Saúde - 7 de outubro de 2012

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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1017 Outubro rosa e a proteção das mamas Saúde e bem-estar F4 O inimigo mora aqui Telhas e caixas d´água de amianto são uma agressão à saúde pública, ainda assim, o Brasil continua utilizando esse material cancerígeno em diversos produtos, ignorando os riscos Q uem já não ouviu falar do amianto? Um material cance- rígeno, porém ainda uma matéria-prima bastante explorada no Brasil em setores de construção civil, devido à sua resistência e ao seu baixo custo. Mas o que é bom para o bolso, nem sempre é bom para a saúde, como diz o ditado “o perigo esta onde menos se espera”. Infelizmente, muitos brasileiros, por desconhece- rem ou se descuidarem, ain- da usam produtos fabricados com o amianto, como telhas e caixas d’água. No próximo dia 13, Paris vai realizar uma grande marcha para lembrar as vítimas do amianto e pressionar os gover- nos que ainda não proibiram a exploração e o uso do produto a tomar uma atitude. E você sabe quem é um dos principais alvos da campanha? O Brasil, isso mesmo, ele é o terceiro maior produtor mundial do minério, classificado pela Organização Mundial da Saúde – OMS, es- tando no grupo principal de substâncias cancerígenas. Só para se ter uma ideia, mais de 125 milhões de operários estão expostos ao amianto em todo o mundo, e cerca de 107 mil morrem anualmente em decor- rência de doenças associadas às suas nocivas fibras. A França baniu o minério há 16 anos e outros 65 países seguiram o mesmo caminho. Na lista estão os Estados Unidos, todas as nações da União Europeia, mas também muitas do He- misfério Sul, inclusive os nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai. De acordo com o pneu- mologista, Evandro Mar- tins, o risco é mais voltado para os trabalhadores, quem têm o contato direto com a substância, porém a recomen- dação é que as pessoas evitem usar produtos que possuem o amianto. “O trabalhador que tem o contato direto com o material, tem uma incidência bem maior de contrair um câncer de pleura, que são tu- mores malignos no pulmão, mas se diagnosticado no início pode ser tratado com cirurgia ou associação de radio ou quimioterapia”. WANDILSON PRATA Especial EM TEMPO O amianto constitui um grupo de minerais fibro- sos amplamente utilizados pela indústria graças às suas notáveis proprieda- des e por ser um excelente isolante térmico e elétri- co, além de resistente à fricção. Não por acaso, é empregado em mais de 3 mil produtos, de mate- rial de construção a peças automotivas como freios e juntas de cabeçote. No Brasil, 96,7% do amianto é usado pela indústria de fi- brocimento, na fabricação de telhas e caixas d’água. Um lucrativo negócio que movimenta 2,5 bilhões de reais por ano. A discussão sobre a eli- minação da substância no Brasil se prolonga há mais de duas décadas. Mas atu- almente o Supremo Tribu- nal Federal – STF, anali- sa quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade - Adin, patrocinadas pela indústria, que objetivam derrubar as legislações de estados que proibiram a utilização do material. As empresas Brasilit e a Eternit foram as duas prin- cipais fábricas que desem- barcaram no Brasil no final dos anos 30. Empregavam famílias inteiras em Osas- co e São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Hoje, o amianto é proibi- do em cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pernambuco e em mais de duas dezenas de municípios. A única mina de amianto ain- da explorada está localizada no município de Minaçu, em Goiás e é a segunda maior arrecadação de impostos do Estado, correspon- dendo a 30% do seu fa- turamento bruto. As indenizações na Jus- tiça para ex-trabalha- dores da indústria do amianto estão mais frequentes e mais altas. Muitos que adoeceram ga- nharam indenizações de R$ 100 mil a R$ 300 mil. No Rio de Janeiro, a Justiça mandou pagar esse ano R$ 1.450 milhão à família de Maria de Lourdes Lima Vianel, que morreu de as- bestose em 2000. Em São Paulo, atualmen- te, mais de 300 ações in- dividuais tramitam na Jus- tiça contra a Eternit, uma das primeiras a se instalar no ainda bairro paulista- no de Osasco, em 1939. Em 1993, foi desativada, mas deixou um rastro de mortos e doentes.Muitos morreram sem saber que foram vítimas do pó bran- co-acinzentado que toma- va conta da fábrica e seus arredores. De acordo com a empresa, em toda a histó- ria da produção no Brasil, há 300 casos de disfunção respiratória em decorrên- cia da exploração. Um negócio que rende bilhões O trabalhador que tem o contato direto com o mate- rial tem uma incidência bem maior de contrair um câncer de pleura Evandro Martins, pneumologista As principais doenças causadas pelo amianto Asbestose É a mais frequente entre as enfermidades fatais. As fibras do mineral alojam-se nos alvéolos e comprometem a capacidade respiratória. É crônica, progressiva e para ela não existe tratamento. O doente sente falta de ar e cansaço excessivo. No quadro, a asbestose comprometeu 75% da capacidade respiratória dos pulmões. Câncer de pulmão A exposição ao amianto aumenta até dez vezes o risco da doença. O paciente sente falta de ar, emagrece e tem dor no peito. É um tipo agressivo de tumor, que costuma espalhar-se para os rins, os ossos e o cérebro. O tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Mesotelioma Câncer da membrana que envolve os pulmões (pleura). Só é causado pelo amianto. O paciente sente falta de ar e dor aguda no peito. O tratamento é o mesmo do câncer de pulmão, mas a cura é mais difícil. Placas pleurais Surgem na pleura e são benignas. Não há sintomas nem tratamento. O doente corre três vezes mais risco de sofrer de asbestose e dez vezes mais de ter mesotelioma

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Saúde - caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1017

Outubro rosa e a proteção das mamas

Saúde e bem-estar F4

O inimigo mora aquiTelhas e caixas d´água de amianto são uma agressão à saúde pública, ainda assim, o Brasil continua utilizando esse material cancerígeno em diversos produtos, ignorando os riscos

Quem já não ouviu falar do amianto? Um material cance-rígeno, porém ainda

uma matéria-prima bastante explorada no Brasil em setores de construção civil, devido à sua resistência e ao seu baixo custo. Mas o que é bom para o bolso, nem sempre é bom para a saúde, como diz o ditado “o perigo esta onde menos se espera”. Infelizmente, muitos brasileiros, por desconhece-rem ou se descuidarem, ain-da usam produtos fabricados com o amianto, como telhas e caixas d’água.

No próximo dia 13, Paris vai realizar uma grande marcha para lembrar as vítimas do amianto e pressionar os gover-nos que ainda não proibiram a exploração e o uso do produto a tomar uma atitude. E você sabe quem é um dos principais alvos da campanha? O Brasil, isso mesmo, ele é o terceiro maior produtor mundial do minério, classifi cado pela Organização Mundial da Saúde – OMS, es-tando no grupo principal de substâncias cancerígenas.

