RRPP Atualidades 2011/1

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RRPP Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 17 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2011 Versão digital: www.rrpponline.com.br Atualidades Fotografe com o celular e entre direto no site QR CODE GERAÇÃO Y Chegou a nossa vez • Somos inquietos, apressados, questionadores, independentes, criativos NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA

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Revista RRPP Atualidades - versão impressa 2011/1 - ano 17 - n° 33 - julho de 2011

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RRPPRevista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 17 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2011

Versão digital: www.rrpponline.com.br

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GERAÇÃO YChegou a nossa vez

•Somosinquietos,apressados,questionadores,independentes,criativos

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2 RRPPAtualidades/Julho 2011 EVENTOS

Delegação• Alunoseprofessores

HOJE EM DIA o aprendizado aca-dêmico não se limita às salas de aulas. No período de 9 a 12 de março, sete alu-nos de Comunicação Social da PUCRS tiveram a oportunidade de ampliar seus conhecimentos na área. Trata-se do 14th Annual International Public Relations Research Conference, ocorrido em Mia-mi. A conferência foi organizada pela Universidade de Miami, no hotel Ho-liday Inn, e contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, incluin-do pesquisadores, alunos e profissionais da área de Relações Públicas de diferen-tes países.

No evento, a profª drª Ana Steffen apresentou uma campanha de Relações Públicas para ONGs internacionais, de-senvolvida pelo núcleo do Famecos Sem Fronteiras. A profª Vanessa Purper, que inicialmente iria como ouvinte, acabou gentilmente apresentando um trabalho de conclusão de curso de uma aluna da UFRGS, orientada por Denise Avancini, já que ambas não puderam comparecer.

A PUCRS destacou-se por ser a úni-ca universidade presente a levar estu-dantes de graduação que participaram das mesas redondas. “Os alunos da Fa-mecos foram a grande atração do con-gresso”, enfatiza Ana.

De volta ao Brasil, os acadêmicos contaram para a revista RRPP Atualida-des que a experiência de aprendizagem motivou a participação na viagem. “Foi uma oportunidade de conhecer outras interfaces da profissão de relações-pú-blicas, a maneira como ela é vista fora do Brasil e estabelecer contato com profissionais estrangeiros”, relata Paula Passos, 20 anos e estudante do 5º se-mestre de RRPP. Victoria Claudia Baldo, 19 anos, destacou que a possibilidade de aprendizado e o que viveu, dificilmente poderia encontrar no Brasil.

“Estudantes da Famecos foram a grande atração do

Congresso.”

Abrapcorp: redes sociais em alta nos debates

EM MAIO, ocorreu em São Paulo, na Faculdade Paulus de Comunicação, o V Congresso da Abrapcorp (Associação Brasileira de Pesquisadores de Comuni-cação Organizacional e de Relações Pú-blicas). O tema era Redes Sociais, Comu-nicação e Organizações. A programação contou com convidados internacionais, painéis, mesas temáticas e a realização do V Fórum de Debates sobre Comu-nicação Organizacional e Relações Públicas. Os debates versaram sobre Comunicação Organizacional e Pro-cessos Colaborativos; Interação, Re-des Sociais e Sociabilidade e Mídias Sociais, Incerteza e Organizações. O diferencial da edição foi a presença maciça de estudantes.

O Congresso incluiu apresenta-ções de trabalhos pelos professores, pesquisadores e alunos de pós-gra-duação, além de ter contemplado sessões voltadas para alunos de gra-duação: as oficinas e o Espaço de Ini-ciação Científica, destinado à apre-sentação dos resultados de trabalhos de pesquisas de iniciação científica e monográficos. Os trabalhos de iniciação científica necessitam ser indicados pelos professores-orien-tadores mediante um ofício-padrão, embora a apresentação só possa ser feita pelos estudantes, em nenhuma hipótese pelo orientador.

Segundo a doutora em Ciências da Comunicação, Cleusa Scroferneker, o Congresso foi avaliado positivamente por trazer um tema de ponta para dis-cussão. “As redes sociais chegaram para ficar, portanto as organizações devem investir na comunicação digital e desta forma atingir grande parte das pesso-as”, comentou a professora da PUCRS. O congresso enfatizou que os profissio-nais da área não devem apenas operar e conhecer os instrumentos, “é preciso mais do que isso para que não ocorram equívocos e mau uso das redes”, subli-nhou. Desde o primeiro congresso da Abrapcorp, a professora Cleusa foi res-ponsável pela coordenação de um Grupo de Trabalho, entretanto, com a mudan-ça de proposta deste ano, os GTs foram substituídos por mesas temáticas. As-

sim, tornou-se coordenadora da mesa de Processos, Políticas e Estratégias de Comunicação Organizacional, que teve a participação de Andréia Arruda Barbosa, aluna de pós-graduação em Comunica-ção Social, como sua orientanda.

O incentivo aos alunos de pós-gra-duação e iniciação científica para par-ticipação em eventos e apresentação de trabalhos é uma prática constante dos

professores. A doutora Scroferneker sentiu-se lisonjeada em apresentar An-dréia no Congresso, que teve sua dis-sertação aprovada com louvor. O que mais lhe chamou atenção foi a presença de muitos alunos durante o evento. No encerramento, 80% dos presentes eram estudantes, o que surpreendeu a pro-fessora, pois normalmente o número de profissionais é superior.

O VI Congresso ocorrerá em São Luís, no Maranhão, de 26 a 28 de abril de 2012. O ano é comemorativo para a Universidade Federal do Maranhão, por isso a escolha do local. O tema será Lin-guagem, Discurso e Organizações.

Gabriela Massetti VarGas

Jéssica troMbini caldas

raffaela broedbeck buratto

∆∆ Professora∆Cleusa∆relata∆sua∆participação

RAFFAELA BURATTO/ RRPP

• CongressodeComunicaçãoOrganizacionalmobilizaestudantesemmesastemáticas

3RRPPAtualidades/Julho 2011

PUBLICAÇÃO informativa e de re-flexão do curso de Relações Públi-cas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.Versão Online: www.rrpponli-ne.com.brE-mail: [email protected]: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Tei-xeiraDiretora da Famecos: Drª. Mág-da CunhaCoordenadora do Curso: Drª. Cláudia MouraEdição: alunos de Produção de

Mídia Impressa e Digital em RRPP. Apoio: Fotojornalismo e jornal Hi-pertexto.Professores responsáveis: Tibé-rio Vargas Ramos e Silvana Sandini.

