Saffioti.ana.2015

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A mulher na sociedade de classes SAFFIOTI, Heleieth.São Paulo: Expressão Popular, 3 ed. 2013

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Estudos sobre o livro de Saffiotti

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A mulher na sociedade de classes

A mulher na sociedade de classesSAFFIOTI, Heleieth.So Paulo: Expresso Popular, 3 ed. 2013

Parte 1 - Mulher e CapitalismoO advento do capitalismo e a posio social da mulherO modo capitalista de produo eleva ao mximo a contradio presente em todas as formaes econmico-sociais anteriores assentadas na apropriao privada dos meios de produo e dos produtos do trabalho. (pag. 53)

o extremo da apropriao privada dos Meios de Produo e dos produtos do trabalho, na histria da humanidade.O advento do capitalismo e a posio social da mulherSaturaoMercadoriaAcompanhado de diviso Social do Trabalho extremamente desenvolvidaMarca o DIVRCIOentre valor de uso e valor de trocaValor de troca: dimenso quantitativa produto do Trabalho penetra todos (ou a maioria) dos artigos produzidos.O advento do capitalismo e a posio social da mulherA oposio dialtica objetiva existente entre o valor de uso e o valor de troca das mercadorias se subjetiva no momento mesmo da determinao da fora de trabalho como mercadoria. O trabalhador no mais produz diretamente para seu consumo, mas produz artigos cuja existncia independe de suas necessidades enquanto produtor singular.(...) Entre a atividade trabalho e os produtos aptos a satisfazerem as necessidades do trabalhador, ou seja, entre a produo stricto senso e o consumo medeiam dois outros processos de natureza tambm social: a distribuio e a troca. Desse modo, o trabalhador participa do mercado no apenas enquanto comprador de mercadorias, mas ainda, e precedentemente, como vendedor de fora de trabalho. (pag. 53,54)O advento do capitalismo e a posio social da mulherEconomiaMercadoigualdade jurdica entre homens, mulheres, negros, ndios (cidado)afloramento fator econmico como distribuidor de oportunidades sociais.O advento do capitalismo e a posio social da mulher(...) como livre possuidores de sua fora de trabalho que eles participam do mercado. (pag.54)Leva a iluso de que as realizaes variam de acordo com a capacidade individual. A autora aponta ser necessrio buscar a explicao da diviso de classes na sociedade capitalista, no momento decisivo do processo social de produo e nas suas relaes de determinao com outros elementos.Para Weber as classes so classificadas de acordo com a posio ocupada por cada individuo. Para Saffioti as classes so classificadas prestando ateno no processo social da produo de mercadorias e em suas relaes de determinao.O advento do capitalismo e a posio social da mulherMaior Produtividade no Trabalho exigetecnologiaigualdade jurdica entre cidadosFora de Trabalho como Mercadoriapressupecondio de homem livreiluso de liberdade e igualdade entre capacidade de trabalho e produtos do trabalho (mercadoria)Trabalho FemininoDiferente do que o senso comum burgus ensinou, as mulheres das camadas sociais diretamente ocupadas na produo de bens e servios nunca foi alheia ao servio. A autora ento vai contar a histria das mulheres que trabalhavam nas cidades da Inglaterra e da Frana, junto com seus maridos para garantir o sustento da famlia.(...) Em qualquer dos dois pases, contudo, as liberdade femininas se circunscreviam s atividades da mulher negociante. Em todas as outras esferas, quer de trabalho, quer de vida ociosa, sempre foi considerada menor e incapaz, necessitando da tutela do homem, marido ou no. (pag 62)Trabalho Femininocasamento = felicidade pessoal feminina(...) Isso equivale a dizer que, afora as que permaneciam solteiras e as que se dedicavam s atividades comerciais, as mulheres, dada sua incapacidade civil, levavam uma existncia dependente de seus maridos. (pag. 63)Modo de pensar Famlia PatriarcalHOMEMMulherFRGILPROTEGEcolabora no trabalho e submissaTrabalho FemininoA tradio de submisso