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O DOGMA E SUA COLABORAÇÃO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA PARA VIDA ECLESIAL*
ALEXANDRE AUGUSTO SILES****
Resumo: o objetivo deste artigo é conhecer a gênese da história do dogma e
o seu desenvolvimento na história cristã, acentuando o seu auxílio histórico e
atual, na tentativa de evitar extremismos, para o crescimento do cristianismo.
Pois, é partir do próprio Jesus de Nazaré, que vemos nascer uma regra de
vida para o discipulado e amadurecimento na fé cristã. Assim, B. Sesboüé
(2005, p. 23) oferece informações relevantes sobre a dogmática cristã e suas
vertentes, onde sua raiz inicial leva-nos até o próprio Jesus e seus discípulos.
Neste sentido, é a partir do cristianismo nascente que se desenvolve com
mais precisão o termo e o uso da palavra dogma, porém sem tê-la como
definida, mas, apenas como expressão de um seguimento radical no
discipulado de Jesus Cristo.
Palavras chaves: Jesus, discípulo, Igreja, dogma.
O objeto central desta pesquisa é trazer como proposta um caminho
alternativo para o bom uso da dogmática cristã. O artigo sintetiza e reflete sobre
alguns resultados que foram adquiridos ao longo dos tempos do cristianismo. Traz
consigo certa dose de hermenêutica (EICHER, 1993, p. 333) doutrinal. Isto para
melhor compreensão e entendimento da formação do dogma em sua história, pois
sabendo que o assunto em destaque é um tanto quanto vasto e denso, a proposta é
que sejam efetuadas algumas escolhas que mais favoreceram a pesquisa e as
informações contidas.
Contudo, já sendo direto ao tema proposto: o que é um dogma? Qual o
significado de um dogma? O que é ser uma pessoa dogmática? De onde surgiu o
* Recebido em ___/___/______. Aprovado em ___/___/______,**** Mestrando em Teologia Sistemática pela PUC-SP. Bacharel em Teologia pela PUC-SP. Graduado em Filosofia pela Unifai. Padre na Diocese de Osasco/SP. E-mail: [email protected].
termo dogmatismo? Será que existem critérios para seguir ou ser uma pessoa
dogmática ou basta adotar pensamentos sistemáticos? Para algumas correntes
teológicas, dá-se a impressão de que uma pessoa dogmática seja extremamente
irredutível. Será que é isso mesmo? Será que não há interpretações ou leituras que
ainda não foram bem compreendidas?
Assim, este pequeno prelúdio, busca aguçar a curiosidade intelectual e dar
maior sabor ao texto. Efetivamente, o termo dogma ganhou sua substancialidade
com as afirmações da fé propostas por Jesus aos discípulos, no anúncio da Boa
Nova. Desta forma, o apoio primário nesta temática, encontrar-se-á principalmente,
na esfera religiosa nos ensinamentos deixados por Jesus, nos Evangelhos, seja nos
sinóticos ou mesmo no contexto joanino.
No entanto, conforme B. Sesboüé (2005, p. 20) o critério original para um
dogma, ver-se-á o seu surgimento de forma mais clara, nos Símbolos da fé e nos
artigos que os compõe. Como por exemplo: A profissão de fé; A Revelação de Deus;
A Sagrada Escritura, entre outros.
ADVENTO E FORMULAÇÃO DO DOGMA E O SEU USO
Sabemos que as declarações dogmáticas, começaram a serem encontradas
com maior facilidade, a partir de definições conciliares dos primeiros séculos
(LACOSTE, 2004, p. 409). No entanto, as formulações com endossos mais
sistemáticos já eram transmitidas desde o tempo dos apóstolos, pois segundo
Bernard Sesboüé (2005, p. 53) era evidente a transmissão do Evangelho, tanto em
um estilo redacional como oracional, já no tempo pós-Pascal (At 2,14-36; 15,22-35).
Desta forma era preciso manter o mesmo conteúdo da Boa Nova transmitida por
Jesus as demais gerações sem permitir grandes alterações, logo era inaceitável
permitir mudanças factuais na fórmula cristocêntrica sobre o anúncio da
Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição.
