Seminário

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Representações sociais um domínio em expansão (Denise Jodelet) Nathália A alteridade como produto e processo social (Denise Jodelet) Edson

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Seminário apresentado na disciplina Teoria da Comunicação, Universidade Católica de Brasília.

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• Representações sociais − um domínio em expansão (Denise Jodelet) Nathália

• A alteridade como produto e processo social (Denise Jodelet) Edson

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R E P R E S E N T A Ç Õ E S S O C I A I S

Universidade Católica de Brasília (UCB) Nathália Kneipp

Disciplina: Teoria da Comunicação 8 de junho de 2009

Seminário Parte I

Foto

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Texto em discussão: Representações sociais − um domínio em expansão

Autora: Denise Jodelet

Obra e autora

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Autora Psicóloga, Diretora de Estudos na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHEES)

Relações no Brasil

Sílvia Lane† – PUC-SP (La grande dame de lapsychologie sociale, texto de 2007∗, “aquela que identifico com a abertura da psicologia social ao mundo social”)2a Conferência Internacional sobre as Representações Sociais – RJ 1994.

Celso Pereira de Sá - UERJrepresentações sociais e da memória coletiva. Temas: a escola pública em meio social desprivilegiado; a popularização da ciência pelos meios de comunicação de massa; a economia e o mundo do trabalho na perspectiva de estudantes universitários; as práticas de cura em religiões afro-brasileiras. No campo da memória, coordenou um amplo programa depesquisas sobre a atualização da memória social do descobrimento do Brasil entre brasileiros e portugueses em função da comemoração do quinto centenário.

Brigido Viezu Camargo - UFSCAngela Arruda UFRJ

∗Fonte: Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 2: 24-36, 2007 2; 37-38

Bader Sawaia (descreve minuciosamente as artimanhas da Exclusão social e o quanto é falso e hipócrita a inclusão, encarada como "maquiagem" que cala a voz do oprimido )Wanderley Codo (UnB, organizador livro “Burn-out", a síndrome da desistência do educador, que pode levar à falência da educação”) , Antonio Ciampa, Maria do Carmo

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Émile Durkheim1895•Fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx.

•Combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica.

•Teórico do conceito da coesão social.

•Ideação coletiva / consciência coletiva/ representações coletivas

Acadêmico, sociólogo, antropólogo, filósofo.

Influências

Serge MoscoviciDécada de 50/60

Psicólogo social

Sociólogo do conhecimento

•Processo social de produção de conhecimento

•Definição de sociedade

•Discussão em torno das representações sociais

Temas de interesse:

“poder das idéias” de senso comum, isto é, no “estudo de como, e por que as pessoas partilham o conhecimento e desse modo constituem sua realidade comum, de como eles transformam idéias em práticas […]” Moscovici, apud Duveen, pg. 8. Como o tripé grupos/atos/idéias constitui e transforma a sociedade.

RCRS

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http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v19n55/a14v1955.pdf

REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 19 Nº. 55

Serge MOSCOVICI. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de Janeiro, Vozes, 2003. 404 páginas (trad. Pedrinho A. Guareschi, a partir do original em língua inglesa Social representations: explorations in social psychology [Gerard Duveen (ed.), Nova York, Polity Press/BlackwellPublishers, 2000]).

Resenha – Márcio de Oliveira, sociólogo UFPR

1) entre o que se acreditava cientificamente ser a psicanálise e o que a sociedade francesa entendia por ela existia um intermediário de peso, as representações sociais;2) essas representações não eram as mesmas para todos os membros da sociedade, pois dependiam tanto do conhecimento de senso comum (ou popular), como do contexto sociocultural em que os indivíduos estavam inseridos;

3) no caso de novas situações ou diante de novos objetos, como, por exemplo, a psicanálise, o processo de representar apresentava uma seqüência lógica: tornar familiares objetos desconhecidos (novos) por meio de um duplo mecanismo então denominado amarração – “amarrar um barco a um porto seguro”, conceito que logo evoluiu para sua congênere “ancoragem” –, e objetivação, processo pelo qual indivíduos ou grupos acoplam imagens reais, concretas e compreensíveis, retiradas de seu cotidiano, aos novos esquemas conceituais que se apresentam e com os quais têm de lidar.

