SEMIOLOGIA MÉDICA RESPIRATÓRIO 12-13/AULAS TEORICAS... · 2012-12-23 · 1 SEMIOLOGIA MÉDICA -...

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1 SEMIOLOGIA MÉDICA - teóricas RESPIRATÓRIO CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS 1. Quanto ao TIPO: Costoabdominal - na inspiração aumenta simultaneamente os diâmetros do tórax e do abdómen e, inversamente, diminuem na expiração. Costal anterior - só o tórax é que está activo nas 2 fases respiratórias => movimentos respiratórios realizam-se à custa da variação e diâmetro do tórax, sendo inalterável a variação de diâmetro do abdómen. Verifica-se: em processos dolorosos do diafragma (ruptura, abcesso) ou devido a um obstáculo ao movimento diafragmático (ascite; peritonite; neoplasias do abdómen; gestação). Diafragmática ou abdominal - os movimentos respiratórios realizam-se essencialmente às custas da variação de diâmetro do abdómen. Ocorre: nas alterações dos músc. intercostais; processos dolorosos da pleura; em enfisema pulmonar (por diminuição da elasticidade pulmonar => expiração activa). 2. Quanto ao RITMO: - Ciclo respiratório NORMAL : Inspiração => expiração => pausa - Respiração Cheyne-Stokes - aumento progressivo da amplitude, seguido por um decréscimo progressivo até uma breve pausa:

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1

SEMIOLOGIA MÉDICA - teóricas

RESPIRATÓRIO

CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

1. Quanto ao TIPO:

• Costoabdominal - na inspiração aumenta simultaneamente os

diâmetros do tórax e do abdómen e, inversamente, diminuem na

expiração.

• Costal anterior - só o tórax é que está activo nas 2 fases

respiratórias => movimentos respiratórios realizam-se à custa da

variação e diâmetro do tórax, sendo inalterável a variação de

diâmetro do abdómen. Verifica-se: em processos dolorosos do diafragma (ruptura, abcesso) ou

devido a um obstáculo ao movimento diafragmático (ascite; peritonite;

neoplasias do abdómen; gestação).

• Diafragmática ou abdominal - os movimentos respiratórios

realizam-se essencialmente às custas da variação de diâmetro do

abdómen. Ocorre: nas alterações dos músc. intercostais; processos dolorosos da

pleura; em enfisema pulmonar (por diminuição da elasticidade pulmonar

=> expiração activa).

2. Quanto ao RITMO:

- Ciclo respiratório NORMAL:

Inspiração => expiração => pausa

- Respiração Cheyne-Stokes - aumento progressivo da amplitude,

seguido por um decréscimo progressivo até uma breve pausa:

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- Respiração de Kussmaul - a respiração é lenta e profunda, denunciando

grave intoxicação do centro respiratório. As 3 fases da respiração estão

aumentadas:

- Respiração de Biot - apresenta-se com mov.s respiratórios de igual

amplitude, entremeados por períodos de apneia:

3. Respiração Discordante:

Normal - a inspiração alarga diâmetros do tórax e o diafragma desloca-se

caudalmente comprimindo as vísceras abdominais => dilatação do

abdómen.

Patológico - o diafragma deixa de ser activo deixa-se “aspirar” para dentro

do tórax durante a inspiração, levando a uma diminuição do diâmetro

abdominal. (Ocorre: em alterações dos nervos frénicos; em lesões do diafragma; em

derrames pleurais).

4. Quanto à FREQUÊNCIA

- Taquipneia / polipneia - respiração rápida e superficial

- Hiperpneia - respiração rápida e profunda

- Bradipneia - respiração lenta, sem alteração da amplitude

- Apneia - ausência de respiração

5. Quanto ao MODO

- Eupneia - respiração fácil e inconsciente

- Dispneia - respiração forçada e consciente e que cause desconforto

evidente ao animal

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- Inspiratória - típica de patologia das vias aéreas superiores

onde há um impedimento à entrada do ar (ex: estenose das

narinas; parálise laríngea; edema da glote/laringe; colapso da

traqueia).

