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ANÁLISE COMPARATIVA DE PROCESSOS UTILIZADOS NO CULTIVO DA CANA-DE-AÇUCAR: ESTUDO DE CASO
COMPARATIVE ANALYSIS OF PROCESSES USED IN THE CULTIVATION OF AÇUCAR CANA: CASE STUDY
André Luis Parra Augusto – [email protected] Deocleciano Maraldi Lusvarghi – [email protected]
Rhafael Tognon dos Santos – [email protected] Em Engenharia Agronômica – UNISALESIANO Lins
RESUMO
O presente estudo sobre a produção de cana-de-açúcar, tem objetivo de analisar os processos realizados na Usina Cafealcool que abrangem desde preparo de solo à pliantio de cana-de-açúcar, comparar com as técnicas disponíveis em estudos científicos e livros, afim de sugerir melhorias. Para tal foi realizado trabalho caracterizado por pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico com o caráter exploratório e acompanhamento de processos na empresa Usina Cafealcool, situada na cidade de Cafelândia, estado de São Paulo. A cana de açúcar é uma cultura semi perene, para que apresente boa rentabilidade precisa apresentar boas produções todos os anos do ciclo de cultivo que em média é de 5 anos.
Palavras-chaves: Cana-de-açúcar. Produção. Melhores técnicas.
ABSTRACT
The present study on the production of sugarcane, has the objective of analyzing the processes carried out at the Usal Cafealcool, which range from soil preparation to sugarcane planting, compare with the techniques available in scientific studies and books, related to suggest improvements. For this purpose, a qualitative research of a bibliographic nature with exploratory character and process follow-up was carried out at Using Cafealcool, located in the city of Cafelândia, state of São Paulo. Sugar cane is a semi-perennial crop for good yield, it must produce good yields every year of the cultivation cycle, which on average is 5 years.Keywords: Sugarcane. Production. Best techniques.
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar é uma gramínea semi-perene da família Poaceae,
pertencente ao gênero Saccharum (TEIXEIRA, 2004). É uma planta de
metabolismo fotossintético C4, apresentando como principal característica a
elevada taxa fotossintética, sendo muito eficiente na conversão de energia
radiante em energia química (OLIVEIRA et al., 2004).
O estado de São Paulo que é o principal produtor nacional, com cerca
de 60% da produção nacional de cana-de-açúcar (IEA/SAA-SP, 2009;
IBGE/BR, 2009), a microrregião de Bauru é responsável por 12,5% da moagem
no estado (46,1 milhões de toneladas).
A produção de cana-de-açúcar para a safra 2015/16 está estimada em
658,7 milhões de toneladas. O crescimento deverá ser de 3,8% em relação à
safra anterior. A área plantada prevista deve ficar em 8.995,5 mil hectares,
redução prevista de 0,1%, se comparada com a safra 2014/15. A produção de
açúcar deve atingir 34,6 milhões de toneladas, 2,7% inferior à safra 2014/15. A
produção de etanol total ultrapassa 29 bilhões de litros, aumento de 1,9%. A
produção de etanol anidro deve ter redução de 6%, estimada em 11,03 bilhões
de litros. Para a produção de etanol hidratado a estimativa é de 18,19 bilhões
de litros, aumento de 7,4% ou 1,25 bilhões de litros. (CONAB |
ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA DE CANA-DE-AÇÚCAR |
Terceiro levantamento - 12/2015.)
As exigências ambientais e trabalhistas alteraram a forma de cultivo da
cana-de açúcar causando alterações no manejo da cultura nos últimos anos,
dentre as principais podemos citar a proibição da queimada da palhada da
cana antes da colheita da cana, a substituição da mão-de-obra por máquinas e
implementos no momento do plantio e colheita da cana, fatos estes que
impactaram significativamente a forma de cultivo da cultura.
E isso vem influenciando diretamente a produtividade dos canaviais e
consequentemente a produção das usinas. Muitas delas ainda estão se
adaptando a esse novo cenário, onde as técnicas consagradas utilizadas
décadas atrás já não resultam em altas produtividades e somados aos
aumentos dos custos de produção põe em risco rentabilidade da empresa.