Só para se ter uma ideia, mais de 125 milhões de operários estão expostos ao amianto em todo o mundo, e cerca de 107 mil morrem anualmente em decor-rência de doenças associadas às suas nocivas fi bras.

A França baniu o minério há

16 anos e outros 65 países seguiram o mesmo caminho. Na lista estão os Estados Unidos, todas as nações da União Europeia, mas também muitas do He-misfério Sul, inclusive os nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai.

De acordo com o pneu-mologista, Evandro Mar-tins, o risco é mais voltado

para os trabalhadores, quem têm o contato direto com a substância, porém a recomen-dação é que as pessoas evitem usar produtos que possuem o amianto. “O trabalhador que tem o contato direto com o material, tem uma incidência bem maior de contrair um câncer de pleura, que são tu-mores malignos no pulmão, mas se diagnosticado no início pode ser tratado com cirurgia ou associação de radio ou quimioterapia”.

WANDILSON PRATAEspecial EM TEMPO

O amianto constitui um grupo de minerais fi bro-sos amplamente utilizados pela indústria graças às suas notáveis proprieda-des e por ser um excelente isolante térmico e elétri-co, além de resistente à fricção. Não por acaso, é empregado em mais de 3 mil produtos, de mate-rial de construção a peças automotivas como freios e juntas de cabeçote. No Brasil, 96,7% do amianto é usado pela indústria de fi -brocimento, na fabricação de telhas e caixas d’água. Um lucrativo negócio que movimenta 2,5 bilhões de reais por ano.

A discussão sobre a eli-minação da substância no Brasil se prolonga há mais de duas décadas. Mas atu-almente o Supremo Tribu-nal Federal – STF, anali-sa quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade - Adin, patrocinadas pela indústria, que objetivam derrubar as legislações de estados que proibiram a utilização do material.

As empresas Brasilit e a Eternit foram as duas prin-cipais fábricas que desem-barcaram no Brasil no fi nal dos anos 30. Empregavam famílias inteiras em Osas-co e São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

Hoje, o amianto é proibi-do em cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio

Grande do Sul, Mato Grosso e Pernambuco e em mais de duas dezenas de municípios. A única mina de amianto ain-da explorada está localizada no município de Minaçu, em Goiás e é a segunda maior arrecadação de impostos do Estado, correspon-dendo a 30% do seu fa-turamento bruto.

As indenizações na Jus-tiça para ex-trabalha-dores da indústria do amianto estão mais frequentes e mais altas. Muitos que adoeceram ga-nharam indenizações de R$ 100 mil a R$ 300 mil. No Rio de Janeiro, a Justiça mandou pagar esse ano R$ 1.450 milhão à família de Maria de Lourdes Lima Vianel, que morreu de as-bestose em 2000.

Em São Paulo, atualmen-te, mais de 300 ações in-dividuais tramitam na Jus-tiça contra a Eternit, uma das primeiras a se instalar no ainda bairro paulista-no de Osasco, em 1939. Em 1993, foi desativada, mas deixou um rastro de mortos e doentes.Muitos morreram sem saber que foram vítimas do pó bran-co-acinzentado que toma-va conta da fábrica e seus arredores. De acordo com a empresa, em toda a histó-ria da produção no Brasil, há 300 casos de disfunção respiratória em decorrên-cia da exploração.

Um negócio que rende bilhões

O trabalhador que tem o contato

direto com o mate-rial tem uma

incidência bem maior de contrair

um câncer de pleura

Evandro Martins, pneumologista

As principais doenças causadas pelo amianto

AsbestoseÉ a mais frequente entre as enfermidades fatais. As fi bras do mineral alojam-se

nos alvéolos e comprometem a capacidade respiratória. É crônica, progressiva e para ela não existe tratamento. O doente sente falta de ar e cansaço excessivo. No quadro, a asbestose comprometeu 75% da capacidade respiratória dos pulmões.

Câncer de pulmãoA exposição ao amianto aumenta até dez vezes o risco da doença. O paciente

sente falta de ar, emagrece e tem dor no peito. É um tipo agressivo de tumor, que costuma espalhar-se para os rins, os ossos e o cérebro. O tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.

MesoteliomaCâncer da membrana que envolve os pulmões (pleura). Só é causado pelo amianto.

O paciente sente falta de ar e dor aguda no peito. O tratamento é o mesmo do câncer de pulmão, mas a cura é mais difícil.

Placas pleuraisSurgem na pleura e são benignas. Não há sintomas nem tratamento. O doente corre

três vezes mais risco de sofrer de asbestose e dez vezes mais de ter mesotelioma

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012F2 Saúde e bem-estar

“Por nove dias, as setas do deus dizimaram o exército...

Filho de Atreu, quero crer que nos cumpre voltar para casa sem termos nada alcançado, no caso de à morte escapar-mos, pois os Aquivos, além das batalhas, consome-os a peste. Sus! Consultemos, sem mora, qualquer sacerdote ou profeta, ou quem de sonhos entenda que os sonhos de Zeus se originam para dizer nos a causa de estar Febo Apolo indignado: se por não termos cumprido algum voto ou, talvez, hecatombes, ou se lhe apraz, porventura, de nós receber o perfume de pingues cabras e ovelhas, a fim de livrar nos da peste”. (Homero,Ilíada).

Esse segmento do texto de Homero retrata com clareza o conflito: diante da medici-na incompetente para curar os pestilentos, restou à população suplicar a ajuda de Zeus. Na análise histórica das metáforas da coisa sagrada, tanto nas práticas sociais das políticas dominantes quanto nas perifé-ricas, é indispensável repensar o conflito de competência entre a medicina e a religião.

As práticas de curas remetem às incontáveis imagens das me-tamorfoses da coisa sagrada como parte das expressões e crenças religiosas populares desvinculadas das rígidas es-truturas hierárquicas das igre-jas. Sob essa perspectiva, é possível entender como e por que os curadores, adivinhos, magnetizadores, feiticeiros e benzedores nunca cessaram de receber os consulentes.

Por essa razão, o repensar do binômio “curas-coisa sagra-da” suscita contínuo interesse das academias que evitam os compromissos monolíticos com a lógica das concepções cientí-ficas, porque a cura mágica ou milagrosa, que interliga o supli-cante à coisa sagrada, parece tratar-se de credulidade.

O processo reprodutor desse fenômeno social passa, neces-sariamente, pela crença pessoal ou coletiva no poder de curar exercido pelas coisas sagradas. Desse modo, a coisa sagrada é, antes de tudo, aquilo que cura.

