Saúde Coletica - 4. pesquisa epidemiológica

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Saúde Coletiva Universidade Federal do Rio de Janeiro Disciplina: Saúde Coletiva Pesquisa epidemiológica Mario Gandra

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Aula 4 do curso de Saúde Coletiva Noturno UFRJ

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Universidade Federal do Rio de JaneiroDisciplina: Saúde Coletiva

Pesquisa epidemiológica

Mario Gandra

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O que veremos hoje?

● Fundamentos da pesquisa epidemiológica

● Parâmetros da pesquisa epidemiológica

● Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Objetivos

● Descrever frequencia, distribuição, padrão e tendência temporal de eventos ligados à saúde coletiva;

● Explicar ocorrência de coenças, indicando as causas e seus determinantes de distribuição, tendência e transmissão;

● Predizer a frequencia de doenças e os padrões de saúde em populações específicas;

● Conotrolar a ocorrência de doenças através da prevenção de novos casos, cura de casos existentes, aumento de sobrevida, etc

Fundamentos da pesquisa epidemiológica

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Conceitos

● Pesquisa empírica

● Coleta sistemática de inf. de saúde

● Quantificação dos eventos:

● Mensuração classificação em categorias (p.e.: baixa renda →<2 salarios mínimos; hipertensão >154mmHg sistólica);

● Estimação prever os números de uma população a partir →de resultados de uma amostra;

● Testes estatísticos

Fundamentos da pesquisa epidemiológica

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Causalidade

● Não segue um modelo determinístico puro: multicausalidade

● Modelo de causalidade probabilístico

● Parâmetros causais para populações...

● … e não parâmetros determinísticos para indivíduos

● Sir Austin Bradford Hill propôs critérios

● Associação entre exposição e uma doença (ou saúde)

Fundamentos da pesquisa epidemiológica

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(Critérios de) causalidade de Hill

Fundamentos da pesquisa epidemiológica

Critério Conceito

1 Força de associação O quão forte é o efeito, medido como risco relativo? (p.e.: fumantes tem 30x mais chance de ca. pulmão)

2 Consistência Relação com evidências de estudos anteriores

3 Especificidade Efeito cessa se retirarmos a causa? (Atenção ao carater multicausal das doenças!)

4 Temporalidade Causa deve preceder a doença

5 Gradiente biológico Existe relação dose-resposta? Quanto maior a exposição ao agente, maiores as chances da doença?

6 Plausibilidade biológica Essa associação faz sentido biologicamente?

7 Coerência Os achados devem estar dentro do conhecimento atual da doença.

8 Evidências experimentais

A teoria foi comprovada metodologicamente em laboratório?

9 Analogia Esta associação é similar a outra já conhecida?

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Classificação

● Diversas classificações

● Analítico; descritivo; ecológico

● Agregado; individuado

● Observacional; experimental

● Prefiro a abordagem do Maurício Pereira

● Abordagem da Rouquayrol é bem completa

Parâmetros da pesquisa epidemiológica

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Parâmetros da pesquisa epidemiológica

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Parâmetros da pesquisa epidemiológica

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Parâmetros da pesquisa epidemiológica

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Descritivo e analítico

Prospectivo e retrospectivo

Observacional e de intervenção

Longitudinal e transversal

Controlado e não-controlado

Individuado e agregado

Experimental e quase-experimental

Coorte e caso-controle

Papel do investigador

Tempo de obtenção dos dados

Comparação entre indivíduos ou entre

grupos

Descreve observações ou analisa relações

Com ou sem grupo controle

Do presente para o futuro ou do

passado para o presente

Randomizado ou não-randomizado

Causa efeito ou →Efeito causa→

Parâmetros da pesquisa epidemiológica

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Ensaio clínico randomizado (experimental/intervenção)

● Indivíduos alocados aleatoriamente nos grupos (experimental e controle)

● Teste de drogas, vacinas, condição, et

● Comparação entre os grupos

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Análise dos dados

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Ensaio clínico randomizado (experimental/intervenção)