- Expiratória - quando há um impedimento à expulsão do ar

dos pulmões por alteração das vias aéreas inferiores (ex:

enfisema pulmonar; bronquite alérgica; pneumonias).

- Indeterminada ou Mista - há dificuldade tanto na

inspiração como na expiração (ex: lesões que ocupam espaço -

massas / hérnias diafragmáticas / derrames pleurais).

SÍNDROMES DE ORIGEM RESPIRATÓRIA

1. Hipocápnia - redução na concentração de CO2 no sangue o que se traduz

numa alcalose respiratória (por falta do ião H+ resultante da dissociação do

ácido carbónico). Este conceito liga-se ao conceito de Hiperventilação

onde há um exagero na eliminação de CO2 pelos alvéolos pulmonares por

aumento da frequência respiratória.

2. Hipercápnia - traduz-se por um aumento da concentração de CO2 no

sangue, relacionado com dificuldades criadas à sua eliminação.

Fisiologicamente a hipercápnia determina hiperventilação por estimulação

do centro respiratório para tentar expulsar o CO2 para o exterior.

3. Hipóxia - carência de O2.

Causas:

- Hipóxia ambiental - por falta de O2, em ambientes rarefeitos ou

quando a tensão de O2 é demasiado baixa para oxigenar o

sangue.

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- Hipóxia por insuficiência respiratória - o défice de O2 é devido a

uma ventilação imperfeita de natureza obstrutiva ou restritiva.

- Hipóxia por dificuldade de transporte - seja por problemas

cardiovasculares, seja por anemia (deficiência em eritrócitos ou em

hemoglobina).

- Hipóxia hística - por falha dos sistemas de oxidação dos tecidos,

estes não conseguem captar o O2 do sangue (a causa pode ser

devida à acção de substâncias tóxicas ou outras que incapacitem a cadeia

enzimática da respiração celular)

4. Anóxia - falta de O2.

5. Síndrome da Insuficiência Respiratória - é a incapacidade ou falência da

respiração pulmonar para a função de oxigenação do sangue:

- Por alteração da ventilação - por lesão ao nível do diafragma; parede

torácica ou pulmão - insuf. respiratória restritiva.

- Por dificuldade ao trânsito do ar desde as vias aéreas superiores até

ao alvéolo - insuf. respiratória obstrutiva.

- Insuficiência respiratória de distribuição - a distribuição do ar não se

processa de maneira regular e uniforme pela superfície pulmonar.

- Insuficiência respiratória por alteração da perfusão - devido a

espasmos ou lesões dos vasos sanguíneos pulmonares; por embolias

ou por inflamação das paredes vasculares há áreas que não são

perfundidas - há um défice na circulação sanguínea pulmonar => O2

não é transportado.

6. Colapso respiratório - estágio terminal de insuficiência respiratória, onde

a actividade do centro respiratório diminui até que cessam os movimentos

dos músc. respiratórios.

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Manifestações Clínicas de Doença Nasal

Descarga Nasal / Rinorreia

Definição: Fluxo ou secreção anormal libertada pelas narinas.

Frequentemente associada a problemas da:

cavidade nasal

seios paranasais

tracto resp. inferior (parênquima pulmonar)

prob. sistémicos (coagulopatias; hipertensão)

Tipo serosa

Mucopurulenta / purulenta (tabela)

hemorrágica (também designada EPISTAXIS)

Aproximação diagnóstica

HISTÓRIA COMPLETA

AGUDO - C.E.; infecções víricas ⇒ sintomas agudos de espirros

CRÓNICO - infecções micóticas/neoplasia ⇒ sintomatologia prolongada;

condição corporal afectada

A descarga pode ser UNI- ou BILATERAL

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aspecto causa

Serosa claro; aquoso normal ?; inf. víricas; início de

desc. Mucopurulenta

Mucopurulenta espessa; amarelo-esbranquiçado;

esverdeado

implica infecção: ag. infecciosos (vírus; bact.; fungos)

