Seminário de tese Marco Hovnanian

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  • DESIGN INFORMAL DOS

    MORADORES DE RUA

    Ps Graduao em Arquitetura e Urbanismo FAU MACK

    Marco Antonio Dresler Hovnanian

    FORMAS POSSVEIS DE VIVER NAS RUAS DE SO PAULO

    Seminrio de tese I

  • Ps graduao em histria da cultura, arte e

    educao produzindo uma dissertao (2005)

    interdisciplinar em antropologia visual, pesquisando

    os moradores de rua na Avenida 23 de Maio;

    BACKGROUND

    Incio da pesquisa com moradores de rua em 2001

    por meio da fotografia documental;

    Trabalho voluntrio em uma ONG por quatro anos

    assistindo moradores de rua no centro de So Paulo

    (2003-2007).

  • Nos ltimos dez

    anos a populao

    de moradores de

    rua cresceu

    75%Fonte : FIPE (2010)

    MOTIVAO

  • Albergues em So

    Paulo esto encerrando

    suas atividades em um

    ritmo alarmante

    Fonte : Estado de So Paulo (2010)

  • INTRODUO

    TCNICA:

    autores

  • FRY, Tony. Design Futuring: sustainability, ethics and new practice.

    New York: Berg Publishers, 2009.

    FRY, Tony. Reconstrues: ecologia, design, filosofia.

    So Paulo: Editora Universidade de Sao Paulo, 2009.

    1. TONY FRY (Design)

    2. MARIA CECILIA LOSCHIAVO DOS SANTOS (Design e arquitetura)

    SANTOS, Maria Ceclia Loschiavo. Cidades de Plstico e Papelo. O

    habitat informal dos moradores de rua em So Paulo, Los Angeles e Tquio. Pesquisa de Livre-Docncia da Faculdade de Arquitetura e

    Urbanismo, Universidade de So Paulo, 2003.

    3. CHRISTIAN PIERRE KASPER (Sociologia)

    KASPER, Christian Pierre. Habitar a rua. Tese de doutorado em cincias

    sociais. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2004.

    4. KRZYSZTOF WODIZCKO (Design)

    WODICZKO, Krzysztof. Critical Vehicles: writings, projects, interviews.

    Boston: MIT Press, 1999.

  • FUNDAMENTAO

    TCNICA

  • 1.

    MORADOR DE RUA:UM PROBLEMA INADMISSVEL

    UM PROBLEMA A SER RESOLVIDO

  • Bauman (1998), define que a sociedade moderna tende

    a: vomitar os estranhos, bani-los dos limites do mundo ordeiro e impedi-los de toda comunicao com os do

    lado de dentro. Ou seja, os moradores de rua so indesejveis ordem e limpeza que imperam nos

    grandes centros, - sua visibilidade gera repulsa levando-os a expulso para limites determinados por

    uma ordem poltica de higienizao e de

    embelezamento. ... onde quer que a planejada ordem de constituio esteja em andamento, certos habitantes

    do territrio a ser ordeiramente feito de maneira nova

    convertem-se em estranhos que precisam ser

    eliminados. (p. 29)

  • Foucault (2004), prprio do sculo XIX ter aplicado ao

    espao de excluso de que o leproso era o habitante

    simblico (e os mendigos, os vagabundos, os loucos, os

    violentos formavam a populao real) a tcnica de

    poder prpria do "quadriculamento" disciplinar. Tratar os

    "leprosos" como "pestilentos", projetar recortes finos da

    disciplina sobre o espao confuso do internamento,

    trabalh-lo com os mtodos de repartio analtica do

    poder, individualizar os excludos, mas utilizar processos

    de individualizao para marcar excluses... (p. 165)

  • 2.

    MORADOR DE RUA:UM PROBLEMA INDESEJVEL

    UM PROBLEMA TOLERVEL

  • Snow e Anderson (2004), conota um mlange bem distinto de comportamentos, artefatos e elementos

    cognitivos que, juntos, caracterizam o modo de vida de

    um conjunto de indivduos, e o distinguem de outros

    grupos ou agregados dentro da sociedade

    maior. (p. 75)

    Loschiavo (2003), o conceito de cultura embrulhada refere-se s prticas que os moradores de rua desenvolvem de

    reutilizao e reconceituao de materiais descartados,

    especialmente embalagens. Por fim pondera que um

    aspecto expressivo a ser considerado que o design

    espontneo e a reciclagem informal trazem a presena da

    alteridade no espao pblico, so elementos poderosos que

    materializam uma prtica alternativa e radical de design e

    de resistncia cultural. (p. 83)

  • Loschiavo (2003), abrigar os pobres e as vtimas de crises humanitrias se tornou um dos temas mais

    urgentes para o design e a arquitetura no final do

    sculo XXI. Esta nova condio desafia os atuais

    limites e a metodologia do design e da arquitetura e

    um dos principais aspectos na construo de espaos

    sustentveis. (p. 121)

    Loschiavo (1999), tambm analisa a visibilidade do

    habitat dos moradores de rua, que carregam a imagem e o estigma de sua marginalidade, o que os tornou

    extraordinariamente visveis e significativos. ( p. 30)

  • 3.