Turma da Manhã: Bruna Pires Rocha, Camila Herbert Ferreira, Ci-bele Linck Silveira, Débora Barbedo Castro, Deocliciana Gomes, Elisa Cunha Englender, Fabiane Cristina Marcilio, Flávia Graciolli Azevedo, Gabriela Lima Sarmento, Gabriela Massetti Vargas, Iabna Infaga, Ira-cema Peres Teixeira, Jéssica Trom-bini Caldas, Laís Benini, Laíse Tei-xeira dos Santos, Larissa Dal Corso, Larissa de Carvalho, Laura Goldim,

Luana Pinheiro Silveira, Lucas Yus-tas Sikorski, Luisa da Silva Schu-macher, Maria Agustina Del Sastre, Marina Souza da Silva, Mauricio Ca-liendo Gerchmann, Rafaella Fraga Lopes, Raffaela Brodbeck Buratto, Stéfani Dias Escossi, Thiago Rodri-gues Sá e Ussumane Djalo.Turma da noite: Ana Carolina de N. Perin, Ana Gabriela Marques Paixão, Andressa Rodrigues Dias, Bruno das Virgens Dornelles, Cami-la Amorim, Camila Fortes Luce, Ca-rolina Luz Paulo, Daniella Tecchio Klaus, Fernanda Silva de Morais, Fernanda Soares Oliveira, Gabrie-la Fraga, Gabriela Perrenoud Ra-abe, Gabriela Rosner de Almeida, Giovanna Roveda Weiand, Hohana

Gomes Barreto, Igor Silveira Nery, Isabela Patta Rosa, Jéssica Olsson Ullmann, Júlia de Mello Cláudio, Júlia Osório Ribeiro Ramos, Juliana Massena da Silva, Júlia Pereira, Ka-rilson Mello Furtado, Kilary Rapaaki Burtet, Liziane Aparecida Lucchese, Lucas Aricio Pacheco, Lucas Martins de Azevedo, Luís Aírton Guterres, Luiza Guedes, Luiza Leal Vargas, Mariana Frota Medeiros, Mariana Johann, Mariane de Oliveira Lima, Marina Alves de Soares, Matheus Muniz Mendes, Paula Siqueira, Pe-dro Henrique B. M. Nery, Richard Lemos Wagner, Rudmar Aminadab Santos, Thiago Sacco Pereira, Va-nessa Echevengua Padilha e Vanessa Martins Moreira

EVENTOS

RRPP Atualidades

∆∆ Turma∆da∆manhã

∆∆ Turma∆da∆noite

da Famecos nos Estados Unidosparticipam juntos de conferência de Relações Públicas em Miami e fazem a diferença

As pesquisas eram apresen-tadas em mesas temáticas, tudo para possibilitar uma maior apro-ximação entre os presentes. Essa organização permitiu que os visi-tantes escolhessem qual trabalho gostariam de assistir. A dinâmica chamou a atenção dos alunos da Famecos, porém, alguns sentiram dificuldades com o idioma, princi-palmente pela rapidez, pelas gírias e expressões locais. “São várias pes-soas de vários países falando inglês, cada um com um sotaque diferente, então tínhamos que prestar aten-ção redobrada para conseguir com-preender o que era dito”, declarou Thamira Medina, 23 anos. Outra participante, Mayara Aloy Cunha,

20 anos, acredita que nos congres-sos internacionais exista um maior envolvimento de pessoas de cultu-ras diferentes, o que tornou possí-

vel conhecer mais sobre a profissão e sua atuação no mercado mundial.

As alunas afirmam que a via-gem foi “uma experiência mara-

vilhosa, indo além de suas expec-tativas”. Conheceram outro país e tiveram a oportunidade de manter contato com grandes pesquisado-res da área de comunicação. Um deles foi o dr. Paulo Nassar, atual presidente da Aberje, que elogiou a presença dos estudantes e disse que acredita que a participação dos jovens é muito importante, pois representam o futuro da profissão de RRPP. As famequianas esperam motivar outros alunos a participar dos próximos eventos internacio-nais. Estejam presentes!

Deocliciana cassama

Fabiane marcilio

larissa carvalho

ARQUIVO PESSOAL

∆∆ Missão∆da∆PUCRS∆debateu∆RRPP∆com∆estrangeiros

4 RRPPAtualidades/Julho 2011 CAPA/ Especial

GERAÇÃO Y

A MAIORIA dos jovens passa cerca de 10 horas por dia em frente ao computador, não é novidade que usem a internet e as redes sociais para se comunicarem, estudarem e trabalharem. Com base em depoi-mentos ou simples observação em escolas, faculdades, ambientes de trabalho ou famílias, pode-se che-gar às características dessa nova geração que está surgindo e toma conta de tudo, a Geração Y.

A faixa etária abrange pessoas que nasceram a partir da década de 1978, junto com a internet e outras tecnologias. Segundo a consultora Eliane Kullock, presidente do Gru-po Foco em entrevista a repórter da revista VOCÊ S/A, essa é a ge-ração “da tentativa e erro”. Adqui-rem as novas tecnologias e apren-dem a usá-las na prática, por isso têm dificuldade de planejamento. Para eles, usar o improviso é algo comum.

Eliane destaca que a Geração Y tem essas características como con-sequência de seus antecessores, os chamados Baby Boomers. “Foram eles que inventaram os fast foods e a internet, e criaram situações para que tudo acontecesse mais rápido. Por isso os jovens de hoje já nasce-ram em uma época acelerada. Eles esperam que as informações e as respostas venham rápido”, observa a consultora. Para ela, quando se diz que a Geração Y é impaciente, não se pode esquecer que ela só é assim porque a geração anterior criou um mundo impaciente.

Outra característica é a forma como lidam com seus pais, eles têm mais liberdade. Nas gerações ante-riores, os pais eram autoritários e os filhos obedientes. A Geração Y estabelece quase que uma parceria com os pais. Os filhos possuem voz ativa na família e suas opiniões são levadas em consideração. Isso faz com que essa geração não se dê bem

com autoritarismo, ou seja, eles es-tão acostumados a argumentar, a saber o porquê das coisas. Quando recebem uma ordem, na escola ou na faculdade, de uma pessoa mais velha que não esteja acostumada a lidar com esses jovens, dificilmente irão acatar obedientes. É provável que questionem e queiram saber o motivo daquilo.

Sempre vai existir uma re-sistência dos Baby Boomers em aceitar que os jovens tenham sua própria opinião, quando eles, nes-sa idade, não podiam se expressar. Porém, é importante que entendam que a Geração Y teve uma criação diferente, já nasceram com o di-reito a uma opinião, em uma épo-ca em que podem expressar suas vontades em diversas redes sociais, sem qualquer tipo de repreensão.