C.E.

neoplasia

pólipos nasofaríngeos

alergias (rinites alérgicas)

extensão de patologia oral

Hemorrágica sangue em natureza ou associado

a componente mucopurulenta

Neoplasia

Infecções micóticas

C.E. nasais

Trauma

Desordens sistémicas

Coagulopatias intoxicação c/ raticidas trombocitopénia trombocitopatias

Vasculites

Hipertensão sistémica

EXAME FÍSICO

Descarga UNI ou BILATERAL

Testar permeabilidade das narinas (teste da lâmina fria)

Exame completo da cabeça

- deformações dos ossos faciais / exoftalmia - massas/tumores

- cavidade oral / dentes - fístulas de abcessos dentários

- fundo de olho - descolamento da retina - hipertensão sistémica

Pesquisa de petéquias/hemorragias nas mucosas, pele, fundo do olho, fezes

ou urina - desordem sistémica.

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DIAGNÓSTICO

− Hemograma completo

− Plaquetas

− Provas de coagulação (PT e APTT)

− Títulos de Ehrlichia

− Medição da pressão arterial

− Citologias nasais (gatos) - pode permitir identificar Cryptococcus

− Títulos séricos para fungos - Aspergillus em cães

- Cryptococcus em cães e gatos

− Radiografias das cavidades nasais

− Rinoscopia e biópsia

− T.A.C.

Espirros

Definição: É um reflexo protector para expelir irritantes da cavidade nasal.

CAUSAS

Agudos - C.E. nasais ou vírus das vias resp. superiores (felinos)

Todas as causas das descargas nasais

HISTÓRIA

Possibilidade de exposição a C.E. - andar a abrir buracos ou enterrar coisas

Contacto com animais infectados - vírus da rinotraqueíte infecciosa felina

EXAME FÍSICO

História de espirros agudos associada a descarga nasal

mucopurulenta unilateral - sugere C.E. inalado

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DIAGNÓSTICO

Cães com história aguda de espirros

- radiografias das cavidades nasais

- rinoscopia

TESTES DIAGNÓSTICOS

# Hematologia (imunodepressão)

# Bioquímica sérica

# Provas de coagulação (epistaxis)

# Teste FIV / FeLV - (gatos)

# Radiografias nasais

• sob anestesia - para evitar movimento e facilitar posicionamento

• pelo menos 4 exposições - lateral; ventrodorsal; intra-oral e seios

frontais

Os Rx devem ser avaliados para:

♦ aumentos de densidade de tipo fluído:

(muco/exsudados/sangue/tecidos moles - pólipos, tumores ou

granulomas)

♦ perda de definição dos ossos turbinados - processos inflamatórios

crónicos (fungos: aspergilose; criptococose); neoplasias

♦ lise de ossos faciais - sugere processo agressivo (neoplasia)

♦ presença de C.E. radiodensos

# Tomografia axial computadorizada

Permite excelente visualização dos ossos turbinados, septum nasal,

palato duro e placa cribiforme.

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Mais precisa na avaliação da extensão caudal de neoplasias sendo

assim possível avaliar qual a possibilidade de remoção cirúrgica

completa.

# Rinoscopia

• endoscópios rígidos ou flexíveis

• otoscópio

− Permite visualização:

− cavidade nasal e ossos turbinados

− retirada de C.E.

− lise dos ossos turbinados

− inflamação da mucosa

− placas fúngicas (Aspergillus)

− massas

Rinoscopia normal Corpo estranho (pragana) Massa na cavidade nasal (ossos turbinados)

− Permite colheita de biópsias para histopatologia e cultura.

Figura 1:

Imagem de hifas de Aspergillus

obtida de uma biópsia nasal

Massa

Imagens de rinoscopias

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# Visualização da nasofaringe

- com espelho de dentista + pen light + gancho de castração.

