Seminario Preparo Inicial Do Solo
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UNIVERSIDA DE ESTADUAL DE GOIAS
ALAN AMORIM PESSOA
PREPARO DO SOLO
Anápolis
2012
ALAN AMORIM PESSOA
PREPARO DO SOLO
Trabalho de aproveitamento apresentado à
disciplina Seminário do curso de Engenharia
Agrícola da Universidade Estadual de Goiás,
sob orientação da Prof. Ms. Ângela Maria
Ribeiro de Oliveira, para obtenção de créditos.
Anápolis
2012
ALAN AMORIM PESSOA
PREPARO DO SOLO
Trabalho de aproveitamento apresentado à
disciplina Seminário do curso de Engenharia
Agrícola da Universidade Estadual de Goiás,
sob orientação da Prof. Ms. Ângela Maria
Ribeiro de Oliveira, para obtenção de créditos.
Trabalho julgado e aprovado pelo docente responsável em __/__/__
Prof. Ms. Ângela Maria Ribeiro de Oliveira- UEG- Anápolis
Anápolis
2012
DEDICATÓRIA
A meus pais, cujos generosos esforços
permitiram-me chegar até aqui, dedico as
primícias de meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Universidade Estadual de Goiás, em especial a Profa. Ms. Ângela Maria Ribeiro
de Oliveira pelos conhecimentos repassados em sala de aula. Agradeço também aos meus
amigos pelo apoio. E aos meus colegas de sala pelo apoio e motivação para realização do
mesmo.
RESUMO
O trabalho em questão apresenta os diversos tipos de preparo do solo, com o objetivo de
identificar o processo mais adequado para garantir boas condições para o desenvolvimento da
planta, apresentando também os implementos utilizados e a função de cada um no processo.
Pretende-se mostrar que as técnicas conservacionistas estão em destaque atualmente no país.
Por fim chegar a conclusão de qual forma de manejo é a mais adequada levando em
consideração a conservação do solo.
Palavras-chave: Implementos agrícolas. Sustentabilidade. Práticas conservacionistas.
Agricultura.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
1 PREPARO DO SOLO ............................................................................................................. 9
1.1 Preparo inicial ................................................................................................................... 9
1.2 Cultivo mínimo ................................................................................................................. 9
1.3 Plantio direto ..................................................................................................................... 9
1.4 Preparo periódico ............................................................................................................ 10
2 MÁQUINAS DE PREPARO PERIÓDICO DO SOLO ........................................................ 12
2.1 Arado de aiveca .............................................................................................................. 12
2.2 Arado de disco ................................................................................................................ 14
2.3 Subsoladores ................................................................................................................... 15
2.4 Escarificadores ................................................................................................................ 16
2.5 Sulcadores ....................................................................................................................... 18
2.6 Enxadas rotativas ............................................................................................................ 18
2.7 Grades ............................................................................................................................. 19
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 22
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 24
INTRODUÇÃO
Com o aumento da população mundial surgiu a necessidade de produzir mais
alimentos, com isso foi desenvolvido técnicas e maquinas para otimizar o processo produtivo,
do plantio ate chegar ao consumidor final. Dentro deste contexto o preparo inicial do solo é
altamente importante, quando é fornecido a planta um solo com características ideais para o
seu desenvolvimento juntamente com o manejo adequado da cultura, o produtor consegue
produtividades melhores, consequentemente maiores lucros.
De acordo com Lucarelli (1997) o sistema de preparo do solo, é sem dúvida, um dos
fatores que têm maiores condições de provocar alterações nas características naturais do solo.
Para o mesmo autor, a utilização de equipamentos de vários tamanhos e modelos sem a
devida orientação técnica podem intensificar tais modificações, principalmente no que diz
respeito ao estado físico do solo.
O preparo do solo é compreendido dos processos de revolvimento, corte, inversão da
camada do sole pela ação dos órgãos, com o objetivo de proporcionar condições mínimas para
o desenvolvimento das culturas (ASAE, 1997). De acordo com BARROS (2001) o preparo do
solo pode ser definido como um plano de obtenção da qualidade do solo, resultante do
processo gerenciado, pela ação mecanizada, cuja matéria prima é o solo processado, o qual
pode apresentar falta de condições físicas, químicas, biológicas e de superfícies quanto aos
restos vegetais pós-colheita.