A disputa trançada entre essa medicina popular, amparada na coisa sagrada como instru-mento de cura, e a medicina

construída nas universidades, raramente vem à tona despida de paixões, ora em defesa, ora atacando violentamente uma ou outra. Como consequência desse embate, a importância social da medicina popular é diluída na polarização de uma luta de poder em torno da cura, que pode ser simbolizada na mesma essência de Apolo e Dionísio, onde a medicina uni-versitária se confronta com a medicina-religião.

As mensagens rupestres, nas paredes das cavernas, quando associadas aos dados da pa-leopatologia, sugerem que a coisa sagrada e a crença no renascimento estariam presen-tes antes de a espécie Homo ser dominante.

Fora outras discussões teóri-cas, ligando a coisa sagrada à religião foi analisada por Croce, que negou a independência da “categoria religião”, conside-rando somente subproduto da “categoria moral”. Por outro lado, Otto se esforçou para demonstrar a realidade da expe-riência pessoal com o sagrado como fundamental para qual-quer religião.

A coisa sagrada e o confl ito na medicina

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João BoscoDoutor

Honoris Causa na

França

EditoraVera [email protected]

RepórterAlita MenezesWandilson Prata

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

As práticas de curas remetem às incontáveis imagens das metamorfo-ses da coi-sa sagrada como parte das expres-sões e cren-ças religiosas

“O conceito de saúde, defi ni-do pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e aplicado em todos os países membros, refere-se não somente à ausência de enfermi-dades, à promoção de estados saudáveis das pessoas, mas tam-bém ao componente de bem-estar físico, mental, emocional e social como um direito humano e social a ser considerado por todas as políticas sociais”.

Um conceito progressista no sentido de considerar a saúde como um fenômeno biológico e psicológico, um enfoque em que as intervenções sociais, por exemplo, produção, distribuição de renda com trabalho, consu-mo, moradia, ambiente e lazer devem ser consideradas. Essa é uma saúde nova e diferente, que não acontece no Brasil, mas te-mos muito a fazer e a repensar. Apesar de tudo, o SUS continua a prestar um inestimável serviço à população brasileira.

As formas de intervir sobre os problemas de saúde na socieda-de são determinadas pelos con-dicionantes econômicos e políti-cos nelas vigentes, assumindo, características peculiares em cada Estado e nos diferentes dirigentes. Comprometendo a boa qualidade das ações de promoção da saúde.

O conhecimento dessa reali-dade permite o equacionamento nem sempre fácil e rápido, é ver-dade, de medidas governamen-tais capazes de atender aos reais sentidos, reclamos e necessidade do povo. Destarte, a atuação tem de visar prioritariamente à manu-tenção dos serviços de interesse da comunidade.

Precisamos mudar radical-mente na organização e na ges-tão dos sistemas de atenção à saúde. Os diferentes níveis de governo gostam das fi las imensas nos diversos tipos de unidade de saúde; das faltas de medicamentos e dos produtos para a saúde (gase, esparadrapo e outros); da ausência dos pro-fi ssionais de saúde; da falta de melhoria salarial; de uma gestão focada nos recursos humanos e sendo passível nas punições para quem atrapalha o sistema, portanto, mudanças profundas.

Estamos ainda à espera de uma nova mentalidade para encontrar soluções efi cientes ao crescimen-to de segmento, apresentando perspectivas melhores do que as atuais. São antigas reivindica-ções que podem ser reunidas em um único conceito, a construção de uma política estratégica para o setor saúde.

O sistema é fragmentado. Te-

mos de fazer uso da tecnologia da informação, promover a educa-ção permanente dos profi ssionais de saúde, coordenar a atenção ao longo da rede de atenção, incentivar o trabalho multidisci-plinar e monitorar os processos e resultados do sistema.

Tradicionalmente, os governan-tes gastam muito em novas cons-truções e esquece-se de abas-tecer, que é fundamental para o trabalho clínico de qualquer unidade de saúde. Sendo assim o erro continua ao fi nal de um período extenso, determinando resultados desastrosos.

Esse somatório de problemas vem ao longo dos anos dificul-tando e prejudicando a efetiva-ção das diretrizes do SUS, com sérios reflexos nas condições de saúde da população.

O governo reconhece que os recursos são limitados e precisam ser utilizados de maneira mais efi -caz para a solução das situações que necessitam ser identifi cadas e corrigidas. Em razão de os recursos serem fi nitos, exige-se um modelo gerencial para aper-feiçoá-las para que seja dado um salto de qualidade na saúde pública. Esperança de mudança na saúde. A intenção é de optar por novas políticas e formulá-las, benefi ciando a população.

Saúde, um direito humano e social

As formas de intervir nos problemas de saúde na so-ciedade são determinadas pelos con-dicionantes econômicos e políticos

Coloque uma dose de espinafre na sua dieta e compro-ve seus benefícios. O ferro que ele contém é essencial para a boa estruturação sanguínea, portanto erradica a anemia e a desnutrição, elimina o cansaço e fortalece o sangue; o cálcio e o fósforo, por sua vez, fortalecem a esfera óssea e os dentes, edifi ca os músculos e atua na coagulação do sangue. Já a vitamina A é o remé-dio prescrito para o bom funcionamento da visão. No quesito medicinal o espinafre ainda é indicado para lutar contra a hipertensão, a hemofi lia, pedras nos rins, artrites, escorbuto e diarreias, além de aumentar o fl uxo menstrual e, assim, amenizar as cólicas.

Popeye estava certo, espinafre faz muito bem

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

O alecrim é bastante conhecido na medicina caseira por suas inúmeras propriedades para quem sofre de problemas respiratórios. Mas a erva vai muito além disso, e já foi comprovado que ela age como um poderoso estimulante e revigorante que atua também sobre a potência sexual, inclusive o seu aroma induz ao aumento do apetite sexual. A erva ainda é conhecida por ter ação digestiva e por fortalecer os nervos e aumentar o fl uxo de sangue no cérebro, o que consequentemente melhora a concentração do indivíduo. Como ela é estimulante também funciona como uma antidepressiva.

Alecrim é um poderoso estimulante natural

DiagramaçãoJúnior FonsecaMarcelo Robert

RevisãoAntônio FonsecaDernando Monteiro Joyce Tino

PERSONAL FITNESS

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 F3Saúde e bem-estar

Amigas, chegamos ao outu-bro rosa, o mês voltado espe-cialmente à saúde do nosso corpo e, como não poderia deixar de ser, tratamos do as-sunto nesta edição, com todo o carinho, porque não dá para brincar com certas coisas nem adiar exames preventivos que podem salvar uma vida. A sua vida, neste caso.

Outubro rosa é o mês de conscientização e combate do câncer de mama e diver-sas campanhas estão sendo rea lizadas com o objetivo de alertar sobre a patologia. No Brasil, estimativas do Inca (Instituto Nacional de Cân-cer), indicam que a doença será responsável por 52.680 novos casos até o fi m do ano. O câncer de mama é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele e é possível ser evitado com exames que a mulher pode realizar até em casa.