LINGUAGEM e REPRESENTAÇÃO

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Psicologia social, saber, comunidade e cultura

Sandra Jovchelovitch

O trabalho comunicativo da representação produz símbolos cuja força reside em sua capacidade de dar sentido, de significar. A representação trabalha colocando algo no lugar de algo, seu trabalho é um trabalho de deslocamento simbólico. Este deslocamento de objetos e pessoas que dá a cada um e a todos uma nova configuração é a essência da ordem simbólica. Ele mostra claramente que a criação e a construção estão na base do registro simbólico, já que suas operações estão

ontogeneticamente ligadas e envolvem resíduos da capacidade de fazer-de-conta desenvolvida na primeira infância. Ele também demonstra a concepção entre a construção do simbólico, a arte e a cultura, já que esta última é um acúmulo de significados e símbolos que se solidificam ao longo do tempo.

Esta concepção de representação enquanto estrutura de mediação pertencendo ao espaço do "entre" pode ser vista na figura a seguir:

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Contexto

• Necessidade de estar informado sobre o mundo a nossa volta.

• Informações permitem um ajuste a esse mundo; saber como se comportar, dominá-lo física e intelectualmente;

• Identificar e resolver os problemas que se apresentam, para isso se criam representações e as outras pessoas nos servem de apoio, às vezes de forma convergente, outras pelo conflito.

• As representações ajudam a compreender, administrar e enfrentar o problema, por isso são tão importantes na vida cotidiana.

• Elas nos guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, eventualmente, posicionar-se frente a eles de forma defensiva.

•As representações sociais figuram enquanto realidades mentais, cuja evidência nos é sensível no cotidiano.

•Circulam nos discursos, são trazidas pelas palavras e veiculadas em mensagens e imagens midiáticas, cristalizadas em condutas e em organizações materiais e espaciais.

Exemplo: aparecimento da Aids nos anos 80: primeira doençacujas histórias médica e social se desenvolveram juntas.

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Pessoas elaboram teorias apoiadas nos dados que dispunham sobre os portadoresExemploAids

Biológica Moral

•doença-punição•ancoragem na sífilis

sangue e esperma

Vetores do mal

•permissividade

•irresponsabilidade sexual•“bons cristãos” são poupados

•CNBB contra campanha do uso de preservativos•Pretexto para condenar o homossexualismo

saliva suor

•Teoria da conspiração: guerra biológica•Referência biológica para condenar a alteridade

•Segregação de aidéticos e imigrantes: “aidetório”

HIV

Saberes enterrados na memória ressur-gem, forjam-se pa-lavras portadoras de representações

AIDÉTICO JUDAICO

AIDETÓRIO SANATÓRIO

SANATÓRIO CREMATÓRIO

“Deus não criou Adam e Steve”

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• “Respresentação social é uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. Igualmente designada como saber de senso comum ou ainda saber ingênuo, natural, esta forma de conhecimento é diferenciada, entre outras, do conhecimento científico. Entretanto, é tida como um objeto de estudo tão legítimo quanto este, devido à sua importância na vida social e à elucidação possibilitadora dos processos cognitivos e das interações sociais.” (pág. 22)

Caracterização

•Sistemas de interpretação que regem nossa relação com o mundo e com os outros - orientam e organizam as condutas e as comunicações sociais.

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Vitalidade, transversalidade e complexidade

Obstáculos (vencidos) do tipo epistemológico

Anos 70

• Declínio do behaviorismo

• Revoluções do new look

ANTROPOLOGIA

HISTÓRIA

PSICANÁLISESOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO

PSICOLOGIIA SOCIAL

criador no processo de elaboração da conduta

Anos 80

• Cognitivismo (enriquecido)

Ciências Humanas

Reviravolta na Psicologia

Estímulo – Resposta ( S – R )

Estímulo – Organismo – Resposta ( S – O – R )

1 / 2

Organismo = Sujeito

Organismo – Estímulo – Organismo – Resposta (O – S – O – R )

“a representação determina ao mesmo tempo o estímulo e a resposta; não há ruptura entre o universo externo e o interno do indivíduo (ou do grupo)”

instância mediadora

Jogo da fantasmagoria individual e do

imaginário social

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Espaço de estudo multidimensional das representações sociais