Para Balastreire (1987), o preparo do solo se divide em dois grupos: preparo inicial do
solo e preparo periódico do solo. O preparo inicial consiste nas operações necessárias para
criar condições de implementar determinada cultura, em áreas não utilizadas anteriormente
com essa finalidade. O preparo periódico são as modificações com a finalidade de instalação
periódicas ou não de culturas.
Segundo Lucarelli (1997), os sistemas de preparo do solo são divididos em dois
grandes grupos, ou seja, sistema convencional e sistema conservacionista. No sistema
convencional ocorre a divisão em preparo primário e secundário, onde no primário a
realização do preparo do solo e feita por arados e grades aradoras, enquanto no preparo
secundário o mesmo e realizado por grades niveladoras, que tem como função reduzir os
torrões formados pelo preparo primário, deixando o solo nivelado para a realização da
semeadura. Com relação a o sistema conservacionista, existem o plantio reduzido (cultivo
mínimo) e o plantio direto, onde é possível controlar de maneira eficaz a erosão é maior
devido ao menor numero de operações e maior quantidade de cobertura morta no solo.
Nos últimos anos no Brasil surgiu a preocupação em relação os implementos
utilizados para a realização do preparo convencional e seu efeitos provocados no solo, sendo
mais utilizado técnicas conservacionistas de preparo e manejo do solo, garantindo grandes
benefícios para a agricultura.
1 PREPARO DO SOLO
1.1 Preparo inicial
O preparo inicial do solo consiste em todas as ações para adequar a área ao cultivo da
cultura, a vegetação natural pode estar cobrindo as áreas e deve ser eliminadas. Entre essas
ações pode necessitar a movimentação do solo, tornando a superfície regular e facilitando o
trabalho na área.
As operações de desmatamento são caracterizadas como preparo inicial do solo, ela se
inicia com a retirada da vegetação comumente chamada de derrubada. Dependendo do tipo de
vegetação é necessária a realização de outra operação chamada destocamento para remover os
troncos e raízes sobre o solo (BALASTREIRE, 1987).
A vegetação retirada é enleirada para posteriormente ser queimada, visando deixar a
área mais limpa possível. Após o enleiramento é feita a retirada de pequenas raízes ou ramos
que não faram retirado na derrubada. A s características do local, topografia, condição do
solo, finalidade do terreno e condições meteorológicas deve ser analisado. O tempo da
operação esta diretamente ligado à essas características.
1.2 Cultivo mínimo
Segundo Dallmeyer (1994), o preparo mínimo pode ser definido como o que
proporciona um menor número de operações quando comparado com o preparo convencional,
o que resulta em menor revolvimento do solo, menor incorporação de resíduos vegetais
reduzindo as perdas de solo e água.
As maquinas utilizadas no cultivo mínimo diferem das utilizadas no plantio direto, é
evitado o uso de arados de discos e aivecas priorizando a utilização de grades. As outras
maquinas como pulverizadores ou colhedoras podem ser ou não utilizadas dependendo da
necessidade da cultura.
As operações conjugadas também são bastante utilizadas, onde é possível fazer todas
operações em uma única passada, esses equipamentos geram redução de custos e varias
empresas já disponibilizam estes implementos no mercado.
1.3 Plantio direto
O sistema de plantio direto é caracterizado pela manutenção de cobertura sobre o solo
durante todo o ano. É uma técnica conservacionista que cresce a cada dia no mundo inteiro.
Sendo assim o plantio direto é caracterizado como uma das praticas agrícolas mais eficientes
no controle da erosão do solo (DERPSCH et al., 1991). Com o sistema plantio direto, os
resíduos são mantidos na superfície e o revolvimento limita-se à linha de semeadura. A
manutenção dos resíduos culturais na superfície altera o regime térmico do solo, conserva a
sua umidade, diminui as perdas de solo por erosão e aumenta a proteção física da matéria
orgânica no interior dos agregados (BAYER & MIELNICZUK, 1997).
Atualmente o plantio direto hoje utiliza o conceito de preparo do solo em faixas ou na
linha de plantio sendo as semeadoras são equipadas com facões em cada linha de plantio, os
facões podem chegar a 35 cm de profundidade dependendo do tipo da maquina. Com essas
características o plantio direto se assemelha muito ao cultivo mínimo ou com operações
conjugadas (múltiplas ações em uma única passada, mobilização do solo, semeadura,
adubação e acabamento da superfície do solo).
