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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Ficha de Identificação
Título
Autora
Escola de Atuação
Município da Escola
Núcleo Regional de Educação
Professor Orientador
Instituição de Ensino Superior
Disciplina/Área de ingresso no PDE
Resumo: (de 100 a 250 palavras, fonte Arial, tamanho 10 e espaçamento simples).
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Ficha de Identificação - Artigo Final Professor PDE/2012
JOGOS COOPERATIVOS: CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Claudineti Lúcia Milani Dettoni
Colégio Estadual Novo Horizonte, Ensino Fundamental e Médio
Ampére - Paraná
Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão- Paraná
Professor Dr. Luís Sérgio Peres
Instituição de Ensino Superior (UNIOESTE) Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Disciplina/Área de ingresso no Educação Física
Resumo: (de 100 a 250 palavras, Arial, tamanho 10 e
Hoje, em nossas escolas, podemos obsintolerância às diferenças sociais, baixa autobem como várias dificuldades de convivência, onde apresentam situações de conflito e indisciplinaem virtude da influência da mídia, ausência da família, condição sócio-econômica, bullyingprofessores, atitudes dos próprios alunos, ocorrendo atos desrespeitosos, nas aulas de Educação Física. Nesta Unidade Didática, pretendeu-se mostrar como o Professor de Educação Física pode realizar aulas e projetos diferentes para a valorização e respeito do ser humano, na tentativa de amenizar a indisciplina através dos jogos cooperativos, acreditando que esta ferramenta Pedagógica de intervenção, utilizada nas aulas de Educação Física, poderia melhorar as relações interpessoais, socialização, com visão de um futuro melhor e direito a cidadania. Participaram do estudo idades entre 10 e 12 anos. A escolha desses alunos foipelo professor, juntamente com a equipe pedagógica, aos alunos com problemas de concentração e com notas baixas,
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
JOGOS COOPERATIVOS: MEIO DE CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA NAS AULAS DE
Colégio Estadual Novo Horizonte, Ensino
(UNIOESTE) Universidade Estadual do Oeste do
Hoje, em nossas escolas, podemos observar atitudes de s diferenças sociais, baixa auto-estima, apatia,
bem como várias dificuldades de convivência, onde apresentam situações de conflito e indisciplina que podem ser
, ausência da família, bullying, tratamento dos
professores, atitudes dos próprios alunos, ocorrendo atos desrespeitosos, nas aulas de Educação Física. Nesta Unidade
o Professor de Educação pode realizar aulas e projetos diferentes para a
valorização e respeito do ser humano, na tentativa de amenizar a indisciplina através dos jogos cooperativos, acreditando que
intervenção, utilizada nas aulas de Educação Física, poderia melhorar as relações interpessoais, socialização, com visão de um futuro melhor e direito a cidadania. Participaram do estudo 25 alunos, com idades entre 10 e 12 anos. A escolha desses alunos foi feita pelo professor, juntamente com a equipe pedagógica, aos alunos com problemas de concentração e com notas baixas,
causados pela indisciplina. Após o desenvolvimento da Unidade Didática concluiu-se que analisando o desenvolvimento das atividades cooperativas, o comportamento e a participação dos alunos nas aulas de Educação Física e outras disciplinas em especial, conforme o relato dos professores de Português, Artes e Inglês, percebeu-se uma melhora significativa nestas disciplinas em sala de aula e um progresso nas avaliações, os alunos ficaram mais atenciosos e prestativos, aumentando o interesse em sala de aula.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Indisciplina; bullying; jogos cooperativos.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
JOGOS COOPERATIVOS: MEIO DE CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CLAUDINETI LÚCIA MILANI DETTONI
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
ARTIGO FINAL
JOGOS COOPERATIVOS: MEIO DE CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
POR
CLAUDINETI LÚCIA MILANI DETTONI
AMPÉRE – PR
2013
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
JOGOS COOPERATIVOS: MEIO DE CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA
JOGOS COOPERATIVOS: MEIO DE CANALIZAÇÃO DA INDISCIPLINA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
RESUMO
Claudineti Lúcia Milani Dettoni1
Professor Dr. Luís Sérgio Peres2
RESUMO: Hoje, em nossas escolas, podemos observar atitudes de intolerância às diferenças sociais, baixa auto-estima, apatia, bem como várias dificuldades de convivência, onde apresentam situações de conflito e indisciplina que podem ser em virtude da influência da mídia, ausência da família, condição sócio-econômica, bullying, tratamento dos professores, atitudes dos próprios alunos, ocorrendo atos desrespeitosos, nas aulas de Educação Física. Nesta Unidade Didática, pretendeu-se mostrar como o Professor de Educação Física pode realizar aulas e projetos diferentes para a valorização e respeito do ser humano, na tentativa de amenizar a indisciplina através dos jogos cooperativos, acreditando que esta ferramenta Pedagógica de intervenção, utilizada nas aulas de Educação Física, poderia melhorar as relações interpessoais, socialização, com visão de um futuro melhor e direito à cidadania. Participaram do estudo 25 alunos, com idade entre 10 e 12 anos. A escolha desses alunos foi feita pelo professor, juntamente com a equipe pedagógica, aos alunos com problemas de concentração e com notas baixas, causadas pela indisciplina. Após o desenvolvimento da Unidade Didática concluiu-se que analisando o desenvolvimento das atividades cooperativas, o comportamento e a participação dos alunos nas aulas de Educação Física e outras disciplinas em especial, conforme o relato dos professores de Português, Artes e Inglês, percebeu-se uma melhora significativa nestas disciplinas em sala de aula e um progresso nas avaliações, os alunos ficaram mais atenciosos e prestativos, aumentando o interesse em sala de aula.
