Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo II - Os Arquivos da Alma - 18/04/2016
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Uma breve retrospectiva do capítulo anterior...
Camilo é convidado pelo Diretor Teócrito, a comparecer a uma reunião no Departamento Hospitalar;
Alta hospitalar: melhoras sensíveis no aspecto físico-astral;
Nova etapa de tratamento: moral e mental;
Chegara o momento de visitar a Terra;
Fariam, antes, uma visita às dependências do primeiro plano do Instituto, começando pela Torre de Vigia, passando
depois pelo Departamento Hospitalar (isolamento e manicômio) e pelo Departamento de Reencarnação.
Nosso estudo de hoje começa justamente no ponto onde
Padre Anselmo conta a Camilo e seus companheiros, sobre os
casos de almas suicidas que não chegam a ingressar no Vale e
que se veem aprisionados por
maltas de obsessores que às vezes também foram suicidas, entidades perversas e criminosas, cujo
único prazer é a prática do mal.
" Se nos comprometemos perante Jesus ao serviço de auxiliares do seu ideal de redenção, filiando-nos à Legião patrocinada por
Sua venerável Mãe, manteremos técnicos nesta
Torre com o mister exclusivo de procurar os
desaparecidos [...]”
Ferramentas de busca utilizadas pelos servos da vigilância
• Sofisticados equipamentos (citados no capítulo anterior), capazes de demarcar as regiões que devem ser sondadas
pelos vigilantes na busca dessas almas perdidas
• Indicação de outros Espíritos já regenerados
• Ordens Superiores• O Poder da Prece
“Tudo isso, porém, não quererá certamente dizer que Maria precisará
esperar súplicas e pedidos de quem quer que seja a fim de tomar suas
caridosas providências! Ao contrário, estas foram perenemente tomadas,
com a manutenção dos postos de observação e socorro especiais para suicidas; como também com postos
não especializados, mas que igualmente acolherão os suicidas em
ocasião oportuna, e que estão disseminados por toda a parte, no
Invisível como na Terra, sob a égide da lei de amor e fraternidade.”
“De qualquer forma, porém, a Prece, externada com amor e veemência em favor de um suicida, é o
sacrossanto veículo que carreia, em qualquer tempo, inestimáveis consolações, mercês celestes para aquele
desafortunado.”“A prece é ato de tão louvável e
prestimosa repercussão que aquele que ora por um de vós, suicidas, faz-
se voluntário colaborador dos obreiros da Legião de Maria, coadjuvando seus esforços e sacrifícios na obra de alívio e
reeducação a que se devotaram!”
“O trabalho da Espiritualidade no tratamento dos suicidas é vultoso e intenso... Se as criaturas que atentam contra a própria vida conhecessem a extensão do sofrimento e dos sacrifícios que provocam, por certo que se deteriam àbeira do abismo, refletindo na grave responsabilidade que assumirão, se não por amor ou compaixão de si mesmas, pelo menos em consideração e respeito aos seusguias espirituais e amigos devotados como também às
suas famílias.”
A pedido do Dr. de Canalejas, que acompanhava o grupo de visitantes, Pe. Anselmo os leva a conhecer as prisões onde
estavam confinados temidos obsessores, chefes ou seguidores de falanges perversas, os quais, além de
suicidas, seriam também responsáveis por crimes terríveis, passíveis de reparações duríssimas através dos séculos e
que haviam sido resgatados das regiões trevosas.
Extremamente surpreendido com o que vê, Camilo diz a Pe. Anselmo:
"- Pois quê?!... Vejo aqui um educandário, não uma prisão!... Rodeados de amplas
janelas e belos e sugestivos balcões por onde penetram ventos sadios, desguarnecidos de
grades e de sentinelas, estes aposentos convidam antes ao recolhimento, à
meditação e ao estudo proveitoso, dado o silêncio inquebrantável de que se rodeiam...
Oh! bem vejo a influência generosa de eméritos missionários educadores, afeitos à
direção de instituições escolares, não carcereiros a se imporem pela violência!... "
Ante à surpresa de Camilo, Pe. Anselmo respondeu:
“Cumprimos os dispositivos das leis de amor e fraternidade, sob as normas essencialmente educadoras do Mestre Jesus.
Não nos cumpre castigar quem quer que seja, por mais criminoso que se afigure, porquanto nem Ele o fez!”
“Nosso dever é instruir e reeducar, levantando o ânimo decaído e o caráter vacilante, através de elucidações sadias,
para a regeneração pela prática do Bem! ...”