Essa é a 20ª Campanha Mun-dial Contra o Câncer de Mama, que tem como tema “Toque

de Coragem. Vale ressaltar que atualmente várias me-didas vêm sendo efetivadas para oferecer a estas mulhe-res, mutiladas pela doença, a oportunidade de resgatar a autoestima com cirurgias de reconstrução da mama. Es-pecialistas no assunto enten-dem que a mulher que perde a mama também perde, por extensão, parte de sua femi-nilidade. Não é de surpreender que tantas, em idênticas con-dições, entrem em depressão após uma cirurgia que lhes salva a vida, mas mutila seus corpos em uma das mais sig-nifi cativas expressões de sua essência: os seios.

Cultuados como símbolo da feminilidade ao longo dos tempos, os seios são a mais expressiva confi guração do que é ser mulher. São eles que transmitem a seiva da vida ao recém-nascido e são eles que enfeitam a fêmea e encantam os homens de todas as idades. No decorrer dos séculos eles aumentaram e diminuíram de tamanho de acordo com

a moda, mas jamais foram relegados a segundo plano, nem mesmo entre os brasi-leiros que são obcecados por nádegas. A prova incontestá-vel dessa verdade é que hoje as mulheres gastam o que podem e o que não podem

para aumentar as mamas com silicone e, assim, atrair a atenção do sexo oposto.

O que dizer, então, da mu-lher que se vê repentinamente vítima de uma doença cruel que pode ser fatal se não for tratada a tempo e ainda lhe deixa mutilada? Para essa

mulher é muito difícil supe-rar o trauma e muitas não conseguem fazê-lo de forma plena até que o seu corpo seja restaurado e suas formas novamente completadas tal qual a natureza dotou. É justo e compreensível, talvez não para os homens, que embora aleguem conhecer tudo sobre a mulher, em sua maioria não tem nem noção do que se passa no íntimo de uma alma feminina desejosa de estar bela para o ser amado.

Mulheres que sobreviveram a um câncer de mama são como amazonas guerreiras. São criaturas vitoriosas pelo simples fato de que lutaram bravamente pela vida, e a restauração de sua dignidade de fêmea com a reconstru-ção da mama é somente o reconhecimento de que elas merecem a felicidade que a vida tentou lhes roubar.

Que essa data não passe em branco e que as mulheres façam da luta contra o câncer de mama uma história com fi nal feliz. Bom domingo.

Coisa de [email protected]

Para comemorar o outubro rosa VERA LIMA

Amigas, chegamos ao outu-bro rosa, o mês voltado espe-cialmente à saúde do nosso corpo e, como não poderia deixar de ser, tratamos do as-sunto nesta edição, com todo o carinho, porque não dá para brincar com certas coisas nem

Coisa de [email protected]

Para comemorar

AUTOESTIMAMulheres mutiladas pelo câncer de mama são também vítimasde traumas psicoló-gicos e muitas vezes precisam de acompa-nhamento especializa-do para recuperara sua autoestima

De olho no que você comeUma alimentação equilibrada com frutas, verduras, vitaminas e ômega 3 pode infl uenciar positivamente na saúde dos olhos. Pesquisas comprovam que alimentos antioxidantes, como os vegetais, previnem até a degeneração macular

Diversos estudos indi-cam que quem come bem tem menos chances de desenvol-

ver doenças ost almológicas comuns entre idosos, como a catarata e a degeneração macular relacionada à idade.

Uma pesquisa publicada no Jornal Americano de Ost almo-logia, por exemplo, aponta que o risco de catarata é reduzido quando há maior ingestão de Ômega 3. No Brasil, artigo pu-blicado na Revista Brasileira de Ost almologia traz uma re-visão bibliográfi ca apontando os benefícios dos alimentos antioxidantes na prevenção à degeneração macular.

“É recomendável evitar o sódio, manter-se hidratado, ingerir cereais integrais, vitaminas A e C, além de frutas e legumes coloridos”, afirma o oftalmologista Gui-lherme Colombo Barboza, especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. A vitamina A, essencial para a visão saudável, é encontra-da em vegetais amarelos e alaranjados como cenoura e abóbora. Já a vitamina C está presente em alimentos como acerola, abacaxi, pimentões, couve e espinafre.

Segundo dados da OMS (Or-ganização Mundial da Saúde), existem no Brasil cerca de 2 milhões de portadores de ca-tarata e 120 mil novos casos a cada ano. A doença causa a perda de transparência do cristalino. Já a degeneração macular relacionada à idade, uma doença degenerativa que afeta a porção central da reti-na, atinge aproximadamente 3 milhões de brasileiros, se-gundo o Conselho Brasileiro de Ost almologia. As duas doen-ças podem levar à cegueira. “A falta de informação é uma barreira para a prevenção da cegueira no país. Há uma ideia errônea de que fi car cego é um processo natural do en-velhecimento e não pode ser evitado”, diz o médico.

Azeite virgem: alimento rico em ômega 3, ajuda na prevenção contra a dege-neração macular. Recomen-da-se a ingestão de 100 ml de azeite por semana.

Peixes: são fontes de ômega 3 e de vitaminas A, B, D e E. A ingestão de pei-xes aumenta a oxigenação no corpo, que é essencial para manter uma boa saú-de para os olhos.

Legumes, frutas e verduras amarelas e verdes: são fontes ricas

de carotenoides, subs-tância que preserva a mácula. Esse nutriente pode ser encontrado na laranja, maçã, tangerina, cenoura no mamão, bró-colis e couve.

Alho e cebola: são di-latadores dos vasos san-guíneos, diminuem a pres-são arterial e previnem o glaucoma.

Óleo de linhaça: fonte de ômega 3, favorece o tratamento para a sín-drome do olho seco.

Alimentos benéfi cos à visão:

Alguns suplementos alimentares também ajudam a manter os olhos saudáveis. “Po-rém, em geral uma boa dieta cumpre esse pa-pel”, explica Guilherme Barboza. Segundo ele, para utilizar esses su-plementos o ideal é que haja acompanha-mento médico.

Suplementos e orientação especializada

As vitaminas A e C, encontradas em vegetais e frutas coloridas, são recomendadas por especialistas como alimentos que ajudam a ter olhos mais saudáveis

A escolha dos alimentos é fundamental para uma boa saúde

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 F5

Outubro Rosa é o nome da campanha internacional de mobilização e de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. No Amazonas, várias manifestações estão sendo realizadas

Um gesto simbólico, mas que represen-ta uma ação de grande importância

para a saúde da mulher, as-sim foi o lançamento ofi cial da campanha “Outubro Rosa” em Manaus, realizado pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), iniciada no último dia primeiro com a iluminação da ponte Rio Negro (Compensa, Zona Oeste), que liga a capital ao município de Iranduba. Na ocasião, a ponte fi cou completamente rosa, pois a cor simboliza a luta contra o câncer de mama, doença que lidera a morte por câncer no mundo e no Ama-zonas só perde para o câncer de colo uterino.