Assim, no período pós-Pascal, alguns temas emblemáticos do cristianismo,
como o messianismo de Jesus, ganharam espaço e força em inúmeras ágoras e
areópagos, tanto na região da Grécia Antiga (At 17,22-34) ou mesmo na região da
Palestina (J. MATEOS; F. CAMACHO, 1992, p. 111). Neste sentido, a Tradição
Apostólica começou a ganhar sua consistência a partir do anúncio kerigmático sobre
Jesus de Nazaré, sobretudo nas cartas pastorais dirigidas as comunidades cristãs,
que estavam em constante crescimento. Dentro desta perspectiva, B. Sesboüé
assinala que, no início da evangelização cristã, a fidelidade dos apóstolos marcou
significativamente o início da Tradição Apostólica, dando origem de forma mais
concisa e sistemática a uma identidade cristã, que temos hoje.
Com efeito, a missão dos Apóstolos também era guardar o depósito da fé,
recebido por Jesus Cristo (Mt 16,18s). Assim, a ação litúrgica prefigurada na última
ceia ao lado do Senhor (Mt 26,17-29; Mc 14,12-25; Lc 22,7-23), são eternizadas na
gestualidade simbólica do louvor e ação de graças na transmissão apostólica. Pois,
na visão de Sesboüé (2005, p. 54-55) a imposição das mãos como gestualidade e o
vocabulário da sucessão apostólica ganhou fortes ecos em alguns discursos dos
padres apostólicos da Igreja primitiva nos primeiros séculos, como por exemplo,
Clemente de Roma:
“O Cristo vem, pois, de Deus, os apóstolos de Cristo. Estas duas missões procedem ordenadamente da vontade de Deus. Providos de instruções, cheios de segurança pela ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, reforçados pela palavra de Deus, eles partiram, com a garantia do Espírito Santo, a anunciar que o Reino de Deus estava próximo. Pregavam nos campos e nas cidades, onde estabeleceram as suas primícias, a quem nomearam, com a ajuda do Espírito Santo, bispos e diáconos dos futuros fiéis. É de admirar que os homens que Deus investiu de uma tal missão em Cristo tenham, por sua vez, estabelecido os ministros que acabo de invocar. Os nossos apóstolos também souberam por nosso Senhor Jesus Cristo que haveria litígios quanto às funções do bispo. Foi essa a razão pela qual, na sua correta previsão, estabeleceram os ministros acima citados e instituíram que, após a sua morte, outros homens, devidamente provados, lhes sucedessem” (PADRES APOSTÓLICOS, 1995, p. 53).
Nesta mesma ótica concêntrica, também se vê em Inácio de Antioquia uma
recomendação dentro de um estilo fortemente pastoral, porém, com o sentido
profundo de submissão aos ensinamentos deixados por Jesus, aos Apóstolos, como
se lê a seguir:
“Segui todos ao bispo, como Jesus Cristo segue ao Pai, e ao presbitério como aos apóstolos; respeitai os diáconos como à lei de Deus. Sem o bispo, ninguém faça nada do que diz respeito à Igreja. Considerai legítima a eucaristia realizada pelo bispo ou por alguém que foi encarregado por ele. Onde aparece o bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja católica. Sem o bispo não é permitido batizar, nem realizar o ágape. Tudo o que ele aprova, é também agradável a Deus, para que seja legítimo e válido tudo o que se faz” (Ibidem, p. 118).
Efetivamente, tanto em Clemente como em Inácio, vemos que são textos
bastante importantes, pois marcam tanto a sucessão apostólica como o ato pelo
qual eram nomeados os novos ministros da Igreja nascente. Assim, a Tradição
apostólica emoldurava uma regra cristã a seguir, pela qual a consagração presbiteral
e a diaconia, submetia-se ao invólucro dos Apóstolos. Neste sentido, as normativas
eram todas pré-existentes, apenas sendo aprimoradas a cada período histórico do
cristianismo.