Assim, fica claro que uma usina só conseguirá sobreviver se conseguir utilizar
técnicas de cultivo adaptadas a essa nova realidade.
Tendo em vista esse cenário, esse estudo de caso visa analisar os
processos realizados pela usina em estudo e, caso necessário, recomendar
técnicas que possam gerar melhores resultados. Para o desenvolvimento do
presente trabalho foram realizadas uma pesquisa bibliográfica e coleta de
dados de campo da usina.
1. REVISÃO DE LITERATURA
A seguir estão descritas as principais operações agrícolas, relacionados com preparo de solo e plantio.
1.1 ReformaPara se fazer um preparo de solo de qualidade devemos inicialmente
fazer a erradicação correta da cultura anterior.
1.1.1 Erradicação da cultura anteriorA erradicação deve ser realizada próxima a época de plantio, A
operação pode ser realizada a partir do momento em que as soqueiras atingem
porte entre 40-50 centímetros.
A operação pode ser realizada quimicamente ou mecanicamente, em
casos mais severos procedem-se em conjunto as operações
Segundo ROMERO et al. (2000) doses elevadas de glifosato, superiores
a 0,43 L ha-1, podem causar, retardamento do processo de brotação e
crescimento do canavial no ciclo seguinte.
1.1.2 Preparo de SoloAs operações realizadas em canaviais durante o ciclo da cultura de
cana-de-açúcar tornam o preparo de solo necessário e de extrema importância,
devido à compactação e degradação causadas ao solo durante um ciclo da
cultura. O preparo de solo em áreas de renovação é realizado normalmente
após o quinto corte.
Para a cultura de cana-de-açúcar normalmente utiliza-se o preparo de
solo do tipo convencional, plantio direto na cana-de-açúcar ainda é raro. Devido
à alta compactação causada pelo trafego de máquinas, o que dificulta o
crescimento radicular a aumenta a ocorrência de erosão, muitos produtores
ainda optam, por medida de segurança, utilizar um preparo de solo mais
profundo.
1.1.3 CalagemNa calagem aplica-se o calcário com o intuito de diminuir os problemas
causados com alumínio e hidrogênio no solo, melhorando o desenvolvimento
do sistema radicular da cultura e corrigir o pH para aumentar a disponibilidade
dos nutrientes para planta.
O maior aumento do sistema radicular de uma planta irá refletir
inicialmente em maior resistência à seca, maior absorção de nutrientes e
consequentemente maior produtividade.
A calagem no preparo de solo deve ser feita com antecedência para que
o calcário tenha tempo de reagir com o solo. O calcário necessita de no mínimo
60 dias para que essa reação ocorra.
Em plantios irrigados a calagem pode ser feita próxima ao plantio,
recomenda-se aplicação com 15 dias de antecedência do plantio para sistemas
irrigados.
1.1.4 Gessagem
A gessagem é uma etapa importante quando se trata de melhoramento
de solo, pois com uso correto dele pode acarretar muitos benefícios para a
produção, melhor citando, aumenta o sistema radicular da planta, assim
facilitando ela a buscar mais nutrientes e água em maior área, ajuda na
diminuição da saturação por alumínio, disponibilizando mais nutrientes solúveis
no solo.
Para o cálculo da necessidade de gesso em cana-de-açúcar, os
métodos utilizados, desde que o solo se apresente responsivo na camada 0,2-
0,4 m, se baseiam no teor de argila (SOUSA et al., 2004) e na saturação por
bases (VITTI et al., 2008).
O gesso agrícola fornece o nutriente para as camadas mais profundas
sem precisar de incorporação, devido sua maior mobilidade no solo,
aumentando o teor de cálcio e saturação por bases em profundidade, mas não
atua como corretivo de pH (CAIRES et al., 1998; DEMATTÊ, 2004).
1.1.5 Gradagem Pesada
A operação inicia o revolvimento do solo, com objetivo de eliminar os
restos culturais e incorporar calcário e gesso agrícola. Em áreas de expansão,
onde a cultura da cana é plantada após o cultivo de uma cultura diferente, a
gradagem pesada tem papel de limpar o terreno, eliminando a cultura anterior
para que não ocorra mistura varietal. A alta densidade de restos culturais de
outras culturas irá prejudicar o seu desenvolvimento, assim tendo no futuro
prejuízos, por não obter o máximo desenvolvimento da planta.
