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    por Bhagavan Sri Sathya Sai Baba

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    VIDYA VAHINI

    Bhagavan Sri Sathya Sai Baba

    Copyright 2008 by Fundao Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Brasil

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    VIDYA VAHINI - TORRENTE DE CONHECIMENTO

    por Sathya Sai Baba

    AO LEITOR

    Oconjunto de livros que compem a obra escrita de BhagavanSri Sathya Sai Baba inclui uma srie denominada Vahini, quesignifica fluxo, torrente. Esta srie, que rene o pensamento e as ori-

    entaes mais expressivas de Bhagavan Sathya Sai Baba, vem sendo

    editada, em portugus, pela Organizao Sri Sathya Sai do Brasil.Alguns desses livros foram escritos diretamente por Sathya Sai Baba,

    enquanto que outros, como este que agora chega sua segunda

    edio, resultam de compilaes sobre temas especficos, realizadas

    a partir de vrios discursos de Bhagavan.

    Este livro, Torrente de Conhecimento (Vidya Vahini), analisa os

    vrios aspectos do conhecimento humano voltado para o desenvol-vimento espiritual. No curso das exposies, Bhagavan Baba apre-

    senta intencionalmente vrias expresses em snscrito (idioma no

    qual foram escritas originalmente as escrituras hindus). Algumas delas

    foram mantidas porque, acreditamos, expressam com maior riqueza

    a abrangncia dos conceitos que as determinam e suas tradues se

    mostram imprecisas.

    Por exemplo: a palavra Dharma expressa uma multiplicidade de

    conceitos que vo desde a Lei Csmica que rege o Universo ou de

    uma viso ampla do conceito de Religio, at o dever ou misso

    pessoal de cada ser humano, com todas as normas de conduta indis-

    pensveis ao seu desenvolvimento espiritual. O mesmo ocorre com

    a palavra ttulo deste livro, Vidya, que Sai Baba utiliza durante toda a

    sua exposio, e que optamos por traduzir, geralmente, como Sa-

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    bedoria Suprema ou Conhecimento Supremo. Mas, no nosso en-

    tender, a traduo, pura e simples dessas palavras, baseada em uma

    interpretao feita segundo nossa viso ocidental, traria o risco de

    mutilar o entendimento do contedo e romper o encadeamento das

    idias associadas a essas expresses, restringindo o leitor escolha

    feita pelos tradutores. Por isso, optarmos por fazer a traduo que

    nos parece mais adequada para cada situao, mantendo, quando

    necessrio, o termo em snscrito entre parnteses. Assim, o leitor

    poder recorrer ao glossrio presente no final do livro, a fim de con-

    ferir o significado mais amplo daquele conceito.

    Isso lhe permitir familiarizar-se melhor e mais profundamente com

    essas expresses, podendo compreender um conhecimento antigo

    e quase esquecido que Bhagavan Sri Sathya Sai Baba nos convida a

    relembrar e a colocar em prtica.

    Esperamos que esta mensagem o ajude a encontrar a Verdade, na

    expresso do mais puro Amor.

    Coordenao de Publicao / Conselho Central

    Organizao Sri Sathya Sai do Brasil

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    ESTE LIVRO

    Baba esclareceu que a palavra Vidya usada neste Vahini (Torrente

    de pensamentos) significa aquilo que (Ya) ilumina (Vid). Esse o

    sentido destacado em expresses comoAtma Vidya, Brahma Vidya1,

    etc., ou mesmo do nome Vidyagiri2, dado ao campus de Prashanti

    Nilayam que compreende o Instituto Superior de Aprendizado.

    De forma comparativa, Baba nos faz cientes do menor benefcio do

    aprendizado de nvel inferior, que lida com teorias, inferncias, con-

    ceitos, conjecturas e construes. O Aprendizado Superior3 acelera e

    expande a necessidade universal de conhecer e converter-se em Ver-dade, Bondade e Beleza, ou seja, Sathyam, Sivam, Sundaram. Baba veio

    como Homem entre os homens, em misso auto-imposta, para corri-

    gir os erros impostos humanidade pela busca fanaticamente cega do

    aprendizado de nvel inferior. A raa humana deve seguir seu caminho

    em equilbrio. Ela est se inclinando de forma alarmante em direo ao

    seu tmulo; o aprendizado de nvel inferior a est mergulhando em umpoo sem fundo. Somente a Sabedoria Suprema (Vidya) o remdio.

    Desde Sua infncia, Baba destacou-se como um educador, um

    Mestre (Guru), como os aldees adoravam cham-lo. Ele advertiu,

    sem hesitao, os ancios em Puttaparthi4, professores nas escolas e

    lderes de castas contra a crueldade para com os animais, a explorao

    da mo-de-obra, a agiotagem e o jogo, a arrogncia e a ignorncia, a

    hipocrisia e a ostentao. Por intermdio de trocadilhos e pilhrias,

    pardias e stiras, canes e peas de teatro, o jovem Mestre ridicular-

    1. Atma Vidya a sabedoria que ilumina (revela) o Eu Superior. Brahma Vidya

    a sabedoria que revela Deus.

    2. Vidyagiri montanha da sabedoria.

    3. Superior, aqui, tem o sentido de mais elevado, Supremo.

    4. Pequena aldeia onde Baba nasceu e reside at hoje.

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    izou e reformou a sociedade que honrava ou tolerava tais males. Por

    meio de cantos devocionais(bhajans), entoados em coro por grupos

    de homens e mulheres, Ele os lembrou, ainda em 1943, quando mal

    tinha 17anos, dos Valores Humanos universais da Verdade, Retido,Paz, Amor e No-violncia. Estas so conquistas bsicas que a mais

    elevada Sabedoria (Vidya) pode conferir aos que lhe so devotados.

    Na forma do Senhor Krishna5, Baba disse a Arjuna: Dentre todas

    as Sabedorias (Vidyas), Eu sou Atma Vidya, a procura da Verdade

    Atmica6 (Adhyatma Vidya, Vidyanam). O mundo s pode se salvar

    do suicdio atravs dessa Sabedoria Suprema. A procura da Verdadee da Totalidade, da Unidade e da Pureza o meio; a Conscincia

    do Uno a consumao do processo. Esta Mensagem a soma e a

    substncia de cada Discurso Dele durante as ltimas cinco dcadas.

    Este precioso livro nos confere a oportunidade de examinar dezenove

    ensaios que Ele escreveu em resposta aos apelos pela elucidao dos

    princpios que devem nos guiar na reabilitao da Educao, como instru-mento efetivo para estabelecer a paz e a liberdade em ns e na Terra.

    Prashanti Nilayam, 14 de janeiro de 1984

    N. Kasturi

    (Editor da revista Sanathana Sarathi e bigrafo de Baba)

    5. O Senhor Krishna foi uma Encarnao Divina (avatar) que veio ao mundo hcerca de 5 mil anos e ensinou a Verdade Suprema a seu discpulo Arjuna. Esses

    ensinamentos foram preservados na Bhagavad Gita, uma das mais importantes es-

    crituras hindus, na qual est inserida a frase citada. O hindusmo considera que

    todas as Encarnaes Divinas so manifestaes da mesma essncia, portanto, Sai

    Baba no diferente de Krishna, Rama, etc. todos so Um e o mesmo.

    6. Atma quer dizer Eu Superior, ou seja, a centelha divina em cada ser humano. O con-

    hecimento de que Deus habita em cada ser a Verdade tmica, a Sabedoria Suprema.

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    Aquilo que no teve origem no conhece princpio. Existia antes

    que tudo ou qualquer coisa tivesse existido. Nada havia antes disso.

    Por essa mesma razo, no tem fim. Expande-se to longe quanto

    deseje, progride to diversificadamente quanto queira e, atravs

    de Sua Plenitude, tambm preenche o Universo. O Conhecimento

    desse Princpio Supremo chamado de Conhecimento Supremo,

    Sabedoria Suprema ou Conscincia Suprema (Vidya).

    Muitos visionrios7, com mltiplas experincias dessa Conscincia

    nica, visualizaram em seus coraes iluminados o supremo segredo

    subjacente cativante beleza do Cosmos; a compaixo para com a

    humanidade estimulou-os a comunicar a viso, atravs da linguagem

    humana, para despertar a sede inata da alma de imergir nessa Bem-

    Aventurana. A Sabedoria Suprema faz surgir essa necessidade no

    corao dos videntes.

    O som a prpria essncia do Conhecimento (Veda8). O som est

    associado com harmonia e melodia e, em consequncia, o Conheci-

    mento (Veda) deve ser ouvido e da se origina o xtase. No deve

    ser analisado, comentado e julgado. Essa a razo pela qual o Veda

    chamado Sruti (Aquilo que ouvido). Apenas ao ouvir sua recita-

    o, a conscincia do Eu Superior (Atma) e a Bem-Aventurana que

    ele confere podem ser obtidas. Essa Bem-Aventurana, assim adquir-

    ida, manifesta-se em palavras e atos que conferem Bem-Aventurana

    a tudo em volta.

    7. Aqui, visionrios se refere aos antigos sbios, dotados com a viso divina.

    8. A palavra Veda, no singular, geralmente refere-se a um dos quatro Vedas (escritu-

    ras hindus). Mas em alguns casos, como este, significa Conhecimento e refere-se ao

    prprio Conhecimento contido nos quatro Vedas (Rig, Yajur, Sama e Atharvana).

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    O termo Vedanta9 geralmente usado por muitos para indicar uma

    escola de pensamento filosfico. Mas, Vedanta apenas uma seo

    especial da literatura Vdica. Todos os textos das Upanishads fazem

    parte do Vedanta, que a consumao do pensamento Vdico. Os

    prprios Vedas so inestimveis guias em direo ao Altssimo. Os hi-

    nos (riks) do RigVeda so extasiantes efuses do esprito do homem,

    exaltando o deleite decorrente da contemplao da ordem e beleza

    da Natureza fora dele. O SamaVeda o precioso tesouro verbal

    que capacita o homem a louvar o Criador e Sua Criao por meio

    de canes. O mistrio deste e dos outros mundos detalhado nostextos que so abrangentemente chamadosAtharvana Veda. As fr-

    mulas para rituais e cerimnias, sejam as que conferem benefcios10,

    as realizadas para obteno de mritos ou as sacrificiais, foram com-

    piladas no Yajur Veda.

    A literatura Vdica, agrupada nessas quatro colees - cada uma

    com um nome diferente - tem mais quatro ramificaes, os Mantras11,os Brahmanas, osAranyakas e as Upanishads. Os textos dos Mantras

    so tambm chamados Samhithas (Colees). Todas as frmulas sa-

    gradas esto ali agrupadas. Os textos que descrevem os significados

    e mtodos de utiliz-las e criar benefcios atravs de sua recitao

    9. Vedanta significa final dos Vedas e refere-se aos textos das Upanishads, queesto contidos no final de cada um dos quatro Vedas. Por extenso, tambm so

    considerados Vedanta os textos da Bhagavad Gita, Brahma Sutras e Prakaranagran-

    tas (textos e comentrios complementares).

    10. Cerimnias que visam o bem-estar do indivduo ou da comunidade, como as

    que so feitas para trazer a chuva.