Desta forma, o advento e a formulação dogmática são quase que natural em
torno das temáticas que envolve o messias, tanto no cerne do anúncio da Boa Nova,
trazida por Jesus, e também como na Tradição oral e redacional transmitida pela
apostolicidade indicada por Jesus (Mt 16,18s). Nesta ótica, ser discípulo de Jesus
significa segui-Lo sabendo observar com grande dedicação aos mandamentos com
esmerado amor (Jo 15,12), ou seja, o discípulo deve ser repleto da virtude da
caridade (ITm 1,5).
DOGMA, DISCIPULADO E A GUARDA DA FÉ
Transmissão da Regra de Fé a partir do Evangelho
Vemos que no cerne da sucessão apostólica, a transmissão do Evangelho,
leva consigo uma regra de fé a ser observada, que subliminarmente é acompanhada
na formação das verdades de fé. Os Apóstolos como discípulos do Mestre
receberam a missão de ensinar tudo o que aprenderam, a todas as nações (Mt
28,19). Portanto, na visão de J. Mateos e F. Camacho (1992, p. 97-100) Jesus
conduz os seus discípulos a práxis cristã que ganha um sentido novo com suas
normativas, principalmente com a solidariedade e fraternidade (Lc 10,30-37), pois
Jesus é aquele que come com os pecadores e publicanos (Mt 9,9-13), liberta os
cativos e faz enxergar os cegos (Lc 4,18s).
Assim, o verdadeiro discípulo-irmão passa a ser aquele que ouve a voz do
mestre, que o segue e pratica os seus mandamentos (Mc 3,35). Com efeito, Jesus
oferece um caminho de vida novo em abundância (Jo 10,10) e resgata o verdadeiro
sentido do discipulado. Seguir Jesus é o que dá sentido à vida. Nesta ótica, as
formulações dogmáticas apresentadas como regra de fé pelos apóstolos, já na Igreja
nascente (LACOSTE, 2004, p. 609) não oferecem como muitos pensam uma visão
unilateral, enquanto uma verdade de fé absoluta, eles podem sempre ganhar novo
aperfeiçoamento.
Basta ir às fontes evangélicas e ver, por exemplo, quando Jesus caminhava
com os seus discípulos em dia de sábado e colhem espigas para saciar a fome (Lc
6,1-5). Evidentemente que, em ocasiões como esta, para catequizar o discípulo, os
debates eram inevitáveis, contudo necessários, pois sem os quais não haveria
constante purgação de conceitos religiosos que estavam sendo ultrapassados.
Desta mesma forma no contexto litúrgico, as ritualidades e suas normativas,
passam por um processo de constante purgação e verificação, sejam na esfera
eclesiástica mais elevada ou com a práxis do senso dos fiéis. Pois, as temáticas
sobre o Messias que envolvem o Cristo Eucarístico e suas elaborações doutrinais
sempre precisam ser devidamente cuidadas e guardadas (CONTRA AS HERESIAS,
1995, p. 246; DEI VERBUM, p. 12) para logo em seguida, serem apresentadas ao
mundo, como luz que ilumina (Mt 5,14-16). Nesta ótica, os primeiros cuidados para o
crescimento e amadurecimento da fé fazem parte da missão confiada aos apóstolos
(Mt 16,18s).
Assim, guardar e zelar faz parte integrante da essência da missão cristã,
efetivamente, para retirar as impurezas ou sentidos ambíguos da fé, para logo em
seguida poder lançá-la a um mundo novo, como semente a ser plantada para dar
muitos frutos (Mt 13,31s). Então, as elaborações dogmáticas e os auspícios da fé
cristã, se tratam de algo extremamente melindroso, porém, necessário para o seu
fortalecimento, revitalização e crescimento, principalmente quando falamos de temas
normativos e doutrinários.
A TRADIÇÃO E SUA COOPERAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO DOGMA
A Tradição da Igreja (2Jo v.2; DEI VERBUM, 2004, p. 11) traz consigo grande
importância para a história cristã, pois sem ela não haveria possibilidade alguma da
evangelização primordial ser passada adiante. Com efeito, o Evangelho é passado
nas gerações iniciais como Tradição viva e parte fundante da fé em Jesus Cristo. E
como um caminha ao lado do outro, Evangelho e Tradição, então, as breves
formulações dogmáticas não poderiam ficar ausente.
