Saúde - 11 de março de 2012

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Sa úde Caderno E e bem- estar [email protected] MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012 (92) 3090-1017 Saúde e bem-estar E3 O perigo do alimento contaminado E quem disse que elas estão ultrapassadas? Bem diferente de antigamente, as vovós de hoje nada têm em comum com as senhoras pacatas de antigamente M ais preocupadas com a saúde e com a beleza, mais ativas e com aparência jovial, além de li- gadíssimas nas redes sociais e novidades da indústria da informação, as vovós de hoje dão “banho” de modernidade em muito marmanjo. E, não é para menos, com um cotidia- no cada vez mais rodeado pela tecnologia e com maiores possibilidades para manter a qualidade de vida, o que não falta é tempo para elas investirem em si mesmas. Trabalho, academia, massa- gem linfática, aulas de dança, visita regulares ao salão de be- leza, viagens e vários passeios com os amigos. Uma rotina que mais parece de uma ado- lescente, mas que na verdade é de uma “vovozona” de seis netos e com direito a todos os aumentativos cabíveis. Lizete Rodrigues, profes- sora do ensino fundamental, se encaixa perfeitamente no perfil da avó moderna. Vaidosa ao ponto de não querer reve- lar a idade, Liz, como prefere ser chamada, tem uma vida social bastante movimentada, mas não abre mão de cuidar dos netos e netas. “Eu adoro passar o tempo com meus ne- tinhos e participo ativamente no crescimento e na educação deles”, pontua. E, no que diz respeito ao clássico papel de vovozinha, de dar carinho, ser amiga e, claro, mimar bastante, Liz e a maioria das vovós continu- am seguindo a tradição. “Uma coisa não tem nada ver com a outra. Sou moderna e gosto de me sentir bem, mas também sou muito bem resolvida com esse lance de avó. Trabalho, me divirto, cuido da saúde e sempre arrumo um tempo para curtir os filhos dos meus filhos, que são como se fossem meus”, orgulha-se. Com roupas leves e despo- jadas, deixando à mostra as pernas muito bem torneadas, é assim que constantemente Lizete sai com os filhos e ne- tos – as pequenas Giovana e Sophia, de 1 e 2 anos respec- tivamente, Larissa, de oito anos, Michel, de 9, Guilherme, 10, e Letícia, de 12 anos. E quando está com eles, Liz brinca de pular corda, ama- relinha e bola, isso sem falar nas trocas de confidências. Entre os locais mais visitados estão os vários balneários e cinemas da cidade, onde ela se diverte com todos. ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO Lizete curte com muito pique e energia os seis netos Vovó Sandra diz que hoje os jovens são mais emancipados Sandra, que é avó de Júnior, 18, Giovani, 11, Lo- renzo, de 3 anos, e Pietro, de 2 aninhos, faz uma com- paração com a liberdade de expressão de hoje e a que era dada pelos pais e avós de antigamente. “A gen- te pode e deve conversar com os filhos e netos so- bre tudo e ter uma relação bem aberta. É o que chamo de liberdade vigiada, algo impensável nas gerações passadas, quando a relação familiar era muito hierár- quica e quase sem nenhum diálogo”, lembra. Ela defende a teoria que a sociedade moderna ain- da está em processo de mudança e que as crian- ças são as primeiras a se adaptar por já crescerem em um ambiente muito mais comunicativo e re- cebendo informações de todos os lados. Uma relação bem moderna Sandra (esquerda) não revela a idade e adora uma “balada” No último Censo Demo- gráfico realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados mostraram que o país segue para o envelhecimento da popula- ção, uma vez que a taxa mé- dia anual de crescimento baixou de 1,64%, em 2000, para 1,17%, em 2010. Pa- ralelamente, foi verificado o aumento contínuo da re- presentatividade de idosos com mais de 65 anos, sal- tando de 4,8%, em 1991, para 7,4%, em 2010. Diante desses dados, é natural que com uma po- pulação mais envelhecida o governo invista mais na qualidade de vida das pessoas mais velhas. Isso explica a melhoria na qua- lidade de vida das vovós, levando em consideração ainda a forte preocupação nos dias de hoje com a apa- rência, tornando o ramo de cirurgia plástica um que- sito à parte, que retarda cada vez mais os efeitos do envelhecimento. “Sou do pensamento que cada indivíduo tem que se sentir bem consigo, inde- pendentemente da idade que tenha. O importante é fazer aquilo que lhe tra- ga satisfação e que não venha a prejudicar a sua integridade e nem fira os princípios morais”, afirma Sandra Gióia, 51. É esse pensamento tão definido que, provavelmente, forne- ça tanto pique à psicóloga, que é viciada em acade- mia, trabalha, vê os quatro netos todos os dias e ainda tem tempo para aproveitar o convívio com os amigos nos bares e restaurantes mais badalados da cidade, além de estar constante- mente viajando. É tempo de renovação Lizete é adepta de todas as modernidades e é fã do Facebook Estilosa, Lizete aproveitando a companhia dos filhos Eu adoro passar o tempo com meus netinhos e participo ativamente no cres- cimento e educação deles Lizete Rodrigues, professora IDOSOS A população brasi- leira segue para um processo de envelhe- cimento. O aumento de idosos com mais de 65 anos passou de 4,8% em 1991, para 7,4%, em 2010 FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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Saúde - Caderno de saúde e bem-estar do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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e [email protected], DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012 (92) 3090-1017

Saúde e bem-estar E3

O perigo do alimentocontaminado

E quem disse que elas estão ultrapassadas?Bem diferente de antigamente, as vovós de hoje nada têm em comum com as senhoras pacatas de antigamente

Mais preocupadas com a saúde e com a beleza, mais ativas e com

aparência jovial, além de li-gadíssimas nas redes sociais e novidades da indústria da informação, as vovós de hoje dão “banho” de modernidade em muito marmanjo. E, não é para menos, com um cotidia-no cada vez mais rodeado pela tecnologia e com maiores possibilidades para manter a qualidade de vida, o que não falta é tempo para elas investirem em si mesmas.

Trabalho, academia, massa-gem linfática, aulas de dança, visita regulares ao salão de be-leza, viagens e vários passeios com os amigos. Uma rotina que mais parece de uma ado-lescente, mas que na verdade é de uma “vovozona” de seis netos e com direito a todos os aumentativos cabíveis.

Lizete Rodrigues, profes-sora do ensino fundamental, se encaixa perfeitamente no perfi l da avó moderna. Vaidosa ao ponto de não querer reve-lar a idade, Liz, como prefere ser chamada, tem uma vida social bastante movimentada, mas não abre mão de cuidar dos netos e netas. “Eu adoro passar o tempo com meus ne-tinhos e participo ativamente no crescimento e na educação deles”, pontua.