Palavras- chave: Indisciplina; bullying; jogos cooperativos.
1. INTRODUÇÃO
Um dos grandes problemas encontrados no contexto escolar e presente nas aulas
de Educação Física hoje em dia, está ligado à questão do desenvolvimento de posturas
comportamentais na escola, valorizando e incorporando valores sociais, aceitação da
1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
período 2012/2013. 2 Professor do Curso de Educação Física da UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido
Rondon – PR.
empatia, companheirismo, solidariedade, fazendo com que os alunos sintam–se capazes
de construir, idealizar e transformar a sociedade que nos rodeia.
Isto poderá ser alcançado, conforme colocação de Silva et al. (2010), se a escola
obtiver o apoio da família, pois ambas são responsáveis pela educação do estudante,
tendo a família a função de preparar no período que antecede a fase escolar, para que a
criança seja cordial, com posturas de reciprocidade e cooperação, onde o exemplo de
educação venha de casa, com posturas exemplares dos pais, sendo afáveis, e
transmitindo boas maneiras e não a violência. Exemplos esses que quando são
repassados para os filhos, tornam-se modelos no ambiente escolar, pois moldam o aluno
a um ser solidário, cooperativo, e com respeito ao próximo, mas quando o exemplo é ao
contrário, de violência no ambiente familiar, o aluno acaba transferindo para a escola
estas atitudes, perpetuando essa violência no contexto escolar, formando uma corrente
do bem ou do mal, conforme os exemplos familiares.
Ações positivas de boas maneiras nos levam a ter uma postura social de
cooperação, conforme coloca Walker (1987), que devemos aprender a sermos solidários
com os outros, desejando também o seu sucesso, diminuindo as exclusões sociais, e
criando oportunidades iguais para todos. Neste sentido, os jogos cooperativos são
trabalhados visando um sentimento de igualdade, amor aos outros e companheirismo e,
durante os jogos, participar com os outros, pois os jogos são transportados para a vida
pessoal. Quando trata-se um ser humano com respeito, educação e ética, tudo torna-se
mais fácil e um mundo melhor, sem repressões e exclusões, oportunizando a formação do
homem consciente, crítico, sensível à realidade que o envolve.
Brotto (2001) coloca que, os jogos cooperativos auxiliam no desenvolvimento do
indivíduo de forma solidária, no que concordam Furtado e Moraes (2010), pois
consideram que o mesmo é um dos conteúdos que vem como incentivo a cooperação,
desestimulando a competitividade, o bullying e a violência, fatores estes que geram a
indisciplina desenfreada, a exclusão dos menos dotados ou apáticos no ambiente escolar.
Visando toda esta questão, os jogos cooperativos podem ser uma ferramenta
fundamental para a canalização deste problema no âmbito escolar.
Canalização esta necessária, para que a Educação Física seja vista com um novo
olhar, uma nova percepção por parte dos educadores, pois já existe uma grande
preocupação latente por parte de alguns estudiosos da área da Educação Física, como
colocam Freire e Scaglia (2010) e Brito (2009), com o intuito de modificar a condição
alienadora na qual se encontra a Educação Física hoje, para que a sua identidade aflore,
com novas teorias e concepções, que realmente sejam criadas para que realize de modo
significativo o seu papel na escola, de formadora do ser humano. Reconhecida, portanto,
como um componente curricular que venha auxiliar na educação e formação geral do
indivíduo.
Neste sentido, a Educação Física assume “um papel mais efetivo no processo de
desenvolvimento e formação do indivíduo através de sua especialidade: o do ensino, o da
construção do conhecimento, através do movimento humano” (GALVÃO, 1996, p.107).
Soler (2003, p.126) indica como “nossa missão maior, ritualizar a cooperação em
cada momento possível, aprendendo a conviver e compartilhar experiências. E fazer das
nossas vidas uma comunidade”. Assim, com o objetivo de tentar auxiliar o
desenvolvimento de maneiras cooperativas no âmbito escolar, pretende-se com este
estudo utilizar os Jogos Cooperativos como ferramenta canalizadora de atitudes
comportamentais no contexto escolar, principalmente tentando minimizar a indisciplina
nas aulas de Educação Física.
2 .DESENVOLVIMENTO
A indisciplina sempre existiu, mas ultimamente, com a abertura nos meios de
comunicação e a vigência do neoliberalismo, estamos mais atentos e vivenciando estes
desrespeitos em sala de aula e atitudes anti-sociais.