- com endoscópio em retroflexão.

# Biópsias/citologias nasais

⇒ citologia com cotonete

⇒ “flush” nasal

- é necessário anestesia

- um cateter é colocado na nasofaringe com a ponta dirigida

rostralmente

- o paciente é colocado em decúbito esternal e o focinho é

dirigido para o solo ⇒ injectar S.F. e colher para um

recipiente

⇒ citologia nasal traumática

# Culturas nasais

São difíceis de interpretar porque bactérias e fungos isolados não

necessariamente são os agentes causadores da sintomatologia.

Manifestações Clínicas de Doença Laríngea As varias patologias da laringe resultam sempre em sinais clínicos

semelhantes; assim, o diagnóstico de patologia laríngea pode ser alcançado por

uma boa história e exame físico.

Animais com patologia laríngea tipicamente apresentam-se com

dificuldades respiratórias, as quais são agravadas por

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• exercício (por vezes só audível após exercício)

• temperaturas ambientais extremas

SINAIS CLÍNICOS

Estridor - é um som que se repete sempre na mesma amplitude e

frequência; varia de acordo com a localização.

Nas patologias da laringe é frequentemente audível um estridor

inspiratório. Animais com obstruções fixas (neoplasias) podem evidenciar estridor tanto

inspiratório (+++) como expiratório

Por vezes alterações do ladrar

CAUSAS (dificuldade respiratória inspiratória)

• Obstrução extratorácica

§ Faringe/laringe Parálise laríngea

Laringite granulomatosa

Alongamento do palato mole

Pólipos nasofaríngeos

Neoplasia

C.E.

Abcessos, massas extrafaríngeos

§ Traqueia Hipoplasia (traqueia de diâmetro reduzido, por má formação congénita)

Corpos Estranhos.

Estricturas (após cirurgia)

Colapso severo

Granulomas, neoplasias

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• Patologias intratorácicas (extrapulmonares)

Efusão pleural

Pneumotórax

Neoplasias intratorácicas

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico definitivo é feito com:

• laringoscopia (visualização directa com um endoscópio ou

laringoscópio)

• radiologia laríngea (C.E. -agulhas-, massas)

• biópsias

Manifestações Clínicas de Desordens do Tracto

Respiratório Inferior

Tracto respiratório inferior = traqueia, brônquios, bronquíolos, interstício

pulmonar.

Cartilagens aritnoides

Cordas vocais

Figura 2: Imagem de uma laringoscopia onde se visualizam as cartilagens aritnoides e as cordas vocais

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HISTÓRIA

Sinais associados ao tracto respiratório inferior:

- Intolerância ao exercício

- Dificuldades respiratórias (dispneia)

- Cianose

- Síncope

Sinais não específicos

- Febre

- Anorexia

- Perda de peso

- Depressão

Tosse

Definição: É o forçar da passagem do ar, de forma explosiva e súbita, através da

glote e é induzida pela necessidade de expelir muco ou outras matérias dos

brônquios, traqueia ou laringe.

É desencadeada pela estimulação reflexa do centro da tosse devido a uma

irritação dos receptores sensoriais da mucosa respiratória das vias respiratórias na

região compreendida entre a laringe e os brônquios principais.

É geralmente um reflexo protector para expelir material das vias aéreas,

mas

- inflamações

- compressões vias aéreas tosse

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Hemoptise - é a libertação de sangue através da tosse, com origem nos brônquios

ou pulmões (ex: neoplasias; tuberculose; problemas de coagulação).

Tosse emetizante - devido à proximidade dos centros da tosse e do vómito no

bulbo, justifica que a excitação conduzida ao primeiro possa afectar o segundo,

podendo provocar o aparecimento de vómito.

HISTÓRIA

# Não produtiva ou seca (“tosse de ganso”)

normalmente com origem na traqueia ou brônquios

surge em episódios

pode originar esgar

# Produtiva - expulsão de material (muco; exsudado; edema; sangue) com

origem nas vias aéreas para a cavidade oral.