● Excelente para investigar relação causa-efeito

● Grupo homogêneo

● Cronologia (temporalidade) determinada: causa sempre antes do efeito

● Interpretação fácil, livre de fatores de confundimento

● Dados de alta qualidade coletados em tempo real→

● Resultados expressos na forma de coeficiente de incidência

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Ensaio clínico randomizado (experimental/intervenção)

● Impraticável para certos testes (p.e.: fumo crônico)

● Limitado por questões éticas

● Exige população estável e cooperativa

● Participantes podem deixar de receber benefícios ou até serem prejudicados

● Individualidade impede ajustes de dose, duração, etc

● Caro, de longa duração, exige equipe técnica e administrativa

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de coorte (longitudinal)

● Variável preditora Variável desfecho→

● Participantes reunidos no momento da exposição

● Estudo que parte da causa e afere os efeitos

● Escolhe-se um grupo com e sem exposição

● Anota-se a compara-se efeitos

● Prospectivo ou retrospectivo

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de coorte (longitudinal)

● Não há limitações éticas envolvidas

● Seleção de controles é simples

● Boa qualidade de dados coletados em tempo real (prospectivo)

● Temporalidade bem determinada

● Vários desfechos investigados ao mesmo tempo

● Resultados expressos na forma de coeficiente de incidência

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de coorte (longitudinal)

● Alto custo nos prospectivos de longa duração

● Perdas de seguimento podem ocorrer

● Mudança de hábitos dos indivíduso pode comprometer estudo

● Mudança de critérios de diagnósticos idem (prospectivo)

● Difícil análise, muitos fatores de confundimento

● Impossível aplicar para doenças raras (N imenso)

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de caso-controle (longitudinal)

Variável desfecho Variável preditora→

● Participantes reunidos no momento da doença

● Sempre retrospectivo

● Parte do efeito para elucidar as cusas

● Também ajuda a determinar fatores de risco

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de caso-controle (longitudinal)

● Resultados obtidos rapidamente

● Baixo custo

● Investigação de múltiplos fatores de risco simultaneamente

● Não requer acompanhamento dos pacientes

● Método prático para etiologia de doenças raras

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo de caso-controle (longitudinal)

● Deve-se privilegir casos novos (incidência)

● Difícil definir grupo controle

● Dados de exposição podem ser precários (memória)

● Doentes influenciam os dados de exposição (supõem a causa)

● Exposição rara gera difícil interpretação

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo transversal (seccional, corte, vertical, etc)

Variável desfecho + Variável preditora

● Estudo de prevalência

● Relação exposição-doença examinada num dado momento

● Participantes reunidos no momento desejado pelo pesquisador

● Bom para frequencia de doenças e de fatores de risco

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo transversal

● Simplicidade e baixo custo

● Rapidez

● Objetividade na coleta de dados

● Não necessita acompanhamento dos participantes

● Fácil amostragem

● Mais versátil

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Ensaio transversal

● Amostra enorme para baixa prevalência

● Pacientes curados ou mortos pela doenças não aparecem na casuística (viés da prevalência)

● Dado atual pode não representar exposição anterior (obeso em dieta)

● Temporalidade prejudicada: pode haver falhas na cronologia causa-efeito

● Não determina fator de risco absoluto (precisa da incidência)

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo ecológico (agregado, de grupos, comunitário)

● Os dados são estatísticas prontas

● Comparação de grupos já estudados

● Não vê o indivíduo, apenas população

● Análise e comparação das condições dos grupos

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Estudo ecológico

● Simplicidade e baixo custo

● Rapidez

● Conclusões generalizáveis

● Importante para grandes agências de saúde (MS, OMS, etc)

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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Ensaio ecológico

● Risco da falácia ecológica: atribuir ao indivíduo observfação coletiva

● Não há acesso a dados individuais

● Diferentes fontes: qualidade variável da informação

● Estatística difícil, pois a unidade é um grupo

● Possibilidade de muitas comparações pode gerar correlações ao acaso

Principais tipos de estudo: vantagens e limitações

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