Após alguns anos de utilização do plantio direto geralmente e necessário realizar o
preparo convencional para descompactação de camadas superficiais que quando compactadas
influenciam diretamente no crescimento radicular. A camada superficial é compactada pelo
trafego de maquinas no trato cultural e na colheita, para reduzir essa compactação é
necessário observa a umidade do solo durante as operações.
1.4 Preparo periódico
O preparo periódico é o conjunto de operações realizadas com equipamentos
mecânicos, desenvolvidos para conseguir o melhor desenvolvimento das sementes e das
plantas cultivadas no solo. A atividade de inversão mecânica com o propósito de permitir o
cultivo das plantas se caracteriza como preparo periódico do solo (HUNT, 1986).
Para Negi el al. (1990), o desempenho de uma cultura é influenciada pelas condições
do solo a qual ela será implantada, fatores climáticos e distribuição de chuvas durante o ciclo.
O preparo periódico mantem a estrutura do solo favorável ao crescimento das plantas, com
tamanho e numero de poros no perfil para que se mantenha quantidade suficiente de água
disponível para as plantas.
Segundo Balastreire (1987) o preparo periódico não será substituído pelo plantio
direto devido algumas culturas não apresentarem condições de cultivo para implantação do
plantio direto. Porém as técnicas de semeadura direta tem demostrado que em condições de
solo, clima e culturas é possível obter melhores produtividades quando comparado aos
métodos convencionais.
O preparo periódico consiste basicamente em duas etapas, a primeira é a etapa onde e
realizada as operações mais profundas e grosseiras, que visa romper as camadas superficiais
compactadas e o encrostamento. Podendo remover e enterrar ervas daninhas existentes, os
implementos utilizados nessa etapa são grade pesada, escarificador, arado de disco, e de
aiveca. A segunda etapa do preparo visa destorroar e nivelar o solo para semeadura. Pode ser
utilizado antes da aração para eliminar ervas daninhas, picar restos de cultura, incorporar
adubo e herbicida, entre outros. Esta operação é recomendada no período próximo ao plantio
e no máximo, duas passagem de grade.
No preparo periódico pode se utilizar implementos como: arado de disco, aiveca,
grade, subsolador entre outros.
2 MÁQUINAS DE PREPARO PERIÓDICO DO SOLO
Segundo Mialhe (1996) a classificação e especificações de maquinas agrícolas devem
seguir algumas terminologias. As maquinas agrícolas são projetadas para realizar ou auxiliar a
realização da operação agrícola, podendo ou não utilizar implementos e ferramentas agrícolas.
As maquinas agrícolas são divididas em grupos, sendo assim especificadas em grupos
distintos, onde as maquinas de preparo periódico do solo são aqueles responsáveis pela
movimentação ou mobilização do solo. Fazem parte deste grupo arados de aivecas, arados de
disco, grades, subsoladores, enxadas rotativas, sulcadores entre outros.
2.1 Arado de aiveca
É um dos implementos mais antigos utilizados no preparo do solo para instalação de
culturas periódicas. Foram utilizados, além de outros povos, pelos chineses, os quais
inicialmente possuíam formatos triangulares ou quadrados e, posteriormente, curvados, sendo
estes utilizados até os dias de hoje sem grandes modificações.
Podem ser classificados como segue:
Quanto a forma de acionamento
Tração animal
Tração mecânica
Quanto a forma de acoplamento à fonte de potência
De arrasto
Montado
Semi – montado
Quanto a movimentação do órgão ativo
Fixo
Reversível
Quanto ao número de órgãos ativos
Monocorpo
Corpos múltiplos
A constituição das aivecas é ilustrada na figura a seguir.
Figura 1. Constituição de uma aiveca: 1 – Aiveca, 2 – Relha, 3 – Rasto, 4 – Suporte, 5 – Coluna.
A relha tem como função principal de cortar o solo e iniciar o levantamento da seção
cortada. Por causa dessa função, a relha sofre a ação abrasiva do solo, ficando sujeita a
desgaste. A escolha dos materiais de construção da relha deve levar em consideração a
necessidade de substituição ou sua reforma após um desgaste tolerável.