E, no que diz respeito ao clássico papel de vovozinha, de dar carinho, ser amiga e, claro, mimar bastante, Liz e

a maioria das vovós continu-am seguindo a tradição. “Uma coisa não tem nada ver com a outra. Sou moderna e gosto de me sentir bem, mas também sou muito bem resolvida com esse lance de avó. Trabalho, me divirto, cuido da saúde e sempre arrumo um tempo para curtir os fi lhos dos meus fi lhos, que são como se fossem meus”, orgulha-se.

Com roupas leves e despo-jadas, deixando à mostra as pernas muito bem torneadas,

é assim que constantemente Lizete sai com os fi lhos e ne-tos – as pequenas Giovana e Sophia, de 1 e 2 anos respec-tivamente, Larissa, de oito anos, Michel, de 9, Guilherme, 10, e Letícia, de 12 anos. E quando está com eles, Liz brinca de pular corda, ama-relinha e bola, isso sem falar nas trocas de confi dências. Entre os locais mais visitados estão os vários balneários e cinemas da cidade, onde ela se diverte com todos.

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

Lizete curte com muito pique e energia os seis netos Vovó Sandra diz que hoje os jovens são mais emancipados

Sandra, que é avó de Júnior, 18, Giovani, 11, Lo-renzo, de 3 anos, e Pietro, de 2 aninhos, faz uma com-paração com a liberdade de expressão de hoje e a que era dada pelos pais e avós de antigamente. “A gen-te pode e deve conversar com os fi lhos e netos so-bre tudo e ter uma relação bem aberta. É o que chamo de liberdade vigiada, algo impensável nas gerações

passadas, quando a relação familiar era muito hierár-quica e quase sem nenhum diálogo”, lembra.

Ela defende a teoria que a sociedade moderna ain-da está em processo de mudança e que as crian-ças são as primeiras a se adaptar por já crescerem em um ambiente muito mais comunicativo e re-cebendo informações de todos os lados.

Uma relação bem moderna

Sandra (esquerda) não revela a idade e adora uma “balada”

No último Censo Demo-gráfi co realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), dados mostraram que o país segue para o envelhecimento da popula-ção, uma vez que a taxa mé-dia anual de crescimento baixou de 1,64%, em 2000, para 1,17%, em 2010. Pa-ralelamente, foi verifi cado o aumento contínuo da re-presentatividade de idosos com mais de 65 anos, sal-tando de 4,8%, em 1991, para 7,4%, em 2010.

Diante desses dados, é natural que com uma po-pulação mais envelhecida o governo invista mais na qualidade de vida das pessoas mais velhas. Isso explica a melhoria na qua-lidade de vida das vovós, levando em consideração ainda a forte preocupação nos dias de hoje com a apa-rência, tornando o ramo de cirurgia plástica um que-sito à parte, que retarda cada vez mais os efeitos do envelhecimento.

“Sou do pensamento que cada indivíduo tem que se

sentir bem consigo, inde-pendentemente da idade que tenha. O importante é fazer aquilo que lhe tra-ga satisfação e que não venha a prejudicar a sua integridade e nem fi ra os princípios morais”, afi rma Sandra Gióia, 51. É esse pensamento tão defi nido que, provavelmente, forne-ça tanto pique à psicóloga, que é viciada em acade-mia, trabalha, vê os quatro netos todos os dias e ainda tem tempo para aproveitar o convívio com os amigos nos bares e restaurantes mais badalados da cidade, além de estar constante-mente viajando.

É tempo de renovação

Lizete é adepta de todas as modernidades e é fã do Facebook

Estilosa, Lizete aproveitando a companhia dos fi lhos

Eu adoro passar o tempo com meus

netinhos e participo ativamente no cres-cimento e educação

deles

Lizete Rodrigues, professora

IDOSOSA população brasi-leira segue para um processo de envelhe-cimento. O aumento de idosos com mais de 65 anos passou de 4,8% em 1991, para 7,4%, em 2010

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012E2 Saúde e bem-estar

Após a criação da Universi-dade do Estado do Amazonas em 2001, entreguei ao Gover-nador Amazonino Mendes uma carta manifestando minha sa-tisfação, parabenizando-o pelo gesto nobre de quem realmente conhece as necessidades do seu Estado e que desta forma abrir-se-iam novas perspecti-vas para os jovens em diferen-tes áreas estabelecidas pela lei n.º 2637/2001, proporcionando concomitantemente, oportuni-dades para interiorização do ensino superior. E dizia que nova chama de esperança se acendia no espírito do povo amazonense.

Na mesma manifestação eu fazia uma pergunta: por que não o curso de farmácia? Esta mesma pergunta (ainda bem atual) faço hoje ao governador Omar Aziz, 11 anos depois. Além de ser uma necessidade, o manifesto é uma legítima reivindicação de um farmacêutico que entende que a questão da saúde tem sido enca-rada, até aqui, como simples ação setorial de assistência médica, ao

invés de fundar-se na concepção da saúde, um fruto do desenvolvi-mento econômico-social e, mais do que um direito individual, um bem inalienável da condição humana, como vida, que cumpre ao Estado proteger, defender e proporcionar sua recuperação.

O Estado precisa reconhecer o real valor da farmácia e dos farmacêuticos. “Não adianta a assistência à saúde chegar até a receita médica, se a receita não chegar até ao medica-mento, pois o doente conti-nua a sofrer da doença”. Não há como ignorar o papel do medicamento e do farmacêu-tico como elementos básicos e indispensáveis nas ações de Saúde a dar todas as informa-ções e conselhos necessários para ocasionar uma segurança precisa e correta.

O medicamento em nível da promoção da saúde e prevenção da doença exige que o patamar da cura e recuperação atingido assuma sua responsabilidade não só hoje, mas também no

futuro, em razão da sua rele-vância e continuará sendo como sempre foi de importância fun-damental. Ele tem contribuído para a melhoria da qualidade e aumento da esperança de vida da humanidade. Isso está universalmente reconhecido e o farmacêutico é o único profi ssional da Saúde que tem sua formação técnico-científi ca fundada na articulação de co-nhecimento das áreas biológicas e exatas, a saúde como um todo.

Dessa forma, ele traz para sua área de atuação, conhecimento de análises clínicas e toxicológi-cas e, ainda, de processamento e controle de medicamentos, além da competência privativa na produção nos estabelecimentos industriais de insumos farma-cêuticos, dietéticos, cosméticos, homeopáticos, alimentações en-teral e parenteral, e rumaram, dentro de uma visão moderna, para o preparo e dispensação de antineplásicos além de acompa-nhar e controlar as prescrições dos medicamentos.