O movimento “Outubro Rosa” iníciou em 1997, nas cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia (EUA). A campanha, que é caracterizada pela mu-dança de cor de ambientes públicos, costuma modifi car a iluminação de prédios e mo-

numentos deixando-os em cor-de-rosa, além de pintar muros, calçadas e bancos de praças. É comum também que empresas mudem as cores de seus sites para aderirem a causa. Só para se ter uma ideia, a campanha já iluminou a Torre de Pisa, na Itália, o Arco do Triunfo, em Paris, a Casa Branca, em Washington, e as Pirâmides do Egito.

No Brasil, já foram ilumina-dos o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; o Teatro Amazonas, em Manaus; a Pinacoteca, em São Paulo; a Ópera de Arame, no Paraná; e o Memorial Jus-celino Kubitschek, em Brasília. Além de Manaus, outros muni-cípios amazonenses também participam da campanha, como Carauari, iluminando a Unidade de Saúde da Família Manoel Messias, Japurá, co-brindo de rosa a prefeitura, e o município de Fonte Boa, modifi cando a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, Cor-reios, UBF e Assembleia de Deus, entre outros.

Diagnóstico precoceEm cerimônia presidida pelo

ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pela abertura das comemorações do “Outubro Rosa”, o presidente da Socie-dade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Anderson Sil-vestrini afi rmou que o diag-nóstico precoce do câncer de mama pode contribuir para reduzir entre 90% e 95% o risco de morte pela doença, já quando o câncer de mama é detectado tardiamente, as chances das mulheres é de apenas 30%.

O câncer de mama pode ainda não ser prevenido, mas já pode ser curado e isso é um grande

avanço. Hoje é pos-sível prolongar por até dez anos a vida de pacientes com câncer metastáti-

co. Por isso, quanto mais cedo for detec-

tado melhor

Gerson Mourão, mastologista

A Fundação Cecon fi cou iluminada de rosa para a campanha

Manaus se veste de rosa

Para o doutor Gerson Mourão, especialista em mastologia, que também atende pela FCecon, a pri-meira coisa que se precisa entender é que a mamogra-fi a é, hoje, um direito de todas as mulheres acima de 40 anos, entretanto essa ainda não é uma realida-de, já que o governo não consegue atender a todas as demandas. “Por outro lado, algumas pacientes não realizam o autoexame e deixam de procurar os

seus direitos por simples descuido”, lamenta o pro-fi ssional.

O resultado dessa culpa compartilhada é o grande número de pacientes com tumores em estágio avan-çados, onde não é possível mais se fazer a preserva-ção da mama. “Em todos os tumores pequenos a gente consegue preservar a mama, com auxílio da tecnologia do linfonodo sentinela”, pontua o mas-tologista Gerson Mourão.

Realidade no Amazonas

A técnica linfonodo sen-tinela evita o esvaziamen-to da região axilar e tam-bém da retirada da mama, trazendo menos traumas as pacientes e auxiliando na maior possibilidade de cura. “A vantagem é tanto pela parte estética como pela readaptação pós-tra-tamento, porque quando a mulher tira toda re-gião debaixo do braço, ela nunca mais poderá aferir a pressão naquele braço, nem tirar sangue e nun-ca mais poderá carregar peso para evitar compli-cações”, alerta o médico Gerson Mourão.

Segundo a Estimativa 2012 do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 340 mu-lheres devem ser acometi-das pela doença este ano no Amazonas, 290 delas só na capital. “O câncer de mama pode ainda não ser preveni-do, mas já pode ser curado e isso é um grande avanço.

Hoje é possível prolongar por até dez anos a vida de pacientes com câncer me-tastático. Por isso, quanto mais cedo for detectado, maior as chances de cura do câncer de mama”, destaca o médico, concluindo que todas as mulheres acima de 40 anos devem fazer o exame. “Oitenta por cento dos cânceres acontecem nas pessoas que não têm histórico na família e ocor-rem quase sempre depois dos 40 anos”, fi naliza.

Técnica menos traumática

Antes do evento maior na ponte Rio Negro, a FCecon realizou um pré-lançamen-to na própria sede, locali-zada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, que contou com a presença do diretor-presidente da ins-tituição, Edson de Oliveira Andrade, o secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim, e a primeira-dama do Estado, Nejmi Aziz. Du-rante o evento, houve distri-buição de fl ores e lanches a pacientes, acompanhantes e funcionários da institui-ção, apresentação musical e um momento de oração. Outras ações devem ser realizadas durante todo mês pelo Grupo de Apoio às Mulheres Mastectomi-zadas das Amazônia (Gam-ma), com o apoio Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc), Lar das Ma-rias, Lar do José, Amigos da Saúde, Liga Amazonense

Contra o Câncer (Lacc), Rede Feminina de Combate ao Câncer, Centro de Inte-gração Amigas da Mama (Ciam), entre outras.

InvestimentosUm dos momentos mais

signifi cativos da cerimônia girou em torno do anun-cio de Wilson Alecrim, que divulgou a construção de um espaço, intitulado Ca-samata, que abrigará o acelerador linear, apare-lho utilizado no tratamento radioterápico, tratando os tumores com mais precisão e evitando que tecidos sau-dáveis próximos à região do tumor sejam atingidos. Ainda de acordo com o secretário, os investimen-tos com a nova estrutura devem custar, aproxima-damente, R$ 3,5 milhões. A obra da Casamata iniciou em agosto e a previsão é para março de 2013.

Lançamento com novidades

O símbolo da campanha do combate ao câncer de mama

Pacientes e convidados reunidos no evento da FCecon

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

A primeira-dama do Estado, Nejme Aziz, tomou a frente de uma grande manifestação para conscientizar as mulheres

Manaus se veste de rosa para

ADVERTÊNCIASegundo o médi-co Gerson Mourão, todas as mulheres acima de 40 anos devem fazer o exa-me preventivo, mes-mo quem não tem histórico de câncer na família

NO PAÍS TODOEm vários cantos do país, a campanha ganha força e cor para alertar as mulheres sobre a importância de realizar anualmente o exame preventivo para detectar precocemente o câncer de mama

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Em todos os tu-mores pequenos a

gente consegue pre-servar a mama com auxílio da tecnologia do linfonodo senti-

nela

Gerson Mourão, mastologista

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 F5

Outubro Rosa é o nome da campanha internacional de mobilização e de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. No Amazonas, várias manifestações estão sendo realizadas

Um gesto simbólico, mas que represen-ta uma ação de grande importância

para a saúde da mulher, as-sim foi o lançamento ofi cial da campanha “Outubro Rosa” em Manaus, realizado pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), iniciada no último dia primeiro com a iluminação da ponte Rio Negro (Compensa, Zona Oeste), que liga a capital ao município de Iranduba. Na ocasião, a ponte fi cou completamente rosa, pois a cor simboliza a luta contra o câncer de mama, doença que lidera a morte por câncer no mundo e no Ama-zonas só perde para o câncer de colo uterino.