Conforme o cardeal Ratzinger (RATZINGER, 2007, p. 27-39), ao falar de
Tradição, e tendo ao fundo como objeto de reflexão teológica definições dogmáticas,
lembrar-se-á, que se trata daquela Tradição que traz consigo a essência real e
verdadeira do cristianismo e não aquelas que vão surgindo ao longo de uma história
paralela e afirmando-se verdadeiros detentores de uma religião criada muitas vezes
apenas pela mística. Ou seja, entende-se por Tradição a transmissão viva das
afirmações de fé (CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM, Ibidem) na
comunidade cristã inicial e não apenas um grande conjunto de teologias ou práticas,
que muitas vezes misturam com a verdade de fé, religiosidade e piedade populares.
No entanto, a Tradição deve ser minuciosamente depurada caso a caso
(GONZÁLEZ, 1990, p. 22) e não simplesmente lançar frases bíblicas ou argumentos
teológicos, dizendo que é Tradição e por si só basta. É bem verdade e é sugestivo
levar em consideração que tudo aquilo que foi deixado por Jesus Cristo a ser
ensinado a todas as gerações (Mt 28,16-20), incorre em riscos de influências aos
desejos pessoais que muitas vezes podem manchar a verdadeira Tradição
apostólica (ITm 6,3s).
Por isso, ao mencionar a Tradição (DV, p. 13), lembremos, por exemplo, dos
símbolos da fé, decisões conciliares, dogmas transmitidos, etc., que foram
compilados com o devido cuidado, tendo sempre como guia, os ensinamentos
deixados pelo Mestre Jesus. Nesta perspectiva, é de suma importância que sua
origem seja fidedigna às palavras de Jesus para que a história dos dogmas possa
contribuir e jamais se tornar objeto de obstrução ao crescimento do cristianismo.
À vista disso, é fato que se vê comumente definições acerca da fé cristã a
partir do Novo Testamento, logo, e não por menos que o Apóstolo Paulo chama o
período histórico no tempo de Jesus de: “a plenitude dos tempos...” (Gl 4,4s) .
Portanto, é a partir desta plenitude dos tempos, anunciada pelo Apostolo, que de
forma enigmática, Bento XVI (RATZINGER, 2012, p. 41s) diz que nasce o grande
evento da Salvação do gênero humano, e por isso podemos obter o perdão de
nossos pecados, sobretudo na observância ritual e doutrinal sobre a Encarnação,
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Com efeito, os atos misericordiosos
de Jesus, refletem na ação litúrgica e ritual da Igreja.
Portanto as ações litúrgicas ou regras (por assim dizer) não tem a mera
pretensão de engessar a dinamicidade do Espirito Santo na evangelização e
crescimento da Igreja, aliás nem seria possível, e sim, por outro lado afastar os
falsos mestres (SESBOÜÉ, 2005, p. 49). Evidentemente, que nos primeiros séculos
do cristianismo, as fórmulas ou regras a serem seguidas são quase que natural, e de
maneira discreta vão contribuindo para que não haja deturpações ou sentidos
ambíguos da fé em Jesus Cristo.
De certo, que não são poucas as vezes que se tentam misturar elementos
advindo do gnosticismo (ITm 6,3s; IITm 4,1ss) ao que é Tradição viva da fé cristã
deixada por Jesus Cristo. Assim, são João escreve com maestria à comunidade de
Éfeso e alerta sobre as atitudes dos nicolaítas (Ap 2,6), que tentam estabelecer
compromissos pagãos, a partir das exigências de Jesus. Ou ainda, quando o próprio
Jesus avisa a comunidade dos discípulos e pede o devido cuidado com os falsos
profetas (Mt 24,11-28).