Farmácia versus UEA

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

EditoraVera [email protected]

RepórteresAlita MenezesCamila Henriques

DiagramaçãoMarcelo Robert

RevisãoAntônio Fonseca

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Se você costuma apresentar aquela vermelhidão nos olhos quando dorme pouco ou quando foi submetido a muita poeira e vento sem a proteção adequada, aqui vai uma boa dica para deixar seus olhos claros e sem irritação. Pegue uma pequena xícara com água e adoce com duas colheres de açúcar. Mexa bem e coloque na geladeira por alguns segundos para fi car bem gelado. Faça compressas com algodão embebido nessa mistura e coloque sobre os olhos durante três minutos. Se ne-cessário repita a operação depois de 30 minutos. Você vai sentir a diferença.

Olhos vermelhos? Veja aqui a receita caseira ideal

A amora não é uma fruta muito apreciada na nossa região, mas é rica em vitaminas e apresenta uma série de vantagens para a saúde por sua composição altamente nutritiva. A fruta contém uma grande percentagem de fi bras, de vitamina C, de vitamina K e de ácido fólico. Você pode aproveitar a fruta para fazer um poderoso suco anti-idade. A dica é usar um comprimido efervescente de vitamina C com Zinco e três amoras bem maduras. Dissolva a pastilha de vitamina C em 1/2 copo ameri-cano de água. Em seguida, bata no mixer a água com vitamina C diluída a as amoras. Aplicar sobre a face, pescoço, colo e mãos, uma a duas vezes por semana. Deixar por dez minutos. Lavar com água e acrescentar o creme antioleosidade ou maquiagem.

Soro anti-idade com suco de amora e zinco

Não há como negar que os ca-minhos da medicina, na busca da arqueologia da doença, caminham na direção das menores porções da matéria viva, para o átomo e as partículas subatômicas. Dessa forma, é possível articular processo teórico para rever alguns pres-supostos da medicina, tomando como parâmetro o caos, a insta-bilidade que persiste.

Apesar do grande avanço tecno-lógico, interferindo cada vez mais profundamente no domínio da na-tureza, persistem muitas questões fundamentais para que se possa compreender melhor a coisa em si (referida ao conceito kantiano). Contudo, deve fi car claro que essa abordagem está voltada à certeza da resolução do processo históri-co do conhecimento, como ponte para transformar a coisa em si para coisa para nós.

O caos está presente na natureza circundante e se manifesta quando um objeto é submetido ao efeito de mais de uma força gerando si-tuações impossíveis, com os atuais conhecimentos, de previsibilidade. Os exemplos dessas bizarras situa-ções, desde as mais banais, como a tentativa de prever o próximo movimento de uma folha que corre livre ao sabor da corrente das águas de um rio, às complexas, como a bactéria sobrevive na cor-rente sanguínea, até às previsões climáticas (o movimento do ar). Nestes exemplos, mesmo com a ajuda dos supercomputadores, não

é possível saber o que poderá acontecer à folha, à bactéria e se terá ou não tempestade, num de-terminado dia, mesmo utilizando os mais sofi sticados e complexos sistemas de cálculos.

A maior difi culdade reside em separar a supremacia do caos à aparente estabilidade e ritmo da natureza. Aqui, tudo se apresenta dentro de um ritmo uniforme e eterno: a noite, o dia, as estações do ano, as estrelas e o movimento dos planetas. Sob a construção desse ritmo aparente, o homem começou a transformar a natureza e acumulou saberes. Do mesmo semelhante, se construiu a com-preensão estática da saúde e da doença, onde parecia existir um divisor de águas entre o homem doente e o sadio, sendo aquele representado pela negação e este pela afi rmação da vida.

O matemático francês Henri Poincaré (1854-1912) demons-trou a instabilidade mesmo nos sistemas simples. Esse pensador acabou fi cando conhecido tam-bém pela avançada concepção acerca da comodidade da ci-ência, onde as teorias científi -cas traduziriam, unicamente, a arbitrariedade da razão com o objetivo de tornar inteligível um conjunto de fatos observados.

O atual entendimento de insta-bilidade regendo o conjunto que mantém a vida no planeta é majes-toso e, ao mesmo tempo, refl exivo; também fantástico porque mer-

gulhou os cientistas na incerteza angustiante porque colocou por terra as certezas acabadas.

O estudo do caos está abrin-do a matemática aos sentidos do homem onde a capacidade de abstrair formas espaciais foi incor-porada à geometria diversa da eu-clidiana. Mesmo com a indiscutível indeterminação de Heisemberg, os médicos e fi siologistas são capa-zes de imaginar como é a projeção espacial de uma molécula de ADN e o feedback (retroalimentação) dos hormônios hipotalâmico hipofi sá-rio no controle das glândulas en-dócrinas (tireóide, ovário, testículo, suprarenal etc.) para o equilíbrio de funções vitais de mitos animais, especialmente, nos humanos.

O avanço foi concomitante em várias direções. Um novo entendi-mento de espaço surgiu e envolveu o caos trazendo subsídios ainda maiores e mais concretos para re-compor o equilíbrio tridimensional. Nesse contexto, parece razoável pressupor que as doenças, de certo modo compondo situações biológicas abstratas, nominadas pelo homem, no futuro, serão compreendidas como fenôme-nos dinâmicos, no tempo e es-paço, capazes de serem estudada fora do espaço euclidiano. Haverá tempo em que a Medicina pergun-tará: em qual espaço-tempo deseja estudar o hipertireoidismo?

Na realidade, a saúde e a doença não existem separadamente, são partes do mesmo conjunto.

Medicina e caos: onde está a doença?

João Bosco Botelho [email protected]

João Bosco Botelho

João BoscoBotelho

Doutor Honoris Causa na França

O atual en-tendimento de instabilidade regendo o conjunto que mantém a vida no pla-neta é ma-jestoso e, ao mesmo tempo, refl exivo”.

Não há como ignorar o papel do medicamento e do farma-cêutico como elementos básicos e in-dispensáveis nas ações de saúde”.

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012 E3Saúde e bem-estar

Era só o que faltava, se você perder muito peso pode perder também as amigas. Acredita? Pois é, a conclusão é de um estudo realizado na Inglaterra por uma empresa de emagreci-mento. Segundo essa pesquisa, mulheres que emagrecem são fonte de tanta inveja que a perda de peso acaba atrapalhando suas relações pessoais. Ou seja, você fi ca esbelta, mas fi ca sem as amigas.