Karilson Mello Furtado

Julia ribeiro

Os jovens Eduardo Franzen, 22 anos, estudante de Desing na UFPEL, 2° semestre; Laís Miran-da, 18 anos, aluna do Colégio São Judas Tadeu, 3º ano; e Anna Ca-roliny Moraes, 14 anos, que cursa a 6ª série no Colégio Dolores Al-caraz Caldas, dizem o que pensam sobre a Geração Y.

Quando você tem de fazer algum trabalho no colégio/fa-culdade, costuma usar somen-te a internet? Se sim, por que não usa mais os livros?

Eduardo Franzen: Na in-ternet também tem referência de livros, apesar de que alguns livros impressos são mais específicos e menos generalistas que a internet.

Laís Miranda: Uso a inter-

net porque é mais fácil, está tudo ali. Nos livros falta o Ctrl. (risos)

Anna Caroliny Moraes: De-pendendo da professora, dou um Ctrl + C, Ctrl + V e torço pra ela não descobrir.

Se alguém dá uma ordem, você acata facilmente?

Eduardo: Se eu respeito a pessoa e vejo que é plausível, sim.

Laís: Depende de quem que tá me dando essa ordem e para o que é, geralmente pergunto “por quê?”

Anna Caroliny: Tento obe-decer meus pais e professores, se-não depois quem se dá mal sou eu.

Você conversa com teus pais sobre qualquer assunto?

Eduardo: Não moro com meus pais, mas sempre que passo

um tempo lá com eles tento trocar uma ideia, não sei se posso chamar de conversa.

Laís: Qualquer assunto não, né?! Tem assuntos que prefiro tra-tar com amigos.

Anna Caroliny: Ah, depen-de, às vezes pergunto umas coisas, mas se eu tenho vergonha vou no twitter mesmo.

Se você não quer ir na via-gem da família, para determi-nado lugar, teus pais aceitam tua opinião?

Eduardo: Sim, eu já pago mi-nhas contas e meio que não devo muita satisfação.

Laís: Se eu insistir muito e ti-ver onde ficar, tudo bem.

Anna Caroliny: Não.

Impaciente, tem pressa e questiona• BabyBoomerscriaramoambientenosanos80,umaépocaacelerada,tudoagoraéconsequência

Eles dizem o que pensam. Confira

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5RRPPAtualidades/Julho 2011CAPA/ Especial

PROFISSIONAIS INQUIETOS gostam de desafios e querem feed-back de suas ações o mais rápido possível. Estas são algumas das características da nova geração de empreendedores, a Geração Y, que abrange pessoas nascidas a partir de 1978. Em contraponto, são con-siderados distraídos e insubordina-dos. Estão sempre online, ligados nas atualidades e redes sociais.

Diante desse nicho de inova-dores profissionais, o professor da PUCRS, Cássio Scolovsky Grin-berg, formado em Economia pela UFRGS e com especialização em International Business Manage-ment em Londres, afirma que “é

difícil generalizar todo o comporta-mento de uma geração”. Ele acre-dita que muitos empreendedores desse grupo são superficiais e não levam a sério os problemas em determinadas situações. Observa que a falta de leitura é um proble-ma dessa faixa etária, pois vários jovens sofrem frente à dificuldade de escrever e apresentam até cer-to tipo de descompromisso com suas obrigações. “Tal cenário se apresenta porque esse grupo está acostumado a receber tudo pronto, não determina especificamente um foco e tem muita ambição”, comen-ta Grinberg.

Na área da comunicação, o

professor pondera que os jovens da Geração Y podem estar acostu-mados com a internet, mas não de-vem acreditar que essa ferramenta possa substituir o “olho no olho”. É imprescindível uma relação face a face. “Os clientes muitas vezes pre-ferem e precisam desse contato”, alerta o professor Cássio.

Apesar dos jovens se posicio-narem como se já fossem profis-sionais completos, devem aceitar as críticas que muitas vezes trazem ensinamentos, diz o professor. Como ponto positivo da Geração Y, ele destaca a velocidade de execu-ção de tarefas, criatividade e inte-ração que podem agregar valores e resultados no mundo organizacio-nal. O especialista em Marketing acredita que a geração Y é muito promissora, mas apenas na medida em que estiver madura o suficiente, sabendo canalizar o comportamen-to mais imediatista e ambicioso para o que realmente importa. “De-vem tentar manter os padrões de ética necessários às relações”, diz.

Rudney Aminadab Santos, 33 anos, mestre em Economia, gradu-ado e pós-graduado pela PUCRS, é

um exemplo dessa prole. Ele é pro-fessor universitário da Unilasalle e conta que para chegar onde está não foi um processo “da noite para o dia”. Levou cerca de cinco anos para se formar e, após, trabalhou no setor privado. O especialista as-segura que tal experiência agregou muito em seu crescimento e fomen-tou a ideia de ingressar na área da educação. Quando fez o Mestrado, já tinha a vontade de ser educador e logo buscou oportunidades na área. O economista revela que hou-ve dificuldades no percurso. Uma delas foi a financeira, sem contar as inúmeras horas de dedicação e es-tudo. Por outro lado, teve apoio de professores e pesquisadores que o ajudaram no processo de conquista pelo emprego que tanto desejava. Santos acredita que sua geração tem muito para acrescentar no mercado de trabalho. Aponta que a inovação, quebra de paradigmas e a vontade de mostrar resultados são atributos dessa faixa de profis-sionais.

HoHana Barreto

Luiza LeaL Vargas

rudmar santos

A galerano comando• Ainovadorageraçãodeprofissionaisinvadeomercadodetrabalho

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6 RRPPAtualidades/Julho 2011

A paixão por bandas de música acaba tornando-se em um fana-tismo, até mesmo em religião.

Cada vez mais existem pessoas que são fascinadas por artistas musicais. Os jo-vens, que na maioria respondem a esse grupo, estão desprendo-se de seu tem-po e dinheiro para acompanhar os seus astros, muito provavelmente, por causa da facilidade de acesso à mídia social. Mas o que passa pelas cabeças desses fãs incondicionais?