    11. Geralmente a palavra Mantra indica um som, palavra ou frase de poder, mas

    neste contexto refere-se a uma seo dos Vedas.

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    Quando isso conhecido, ambos os mundos revelam-se como ex-

    presses parciais da mesma indivisvel Conscincia (Chaithanya). Os

    dois complementam um ao outro na Plenitude nica (Poornam). Do

    Ser Absoluto (Parabrahma), surge o ser Individual (Jiva), que o Com-

    plemento. Quando o indivduo perde o corpo material no qual est

    envolvido, a eterna Conscincia Universal novamente a Plenitude

    nica, o Princpio Parabrahma. Aquilo Pleno; Isto Pleno; Do

    Pleno surgiu o Pleno; Quando o Pleno tirado do Pleno, somente

    o Pleno permanece12.

    A Sabedoria Suprema (Vidya) ou Processo de Educao ensina

    que o Cosmos a manifestao do jogo do Senhor e nada mais.

    As Upanishads assim declaram essa Verdade: este mundo a mo-

    rada do Senhor. Assim sendo, ningum pode nutrir um sentimento

    de posse ou mesmo um vestgio de egosmo. Renuncie ao senti-

    mento de apego; sinta a Presena do Senhor em toda parte. Acolhaa Bem-Aventurana(Ananda) que o Senhor, como a Personificao

    da Bem-aventurana, confere a voc e experimente-a com todo o

    reconhecimento e sem se deixar limitar pelo desejo. Eis a mensagem

    dos sbios e dos videntes (Rishis).

    Renuncie aos sentimentos de Eu e Tu; s ento poder en-

    tender a glria de que no existe eu nem meu. Isso no envolve

    sua renncia a tudo. O verdadeiro Ensinamento (Vidya) aconselha

    que o mundo seja tratado como exige o dever, com um esprito de

    desapego, evitando comprometimentos. O teste definitivo pelo qual

    uma atividade pode ser confirmada como santa ou sagrada consiste

    12. Frase das escrituras: Poornam ada Poornam idam Poornaath Poornam Udachyathe

    Poornasya Poornam adaya Poornam eva avasishyathe.

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    em examinar se ela promove o apego ou evita a escravido. A an-

    lise para decidir se uma atividade profana ou pecaminosa consiste

    em examinar se ela se origina da cobia ou a promove. Esse o ensi-

    namento, a lio da Sabedoria Suprema (Vidya). Determinando-se a

    cumprir seus deveres legtimos, voc poder orar a Deus para man-

    t-lo vivo por uma centena de anos. Voc no incorrer em culpa.

    Por isso, a Sabedoria Suprema o avisa para engajar-se nas atividades

    com o total entendimento de sua natureza e consequncia.

    Animais matam somente outros animais. Mas, o homem cego queno adquiriu a Viso de que ele o Eu Superior (Atma) mata a si

    mesmo. E a Sabedoria Suprema adverte que aquele que comete esse

    crime penetra em reinos medonhos, na mais densa escurido. A Sa-

    bedoria Suprema, tenta descrever para o homem as caractersticas

    do Eu Superior (Atma). Ele no tem movimento, mas est presente

    em todo lugar. Mesmo os deuses no podem acompanh-lo, pormais rpidos que sejam. Ele revela Sua Presena muito antes que o

    antecipemos. imutvel e onipresente.A Sabedoria Suprema revela

    que defini-lo uma tarefa impossvel.

    Quando o indivduo alcana a Sabedoria Suprema ou o mais alto

    nvel de Vidya, a distino entre os opostos - Eu e no-eu (Atma

    eAnatma), Sabedoria e ignorncia (Vidya eAvidya), Crescimento eDecadncia (Vikasa e Vinasa) - desaparece. Msticos e sbios tm

    atingido esse estado de Unidade Suprema e a histria de suas lutas

    e sucessos est entesourada na literatura, graas ao estmulo da Sa-

    bedora Suprema (Vidya). Para sbios desse nvel, o conhecimento

    to perigoso quanto o no-conhecimento. Eles esto conscientes das

    misteriosas origens e consequncias de ambos. Eles so capazes de

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    sobrepor-se morte por meio do no-conhecimento e a alcanar a

    imortalidade atravs do Conhecimento.13

    13. Em seus discursos, Sai Baba nos orienta a superar o ciclo nascimento / vida / morte

    e a obter a libertao atravs de diversos caminhos, j indicados na Bhagavad Gita.

    Muitas vezes, exemplifica o caminho da devoo narrando passagens ocorridas com

    as Gopis, pastoras de origem simples, despojadas de conhecimentos acadmicos oufilosficos, mas dotadas de uma devoo to extremada Krishna que surpreendiam

    a todos. Swami explicou que elas eram, na verdade, reencarnaes de Rishis, sbios

    que detinham elevados poderes ygicos, mas tiveram de renascer para desenvolver

    sua devoo. (MY Baba and I John Hislop pg. 212). Podemos acrescentar que

    o orgulho por possuir o conhecimento, pode ser to perigoso quanto a ignorncia,

    fazendo o indivduo decair e sujeitando-o a assumir uma nova encarnao. Na Bhaga-

    vad Gita (IX-20/22) vemos, resumidamente, o seguinte: Os que vivem segundo os

    ritos dos trs Vedas e bebem o suco das folhas de Soma (o nctar da imortalidade)

    vo para o cu de Indra, onde gozam dos divinos prazeres dos Devas (seres angli-

    cos). Ao terminar o perodo dos mritos, que gozam nesse cu, voltam a este mundo

    dos mortais. E assim cumprem o ciclo de nascimento e morte os que apenas seguem

    os ritos dos trs Vedas. Mas aqueles que s a Mim adoram, sem outros desejos, a

    esses Eu asseguro imergirem o seu ser em Mim.

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    A sublime importncia da Sabedoria Suprema (Vidya) somente

    pode ser assimilada por um indivduo ou comunicada a outro quan-

    do a mente pura irradia sua luz reveladora. Dentro de um comparti-

    mento mantido escrupulosamente limpo, nenhuma cobra, escorpio

    ou inseto venenoso pode entrar; eles s estaro nas partes sujas e

    escuras da casa. Pela mesma razo, a sabedoria sagrada no pode

    entrar em coraes que so escuros e sujos. Ao invs disso, espcies

    venenosas, como a ira, ali encontram conveniente abrigo.

    O que podem o sabo e a gua fazer quando algum deseja retirar

    a cor do carvo? Nem mesmo lavar o pedao de carvo no leite aju-

    daria. O nico jeito coloc-lo no fogo, que o transformar em um

    monte de cinzas brancas. Da mesma maneira, quando o indivduo

    anseia destruir a escurido da ignorncia e a sujeira do desejo, ele

    deve obter a conscincia do Eu Superior (Atmajnana) ou, em outras

    palavras, o Conhecimento do Absoluto (Brahma vidya). A escurido

    s pode terminar com a ajuda da luz. No podemos dominar a es-

    curido atacando-a com mais escurido. A Sabedoria Suprema a

    luz que o indivduo necessita para destruir a escurido interior. Ela

    prov a iluminao interior. o autntico Yoga14 do Ser Supremo

    (Purushothama Yoga), definido na Gita; o Conhecimento do Supre-

    mo, o Aprendizado Superior (Vidya). Esse Conhecimento no podeser comprado pelo dinheiro, adquirido de amigos, encomendado a

    firmas ou companhias. Cada um dever assimil-lo e conquistado

    por meio da f inabalvel e devoo ardente.

    A expresso Deus no est em lugar nenhum (God is nowhere)

    14. A palavra Yoga utilizada aqui com o mesmo significado que aparece na Gita:

    Conhecimento.

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    pode permanecer inalterada; no h necessidade de confront-la ou

    contradiz-la. A nica coisa necessria ler o w (de where)junto

    ao no que o antecede, ento ela se torna Deus est aqui agora

    (God is now here)15. O negativo, repentinamente, se torna positivo.Similarmente, pelo simples processo de unificar a viso multidire-

    cional, agora voltada para o universo, as distines e as diferenas

    desaparecerem, e o Mltiplo torna-se Um.

    Ramakrishna Paramahansa, Jayadeva, Gouranga, Tukaram, Tulsi-

    das, Ramadas, Kabirdas, Saradadevi, Meera, Sakkubai, Mallamma16:

    eles no dominaram os comentrios e as explicaes objetivas dasmuitas cincias e textos das escrituras; ainda assim, hoje em dia, eles

    so adorados por seguidores de todas as fs, ligados a todos os cre-

    dos e nativos de todas as terras. A razo obviamente reside na sua

    inabalvel f no Eu Superior (Atma), conquistada atravs da purifica-

    o da mente. Somente a Sabedoria Suprema (Vidya) lhes conferiu a

    pureza e a limpidez.Essas pessoas santas falavam do que havia em seus coraes, ex-

    atamente como sentiam ou experimentavam. No entanto, considere

    nos dias de hoje os que postulam ser possuidores da Sabedoria Su-

    prema (Vidya). No um fato que nem mesmo um entre um milho

    deles expressa exatamente o que h em seu corao? Eles realizam

    rituais de adorao (Puja) para Sathya-Narayana, Narayana ou Deusem Forma de Sathya (Verdade) um dia por ano; e durante o resto do

    15. Neste texto, Sai Baba usa um jogo de palavras: utiliza o advrbio nowhere,

    que significa em lugar nenhum, separa-o e obtm a expresso now here, que

    quer dizer agora aqui. Assim, da frase Deus no est em lugar nenhum (God is

    nowhere) surge a nova expresso Deus est aqui agora (God is now here).

    16. Nomes de diversos santos e sbios hindus.

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    ano, a cada dia, eles adoram o Deus da inverdade (Asathya-naraya-

    na). A nsia pela sabedoria objetiva derivada desse tipo de adora-

    o. Pode esse conhecimento merecer ser chamado de Sabedoria

    Suprema? No, jamais.

    O alimento no prato, quando no consumido por ns ou dado a

    uma pessoa faminta, mas no usado, torna-se podre. Assim tambm,

    quando nossas faltas e deslizes no so corrigidos atravs de nossos

    prprios esforos ou atentando aos avisos daquelas almas compassi-

    vas que tiveram xito no processo de purificao, imaginem que des-

    tinos nossas vidas tero! Como o prato de lentilhas (dhal17) cozidasdeixado de lado por muito tempo, a vida cheirar mal. como o pai

    que louvou as proezas de seu filho e concluiu: Ele tem somente duas

    pequenasfalhas, que so: (1) no sabe quais so suas falhas e (2) no

    ouve os outros quando eles as mostram. Isso aconteceu no passado18,

    porm, hoje no apenas um, mas cada filho est na mesma situao

    embaraosa. Tornou-se muito natural a cada pai queixar-se assim. esse o valor da Sabedoria Superior (Vidya) que eles afirmam ter?