Se bem que, pensando melhor, essas amigas que poderão lhe abandonar somente pelo fato de você ter recuperado a boa forma podem ser “amigas da onça”, mas difi cilmente mere-cem um segundo olhar na sua agenda para um happy hour.

Por outro lado, essa questão só vem reforçar outra tese que defendo em meus artigos e que me valeu até alguns “xavecos” de colegas que me chamaram de machista. O fato é que as mulheres podem ser grandes amigas, mas também podem ser suas piores inimigas. Os homens são muito mais unidos que as mulheres. E isso pode ser comprovado pelo fato de que muitas mulheres foram passadas para trás por suas “melhores” amigas. Fato mais raro na tribo masculina.

Um amigo meu – não muito chegado às mulheres – costuma dizer que mulher não se veste para agradar aos homens, mas para competir com outras mu-lheres. Talvez ele tenha razão. As mulheres são altamente competitivas entre si e aquela invejinha básica da roupa da outra, do cabelo, do carro e até do “bofe” que a outra carrega debaixo do braço, como um acessório de luxo, é sempre motivo de segundos e terceiros olhares da parte da “amiga da onça”, que jura de pés juntos que você é como uma irmã, no altar de sua devoção.

E olha que eu não estou imaginando coisas. Segundo a pesquisa, um terço das mu-lheres entrevistadas admitiu que se sente enciumada em relação às amigas que perderam peso, sendo que algumas chegam a desejar que as amigas sejam mais gordas do que elas. Um quinto das mulheres afi rmou que se sente feliz ao constatar que está mais magra que as

melhores amigas. Por aí você pode concluir que mulher pode até ser amiga, mas quer estar por cima (e magra!).

Tenho uma amiga que cos-tuma dizer que não devemos desejar mal às nossas inimigas, basta que lhes desejemos muito apetite e muita fartura. Costu-mo aplicar essa receita e que Deus me perdoe pela malícia.

Segundo o estudo, por mais que digamos que queremos o melhor para nossas amigas, não conseguimos evitar o sentimen-to de derrota diante do ema-grecimento alheio e, em alguns casos, a inveja é tão grande que atrapalha a amizade e abre o

apetite.

Coisa de Mulher [email protected] Vera Lima

Inveja que não mata, engorda!

Fique atento: intoxicação alimentar é coisa sériaTodo mundo ouve falar de intoxicação alimentar, mas poucas pessoas sabem avaliar a real gravidade do problema

Você costuma verifi car a validade dos alimen-tos? Se preocupa com a qualidade do que in-

gere? Procura não exagerar na quantidade? Caso não se importe com esse tipo de coi-sa, e seja do tipo que “come o que vem pela frente”, cuidado. Os índices de mortes por in-toxicação alimentar estão au-mentando a passos largos. Na última semana, por exemplo, 110 pessoas foram interna-das no interior de Minas Gerais com os sintomas da doença, que ataca silenciosamente.

De acordo com o gastroen-terologista e sanitarista Me-nandro Tapajós, a intoxicação alimentar começa antes mes-mo da digestão do alimento, e pode ser evitada de maneira simples. “A grande maioria das pessoas não possui o hábito de observar a validade dos alimentos. Hoje em dia, tudo tem validade, até mesmo refri-gerantes e bebidas alcoólicas. O alimento que causa a intoxicação tem uma cor, um cheiro e um as-pecto di-ferente” , aponta.

Hábitos simples como lavar as mãos antes das refeições também podem ajudar a evi-tar que a pessoa sofra com o que os americanos chamam de “foodpoisoning” (em inglês,

“envenenamento por alimen-tos”, ou simplesmente “intoxi-cação alimentar”). “Moramos em uma cidade muito quente, que favorece o aparecimento de bactérias e é o paraíso dos

fungos. O calor e a umidade favorecem a deterioração dos alimentos, portanto, a con-servação destes é algo que deve ser feita com cuidado”, acrescenta Tapajós.

Tipos de intoxicaçãoA mais conhecida é, sem

dúvidas, a salmonela, que se manifesta após a ingestão de ovos e outros alimentos de ori-gem animal. A duração é de cinco a sete dias, e os sintomas começam a se manifestar pelo menos 12 horas após a refeição. O paciente sofre com dores de barriga, diarreia e febre.

Um dos tipos mais perigosos é o botulismo, transmitido pela bactéria Clostridium Botulinum. Alimentos em conserva, enlata-dos ou com embalagem a vácuo devem ser verifi cados com cui-dado, porque são os principais causadores dessa intoxicação. Os sintomas são semelhantes aos da salmonela.

BACTÉRIASA mais perigosa é a salmonela, que se ma-nifesta após a inges-tão de ovos e outros alimentos de origem animal. O paciente so-fre com dores de barri-ga, diarreia e febre

Outra bactéria nociva é o estafi lococo, que atinge alimentos como o leite, pei-xe e carnes em conserva.

O paciente começa a sentir os primeiros

sintomas poucas horas depois de ingerir o alimen-to contaminado e, se a intoxica-ção for detecta-

da a tempo, terá uma recuperação rápida.

“A água também pode cau-

sar intoxicação, ainda mais em uma cidade com o clima de Manaus. As principais doenças da região são as de transmissão hídrica”, des-taca o gastroenterologista Menandro Tapajós.

Evite os excessosSegundo o médico, se a

intoxicação não for tratada, pode comprometer o siste-ma nervoso e causar uma paralisação de órgãos, de difícil reversão. Se o diag-

nóstico for feito cedo, a pessoa pode passar ilesa, mas talvez tenha que se hospitalizar. Porém, mesmo que o indivíduo sobreviva à intoxicação, ele pode sofrer consequências que o levarão a ter uma dieta mais balan-ceada. “Não é que certos alimentos tenham que ser evitados. A pessoa tem que ter critérios até mesmo para comer. O que compromete mais o organismo são os excessos, comenta.

Diagnóstico deve ser imediato

As verduras, legumes e frutas devem ser bem higienizados, para evitar a contaminação

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

imaginando coisas. Segundo a pesquisa, um terço das mu-lheres entrevistadas admitiu que se sente enciumada em relação às amigas que perderam peso, sendo que algumas chegam a desejar

apetite.

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E4 Saúde e bemestar MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012

Silencioso e mortalSem apresentar sintomas no primeiro estágio da doença, os cânceres do aparelho digestivo, como estômago e intestino, estão entre os dez tipos mais recorrentes sendo causados principalmente pela má alimentação

Situado logo abaixo do diafragma, sen-do um dos primeiros órgãos do aparelho

digestivo, o estômago é res-ponsável pela esterilização e pré-digestão dos alimentos que seguirão para o intesti-no. Este, por sua vez, absor-verá toda água e nutrientes desse alimento que poste-riormente será excretado.

