murilo Contreira - wallride na Oca / Foto: Carlos Taparelli

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Thiago Nogueira - fs smith / Foto; Leandro Pires

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Thiago Nogueira - Heel Flip / Foto: Leandro Pires

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A crew começou muito antes de simplesmente existir. Gabriel conheceu o Thiago Nogueira através de uma amigo em comum. Ele sempre via Thiago por ali.

E, uma vez, dando um role de skate na pista que beira a avenida Àgua Espraiada (oficialmente chamada de Avenida Jornalista Roberto Marinho), ele encontrou Thiago andando - e foi ali que começaram a trocar uma ideia. O Miguel ele conheceu através do Thiago e o Murilo já faz algum tempo

Na pista da Espraiada, Moron conheceu outro amigo que o levou até mais um futuro integranda da Carpe Urben: o Murilo. Moron sempre via ele andando de skate, junto com uma galera, próximo à faculdade Unip da Chácara Santo Antônio, zona sul de São Paulo. Ali, os skatistas locais transformaram umestacionamento da universidade numa pista de skate, com obstáculos montados por eles mesmos. E tanto empenho só para andar de skate despertou a atenção de Gabriel Moron, que não demorou para se enturmar com os caras. E foi através desse grupo que Moron acabou evoluindo no skate, porque o nível deles era bem pesado.

Carpe Urbem

O nome surgiu da fusão de Carpe Diem com ‘’Fugere Urbem’’, que veio do neoclas-sicismo – arcadismo, uma expressão do latim que significa “fugir da cidade”. É, vai brincando, o cara é estudado!

Os vídeos são tos de autoria própria e compartilhados através das mídias sociais para diversos amigos.

Miguel Coelho - Nosestall Reverse (frame retirado do video “Santos” do Carpe Urbem - Gabriel Moron)

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Miguel Coelho - Wallride / Foto: Camila Rossetto)

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ecentemente, Moron fez sua primeira trip internac-ional para andar de skate junto com outros dois ami-gos, Leo e Emilio, que fazem parte de outro grupo, a

Concrew, formada por integrantes do bairro da Conceição, São Paulo.

R

Canal da Concrew Crew

Leo Viegas, Emilio Ranieri e Moron na praça de Puerto Madeiro após um dia de filmagem.

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Nessa experiência, Gabriel teve a oportunidade de conhecer os locais paradisíacos para se andar de skate na Argentina.

Lá eles ficaram em um albergue (hostel) perto dos locais conhecidos por gravações mundiais de grandes marcas skate.

Essa viagem foi muito boa. Ele conheceu alguns skatistas argentinos e descobriu diversos ‘’picos skatáveis’’. Mas saiu de lá ‘’devendo mano-bra’’, segundo ele.

Buenos Aires é incrível para o skate. A arquitetura da cidade é no es-tilo europeu, com ruas lisas e picos perfeitos que possibilitam diversas manobras.

A tranquilidade do povo argentino em relação ao skate e a hospitalidade surpreenderam Gabriel.

Segundo ele, lá ninguém fica preocupado em cuidar da vida dos outros. Por que uma coisa é certa, como ele me disse: “brasileiro é tudo fofo-queiro”.

Com o Léo e Emilio, Gabriel passou 6 dias pelas terras dos hermanos. E depois voltou para A Argentina, logo em seguida, mas, desta vez, levou junto um dos integrantes da Carpem Urbem e ficou hospedado por nove dias.

Usou a experiência da primeira viagem. Nesta segunda em terras argen-tinas, já sabia onde ficava um pico ou outro. Levou um roteiro, mas não

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O café da manhã era no albergue. Mas, para comer, normalmente saiam pelos restaurantes da região. A comida sensação da viagem foi o Choripán, que é um tipo de hot-dog, só que de lin-guiça e gigantesco. Vem com salada e tudo mais. “é bom e barato ... rs”, disse Gabriel.

Eles foram totalmente na pegada de filmar e andar todo dia, o dia todo. E quem anda de skate sabe que essa pegada é foda! Chega os últimos dias a perna já não aguenta mais!

O albergue (hostel) fica bem localizado, em Puerto Madera, local perfeito para se andar de skate. Fica perto da biblioteca nacional e da Plaza Love – praça que faz parte do complexo de tráfeg fluvial do bairro argentino. Tem ainda Buena Onda em Puerto Madera, Palermo, La Manualera e La Rural, esse último, mais roots. Lugares super indicados por Gabriel para todos que estão de passagem pela Argentina e afim de andar de skate.

Murilo Passando vela - Foto: Priscilla Hipólito

Moron - fs 50-50 / Foto: Emilio Ranieri

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Moron - fs 50-50 / Foto: Emilio Ranieri

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Mas, como bom bohemios, os caras não ficaram só no skate. Foram para os barzinhos de Santelmo, que é lembra a Vila Madalena, bairro praticamente cultural aqui de São Paulo.

E até pegaram uma balada na noite Argentina, a conhecida Lost, que rola uns sons pesados de Hip-Hop, Rock e etc. Segundo ele, o lugar ‘’é cercado de gente bonita.’’

O Hostel de Buens Aires tem uma filial em Ushuaia, cidade argentina que Gabriel via muito

Murilo Contreira - bs croocked / Foto priscilla Hipólito

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antigamente no National Geografic. Um sonho para quem gosta de snowboard. Em julho (2010)pretendia ir para Bariloche e, por conhecidência, seu amigo que vai fazer parte desta trip (Renatinho) falou: “Em vez de ir para Barilhoche vamos fazer uma trip loca. Vamos para Ush-uaia?”

Ou seja, a partir daqui, a trip será de snowboard, mas essa já é uma outra história.

Moron - drop / Foto priscilla Hipólito