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Valor económico da língua portuguesa
Seminário Diplomático 2013 PROJETAR PORTUGAL
Fundação Champalimaud, 4.1.2013
As línguas no mundo 2
Ecologia da Língua (Calvet) 3
3
Hipercentral – Inglês
Super- Centrais (12) – incluem o
Espanhol, o Árabe, o Português,
o Francês, o Alemão, o Chinês…
Centrais (200)
Outras (4 a 5.000)
Comparação das Línguas Globais 4
Ecologia da Língua (Calvet) 5
5
O predomínio de uma língua tende a
originar fenómenos de fragmantação.
O latim deu origem ao português, espanhol,
francês italiano, romeno e integrou outras
como o inglês.
O inglês começa a dividir-se: a Nigéria e a
Índia falam tipos de inglês com diferenças
significativas.
População e riqueza dos países lusófonos
6
Quadro 1.1 – Número de falantes e posição relativa das principais línguas mundiais Fontes: Lewis, M. Paul (ed.) (2009), Ethnologue: Languages of the World, 16th ed., Dallas, SIL International (http://www.ethnologue.com).
Calvet, Alain e Calvet, Louis-Jean (2011), Baromètre Calvet des langues du monde, in Portalingua : Observatoire des langues dans la connaissance (http://www.portalingua.info).
Observatório da Língua Portuguesa (2010) (http://www.lingua-lp.sapo.pt).
Ostler, Nicholas (2005), Empires of the Word: A Language History of the World, New York, Harper.
Países de língua
Portuguesa
População
(milhões)
Ranking
mundial
População
PIB
(milhões
€)
Ranking
mundial
PIB
Brasil 203,4 5 1.561.801 7
Moçambique 22,9 51 7.391 122
Angola 13,3 70 63.741 62
Portugal 10,8 75 171.350 38
Guiné-Bissau 1,6 151 657 170
Timor Leste 1,8 158 524 174
Cabo Verde 0,56 170 1.231 160
São Tomé e Príncipe 0,18 185 147 181
Total 254,54 1.806.841
% do mundo 3,66% 3,85%
Fonte: População – CIA, Country Comparison – Population, Julho 2011
Os falantes de português no Mundo 7
População 250 milhões 3,7%
Riqueza €1.862.727 milhões 4%
Superfície 10,8 milhões de km2 7,25%
Principais línguas mundiais – diferentes observatórios
8
Ethnologue
(Lewis, 2009)
Baromètre Calvet
des langues du
monde
(Portalingua, 2011)
Observatório da
Língua Portuguesa,
2010
Ostler, 2005
Posição
relativa
Língua Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
Língua Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
Língua Nº
falantes
como 1ª
língua
(milhões)
Língua Nº
falantes
como 1ª
ou 2ª
língua
(milhões)
1º Chinês
(Mandarim)
1213
(845)
Mandarim 845 Mandarim 845 Chinês,
Mandarim
1052
2º Espanhol
329 Espanhol 329 Espanhol 329 Inglês 508
3º Inglês
328 Inglês 328 Inglês 328 Hindi 487
4º Árabe
221 Árabe 222 Português 240 Espanhol 417
5º Hndi
182 Hindi 182 Hindi 182 Russo 277
6º Bengali
181 Bengali 181 Bengali 181 Bengali 211
7º Português
178 Português 178 Russo 144 Português 191
8º Russo
144 Russo 143 Japonês 122 Alemão 128
9º Japonês
122 Japonês 122 Alemão 90 Francês 128
10º Alemão 90 Alemão 90 Javanês 85 Japonês 126
O Português no Barómetro Calvet 9
Crescimento no Facebook
Resumo 11
Objecto do estudo:
Analisar o impacto da proximidade linguística, do
ponto de vista do português sobre:
O comércio externo;
O investimento directo estrangeiro;
Os fluxos migratórios;
O turismo
11
Resumo 12
Relações linguísticas analisadas:
Países de língua oficial portuguesa;
Países de língua próxima, neste caso o espanhol;
Países de língua inglesa;
Países com outros idiomas.
12
Resumo 13
A proximidade linguística influencia:
Significativamente
O investimento directo no estrangeiro
Os fluxos migratórios.
Moderadamente
O comércio externo
Os fluxos turísticos.
13
Comércio Externo 14
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional.
• Comércio internacional de mercadorias por idioma,
2007
7%
30%
12%
52%
Língua Portuguesa Língua Espanhola
Língua Inglesa Outras Línguas
3%
33%
6%
57%
Língua Portuguesa Língua Espanhola
Língua Inglesa Outras Línguas
Exportações Importações
14
A proximidade linguística apenas é significativa nas exportações. O peso nas
importações é equivalente ao peso dos países lusófonos na economia mundial.