Para Gabriela Raabe, 19 anos, estu-dante de Relações Públicas, a música é parte fundamental da vida, algo que ela não consegue ficar sem. Acredita que é uma forma de expressar os sentimen-tos sem precisar falar. Badaui, voca-lista da banda CPM22, é o artista com quem ela mais se identifica. Desde os seus 12 anos, ouve e segue a banda, e a única coisa que mudou, até agora, foi o amadurecimento que teve no decorrer desses anos, pois seu amor e fanatismo continua até os dias atuais. Questionada

sobre o estilo musical da banda CPM22, ela o define como hardcore melódico, o que a faz gostar ainda mais deles, pois é esse estilo de música agitada e que fala sobre sentimentos que a fez tornar-se fã assídua da banda, os seguindo sempre que pode por shows no Brasil a fora.

Na visão do músico Igor Manaue, 20 anos, a música é vida. Tudo que ele faz está ligado a ela. Sua referência musical é a banda Los Hermanos, tudo que eles fazem é bom, segundo Igor, desde sua letras musicais até seus ideais. “A mú-sica constrói a personalidade da pessoa, não no sentido de se vestir, mas sim na visualização do seu ponto de vista”. Co-lega na disciplina de Mídia Impressa e Digital, ele afirma que não tem um estilo único, o que gosta mesmo é de música. Los Hermanos deixou de atuar há algum tempo. Hoje, a banda faz aparições em ocasiões raras, como o último Festival de Salvador. Os integrantes, atualmen-te, fazem trabalho solo ou compõem ou-tra banda.

Mariane Santana, 19 anos, estu-dante de Publicidade e Propaganda, se identifica com a banda pop RBD por suas ideologias e mensagens transmiti-das ao público através das músicas. Na sua visão, a música corrobora a perso-nalidade de cada um, ajudando até nos momentos difíceis da vida como uma forma de arte e de identificar os senti-mentos. Assim como a banda Los Her-manos, a RBD não está mais atuante no mundo musical, porém Mariane con-tinua ouvindo e seguindo os passos do trabalho solo dos seus ídolos.

O dicionário online já diz que pai-xão é um sentimento excessivo; amor ardente; entusiasmo; vício dominador; alucinação. Porém, uma explicação con-creta por esse amor pela música é difí-cil de ser descrita. As pessoas apenas aproveitam seus momentos livres para escutar, seguir e idolatrar seus cantores preferidos.

Daniela Tecchio, Gabriela FraGa e PeDro nery

Minha vida é umatrilha sonora!

∆∆ Gabriela∆Raabe∆é∆fã∆de∆Badaui,∆CPM22

CAPA/ Especial

CAMILA CUNHA/ HIPER

7RRPPAtualidades/Julho 2011

Vivenciamos a era da informação de forma intensa e como nunca poderíamos su-por alguns anos atrás. Se há décadas era

inviável um fã brasileiro corresponder-se com algum ídolo internacional, hoje em dia este dis-tanciamento foi derrubado e se estabeleceu novo padrão de relacionamento entre ídolos e fãs.

Surgiram, assim, os chamados fansites, que são sites criados por fãs de uma banda ou artis-ta. A divulgação proporcionada por estes “agen-ciadores” em geral é tão positiva que muitos fãs acabam realizando parcerias com gravadoras internacionais e até mesmo com os próprios ído-los, que acabando conhecendo os seguidores na internet.

Exemplo de sucesso de parceria é o trabalho de Andressa Nadvorny, 21 anos. Ela integra uma equipe de seis membros que se dividem entre as funções de webmaster, tradutores e redato-res responsáveis por legendar vídeos e atualizar a galeria de fotos do site www.avengedseven-fold.com.br. “Nós entramos em contato com o Avenged Sevenfold através do managment da banda nos Estados Unidos e hoje em dia reali-zamos promoções com prêmios fornecidos por eles. A equipe já se encontrou com a banda em show aqui no Brasil mais de uma vez, e ficamos felizes ao notar que eles sabem da existência do site”, conta Andressa. O domínio dedicado à banda americana foi criado inicialmente por membros de um outro fansite dedicado à ban-da Linkin Park, mas com o tempo acabou sen-do desativado e só retornou mais tarde quando pessoas da equipe atual entraram em contato com o grupo antigo e pediram permissão para continuar o trabalho. Com outros integrantes e novo fôlego, o site obteve algumas conquistas, começando por uma parceria de divulgação mú-tua com a Warner Brasil, gravadora responsável

pela divulgação da banda no país. Apesar de não oficializar nenhum fansite, a Warner realiza parcerias que podem gerar desde divulgação de promoções até ingressos e passes de imprensa para shows da banda.

Outro exemplo de sucesso é o fansite dedi-cado a banda americana Linkin Park, criado em 2002. Surgiu a partir de um grupo no site Yahoo com o mesmo nome. A equipe conta com a co-laboração de 15 pessoas, algumas participaram diretamente da criação e outras foram recruta-das a partir de um “processo seletivo”, exposto no próprio site. Também há convidados espe-ciais, localizados devido às suas contribuições à comunidade de fãs de Linkin Park no Brasil, por meio do Orkut, pelos próprios comentários no domínio da banda ou até mesmo em outros sites.

A professora de 22 anos, Natália Freitas, que faz parte da equipe do site www.slipknotbr.com, explica como a equipe já foi reduzida pela falta de contribuição de alguns membros: “No começo éramos cinco, mas a gente foi reduzin-do e tirando o pessoal que não contribuia com nada, e acabaram ficando só dois. O único inte-grante original é o webmaster, e o pessoal esco-lhido normalmente é conhecido nosso, a gente faz um testezinho antes e vê se a pessoa se encai-xa. Aí o pessoal é dividido nas funções, seja de design, webdesign, redação, tradução, legendas etc”. A idéia do site veio em 2005, antes de um show do Slipknot no Brasil, com o intuito de au-mentar a publicidade para a banda. A partir daí, a equipe entrou em contato com a gravodora e as produtoras de show, através de e-mails, para conquistar algumas parcerias que facilitassem a divulgação do grupo no país.

Outra forma de fortalecer as fanbases pelo mundo tem sido os street teams que são pratica-mente uma “versão 2.0” do marketing de grupo.

Formam uma espécie de exército para fãs. Usam os termos em inglês “army” (exército) para de-nominar o grupo e “soldier” (soldado) para os fãs, que possuem missões, claro, para favorecer a divulgação da banda.

Priscylla Piucco, 21 anos, é dona de um des-ses teams, dedicado ao conjunto americano My Chemical Romance. O MCRmy é o street team oficial da My Chemical Romance e um dos mais reconhecidos. Antes não havia este tipo de en-volvimento dos fãs no Brasil. Somente surgiu com o chamado Brazilian Parade, que publicava mensagens pedindo para a banda vir ao Brasil, entre outros projetos com igual objetivo. “Eu de-cidi montar o army brasileiro, baseado no ame-ricano, mas com estrutura e modelo de missão próprios”, explica Priscylla.