Esquema de base do quadro 1

Representação como forma de um saber prático ligando um sujeito a um objeto

Processos e estados das representações sociais

Pág 27

suportes, conteúdos, estrutura, processos e lógica

FORMA DE SABERmodelização

SUJEITO REPRESENTAÇÃO OBJETO

construção interpretação

epistêmico

psicológico

social

coletivo

expressão simbolização

humano

social

ideal

materialcompromisso psicossocial

PRÁTICAExperiência Ação

Função das representações sociaisEficácia das representações sociais

Quem sabe e de onde sabe? O que e como sabe? Sobre o que sabe e com que efeitos?

substituindo-o

significações

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O sujeito epistêmico é um sujeito que se constrói (se estrutura) pela sua própria atividade, através de um processo de descentração que lhe possibilita uma melhor compreensão do mundo e de si mesmo. Resulta assim, a possibilidade de construção de uma autonomia em relação tanto às condições do ambiente quanto às próprias condições psicológicas: se uma operação particular pode parecer depender das decisões de um sujeito individual, a composição das operações em estruturas de conjunto é regulada do interior por um conjunto de condições prévias, de tal maneira que as estruturas mais interiores são as mais independentes das decisões "subjetivas". O mecanismo através do qual esse processo se realiza é o da abstração reflexionante. Se as funções são fixas, a estrutura é, então, variável. Um dos resultados mais significativos da epistemologia genética foi a descoberta que as diversas estruturas do sujeito epistêmico correspondem a organizações lógico-matemáticas como o grupo dos deslocamentos práticos, o grupamento e o grupo INRC.

A PSICOLOGIA E SEUS SUJEITOS

Cleci Maraschin

URL:http://mathematikos.psico.ufrgs.br/Paradigmas_Projetos/sujeito.htm

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Espaço de estudo multidimensional das representações sociaisCondições de produção e circulação das representações sociaisCULTURA (coletiva / de grupo)

valores modelos invariantes

LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

interpessoal institucional midiática

SOCIEDADE

partilha e vínculo social

contexto ideológico, histórico

inscrição social

•Posição

•Lugar e função sociais

•Pertença grupal

organização social•Instituição

•Vida dos grupos

Ex: “A representação social da mídia e da comunidade do entorno sobre a Petrobras/Revap.”

Aislan Ribeiro Greca

Universidade de Taubaté, 2009

Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional

Administração

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Espaço de estudo multidimensional das representações sociaisEstatuto epistemológico das representações sociais

Valor de verdade•Relações entre pensamentos natural e científico•Difusão dos conhecimentos•Transformação de um saber em outro•Epistemologia do senso comum

Representação e Ciência

Representação e Real

Defasagem

•distorção

•subtração•suplementação

Valor de realidade

Ex: A psicanálise, sua imagem e seu públicoPsicossociologia do conhecimento

Sociologia do conhecimento

•“como se opera a transformação de um saber (científico) num outro (senso comum) e vice-versa”?

Pág. 28

•Fabricação de um conhecimento popular;

•Apropriação social da ciência;

•Estudo das características distintivas do pensamento natural em relação ao pensamento científico.

•Difusão dos conhecimentos;

•Interdependência entre os processos de representação e vulgarização;

•Didática das ciências e formação de adultos;

•RSs como sistema de acolhimento, podendo criar obstáculos ou servir de ponto de apoio para a assimilação do saber científico e técnico.

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Uma contribuição muito significativa para o desenvolvi-mento da psicologia cognitiva deve-se a Bruner(17). Este pesquisador passou por quatro fases de elaboração de sua teoria. Inicialmente participou do movimento "New Lookin Perception" (década de 40) que buscava encontrar uma explicação psicanalítica frente às variações subjetivas de estruturação cognitiva postuladas pelo Gestaltismo. Na déca-da seguinte, voltou-se para aspectos objetivos do estudo do pensamento, em termos de estratégias e decisões; já na déca-da de 60, sua preocupação volta-se para a evolução (inclusi-ve com considerações relativas aos seres infra-humanos) e os processos de crescimento e respectivas implicações peda-gógicas. Aparece aqui a tese dos três níveis que caracterizam o desenvolvimento da cognição: ativo (execução inteligen-te), icônico (representação analógica, tal como no mapea-mento) e simbólico ou formalizado na atividade verbal, e ainda a ênfase atribuída ao valor da metacognição no contro-le e desenvolvimento das condutas cognitivas. Estudos mais recentes o levaram a avaliar mais de perto os processos envolvidos na linguagem.