O movimento “Outubro Rosa” iníciou em 1997, nas cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia (EUA). A campanha, que é caracterizada pela mu-dança de cor de ambientes públicos, costuma modifi car a iluminação de prédios e mo-

numentos deixando-os em cor-de-rosa, além de pintar muros, calçadas e bancos de praças. É comum também que empresas mudem as cores de seus sites para aderirem a causa. Só para se ter uma ideia, a campanha já iluminou a Torre de Pisa, na Itália, o Arco do Triunfo, em Paris, a Casa Branca, em Washington, e as Pirâmides do Egito.

No Brasil, já foram ilumina-dos o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; o Teatro Amazonas, em Manaus; a Pinacoteca, em São Paulo; a Ópera de Arame, no Paraná; e o Memorial Jus-celino Kubitschek, em Brasília. Além de Manaus, outros muni-cípios amazonenses também participam da campanha, como Carauari, iluminando a Unidade de Saúde da Família Manoel Messias, Japurá, co-brindo de rosa a prefeitura, e o município de Fonte Boa, modifi cando a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, Cor-reios, UBF e Assembleia de Deus, entre outros.

Diagnóstico precoceEm cerimônia presidida pelo

ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pela abertura das comemorações do “Outubro Rosa”, o presidente da Socie-dade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Anderson Sil-vestrini afi rmou que o diag-nóstico precoce do câncer de mama pode contribuir para reduzir entre 90% e 95% o risco de morte pela doença, já quando o câncer de mama é detectado tardiamente, as chances das mulheres é de apenas 30%.

O câncer de mama pode ainda não ser prevenido, mas já pode ser curado e isso é um grande

avanço. Hoje é pos-sível prolongar por até dez anos a vida de pacientes com câncer metastáti-

co. Por isso, quanto mais cedo for detec-

tado melhor

Gerson Mourão, mastologista

A Fundação Cecon fi cou iluminada de rosa para a campanha

Manaus se veste de rosa

Para o doutor Gerson Mourão, especialista em mastologia, que também atende pela FCecon, a pri-meira coisa que se precisa entender é que a mamogra-fi a é, hoje, um direito de todas as mulheres acima de 40 anos, entretanto essa ainda não é uma realida-de, já que o governo não consegue atender a todas as demandas. “Por outro lado, algumas pacientes não realizam o autoexame e deixam de procurar os

seus direitos por simples descuido”, lamenta o pro-fi ssional.

O resultado dessa culpa compartilhada é o grande número de pacientes com tumores em estágio avan-çados, onde não é possível mais se fazer a preserva-ção da mama. “Em todos os tumores pequenos a gente consegue preservar a mama, com auxílio da tecnologia do linfonodo sentinela”, pontua o mas-tologista Gerson Mourão.

Realidade no Amazonas

A técnica linfonodo sen-tinela evita o esvaziamen-to da região axilar e tam-bém da retirada da mama, trazendo menos traumas as pacientes e auxiliando na maior possibilidade de cura. “A vantagem é tanto pela parte estética como pela readaptação pós-tra-tamento, porque quando a mulher tira toda re-gião debaixo do braço, ela nunca mais poderá aferir a pressão naquele braço, nem tirar sangue e nun-ca mais poderá carregar peso para evitar compli-cações”, alerta o médico Gerson Mourão.

Segundo a Estimativa 2012 do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 340 mu-lheres devem ser acometi-das pela doença este ano no Amazonas, 290 delas só na capital. “O câncer de mama pode ainda não ser preveni-do, mas já pode ser curado e isso é um grande avanço.

Hoje é possível prolongar por até dez anos a vida de pacientes com câncer me-tastático. Por isso, quanto mais cedo for detectado, maior as chances de cura do câncer de mama”, destaca o médico, concluindo que todas as mulheres acima de 40 anos devem fazer o exame. “Oitenta por cento dos cânceres acontecem nas pessoas que não têm histórico na família e ocor-rem quase sempre depois dos 40 anos”, fi naliza.

Técnica menos traumática

Antes do evento maior na ponte Rio Negro, a FCecon realizou um pré-lançamen-to na própria sede, locali-zada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, que contou com a presença do diretor-presidente da ins-tituição, Edson de Oliveira Andrade, o secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim, e a primeira-dama do Estado, Nejmi Aziz. Du-rante o evento, houve distri-buição de fl ores e lanches a pacientes, acompanhantes e funcionários da institui-ção, apresentação musical e um momento de oração. Outras ações devem ser realizadas durante todo mês pelo Grupo de Apoio às Mulheres Mastectomi-zadas das Amazônia (Gam-ma), com o apoio Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc), Lar das Ma-rias, Lar do José, Amigos da Saúde, Liga Amazonense

Contra o Câncer (Lacc), Rede Feminina de Combate ao Câncer, Centro de Inte-gração Amigas da Mama (Ciam), entre outras.

InvestimentosUm dos momentos mais

signifi cativos da cerimônia girou em torno do anun-cio de Wilson Alecrim, que divulgou a construção de um espaço, intitulado Ca-samata, que abrigará o acelerador linear, apare-lho utilizado no tratamento radioterápico, tratando os tumores com mais precisão e evitando que tecidos sau-dáveis próximos à região do tumor sejam atingidos. Ainda de acordo com o secretário, os investimen-tos com a nova estrutura devem custar, aproxima-damente, R$ 3,5 milhões. A obra da Casamata iniciou em agosto e a previsão é para março de 2013.

Lançamento com novidades

O símbolo da campanha do combate ao câncer de mama

Pacientes e convidados reunidos no evento da FCecon

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

A primeira-dama do Estado, Nejme Aziz, tomou a frente de uma grande manifestação para conscientizar as mulheres

Manaus se veste de rosa para

ADVERTÊNCIASegundo o médi-co Gerson Mourão, todas as mulheres acima de 40 anos devem fazer o exa-me preventivo, mes-mo quem não tem histórico de câncer na família

NO PAÍS TODOEm vários cantos do país, a campanha ganha força e cor para alertar as mulheres sobre a importância de realizar anualmente o exame preventivo para detectar precocemente o câncer de mama

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Em todos os tu-mores pequenos a

gente consegue pre-servar a mama com auxílio da tecnologia do linfonodo senti-

nela

Gerson Mourão, mastologista

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Page 6: Saúde - 7 de outubro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012F6 Saúde e bem-estar

Métodos específi cos quegarantem saúde integral Com nomes parecidos a laparoscopia a histeroscopia são exames capazes de detectar problemas do trato uterino

Miomas, pólipos, endometriose e problemas de in-fertilidade são

alguns dos casos de doen-ças do universo feminino em que a videolaparoscopia e a histeroscopia são indicadas. Enquanto um verifi ca com-plicações dentro do próprio útero o outro analisa possí-veis disfunções externas ao útero, mas que estão ligadas ao órgão reprodutivo.