da mulher ao homem e a desigualdade de direitos entre os sexos no podem, contudo, ser vistas isoladamente. Sendo a famlia a unidade econmica por excelncia nas sociedades pr-capitalistas, a atividade trabalho tambm desempenhada pelas mulheres das camadas menos privilegiadas. Embora no se possa falar em independncia econmica da mulher (esta uma noo individualista que nasce com o capitalismo), pois o trabalho se desenvolvia no grupo familial e para ele, o mundo econmico no era estranho mulher. (pag. 63)Trabalho FemininoApesar de sua incapacidade decisria, a mulher, ao longo das sociedades pr capitalistas, encontrou via de integrao social?(...) pode-se afirmar eu as possibilidades de integrao da mulher na sociedade variam em razo inversa do grau de desenvolvimento das foras produtivas. (pag 64)Fora produtivaIntegrao FemininaFora produtivaIntegrao FemininaTrabalho FemininoA autora afirma que embora jurdica, politica e socialmente, a mulher seja inferior ao homem nos perodos pr-capitalistas, ela participa do sistema produtivo, desempenhando um relevante papel econmico. Mesmo assim define-se como um papel subsidirio no conjunto das funes econmicas da famlia. Alm disso, seu trabalho garante a ociosidade das camadas dominantes.Trabalho FemininoProcesso Histrico do impedimento da mulher ao trabalho(...) o processo de sua expulso do sistema produtivo j est esboado na forma subsidiria assumida pelo seu trabalho. Tanto na economia feudal quanto na economia de burgo, e sobretudo nesta ltima, que prepara o advento da economia urbana, fabril, o emprego da fora de trabalho feminina encontra srias barreiras. Impedindo a penetrao das mulheres ou oferencendo-lhes as posies subalternas e menos compensadoras, as corporaes de ofcios, mais do que a economia agrria da poca medieval, conduzem o processo de marginalizao da mulher do sistema produtivo a uma etapa mais avanada. (pag. 64-65)Trabalho FemininoModo de Produo CapitalistaDupla desvantagem femininaNvel SuperestruturalSubvalorizao das capacidades femininas, traduzidas em termos de mitos justificadores da supremacia masculina (ordem social).Nvel EstruturalMarginalizao feminina das funes produtivas (colocadas na periferia do sistema de produo).Trabalho FemininoProcesso Histrico do impedimento da mulher ao trabalhoCONTRADIESComo h de se esperar, os limites deste impedimento se colocam principalmente na produo fabril, j que as mulheres trabalhadoras sero as mais exploradas nestes locais. O trabalho industrial feminino se sustenta na inferiorizao das mulheres tanto ideologicamente quanto economicamente, j que tero jornadas mais extensas e salrios mais baixos em comparao aos homens. Tudo isso para um rpido processo de acumulao de capital, atravs da extrao direta de mais valia absoluta.Prestar ateno Mais Valia Absoluta e Mais Valia Relativa (erro conceitual da autora)(...) Essa assero, contudo, parcial por desprezar outros importantes fatores determinantes do trabalho feminino nas sociedades de classes. Mais do que parcial, ela se torna uma afirmao falsa se se vir na sede de lucro do capitalista o motor do lanamento da mo de obra feminina no mercado de trabalho. (...) De outra parte, preciso no esquecer que, se a sede de lucro um componente da explorao dos trabalho feminino, tambm um dos determinantes da expulso das mulheres do sistema produtivo. (pag.71)Trabalho FemininoMary van Kleeck: o trabalho industrial das mulheres possibilita ao empresrio capitalista a obteno de maiores lucros(...) Embora este grau de conscincia do problema da mulher j tenha feito sua apario na histria das sociedades capitalistas, a mulher se tem constitudo, muitas vezes, em objeto da reao negativa do homem que, incapaz de uma viso totalizadora da sociedade, toma o trabalho feminino como a causa do desemprego masculino. (pag.75)(...) A incapacidade de focalizar e compreender a sociedade enquanto uma totalidade coerente impelia os trabalhadores a isolar, no conjunto das manifestaes fenomnicas da vida social, o que aparantemente, provocava uma alterao