Com efeito, que é em vista da salvação do gênero humano e dos
ensinamentos deixados por Jesus, que os Apóstolos tinham grande cuidado em
estabelecer regras ou normas diante das erupções ritualísticas em torno do culto
cristão, como por exemplo o caso citado no primeiro concilio de Jerusalém (At 15,4-
34), onde os apóstolos discutem e decretam em comum acordo, sobre a carne
imolada e o sangue sacrificial oferecido aos ídolos.
Contudo, notar-se-á que esta temática não fica presa somente a este
oportuno evento de salvação, e sim, motivou inúmeros autores cristãos e não
cristãos a escreverem, muitas e valiosas obras a este respeito. A título de exemplo,
Raymond E. Brown é um desses, que narra com grande exatidão acontecimentos da
Paixão, Morte e Ressurreição, em um estilo fortemente descritivo e ao mesmo
tempo demonstrando estudos-literários dentro de um contexto histórico, que
aproxima ainda mais o leitor no sentido original das tradições religiosas da fé cristã
(BROWN, 2011, p. 60).
Nesta ótica, Jesus já falava sobre uma regra para seus discípulos, e por
vezes até com certa radicalidade, quando diz: “Se alguém vem a Mim e não odeia
seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode
ser meu discípulo” (Mt 14,26). Ou ainda, quando diz: “Ide pelo mundo inteiro e pregai
o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não
crer, será condenado” (Mc 16,15). Ou mesmo quando há o prenúncio da Santíssima
Trindade (Jo 14,1-31) ou mesmo sobre a Parúsia (Mt 25,31). Desta maneira, parece-
nos que cada temática cristã seja sobre discipulado, ou sobre as verdades de fé
contidas nos símbolos da fé cristã, já havia uma forma metódica para acompanhar e
seguir Jesus, logo, uma Tradição a ser seguida.
O RAIAR DA DOGMÁTICA CRISTÃ, SEUS DESAFIOS RELIGIOSOS E
DOUTRINÁRIOS
A pequena apresentação até agora sobre formações dogmáticas e alguns
conteúdos da fé cristã, não tem a pretensão de reinventar novos métodos acerca
desta temática, e sim contribuir no mundo da teologia acadêmica. Com efeito, na
visão dos padres sinodais sobre a Revelação Divina, a Constituição Dogmática Dei
Verbum assinala que, a máxima revelação já nos foi comunicada, Jesus Cristo é o
Ungido do Pai (DV II e IV). Contudo, trata-se de ressaltar e propor como sugestão a
reflexão sobre as regras subliminares acerca da fé cristã já existentes nas narrativas
evangélicas, dialéticas e discursos proferidos a partir do tempo de Jesus.
Falando das narrativas evangélicas, recordemos um pequeno instante dos
debates que algumas ideologias (MATEOS, J.; CAMACHO, F., 1992, p. 33) da
época de Jesus, propunham como discussões, na vida pública de Jesus. O debate
sobre a Ressurreição, por exemplo, narrada pelos evangelhos sinóticos (Mt 22,23-
33; Mc 12,18-27; Lc 20,27-40), evoca um forte estilo de conversas acadêmicas,
onde se vê que está em jogo não apenas a posse da fala momentânea, mas nota-se
com muita evidencia a apologética cristã defendida, pelo próprio Jesus. No caso da
interpelação dos saduceus, sobre a ressurreição, Jesus lê as escrituras
veterotestamentárias e as interpreta, trazendo à luz uma nova conscientização.
Dentro desta ótica, sabe-se, então, que de certa forma a dogmática cristã nos
apresenta ao menos uma interpretação e uma explicitação de um dado que se refere
a fé cristã, que por vezes encontramos nas Sagradas Escrituras. Entretanto, partindo
dos testemunhos dos evangelhos e também ao riquíssimo apostolado de Paulo ou
até mesmo as cartas pastorais dos demais Apóstolos, que nos sugerem inúmeras
formulações com estilo cheio de orientações e exortações a serem seguidas, como
por exemplo em (ICor 11,2; IITs 2,15; ICor 11,27). Por certo, os preceitos apostólicos
eram ensinamentos fundamentados na doutrina de Jesus.