    Mas as crianas so boas por natureza; as falhas residem no sistema

    que lhes confere Educao (Vidya). Certamente esse fato conhe-

    cido por todos, mas todos fogem da tarefa de reform-lo. Essa a

    maior fraqueza. fcil aconselhar de um milho de modos, mas nem

    mesmo um dos conselhos praticado. O sistema tem de ser trans-formado da escola primria at as Universidades: isso declarado e

    17. Dhal sementes de algumas leguminosas, partidas ao meio (lentilha, ervilha,

    gro-de-bico, etc), muito utilizadas na alimentao indiana.

    18. Provavelmente, Baba est se referindo a Drtarashtra, o rei cego, pai de

    Duryodhana. Por se recusar a ver as falhas de seu filho, ele lhe permitiu levar o

    reino sangrenta guerra narrada no Mahabharata.

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    anunciado nos jornais. Mas ningum se faz presente para transform-

    lo ou mesmo indicar especificamente quais as mudanas e como elas

    seriam efetuadas. Ningum ressalta os defeitos do sistema.

    A verdade de que os valores espirituais, morais e comportamentais

    so a prpria coroa da realizao humana no reconhecida. Quan-

    do no esto nos cargos, as pessoas escrevem artigos e ensaios sobre

    educao ou entregam-se a conversas de papagaio nos palanques.

    Quando essas mesmas pessoas alcanam posies de autoridade, leg-

    islam medidas totalmente contrrias ao que proclamaram antes.

    O m pode atrair ferro em sua direo, mas no pode atrair peda-

    os de ferro cobertos de poeira e ferrugem. Evidentemente, os dis-

    cursos dos palanques so bons; s que a prtica fica paralisada. A

    menos que essa doena seja curada, a educao e a cultura real no

    podem manifestar seu valor. A poeira e a ferrugem nos pedaos de

    ferro devem ser removidas de maneira que o m possa atra-los.

    Quando a mente estiver assim polida, o efeito ser como disse opoeta: Uma Grande Alma (Mahatma) tem como sua marca um

    pensamento, uma palavra, uma ao. A harmonia desses trs a

    melhor prova do valor do homem. Esse valor inigualvel tem sido

    rejeitado pelo homem por sua prpria vontade, porque ele est in-

    consciente da Sabedoria do Eu Superior (Atma Vidya), o genuno

    Conhecimento (Vidya) que deveria aprender.Floresceram muitos estudiosos, eruditos (pundits) e especialistas,

    contemporneos de Ramakrishna Paramahansa. Porm, faltou a con-

    scincia do Eu Superior (Atma) para ilumin-los em algum grau. Como

    resultado, os nomes dos estudiosos, eruditos e especialistas no so

    ouvidos hoje. O nome de Ramakrishna, que no podia reivindicar

    erudio em qualquer campo de conhecimento material ou objetivo,

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    espalhou-se sozinho por todo o mundo. Qual a razo? gua com

    acar misturado e gua pura so similares quando vistas. Beba! Ento

    voc identificar uma como gua doce e a outra como gua pura.

    As palavras de Paramahansa so cheias de suprema sabedoria, as

    palavras dos estudiosos so embebidas em erudio textual. Erudi-

    tos pretensiosos, que tm apenas analisado as pginas, terminam

    por buscar ganhos monetrios; eles no vo em busca do Divino.

    Palitos de fsforos que caram na gua no podem acender quando

    riscados, por mais vigorosamente que voc tente. Ainda mais, eles

    estragam at a caixa que os contm. Do mesmo modo, coraesembebidos em desejos e propsitos mundanos podem extravasar

    exortaes de papagaio, mas eles teriam, quando muito, apenas

    ouvintes, no praticantes. As pessoas receberiam os conselhos, mas

    no os aceitariam ou no agiriam de acordo com eles.

    Todos os eventos do mundo tm uma causa especial que os ori-

    gina, chamada Conhecimento. Evidentemente, sem que haja coisasa serem conhecidas, no pode haver conhecimento. H dois tipos

    de conhecimento: patente e latente, direto e indireto (Pratyaksha e

    Paroksha), real e aparente. O conhecimento patente (Pratyaksha ou

    A-paroksha) adquirido atravs do ouvido e outros rgos dos sen-

    tidos e atravs das palavras dos outros. O conhecimento latente ou

    real (paroksha) no conhece pluralidade; ele analisa e entende asatraes e objetos que assombram a mente. Ele purifica a mente e

    amplia a viso do corao.

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    3

    Hoje, o sistema educacional, embora dispendiosamente elaborado,

    tem ignorado as instrues morais. Nas escolas (Gurukulas19) do pas-

    sado, as instrues eram fornecidas para uma vida correta, progresso

    espiritual, conduta e comportamento tico. Naqueles dias, os estu-

    dantes eram treinados a levar vidas marcadas pela humildade, con-

    trole dos sentidos, virtude e disciplina. Hoje em dia, essas qualidades

    no so reconhecidas neles, pois nada sabem sobre os meios ou o

    significado do controle dos sentidos. Desde a infncia, divertem-se

    em seguir todos os caprichos e fantasias; encontram prazer no livre

    jogo dos sentidos e acreditam somente no materialismo. Como re-

    sultado, as pessoas ficam alarmadas quando examinam a situao

    das universidades. O Chefe do Departamento de Sade em Calcut

    descobriu que oitenta por cento dos estudantes estavam padecendo

    de deficincias de sade. Na regio de Bombaim, as condies so

    muito piores, afetando noventa em cada cem. A razo reside no fatode que os alunos esto envolvidos na vida sensual, na busca incon-

    trolada dos prazeres sensoriais e hbitos malignos. Pode isso ser con-

    siderado ganho para a educao? Ou caberia cham-las riquezas

    acumuladas atravs da ignorncia perversa?

    Os professores devem identificar seu papel e sua responsabilidade.

    Eles tm de assumir a parte mais importante no incentivo e preserva-o da sade fsica e mental de seus sensveis e inocentes tutelados.

    Cada ser vivente olha o mundo sua volta, mas cada um olha

    exclusivamente sua prpria maneira particular. O mesmo objeto

    visto por dez pessoas com dez diferentes sentimentos. Um indivduo

    19. Escolas onde as crianas moravam com o mestre e recebiam educao espiri-

    tual e acadmica.

    V V

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    visto por seu filho com o sentimento de que ele o pai, a esposa o v

    como marido, seu pai o v como filho, seus companheiros tm o sen-

    timento de que ele o prezado amigo. Sendo o mesmo indivduo, por

    que ele no evoca a mesma reao em todos? Aqueles que o visualizamde maneira distinta so afetados diferentemente. Essa a verdade.

    Certa vez, um Mestre (Guru) que vivia em Brahman Mutt estava

    de bom humor; mastigando betel20 com grande deleite, perguntou

    ao seu discpulo: Prezado companheiro! Como est o mundo? O

    discpulo respondeu: Guruji! Para cada um, o seu prprio mundo .

    Apesar de todos estarem no mesmo mundo, cada um vive em seuprprio mundo, moldado por suas prprias aes e reaes. Essa

    a razo por que Sankaracharya21 declarou: Preencha sua viso

    com Sabedoria; ento, tudo o que vires, ser Deus. Quando a viso

    (Drshti) preenchida com o Conhecimento Supremo (Jnana), o mun-

    do (Srshti) preenchido com o Absoluto (Brahman).

    No vocabulrio da educao atual, a riqueza (Dhanam) a aocorreta (Dharma). A busca da riqueza o caminho certo. A rique-

    za a atividade (Dhanam o Karma). Toda atividade tem como ob-

    jetivo a aquisio de riqueza. A riqueza (Dhanam) o mais sublime

    ideal (Padam). No h ideal mais desejado do que se tornar rico.

    Aqui est uma pequena histria como ilustrao: Narayana (um dos

    Nomes de Deus para os hindus) se manifesta em dezesseis aspectose tambm a Realidade imanente latente.

    Assim tambm o deus material, a Rpia (moeda indiana), tem dez-

    20. Betel uma planta comum no sudeste da sia. Muitos indianos mastigam suas

    folhas e suas sementes vermelhas, como uma espcie de vcio.

    21. Shankara grande sbio que viveu no sculo VIII d.C. e compilou os ensinamen-

    tos de Vedanta. Acharya significa mestre ou aquele que ensina pelo exemplo.

    V V

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    esseis Annas (centavos) como partes. Quando os homens adoram

    o dinheiro como se fosse o Deus Visvel, Narayana se torna inalcan-

    vel para eles. Poucos tentam estimar a vastido dos prejuzos que

    sofrem por esse motivo.

    Um dia, em meio a uma conversao, Lakshmi22, Deusa da For-

    tuna e Divina Consorte de Narayana, dirigiu-se da seguinte maneira:

    Senhor! O mundo inteiro me adora, mas nem mesmo um em cem,

    por que no dizer, um em um milho, O adoram. Ela atormentou o

    Senhor com esse relato e arquitetou um plano para testar a sinceri-

    dade do homem. Assim disse: Senhor! melhordescobrirmos porns mesmos quo verdadeiros so os fatos. Venha, vamos juntos, para

    o mundo, descobrir.

    Narayana concordou. Ele se fez passar por um grande erudito

    (Pandit), usando braceletes de ouro em seus pulsos como evidncia

    da apreciao e admirao dos famosos rgos acadmicos. Tinha um

    colar de contas rudraksha (semente sagrada) em torno do pescoo egrossas riscas de vibhuti (cinza sagrada) na testa. Manifestou-se assim

    na terra como um imbatvel erudito. Ele ia de uma vila para outra e

    comeava a encantar o povo com seus arrebatadores discursos. Sua

    personalidade esplendorosa e profunda erudio atraiam o povo;

    milhares se juntavam para ouvi-lo e segui-lo de um lugar para outro.

    Brahmanes23

    convidavam-no para seus povoados e reverenciavam-no.Sua chegada era celebrada como um festival, com ricos festejos.

    Enquanto Narayana era assim homenageado, Lakshmi tambm

    aparecia na terra como uma grande asceta (Yogini). Ela tambm se

    22.A Deusa Lakshmi a Shakti (energia feminina) do Deus Vishnu, tambm chama-

    do de Narayana.

    23. Integrantes da casta dos sacerdotes e filsofos.

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    dirigiu de uma vila a outra, levando luz ao povo atravs de seus dis-

    cursos sobre o Eu Superior (Atma). As mulheres agrupavam-se macia-

    mente, em nmero cada vez maior, para ouvir seus fascinantes discur-

    sos. Oravam para que ela pudesse honrar suas casas com uma visitae participar dos banquetes que estavam ansiosas para oferecer. Em

    resposta, ela informou-lhes que estava presa a alguns votos, os quais

    tornavam difcil para ela aceitar seus pedidos. Ela no podia comer nos

    pratos j usados nos lares. Disse-lhes mais: que s lhe era permitido

    levar suas prprias taas e pratos consigo. As mulheres estavam to

    profundamente ansiosas por hosped-la que aceitaram sua condio.Qualquer que fosse seu voto, estavam prontas para respeit-lo. Con-

    vites vinham de cada mulher, de todos os lugares.