Esses alunos, que são considerados problemas, devem ser vistos com outro
olhar, considerando o Artigo 53, da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990,Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA):
Segundo o Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I-igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (BRASIL, 1990).
Que é responsabilidade dos pais matricularem os alunos e a escola, a direção, os
pedagogos e professores, mediar a aprendizagem, para que eles permaneçam na escola,
sem obstáculos, para uma educação integral. Mas, atualmente estamos presenciando no
contexto escolar, várias atitudes de indisciplina, que acabam gerando agressividade,
comportamento hostil, falta de companheirismo, de sentimentos de compaixão ao
próximo, o que atrapalha a aprendizagem e o bom andamento da escola, fragmentando o
ensino aprendizagem.
Sempre quando se pensa em discutir na escola sobre violência tem-se a
impressão de transbordar, tenta-se começar a pensar sobre o que nos preocupa como
base de algumas ideias de construir algo em comum.
Observando junto aos meios de comunicação existentes no nosso contexto social,
podemos observar que a violência está presente no nosso dia a dia em todas as
ramificações sociais. Neste sentido, a escola por ser um ambiente de concentração de
pessoas, não fica de fora.
Observamos atitudes de intolerância às diferenças sociais, pessoas com crises de
estresse apresentando baixa auto estima e apatia, bem como várias dificuldades de
convivência, apresentando questões relacionadas a domínios cognitivos, afetivos, sociais
e motores, isto tudo evidenciado devido à violências que ocorrem dentro e fora da escola.
Situações estas que geram conflitos, principalmente devido à desigualdade social,
muitas vezes presente em nosso cotidiano, devido à poluição exercida pelos meios de
comunicação junto à sociedade, com fins específicos de reforçar a lei do mais forte, onde
em muitos casos impera o individualismo exacerbado, a competição desenfreada para ser
o melhor.
Destas condições decorrem frustrações comportamentais no ser humano,
demonstrados por atos agressivos com reflexos na personalidade, principalmente nas
crianças e adolescentes.
Não devemos, contudo, ficar alheios a essa competição em nossa sociedade,
porque ela existe! Mas nós, como professores, devemos estar atentos e utilizar diferentes
maneiras para minimizar essas competições, principalmente na escola, com projetos e
aulas diferentes para a valorização e respeito ao ser humano.
Na nossa sociedade de hoje tem muita violência contra a mulher, grupos de
homossexuais, negros, religião, moral, tráfico de drogas, falta de saúde, desrespeito ao
meio ambiente, um conjunto de práticas que conformam a ideia de violência em nossa
sociedade contemporânea.
Segundo Dias (1996, p.51), “de alguma forma, precisamos enfrentar a violência
através do pensamento, da prática, da educação. Precisamos virar a força da violência
contra ela própria e dar-lhe um ippon simbólico. Fazer a violência virar consciência”. Essa
violência pode ser física ou psíquica, pode violar os direitos humanos, incluindo a miséria
e a exclusão social.
Hoje temos a impressão que a escola ainda é um lugar seguro para os nossos
filhos contra a violência, mas existem escolas democráticas onde todos participam do
projeto político pedagógico e há uma maior inserção da comunidade e outras escolas que
são autoritárias.
Abramovay (2004) coloca que há três tipos de violência na escola: violência
contra a escola, da escola e na escola. A violência contra a escola consiste nas
agressões ao patrimônio público com depredação, pichação, bombas no banheiro do
prédio, realizada por alunos e ex-alunos da instituição. Essa violência reproduz a
sociedade, a desigualdade, as exclusões, quando a escola não é vista como um bem
comum para todos e, sim, um prédio onde ninguém deveria estar (ABRAMOVAY, 2004, p.
264).
A violência da escola, onde os professores sentem-se vítimas das agressões e
irresponsabilidades, falta de interesse por parte dos alunos e, por outro lado, os alunos
queixam-se de que os professores os descriminam, perseguem. Torna-se assim, essa
escola, um lugar de passagem e não de estudos e aprendizagem (ABRAMOVAY, 2004, p.
265)
A violência na escola se caracteriza quando há grupos de alunos contra os
professores ou colegas, agressões, ameaças, brigas e indisciplina; portanto, essa
violência reflete na vida escolar, familiar, urbana e estrutural. (ABRAMOVAY, 2004, p.
267).
Dias (1996), coloca que essa violência simbólica de exclusão leva a uma
ambiguidade nas aulas onde os professores que ensinam já vêm estressados, com o
aumento da jornada de trabalho sobrecarregando-os e conflitos familiares, entram em
sala de aula agredindo com palavrões, ou rotulam os alunos e estes sentem-se
desrespeitados e humilhados. Por outro lado, têm alunos que fazem ameaças aos
professores, como riscar o carro, ameaçar a família, os filhos.
Essa indisciplina gerada na escola, continua o autor acima, muitas vezes está
relacionada a vários fatores: econômicos, social, psicológicos, falta de afetividade, falta de
formação dos professores, a fragmentação do projeto político pedagógico da escola, e a
aceitação entre o grupo de alunos. Fatores que resultam em violência escolar, agressões
físicas e verbais.