1.1.6 Subsolagem
Diversos são os trabalhos de pesquisa que trazem resultados sobre os
efeitos da subsolagem no preparo do solo e no cultivo da soqueira. Como diz o
autor RIPOLI (2004. 302 p) efeitos positivos podemos citar a maior eficiência
de rompimento da camada compactada, na maioria das classes de solo, assim
como baixa possibilidade de também causar compactação pela pressão
exercida pelo trator sobre o solo.
Portanto, o preparo do solo é a constituição do “berço” do canavial. Se o
vegetal tiver boas condições de solo para o desenvolvimento em cana planta,
maior será a possibilidade de ter bom desenvolvimento em soqueiras.
1.2 PLANTIOSegundo RIPOLI (2004), existem três sistemas de plantio em utilização
no Brasil: o manual, o semi-mecanizado e o mecanizado. O primeiro sistema
tem uma maior ocorrência em regiões com relevos acima de 50 % do Nordeste
brasileiro e é caracterizado pelo fato de todas as operações de plantio serem
manuais.
No segundo sistema, a sulcação é efetuada mecanicamente, a
deposição das mudas é manual, lançadas de caminhões de carga e a
cobertura (e adubação de superfície) também ocorrem mecanicamente.
No sistema mecanizado, realizam-se todas as operações citadas
anteriormente (sulcação, deposição de mudas, adubação e cobrimento do
sulco), e ainda realiza a aplicação de agroquímicos de solo.
1.2.1 Época de Plantio
A escolha apropriada da época de plantio é fundamental para o bom
desenvolvimento da cultura que precisa de condições climáticas ideais como
umidade, temperatura e radiação solar para germinar e se desenvolver.
Hoje, a cana-de-açúcar pode ser plantada em diferentes épocas, no
sistema de ano-e-meio (cana 18 meses) com plantio entre janeiro e abril, no
sistema de ano (cana de 12 meses) plantio entre outubro e novembro, e
sistema de inverno entre os meses de maio a agosto.
1.2.2 MudasPara o plantio manual é necessário de 10 a 15 toneladas por hectare, já
o plantio mecanizado os colmos são cortados em toletes com tamanho
próximos a 40 cm, tendo em média de 20 toneladas por hectare (CONAB
2011), é necessário que os toletes apresentem de duas a três gemas.
A colhedora de cana deve receber alterações para colheita das mudas,
facas são de grande importância também, pois elas devem ser desinfetadas
constantemente, ou em cada troca de talhão para não haver disseminação de
pragas e doenças.
1.2.3 Espaçamento
A escolha do espaçamento pode determinar o desenvolvimento da
cultura pois interfere diretamente no fornecimento de recursos para a planta, e
pode reduzir a perda por pisoteio das soqueiras por implementos.
Na cana-de-açúcar o espaçamento entre sulcos varia de 0,8 a 1,8
metros, podendo ser do tipo espaçamento simples, combinado e abacaxi. No
espaçamento combinado pode ocorrer mais de uma distância entre os sulcos e
o espaçamento abacaxi compreende o plantio com distância de 0,30 cm entre
duas linhas com espaçamento de 1,50 metros entrelinhas, com total de 1,80
metros.
Para operações de plantio e colheita mecanizadas o espaçamento ideal
entre as linhas de produção de cana-de-açúcar é de 1,50 metros. Esse
espaçamento evita que a colhedora pise na linha vizinha enquanto colhe a
atual e também que o transbordo trafegue sobre a linha já colhida. (EMBRAPA
CANA DE AÇUCAR)
1.2.4 Plantio manual Segundo RIPOLI (2006), é considerado um plantio manual, por envolver
neste sistema de plantio somente a sulcação de forma mecanizada, sendo que
a distribuição de mudas é executada de forma manual.
As mudas são carregadas em um caminhão ou trator acoplado de uma
carreta depósito e transportadas até o local do plantio.