    A Yogini chegou a casa onde faria a refeio no primeiro dia e tirou

    do saco que tinha consigo um prato de ouro, algumas taas e um

    copo de ouro para beber gua. Ela arrumou tudo isso diante de si

    mesma para colocar os vrios tipos de alimentos. Quando a refeioterminou, se foi do lugar, deixando os preciosos artigos de ouro para

    o anfitrio. Esclareceu que tinha um novo jogo para cada dia.

    A notcia se espalhou. Os habitantes das aldeias onde Narayana

    fazia seus encantadores discursos tambm ouviram sobre os mara-

    vilhosos acontecimentos dos presentes da Yogini. Os Brahmanes que

    estavam absolutamente admirados pelo to famoso erudito, tambmse apressaram em convidar a Yogini aos seus lares para almoar! Ela

    disse-lhes que eles teriam de mandar o erudito embora antes que ela

    entrasse em seu povoado. Ela no colocaria os ps l enquanto ele

    permanecesse! Estava inflexvel nesse ponto. A ganncia deles por

    ouro era to grande que eles foraram o Pandit, a quem adoraram

    tanto e com tanta pompa, a ir-se embora de sua vila.

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    Depois disso, a Yogini entrou no povoado dos Brahmanes, fez dis-

    cursos, participou de festas preparadas em sua honra e presenteou

    cada um de seus anfitries com os pratos e taas de ouro. Dessa

    forma, conseguiu que o Panditfosse mandado embora de todos oslugares onde ele buscava reconhecimento e ateno. Como con-

    sequncia, ela garantia para si a adorao do povo em todos os

    lugares. Incapaz de suportar o insulto universal, o Panditabandonou

    o seu papel e Narayana (Deus) desapareceu da Terra. A Yogini soube

    disso, deixou a aparncia que havia adotado, reassumiu sua Forma

    real e uniu-se ao Senhor Narayana. Enquanto conversavam entre si,disse ao Senhor: Agora, diga-me! O que descobriu? Quem entre ns

    mais venerado e adorado na Terra? Narayana riu de sua pergunta

    e respondeu: Sim, o que voc disse verdade.

    Sim. Hoje, a educao e o conhecimento obtidos esto sendo ne-

    gociados. Dinheiro tudo para todos. Pessoas educadas desertam

    de sua terra natal como mendigos procura de dinheiro. esse osinal de uma educao adequada?

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    A ndia tem conferido, por geraes, paz duradoura e felicidade

    aos povos de todas as terras, por meio da fora dos princpios espiri-

    tuais por ela nutridos. O ideal pelos quais esta terra tem-se empen-

    hado Que todos os mundos sejam felizes e prsperos, (Loka

    Samastah Sukhino Bhavanthu).

    Esse tem sido o mais elevado objetivo do povo da ndia. Para pro-

    mover e realizar esse santificado ideal, os monarcas das eras pas-

    sadas, os sbios (rishis), os fundadores das fs, os estudiosos, os

    eruditos, matronas e mes, sofreram e se sacrificaram muito. Eles

    rejeitaram honra e fama, e lutaram para manter suas convices e

    modelar suas vidas em concordncia com essa viso universal.

    Os artigos raros e luxuosos podem atrair por suas belezas externas,

    mas para o olho que est iluminado pela luz espiritual, eles parecem

    triviais em valor. Encanto e fora fsica nunca podem sobrepujar a

    atrao e a fora do esprito. A qualidade de Rajas24 (paixo) gera

    egosmo e pode ser identificada onde quer que se manifestem egos-

    mo e orgulho. At que esse modo de pensar e agir seja suprimido,

    a qualidade de Satwa (bondade) no pode se tornar evidente. E na

    falta da qualidade de Satwa, o divino, Shiva25, o supremo poder no

    poder ser propiciado, agradado e conquistado.

    Parvati26, a filha do monarca dos Himalaias, era o mximo em

    24. Para os hindus, existem trs qualidades bsicas presentes em toda a Criao:

    sattva (equilbrio, bondade, sabedoria); rajas (atividade, paixo, agitao); tamas

    (inrcia, ignorncia, preguia).

    25. Shiva , para o hindus, um dos nomes de Deus. Representa o aspecto relacio-

    nado transformao do Universo.

    26. Parvati um dos nomes da consorte de Shiva.

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    beleza fsica. Apesar disso, teve de adquirir a qualidade de Satwa e

    destruir o orgulho da beleza pessoal e seu egosmo natural, por meio

    de intenso ascetismo. Ela tinha de brilhar na beleza do esprito! A

    lenda relata que Manmatha, o Deus do Amor, que planejou projetarsomente o encanto jovial de Parvati para obter a ateno de Shiva,

    queimou at virar cinzas. Esse incidente simboliza o fato de que o Di-

    vino Conhecimento (Vidya) no pode ser adquirido enquanto o indi-

    vduo estiver aprisionado nas malhas do ego. Quando o indivduo se

    preenche com a Sabedoria Suprema (Vidya), o orgulho desaparece.

    Mas, nos dias de hoje, vaidade e orgulho so tratados como se adicio-nassem encanto ao conhecimento exigido. A atrao atribuda a uma

    pessoa pela cultura nos assuntos que se relacionam com o mundo ob-

    jetivo deve ser abandonada; s a partir da a genuna Divindade inata

    pode se manifestar. S assim a personalidade do individuo, que o Eu,

    pode aceitar o divino. O ego empregado o Manmatha, o agitador

    da mente e deve ser transformado em cinzas por meio do impacto daviso divina. O divino, o Senhor (Ishwara), no Se entrega aos encantos

    fsicos, s autoridades mundanas, ao poder muscular, intelectual ou fi-

    nanceiro. Esse o significado interno do episdio de Manmatha.

    Parvati submeteu-se a extrema austeridade e se sujeitou (ou mel-

    hor, sua ego-conscincia) ao sol e chuva, ao frio e fome, e as-

    sim se transformou. Finalmente, O Senhor Ishwara (Shiva) aceitou-acomo a metade de Si mesmo! Esse o estgio do adiantamento es-

    piritual chamado Sayujya (Unio, Fuso). o mesmo que liberao e

    libertao (Moksha e Mukthi). De fato, a sabedoria Suprema (Vidya)

    envolve humildade, tolerncia e disciplina. Destri arrogncia, inveja

    e todos os vcios a eles relacionados. Tal Sabedoria a verdadeira

    Sabedoria do Eu Superior (Vidya Atmica).

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    Moksha significa liberao. Todos os seres encarnados desejam lib-

    erar-se da limitao que a corporificao envolve. Cada ser vivente

    forosamente um Mumukshu, ou seja, um aspirante liberao, um

    praticante da renncia. O indivduo deve ser um renunciante (tyagi),perito em desapego. Essa a Verdade final, a incontestvel Verdade.

    Aqueles que deixam seu corpo e se vo no levam consigo nem

    mesmo a mo cheia de terra. Quando o individuo no aprende a

    renunciar, a Natureza lhe ensina, na sua morte, esta grande verdade

    sobre a necessidade e o valor do desapego e da renncia. Ento

    bom aprender a lio antes mesmo que isso acontea. A pessoa queaprende e pratica essa verdade decerto abenoada.

    Desapego a segunda preciosa virtude que Vidya confere. Esvazie a

    gua de um pote ; a imagem ou sombra do cu que se podia ver den-

    tro dele tambm se perde com a gua. Mas o genuno cu se introduz

    no pote. Igualmente, quando aquilo que no for o Atma (Eu Superior)

    for descartado, o Eu Superior (Atma) permanece e a liberao alca-nada. Mas o que tem de ser descartado no o obstculo objetivo;

    a renncia deve ser subjetiva. Muita gente interpreta renncia (thyaga)

    tanto como dar dinheiro ou terras como caridade, quanto como ex-

    ecutar rituais (Yajna ou Yaga) ou outras cerimnias, denominadas sac-

    rifcios, ou ainda abandonar seu lar, famlia, esposa e filhos e ir para

    a floresta. Mas renncia (thyaga) no significa tais gestos de mentes

    fracas. Isso no to difcil quanto se supe ser. Se estiver disposto, o

    indivduo pode facilmente realizar esses atos e renunciar ao que eles

    condenam. A verdadeira renncia abandonar os desejos.

    Isso a realidade da existncia do indivduo, o propsito de to-

    dos seus esforos. O abandono do desejo envolve o abandono da

    luxria, ira, ganncia, dio, etc. A renncia fundamental deve ser

    VIDYA VAHINI

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    aquela relacionada aos desejos. Os outros sentimentos e emoes

    so suas reaes subordinadas. Dizemos Kodanda Pani (Aquele

    que tem em suas mos o arco Kodanda); mas a palavra implica em

    que ele tambm tenha a flecha em suas mos. O arco implica tam-bm na flecha. Da mesma maneira, o desejo implica na presena

    da luxria, ira, ganncia, etc. Estes, mais tarde, sero verdadeiros

    portes para o Inferno. A inveja o ferrolho de l; o orgulho a

    chave. Destrave e levante o ferrolho: voc pode entrar.

    A raiva poluir a sabedoria conseguida pelo homem. Desejos desen-

    freados sujaro todos os seus atos; a ganncia destruir sua devooe dedicao. Desejo, ira e ganncia solaparo a ao (Karma), a sa-

    bedoria (Jnana) e a devoo (Bhakthi) do homem e o tornaro gros-

    seiro. Mas a raiz causadora da ira o desejo e ele consequncia da

    ignorncia. Ento, o que se deve eliminar essa ignorncia bsica.

    Ignorncia a caracterstica do animal. O que um animal? Aque-

    le que v um animal (Psayathi ithi pasuh). Isso o mesmo quedizer: aquele que tem a viso exterior e aceita o que a viso externa

    exprime o animal (Pashu). A viso interior conduzir o indivduo

    para Pashupathi27, o Senhor de todos os seres viventes, o mestre

    dos Pashus. Aquele que no subjugou os sentidos o animal, e tem

    caractersticas nocivas nascidas com ele. Por mais arduamente que o

    indivduo tente elimin-las, elas no podem ser transformadas a curto

    prazo. O animal no pode se ver livre delas; no tem capacidade

    para entender o sentido do conselho dado. Por exemplo, podemos

    criar um filhote de tigre com afetuoso cuidado e trein-lo para ser

    gentil e obediente. Mas, quando ele estiver com fome, somente sa-

    borear carne crua; no comer verduras e batata! Mas o homem

    27. Pashupati um dos nomes de Shiva (Deus).

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    pode ser educado de maneira melhor. Por isso, a declarao das escritu-

    ras: Para todos os seres animados, nascer como homem uma rara con-

    quista. O homem , sem dvida, o mais afortunado e o mais santificado

    dentre os animais e, sendo assim, suas qualidades instintivas podem sersublimadas. Aquele que nasce como um animal humano (Pashu) pode

    elevar-se a Senhor dos seres (Pasupathi) atravs do auto-esforo e aper-

    feioamento. As bestas nascem cruis e morrem cruis.