Diretamente ligada ao funcionamento, bom ou ruim, desses órgãos está à alimentação. Logo, se a pessoa consome alimentos saudáveis e funcionais, que

além de fornecerem aquilo que o corpo necessita ainda auxiliam em todo processo de digestão, ela difi cilmente terá problemas relacionados ao aparelho digestivo.

Por outro lado, uma alimen-tação desregrada, rica em gorduras e sal e pobre de nutrientes, pode gerar uma série de complicações gas-trointestinais, entre elas o câncer. Essa manifestação do organismo somada ao número cada vez maior de pessoas que valorizam os “fast-foods” explica porque o câncer de in-testino está entre os dez tipos mais frequentes no Brasil.

Apesar da alta incidência, a doença é uma das mais

silenciosas, uma vez que assintomática nos primei-ros estágios. Médico-cirur-gião do aparelho digestivo e especialista em oncologia, o doutor Sidney Chalub explica que, geralmente, as pessoas não atentam para as pe-quenas mudanças no hábi-to intestinal, como períodos maiores de constipação in-tercalados com diarreia.

“Somente exames específi -cos, como exame de sangue oculto nas fezes e biópsia, podem dar um diagnóstico exato da doença, mas como não são exames ro-tineiros quando o paciente se submete a eles já estão em um grau mais elevado do câncer intestinal”, comenta o cirurgião. Entre os sintomas mais comuns está a presença de sangue nas fezes, diarreias, prisão de ventre, vontade frequente de ir ao banhei-ro, cansaço, fraqueza, anemia e a dor ou desconforto abdominal.

Sidney Cha-lub alerta que as pessoas que apresentam histórico familiar ou constantes infl a-mações no intesti-no, como a colite ulcerativa ou a doença de Cro-hn, apresentam pré-disposição para a doença. Pessoas acima de 40 anos de idade também se encaixam na população de ris-co devido à baixa resistência do or-ganismo.

“A dieta pobre em fi bras e rica em gordura, além dos industrializa-dos, são os principais vilões para o desen-volvimento do câncer intestinal”, fi naliza.

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

Dieta pobre em fi bras e rica em

gordura, além dos industrializados,

são os vilões para o desenvolvimento do

câncer intestinal

Sidney Chalub,médico-cirurgião

O tumor no estômago é o mais frequente na Região Norte e em 63%

dos casos está re-lacionado à infecção pela bactéria H.pylori.

“Sua causa ainda per-manece controversa e vários fatores têm sido implicados ao proces-so de carcinogênese da H.pylori. Entre eles, os eventos genéticos,

ambientais e caracte-rísticas alimentares, como o consumo exces-sivo de sal e alimentos industrializados”, infor-ma o cirurgião.

Sidney esclarece que a bactéria produz uma substância chamada urease que a protege contra a acidez do estô-mago. É essa proteção que causa uma reação inflamatória, levando a uma migração de cé-lulas que pode levar a uma mutação ou altera-ção no material genéti-co da célula, resultando na célula cancerosa.

“O papel da infecção pelo HP no desenvolvi-mento do câncer gástri-co pode estar associado com a produção de cito-cinas específi cas e enzi-mas levando à gastrite crônica atrófi ca e meta-plasia intestinal”, desta-ca o especialista. Outro fator que contribui para esse tipo de câncer é uma alimentação pobre em vitamina A e C, ou com alto consumo de ali-mentos enlatados, defu-mados, com corantes e conservados em sal.

Alimentação balanceada e vitaminas

maiores de constipação in-tercalados com diarreia.

“Somente exames específi -cos, como exame de sangue oculto nas fezes e biópsia, podem dar um diagnóstico exato da doença, mas como não são exames ro-tineiros quando o paciente se submete a eles já estão em um grau mais elevado do câncer intestinal”, comenta o cirurgião. Entre os sintomas mais comuns está a presença de sangue nas fezes, diarreias, prisão de ventre, vontade frequente de ir ao banhei-ro, cansaço, fraqueza, anemia e a dor ou desconforto abdominal.

Sidney Cha-lub alerta que as pessoas que apresentam histórico familiar ou constantes infl a-mações no intesti-no, como a colite ulcerativa ou a doença de Cro-hn, apresentam pré-disposição para a doença. Pessoas acima de 40 anos de idade também se encaixam na população de ris-co devido à baixa resistência do or-ganismo.

“A dieta pobre em fi bras e rica em gordura, além dos industrializa-dos, são os principais vilões para o desen-volvimento do câncer intestinal”, fi naliza.

so de carcinogênese da H.pylori. Entre eles,

é o mais frequente na Região Norte e em 63%

dos casos está re-lacionado à infecção pela bactéria H.pylori.

“Sua causa ainda per-manece controversa e vários fatores têm sido implicados ao proces-

A bactéria H.pylori é uma das principais causas do tumor no estômago

O câncer de estômago está entre os mais frequentes na Região Norte

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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E5Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012

Corra, caminhe, pedale

Sedentarismo faz mal à saúde, mas tem gen-te que tem verdadeira aversão a fazer exer-

cícios em academias ou em casa e procura mil desculpas para justificar o fato de não fa-zer absolutamente nenhuma atividade física. Talvez seja hora de encarar os fatos e

dar um basta no comodismo. Para quem realmente está disposto a se exercitar, até em casa, nas atividades diá-rias dá para “desenferrujar a máquina”. Acompanhe as di-cas do nosso suplemento esta semana e entre em forma com um pequeno esforço diário e mudanças de atitude.

A corrida é uma moda-lidade que influencia de modo diferenciado cada fase da vida da mulher. Para as adolescentes, es-timula a prática de hábitos saudáveis e exercícios.Nas mulheres adultas, diminui a tensão e o estresse, diminui os riscos de doenças e fa-cilita o repouso e descanso principalmente para quem sofre de insônia. De manei-ra geral a corrida melhora o condicionamento físico e a autoestima, diminui riscos de ansiedade e depressão. Pode auxiliar nos tratamen-tos clínicos de osteoporose,

hipertensão arterial, diabe-tes e obesidade, além de prevenir riscos de queda, por melhorar o equilíbrio e a consciência corporal. As mulheres também são beneficiadas com uma sig-nificativa redução da inci-dência de neoplasias gine-cológicas, principalmente o câncer de mama primário e secundário. Outros bene-fícios envolvem a melho-ras de diversas condições clínicas como a TPM e a fibromialgia.