O veículo de transporte entra no talhão no sentido dos sulcos e uma
equipe formada de dois a seis homens, retira da carroceria as mudas ainda em
forma de colmos.
Em seguida, uma equipe munida de facões desinfetados, percorrem os
sulcos individualizando os colmos das mudas em rebolos de aproximadamente
três gemas. Após esta operação, as mudas serão cobertas com
aproximadamente 8 cm de terra.
Neste tipo de plantio o cobrimento das mudas e a aplicação de inseticida
são feitos mecanicamente por tratores equipados com cobridor de cana-de-
açúcar. Já a reestampa é executada de forma manual, onde operários
percorrem os sulcos corrigindo falhas na cobertura dos mesmos.
1.2.5 Plantio mecanizadoDe acordo com Ripoli et al. (2006), para atender a expansão da
produção de cana, o plantio mecanizado de cana-de-açúcar é uma tendência
inevitável, pelo seu reduzido custo e alto desempenho operacional das
plantadoras, e que deve ser acompanhado durante a sua execução para se
obter boas produtividades. Porém, deve-se observar que quanto maior a
exigência em relação à qualidade, maior pode ser o custo da operação
(VICENTE e FERNANDES, 2004).
2. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir estão descritas as operações realizadas pela usina. Essas
informações foram coletadas acompanhando as equipes de campo das
empresas.
2.1 REFORMA
A cada cinco anos em média realiza-se a reforma do canavial, podendo
ser adiada dependendo da produtividade do talhão, com isso o ciclo irá
aumentar para seis ou mais. O início da reforma do canavial se dá com o
preparo de solo para um novo plantio.
2.1.1 Preparo de Solo
O preparo do solo é realizado visando promover melhorias nas
condições físicas e químicas do solo reduzindo ou eliminando possíveis
barreiras físicas, que resultarão o crescimento radicular, brotação e emergência
e estabelecimento de plântulas. A Usina realiza preparo de solo do tipo
convencional, tanto em áreas de expansão quanto em áreas de reforma.
Os implementos agrícolas utilizados em operações realizadas no
preparo de solo podem variar de acordo com a situação em que se encontra a
área de plantio, em geral utiliza-se grade pesada e niveladora, subsolador e
distribuidor de calcário e gesso. As operações realizadas no preparo de solo da
Usina estão descritas a seguir.
2.1.2 Erradicação da cultura anterior
A erradicação da cultura anterior é realizada com o intuito de evitar a
proliferação de pragas e doenças e eliminar o risco de mistura varietal. Na
Usina ocorre à erradicação mecânica através do uso de grades aradoras e a
erradicação química é realizada com glifosato, aplicando-se 8 litros por hectare.
A escolha do método de erradicação depende do estado em que se encontra a
área.
2.1.3 Calagem
A calagem é realizada de acordo com análise de solo, em média cinco
dias antes da primeira gradagem pesada para incorporação no solo. Após a
gradagem o solo permanece sem operações por mais 15 dias. A necessidade
de calagem é calculada de acordo com saturação por bases, do IAC (Instituto
Agronômico de Campinas):
2.1.4 Gessagem
A quantidade de gesso agrícola fornecida ao solo é calcula com base em
análises de solo e necessidade de gessagem, conforme diz a literatura sobre
saturação por bases.
A aplicação do gesso agrícola no solo é realizada junto com a calagem,
o gesso e calcário são misturados e distribuídos de uma só vez, a fim de
reduzir o custo de uma operação.
2.1.5 Gradagem Pesada
A gradagem pesada tem o objetivo de remover totalmente as soqueiras
e incorporar o calcário no solo na camada de 0-20 cm. Realizada em média
cinco dias após a calagem.
2.1.6 Subsolagem
A operação tem o objetivo de descompactar as camadas do solo na
profundidade de 0-50 cm e incorporar calcário nessas camadas. Esta operação
é realizada 15 dias após a gradagem pesada.
2.2 PLANTIOO plantio é realizado de forma mecanizada e manual, para definir o tipo
de plantio leva-se em conta fatores como: topografia do terreno, variedade
plantada, época de plantio e disponibilidade de equipamentos. O planejamento
define a escolha da forma de plantio, variedade, época de plantio e
espaçamento para cada talhão.