    Uma vida vivida sem controle dos prprios sentidos no faz jus ao

    nome. O homem dispe de muitas capacidades e se, com elas, no

    controla seus sentidos ou no os dirige corretamente, os anos queele passa vivo so desperdiados. A Sabedoria Suprema ou educao

    adequada ajuda o homem a obter xito nesse processo de domnio. A

    Sabedoria confere liderana. A educao promove a humildade. Por

    meio da humildade, o indivduo conquista o direito de engajar-se em

    uma profisso e essa autoridade lhe concede prosperidade. Uma pes-

    soa prspera tem capacidade de fazer caridade e viver corretamente.O correto viver pode conferir felicidade aqui e na vida futura.

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    A educao deve estabelecer e investigar intimamente a natureza e

    as caractersticas da busca espiritual pelo Absoluto, o Ser Superior ou

    Paramatma. Ela deve provar seu verdadeiro carter, manifestando-secomo uma fonte de moralidade, estipulando axiomas de virtude. A

    Sabedoria (Vidya) sua prpria prova visvel. a raiz da f em toda a

    F. Ela prepara a mente do homem para apreciar e aderir F e para

    dirigir sua vida atravs desse curso. Isso chamado de Filosofia.

    Filosofia significa amor ao conhecimento. O conhecimento um

    tesouro de incalculveis riquezas. A Educao a inexorvel buscado conhecimento, impulsionada pelo amor ao seu valor e imper-

    turbada pelas dificuldades. A Sabedoria Suprema tenta investigar

    por trs das formas assumidas pelas coisas, das aparncias que elas

    tomam, e descobrir a nica realidade que pode explic-las. A Ver-

    dade deve ser conhecida e vivenciada; a Verdade deve ser visual-

    izada; essa a funo da Sabedoria.

    A Sabedoria o resplendor que impregna a vida inteira. No Oci-

    dente, trata mais de conceitos e conjecturas; no Oriente, envolve-se

    mais com a Verdade e a Totalidade. O Princpio procurado pela Sa-

    bedoria Superior est alm dos domnios dos sentidos Humanos;

    uma composio trplice de corpo, mente e esprito (Atma). Em conse-

    quncia, possui trs naturezas em sua constituio: (1) uma natureza

    animal inferior, (2) uma natureza humana, repleta de conhecimento

    e habilidade mundanos, e (3) a genuna natureza do homem, isto ,

    a divina natureza do eu Superior (Atmica). Conscientize-se dessa ter-

    ceira natureza e estabelea-se nela; essa a Sabedoria Suprema.

    O corpo uma mquina que tem como seus componentes os

    cinco elementos: espao, ar, fogo, gua e terra. O prprio Deus a

    est manipulando, invisvel.

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    Desejos produzem anseios. Desejos causam nascimentos e tambm

    mortes28. Quando o homem destitudo de desejo, ele no necessita

    passar por nascimento e morte. O nascimento seguinte o resultado

    dos desejos no preenchidos nesta vida e determinado por eles.Aqueles que no tm vestgios de desejos por objetos materiais po-

    dem alcanar a conscincia da realidade do Eu Superior (Atmica).

    Na verdade, o desejo de conhecer Deus, amar a Deus e ser por

    amado Ele no um desejo que cria apego. Quando a conscincia

    de Deus surge em todo o seu esplendor, todos os desejos mundanos

    e sensuais so reduzidos a cinzas nas chamas dessa Conscincia.O ser individual retornar para o Ser Universal to logo os desejos

    cheguem ao fim, e se deleitar na Suprema Paz, Paramashanti. O ser

    deve interromper todos os contatos com o no-ser para que possa

    ganhar a imortalidade.

    Seus pensamentos desempenham um papel vital em modelar sua

    vida. por isso que voc aconselhado a ter cuidado com seuspensamentos e das boas-vindas somente queles que so bons. O

    homem um monte de pensamentos. A Sabedoria estabelece bons

    pensamentos na mente do homem e, dessa forma, se eleva ao es-

    tado de Sabedoria do Eu Superior (Atma Vidya). Por exemplo, uma

    cadeira evoca uma idia em sua mente com uma certa forma, com

    um certo nome. A palavra madeira no produz essa idia e esse

    nome-forma. O valor desse nome-forma depende da utilizao que

    voc atribui madeira. O relacionamento entre voc e o mundo ma-

    terial deve ser de tal forma que faa os desejos fugir de voc e no

    que os torne mais intensivos e extensivos.

    28. Segundo a tradio hindu, o homem s permanece preso ao ciclo de vidas e

    mortes devido a seus interminveis desejos.

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    De fato, ningum ama ou deseja qualquer artigo ou coisa, aprecian-

    do-a por ela mesma29. As pessoas amam sempre essas coisas apenas

    por razes egostas, por interesse prprio. Nenhum movimento ad-

    mitido pelo homem sem um propsito especfico. Mas o aprendizadoderivado da Sabedoria Suprema (Vidya) revelar que o indivduo no

    inteiramente responsvel nem mesmo pelo motivo que o moveu. A

    Ao (Karma) ou Atividade no inteiramente do indivduo! a ao

    (Karma) do indivduo que eleva ou degrada sua condio.

    A morte envolve certos desenvolvimentos que enfraquecem e ex-

    tinguem a vida. Ela no afeta o Eu Superior (Atma) que no morre,que no pode ser destrudo. Sendo assim, a pessoa no deve sentir

    medo da morte. A morte apenas outro estgio da vida. Seja qual for

    o tempo que o indivduo sofra de enfermidades ou por mais graves

    que sejam os ferimentos, a morte somente acontecer quando o

    Tempo30 assinalar o momento certo. Quando os apegos pelo viver

    terminarem, no haver mais nascimento31.

    a mesma energia (Shakti) que ativa todas as mos, v por todos

    os olhos e ouve por todos os ouvidos. De fato, todo ser humano

    constitudo de uma divina substncia. O corpo humano, seja na

    Amrica ou na China, frica ou ndia, so igualmente compostos por

    carne, sangue e ossos. Os impulsos instintivos e a conscincia so

    comuns a todos os seres viventes. Quando so feitas investigaes

    29. O ensinamento de Vedanta diz que os objetos no so amados por si mesmos

    e sim pela felicidade que imaginamos que eles possam nos dar. Porm essa felici-

    dade inerente ao Eu Superior e somente Nele pode ser encontrada.

    30. O Tempo, para os hindus, um dos aspectos em que Deus se manifesta.

    31. A pessoa totalmente livre de desejos mundanos e de apego pela vida (o sbio)

    no tem motivos para renascer, portanto, se funde no Absoluto.

    VIDYA VAHINI

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    cientficas, pode-se demonstrar a existncia de sinais de conscincia

    de vida em pedras, rvores e metais .

    O Eu Superior (Atma) uma centelha do Divino. Sua existncia la-

    tente pode ser conhecida pelos investigadores. Deus UM. Qualquerque seja a nacionalidade, qualquer que seja a religio que se pro-

    fesse, qualquer um pode realizar o Absoluto Universal (Brahma) se

    dominar a cincia do progresso espiritual (Atma Vidya). F no Deus

    UNO o ponto crucial, o ponto central. Outras opinies, conceitos

    e conjecturas andam em crculos nas margens, na periferia.

    VIDYA VAHINI

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    O destino inexorvel de todo ser vivo a realizao do Absoluto.

    Isso no pode ser evitado ou repudiado de forma nenhuma. Nossa

    atual condio de imperfeio consequncia de nossas atividadesdurante as vidas pretritas. o mesmo que dizer que os pensamen-

    tos, sentimentos, paixes e atos das vidas passadas ocasionaram a

    condio na qual nos encontramos no presente. Igualmente, nossa

    condio futura est sendo construda com base em nossas aes

    e desejos, pensamentos e sentimentos atuais. Em outras palavras,

    ns mesmos somos a causa de nossa fortuna e infortnios. Isso noquer dizer que no se deva procurar e obter a ajuda de outros, a

    fim de promover o bem-estar e evitar infortnios. Na verdade, tal

    assistncia essencial para todos, exceto, talvez, para uma pequena

    minoria. Quando algum obtm essa ajuda, sua Conscincia puri-

    ficada e sublimada, e seu progresso espiritual acelerado. Ao final,

    consegue-se Perfeio e Plenitude (Poornathawam).

    Tal inspirao vivificante no pode ser obtida atravs da leitura

    atenta de livros. S pode ser conquistada quando um elemento-

    mente contata outro elemento-mente. Mesmo quando a vida inteira

    de algum despendida em examinar livros e, por este meio, a pes-

    soa adquire talentosa intelectualidade, ela ter avanado muito pou-

    co no cultivo do esprito. Seria injustificvel declarar que, por chegar

    ao pice da inteligncia, algum tenha, por isso, progredido e obtidoxito em alcanar o pice do conhecimento espiritual. Escolaridade

    e cultura no tm relao de causa e efeito. Por mais que a pessoa

    erudita tenha conhecimento mundano, sua erudio ser apenas lixo

    se sua mente no for culta. O sistema de educao que ensina cul-

    tura e a ajuda a permear e purificar o aprendizado acumulado o

    melhor e o mais proveitoso.

    VIDYA VAHINI

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    Como resultado do estudo de livros ou, em outras palavras, como

    resultado da educao formal, a inteligncia do indivduo pode ser

    aguada e expandida. Ele pode, inclusive, proferir maravilhosos dis-

    cursos sobre assuntos espirituais, mas sua vida espiritual no podeser vista como se tivesse os mesmos avanos. O ensino conferido a

    ns por outrem pode no penetrar no corao e transformar nossa

    natureza. Essa a razo por que a erudio sem a cultura intensiva

    do esprito revela-se estril.

    S o ser elevado, que tem a verdade Divina (Atmica) impressa no co-

    rao, pode ser aceito como Mestre (Guru). S o individuo que podeacolher essa verdade e est ansioso por conhec-la, somente ele deve

    ser aceito como Discpulo. A semente deve ter o principio vital latente

    em si e o campo deve ser arado e preparado para o plantio. A colheita

    espiritual ser abundante se ambas as condies forem preenchidas.

    O ouvinte deve possuir um intelecto claramente receptivo, seno os

    princpios filosficos que formam a base da Sabedoria (Jnana) no

    sero compreendidos. O Mestre e o Discpulo, ambos devero ter

    essa estatura. Outros que no tm tais qualificaes ou autoridade

    podem apenas divertir-se e brincar em vo no campo espiritual.

    Existem Mestres (Gurus) com muito mais estatura e com capaci-

    dade mais aprofundada do que aqueles mestres eruditos e culturais.

    So osAvatares, as Encarnaes Humanas de Deus. Eles conferem,

    por mera boa vontade, a beno da fora espiritual. Eles comandam

    e, atravs da prpria fora desse comando, o mais baixo dos inferi-

    ores eleva-se posio Daquele que conseguiu alcanar sua meta

    (Siddhapurusha, algum que pleno de realizao espiritual). Tais

    pessoas so os Mestres de todos os mestres; representam a mais

    elevada manifestao de Deus na forma humana.

    VIDYA VAHINI

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    O homem no pode visualizar Deus em outra forma que no a

    humana. Deus surge na forma humana em resposta s oraes dos

    homens, j que eles s podem experimentar como real essa viso.

    Quando ele tenta imaginar e visualizar Deus em qualquer outra for-ma, termina por contemplar alguma falsa imagem feia e faz grande

    esforo para acreditar que essa forma, inferior real, seja Deus.