A grande diferença entre o que acontece nessas
Instituições e o que conhecemos na Terra reside unicamente no amor que preside as
ações desses Espíritos benfeitores voltados
incondicionalmente ao bem...
A triste história de Agenor Penalva...
Aproximando-se de um dos aparelhos, Pe. Anselmo aciona um botão luminoso e elucida:
"Eis um dos temíveis obsessores, chefe de pequena falange de entidades
endurecidas e maldosas, portador de múltiplos vícios e degradações morais,
criminoso e suicida, que arrastou ao seu abismo de vileza e misérias quantos
incautos - desencarnados e encarnados - pôde seduzir e convencer a segui-lo.”
Os crimes de Penalva são tão graves que talvez seja necessário o seu encaminhamento aos canais
competentes para uma reencarnação expiatória fora do Globo Terrestre, em planeta ainda inferior à
Terra, ou para um estágio espiritual em suas vizinhanças astrais, para que, num período
relativamente curto, possa ele expiar o débito que, na Terra, requereriam séculos!
“Nossos métodos, todavia, mantêm outra espécie de
ensinamento, enérgico, quase violento, ao qual somente os iniciados poderão atender,
dada a delicadeza da operação a ser tentada, que requer
técnica especial”...
“Por essa razão, esse trabalho será sempre confiado a um especialista [...] Olivier de Guzman, a quem conheceis
como diretor do Departamento de Vigilância.”
O prisioneiroApresentava-se como um homem comum, embora desencarnado...
Trajava tal como no momento em que sucumbira, sob o golpe do
suicídio, possivelmente há um século atrás...
À altura do coração, apesar do longo tempo decorrido, jorrava o sangue, vivo e fresco, de largo orifício
produzido certamente por florete ou punhal, marcando impiedosamente o físico-astral.
Olivier de Guzman passou a expor ao discípulo a explicação do dia, fazendo-o anotá-la em
cadernos, levando-o a analisar e refletir sobre ela, a fim de
imprimi-la na mente.
No dia seguinte, o discípulo deveria apresentar a resenha das conclusões feitas em torno do assunto estudado.
Ao aluno, assistia o direito de objetar, indagar e até contestar... Ao que o mestre devolvia na forma de preciosos
esclarecimentos, a cada contestação do endurecido discípulo!
Após a aula, o paciente acompanhou o preceptor a uma espaçosa sala, espécie de gabinete de
experimentações científicas, perenemente saturada de vaporizações magnéticas e emitindo
fosforescências azuladas, tênues, sutis, quase imperceptíveis à nossa visão ainda muito débil para
as coisas espirituais, e absolutamente invisíveis à percepção embrutecida daquele que nelas penetrava a fim de se submeter à operação
conveniente.
“Em uma placa fluido-magnética ultra sensível, são reproduzidos os atos
registrados nos refolhos psíquicos da mente, e que, pela ação magnética, ressurgem, como
por encanto, dos escombros da memória profunda, para impressionarem a placa e se tornarem visíveis como a própria realidade
que foi vivida!”
E foi assim que se desenrolou a lamentável história de Agenor Penalva...
"Contas cinco anos de idade, Agenor Penalva, e resides no solar paterno, nos arredores de Málaga... És o único filho varão de um consórcio feliz e
honrado... e teus pais sonham preparar-te um futuro
destacado e brilhante!”...
“Então, surgiu para nossas vistas assombradas o inenarrável em linguagem humana! O pensamento, as
recordações do desgraçado, seu passado, suas faltas, seus crimes mesmo, como filho, em torno de seus pais,
traduzidos em cenas vivas, movimentaram-se no espelho sensível e impoluto, diante dele, retratando sua própria
imagem moral, para que ele a tudo assistisse, revendo-se com toda a hediondez das quedas em que soçobrara, como
se sua Consciência fosse um repositório de todos os atos por ele praticados, e os quais, agora, arrebatados do fundo da memória adormecida, por transcendentalíssima atração
magnética, se levantassem conflagrados, esmagando-o com o peso insuportável da tenebrosa realidade!”
Quando as visões cessaram, Penalva estava desesperado...
De joelhos, continuou em pranto, suplicando pelo perdão de sua mãe, vencido pelo mais impressionante desalento, que Camilo havia presenciado até então no
Instituto...
Olivier de Guzman apenas o levantou e reconduziu aos aposentos. Antes de deixá-lo, escreveu em uma folha em
branco sobre a mesa:
- TESE: O 4º Mandamento da Lei de Deus: - "Honrai o vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo
tempo na Terra que o Senhor vosso Deus vos dará.“
- Relação dos deveres dos filhos para com seus pais.