Dica da personal trainer

CAROL CORRÊAPersonal trainer/Academia Atala

Carol Corrêa enfatiza as vantagens da corrida

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

Mexa-se! Quase metade dos brasileiros está acima do peso, mas é possível reduzir esse número com hábitos saudáveis e exercícios físicos

Bicicleta não é só brincadeira de criança. Pedalar com regularidade pode trazer uma série de benefícios à saúde. Aproveite a “magrela” que está encostada na garagem, perca peso e ganhe disposição.

Em primeiro lugar lembre-se de começar de forma gradual e em locais planos, para evitar fadigas muscu-lares, lesões e dores.

Benefícios da bike

1 – Pedalar acelera as contrações cardíacas e, com isso, o sangue chega mais rapidamente ao cérebro, diminuindo a incidência de ansiedade, estresse, angústia e de-pressão;

2 - O aumento da sudorese (suor) durante a atividade acelera o processo de me-tabolismo e desintoxica o organismo;

3 – Se o objetivo é perder peso, acelere o proces-so adotando uma dieta saudável e com baixas calorias;

4 – O exercício é excelente para aliviar o estresse por-que estimula a liberação das endorfinas e aumen-ta os níveis de serotonina (hormônio da felicidade),

essencial para um sono saudável;

5 – Pedalar ajuda a re-duzir o colesterol total e LDL (colesterol ruim), além dos triglicerídeos;

6 – O exercício diminui a glicemia, controlando o diabetes, fator de risco para a formação da placa aterosclerótica, que leva à angina e ao infarto agudo do miocárdio;

7 - Contribui para a diminuição da pressão arterial, que é um impor-tante fator de risco para doenças coronarianas;

8 – O esforço das pedala-das aumenta a frequência cardíaca, auxiliando na oxi-genação dos pulmões e dos tecidos.

1. Ande enquanto fala ao telefone. Mesmo que você simplesmente fique em pé, você naturalmente vai mexer as pernas;

2. Faça uma caminhada depois da refeição. Andar estimula a atividade da li-proteína conhecida como lipase, que ajuda a acelerar o metabolismo;

3. Faça as coisas ao vivo. Ao invés de enviar um

e-mail ou telefonar para um colega do escritório, levante-se da mesa e fale ao vivo;

4. Se puder, evite os ele-vadores e use as escadas, o exercício é excelente para as pernas e para o coração;

5. No trabalho, evite passar muitas horas sen-tado. Levante pelo menos a cada 45 minutos e faça caminhadas curtas.

Movimente-se mais

No trabalho, faça pausas e levante para andar um pouco

Divirta-se e perca calorias

1 - Prolongue o sexoEm média, os casais fazem sexo por 11 minutos, o que não queima muitas calo-rias. Reserve mais tempo para o momento a dois.

2 - Vá ao parqueÉ possível queimar 200 calorias simplesmente ca-minhando no parque mais próximo de casa por 30 minutos.

3 – Cuide do seu petDar banho em seu cachorro por 40 minutos é uma ma-neira descontraída de dar adeus a 200 calorias. Se tiver tempo sobrando, não use a toalha para secá-lo. Leve-o para uma caminha-da rápida de 10 minutos.

4 - Jogue videogameUm jogo interativo de vide-

ogame é uma boa pedida para queimar calorias em casa. Escolha entre jogos de golfe, boliche, tênis e, principalmente, de dança, que movimentam o corpo.

5 - Cuide do jardimTrabalhar ao ar livre por 45 minutos é equivalente à queima de 200 calorias. Mas não esqueça do pro-tetor solar.

6 - Aulas na internetVocê pode navegar na web e encontrar aulas on-line. Existem muitos sites que oferecem aulas gratuitas de yoga, por exemplo.

7 - Aulas na TVVerifique a programação de seus canais de TV para ver se há aulas de ginástica que você pode gravar.A bicicleta ajuda você a entrar em forma mais rápido

Dar banho no seu pet pode ser um bom exercício

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012E6 Saúde e bem-estar

Personal Fitness ClubMarcos André Farias Bandeira - Professor de educação física

Musculação versus obesidadeO sobrepeso ou obesidade

têm sido alvos de extrema pre-ocupação mundial por parte da comunidade científi ca relacio-nada à saúde e a qualidade de vida da população.

A obesidade, por si, já é consi-derada doença e com proporção epidêmica no mundo, mas, além disso, costumam acelerar o apa-recimento de doenças como as cardiopatias, a hipertensão e o diabetes, que levam à morbidez e à morte precoce.

Até pouco tempo, a maioria das orientações com relação à introdução de atividade num programa de emagrecimen-to se limitava somente aos exercícios aeróbicos. O motivo principal dessa escolha era que somente durante esse tipo de exercício a gordura é utilizada como fonte de energia.

A musculação tem um papel fundamental no programa de perda de peso, e tem se mos-trado ser uma efi ciente forma de aumentar o metabolismo de repouso (através do aumen-to de massa corporal magra) e diminuir a porcentagem de gordura corporal. Os exercícios aeróbicos mobilizam a gordura como fonte energética durante

o exercício aeróbico, como a musculação, mobilizam os car-boidratos e aumentam a massa magra. Quando os dois tipos de exercício são utilizados em con-junto, um cobre as pequenas de-fi ciências do outro (com relação ao metabolismo das gorduras), favorecendo efi cientemente o processo de perda de peso.

O circuito de musculação tem sido apontado como uma excelente opção para o treina-mento de variáveis de aptidão física relacionadas à saúde. O tratamento de obesidade é uma questão multidisciplinar e requer a atenção do professor de educação física, da nutricio-nista, do médico, do psicólogo e do fi sioterapeuta.A musculação tem papel fundamental no programa de redução de peso e ganho muscular

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

Monte o seu cardápio de acordo com as suas necessidades e consiga o peso desejado com algumas pequenas adaptações

Perder peso está muito além de fazer exercí-cios com regularida-de e dieta rigorosa e

pode estar muito mais ligado ao que você ingere no dia a dia. De acordo com uma pes-quisa realizada pela área de medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, alguns alimentos engordam mais e outros até ajudam na perda de peso.

De acordo com esse estudo, cinco alimentos são uma gran-de armadilha para quem quer perder peso e outros cinco podem ser grandes aliados.

Os alimentos associados ao ganho de peso no período do estudo foram batatas fri-tas; outras batatas; bebidas adoçadas com açúcar; carne vermelha não processada e carnes vermelhas processa-das. Os alimentos ligados ao menor ganho de peso e até mesmo à perda dele - em alguns casos - foram legu-mes; grãos integrais; frutas; oleaginosas e iogurte.

Segundo os pesquisado-res, a quantidade de gordura total desses alimentos não está tão ligada à perda ou ganho de peso, mas basica-mente a qualidade destes.