Outros fundamentos semelhantes, como o do ministério petrino (Mt 14,28;16,
16; Mc 8,29; Lc 5, 1-11); ou os sacramentos (Mc 1,9-13; Mc 16,16; Mt, 28,19; Mt
7,24-28; 19,3-12; Lc 22,7-23) ou a guarda da fé (Jo 21,15-23), sugerem fortemente
um prenuncio sobre a formação de normas cristã. Nestes exemplos, encontramos a
voz do próprio Jesus, alertando sobre normativas a serem observadas, ou ainda
como: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me
(Mc 8,34). De fato, é um chamado ao discipulado, mas ao mesmo tempo um
imperativo categórico para viver dentro da modalidade de Jesus.
Assim, ser discípulo de Jesus é viver de uma determinada forma, onde o
cerne do ensinamento está a pessoa do próprio Jesus. Com efeito, o discípulo não é
maior que o mestre (Lc 6,40), logo, deve seguir as orientações deixadas pelo
Mestre, e não simplesmente serem vividas ao bel prazer de cada indivíduo. Pois,
“aquele que põe a mão no arado e olha para traz não é digno de mim” (Lc 9,57-62),
efetivamente, temos uma ordem a ser ouvida e um culto a ser vivido e somente após
a contemplação do Mistério Eucarístico, poderemos nos expressar também nas
ações (CANTALAMESSA, 1993, p. 70).
Desta forma, trata-se de orientações a serem seguidas, que devam contribuir
e com grande diligência serem observadas. Para isso é levado sempre em
consideração a honestidade intelectual de todos os seus autores na história, que
interpretaram as orientações normativas de Jesus. Assim, é nesta ótica, que os
estudos dos grandes concílios também passam a ser de grande relevância para
propor uma história coerente nas interpretações e entendimentos dogmáticos,
sobretudo no que se refere ao seu conceito.
PEQUENOS APONTAMENTOS SIGNIFICATIVOS NO SURGIMENTO DO DOGMA
Conforme a reflexão anterior, vemos que a esfera dogmática começa a ser
formada paulatinamente já nas pregações dos discípulos de Jesus de Nazaré, que
proclama com toda a veemência a chegada do Reino de Deus. De certo nasce no
discipulo um desejo interior de viver da maneira a imitar e seguir Jesus, logo, surge
uma forma peculiar do discipulo em anunciar o Evangelho, o anúncio é kerigmático,
diretamente do ponto central da fé cristã, ou seja, o evento Pascal, de que os
discipulos foram testemunhas oculares e tradicionalmente (SESBOÜÉ, 2005, p. 25).
Neste cenário do kerigma cristão, vejamos o que diz a leitura dos atos dos
Apostolos:
“Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o
ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder (...). A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis(...). Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo” (At 2,22-36).
Na visão do Apostolo Paulo “chegou a plenitude dos tempos” (Gl 4,4), ou
conforme o ponto de vista do cardeal Ratzinger, o evento Jesus de Nazaré cumpre
as Escrituras (RATZINGER, 2007, p. 25). Assim, o kerigma passa a ser o conteúdo
inical e total da fé cristã, e por si só entra para a história cristã como fé-dogma a ser
transmitido de geração a geração, em sua totalidade. Logo é por sua grandeza e
beleza, que será objeto de uma tradição-transmissão eclesial constante.
Conforme os primeiros concílios (LACOSTE, 2004, p. 411) e tantos outros
documentos pontificais (PAPA BENTO XVI, SACRAMENTO DA CARIDADE, 2007,
p. 11), o evento sobre Jesus de Nazaré passa a ser a fonte primária da fé cristã. E
dai emana toda a beleza de um seguimento por livre arbítrio, ao caminho de Jesus
de Nazaré. Assim, o Novo Testamento é marcado principalmente com a fidelidade e
o ardor missionário em seguir a Jesus Cristo, como Ele mesmo ensinou.