Silva et al. (2010), coloca que a tarefa da escola é aproximar, criar saberes
sistematizados, conhecimentos, ampliar o mundo e temos a obrigação de nós, como
sujeitos e autores desse processo de ensino aprendizagem, de mudar essa violência,
esse poder, para a inclusão e democratização da escola.
Neste sentido, os autores acima colocam que é preciso trabalhar com o aluno real
e não o ideal, fazendo um trabalho de educação e prevenção contra a violência que deve
ter a participação da comunidade escolar. É função da escola também formar esse
cidadão em um ambiente pacífico que tenha formação afetiva e ética do aluno, educá-lo
na sua totalidade, para que tenha um futuro melhor. E, quando essa educação integral
não ocorre, ele corre riscos de ser violento e indisciplinado, podendo inviabilizar o seu
aprendizado.
Muitas pesquisas sobre a violência e indisciplina na escola mostram que é
resultado de insatisfação dos alunos por qualquer motivo. Em uma construção histórica e
cultural a escola, desde antigamente, usava a palmatória, que é uma violência física
contra os alunos, os trotes universitários, que hoje não são aceitáveis. E a violência,
muitas vezes, vem disfarçada e mascarada sob forma de brincadeiras, a existência de
agressões e práticas violentas entre os alunos, produzindo preconceitos e discriminações
(OLIVEIRA, 2005).
Esses tipos de ações formam a pessoa desprovida de ideias de diálogo e espaço
democrático, fortalecendo o autoritarismo e a falta de democracia. Espaço de disputa de
poder por meio de coerção, ameaças, depredações, xingamentos e agressões físicas,
esses problemas continuarão a existir (MENEZES, 2008).
Por isso, a escola deve ser pautada em diálogo, não só entre os profissionais da
educação e alunos, mas também entre o alunado, continua o autor acima. A escola deve
garantir o poder do diálogo e debates políticos educacionais para a integração desses
jovens.
Na escola estão presentes problemas de indisciplina, sendo que os professores
se deparam com muitas dificuldades ao lidar com esses indisciplinados, pois eles têm
problemas na aprendizagem, e atrapalham o andamento das aulas ou da escola; como
solução, os professores mandam estes alunos para a direção ou para os Pedagogos.
Sendo os problemas muito graves transfere-os para os Conselheiros Tutelares,
ou mesmo ao Ministério Público, sempre com a intenção de resguardar essa criança ou
adolescente, segundo o ECA.
De acordo com Abramovay (2004, p.38):
E também no final dos anos 1980, com a garantia de direitos constitucionais, presente na Constituição Federal (1988) e no Estatuto da Criança e Adolescente (1990), onde fica notória a necessidade demudança de argumentos para justificar o insucesso escolar: de um lado, as características individuais, a preguiça, o desleixo, a falta de zelo e a incapacidade intelectual; de outro, a origem socioeconômica. Tais argumentos, aos poucos, são substituídos por uma visão mais ampla sobre as diferenças culturais, os valores, as tradições, que se entrecruzam com as explicações socioeconômicas(ABRAMOVAY,2004, p.38).
Com essa diversidade e desigualdade de alunos existentes na escola, o professor
deve buscar novos conhecimentos, cultura, afetividade, para ajudar as crianças e
adolescentes a compartilhar com os outros e tornando a escola mais igualitária.
Essa violência está impregnada em nossa sociedade, por isso ela é refletida na
escola. Mas com políticas públicas de distribuição de renda, ética e trabalhando com
essas crianças na mais tenra idade, teremos uma sociedade com mais justiça e em paz,
fazendo que no futuro tenham uma cidadania ativa e pensante (BRITO, 2009).
De acordo com Piaget (1996, p.4), “O respeito constitui o sentimento fundamental
que possibilita a aquisição das noções morais”. Conseguimos atingir a responsabilidade,
desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando
contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.
Mas, têm crianças e adolescentes que são oriundos de camadas populares,
acostumados com agressões físicas verbais, convivem diariamente com o desequilíbrio e
baixo poder aquisitivo, com esse aluno em sala de aula, desequilibra o estereótipo de
aluno ideal, disciplinado. Neste sentido, o professor de Educação Física tem que repensar
as metodologias e objetivos de suas aulas, incluindo esses alunos indisciplinados,
trabalhando cooperativamente. Em contrapartida, têm alunos que vêm de famílias
populares apresentando bom comportamento e desempenho escolar(WALKER, 1987).
É importante na escola organizar um Projeto Político Pedagógico, compartilhado e
que seja capaz de prever e prevenir os problemas corriqueiros da escola. Para funcionar
com eficiência, precisamos da participação de toda a comunidade escolar, desenvolvendo
um trabalho de princípios de igualdade e responsabilidade em um contexto democrático.
Vigotsky (1989), informa que o papel do professor é incentivar hábitos saudáveis,
educar para a solidariedade, respeito ao próximo, cooperação, desenvolvendo
consciência crítica nos alunos, para ter no futuro formação ampla com direitos e deveres
para a transformação de nossa sociedade.Com isso o autor está nos colocando que
devemos estar atentos aos modismos culturais que se apresentam, tanto na escola como
em nossa sociedade, onde em algumas situações poderão acarretar problemas, gerando
violência, como é o caso mais popularmente conhecido hoje, como bullying.