Outros fatores que podem contribuir para perder peso é dormir de seis a oito horas por noite. Estudos já compro-varam que quem dorme pou-co e mal acaba aumentando de peso. Fazer exercícios e assistir menos TV também ajudam a emagrecer.

Conheça os alimentos que engordam ou emagrecem

Anote tudo o que comer. Esse é um truque simples que ajuda na redução de peso. Um estudo realizado nos Estados Unidos re-velou que quem registra os alimentos que ingere emagrece em dobro.

No Brasil, a técnica tam-bém é recomendada por pro-fi ssionais ligados à saúde alimentar. Segundo especia-listas, essa redução calórica

pode ser de até 30%. Como o objetivo é corri-

gir equívocos na alimenta-ção e eliminá-los no dia a dia, o ideal é que você anote em detalhes o que come e bebe. As informações de-vem conter quantas vezes por dia você ingeriu algo, os horários, as quantida-des e as sensações rela-cionadas a cada refeição. Colocar o seu peso, não ne-

cessariamente diariamen-te, mas de vez em quando, também é uma boa saída para controlá-lo.

Um detalhe importante é que você não precisa necessariamente fazer um diário tradicional. Pode re-gistrar o que você comeu em um post-it, em um email enviado para você mesma ou até em um SMS. A regra principal é ter disciplina.

Faça um diário e siga as regras

Quando a fome apertar, fi que de olho no que vai escolher e prefi ra os itens menos calóricos

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• Aumento de massa corporal magra – hiper-trofi a;

• Controle de apetite;• Diminuição da por-

centagem de gordura corporal;

• Melhora a condição física e estado de saú-de;

• Melhora autoima-gem;

• Melhoria da força e resistência muscular.

Benefícios da redução do peso corporal

A prática de exercício eleva a autoestima

COMBINAÇÃOO exercício aeróbico, juntamente com a musculação, ajuda a reduzir as gorduras e au-mentar a massa magra. A gordura é utilizada como fonte energética

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012 E7Saúde e bem-estar

Estética

As controvérsias da ciência

Alguns estudos apontam benefícios do vinho e outros não

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Uma taça de vinho por dia pode fazer bem ou prejudica a saúde? A questão ainda pare-ce confusa para a maioria, por isso é melhor conferir como anda sua pressão

Um grupo de cientistas es-panhóis constatou que até o álcool do vinho tinto é bene-ficente para a saúde cardio-vascular, desde que o consumo seja moderado. A notícia é excelente para quem aprecia uma boa taça de vinho. Mas não se apresse em comemo-rar, porque de acordo com o conteúdo de uma propaganda de TV do governo britânico, apenas duas taças de vinho ou pouco mais de 1 litro de cerveja forte pode triplicar o risco de câncer de boca.

Ainda segundo os britâni-cos, ingerir regularmente seis unidades de álcool (cada uni-dade tem de 10 g a 12 g de álcool puro) também dobra as chances de desenvolver pres-são arterial elevada, que pode levar a ataque cardíaco e AVC (acidente vascular cerebral).

Como já deu para perceber, a ciência, em alguns aspectos ainda é uma caixa preta que está sendo aberta lentamen-te e nem sempre chega a conclusões precisas. Ainda segundo o estudo desenvolvi-do por três grupos do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede-Fisiopatología da Obe-sidade e a Nutrição (Cibero-bn), publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, tanto o etanol como os poli-fenóis presentes no vinho tinto têm diferentes efeitos bene-ficentes sobre as moléculas inflamatórias causadoras da aterosclerose em seus está-dios adiantados, assim como a combinação de ambos é mais eficaz em pacientes com alto risco cardiovascular.

Os polifenóisOs pesquisadores detalha-

ram que a pesquisa foi inicia-da a partir de um “paradoxo francês”, já que os habitantes da França sofrem uma inci-dência “relativamente baixa”

de doença cardíaca, mesmo com uma dieta rica em gor-duras saturadas.

Essa tendência fez com que os cientistas especulassem sobre a possibilidade desse fato estar relacionado com um maior consumo de vinho tinto,

que contém uma elevada con-centração de polifenóis, poten-cialmente beneficentes para o coração. No entanto, o que ainda não tinha sido demons-trado era que o etanol também contribuísse para reduzir a in-flação arterial e celular.

Tinto para as mulheresO mais recente estudo mos-

tra que mulheres que têm o hábito de consumir cerca de 250 ml de vinho tinto por mês apresentam níveis de estro-gênio menores. O hormônio é conhecido por aumentar os riscos do câncer de mama.

De acordo com o jornal “Daily Mail”, o estudo foi publicado no “Journal of Women’s Health”. A pesquisa mostrou ainda que, por conta de sua composição, apenas o vinho tinto apresentava fatores de proteção contra a doença. Os médicos compa-raram mulheres que bebiam Carbernet Sauvignon (tinto) ou Chardonnay (branco) e concluíram que apenas o primeiro grupo apresentou diferenças na concentração do hormônio.

Outro estudo mostrou que o resveratrol, substância presen-te no vinho tinto, pode diminuir o crescimento das células de câncer de mama. O melhor é consumir com moderação.

ESTROGÊNIOMulheres que têm o hábito de consumir pelo menos uma taça de vinho tinto por dia apresentam níveis menores de estrogênio, hormônio conhecido por aumentar os riscos de câncer de mama

O doce e refrescante sabor que engorda

Não resta d ú v i d a que refri-gerantes

podem ser uma delícia no acompanhamento das

guloseimas, mas o que se tende a ignorar é que alguns

dos seus componentes fazem mal ao organismo. No calor do verão, principalmente, os refrigerantes

são o alvo da maioria das pessoas na busca de uma bebida

saborosa para matar a sede.

Mesmo que esta não seja a época mais fácil para abandonar esse hábito, vale a pena fazer um esforço para re-duzir o consumo da bebida. E não adianta justifi-car os excessos alegando que está consumin-do ligth ou zero, estudos mos-tram que os ado-çantes artificiais usados nessas bebidas também trazem prejuízos à saúde.

Mas, afinal, qual o proble-ma do refrige-rante?

A advertência vem em função de um aumento consi-derável de doenças hepáticas causadas por bebidas não al-coólicas em todo o mundo. Segundo nu-tricionistas, a culpa é do crescente consumo de xarope de milho, rico em frutose, encon-

trado na maioria dos refrigerantes. Esse tipo de xarope já é a princi-

pal fonte de calorias dos americanos, e está cada

vez mais sendo consumido entre os brasileiros.