2.2.1 Época de plantio
A cana de açúcar poderia ser plantada durante todo ano, porém podem
ocorrer algumas restrições quanto às características da variedade e devido a
distribuição de chuvas durante o ano. O plantio da Usina é realizado entre
janeiro e junho, enquadrando-se no período chamado de cana de ano e meio
que compreende plantios realizados entre janeiro e abril, e também no período
chamado cana de inverno que compreende plantios entre maio e agosto.
2.2.2 Mudas
As mudas utilizadas para a o plantio na Usina são produzidas em
viveiros comerciais, ambientes idênticos a cana para produção, porem a cana
para muda é proveniente da cana planta ou do primeiro corte da cana soca. O
corte das mudas é realizado pela colheitadeira de cana com adaptações para
preservação das mudas e obtenção de toletes no tamanho desejado, um
transbordo realiza o transporte das mudas direto para a plantadeira para o
processo de plantio. São realizados procedimentos de controle fitossanitário,
com a desinfestação dos instrumentos de corte.
2.2.3 Espaçamento
O espaçamento é definido de acordo com fatores operacionais,
ambiente de produção e características da variedade, devido a Usina realizar
operações mecanizadas o espaçamento adotado é o simples de 1,5 metros
entre sulcos, onde a distância entre os sulcos permanece a mesma em todo
talhão. Esse espaçamento é empregado para evitar o pisoteio das soqueiras
pelas colhedoras.
2.2.4 Plantio Manual
Nessa operação o trator com implemento abre o sulco e realiza
adubação; logo após uma equipe realiza o plantio manual colocando a cana
inteira nos sulcos; uma outra equipe inicia o trabalho de corte da cana inteira
deixando toletes de tamanho aproximado de 70 cm; após o plantio outro trator
com implemento realiza a aplicação de defensivos, fungicidas, herbicidas e
inseticidas e cobre o sulco. No plantio manual faz-se também o repasse, onde
os espaços que a cana ficou exposta são cobertos manualmente.
A desvantagem desse plantio é que apresenta maior tempo de operação
e alto custo com mão de obra.
2.2.5 Plantio mecanizado
No plantio mecanizado de cana picada as operações são realizadas de
uma só vez pela plantadora. O equipamento abre os sulcos com profundidade
entre 40 e 45 cm; aplica adubo, na usina utiliza-se adubo 4-30-10; deposita os
toletes de cana com tamanho entre 35 e 50 cm, são lançados no sulco; e aplica
os defensivos, fungicidas, herbicidas e inseticidas sobre os toletes; por fim
cobre-se os toletes, fechando os sulcos.
2.3. COMPARATIVOApós o levantamento das operações realizadas na Usina e das
recomendações disponíveis na literatura, foram detectados alguns pontos onde
as técnicas atuais da Usina divergem da literatura (Tabela 1).
Na tabela 1 estão explícitos os dados obtidos do levantamento das
operações realizadas na Usina, as técnicas disponíveis na literatura para as
mesmas operações e uma avaliação de base comparativa. A avaliação
comparativa apresenta resultados como ótima, regular e irregular.
.
Em sua maioria, o preparo de solo da Usina condiz com o preparo
sugerido por diversos autores, as operações onde foram encontradas
diferenças estão esplanadas abaixo.
Avaliados como irregular significam que as operações são realizadas de
maneira diferente das técnicas encontradas na literatura e resultados
classificados como regular mostram que as técnicas empregadas na Usina são
em partes as mesmas encontradas na literatura, mas que ainda podem ser
aperfeiçoadas e classificadas como ótima indicam que a técnica utilizada na
Usina é a mesma recomendada na literatura.
Tabela 1: Comparativo operações/literatura.