2.1. BULLYING NA ESCOLA
Em nossas escolas também temos o problema de bullying, que é uma palavra
nova, que está muito na moda e na mídia, mas que sempre existiu no contexto escolar.
Silva (2010), coloca que as vítimas de bullying são tímidas, quietas, têm baixa
autoestima, deixando sequelas pelo resto da vida. E, muitas vezes, essas vítimas não
entregam seus agressores ou “algoz”, por medo, pavor de que elas podem fazer algo pior.
Por isso, há submissão da vítima e ela pode ter problemas de saúde como dor de cabeça
(cefaleia), stress, depressão, transtornos, fobias, entre outros. Pois eles realizam as
brincadeiras ou não, repletas de “segundas intenções” e de perversidade, realizam atos
violentos, que muitas vezes não são suportados, ultrapassando os limites.Diante dessa
realidade, a escola e comunidade escolar não devem omitir-se e ser cúmplices da
violência entre crianças e adolescentes, justamente no berço da educação e socialização
do ser humano.
Por outro lado, de acordo com Silva (2010), é claro que o bullying não pode ser
tratado como exclusivamente um fenômeno da área educacional, mas também um
problema de saúde pública e familiar, onde devem participar os pais, psicólogos, médicos,
assistentes sociais, com interação de todos.
Assim, Silva (2010, p. 22) salienta que “o bullying pode ser considerado o retrato
da violência e covardia estampadas diariamente no templo do conhecimento e do futuro
de nossos jovens: a escola”.
Há diversas formas de bullying: agressões verbais, física e psicológicas. Com
esse problema, a criança ou o adolescente pode ficar com baixa autoestima, fazendo com
que os alunos fiquem acuados em sala de aula ou na quadra de esportes, em um canto,
sozinhos, sem perspectivas de praticar esportes ou, em sala de aula; seu rendimento é
prejudicado (FURTADO e MORAES, 2010).
Segundo Freire e Scaglia (2010), são alvos fáceis aqueles alunos que têm
dificuldades de coordenação motora, submissão, baixa autoestima, ansiedade excessiva
e dificuldades de se expressar perante a turma.
Para Abramovay (2004), as instituições educacionais se vêem obrigadas a lidar
com fenômenos como o bullying, que, embora sempre tenha existido nas escolas de todo
o mundo, hoje ganha dimensões muitos mais graves. O fenômeno expõe não somente a
intolerância às diferenças, como também dissemina os mais diversos preconceitos e a
covardia nas relações interpessoais dentro e fora da escola.
De forma geral, os jovens estão colocando em xeque o papel da educação
escolar, da sociedade e família.
De acordo com Silva et al. (2010, p.29), “pais agressivos podem gerar filhos
também agressivos. O ditado de que violência gera violência cabe nesse caso. Crianças
colocadas em situações vexatórias, podem reagir, para sobreviver emocionalmente, com
comportamentos arrogantes”.
Tudo o que eles sofreram na família, podem no futuro vingar-se e fazer o mesmo
com os outros e tornar-se violentos, agredindo os seus companheiros, principalmente na
escola. Pois essas crianças e adolescentes são sujeitos oriundos de ambientes
desfavorecidos e que, na sua maioria, são excluídos da sociedade. Por isso, é importante
o papel do professor na promoção de carinho, amor, contribuindo para inclusão saudável,
evitando a reprodução de violência no ambiente escolar (SILVA et al., 2010).
Por outro lado, segundo Brasil (2003), a comunidade escolar é capaz de ajudar os
adolescentes e jovens a prosperar, despertando talentos e exercícios de gentileza,
solidariedade, generosidade que transformam a vida de todos e o exemplo da família é
muito importante para o futuro desses jovens. Pois a ciência explica que as práticas de
boas ações fazem muito bem para o coração e a saúde.
A escola necessita capacitar a comunidade escolar para identificar esses abusos,
fazendo a intervenção e o encaminhamento adequado de todos os casos ocorridos em
suas dependências e que tem que contar com os colaboradores, como profissionais das
áreas de saúde, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, conselho tutelar e outros.
Todos imbuídos em orientar, refletir, sobre os atos e comportamentos, bem como as
consequências que podem surgir na escola (BRASIL, 2003).
Assim, continua Castro (2010), a situação demanda sensibilidade dos
educadores de perceber e interagir, rompendo o silêncio dessas agressões, conversando
com os educandos e mostrando o lado positivo da vida e valorização das pequenas
coisas e, por outro lado, neutralizar os agressores, com autoridade, mas mostrando o
caminho da responsabilidade, respeito com os outros, educação, amor e carinho.
2.2. JOGOS COOPERATIVOS
Nesta perspectiva de mudança, visando combater esta violência desenfreada
descrita acima, é que a Educação Física poderá ajudar, pois a mesma tem um papel
fundamental na escola, o desenvolvimento de atividades motoras que, porém muitas
vezes, sem planejamento, essas aulas podem ser transformadas em agressividade,
humilhação. Por isso, a conduta do professor em sala de aula frente à diversidade de
alunos, deve ser de manter o diálogo, o entendimento e explicar que ninguém é igual a
ninguém, que uns têm mais habilidade do que os outros, porém esta habilidade poderá
ser adquirida com dedicação, para que o ambiente torne-se democrático, contribuindo
para a formação de um cidadão mais humano e cooperativo (SOLER, 2003).