Segundo Silveira (2001) os materiais mais comuns para a construção da relha, são o
ferro fundido e o aço. O ferro fundido tem boa resistência à abrasão, porém e quebradiço
quando se utiliza em solos pedregosos, já o aço tem as vantagens de dificultar a adesão do
solo à relha, possuindo também resistência a impacto.
O arado de aiveca possibilita o preparo do solo a profundidade de 20 a 35 cm, sendo a
velocidade de trabalho entre 5 e 7 km.h-1
. A inclinação da aiveca determina quanto maior é o
tombamento propiciado pelas aivecas.
Figura 2. Arado de aivecas, montado, fixo, com quarto aivecas helicoidais. Fonte: Tatu (2012).
2.2 Arado de disco
O arado de disco surgiu em substituição aos arados de aivecas, e sua origem teve como
ponto de partida a grade de discos. Segundo Mialhe (1996), este tipo de arado é uma das
maquinas mais estudadas por engenheiros, técnicos e fabricantes de maquinaria agrícola. Foi
construído para ser usado em terrenos secos e duros, porem não se pode desprezar o uso do
arado de aivecas, visto que, nenhum arado de um só tipo ou tamanho pode realizar o preparo
15 de todos os tipos de solo, nem ser utilizado em todas as épocas do ano apresentando iguais
resultados.
Eles apresentam como principal vantagem, quando comparados com os de aiveca, o
fato de possuírem como órgãos ativos, os discos que, para executar sua função, trabalham
com um movimento de rotação e, portanto, são menos suscetíveis a impactos, uma vez que, ao
encontrar um obstáculo qualquer, o disco rola sobre o mesmo, diminuindo a influência do
impacto sobre a estrutura. Também são preferíveis para solos pegajosos e com terra
endurecida.
Os arados de discos continuam operando, mesmo depois que seus órgãos ativos
tenham sofrido um desgaste considerável, podendo ser utilizados em solos abrasivos sem
perda da sua eficiência. Já as relhas do arado de aiveca, quando desgastadas, perdem suas
características técnicas e há necessidade de repará-las ou substituí-las para que possam
continuar operando, o que faz com que os arados de aiveca não possam ser utilizados em
solos abrasivos. No entanto, o arado de discos não realiza o tombamento da leiva ou da
cobertura da vegetação de superfície de maneira tão perfeita quanto o arado de aiveca.
Figura 3. Constituição do arado de discos (1– Chassi, 2 – Coluna, 3 – Mancal, 4 – Disco,
5 – Roda-guia.)
Os arados de discos podem ser de discos lisos, sua constituição básica é de aço 1045.
Não possui dentes, o que define a sua penetração ao solo é a curvatura, espaçamento e número
de discos, peso, velocidade de trabalho e inclinação tanto vertical como horizontal. Suas
bordas são temperadas e revenidas e possuem furos na região central para alívio de tensões,
ou ainda de discos recortados. Sua constituição básica também é de aço 1045. O recorte é
feito para melhorar a capacidade de corte; possui ângulo de afiamento na parte externa e
interna. Quando comparados com os discos lisos, apresentam a vantagem de melhor
performance (maior penetração no solo) e a desvantagem de maior probabilidade de quebras.
Ambos são conformados a quente.
Quando analisado a movimentação o arado pode ser de disco fixo ou reversível. Os
fatores que influenciam na penetração do disco são: ângulo vertical, velocidade operacional,
peso dos discos, afiação dos discos, relação f/d e molda da roda guia.
Figura 4. Ângulo de trabalho dos discos.
De acordo com Balastreire (1987), o ângulo vertical afeta a capacidade de penetração
dos discos no solo. Aumentando-se o ângulo vertical, diminui a penetração do disco, ou seja,
quanto mais deitado em relação ao solo estiver o disco, menor sua penetração.
De acordo com o mesmo autor o limite de 25 o não deve ser utilizado, pois o disco terá a
tendência de tocar sua face posterior no solo, impedindo sua penetração.
2.3 Subsoladores
Os subsoladores são implementos utilizados sob a superfície do solo para que se
consiga promover a desagregação de camadas compactadas, a fim de facilitar a penetração
das raízes e da água nas camadas mais profundas do solo. (BALASTREIRE, 1987).