“A histeroscopia é a técnica mais indicada para mazelas específi cas do útero, como miomas, pólipos e problemas de má-formação uterina. Já a videolaparoscopia permite o exame direto do abdômen e é muito útil no diagnóstico de endometrioses, infertilidade, dor pélvica e cirurgias pélvi-cas videoassistidas”, explica a ginecologista e obstetra Sigrid Cardoso, que já foi diretora da maternidade Bal-bina Mestrinho e atualmente é professora da faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas.

A especialista explica que a videolapascopia é uma técni-ca cirúrgica moderna e pou-co invasiva, pois se trata da abertura de pequenos orifí-cios, por onde serão introduzi-dos os materiais necessários para a cirurgia. “A grande van-tagem desse tipo de cirurgia é que há menor agressão ao paciente, abreviando o tempo de internação e de retorno à rotina”, destaca.

O exame permite a visão

da cavidade pélvica, mos-trando a anatomia do úte-ro, trompas e ovários, além da identifi cação de defeitos anatômicos, possibilitando a correção de alguns casos. “Em caso de endometriose, pode-mos fazer a cauterização dos focos, melhorando as condi-ções pélvicas para tentativa de gestação e, ainda, realizar a avaliação da trompa em casos de infecções passa-

das e sua correlação com a possibilidade de gestação”, completa Sigrid.

O método é realizado com a introdução de material líqui-do (azul de metileno), por meio do colo uterino, testando a passagem pelas trompas, onde é visto na videolapa-roscopia a região distal com permeabilidade ou não para cavidade pélvica. “Assim, a videolaparoscopia, deixou de ser um exame somente de visualização, mas ao mesmo tempo, permite um tratamen-to das condições alteradas da pelve dependendo do caso”, aponta a profi ssional.

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

Histeroscopia é a técnica mais indi-cada para mazelas

do útero, como miomas, pólipos e problemas de má- formação uterina

Sigrid Cardoso, ginecologista e obstetra

Na histeroscopia é possível visualizar a cavidade uterina por dentro, permitindo a retirada, por exemplo, de miomas e pólipos sem ser preciso fazer qualquer corte. “É um exame simples, mas poucas pessoas sabem o que é histeroscopia e para que serve esse procedimento, tão pou-co conhecem a impor-tância dele, que é peça chave quando o assun-to é pólipo endome-trial, miomas uterinos e câncer de endométrio”, ressalta a ginecologis-ta e obstetra. O exa-me pode ser realizado com dois objetivos, um deles é completar a investigação de um problema, como um sangramento anormal depois da menopausa, o outro é para funcio-nar como cirurgia para retirar um mioma que esteja difi cultando um casal de engravidar ou causando hemorragias na mulher.

“A histeroscopia é ca-paz de mostrar pólipos e miomas da camada interna do útero, o cha-mado endométrio, mal-formações uterinas que podem provocar abor-tos e até esterilidade. Em alguns casos, até mesmo o câncer de endométrio pode ser diagnosticado através da histeroscopia diag-nóstica, seguida, é cla-ro, por biópsia”, pontua a especialista.

Investigação intrauterina e tratamento

A medição de pressão e os exames anuais são medidas que a mulher deve observar sempre

Uma gravidez tranquila tem que ter um acompanhento

A saúde da mulher depende de diversos cuidados médicos

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012

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Page 7: Saúde - 7 de outubro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012 F7Saúde e bem-estar

Personal Fitness Club

Volte a treinar sem se machucar Dietas, exercícios e mudan-

ças de estilo de vida. Essas são as três peças básicas de qualquer treinamento para quem busca saúde e boa for-ma. Não adianta procurar fórmulas milagrosas porque elas só existem em filmes e novelas. Na vida real, a ordem é disciplina, persistência e vigilância. Disciplina para re-alizar os treinos pelo menos três vezes por semana; persis-tência para não desanimar no meio do caminho e vigilância para não ingerir mais calorias do que aquilo que consome. De olho nesses itens, o resto fica mais fácil e os resultados têm maior probabilidade de aparecer em um espaço me-nor de tempo.

Para quem está há muito tempo sem praticar atividades físicas e quer recuperar o tem-po perdido não adianta ir com muita sede ao pote. O ideal, segundo especialistas, é ter pa-ciência e cuidados para evitar lesões. Até mesmo quem saiu de

férias e esqueceu a malhação por mais de três semanas deve ser cauteloso na volta, porque após duas semanas sem se exercitar o corpo perde me-tade do que foi conquistado. Como se pode verificar, o corpo humano se assemelha muito mais a uma máquina do que poderíamos supor. E máquina parada enferruja.

Orientação profissionalÉ certo que quem já malhou e

parou por um curto período de tempo tem muito mais chance de recuperar o tempo perdido que alguém que nunca tenha se exercitado com regulari-dade. Mas não deixe o tempo passar a toa porque ninguém fica imune aos males do se-dentarismo. Após três meses parado o corpo perde todos os benefícios e o praticante tem que começar do zero, com uma nova planilha de treina-mento. Nessa volta, o ideal é contar com a orientação de um personal trainer, que

vai lhe mostrar exatamente o que você deve fazer para recuperar a boa forma física sem prejuízo às articulações.

E não se assuste com a pos-sível sensação de preguiça nos primeiros dias de academia. A questão é que o corpo precisa de um tempo de adaptação. Comece a treinar pelo menos três vezes por semana e logo você vai perceber os benefí-cios cardiorrespiratórios e de fortalecimento muscular.

SERVIÇOACADEMIA PERSONAL FITNESS CLUB

Endereço:

Informações:

Rua Acre, 66Nossa Senhora das Graças

3584-03173584 2115

Marina treina cinco vezes por semana e diz que não abre mão das atividades físicas

Xô, sedentarismo, é hora de retomar as atividades O sedentarismo é um vilão silencioso que pode contribuir para enfermidades, ao contrário dos exercícios físicos

Mais do que nunca, hoje em dia, a prá-tica de exercícios físicos tem sido

totalmente recomendada por médicos de diversas especia-lidades como medida mais saudável e também eficaz de tratar os mais variados dis-túrbios e doenças. Os exercí-cios físicos são indispensáveis para o bom funcionamento do corpo e do organismo como um todo, e quem não pratica alguma atividade acaba en-ferrujando. Hoje, milhares de academias divulgam a prática de esportes e outros exercícios físicos para se obter um corpo malhado e um visual atraen-te. Mas, praticar exercícios físicos é muito mais do que conseguir um “corpaço”, é ter uma atitude inteligente em relação a si próprio, ou seja, é uma questão de saúde.