    MORADOR DE RUA:UM POSSVEL SOLUO

  • Willis (2005), os moradores de rua no deveriam ser

    vistos como sujeitos que dependem apenas da caridade

    e pena da sociedade, mas que essa populao tem muito a ensinar aqueles que esto confortavelmente

    abrigados e aparentemente seguros em seus estilos de

    vida incluindo os designers. (p. 1)

    Fry (2009) , necessrio ainda ter em vista os cenrios

    que apontam para um futuro prximo em que, em

    decorrncia de problemas econmicos, polticos ou

    sociais, ou mesmo de desastres naturais conseqentes

    de desequilbrios ecolgicos, centenas de milhes de

    pessoas perdero suas casas e sero incapazes de

    serem acomodados pela necessidade de habitao do

    planeta.

  • ...quando voc pensa e parece que no tem nada, voc

    tem duas coisas: o que pode ser encontrado nas ruas e

    uma inata habilidade (via o design) de usar isto para

    fazer um micro-mundo para habitar. Olhar para este

    universo revela uma extraordinria gama de inovao

    em materiais e enderea confrontaes entre produtos e

    relaes scio-econmicas. (p. 233)

    Fry (2009), para quem, atualmente, as naes esto

    mal equipadas para lidar com a questo dos

    moradores de rua, uma vez que, segundo o autor, o

    que tem de ser planejado e projetado para essas

    populaes ainda no mereceu a devida ateno.

  • Kasper (2004) , atravs da reflexo do livro o

    Pensamento Selvagem de Levi-Strauss apresenta de

    maneira clara o conceito de bricolagem. interessante

    abordar a interlocuo de Kasper com Strauss, pois sua

    tese discute formas de habitar dos moradores de rua

    seguindo a ttica do rearranjo. O autor entende que: o ponto de vista adotado encara os modos de existncia

    dos moradores de rua como formas de vida possveis, e

    no em termos de carncia, remetida a uma suposta

    normalidade . (p. 4)

    ...o ponto de vista adotado encara os modos de existncia dos moradores de rua como formas de vida

    possveis, e no em termos de carncia, remetida a

    uma suposta normalidade. (p. III)

  • WODICZKO

    EXPERIENCE

  • Design como ferramenta

    de intervenono espao pblico

  • The

    homeless

    projections

  • Projeo: The Homeless Projection - Krzysztof Wodiczko, 1986.

  • Homeless

    vehicle

    project

  • Foto: Krzysztof Wodiczko - 1988

  • Desenho: Krzysztof Wodiczko

  • Desenho: Krzysztof Wodiczko

  • HOMELESSEM SO PAULO

  • Foto: Marco Hovnanian, 2004

  • Foto: Marco Hovnanian, 2004

  • Foto: Marco Hovnanian, 2004

  • Foto: Marco Hovnanian, 2004

  • Foto: Marco Hovnanian, 2004

  • Photo: Marco Hovnanian, 2010

  • OBSERVAES FINAIS

    Ao invs de se encarar a existncia de moradores de rua como

    um problema a ser eliminado, o estilo de vida adotado por

    esses indivduos poderia ser abordado como alternativa de vida

    possvel nas cidades contemporneas.

    Em sntese podemos dizer que um importante aspecto que

    desejamos enfatizar aqui foi o apontar de novas possibilidades

    de abordagem do morador de rua e suas atividades, em

    especial aquelas que envolvem a coleta de objetos

    descartados e sua utilizao.

    Fry, (2009), aponta: urgente reconhecer que os meios de mudana de rumo s podem ser encontrados na historia da

    sobrevivncia e da inovao do homem. (p. 21)

  • BIBLIOGRAFIABAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da Ps-Modernidade. Traduo de Mauro Gama

    e Cludia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1998.

    FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Traduo de Raquel Ramalhete. Rio de Janeiro:

    Editora Vozes, 2004.

    FRY, Tony. Design Futuring: sustainability, ethics and new practice. New York:

    Berg Publishers, 2009.

    FRY, Tony. Reconstrues: ecologia, design, filosofia. So Paulo: Editora

    Universidade de So Paulo, 2009.

    KASPER, Christian Pierre. Habitar a rua. Tese de doutorado em cincias sociais.

    Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2004.

    SANTOS, Maria Ceclia Loschiavo. Cidades de Plstico e Papelo. O habitat

    informal dos moradores de rua em So Paulo, Los Angeles e Tquio. Pesquisa

    de Livre-Docncia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de So

    Paulo, 2003.

  • http://www.estadao.com.br/noticias/geral,total-de-moradores-de-rua-cresce-57-em-

    sp-diz-fipe,559901,0.htm Data de acesso: 01.06.10.

    http://www.estadao.com.br/noticias/geral,prefeitura-de-sao-paulo-fecha-albergues-para-

    sem-teto,506287,0.htm Data de acesso: 31.05.10

    Sites:

    ____________________________ . Jornal da Fapesp, Notcias da FAPESP 45, agosto

    de 1999.

    SNOW, David e ANDERSON, Leon. Desafortunados um estudo sobre o povo da rua. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1998.

    WILLIS, Anne-Marie. Design Philosophy Papers. Editorial September 2005, issue 3.

    WODICZKO, Krzysztof. Critical Vehicles: writings, projects, interviews.

    Boston: MIT Press, 1999.

    WODICZKO, Krzysztof. e LURIE, David. Homeless Vehicle Project. October, Vol. 47.

    The MIT Press: Boston, 1988.