Subsolador é um implemento agrícola provido de órgãos ativos (hastes) que são
responsáveis pela quebra das camadas compactadas. A subsolagem e recomendada
rotineiramente quando o solo está seco, porém, segundo Schuler et al. (2000) existem poucos
dados para sustentar essa recomendação.
Os subsoladores normalmente são constituídos de uma barra de porta-ferramentas, das
hastes, da ponta e de rodas de controle de profundidade como pode ser visto na figura 5. A
barra porta-ferramentas pode ser montada no sistema hidráulico dos tratores, ou de arrasto,
quando possui uma barra de tração para acoplamento ao trator.
Figura 5. Constituição típica de um subsolador. 1) barra porta-ferramenta, 2) haste, 3) ponta, 4) rodas
de controle.
As hastes são constituídas de uma barra de aço, com um formato que varia em função
do fabricante. Segundo Silveira (2001) normalmente o formato da haste é reto, curvo ou
parabólico. Como a haste é o principal elemento de corte do solo, o seu formato é de grande
influência na força de tração necessária para a operação.
A profundidade de trabalho varia de 40 a 60 cm, à medida que a profundidade
aumenta a exigência de potência do trator aumenta. Sabe-se também que a capacidade de
trabalho diminui quando a operação é realizada em maiores profundidade.
2.4 Escarificadores
Segundo Lanças (2002) diferença entre subsoladores e escarificadores são
basicamente conceituais e funcionais, ou seja, o primeiro tem a função de romper camadas
compactados do solo e o segundo de preparar o solo.
Figura 6. Escarificador montado (fonte: Baldan 2012)
O escaridor é o implemento responsável pela escarificação. Escarificar significa
romper o solo da camada arável de 15 a 30 cm com o uso de implementos denominados
escarificadores. Esses são implementos de hastes que são utilizados no preparo primário do
solo, e que apresentam vantagens sobre os implementos de discos pelo fato de não
promoverem uma inversão da camada de solo obtendo-se, com isto, maior capacidade
operacional e principalmente menor alteração da estrutura do solo. Devem ser utilizados para
descompactar o solo, rompendo camadas compactadas, facilitando a penetração das raízes e a
infiltração da água no solo.
O implemento de haste em função do seu modo de ação rompe o solo nos seus pontos
de resistência, pulverizando-o menos e afetando pouco os seus agregados, dando assim, maior
porosidade e estabilidade estrutural a esse solo, reduzindo significativamente os problemas de
erosão hídrica. A escarificação do solo pode ser adotada para reduzir a compactação em
plantio direto e, consequentemente, diminuir a densidade e principalmente a resistência
mecânica à penetração do solo.
O escarificador tem o mesmo princípio de rompimento do solo por propagação das
trincas, ou seja, o solo não é cortado como na aração ou gradagem e sim rompido nas suas
linhas de fraturas naturais ou através das interfaces dos seus agregados. Desta forma, ambos
os equipamentos utilizam hastes que são cravadas no solo e provocam o seu rompimento para
frente, para cima e para os lados. É o chamado rompimento tridimensional do solo em blocos.
Isto permite dizer que este tipo de mobilização é menos agressiva do que aquelas nos quais as
lâminas cortam o solo de forma indiscriminada e contínua, destruindo sua estrutura original.
2.5 Sulcadores
Os sulcadores são implementos destinados a abrir um sulco no solo. Este sulco
geralmente é utilizado para plantio ou semeadura de alguma cultura (SILVEIRA 2001). Estes
sulcadores também podem ser utilizados para outras finalidades como, por exemplo,
irrigação, controle de erosão, divisão de talhões entre outros.
A constituição básica dos sulcadores inclui uma barra porta ferramentas, onde uma ou
mais unidades são fixadas, uma haste vertical e o sulcador propriamente dito. Em sulcadores
mais antigos o sulcador era montado na própria haste, sendo que todo o impacto em campo
era absorvido pela haste. Nas haste do sulcador e fixada uma asa de metal com a função de
deslocar o solo para cima e para o lado, dando formato ao sulco aberto no solo.
Figura 7. Constituição de um sulcador 1) Barra porta-ferramentas 2) haste 3) asa 4) ponta
De acordo com Balastreire (1987) a barra porta-ferramenta, é bastante reforçada para
resistir os esforços necessários à abertura dos sulcos. Segundo o mesmo autor no caso da
cultura da cana-de-açúcar os sulcadores utilizados são duplos, uma vez que essa geometria
facilita a utilização do trator fora dos sulcos já abertos em passadas anteriores.