Investimento Directo Estrangeiro 15
Fonte: Banco de
Portugal, Março de 2009.
Comparação entre o investimento directo português no estrangeiro
(IDPE) e o investimento à entrada (IDE) famílias linguísticas (1996-2007)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Língua Portuguesa Língua Espanhola Língua Inglesa Outras Línguas
13% 12%
23%
52%
19% 16%
5%
60%
IDE
IDPE
15
A proximidade linguística é muito significativa no Inv. Directo Estrangeiro,
sobretudo à saída de Portugal (IDPE). O peso da língua espanhola deve-se
à proximidade e dimensão da economia espanhola.
Fluxos Migratórios 16
Fonte: (Emigrantes) Observatório da Emigração, residentes nascidos em Portugal, dados de 2008; (Imigrantes) Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dados de Junho de 2009.
Comparação entre emigrantes e imigrantes por família
linguística.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
Língua Inglesa
Outras Línguas
13%
10%
35%
42%
51%
3%
5%
41%
Imigrantes Emigrantes
16
Turismo 17
Portugal
Saída de Turistas por país de destino (milhares)
17
3%
47%
6%
44%
Língua Portuguesa Língua Espanhola Língua Inglesa Outras Línguas
Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
Turismo 18
Portugal - Entrada de Turistas por país de
origem (milhares)
18 Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
4%
20%
25%
51%
Língua Portuguesa Língua Espanhola
Língua Inglesa Outras Línguas
A proximidade linguística apresenta a mais baixa relevância ao nível
do turismo. Ao contrário dos emigrantes, as diferenças não surgem
como obstáculo ao visitante temporário.
Factores de Valorização 19
– Factores de Valorização da Língua Portuguesa
Respostas mais significativas à questão aberta
“Para mim, a língua portuguesa é/tem…”
(%)
Importância estratégica 22,0
Bela/Expressiva 16,8
Ligação afectiva 7,8
Língua oficial 7,7
Usos da Língua Portuguesa 20
Notoriedade - Personalidades 21
21
Notoriedade – Marcas (países não lusófonos)
22
22
Notoriedade – Marcas (países lusófonos)
23
23
Conclusões 24
As empresas reduzem os custos de organização quando investem
em países com o mesmo idioma. Esta situação é mais significativa
nas empresas com menor experiência internacional (diferença
entre IDPE e IDE).
Existe uma forte aposta no português, pelas oportunidades
profissionais e empresariais para os seus utilizadores
A ênfase dada ao impacto da proximidade linguística sobre o
comércio externo parece excessiva. No caso do português, o IDE e
as migrações são muito mais sensíveis.
24
Conclusões 25
A língua promove relações, principalmente nas migrações. Os
trabalhadores do conhecimento exercem mais facilmente o seu
potencial quando não existem custos de adaptação linguística.
O valor da língua para as empresas e os países pode ser
potenciado se for canalizado para as actividades com maior
potencial da sua utilização – cultura, conhecimento científico e
técnico e funções de coordenação e gestão.
Este estudo pode ser desenvolvido em duas direcções:
Análise sectorial distinguindo “indústrias da língua” e outras
actividades com menor intensidade linguística;
Repetição desta metodologia junto de cada país de expressão
portuguesa.
25
Conclusões 26
Acções estratégicas a desenvolver
Aprofundar a intercompreensão entre os utilizadores do português, com destaque para o vocabulário científico e técnico. Desenvolver a actividade editorial e de produção científica em português.
Privilegiar o ensino do português junto dos utilizadores do idioma hiper-central (inglês, desenvolvimento vertical) e dos países falantes do espanhol (desenvolvimento horizontal)
Promover a aliança com a língua espanhola, incluindo a intercompreensão e a aproximação na área editorial (ex.: acesso às listas da ISI de publicações científicas em português e espanhol ou mistas)
26
27
O Valor Económico da Língua nas Relações com o
Exterior: O Caso do Português
•Estudo promovido e financiado pelo Instituto Camões
•Coordenador: Luis Reto
•Equipa: José Paulo Esperança,Mohamed Azzim
Gulamhussen, Fernando Luís Machado, António Firmino da
Costa
•Colaboradores: Andrea Freitas, Helena Torres, Sergio
Estevinha, Jorge Horta Ferreira, Alice Alexandre, Ivo Pereira