A organização da equipe é feita de forma hierárquica. Além da líder Priscylla, existem duas sublíderes que assumem o comando na au-sência da estudante e logo abaixo delas quatro moderadoras e uma colaboradora não oficial, que ajudam na organização dos soldiers durante votações e premiações. Priscylla afirma que mais algumas serão selecionadas para trabalharem no site, que agora irá ao ar em parceria com a MTV. “A escolha não se dá por votação, eu esco-lho quem entra, geralmente por mérito dentro do army e que eu considere ter boas ideias para inovar. As sublíderes também têm o direito de indicar moderadores”, garante.

Os fansites passaram a ocupar papel de des-taque na carreira dos artistas. É possível vislum-brar que, no futuro, cada vez mais as bandas es-tarão atreladas a uma relação com seus fãs.

Bruno Dornelles

Heelary

FernanDa soares oliveira

CAPA/ Especial

Os fansites ganham o mundo

8 RRPPAtualidades/Julho 2011

Quase duas décadas de ve-raneios na casa da praia de Pinhal, quase 20 anos de

história. Esse é um dos motivos do Bernardo* gostar tanto do seu lar no litoral. Porém, por devaneios da vida, recebeu a notícia de que o imóvel seria vendido. Inconsolá-vel, decidiu: faria uma festa de des-pedida para deixar a casa marcada para sempre na memória de todas as pessoas que fossem lá, como fi-cou marcada na dele. Para realizar o evento – que foi um sucesso – Bernardo chamou um amigo para organizar, e esse é o tema que va-mos abordar nesse texto: Como or-ganizar um evento bem-sucedido, no sentido da alegria, e de forma independente, tendo como base o nosso exemplo.

Pense, antes de tudo, em algo que você queira fazer e seus ami-gos gostem. No nosso caso, foi um show com quatro ban-das de amigos. Marque o dia do evento com alguma antecedência para que os convidados possam se organizar e todos possam compare-cer. Se a festa for fora da cidade, como no nosso caso, pense em como os convoca-dos irão se deslocar ao local. Se não puderem ir de carro, se antecipe e

organize uma van ou ônibus. De-pois, faça uma lista de tudo que é necessário para isso ser realizado,

e comece a pesquisar preços. Não pense ape-nas no baixo custo, leve em conta a qualidade. Lembre sempre que to-dos têm que gostar e se sentir bem na festa. Fei-to o orçamento, contrate tudo e agende a entrega

das encomendas para, pelo menos, dez horas antes do evento, para não haver imprevistos.

Valeu a experiência

O Felipe contou como foi orga-nizar essa grande festa:

“Primeiramente, para realiza-ção do evento em Pinhal, foi preci-so analisar a possível data e o local onde ocorreriam os shows. Foi es-tudado o tamanho da sala (onde fo-ram instalados os equipamentos). O segundo passo foi falar com os moradores dos arredores da casa, pois o show seria com aparelhagem completa para uma banda, e a casa não tem isolamento acústico.

Concluídas as etapas anterio-res, os organizadores começaram a cotar aluguel de aparelhagem (amplificadores de guitarra, am-plificador de contrabaixo, P.A para Vozes, Bateria, Microfones, pedestais). Conseguimos um va-lor bastante baixo devido negocia-ção com conhecidos meus para os amplificadores de guitarra e o de contrabaixo. O mesmo aconteceu com a bateria, que conseguimos de graça com outro amigo. O que mais deu trabalho e precisou de mais di-nheiro foi o aluguel dos P.As para vozes. O que acarretou certo enca-recimento do evento. Com tudo já confirmado restava apenas a parte de promoção do evento. Desenvolvi um “web-flyer” (http://www.dea-thbythecolt.com/pinhal) para cir-cular em redes sociais, com todas as bandas trabalhando na divulga-ção. O flyer continha informações como: bandas participantes, local do evento com link para Google Maps, horário de início e valor.”

A organização e o evento foram um sucesso e ocorrerão novas edi-ções. A próxima está prevista para o segundo semestre de 2011. Só falta a casa. Aquela já era.

ÍgorSilveiraNery KilaryrapaaKiBurtet thiagoSaccopereira

CAPA/ Especial

Festival de Rockna praia do Pinhal

∆∆ The∆Tape∆Disaster∆abriu∆o∆festival∆com∆rock∆instrumental

∆∆ Banda∆Lepata∆ ∆∆ Banda∆Deathbythecolt

Como organizar um evento independente

Bandas participantes:

The Tape DisasterLepataPlátanoDeathbythecolt

9RRPPAtualidades/Julho 2011MUNDO

Mobilidade Acadêmica

O Programa de Mobilidade Aca-dêmica (PMA) da PUCRS visa proporcionar aos alunos a

grande oportunidade de conhecer no-vas culturas e continuar estudando. A PUCRS está associada a universidades em diversos países, como Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chi-le, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, Japão, México, Noruega, Portugal, Suécia e Uruguai.

O tempo de duração do estudo é de um ou dois semestres. Para participar do programa, são necessários alguns re-quisitos, como ter, no mínimo, 18 anos, estar regularmente matriculado em um curso de graduação da PUCRS, haver cursado no mínimo 25% dos créditos do currículo, entregar o formulário de ins-crição devidamente preenchido, apre-sentar coeficiente de rendimento igual ou superior a sete, carta de recomenda-ção de um professor da respectiva Uni-dade Acadêmica, cópia do passaporte e demonstrar conhecimento no idioma do país de destino. O processo de sele-ção exige critérios como prova de pro-ficiência em língua estrangeira e língua portuguesa (para Portugal) e entrevista individual ou em grupo.

O resultado é divulgado no site da PMA e disponibilizado na Mobilidade Acadêmica. Os alunos selecionados de-vem comparecer no Núcleo para assi-nar a sua confirmação de interesse na vaga e os suplentes também. Caso haja desistência, o estudante suplente ocupa a vaga. Um de seus objetivos é oferecer uma experiência única e inesquecível ao estudante, visando contribuir tanto para o lado profissional, tanto para o lado pessoal.