OPERAÇÃOTECNICA
EMPREGADA NA USINA
TECNICA RECOMENDADA NA LITERATURA
AVALIAÇÃO
ERRADICAÇÃO DA CULTURA
ANTERIOR
ERRADICAÇÃO QUÍMICA COM
GLIFOSATO
ERRADICAÇÃO MECÂNICA OU
QUÍMICA
CALAGEM
- CALCULADA ATRAVÉS DE V%
- APLICADA 15 DIAS ANTES DO
PLANTIO
- CALCULAR ATRAVÉS DE V %
- APLICAR 60 DIAS ANTES DO PLANTIO
GESSAGEM
-CALCULADA ATRAVÉS DA
NECESSIDADE DE GESSAGEM
- APLICADO GESSO JUNTO COM CALCARIO
- CALCULAR ATRAVÉS DA
NECESSIDADE DE GESSAGEM
- RECOMENDA-SE APLICAR GESSO
APÓS A CALAGEM
GRADAGEM PESADA
PRIMEIRA AÇÃO NA CAMADA 0-20
CM
PRIMEIRA AÇÃO NA CAMADA 0-20
CM
SUBSSOLAGEM
AÇÃO PARA DESCOMPACTAR CAMADA 0-50 CM E INCORPORAR
CALCARIO
RECOMENDADA PARA
DESCOMPACTAR CAMADAS
PROFUNDAS
ÉPOCA DE PLANTIO
PLANTIO ENTRE OS MESES DE
JANEIRO E JUNHO
PLANTIO ENTRE JANEIRO E ABRIL
MUDAS
CANA SOCA OU PRIMEIRO
CORTE (COMERCIAL)
UTILIZAR MUDAS DE VIVEIROS
ESPAÇAMENTO
SIMPLES COM 1,5 METROS
ENTRE SULCOS
SIMPLES COM 1,5 METROS ENTRE
SULCOS
PLANTIO SEMI-MECANIZADO
OPERAÇÕES MANUAIS E
MECANIZADAS
OPERAÇÕES MANUAIS E
MECANIZADAS
PLANTIO MECANIZADO
TOTALMENTE REALIZADA POR IMPLEMENTOS
AGRÍCOLAS
TOTALMENTE REALIZADA POR IMPLEMENTOS
AGRIÍCOLASFonte: Elaborada pelos autores, 2017
Ao final do estudo sugerimos como proposta de melhoria para a Usina a
implantação de um planejamento de plantio que permita realizar a calagem
com 60 dias de antecedência, para que no momento do plantio o solo esteja
com pH ideal e disponibilize os nutrientes para suprir as necessidades da
planta; e que também permita que o plantio se encerre no mês de abril,
proporcionando que a planta inicie seu desenvolvimento com as condições
climáticas favoráveis.
A construção de um viveiro de mudas, ou a aquisição de mudas de
viveiro é outro fator que pode ser melhorado. O método atual para obtenção de
mudas funciona de maneira satisfatória, porem mudas obtidas através de
viveiros podem aumentar a longevidade dos canaviais e auxiliar no controle de
doenças.
Gessagem e erradicação das culturas também funcionam de maneira
satisfatória, devido a isso sugerimos que se possível realize-se um teste sobre
a aplicação da gessagem após a calagem, visando obter informações de
produtividade para a variedade utilizada, pois no estudo observamos que a
aplicação de gesso junto com calcário não prejudica o canavial, porém a
aplicação isolada pode trazer mais benefícios.
Realizando o teste seria possível analisar se a introdução de mais uma
operação é satisfatória ou não.
14
CONCLUSÃOA realização do preparo de solo e plantio são feitas de maneiras
eficientes e corretas podem ser fatores determinantes na produção de uma
usina, devido a isso cada vez mais temos que iniciar estudos que possibilitem
melhorar esses aspectos. No estudo realizado observamos que a Usina realiza
as operações de preparo de solo e plantio de maneira adequada. ; A gradagem
pesada, subsolagem, espaçamento, plantio manual e mecanizado foram o que
estavam de acordo com a literatura; Erradicação da cultura anterior, gessagem,
época de plantio, e mudas foram que estavam pouco divergentes da literatura;
A calagem, que foi a operação que mais divergiu das recomendações
disponíveis na literatura Dessa forma a escolha das melhores técnicas de
manejo e tratos são de grande importância para conseguir a sustentabilidade
financeira da empresa.
15
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