Os conteúdos de Educação Física, na maioria das vezes, são competitivos, em
forma de rendimentos, desmotivando alguns alunos e levando-os a não praticar a
atividade física, ou valorizando os melhores, os mais aptos e discriminando os menos
aptos e que têm menos habilidades; por isso é importante os jogos cooperativos, na
prevenção da indisciplina e contribuindo para o rendimento escolar (EIGEN, 1989).
Os jogos cooperativos trazem muitos benefícios para o combate à violência e a
indisciplina escolar e no cotidiano dos jovens e adolescentes. Através dos jogos o aluno
tem a possibilidade de resgatar o potencial de viver junto com os demais, aperfeiçoando
as habilidades de relacionamento com os outros, ao invés de viver contra os outros. A
aprendizagem se torna mais eficaz quando ela é compartilhada entre o professor e
alunos, e o objeto de estudo é partilhado para que tenha interações cooperativas para a
transformação do seu meio ambiente social (BROWN, 1994).
Ao jogar cooperativamente, continua o autor acima, as crianças podem
expressar-se autenticamente, como alguém que tenha valor, por seus méritos, de ser
quem é, e não pelos pontos marcados e resultados alcançados durante o jogo. Desta
maneira, pode-se aprender o verdadeiro poder do jogo, que não é somente querer vencer,
mas sim jogar cooperativamente e valorizar o ser humano, e conviver comunitariamente,
oportunizar desafios, promover encontros e não desencontros, contribuir para estreitar
distâncias que separam as pessoas e contribuir harmonicamente na interação com a
natureza e a realidade que nos cerca e compreender a viver a vida.
De acordo com Dias (1996, p.70), “o jogo aparece como elemento fundamental na
cultura do ser humano; ele cria a ordem e estimula a socialização. É uma forma de
exercitar o indivíduo, atingindo-o em sua totalidade. E, com isso, reintegrando aos
segmentos cognitivos, psicomotores e afetivo-sociais”.
Os jogos cooperativos são tão importantes, porque transferem para outras
situações de nossa vida cotidiana, como solucionar problemas, harmonizar conflitos,
superar situações difíceis que ocorrem no nosso dia a dia, superar obstáculos e alcançar
tudo o que nós queremos e nos traga benefícios, diálogo e celebração de renovar o
anseio de continuar vivendo e alcançando os objetivos almejados. Os jogos consistem em
um instrumento pedagógico para o ensino aprendizagem, em várias disciplinas do
currículo escolar (DIAS, 1996).
Assim também destaca Orlik (1989, p.18):
Se nossa qualidade de vida futura, e talvez até nossa sobrevivência, depender da cooperação, todos pereceremos se não estivermos aptos a cooperar, a ajudar uns aos outros, a sermos abertos e honestos, a nos preocuparmos com os outros, com as nossas gerações futuras. [...] devemos nos afastar da competição cruel e começarmos a enfatizar a cooperação e a preocupação com os outros.
Segundo Brasil (2003), a Educação Física não deve reforçar a competição,
mesmo que muitas vezes os alunos digam que não têm graça se não é para competir. A
prática da competição já nos mostrou que não existem alternativas e sim, só a
individualidade exacerbada e nós, como professores de Educação Física, não ensinamos
nossas crianças a gostar dos jogos, mas apenas a vencer, a confrontar, que é o que
interessa, eliminando a diversão e alegria e valorizando os resultados positivos.
Por isso, é importante desenvolver com diálogo e procurar soluções que todos
possam participar, desenvolvendo virtudes e o potencial de cada um e diminuir a pressão
de competir, visando à interação e participação de todos com espontaneidade e
solidariedade e alegria de jogar e podemos provar que vencer não depende do outro
perder, que podemos ser competentes sem destruir e valorizar a habilidade de unir e que
todo são importantes tanto no jogo como na vida (BROTTO, 2001).
Por outro lado, Walker (1987) salienta que com uma visão de um mundo melhor
e que traga paz nas famílias e na comunidade escolar, é possível resgatar os valores
humanos como bondade, compaixão, convivência e amor aos outros, trabalhando sempre
em comunidade, pois tanto no jogo como na vida real, sempre estamos superando
desafios do dia a dia; pois ninguém vive sozinho, como ninguém pode jogar sozinho, um
precisa do outro, pois a realidade é refletida no jogo. Por isso os jogos cooperativos
estimulam a responsabilidade universal e a partilha.
Neste sentido, Walker (1987) coloca que segundo o Quadro 1, a seguir, as
diferenças são grandes quando relatam-se as características dos jogos cooperativos e
dos jogos competitivos. Apesar da contraposição de um e de outro, os dois fazem parte
de nosso cotidiano escolar, mas se colocarmos que a única coisa que nos interessa é
vencer, não importam os meios utilizados, reforça a cultura de competitividade que nos
cerca. E, se mostrarmos que o importante são os jogadores, o jogo e não o vencer,
tornamos um mundo melhor, despertando a cultura de reciprocidade, empatia,
cooperação, buscando a criação e contribuição de todos e um exercício de convivência,
com total harmonia.