Julia Finamor, estudante de Jor-nalismo da Famecos, está cursando o quarto semestre na Universidade Cató-lica Portuguesa. A expectativa de Júlia para essa nova experiência é ter uma boa oportunidade de ampliar o seu cur-rículo, contando com um diferencial no mercado para, futuramente, garantir ótimos trabalhos. “Eu optei por Portu-gal após pesquisar todas as universida-des com que a PUCRS está associada e contei com a ajuda do professor Vitor Necchi, que me recomendou a univer-sidade de Portugal pelo fato de ser vol-tada para o jornalismo literário, minha

área de interesse”, explicou.Jussela, vinda de Nanjing, na Chi-

na, também está vivendo a experiência de estudar em outro país. Sua universi-dade original (Communication Univer-sity of China) e a PUCRS são parceiras no PMA, por isso, ela está em nossa universidade. Está cursando o primei-ro semestre do curso de Jornalismo e já faz planos para concluir o curso e fazer o mestrado na própria PUCRS. A estu-dante e mais 25 colegas, que também estão fazendo intercâmbio, moram em um prédio no bairro Rio Branco. O que mais gosta de fazer na cidade é passear no Parque da Redenção e ir ao Mercado Público.

Vitória, também vinda da China, da cidade de Harbin, sempre teve mui-ta curiosidade em estudar no Brasil. Quando descobriu que a Harbin Nor-mal University, a faculdade na qual estudava, tem uma parceira com a PUCRS, ela resolveu vir para cá cursar Letras. Ela está no segundo semestre e pretende terminar a graduação aqui. Vitória mora com 13 colegas, que tam-bém fazem o programa de Mobilidade Acadêmica, em um prédio no bairro Bom Fim. “Assistir ao pôr do sol no Ga-sômetro é a coisa que eu mais gosto de fazer”, disse a universitária. Ela argu-menta que foi muito bem recebida pela universidade, que as pessoas em Porto Alegre são bastante hospitaleiras e o ambiente é agradável e tranquilo.

Gabriela Carvalho, luiza Guedes,andressa dias

e Marina soares

• Estudantesaproveitamaoportunidadedeestudarnoexterior

∆∆ Júlia∆estuda∆Jornalismo∆em∆Lisboa

Conhecimentosem fronteiras

Dalcídio Moraes Cláudio e Yuri Elias Rodri-gues são outros dois exemplos entre milhares de estudantes que optaram por estudar no exterior. As experiências, os aprendizados, as dificulda-des são um pouco da rotina desses brasileiros que estão a milhares de quilômetros de casa.

Dalcídio Moraes Cláudio, 64 anos, doutor em matemática computacional, escolheu a Ale-manha para realizar seu Doutorado, foram cinco anos de curso. Aproveitou muito a experiência para enriquecimento pessoal e, é claro, profis-sional. Ressalta como maiores aprendizagens a importância da preservação do meio ambiente e a valorização da pessoa humana. Ele considera a experiência proveitosa: “Cada dia agradeço ter tido esta experiência”. Dalcídio só trouxe boas lembranças. “Fui muito bem recebido, tinha pouco contato com outros estrangeiros, pois precisava aprender o idioma, mas os poucos amigos que tive naquela época guardo até hoje, com carinho, em minha memória.”

Mas nem tudo foi fácil. Dalcidio conta que teve dificuldade na adaptação devido ao idioma ser muito difícil e também pelo fato do nível de escolaridade dos alemães serem muito superio-res, “tive que correr atrás”, explicou. Pergunta-do sobre como aproveitava seu tempo livre, foi bem direto: “Conheci toda a Europa (é pouco?)”.

Yuri Elias Rodrigues, 20 anos, está cursan-do Matemática em Coimbra – Portugal. A via-

gem vai durar dois anos. O que chamou a aten-ção de Yuri fo-ram os diversos intercambistas do mundo intei-ro que estão em Coimbra. “Vale a pena notar como Coimbra tem muitos estudan-tes de diversas partes do mun-do. O melhor é

conhecer essas pessoas que saíram do seu país, assim como você, e têm interesses em comum.”

Yuri contou que a principal dificuldade foi conseguir a documentação exigida aos estran-geiros e onde morar, agora têm sido a distância da universidade. Apesar de ter muitas ativida-des, Yuri arruma tempo livre para se divertir, devido a grande comunidade estudantil, são re-alizadas muitas festas.

ThiaGo sá

CaMila Ferreira

∆∆ Yuri∆em∆Portugal

10 RRPPAtualidades/Julho 2011 PERSPECTIVA

AINDA NA ADOLESCÊNCIA, os jovens têm o difícil dever de fa-zer a escolha profissional, optar por uma universidade e ser aprovado. Uma tarefa que mui-tos apontam como difícil e angustian-te. Feita a escolha, tudo se resolve e os medos e as angús-tias são deixadas de lado? Não, elas es-tão apenas no início, apontam as pesqui-sas. E com a Comunicação Social o processo não é diferente.

No decorrer dos semestres cur-sados, os universitários da comuni-cação social já procuram se inserir no mercado de trabalho, através de estágios. Levando em consideração que há na comunicação três habili-

tações (Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas), cada uma tem suas particularidades e apresen-tam aos futuros profissionais seus

desafios, muitos de-les de gênero comum, como o mercado cada vez mais exigente e a relutância de algumas organizações à comu-nicação, gerada, prin-cipalmente, por falta de conhecimento e vi-são estereotipada.

Dentre as habilitações, a de Re-lações Públicas, diferente das de-mais, sofre de um conceito vago na concepção geral, consequência de ter pouco mais de 40 anos de his-tória no país. Como ciência, prevê e controla o exercício do poder nos sistemas de relacionamento en-tre a organização e seus públicos (internos ou externos), buscando sempre a comunicação excelente. É uma atividade de gestão da comu-nicação organizacional que utiliza as informações de maneira estra-tégica para estabelecer e manter os públicos em relacionamentos cooperativos, atuando como inter-mediadora e facilitadora. Procura criar e manter a transparência de uma imagem favorável das organi-zações e contornar possíveis crises. Nesse sentido, acaba sendo con-fundida com outras áreas, como o Marketing. Ao contrário do que se pensa, ambas divergem em pontos fundamentais. O Marketing tem seus objetivos centrados em de-terminados segmentos de públicos e, mesmo visando a conquista e a manutenção de clientes, se preo-cupa essencialmente com o lucro. Já RRPP deve ter uma visão global

da organização perante todos seus públicos, que são sua preocupação e enfoque.

O formando de Relações Pú-blicas na PUCRS, Guilherme Max Silva, 22 anos, confessa que chegou a pensar em largar a faculdade. “A maioria dos estudantes nos dias de hoje já pensou ou já trancou a fa-culdade alguma vez, uns por mo-tivo de viagens, outros por falta de interesse ou por não se adaptarem. Eu já pensei em largar, mas desco-bri, trabalhando com os professo-res, que tudo pode dar certo, com foco e objetividade”, diz Guilherme.