    Uma pessoa ignorante concorda em moldar um dolo de Shiva 32 e

    despende vrios dias preparando-a. Como resultado de seu contin-

    uo labor, ele produz ao final do perodo a imagem de um macaco!

    Enquanto humanos seremos incapazes de retratar, atravs da imag-

    inao, qualquer forma de Deus alm da humana. Ento, deve-se

    esperar pela chance de perceber a realidade da Pessoa (Divina),

    alcanando-se o estgio acima e alm do nvel humano.

    A investigao superficial feita pela razo medocre, sem respal-

    do da sabedoria, no pode nos levar a lugar nenhum. Quando tais

    pessoas fizerem prelees condenando os Avatares e voc estiver

    presente, ouvindo, pergunte ao orador: Venervel Senhor! O sen-hor entendeu o sentido das palavras onilocao, onipotncia e oni-

    presena?. O homem est confinado Natureza objetiva que ele

    contata atravs de seus sentidos. Assim, ele se encontra incapaz de

    entender tais idias. A respeito desses conceitos, o orador no sabe

    nada alm do que um homem comum analfabeto. Apesar de serem

    ignorantes nesses vastos horizontes do pensamento, os oradores

    desse tipo criam confuso e angstia com seus ensinos.

    Educao espiritual , na realidade, experincia da Verdade, con-

    scincia da Verdade. Oratria agradvel no deve ser confundida

    com experincia da Verdade. A experincia acontece somente no

    mais intimo tabernculo do Ser.

    32. Shiva a terceira pessoa da Trindade Hindu, o aspecto Transformador de Deus.

    VIDYA VAHINI

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    Tal como foi criado, o homem atual , por natureza, limitado e,

    sendo assim, ele s pode ver Deus como homem. No h escap-

    atria. Quando bfalos desejam adorar a Deus, limitados como so

    por sua natureza de bfalos, s podero imaginar Deus como umBfalo Csmico. Do mesmo modo, o homem imagina o Princpio

    Divino como o Esprito Csmico (Purusha) com membros e quali-

    dades humanos.

    Homem, Bfalo e Peixe, podem ser comparados a vasilhas ou re-

    cipientes. Leve-os at o ilimitado oceano da Divindade para ench-

    los com Ele. Cada um poder conter somente o que couber em suaforma ou tamanho, no ? O recipiente humano conter e aceitar

    Deus com a forma do homem; o recipiente-bfalo, com a forma de

    bfalo; o recipiente-peixe, com a forma de peixe. Todos esses re-

    cipientes-formas contero a mesma gua do Oceano da Divindade.

    Quando os homens visualizam Deus, veem-No como humano. Cada

    um impe a Deus sua prpria forma.

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    tos so elementares. Em seguida, eles possibilitam ao indivduo ter

    conscincia de regies alm dos limites dos sentidos. Mais tarde, ele

    poder viajar alm do alcance de sua mente e, at mesmo, alm dos

    muros mais distantes que se pode alcanar atravs dos poderes conti-dos no corpo humano. Finalmente, ele realiza e vivencia a verdade da

    Verdade, isto , que o indivduo Aquele que imanente em tudo, na

    totalidade do Cosmos. O indivduo estar pleno de Bem-Aventurana

    quando fixado nessa F e nessa Conscincia. Esta a Sabedoria Su-

    prema (Vidya), a aquisio da verdadeira Educao, o pice do melhor

    processo educacional. Durante esse processo, aSabedoria Suprema

    tambm instrui, incidentalmente, a respeito da configurao ideal da

    sociedade, das filiaes mais desejveis entre os homens, do mais

    benfico relacionamento entre povos, raas, naes e comunidades,

    assim como a forma e maneira ideais para conduzir a vida diria. O

    Conhecimento Supremo implanta isso no corao to profundamente

    quanto for necessrio para o progresso humano.

    De todas as profisses, a de professor aquela em que mais se tem

    que aderir ao ideal da Verdade. Quando os professores desviam-se

    da Verdade, a sociedade encontra-se com o desastre. Milhares de

    crianas sensveis, no familiarizadas com os caminhos do mundo,

    passam pelas suas mos. O impacto de seus ensinamentos e suas

    personalidades ser enorme e duradouro. Assim sendo, o professor

    tem de estar livre de maus hbitos, pois as crianas automaticamente

    adotam os hbitos e maneiras dos mais velhos. Esse um perigo sem-

    pre presente. Quando a influncia negativa dirigida aos milhares

    que recebem o impacto, a sociedade se polui. Com o tempo, o mal

    social contamina tambm o professor de alguma outra forma. Essa

    a lio que me ensinastes, Senhor!, diz a cano. Um dia, o profes-

    VIDYA VAHINI

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    sor ridicularizado e humilhado pelos seus prprios alunos. Ento,

    o professor deve equipar-se de virtudes. O rei honrado e adorado

    unicamente dentro de seu reino, nos limites de suas fronteiras, mas o

    homem virtuoso honrado e venerado em todos os pases.Uma pessoa pode possuir notvel beleza fsica, o brilho da robusta

    juventude, pode vangloriar-se de elevada linhagem nobre; pode ser

    um renomado erudito, mas se lhe faltam as virtudes que a disciplina

    espiritual (Vidya) assegura, s poder ser reconhecida como uma

    bonita flor, sem nenhuma fragrncia.

    Quando bem jovem, Mohandas Karamachand Gandhi assistiu, emcompanhia de sua me, a um drama denominado Sravana e sua de-

    voo a seus pais, e resolveu que deveria tornar-se igual a Sravana.

    Assistiu a uma pea teatral sobre Harischandra e o drama o impres-

    sionou tanto que resolveu tornar-se to heroicamente devotado

    virtude quanto o prprio Harichandra. Isso o transformou tanto que

    ele se tornou um Mahatma (Grande Alma). Gandhi teve um profes-sor quando estava na escola que lhe ensinou caminhos errados, mas

    ele no seguiu seus conselhos. Em consequncia, tornou-se capaz de

    trazer a liberdade para o pas. Existem nesta terra de Bharat (ndia)

    milhares e milhares de Mahatmas em potencial. Os exemplos que te-

    mos de manter diante deles so os daqueles homens e mulheres que

    aprenderam e praticaram a educao espiritual (Atma Vidya).

    A antiga cultura da ndia, o Sanathana Dharma (A Lei Eterna),

    aclamada como de supremo valor, no apenas por hindus (Bharati-

    yas), mas por pessoas de todas as terras. A razo dessa fama univer-

    sal que ela est baseada nos Vedas (Escriturashindus). Os Vedas

    so a fonte de todos os princpios de moralidade ou Dharma33. O

    33. Frase em snscrito: Vedokhilo dharma moolam.

    VIDYA VAHINI

    Dh 34 i li d d i d

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    Dharma34 implica em todas as recomendaes a respeito das aes e

    atitudes requeridas para manter o homem na posio que alcanou, a

    qual a maior entre todos os animais e seres viventes. Os Vedas so a

    arca do tesouro que contm todos os deveres e obrigaes, direitos e

    responsabilidades que o homem tem de aceitar e observar na vida.

    Nas antigas ermidas, depois que o aluno terminava seus estudos

    com o Mestre (Guru), este lhe dava conselhos to enaltecedores como

    nenhum aluno em qualquer outro pas recebia de seu mestre: Que

    sua me seja seu Deus (Mathru Devo Bhava), Que seu pai seja seu

    Deus (Pithru Devo Bhava), Que seu preceptor seja seu Deus(Aacha-

    rya Devo Bhava), Fale a Verdade (Sathyam Vada ), Aja corretamente

    (Dharmam Chara), No adote outros caminhos (Itharani). Esses eram

    os mandamentos. Pare todos os atos que forem incorretos, dedique-

    se somente quelas atividades que possam promo-ver seu progresso.

    Esse era o conselho. Os Vedas e as Upanishads referem-se unicamente

    a esses mandamentos quando estabelecem que deveramos pronun-

    ciar Shanti, Shanti, Shantih, em orao pela paz na Terra35.O conselho dado aos alunos muito poderoso em todas as suas

    partes. Por seu servio devotado sua me e seu pai, Dharmavyadha

    ganhou fama eterna. Por meio de consistente adeso Verdade, Rama

    e Harischandra fizeram-se imortais. Por meio da conduta correta, ho-

    mens simples elevaram-se s posies de espritos elevados (Mahapu-

    rushas). Buddha se recusou a prejudicar os seres viventes. Ele faloudeAhimsa (no-violncia) como a mais elevada moralidade (paramo

    dharmah). Assim, ele foi reverenciado como mestre do mundo.

    34. Dharma que dizer aquilo que sustenta. a Eterna Lei Csmica, na qual se

    baseiam todas as regras de conduta correta.

    35. Isso significa que a maneira correta de assegurar a Paz cumprir esses

    mandamentos.

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    Quando algum estimulado pela necessidade de promover o pro-

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    Quando algum, estimulado pela necessidade de promover o pro

    gresso dos demais, dedica sua riqueza, competncia e inteligncia,

    sua posio e situao para esse fim, ele se torna verdadeiramente

    grande. Tal indivduo o sbio adequado para o mundo. Ele cumpreinesgotavelmente o voto de servio desinteressado. Aquele que con-

    sciente de seus deveres e obrigaes bsicas e despende seus dias

    praticando-os , estar em paz suprema, onde quer que esteja. Atravs

    de sua influncia, sua vizinhana tambm compartilhar dessa paz.

    A Sabedoria Suprema impele o homem a lanar o seu estreito ego

    no fogo sacrificial e a nutrir, em seu lugar, o Amor universal que a

    fundao bsica para a superestrutura da vitria espiritual. O amor

    que no conhece limites purifica e santifica a mente. Permite que o

    pensamento se concentre em Deus, permite que os sentidos e as

    emoes sejam sagrados e os atos e atividades sejam expresses

    do servio desinteressado. Permite que a mente, o corao e a mo

    sejam, dessa forma, saturados pelo Bem. ASabedoria Suprema deve

    aprofundar essa tarefa de sublimao. Primeiro, ela deve induzir o

    segredo do servio; servio prestado ao outro deve conferir jbilo

    integral em todos os sentidos. Deve enfatizar que, em nome do

    servio, nenhum dano, dor ou tristeza deve ser infligido aos outros.

    Enquanto algum presta servio, no deve manchar-se com a atitude

    de faz-lo para sua prpria satisfao. O servio deve ser interpretado

    como uma parte essencial do prprio processo da vida. Esse o verda-

    deiro ncleo da Sabedoria Suprema. Como tijolos e argamassa esto para

    uma casa que est sendo construda, a atividade de servio ao prximo

    necessita da Sabedoria para fortalecer nossa deciso de purificarmos os

    pensamentos, palavras e aes para levar a cabo nossos deveres. Dessa

    forma, a Sabedoria Suprema a chave para o progresso do pas.