Diversos estudos compro-vam que a prática de exercí-cios físicos traz uma melhoria na qualidade de vida e tam-bém auxilia na prevenção e controle de vários problemas de saúde, como sintomas de ansiedade, depressão, doen-ças cardiovasculares, pressão arterial, dentre outros.

A dona de casa Creuza Eu-nice, 57 anos, se tornou um exemplo para muita gente

quando superou uma artrose há 3 anos. Na época, ela mal conseguia andar com tanta dor nos joelhos e na coluna e chegou a pensar que iria ficar paralítica. Tudo isso por conta do peso, que estava bem acima do ideal.

Mas antes da enfermidade dona Creuza já praticava ati-vidades físicas em um grupo de terceira idade no bairro Armando Mendes, e, mesmo com dor, se esforçava para fazer uma visitinha ao grupo, pois quanto mais ela ficava em casa, pior ficava. Após orien-tação médica e o incentivo do esposo e filhos, dona Creuza conseguiu combater a doença e voltar a praticar atividades físicas no grupo, onde perdeu 20 quilos e hoje já não sente nenhuma dor.

“Sempre gostei de dançar e praticar exercícios, mesmo quando eu estava com muita dor. Eu via meus colegas pra-ticando exercícios e isso era o que me incentivava ainda mais para que eu não ficasse em casa acomodada aceitando a doença. Só para se ter uma ideia, eu pesava 120 quilos e agora estou com 102, mas para isso eu precisei cortar muita coisa que prejudicava minha saúde, como refrige-rante e salgados. Agora, todos os anos eu faço um checape e graças a Deus, nunca mais senti nenhuma dor”, relata.

WANDILSON PRATAEspecial EM TEMPO

Dona Creuza e seu Sandro exibindo as suas medalhas

Nos casos como da dona Creuza é essencial ter um acompanhamento médico. O aconselhável é procurar sempre a orientação de um profissional da saúde, antes de começar a praticar qual-quer atividade física.

De acordo com o especia-lista em cardiologia e medi-cina desportiva Aristóteles Alencar, antes da prática de qualquer atividade física sis-temática, competitiva ou de

recreio, independentemente da idade, deve-se procurar orientação profissional. “É sempre bom procurar um médico, de preferência um cardiologista para ver se não existe algum problema que possa agravar durante a ati-vidade física intensa. Se for detectado algum problema ortopédico, uma consulta ao ortopedista é essencial. A atividade física deverá ser prescrita pelo educador

físico com curso superior”, explica o médico.

Outra recomendação do especialista é para pesso-as que sofreram algum tipo de doença grave, como um infarto. “O sucesso da recu-peração de um paciente que apresentou infarto agudo do miocárdio, é a mudança ra-dical de estilo de vida. Não fumar, alimentação balan-ceada e, principalmente, a prática regular de atividades

físicas. Em termos de exercí-cios é importante uma ativi-dade chamada reabilitação cardíaca. Após seis meses da cirurgia de revascularização o paciente já poderá praticar inúmeras atividades físicas orientadas, que ajudarão bastante sua recuperação. Imediatamente após a cirur-gia já se iniciam as sessões de fisioterapia respiratório para a expansão dos pul-mões”, conclui Alencar.

Ajuda especializada para a recuperação

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Infarto, diabetes, obesidade e outras doenças encontram campo fértil quando a pessoa se entrega ao sedentarismo

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F8 MANAUS, DOMINGO, 7 DE OUTUBRO DE 2012Saúde e bem-estar

Olhos vermelhos podemser um sinal de hipertensão

Um dos muitos sintomas da pressão alta pode ser facilmente identificado es-tando cara a cara com o paciente: os olhos verme-lhos. Dados da Mayo Clinic revelam que em 90% dos casos trata-se de hiperten-são primária, quando não há causa identificável. Já os 10% restantes estão relacio-nados a algum outro proble-ma de base, como falência dos rins e tumores, ou ainda a medicações como a pílula anti-concepcional e os antigripais.

De acordo com o doutor Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, quando a vermelhidão nos olhos é persistente, vale a pena consultar um ostalmo-logista para descartar outros problemas relevantes. Como

os vasos sanguíneos dos olhos são relativamente mais finos, Neves diz que, em caso de hipertensão, eles respondem ao aumento de pressão san-guínea inicialmente inchando e, inclusive, rompendo – provo-cando hemorragia ocular. “O sangue costuma se espalhar e ficar mais visível na parte branca e aquosa dos olhos. É preciso ressaltar que, ini-cialmente, não há razão para alarde. Os olhos podem estar vermelhos devido a um perí-odo de noites mal dormidas. Caso o quadro persista e seja acompanhado de alguns dos sintomas descritos, daí sim é importante procurar um médi-co ostalmologista e controlar a pressão arterial – ciente de que o padrão da pressão normal é 12x8”.

ALERTA

Se a vermelhidão persistir, é melhor procurar um médico

Após uma cirurgia de redução de estômago, os médicos aconselham que a mulher espere pelo menos um ano antes de engravidar, para evitar problemas

Gestação após cirurgia bariátrica é complexa

A cirurgia para redução do estômago tem sido cada vez mais procu-rada pelos brasileiros,

tanto que segundo a Socie-dade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, são realizadas cerca de 60 mil cirurgias bariátricas ao ano. Neste grupo estão mulheres que buscam este tratamento, estão em idade fértil e têm dificuldade para engravidar devido à obesidade, que afeta o ciclo menstrual.

O gastroenterologista Re-nato Barreto, do Hospital e Maternidade Assunção, lem-bra que somente o paciente que apresenta índice de massa corpórea (IMC) acima de 35 ou 40 acompanhado de doenças cardíacas ou vasculares pode ser submetido à cirurgia ba-riátrica. “É recomendado que a mulher aguarde ao menos 1 ano após a cirurgia para en-gravidar”, avalia. Segundo ele, também será necessário ter o acompanhamento de um es-pecialista em endocrinologia para controlar seu peso e con-sumir vitaminas importantes para o bom desenvolvimento da gestação.

Além disso, após a cirurgia, é essencial que as avaliações nutricionais, psicológicas e vasculares continuem sendo feitas por um certo tempo. Para evitar complicações na gravidez, a mulher deve fazer todos os exames após a cirurgia

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