O acadêmico assegura que se aprende muito na faculdade, prin-cipalmente a teoria. Também es-tende aos estágios a sua preocupa-ção com a parte mercadológica da profissão: “O mercado de trabalho na nossa área vem crescendo con-sideravelmente, mas ainda assim, há poucos estágios que oferecem aquilo que o aluno precisa para se qualificar para o mercado quando

for um profissional formado.” Ele é categórico ao reclamar que o maior desafio de um RRPP é fazer as orga-nizações entenderem as suas reais funções no mercado.

Perguntado se valeu a pena a sua escolha, ele demonstra convic-ção e amor pela profissão. “A facul-dade foi muito boa, aprendi muitas coisas boas e conheci pessoas ma-ravilhosas, fazendo amizades que pretendo levar para vida inteira. Achei uma nova paixão, a fotogra-fia, estou me formando e logo que-ro aprender mais e mais sobre foto. Hoje eu já tiro uma foto com outra visão, o melhor cenário, o melhor ângulo, é fascinante o que se pode fazer com uma máquina na mão. Valeu muito a pena. E lembre-se que um relações-públicas não é mais um profissional no mercado, é O [grifo dele] profissional.”

Gabriela Sarmento

Stéfani eScoSSi

USSUmane Djaló

Profissional deRelações Públicas: a primeira crisea gerir é a sua

GABRIELA SARMENTO/ RRPP

∆∆ Guilherme∆com∆sua∆mais∆nova∆paixão:∆a∆fotografia

“Valeu muito a pena. E lembre-se que um Relações Públicas

não é mais um pro-fissional no mercado,

é O [grifo dele] profissional.”

• Paraentrarnomercadodetrabalhoéprecisovencerpreconceitosdasempresasevisãoestereotipadadaprofissão

Nome: Guilherme Max SilvaApelido: GuiIdade: 23Semestre: 8° Curso: Comunicação Social, ha-bilitação em Relações PúblicasHobby: fotografiaCor: AzulFilme: Velozes e Furiosos, todos.Música: BillionaireLivro: Cuba por KordaComo se vê daqui a 5 anos: reali-zado profissionalmenteDisciplina mais marcante: Nego-ciaçãoFrase favorita: em latim ‘tem-pus fugit carpe diem’, tradução: aproveite o dia o tempo todo. Frase tatuada em suas costas.

PERFIL:

11RRPPAtualidades/Julho 2011

O uso do Twitter por empre-sas está num crescente. O que divulgam na rede? E

por que muitas não se mantêm?O Twitter é um site de redes

sociais muito popular hoje em dia. Nem todas as organizações o uti-lizam da mesma forma, mas o ob-jetivo é o mesmo: chamar atenção para sua marca. Segundo Mauricio Trilha, responsável pelo Twitter da locadora e centro de entretenimen-to E O Vídeo Levou, a ferramenta é uma forma de aproximar-se ainda mais dos clientes; muitos pedem indicações de filmes através dele. A interatividade é o diferencial, “é uma forma rápida de conversar com o cliente e entender o que ele quer”, conclui Trilha.

Empresas que atuam em ra-mos diferentes, como a E O Vídeo Levou e o restaurante típico grego Greek Donner, se fazem presentes de formas diferentes no twitter. A locadora o utiliza basicamente para divulgar novos produtos (filmes, games, posters e camisetas) que chegam até a loja. Além disso, re-alizam promoções em parceria com as principais produtoras (Playarte, Paris Filmes, Sony, Warner) para seus seguidores. O restaurante tem um enfoque diferente: divulgam curiosidades e frases de pensadores gregos. “É uma maneira de trazer um pouco da Grécia para Porto Ale-

gre”, afirmam. Pode ser muito útil em casos de

crise também. Entretanto, seu uso deve ser feito com cuidado, para não agravar ainda mais a situação. Em 2009, a pizzaria norte-america-na Domino’s Pizza enfrentou uma grande crise. Dois de seus funcio-nários de uma loja na Carolina do Norte publicaram no YouTube um vídeo em que apareciam desrespei-tando completamente as normas de higiene. O escândalo foi altamente divulgado no Twitter e logo a em-presa reagiu: foi criada uma conta e assim deram vários esclarecimen-

tos e respostas aos internautas. Dessa forma, a crise pôde ser supe-rada com o mínimo de danos.

Muitas empresas encontram-se no Twitter, e suas contas es-tão paradas, sem atualizações há meses. Essa desistência deve-se à falta de planejamento prévio. An-tes de entrar na rede, é preciso ter seus objetivos bem estabelecidos e, uma vez nela, usar uma linguagem adequada e publicar conteúdos que sejam do interesse dos internautas, para que sigam a empresa e a reco-mendem a outros.

Outro fator de desistência por

parte das organizações é a falta de paciência. O uso da rede é um pro-cesso contínuo, é preciso primeiro legitimar-se nesse novo meio para depois poder palpar seus resul-tados. A longo prazo, o Twitter é capaz de aumentar as vendas e aproximar os públicos da empre-sa. Quando esse estágio é atingido, ambos os lados se beneficiam, o que torna os relacionamentos mais favoráveis à organização.

Laura goLdim

Lucas sikorski maría agustina deL sastre

TECNOLOGIA

O passarinho azulnas empresas

∆∆ Fachada∆da∆E∆O∆Vídeo∆Levou,∆locadora∆e∆centro∆de∆entretenimento

LAURA GOLDIM/ RRPP

POR QUE DAR UNFOLLOW ?A facilidade em “seguir“ em-

presas no Twitter serve para am-bos os lados. Assim como com um clique pode-se interagir com a em-presa, com outro, tudo é desfeito e a organização perde um seguidor.

Em uma pesquisa realizada com 1.561 americanos usuários de redes sociais, no período entre de-zembro de 2010 e janeiro de 2011,

as razões dadas pelos internautas para deixarem de seguir empresas no Twitter são:

� 52% mensagens chatas e re-petitivas

� 41% mural com excesso de propaganda

� 39% excesso de postagens� 27% só seguiu o perfil para

aproveitar uma ação promocional

específica.A salvação é usar a ferramenta

com equilíbrio. As promoções on-line são cada vez mais frequentes. É preciso cuidado para não haver também excesso de promoções, pois é desagradável ter seu Twitter cheio de apelos comerciais que não lhe interessam.Fonte: http://www.heat.com.br/blog/

•Otwitteréumaformarápidadeconversarcomoclienteeentenderoqueelequer

12 RRPPAtualidades/Julho 2011 VARIEDADES

Os relações-públicas no cinema POUCOS FILMES tratam da

nossa profissão, mas todos pare-cem nos colocar em maus lençóis. Por que os cineastas parecem de-testar os profissionais de Relações Públicas? E o público em geral se deixa levar por essas opiniões?