Saber quando ocorre a tosse

noite cardíaco

excitação vias respiratórias largas

A tosse pode ser classificada quanto ao TIMBRE (presença / ausência de

exsudados):

- gorda - com muita expectoração (normalmente origem respiratória)

- semigorda - com pouca expectoração (normalmente origem respiratória)

- seca - sem expectoração (origem respiratória ou extra-respiratória - compressão

dos brônquios principais por dilatação do átrio esquerdo / neoplasias extra-

pulmonares / neoplasias linfáticas)

CAUSAS

# Tosse não produtiva

.inflamações

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.infecções (“Tosse do canil”)

.compressões traqueia/brônquios (massas; dilatação cardíaca - átrio esq. +++)

.patologias pulmonares intersticiais (infiltrados eosinofílicos,

granulomatose linfomatóide, neoplasias)

# Tosse produtiva

.inflamatória

.infecciosas (bactérias; vírus e fungos)

.insuficiência cardíaca (edema pulmonar)

Importante - É muito pouco frequente gatos com as mesmas causas

descritas atrás exibirem tosse.

Em gatos que exibem tosse há uma grande suspeita para:

* bronquite alérgica

* parasitas pulmonares (Aelurostrongylus abstrusus)

Nos gatos, a dispneia é o sinal indicador de patologia respiratória.

Figura 3:Radiografia de tórax de um cão com uma marcada dilatação do átrio esquerdo (A.E. - linha a tracejado), por endocardiose, que provoca compressão dos brônquios principais (setas) levando ao aparecimento de tosse.

A.E.

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Dispneia

Caracteriza-se por um padrão respiratório em há aumento:

• da frequência respiratória

• da profundidade de cada respiração

No início do processo a dispneia pode só surgir após exercício,

representando uma forma de intolerância ao exercício. Em processos mais

avançados pode ser observada com o animal em repouso.

Muitos animais com dispneia podem adoptar posições ortopneicas para

respirar.

DIAGNÓSTICO

HISTÓRIA

Aparecimento súbito

Agravamento por algum factor (exercício por ex.) ou por calor ou excitação

(no caso da síndrome das vias aéreas dos braquicéfalos)

EXAME FÍSICO

exame do fundo de olho (dçs. sistémicas - micoses sistémicas)

exame cardiovascular (pode ser a causa de tosse)

Figura 4: Animal com dificuldades respiratórias (pescoço e cabeça estendidos)

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auscultação cardio-pulmonar

⇒ sibilos/crepitações

⇒ sopros

⇒ diminuição dos ruídos respiratórios de um ou ambos os

lados do tórax pode ocorrer em

- efusões pleurais

- pneumotórax

- hérnias diafragmáticas

- massas

COMPLEMENTARES PARA PATOL. DAS VIAS AÉREAS INFERIORES

# RADIOGRAFIAS

Cervicais - vias aéreas superiores

Tórax - vias aéreas inferiores

Mínimo 2 exposições - lateral dir./V.D.

No pico da inspiração

Traqueia

Animais com colapso de traqueia podem revelar o colapso

- na inspiração colapso traqueia cervical

- na expiração colapso traqueia torácica

Pulmões

Avaliar padrões

- vascular

- bronquial

- alveolar

- intersticial

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# ANGIOGRAFIAS

Administração de um contraste i.v. para diagnóstico, p.ex. de um

tromboembolismo pulmonar

# EXAMES COPROLÓGICOS

Exames a fresco

Flutuação

Técnica de Baermann

# LAVAGENS TRAQUEAIS

Transtraqueal

Endotraqueal

Amostras do tracto respiratório obtidas por uma destas técnicas devem ser

rapidamente processadas (dentro de 30’) visto as cél.s serem muito frágeis.