O DOGMA COMO DOGMA ANTES DE SUA FORMULAÇÃO DOUTRINÁRIA
Segundo Sesboüe (2005, p. 29), houve inúmeros discursos sobre Jesus de
Nazaré no auge do pós-acontecimento pascal, mas alguns nos chamam pouco mais
a atenção: o judeu-cristianismo, o gnosticismo e os Padres apostólicos. Contudo,
sabe-se que até remotos tempos, os discursos cristãos eram todos designados a
partir dos Padres apostólicos (PADRES APOSTÓLICOS, 1995, p. 7), isto é, padres
que sucederam a primeira geração apostólica no seio da Igreja primordial. Nesta
perspectiva, surgiram também novos escritores dentro desta esfera cristã que
contribuíram enormemente para maior compreensão da formulação sistemática
antes mesmo de suas oficializações religiosas.
Assim, na visão de Sesboüé (2005, p. 30), ao mencionar Harnack, diz que a
história cristã havia nascido do encontro da mensagem evangélica e da filosofia
grega. De um lado, a mensagem evangélica de Jesus, que é o cume da vida e
esperança cristã, do outro, a cultura grega, que tinha forte tendência filosófica. Com
efeito, Harnack sugere algo fortemente significativo que será visto como busca da
vivência e pratica evangélica no seguimento a Jesus e suas prédicas: o encontrar-
se. O encontro é algo sugestivo na visão Harnack e por isso mais tarde, no
desenvolvimento do cristianismo será visto como ponto crucial no seguimento a
Jesus Cristo. Encontrar-se com Jesus torna o discipulado mais autêntico.
Com efeito é o que acontece com Paulo de Tarso (At 22,1-10) ou mais tarde
com santo Agostinho (SANTO AGOSTINHO, 1984). Assim, na natureza humana
ocorre o encontro de duas grandes correntes idealizadoras, a Boa Nova, trazida por
Jesus de Nazaré (Mc 1,15), e a cultura grega, regada da sabedoria de grandes
filósofos (MUNDO E EDUCAÇÃO, 2016, 15/05). De certa forma, um primeiro
encontro entre a fé e a razão, ou na fala de são João Paulo II, o encontro entre os
mitos e a transcendência (SÃO JOÃO PAULO II. Fé e Razão, 1998).
Com este cenário do primeiro anúncio ao fundo, lembremo-nos da encíclica
Deus é Amor, onde Bento XVI, fez breve comentário dizendo: “Ao início do ser
cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um
acontecimento, com uma pessoa que dá à vida um novo horizonte, e dessa forma,
um rumo decisivo” (DEUS CARITAS EST, 2006). Assim, mencionar a atitude ou a
coragem do encontro pessoal com a pessoa de Jesus, merece grande atenção não
somente pela sutileza e menção de Harnack sobre o encontro das duas culturas
(grega e cristã), mas também, pela feliz colocação e reflexão de Bento XVI, que diz
que o encontro é fundamental no discipulado e seguimento de Jesus Cristo. Por isso
nos é sugerido que antes mesmo das formulas doutrinárias, o encontro com Jesus
nos proporciona a regra que devemos seguir.
Neste sentido, o encontro refere-se ao experimentar e saborear, ao sentir, ao
entender e acolher a mensagem de Jesus Cristo. Nesta visão cristã nasce o ímpeto
de se tornar arauto e proclamador da mensagem kerigmática do Cristo. Com efeito,
são dos verdadeiros discípulos e missionários (DOCUMENTO DE APARECIDA,
2007, nros.56, 157, 226a, 278a, 279) que nascem o desejo pessoal de seguir as
orientações ou exortações de Jesus. Assim, nos fala a epístola de são Paulo aos
romanos:
“Abolindo na própria carne a lei, os preceitos e as prescrições. Desse modo, ele queria fazer em si mesmo dos dois povos uma única humanidade nova pelo restabelecimento da paz e reconciliá-los ambos com Deus, reunidos
num só corpo pela virtude da cruz, aniquilando nela a inimizade...” (Ef 2,15s).