Reflexões sobre o Campo Psi

Psicologia Cognitiva: síntese e interpretação

16 Feb 2006

Adalbertotripicchio

http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=161

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Livro: Social Cognitive PsychologieDavid F. Barone, James E. Maddux, C. R. Snyder – 1997, 494 pág.

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Sobre o papel da comunicação

Postulado fundamental•“Existe uma inter-relação entre as formas de organização e de comunicação sociais e as modalidades do pensamento social, considerado sob o ângulo de suas categorias, de suas operações e de sua lógica.” Pág.29

Criação de um universo consensualTrocas e interações

Fenômeno de influência e de pertença sociais

“percursos pela multidão” (Latour)

“grupos ‘co-ativos’” (Maget)

“medo e rejeição da alteridade” (Morin)

“lendas urbanas” (Brunvand)3 níveis descritos por Moscovici:

1. Dispersão e defasagem das informações

2. Objetivação e ancoragem

• Organização, significação e utilidade dos conteúdos

3. Edificação da conduta

• Opinião, atitude e estereótipo (sistemas de comunicação midiático)

• Difusão – propagação (formação de

• Pressão à inferência – necessidade de agir

– tomar decisão

– obter reconhecimeto ou adesão de outros

• foco sobre certos aspectos do objeto em função do interesse e da implicação dos sujeitos

atitudes) e propaganda (estereótipos)

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especificidade das

representações

O social: da partilha à vida coletiva

Questão•Pode-se dizer que se partilha uma mesma idéia ou representação, como se partilha um mesmo destino? “Não me parece”...

Representação processo adesão e

participação≅ crença

“as mentalidades, as conotações sociais do conheci-mento não se prendem tanto à sua distribuição entre vários indivíduos, e sim à questão de que o pensa-mento de cada um deles é, de diversas maneiras, marcado pelo fato de os outrospensarem da mesma forma sobre algo.”

“Divisão do trabalho lingüístico’” (Putnam)(Veyne)

pág.32 a 34

“a interiorização do outro favorece a edificação de ‘castelos de cartas’ (em que cada indivíduo é uma carta) que desmoronam um belo dia, porque o apoio de uns sobre os outros desabou” (Veyne)

partilha

dinâmica social

relação ideológica

conteúdos representacionais

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Funções sociais e relação com o real

Manutenção da identidade social e do equilíbrio a ela ligado

Observar as defesas mobilizadas pela irrupção da novidade.

PSICANÁLISE

MARXISMO

Quando inevitável, busca-se uma ancoragem

familiarizaçãoAcrescenta-se à função cognitiva uma função de proteção e legitimação Exemplo da loucura, em

comunidades rurais, aproximação entre RS e ideologia

Eugène-Étienne Taché 1883

•Suplementação – projeção(natureza e floresta)

•Distorção – acentuar ou atenuar –categorias sociais dominantes e

dominadas

•Subtração –sexualidade dos

deficientes mentais

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•Linguagem

•Discurso

•Documentos

•Práticas

•Dispositivos materiais

•Enquete por meio de questionário

•Entrevista

•Tratamento de material verbal registrado em documentos

•Análise semântica, métodos que identificam conjuntos de significações

(elementos centrais e periféricos)

Estados e processos representacionais

•O estudo do fenômeno cognitivo se faz a partir dos conteúdos representativos, tomados de diferentes suportes

Fenômeno cognitivo

•Trabalhar sobre conteúdos objetivados evita entrar em debates sobre aquilo que o trabalho empírico não pode

resolver (≠ Psicologia Cognitiva)

•A abordagem social das representações trata de uma matéria concreta, diretamente observável, mesmo que a organização latente de seus elementos tenha sido objeto de

reconstrução por parte do pesquisador.

Técnicas de pesquisa do princípio de

coerência das RSs

Page 23: Seminário

Brainstorm gripe suína •Constituintes das

representações

INFORMAÇÕES

IMAGENS

CRENÇASVALORES

OPINIÕES

ELEMENTOS CULTURAIS E IDEOLÓGICOS

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O que é alteridade?

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Seminário Parte II

•A alteridade como produto e processo social (Denise Jodelet) Edson