O material recolhido deve ser enviado para:

- citologia

- cultura e isolamento do agente e antibiograma

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INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE LAVAGENS TRAQUEAIS

Patologia Células

Normal cél.s epiteliais respiratórias

alguns macrófagos (s/ sinais de activação)

algumas outras cél.s inflamatórias

Infecções bacterianas aumento de neutrófilos

(antes de A.B. - degenerados + bactérias)

Respostas inflamatórias

agudas

neutrófilos são do tipo não degenerados (em alguns gatos

com bronquite aguda)

Inflamações crónicas aumento de macrófagos, muitos dos quais estão activados

(vacuolados e c/ aumentos de citoplasma)

pode estar presente uma componente neutrofílica com

aumentos de outras cél.s inflamatórias

Inflamação eosinofílica (respostas de hipersensibilidade)

aumento dos eosinófilos (bronquite alérgica; infiltrados

pulmonares com eosinófilos; parasitismo)

Inflamação linfocítica em isolado é rara (inf. víricas; patologias inflamt. não

infecciosas; neoplasias)

Hemorragia verdadeira/

hemorragia na colheita (neoplasia; infecções micóticas;

dirofilariose; tromboembolismo;

C.E.; coagulopatias)

presença de eritrofagocitose e de pigmentos de

hemosiderina em macrófagos

também pode estar presente uma resposta infl. crónica

# BRONCOSCOPIA

- Avaliação das vias aéreas superiores para

. obstruções estruturais (colapso; massas; estricturas; C.E.;

torção de um lóbo; bronquiectasia; compressões ext.)

. inflamação da mucosa

. hemorragia

- Colheita de biópsias

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- Realização de lavagens broncoalveolares

cultura

citologia

Imagens de traqueobronscoscopia

Traqueoscopia normal Broncoscopia normal

Corpo estranho bronquico Bronquite crónica

(hiperplasia da mucosa bronquial e estreitamento das vias)

# CITOLOGIA/BIÓPSIA PULMONAR TRANSTORÁCICA

Massas próximas à parede costal

Patologias difusas do parênquima pulmonar não especificadas por outros

testes

# ANÁLISE DOS GASES SANGUÍNEOS

• arterial

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• venoso

- pressão parcial de oxigénio (PaO2)

- pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2)

- bicarbonato (HCO3)

- pH

Figura 5:Colheita de sangue arterial (palpa-se a artéria com uma das mãos e introduz-se a agulha na perpendicular, entre os dedos que palpam a artéria)

#ELECTROCARDIOGRAFIA Para diagnóstico de arritmias que possam produzir sinais de insuf. cardíaca #ECOCARDIOGRAFIA Para diagnóstico de patologias cardíacas que possam causar:

- compressão das vias aéreas inferiores (ex.: endocardiose) - acúmulo de fluído no parênquima pulmonar (edema pulmonar) ou no espaço pleural, por insuficiência cardíaca (ex.: endocardiose; cardiomiopatia dilatada; patologias cardíacas congénitas; efusão pericárdica)

Manifestações Clínicas de Patologia da

Cavidade Pleural e Mediastino

O mais frequente em cães e gatos é o acúmulo no espaço pleural de:

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• fluído - EFUSÃO PLEURAL

• ar - PNEUMOTÓRAX

MUITO IMPORTANTE:

O líquido pode acumular-se na cavidade torácica (bem como em qualquer outra

cavidade, como o abdómen, o saco pericárdico ou ainda no próprio parênquima

pulmonar) pelos seguintes 4 mecanismos genéricos:

Diminuição da pressão oncótica (por perda do poder oncótico

das proteínas plasmáticas/albumina) que pode ocorrer por:

Perda renal (por patol. renais, como glomerulonefrites, p.ex.)