Efetivamente, o dogma não nasce apenas de conceituações religiosas ou de
meras formulações dogmáticas ou até mesmo de vãs filosofias jogadas a esmo. Mas
sua marca inicial e sua força é partir da cultura do encontro, como ocorreu com os
santos da história cristã, santo Agostinho, por exemplo (SANTO AGOSTINHO,
Ibidem). No entanto, é o próprio discípulo quem recebe as primeiras regras de fé
implícitas em seu intelecto e em sua alma (Lc 10,27), e não é ninguém além do
próprio Jesus que as impõe, como um selo indelével (CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA, art. 698,1210), e que diz “vem e segue-me” (Mt 19,21). De modo efetivo,
o encontro (DOCUMENTO DE APARECIDA, 2007, nro. 156) produz: acolhida, amor,
compaixão (Jo 8,1-11) e por sua vez enriquece ainda mais a vida do discipulado
com uma forma sistemática a quem deve seguir e obedecer.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No cerne desta temática, sobre o dogma cristão, está algo que se
tornou bastante significativo para a história cristã, pois ao ouvir a voz de
Jesus, naturalmente somos chamados a fazer parte integrante e fundante da
práxis cristã, que deve ser testemunhada no mundo atual.
Neste sentido, o significado e o uso do termo dogma cristão, longe de
trazer repressões, e sim, nos faz compreender pouco melhor o que hoje
devemos ser e como agir mediante a fé cristã, ou seja, torna-se verdadeiros
seguidores e fieis discípulos de Jesus. Contudo, a origem terminológica do
termo dogma, provém da língua grega, que significa opinião e decisão e que
já a partir do Novo Testamento, era empregado no sentido de tomar decisão
comum sobre uma questão, para o bem da Igreja (At 15,28). Nesta visão,
observar as normas cristãs, sugere crescimento e amadurecimento pessoal
de cada fiel e da comunidade eclesial.
Por isso, já na Igreja nascente usavam-se conjuntos de normas
sistemáticas, e mesmo sem a sua clareza que temos hoje, quisera sempre
designar e expor o conjunto dos ensinamentos normativos de Jesus. Neste
sentido, era preciso ser fiel ao conjunto de orientações propostos para se
tornar bom discípulo fiel. À vista disso, gradualmente, a Igreja, assistida pelo
Espírito Santo, com o auxílio de vários escritores teólogos e filósofos dos
primeiros séculos, foi dando origem e forma às regras de fé a uma doutrina a
ser observada, no intuito de cooperar com os discípulos.
Não somente isso, mas há de se levar em consideração que várias
heresias dos primeiros séculos (FRANGIOTTI, 1995), sobretudo no interior da
Igreja nascente, contribuíram, ao menos através dos debates, para as
formulações dogmáticas iniciais, pois sem as eloquentes discussões entre
cristãos e os famosos hereges dos primeiros séculos, a Igreja primitiva não
produziria tantas normas e Símbolos da fé cristã, na escrita e no ritual.
Assim, cada defesa efetuada com êxito pelos padres apologistas em
favor da fé cristã, trazia um resultado positivo no crescimento e
amadurecimento do cristianismo. Por isso, o dogma como caminho para as
verdades de fé foi algo muito importante na história cristã e precisou ser
lapidado e moldado como um diamante bruto, como que ao sair das minas,
precisa de grandes cuidados, para projetar o seu forte brilho.
THE DOGMA AND ITS COLLABORATION WITHIN A PERSPECTIVE FOR
ECCLESIAL LIFE
Abstract: the aim of this article is to know the genesis of the history of dogma and its
development in Christian history, accentuating your historical and current aid, in an
attempt to prevent extremism, to the growth of Christianity. Yes, it's from Jesus of
Nazareth, we see a rule of life for discipleship and personal growth in the Christian
faith. Thus, B. Sesboüé offers relevant information about the Christian Dogmatics
and its aspects, where his initial root, leads us to Jesus himself and his disciples. In
this sense, is from the nascent Christianity that develops with more precision the
term and the use of the word dogma, but without having her set, but only as an
expression of a radical following in the discipleship of Jesus Christ.
Keywords: Jesus, disciple, Church dogma.
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