insustentvel em sua situao existencial. (pag.75)Trabalho FemininoLeituras sobre o movimento dos trabalhadores e trabalhadoras(...) As mulheres, muito mais do que os homens, no so preparadas para o exerccio de uma profisso. A maioria, atingida a escolarizao mdia, engaja-se num emprego de escrituraria ou de vendedora, espera do casamento. Outras acrescentam quela formao um preparo rpido em datilografia ou estenografia, o que lhes possibilita empregar-se como secretrias. (pag.84)Trabalho FemininoLeituras sobre o movimento dos trabalhadores e trabalhadorasA condio da mulher nas sociedades de classes tem sido vista por numerosos estudiosos como o resultado da injuno de fatores de duas ordens diversas: de ordem natural e de ordem social. (pag.85)A atuao das organizaes sindicais femininas reflete, pois, a dualidade da posio da mulher nas sociedades competitivas. A hierarquizao dos sexos na famlia, impedindo ou pelo menos dificultando a atuao sindical da mulher, acaba por reforar a discriminao social de que alvo. (pag.106)Trabalho FemininoA condio da mulher nas sociedades de classe eo complexo de masculinidade(...) O processo de criao das condies de pleno emprego da fora de trabalho feminina e masculina de uma sociedade estar (...) na dependncia da ao coletiva das duas categorias de sexo. E esta ao se liga, de uma parte, ao desenvolvimento das foras produtivas da sociedade e, de outra , ao grau de conscincia que homens e mulheres atingem das contradies de sua poca e das possibilidades de sua superao. (pag.107)Trabalho FemininoA condio da mulher nas sociedades de classe eo complexo de masculinidadeNveis de conscincia do problema da mulherMODO DE PRODUO CAPITALISTAIgualdade de status jurdico entre homens e mulheresLiberdade jurdica que ele prprio criou em benefcio prprioEXIGENEGA(...) Na igualdade formal entre homens [e mulheres], toma corpo, ento a contradio fundamental da sociedade de classes cujas foras produtivas, a compreendidas as relaes de produo, contradizem , a cada passo, sua expresso superestrutural. (pag.107)(...) a liberdade formal dos membros das sociedades CAMUFLA o peso real dos fatores naturais que cada socius carrega no processo social da competio. (pag.107)Ver o prefcio se necessrio(...) Atravs da determinao de sua fora de trabalho como mercadoria, ela encontra a possibilidade tpica da formao social capitalista de se realizar objetivamente no mundo exterior, de mediar o enriquecimento de seu eu pelo outro objetivo, de efetivar, enfim, por meio daquela dualidade de que fala Simmel, a ampliao e a integrao do eu. (...) a sociedade de classes privou a mulher da igualdade com os homens, discriminando-a no somente de fato, mas tambm no plano formal do Direito, quando foi ela prpria quem, pelo recurso tcnica e maquina, eliminou, antes de qualquer outra sociedade o fizesse, uma real desvantagem do elemento feminino diante do masculino: a da fora fsica. (pag.108-109)Nveis de conscincia do problema da mulherFalar sobre a transio entre o pensamento cristo feudal e o pensamento racional modernoNveis de conscincia do problema da mulherImplementao - MODO DE PRODUO CAPITALISTASecularizao do modo de conceber o mundo e explica-lo.Triunfo da cincia natural sobre o dogma religioso e metafsicoSeparao da perspectiva de pensamento das duas classes antagnicas: trabalhadores e burgueses.O afloramento superfcie da sociedade do fundamento econmico de sua diviso em classes sociais conduz ao estabelecimento de perspectivas de pensamento condicionadas pela posio dos indivduos nesta estrutura classista. (pag. 110)Nveis de conscincia do problema da mulher(...) a cincia social contm, desde seu nascimento, a dicotomia social que a sociedade de classes explicitou. uma das razes porque a cincia social no se imps com o mesmo mpeto que a cincia natural. (pag.110)

(...) os problemas gerados pelas sociedades capitalistas, dentre os quais avulta o da mulher, so diferentemente percebidos quer pelos homens e mulheres comuns, quer por aqueles que se dedicam ao seu estudo cientfico. (pag. 111)