Não produção hepática (por patol. hepáticas, como cirrose)

Perda para o tubo digestivo por patologias deste aparelho

Hipertensão vascular - por patologias cardiovasculares, como a

insuficiência cardíaca ou hipertensão arterial

Obstrução ao fluxo linfático

Aumento da permeabilidade vascular

SINAIS

Resultam de interferência com a expansão do pulmão. Assim surgem

dificuldades respiratórias caracterizadas por:

- prolongamento da fase inspiratória

- expiração curta e sem esforço

- inspiração acompanhada por componente abdominal marcada

EXAME FÍSICO

À auscultação os ruídos respiratórios podem estar diminuídos

Pode detectar-se pulso jugular, ritmos de galope ou sopros.

No caso da presença de líquido no espaço pleural, a percussão do tórax

pode revelar claramente uma linha de separação entre a porção mais dorsal

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contendo ar (som mais claro) e a porção mais ventral contendo líquido (som mais

maciço).

É aconselhável fazer sempre uma TORACOCENTESE em animais

suspeitos de efusão pleural ou pneumotórax por motivos:

# diagnósticos - confirma/descarta acúmulo de ar/líquido

- permite classificar o tipo de líquido acumulado

# terapêuticos - diminui-se a pressão intratorácica e facilita-se a

respiração ao animal afectado

- permite estabilizar o paciente

Figura 6: Toracocentese - Introduz-se a agulha no espaço intercostal, e quando se alcança o espaço pleural, desloca-se o conjunto seringa-agulha numa das seguinte direcções: cranial, caudal, ventral ou dorsalmente, tendo em atenção ao posicionamento do bisel da agulha (este deve estar sempre voltado para o pulmão!!). No canto inferior direito observa-se a técnica de realização de uma citologia aspirativa do pulmão.

O liquido obtido deve ser SEMPRE analisado para

. citologia

(ter em atenção que as cél.s mesoteliais normais podem esfoliar da

parede e têm características que podem facilmente ser confundidas

c/ cél.s neoplásicas s/ o serem)

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. eventual cultura/antibiograma (se séptico)

A Classificação do fluído é feita com base:

• quantificação do conteúdo proteico (refractómetro)

• contagem celular total

• contagem diferencial

TIPOS DE FLUÍDO PLEURAL

# Transudado

- baixo conteúdo proteico (< 2,5 a 3 g/dl)

- baixas contagens de células nucleadas (< 500 - 1000/µl)

- o principal tipo de cél.s são mononucleares (macrófagos,

linfócitos; cél.s mesoteliais)

# Transudado modificado

com o tempo o líquido torna-se modificado com:

- ligeiro aumento do conteúdo proteico (3,5 g/dl)

- ligeiro aumento de cél.s nucleadas (5000/µl)

- ligeiro aumento de neutrófilos

Os transudados são causados por:

⇒ aumentos da pressão hidrostática

− insuf. cardíaca direita

− derrame pericárdico

⇒ diminuição da pressão oncótica

− diminuição da produção hepática de albumina (hipoalbuminémia)

− aumento da perda de albumina pelo rim/tractoG.I.

⇒ obstrução linfática

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− neoplasia

− hérnia diafragmática (trauma)

# Exsudados

- grande concentração de proteínas (> 3 g/dl)

- grande número de células nucleadas (> 5000/µl)

- o tipo de células difere se é séptico/não séptico

Os exsudados subdividem-se em:

• Não Sépticos

- neutrófilos não degenerados (activados)

- macrófagos (activados)

- linfócitos

- não há evidência de microorganismos

(PIF; neoplasia; hérnia diafragmática crónica; torção de um lóbo pulmonar;

após resolução de um exsudado séptico)

• Sépticos

- possuem grandes contagens de cél.s nucleadas

- predominam neutrófilos degenerados

- frequentemente observam-se bactérias no interior de neutrófilos e

macrófagos bem como extracelularmente.

Estes últimos são diagnósticos para PIOTÓRAX.

O piotórax pode ser:

- - espontâneo

- secundário a:

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o feridas penetrantes na cavidade torácica, no esófago,

ou nas vias aéreas (C.E., praganas aspiradas);

o extensão de uma pneumonia bacteriana

# Quilo

Apresenta-se com um aspecto leitoso, túrbido, devido à presença de

quilomicrons provenientes da absorção intestinal.