Nesse tipo de cultura os sulcadores são bem maiores e mais reforçados, uma vez que são
destinados à abertura de sulcos onde serão colocados os toletes de cana, onde nesse caso a
profundidade do sulco é de 30-40 cm, com aproximadamente o dobro da largura.
2.6 Enxadas rotativas
A enxada rotativa é um equipamento de preparo periódico do solo que funciona como
uma enxada manual de ação contínua, executando a mobilização por desagregação. Além de
cortar e incorporar restos vegetais, controlar plantas invasoras, ela ainda incorpora
fertilizantes minerais ou orgânicos (GADANHA JÚNIOR et al.,1991).
De acordo com Silveira (2001), atualmente as enxadas rotativas mais encontradas são
basicamente utilizadas para a eliminação de ervas daninhas em culturas perenes, ou preparo
de solo visando à produção de hortaliças. Esse implemento de preparo do solo, como podem
ser vista na figura 15, basicamente é constituídas de um eixo perpendicular á direção de
deslocamento da máquina, sendo o mesmo suportado por dois mancais, sendo colocados
flanges nesse eixo para a fixação das facas, cujo formato mais comum e em L (Figura 10).
Figura 9. Partes Constituintes de uma enxada rotativa 1) Sistema de transmissão
2) eixo 3) Mancal 4) faca 5) Mecanismo de suporte e controle de profundidade.
Figura 10. Facas de enxada rotativa para diversos trabalhos a) aração b) formação de
canteiros c) capinação.
2.7 Grades
Sua função é completar o serviço executado pelos arados, embora elas possam ser
utilizadas antes ou até mesmo em substituição a estes em algumas situações. Também têm a
função de complementar o preparo do solo, no sentido de desagregar os torrões, nivelar a
superfície do solo para facilitar a semeadura, diminuir vazios que resultam entre os torrões e
destruir os sistemas de vasos capilares que se formam na camada superior do solo, para evitar
a evaporação de água das camadas mais profundas. Segundo Silveira (2001) as grades podem
ser utilizadas ainda para a inversão de uma camada superficial do solo para a incorporação de
fertilizantes e defensivos, enterro de sementes, eliminação de ervas daninhas entre outras
finalidades.
As grades de discos podem ser basicamente de três tipos:
a) Simples ação
Sua característica básica é a inversão do solo com uma passada. Estes sistemas são
empregados somente no controle de plantas daninhas (capina superficial).
Figura 11.Grade de discos de simples ação.
b) Dupla ação
São sistemas providos de discos, os quais permitem a mobilização do solo, ou seja, o
solo é removido e depois sofre uma desestruturação. Utilização marcante em operações de
nivelamento superficial do solo após a mobilização pela aiveca ou arado de discos.
Figura 12. Grade de discos de dupla ação.
c) Tandem ou off-set
São aquelas utilizadas para mobilização profunda do solo em substituição aos arados
de discos ou aivecas. Também conhecido como grade aradora.
Figura 13. Grade de discos tandem ou off-set.
As grades ainda podem ser classificadas pelo tipo de acoplamento em: de arrasto,
montadas e semimontadas, e também quanto à função em: niveladora, niveladora-
destorroadora e aradora.
a) Niveladora: É utilizada para nivelar a área após a passagem da arado.
b) Niveladora-destorroadora: Realiza a operação de nivelamento e destorroamento, reduzindo o
tamanho dos torrões.
c) Aradora: Grade mais pesada que pode ser usada no lugar do arado.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o desenvolvimento da agricultura e a crescente utilização de sistemas conservacionista
de manejo do solo, o plantio direto está cada vez mais popular, reduzindo o uso do preparo
periódico, sendo que o plantio direto na maioria das regiões do país possibilita a manutenção das
características do solo, apresentando produtividades superiores ao plantio convencional. Com
relação às máquinas e implementos a principal preocupação é a compactação causada pelo mau
dimensionamento dos conjuntos mecanizados.
Podemos concluir que a questão da utilização racional das máquinas e implementos para
preparo do solo passa pela conscientização de toda a classe de produtores rurais e pesquisadores
para o melhor dimensionamento de todo o processo, evitando assim os processos de degradação do
solo e o aumento dos custos operacionais.
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