    VIDYA VAHINI

    Qual exatamente o segredo de garantir paz e prosperidade

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    Qual exatamente o segredo de garantir paz e prosperidade

    para a humanidade? prestar servio aos outros sem esperar deles

    servio em retribuio. A ao (karma) que ata uma imensa rvore

    de crescimento rpido. O machado que pode cortar as razes dessarvore : fazer tudo como um ato de adorao para glorificar o Sen-

    hor. Esse o verdadeiro ato sacrificial (yajna), o mais importante

    ritual. Tal sacrifcio promove e confere a Sabedoria Divina (Brahma

    Vidya). Note que o anseio por prestar servio desinteressado deve

    fluir em cada nervo do corpo, penetrar cada osso e ativar cada c-

    lula. Aqueles que se engajam na disciplina espiritual devem ter con-

    quistado essa atitude em relao ao servio.

    O servio desinteressado o desabrochar do Amor Divino (Pre-

    ma), uma flor que preenche a mente com xtase. A incapacidade de

    causar mal a fragrncia dessa flor. Deixe que mesmo os seus meno-

    res atos estejam impregnados de compaixo e reverncia; esteja

    certo de que seu carter estar, por isso, brilhando profusamente. A

    mais elevada felicidade o contentamento. Onde no houver asper-

    eza, ali brotar santidade e a virtude florescer. Onde existir cobia,

    o vicio brotar. O indivduo deve destruir completamente a necessi-

    dade de viver uma vida isolada, como um touro solitrio. No nutra

    tal desejo, nem mesmo em sonhos.

    A Sabedoria Suprema o instrui a lembrar primeiro de si mesmo. Aps

    se transformar, tente reformar os outros; esse o conselho oferecido

    pela Sabedoria. O ilusrio apego ao mundo objetivo pode ser erradi-

    cado por meio do servio desinteressado, prestado como adorao ao

    Senhor. Devoo Ptria, Amor Ptria, estes devem ser considera-

    dos inferiores ao amor e devoo por toda humanidade. A devoo

    genuna se caracteriza por amar a todos, sempre, em qualquer lugar.

    VIDYA VAHINI

    Sua natureza revelada por seus atos, seus gestos, seu olhar, sua

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    p , g , ,

    fala, seus hbitos alimentares, seu vesturio, seu modo de andar. Em

    consequncia, esteja atento para garantir que sua fala, movimentos,

    pensamentos e comportamento sejam todos corretos e cheios deamor, puros e isentos de ferocidade e caprichos.

    Voc deve desenvolver a humildade de acreditar que tem muito

    de bom para aprender com os outros. Seu entusiasmo, sua ambio

    forte, sua resoluo, sua capacidade de trabalho, seu cabedal de

    conhecimentos, sua sabedoria, devem estar relacionados com todos

    os outros e no ser utilizados apenas para voc. Seu corao deve

    abranger todos. Seus pensamentos tambm devem ser moldados a

    partir dessas linhas gerais.

    Alimentar-se um santo ritual, um ato sacrificial (yajna). No deve

    ser realizado durante momentos de ansiedade ou tenso emocional.

    O alimento deve ser considerado remdio para a doena da fome e

    como a sustentao da vida.

    Trate cada problema que encontrar com uma afortunada oportuni-

    dade de desenvolver a sua fora mental e adquirir grande resistncia.

    A caracterstica da Natureza manifestar-se como multiplicidade;

    a caracterstica do Divino absorver na unidade. Ento, quem quer

    que tenha averso ou odeie o outro, ou degrade e denigra o outro,

    , sem dvida, um tolo; porque assim est desgostando, odiando,degradando ou denegrindo somente a si mesmo! Apenas no est

    consciente dessa verdade. A SabedoriaSupremaensina o homem a

    estabelecer-se nessa Verdade e demonstra a Divindade subjacente.

    No jardim do corao, o indivduo deve plantar e nutrir a Rosa da

    Divindade, o Jasmim da Humildade e o Gramado da Generosidade.

    Na caixa de medicamentos de cada estudante deve-se manter, para

    VIDYA VAHINI

    uso imediato, drgeas de discernimento, gotas de autocontrole e trs

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    tipos de p: f, devoo e pacincia. Com o uso desses remdios,

    ele pode escapar da grave doena chamada ignorncia (Ajnana).

    Existem muitas foras destrutivas no mundo, mas, por sorte, ex-istem tambm, junto com elas, foras construtivas. Os estudantes

    da Sabedoria Suprema no devem transformar-se em adoradores de

    bombas e mquinas (yantras). Devem transformar-se, isto sim, em

    pessoas ativas que adoram Madhava (Deus, o Mestre alm da iluso)

    e Mantras (sons sagrados). Autoridade e poder so poderosos in-

    toxicantes. Eles poluem e envenenam o homem at que ele seja

    destrudo. Eles produzem infortnio. Mas a Sabedoria Suprema lhes

    conferir plenitude e fortuna.

    VIDYA VAHINI

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    O beneficio que podemos retirar de alguma coisa proporcionado

    pela f que colocamos nela. Das adoraes aos deuses, peregrinaes a

    locais sagrados, recitao de mantras ou procura por mdicos, os benef-cios que alcanamos so da extenso de nossa f. Quando algum faz

    um discurso, quanto mais f temos nele como um erudito e expositor,

    mais clara e diretamente podemos persuadir nosso corao e entender

    o discurso com maior profundidade. Para o desenvolvimento da f e

    para o benefcio da compreenso, um requisito essencial a pureza do

    corao, da verdadeira base do pensamento, dos nveis de Conscincia

    (Chit). Porque, se a auto-indagao ou investigao no auto-existente Eu

    Superior for subitamente empreendida em meio aos diversos enreda-

    mentos mundanos e materiais, os esforos podero resultar infrutferos,

    como se no fossem provenientes de um ansioso desejo.

    A conscincia deve primeiro ser retirada do mundo objetivo e vol-

    tar-se para dentro, em direo conscincia do Eu Superior. As se-

    mentes s podem germinar rapidamente quando plantadas em uma

    terra bem arada. Da mesma forma, a semente da sabedoria Divina

    s pode germinar no campo do Corao quando este j houver ul-

    trapassado o necessrio processo de aprimoramento.

    No se d por satisfeito apenas por ouvir conselhos. O que se

    ouviu deve ser, a seguir, analisado e o que tiver sido gravado dessa

    forma na mente ter de ser, mais tarde, experimentado e expressadoem pensamentos, palavras e aes. Somente assim a Verdade poder

    tornar-se um tesouro no corao; somente ento, poder fluir pelas

    veias e manifestar-se em pleno esplendor atravs de voc.

    Nos dias de hoje, ouvir palestras e discursos tornou-se uma co-

    micho, uma doena, uma loucura. Quando eles so ouvidos uma

    vez, as pessoas imaginam que sabem tudo. Mas o propsito real da

    VIDYA VAHINI

    procura pela Verdade a libertao de si mesmo. O anseio deve ser

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    profundo e persistente. O desejo ardente por conhecer e experimen-

    tar a Verdade tornar-se- Yoga, ento, um processo de unio.

    Em Yoga, a unio entre Dharma (ao correta) e Divindade. Quan-to mais prosperarem no homem os males como ambio, ira, etc.,

    mais a Divindade nele diminuir. como dizer que sua f no Eu Supe-

    rior declinar to rapidamente quanto o desenvolvimento do mal.

    A f sumamente importante. F de que a prpria realidade

    o Eu Superior (Atma): essa a Sabedoria Suprema real. Quando a

    ambio, a ira, etc. diminurem e desaparecerem, a f no Eu Superior

    e na validade da investigao espiritual crescero e se confirmaro.

    O despego a verdadeira base para a obteno de Brahma Jnana

    (conscincia de Brahma, o Absoluto Universal). Mesmo para uma

    pequena estrutura, a base tem de ser estvel e forte, seno ruir

    muito cedo. Quando se faz uma guirlanda, necessitamos de um

    cordo, uma agulha e flores, no ? Igualmente, quando a Sabedoria

    (Jnana) tem de ser conquistada, so essenciais a devoo (o cordo),o desapego (a agulha) e a concentrao em um s ponto (flores).

    Todos no mundo desejam vitria; ningum deseja derrota. Todos

    anseiam por riqueza; ningum deseja pobreza. Mas como se pode

    obter vitria e riqueza? Deve-se meditar sobre isso e encontrar a

    resposta. E no preciso procurar muito para encontrar a soluo.

    Sanjaya, segundo o Mahabharata, revelou ao Rei Dhritharashtra osegredo: Onde estiverem tanto Krishna, o Senhor da Yoga, e Arjuna,

    o Empunhador do Arco, a vitria estar garantida e a riqueza ser

    conquistada37. Por que necessitamos mais que esse conselho? Para

    alcanar a vitria no h necessidade de enfrentar-se a trplice luta:

    37. Sanjaya era o cocheiro de Dhritharashtra, o rei cego. Era dotado de viso espiri-

    tual e narrou a batalha de Kurukshetra para o rei, enquanto ela se desenrolava.

    VIDYA VAHINI

    fsica, mental e intelectual. Nem precisamos ficar perturbados ou an-

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    siosos. No h necessidade de ansiar por riqueza e prosperidade.

    Busque refgio em Deus; empunhe o arco da coragem, ou seja,

    mantenha o corao puro. o suficiente. A vitria e a fortuna sero

    suas. Mas, ao persegui-las, lembre-se de que elas so sombras e no

    coisas substanciais. Voc no poder alcanar sua sombra com o sol

    atrs de voc, ainda que a persiga por milhes de anos, porque ela

    escapar mais rpido e estar sempre fora de alcance. Vire-se de fr-

    ente para o Sol e prossiga; veja o que acontece: A sombra projeta-se

    para trs e o segue ao invs de lider-lo; ela segue as suas pegadas

    como uma escrava. Considere a sombra como o smbolo de Maya,

    a iluso. Enquanto voc perseguir Maya, Madhava (Deus, o Mestre

    alm da iluso) estar sendo ignorado e ficar fora de alcance. Voc

    no poder conquistar Sua viso. Voc ficar preso nas malhas do

    nascimento e da morte, e estar sempre escravizado. dessa atmos-

    fera de dependncia que se deve envidar esforos para se libertar.

    Mais ainda, se todo o empenho direcionado para a obteno dosprazeres dos sentidos, isso um sinal seguro de total ignorncia.

    Aqueles que se encontram escravizados devem usar toda a sua ha-

    bilidade e energia primeiramente para se libertarem. Isto crucial para

    a aquisio de qualquer outra coisa; todo o resto secundrio. Mas

    as pessoas esto agora imersas em buscas secundrias, esquecendo-

    se do fundamental. Elas devem lembrar-se, a cada momento, de queso o Eu Superior e no membros reunidos como corpos.

    Um Rei tinha um papagaio de estimao, Rama, em seu palcio.

    O animal vivia em uma gaiola de ouro e era alimentado com frutas

    doces. L havia sucos doces como o nctar para matar sua sede.

    Todos os dias, ele era ricamente nutrido e amavelmente acariciado

    VIDYA VAHINI

    pela prpria Rainha, que o afagava e lhe falava. Entretanto, o papagaio

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    Rama gostava dessa vida? No, de forma alguma. Sentia-se sempre triste.