Quadro 1 – Alternativas de jogos competitivos e de jogos cooperativos
JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOS
São divertidos apenas para alguns. São divertidos para todos.
A maioria tem um sentimento de derrota. Todos tem um sentimento de vitória.
Alguns são excluídos por sua falta de
habilidade.
Há mistura de grupos que brincam juntos criando
alto nível de aceitação mútua.
Aprende-se a ser desconfiado. Todos participam e ninguém é rejeitado ou
excluído.
Os perdedores ficam fora do jogo e
simplesmente se tornam observadores.
Os jogadores aprendem ter um senso de unidade
e a compartilhar o sucesso.
Os jogadores não se solidarizam e ficam
felizes quando alguma coisa de “ruim”
acontece com os outros.
Desenvolvem auto-confiança porque todos são
bem aceitos.
Pouca tolerância à derrota desenvolve em
alguns jogadores um sentimento de
desistência face a dificuldade.
A habilidade de perseverar face as dificuldades é
fortalecida.
Poucos se tornam bem sucedidos. Para cada um o jogo é um caminho de co-
evolução.
Fonte: Orlick, 1978 citado por Brotto, 2003, p. 65.
A diferença é grande quando queremos trabalhar cooperativamente, para
minimizar a disciplina existente, camuflada nos jogos competitivos, onde os alunos se
sentem excluídos e marginalizados; por isso é importante mudar na escola e nas aulas de
Educação Física, mesmo que surja resistência no começo, de mudar para os jogos
cooperativos.
Galvão (1996), destaca que é importante quebrarmos essa concepção que tudo é
competitivo e que não pode ser mudado. É preciso ter consciência e refletir o quanto é
importante essa mudança para a vivência compartilhada, onde ele pode interferir nas
regras do jogo, com diálogo, e construção, para a transformação e emancipação de si
mesmo e da comunidade que o cerca.
Segundo Soler (2003), o esporte e cooperação podem ser trabalhados juntos,
pois existe o Esporte de rendimento onde a preocupação maior é a competitividade, mas
o Esporte como conteúdo escolar não enfatiza o rendimento pessoal, respeitando as
características individuais, oportunizando jogar com os outros e não contra os outros, com
o resgate do lúdico da criatividade. Pois o Esporte é um jogo de quem é capaz de
cooperar, dinamizar, orientar além dos espaços esportivos.
Abramovay (2004), indica que hoje, com o crescimento da violência e o
crescimento das cidades, as crianças e adolescentes têm pouco espaço para brincar e
para praticar esporte. Uns, porque têm medo da violência ou precisam trabalhar devido ao
baixo poder aquisitivo; outros ficam quase o dia inteiro em frente da televisão ou
computador. Na escola, onde eles têm oportunidade de praticar mais esportes, deve ser
trabalhado mais cooperativamente, para ter mais responsabilidade, harmonização,
descobrir e valorizar as diferentes formas de vencer, saber equilibrar a ansiedade,
respeitar e recriar as regras, proporcionar, tanto na derrota ou na vitória, a valorização do
ser humano, do jogador e não do jogo propriamente dito. Assim, torna-se uma escola
mais solidária e produtiva, diminuindo a evasão escolar, a indisciplina e violência.
Neste sentido, segundo Brotto (2001), o objetivo dos jogos cooperativos é que
todos vençam, e que quando as pessoas jogam sintam prazer de continuar a jogar e
viver. E a importância de trabalhar em parceria, fazendo novos amigos, acompanhado de
atitudes que favoreçam o respeito, a integração e valorização do ser humano. As pessoas
quando jogam juntas, superam desafios e tornam-se mais solidárias, não esquecendo o
lúdico do jogo que seja mais atrativo, seduzindo os participantes.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo descritiva
exploratória participativa, onde Bisquerra (1989) define estudo descritivo aquele que tem
por objetivo a descrição dos fenômenos.
Lakatos e Marconi (1991) comentam que o estudo descritivo exploratório tem por
objetivo descrever completamente determinado fenômeno e que uma variedade de
procedimentos de coleta de dados pode ser utilizada, como entrevistas, questionários e
análise de conteúdo.
Para Thomas e Nelson (2002), a pesquisa descritiva é um estudo de status que
tem o seu valor baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as
práticas melhoradas por intermédio da observação, análise e descrição objetiva e
completa do fenômeno.
A população para o referido estudo foi composta por todos os alunos da 6ª série
do Ensino Fundamental do período matutino que frequentam o Colégio Estadual Novo
Horizonte Ensino Fundamental e Ensino Médio do município de Ampére, Paraná, núcleo
de Francisco Beltrão.
A amostra foi composta por 25 alunos, com idades entre 10 e 12 anos, que
participam das aulas de Educação Física. A escolha desses alunos foi feita pelo
professor, juntamente com a equipe pedagógica, aos alunos com problemas de
concentração e com notas baixas, causados pela indisciplina.