Geladinho, refrescante e saboroso, ele está entre as bebidas campeãs na temporada de calor e lidera a preferência nacional

Outra questão que não pode ser esquecida nesse contexto é que não há dú-vidas que o refrigerante, e todos os açúcares contidos nessa bebida contribuem para o crescente número de obesos de todas as idades em todo o mundo.

Segundo uma pesquisa publicada na revista espe-cializada em cardiologia “Circulation”, que pertence a Associação Norte-Ameri-cana do Coração, o hábito de

beber mais de um copo de refrigerante por dia, mesmo que em versão diet, pode es-tar associado a um aumento dos fatores de risco para doenças cardíacas.

Mas os problemas não param por aí. O PH de muitos refrigerantes é bai-xo e acaba danificando o esmalte dos dentes. Esse fator, combinado com os açúcares do refrigerante, podem causar cáries e ou-tros problemas dentários.

Outra preocupação dos especialistas é que o consu-mo excessivo de refrigeran-tes tem deixado em segun-do plano bebidas saudáveis como a água, sucos naturais, água de coco e leite.

Os sucos de frutas fres-cas além de saborosos são muito mais nutritivos. En-quanto um copo de refri-gerante tem em média 400 calorias vazias, os sucos podem ser menos calóricos e mais saudáveis.

Benefícios dos sucos naturais

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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E8 MANAUS, DOMINGO, 11 DE MARÇO DE 2012Saúde e bem-estar

‘Tenho medo de

viajar de

Com os acidentes de avião sempre presentes nos noticiários, o número de pessoas com ptesiofobia é significativoavião’

“Foi por medo de avião que eu segurei pela pri-meira vez na tua

mão. Um gole de conhaque, aquele toque em teu cetim, que coisa adolescente, James Dean...”. A canção de Belchior pode até não falar exatamen-te do pânico de subir em uma aeronave e viajar pelo mundo, mas apresenta uma situação que todos os que sofrem com isso vivenciam. Afinal, não é muito difícil ver pessoas que têm medo de avião recor-rendo a bebidas alcoólicas ou apertando forte a mão de quem está do lado para aguentar as três, quatro, dez, vinte horas de viagem.

Mas, o que explica esse medo? Ele é genético? Vem após algum trauma? De acor-do com a psicóloga e espe-cialista em teoria cognitiva comportamental Adja Silvei-ra, esse tipo de conduta é inerente aos seres humanos e animais. “O medo faz parte da vida. O simples olhar ao atravessar a rua já repre-senta um medo, e serve para a nossa sobrevivência. Já as fobias são aquele medo des-proporcional à situação. No caso do medo de voar, existem pessoas que nem pisam em um aeroporto. Isso já configura uma fobia”, explica. O pen-samento catastrófico é uma característica de quem sofre com essa “amarra”. “A pessoa logo pensa que o avião vai cair e, como consequência, o organismo recua. Ter medo ajuda na preservação e na defesa do ser. Já a fobia traz prejuízos à vida das pessoas, que começam a evitar todas as situações que remetam ao avião, no caso”, acrescenta.

Medo controladoNo caso da médica Helena

de Souza*, o medo de voar é coisa de família. “Meu irmão tem tanto pavor de altura, que acabou sendo transmitido para o de avião. Ele não sai de Manaus há mais de 25 anos, e chegou a pedir para o avião parar, porque não iria conseguir viajar”, conta. No caso dela, o medo é grande, mas a vontade de conhecer lugares novos é maior. “Viajo desde 1965, mas sempre mor-rendo de medo (risos). Já fui para várias partes do Brasil, Estados Unidos, América Lati-na, Europa... Mas sempre vou apreensiva. Me sinto muito

insegura no avião, para mim é uma sensação de morte iminente”, afirma.

Em todos esses anos viajan-do, ela só viveu um momento difícil uma vez, durante o tra-jeto São Paulo-Santiago, em 2004. Na ocasião, ela estava com a sua filha, e as duas pas-saram por minutos de terror, com uma forte turbulência. “Estávamos sobrevoando o deserto do Atacama, o tempo estava lindo, com um céu de brigadeiro... De repente, a tri-pulação anunciou que iríamos passar por uma turbulência. O avião começou a cair, e depois subia, foram alguns minutos que valeram por horas de de-sespero”, lembra.

*nome fictício

No caso de medo de voar, existem pesso-as que nem pisam em um aeroporto. Isso já configura

uma fobia

Adja Silveira, psicóloga

Quem tem síndrome do pânico tem uma pro-pensão maior ao medo de voar? “Sim e não, porque os dois são trans-tornos de ansiedade. A pessoa com fobia evita fazer as coisas por medo de ter uma crise, assim como quem sofre com o pânico, TOC ou outros problemas similares”, ressalta Adja Silveira.

Muitas pessoas preci-sam subir no avião por questões de trabalho ou outras obrigações, e, logo, devem ignorar o medo. “Para quem precisa enfrentar esse medo com urgência, é indicado conhecer mais sobre as viagens aé-reas. Técnicas de rela-xamento também fun-cionam; tente respirar profundamente, pois a respiração prolongada ajuda na sensação de bem-estar; solte os om-bros; estique as pernas; coma alguma coisa e tenha cautela com o álcool, porque ele não vai resolver o seu proble-ma”, ensina a psicóloga e mestre em psicanálise Lorena Lima. E o uso de calmantes? “É recomen-dado, mas não resolve o problema. O remédio funcionará como uma máscara, até que a pes-soa reconheça que pre-cisa de ajuda e procure um psicólogo para tra-balhar as suas questões internas”, conclui.

Síndrome do pânico e similares

Segundo a psicóloga e mestre em psicologia da saúde e intervenção comu-nitária Rosselane Sandrini, o tratamento psíquico do paciente com ptesiofobia (medo de viajar de avião) busca o conflito que desen-cadeia esse medo. “Nesse sentido, o medo de voar tem uma causa interna de acordo com as vivências de

cada sujeito. É interessante constatar que nem sempre o medo de voar está asso-ciado aos acidentes aéreos. Conflitos que resultam em fobia ocorrem em âmbito in-consciente. A fobia é, então, um sinal de algum conflito subjacente”, aponta. Portan-to, considerando que muitas fobias estão fundamenta-das no medo da finitude, o

paciente nem sempre tem a ptesiofobia em si, e sim o pavor de passar mal, ter um ataque do coração e morrer durante o voo. “O procedimento para tratar a fobia é identificar que con-flito é esse. É interessante pontuar que o conflito é singular, único de cada pes-soa, de acordo com a sua própria subjetividade”.

Conviver ou resolver a questão?

Algumas pessoas têm tanto medo que recorrem aos calmantes antes de embarcar no avião

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

CAMILA HENRIQUESEquipe EM TEMPO

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