    Qual era a razo? No lhe importavam a gaiola de ouro, nem as frutas

    doces ou as bebidas; no se orgulhava por ser tratado e alimentado

    pela rainha. No dava ateno a nada disso. Ansiava pelo dia em que

    pudesse pousar num galho de uma verde rvore, na floresta silenciosa.

    Seu corpo tinha um excelente tratamento na gaiola do palcio, mas sua

    mente estava nas profundezas da floresta, de onde fora apanhado e

    trazido. Havia nascido na selva e vivia numa rvore. O papagaio sentia

    que era muito melhor estar livre em seu habitat nativo, como uma ave

    insignificante, do que estar numa gaiola, mimado e admirado, festejado

    e adulado por reis e rainhas. Se, portanto, o homem tivesse essa con-

    scincia, certamente se dirigiria a seu lar, que Deus (Paramatma), e

    retornaria do mundo objetivo, no qual ele um forasteiro.

    Por poltica ou outras razes, algumas pessoas so aprisionadas e

    mantidas detentas para preservar a lei e a ordem no pas. So confina-

    das em grandes residncias, lhes so dados tratamentos especiais ade-

    quados s suas categorias, e providenciados alimentos e outras coisas

    compatveis com suas posies na vida social e poltica. Tambm lhes

    so fornecidos artigos de luxo. Mas, ao redor das residncias e dos

    seus jardins, policiais esto sempre de guarda. Seja qual for o padro

    da sua vida e o respeito por ele demonstrado, ainda assim ele um

    prisioneiro e no um homem livre. Da mesma forma, o individuo con-finado no mundo e na vida, no deveria se sentir radiante por poder

    consumir custosos pratos variados e outros artigos de luxo raros. Ele

    no deveria exultar com o conforto sensrio que pode desfrutar, nem

    se sentir orgulhoso de seus amigos e parentes. Ele deveria reconhecer

    e manter na mente a Verdade de que est na priso.

    VIDYA VAHINI

    10

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    Os problemas mundanos esto agora assumindo formas

    desconhecidas e propores assombrosas. Eles j no so individuais

    ou locais; so globais, afetando toda a humanidade. De um lado, acincia e a tecnologia avanam com gigantescos desenvolvimentos.

    Atravs dos plsticos, da eletrnica e da tecnologia da computao

    a imaginao atingiu grandes alturas. Por outro lado, a humanidade

    se v atormentada por contnuas crises polticas e econmicas,

    rivalidades nacionais, estaduais, religiosas, raciais e de castas,

    pouca lealdade e a erupo de revoltas nos mbitos estudantis. Issoespalhou indisciplina e licenciosidade por todo o mundo.

    Essa uma situao desequilibrada e mutuamente contraditria.

    Qual a verdadeira causa disso? Ela reside no alarmante declnio que

    a religio e a moral sofreram na mente humana? O ser humano tem

    ao seu alcance muitos meios e mtodos pelos quais ele pode obter

    sabedoria e paz! O homem pode obter valiosa orientao nos Vedase nos Sastras, no Brahma Sutra, na Bblia, no Coro, no Zend Avesta,

    no Granth Saheb e outros textos sagrados cujo nmero excede a mil.

    No h, nesta terra (ndia), escassez de lderes de monastrios e or-

    dens religiosas, expoentes de doutrinas e disciplinas espirituais, erudi-

    tos e venerveis ancios. Eles tambm esto propagando e divulgando

    os ensinamentos em uma escala macia. No obstante, a mente do

    homem est se degenerando, contnua e rapidamente, nos campos da

    vida tica, espiritual e religiosa. Qual a razo para essa queda?

    O homem tornou-se agora mais perverso que antes. Hoje, muito

    mais que nas eras passadas, ele utiliza sua inteligncia e habilidade

    para entregar-se crueldade. O homem se satisfaz e se diverte por

    infligir dor aos outros, tanto que, como revela a histria, 15.000 guer-

    VIDYA VAHINI

    ras foram empreendidas durante os ltimos 5.500 anos; e ainda no

    h h i l d t l t t fi !

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    h nenhum sinal de que esse terrvel passatempo ter fim!

    A iminente guerra atmica ameaa destruir toda a raa humana.

    Qual exatamente a causa de toda essa ansiedade e medo? Estclaro que o animal no homem ainda predominante; ainda no foi

    vencido. Somente quando isso for conseguido ns, o nosso pas e o

    mundo poderemos obter paz e contentamento.

    dio, inveja, cobia, desejo por ostentao pomposa e por compa-

    rao e competio com outros; essas ms caractersticas tm de ser

    extirpadas. Tais manifestaes esto viciando no somente o homemcomum, mas tambm a ascetas, monges, lderes de instituies reli-

    giosas e eruditos. Dentre essas, a inveja e a cobia cresceram agres-

    sivamente. Se esses mestres e preceptores, que se projetaram como

    personificaes de ideais, exibem to baixas caractersticas, como

    podem corrigir o mundo? Podem apenas intensificar a poluio.

    O que o mundo necessita hoje no de uma nova ordem, uma

    nova educao, um novo sistema, uma nova sociedade, nem mesmo

    de uma nova religio. O remdio encontra-se na mente e no corao

    cheio de santidade. A santidade deve estender suas razes e crescer

    nas mentes e coraes dos jovens, rapazes, moas e crianas de todos

    os lugares. Os bons e piedosos devem empenhar-se para desempen-

    har essa tarefa como a maior disciplina espiritual que tm de realizar.

    O sucesso nesse objetivo s pode ser alcanado atravs da Sa-

    bedoria Divina (Brahma Vidya). Contudo, o homem hoje tem pro-

    funda f somente em adquirir e acumular. Ele no consegue ceder

    ou renunciar; no tem f na Verdade. atrado pela falsidade e con-

    sidera a Verdade como um obstculo. Sendo assim, incapaz de

    dar-se conta que a Morte a feliz consumao de uma vida gloriosa.

    VIDYA VAHINI

    Ele morre em ansiedade e desolao. As pessoas pronunciam con-

    tinuamente como papagaios as palavras Verdade No violncia

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    tinuamente, como papagaios, as palavras Verdade, No-violncia,

    Retido e Amor. Proclamam que no h maior religio que a Ver-

    dade. Mas o surpreendente que aquilo que o homem no tem

    desejo de possuir justamente a Verdade!

    O homem anseia por conhecer todas as coisas, mas no anseia

    conhecer a Verdade. Acima de tudo, ele no manifesta o mnimo

    desejo de conhecer a Verdade sobre si mesmo. Ele no se volta nes-

    sa direo. Mesmo que o faa, apenas para justificar seus medos e

    preconceitos. Portanto, a primeira tarefa do homem descartar suas

    fraquezas e tendncias para causar dano.

    Aquilo que no encontrado no comeo ou no fim, mas se mani-

    festa apenas no intervalo, no meio do perodo, no pode ser ver-

    dadeiramente Real38. iluso (mithya) e no Verdade (Sathya). O

    Cosmos no existia antes de emergir, nem poder existir depois que

    submergir, melhor dizendo, depois da dissoluo (Pralaya). O que se

    evidencia apenas no meio deste perodo s pode ser a verdade apar-

    ente, uma verdade temporria e limitada e no a Verdade imutvel.

    O homem precisa explorar, ao longo destas linhas, o valor e a

    validade de todos os objetos no universo. O corpo, por exemplo,

    no existia antes do nascimento e no existir depois da morte. As-

    sim como um vaso feito de barro, que existe como vaso, com essa

    forma e nome por algum tempo e, mais tarde, reassume sua natur-

    eza de barro. O vaso nada mais do que barro com uma forma

    38. Segundo o Vedanta, s pode ser considerado Real aquilo que existe nos trs

    perodos de tempo (passado, presente, futuro). Assim, somente Deus (ou o Eu Su-

    perior) dotado de Realidade Absoluta. Tudo o mais tem apenas uma realidade

    relativa, sendo portanto, limitado e ilusrio.

    VIDYA VAHINI

    e um nome adicionados a ele por meios artificiais. Qualquer que

    seja o objeto tudo no Universo est inexoravelmente sujeito ao im-

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    seja o objeto, tudo no Universo est inexoravelmente sujeito ao im

    pacto do Tempo e dever encontrar morte e destruio. A rvore

    e o solo, a casa e o corpo, o rei e o reino, cada um deve sofrer a

    mesma consumao. O homem ignora os meios de tornar-se con-

    sciente do Imortal em si. Ele se encontra enamorado pelo conheci-

    mento relacionado ao mundo fenomenal. Aqueles que se rendem a

    essa fcil tentao so como os indivduos que abandonam o jardim

    do Paraso e correm para dentro da selva de vegetao venenosa.

    Eles rejeitam o original, o Eu superior (Atma). Esto fascinados pela

    imagem, o visvel, o fenmeno observvel. Com essa atitude, esto

    apenas se proclamando ignorantes, ao invs de conhecedores ou

    buscadores da Verdade.

    O homem deve saber que nem mesmo uma gota de felicidade

    genuna derivada dos trs mundos (fsico, sutil e causal), das trs

    divises do tempo (passado, presente e futuro) e dos trs nveis de

    conscincia na vida diria (viglia, sonho e sono). Somente o tolo

    dentre os homens busca satisfazer-se com a limitada imitao de fe-

    licidade obtida por meio das atividades mundanas. O sbio conhece

    mais. Aqueles que passam ao longe dos luxuriantes cachos de uvas

    doces e correm em direo aos arbustos com espinhos so cam-

    elos. Eles no podem ser classificados em qualquer outra espcie.

    Os picos das montanhas so atrativos distncia; quando nos

    aproximamos, eles nos confrontam com aterradoras selvas. Assim

    tambm o mundo (Samsara) parece atrativo quando o homem no

    investiga profundamente seu significado e valor. Quando o discerni-

    mento empregado para explorar seu valor, revelada a verdade de

    que a selva familiar ou a selva do mundo no podem proporcionar

    VIDYA VAHINI

    felicidade genuna. Somente o Eu Superior pode dar essa bno.

    Pode o lago de uma miragem, que nos impressiona com convidativa

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    Pode o lago de uma miragem, que nos impressiona com convidativa

    atratividade, saciar a sede? Se o indivduo ilude-se com a crena de

    que pode e corre em direo ao inexistente espelho dgua, sentir

    somente mais sede. No obter nenhum outro beneficio.

    Assim, o individuo deve aprender a Sabedoria Divina (Atma Vidya) ,

    o processo pelo qual se torna conhecedor da sua prpria realidade

    como Eu Superior. Aprendendo-a e vivendo-a, o individuo saciar

    sua prpria sede e ajudar a saciar a sede de toda a humanidade.

    VIDYA VAHINI

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    O h d l it bj ti d t id O

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    O homem deve alcanar muitos objetivos durante sua vida. O

    maior e o mais valioso deles conquistar a Misericrdia de Deus,

    o Amor de Deus. O Amor de Deus lhe dar a grande sabedoriaque necessita para obter inabalvel Paz Interior (Shanti). Cada um

    deve empenhar-se para ter um entendimento da verdadeira natureza

    da Divindade. Certamente, o homem no pode, logo no incio de

    suas tentativas, compreender o