- possui moderadas concentrações de proteína (>2,5 g/dl)

- o nº de cél.s nucleadas é baixo a moderado (400 a 10 000/µl)

- no início predominam os linfócitos com poucos neutrófilos

presentes

- com o tempo aumenta o nº de neutrófilos não degenerados e

diminui o nº de linfócitos, os macrófagos também aumentam de nº

Para diferenciar quilo de pseudoquilo fazer

• Prova de Solubilidade do Éter

- Adicionar bicarbonato de Na+ ao fluído pleural até este atingir um

pH alcalino.

- Adicionar volume igual de éter

Se for quilo, o fluído torna-se claro

• Medir as concentrações de colesterol e triglicéridos no fluído pleural e no

soro (método mais preciso).

O quilo é mais rico em triglicéridos do que o soro e tem uma relação

colesterol:triglicéridos < 1

O quilo pode resultar de fugas a partir do conducto torácico que podem ser:

- idiopáticas

- congénitas (galgo Afgão)

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- secundárias

- trauma (cirúrgico; acidente rodoviário)

- neoplasia (linfoma mediastínico, timoma - gatos)

- cardiomiopatia

- dirofilariose

# Efusão Hemorrágica (hemotórax)

Macroscopicamente são de cor vermelha

- possuem conteúdo proteico > 3 g/dl

- contagens cél.s nucleadas 1000/µl

- a distribuição dos vários tipos de cél.s é similar à do sangue periférico

- com o tempo aumenta o nº de neutrófilos e macrófagos e pode ser visível

eritrofagocitose

Pode resultar de:

- trauma

- distúrbios de coagulação (intoxicação por raticidas e outras

alterações da coagulação)

- neoplasia (hemangiosarcoma do coração/pulmão)

- torção de um lóbo pulmonar

# Pneumotórax

É o acúmulo de ar no espaço pleural secundário a

- ruptura do pulmão ou vias respiratórias

- perfuração do tórax

As causa poderão ser:

. trauma

. lesões cavitárias ou quísticas do pulmão

. neoplasias

. abcessos

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COMPLEMENTARES (para distúrbios da cavidade pleural)

.Hemograma (causas sépticas - piotórax; avaliar anemia - hemotórax)

.Plaquetas (diminuição das contagens)

.Provas de coagulação (tempo de protrombina - PT; tempo parcial de tromboplastina

activada - APTT)

.Bioquímica sérica (diminuição da concentração de proteínas plasmáticas e/ou

albumina - por patologia renal ou hepática ou por perda para o lúmen do aparelho

digestivo) .Radiografias - permite constatar presença de derrame/pneumotórax/massas

.Ecografia - diferencia fluído de massa

.Electrocardiografia (para diagnóstico de arritmias que possam produzir derrame pleural por insuf. cardíaca)

.Ecocardiografia (para diagnóstico de patologias cardíacas que possam causar acúmulo de fluído no espaço pleural, por insuficiência cardíaca - ex.: endocardiose; cardiomiopatia dilatada; patologias cardíacas congénitas; efusão pericárdica)

MASSAS MEDIASTÍNICAS

Podem causar dispneia/dificuldades respiratórias por:

- compressão do tecido pulmonar

- compressão das vias aéreas inferiores

- presença de derrame pleural associado

As neoplasias estão como principal diagnóstico diferencial

- Linfoma (gatos)

- Timoma

- Carcinoma da tiróide

- Quemodectoma

Em gatos podem ser palpadas por compressão ligeira do tórax anterior.

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DIAGNÓSTICO

- Radiografias

- Citologia aspirativa da massa ou eventual derrame presente

- Teste FIV/FeLV (a massa torácica mais comum em gatos é o linfoma

mediastínico que ocorre frequentemente em gatos FeLV positivos - é

um vírus oncogénico)