Os estudos foram focados nos jogos cooperativos, como maneira de resgatar
esses adolescentes a interessar-se mais em promover a harmonia, concentração,
disciplina, amor ao próximo, para melhorar efetivamente transformando o contexto escolar
e trabalhando cooperativamente, para ter um mundo melhor sem desigualdades sociais.
O instrumento utilizado com os alunos neste estudo foi composto por pareceres
de professores e Coordenação Pedagógica da escola, para verificarmos se ocorreram
mudanças no comportamento dos alunos.
4. RESULTADOS
Com os procedimentos e instrumento definidos, demos inicio ao estudo, onde o
mesmo foi primeiramente apresentado para a direção e coordenação pedagógica, bem
como para todos os professores em reunião pedagógica na escola, definindo assim seus
reais objetivos, abrangência, importância e relevância para a escola e comunidade em
geral.
Na sequência foi apresentado e explicado aos alunos e assim convidando-os a
participarem do projeto, onde foi encaminhado aos pais um termo de consentimento livre
e esclarecido, conforme prevê as normas éticas de pesquisa com seres humanos, tanto
para utilização das crianças no estudo bem como para uso de imagem, onde foi explicado
aos pais dos alunos que os dados a serem obtidos por meio da pesquisa de campo, com
aplicação de questionário, restringem-se aos fins do estudo, com manutenção dos nomes
dos alunos em sigilo. Em seguida, com os termos assinados, teve início as atividades
práticas e teóricas da intervenção pedagógica.
Como primeira atividade junto aos alunos, foi aplicado um questionário contendo
questões abertas e fechadas sobre a ocorrência da indisciplina nas aulas de Educação
Física com a amostra selecionada de alunos, tais dados serão processados e tabulados
estatisticamente quanto às questões fechadas, e qualitativamente com respeito às
questões abertas.
Na sequencia do desenvolvimento da implementação, desenvolveu-se estudos
sobre violência, bullying, jogos cooperativos, jogos competitivos, etc, visando
conscientizar e canalizar as posturas muitas vezes equivocadas apresentadas pelos
alunos nas aulas de Educação Física.
Após o desenvolvimento da implementação, e buscando resultados junto aos
demais membros da escola, com relação a possíveis mudanças com relação ao
comportamento dos alunos, obtivemos respostas excelentes, conforme podemos observar
nos relatos descritivos de alguns professores.
Com relação a postura dos alunos junto a disciplina de Português, foi colocado pelo
professor que os alunos melhoraram na leitura, grafia e interpretação de textos , devido a
diminuição da indisciplina e concentração deles ,realizando todos os trabalhos propostos
nas aulas de Português.
Mesma posição relatada pelo professor de Artes, que em seu relato expôs que os
alunos aumentaram a concentração e os trabalhos de pintura, organização de textos e
danças foi realizado com mais facilidade e desenvoltura, apropriando-se do saber
elaborado.
O professor de língua estrangeira, Inglês, relatou que o trabalho realizado nas
aulas de Educação Física favoreceu a cooperação entre os alunos ajudando os que
menos conseguiam interpretar os textos gramaticais em inglês, levando a todos a união e
trabalhos em grupos, melhorando a aprendizagem.
Com relação a postura desses alunos junto a escola, à Direção e Coordenação
Pedagógica, relataram que as mudanças ocorreram. Os alunos desta série tiveram uma
grande melhora na disciplina e aprendizagem, pois antes eles faziam bastante bagunça,
principalmente nos intervalos de aulas e em algumas disciplinas escolares, sendo que
hoje eles escutam mais os professores e a equipe pedagógica. E melhorou a
aprendizagem e avaliações, sendo que eles quase não faltam às aulas e participam
ativamente, havendo uma cooperação e atitude de respeito entre eles.
5. CONCLUSÕES
Analisando o desenvolvimento das atividades cooperativas, o comportamento e a
participação dos alunos nas aulas de Educação Física e outras disciplinas em especial,
conforme o relato dos professores de Português, Artes e Inglês, percebeu-se uma
melhora significativa nestas disciplinas em sala de aula e um progresso nas avaliações,
os alunos ficaram mais atenciosos e prestativos, aumentando o interesse em sala de aula.
Entendeu-se que nós professores de Educação Física, juntamente com os demais
professores da escola, devemos promover ações que minimizem a indisciplina na sala de
aula, buscando mudanças de comportamento e atitudes positivas dos educandos. Sendo
o professor, um formador de cidadãs conscientes que leva ao favorecimento do processo
de ensino-aprendizagem.
As atividades cooperativas que envolvem jogos, brincadeiras, danças e esporte, é
uma oportunidade de envolver os alunos e despertar respeito mútuo, solidariedade com
os colegas, transformando-os dentro e fora da sala de aula.
Assim sendo, é importante o professor utilizar metodologias diferentes e atrativas
em suas aulas, utilizando todos os recursos disponíveis na escola, para garantir a
participação na construção do saber significativo e cooperação entre todas as disciplinas
para facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
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