Quando perguntados sobre filmes em que os personagens principais são relações-públicas, os cinéfilos geralmente lembram de Obrigado por Fumar (Thank you for Smoking/2006) ou Mera Coincidência (Wag the Dog/1997). Não é exatamente como queremos ser lembrados pelo cinema: Nick Naylor, o personagem principal de Obrigado por Fumar, é lobista para a indústria do tabaco, considerado o demônio e alega fazer pelo alu-guel (se comparando aos nazistas que assim o declararam em julga-mento). De Niro, em Mera Coinci-

dência, cria uma guerra em estúdio hollywoodiano para abafar escân-dalo sexual do presidente.

Por que os cineastas têm essas opiniões de nós? Syd Field, famoso

roteirista e teórico de Hollywood, diz que todo filme precisa de con-flito. Não há, portanto, razão para fazer um filme em torno do relações-públicas da indústria do

leite, a não ser que ele saiba que esse leite é adulterado; as crianci-nhas desaparecidas da caixa sejam invenção de marketing, ou que ele esteja usando trabalho escravo. Há de se adicionar a isso o fato de que a sociedade de uma forma geral, vê grandes companhias como a fonte de todo o mal. A ironia do mundo capitalista é que as pessoas detes-tam quem ganha mais do que elas.

Há uma boa notícia, no entan-to: fazendo uma enquete em um grupo de cinéfilos, rapidamente, se descobre que os filmes relaciona-dos não deixaram uma impressão negativa sobre a profissão. Apesar das citações, o público entende que se tratam de dramas ou comédias e não retratam a realidade de todos os profissionais da área.

Mariane LiMa

FOTO DIVULGAÇÃO

∆∆ cena∆do∆filme∆∆“Obrigado∆por∆Fumar”.

O livro “Psicodinâmica das co-res em Comunicação”, de Modesto Farina, diz que elas influenciam poderosamente o indivíduo, no terreno psicológico, e ainda repre-senta sob outros aspectos, que as integram definitivamente na vida cotidiana. Segundo o autor, num am-biente de trabalho, é aconselhável o uso de cores claras, como azul e verde, pois cores fortes como vermelho e laranja são excitan-tes, tiram o apetite e aceleram as indisposições estomacais.

No ambiente industrial, quer sob composições harmônicas am-bientais, quer caracterizando os produtos, as cores assumem im-portância capital. Evitam aciden-tes, acelerando mão-de-obra e or-denando o mecanismo das tarefas.

A análise das cores na comu-nicação leva à conclusão que ela oferece amplas possibilidades e favorece a capacidade de liberar

reservas de imaginação criativa do homem, agindo não somente sobre quem fruirá a imagem, mas, tam-bém, sobre quem a constrói.

Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exer-ce uma ação tríplice. É vista: im-

pressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um signifi-cado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, por-tanto, de construir

uma linguagem que comunique uma ideia.

As cores influenciam pessoas diferentes de maneiras diferentes. O homem reage a ela subordinado às suas condições físicas e às suas influencias culturais, mas sua sin-taxe pode ser aprendida por qual-quer um que esteja interessado em estudar os inúmeros processos de comunicação visual.

Jéssica OLssOn

Como as cores podeminfluenciar no cotidiano?

FOTO DIVULGAÇÃO

SIGNIFICADO DAS CORES:

Preto: está associado à ideia de morte, luta ou terror, no entan-to, também se liga ao mistério e a fantasia. Significa também digni-dade.

Branco: associa-se à ideia de calma, paz, pureza. Também signi-fica inocência.

Vermelho: a cor da paixão do sentimento. Significa também po-der.

Verde: significa vigor, juven-

tude, frescor, esperança e calma.Amarelo: transmite calor, luz

e descontração. Transmite otimis-mo.

Laranja: siginifica movimento e espontaneidade.

Azul: Simboliza lealdade, a fi-delidade, personalidade e sutileza.

Roxo: transmite a sensação de tristeza. Significa prosperidade, nobreza e respeito.

Rosa: simboliza a beleza, a saúde, sensualidade e também o romantismo.

As cores influenciam pessoas diferentes

de maneiras diferen-tes, subordinadas às condições fisicas e influências culturais.

Como somos vistos na tela

13RRPPAtualidades/Julho 2011CIDADANIA

Um novo projeto do Vida Urgente foi lançado no dia 29 de março, o Moto

Vida. Um projeto voltado dire-tamente aos motoboys se utiliza da conscientização em três pon-tas do serviço de telentrega: os profissionais, as empresas, e os próprios consumidores. Baseado nas últimas pesquisas, que reve-lam um triste índice: 40% dos acidentes tem o envolvimento de motociclistas, apesar das motos representarem apenas 20% da frota de veículos do Brasil.

Com o objetivo de mobilizar a sociedade gaúcha para uma mudança de cultura e o desen-volvimento de um comporta-mento de referência para todo o Brasil, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga desenvolve programas de capacitação do vo-luntariado jovem. O número de inscritos sempre supera as ex-pectativas. O Vida Urgente está em constante renovação através da criação de novas ações em escolas, parques, festas e outros locais escolhidos pelos próprios voluntários. Hoje o projeto tem mais força, conta com jovens que se conscientizaram da importân-cia em valorizar a vida e se enga-jaram em tentar salvá-las.

Depois da decisão tomada e da conscientização dos direitos e deveres de ser um voluntário, tornar isso real é muito simples,

basta acessar o site do Vida Ur-gente e se cadastrar.Uma pes-quisa foi feita em cima dos moti-vos pelos quais jovens se tornam voluntários de projetos humani-tários. Os resultados do levan-tamento, que contém também entrevistas, mostram diversos aspectos do voluntariado.

A estudante Maria Eduarda Victolla Paiva, de 18 anos, cola-bora no projeto como atriz na peça “Exército do sonhos”. A maioria dos jovens se tornam voluntários por terem perdido amigos ou familiares no trânsito. Outros são motivados pela cons-cientização pessoal e também pela influência de amigos que já participaram.

Diza Gonzaga, que fundou o Vida Urgente com o marido Régis Gonzaga após a perda do filho Thiago, destaca a intenção do novo projeto para salvar vidas de motoboys e alerta que a di-mensão do problema cresce pela pressa que todos têm em recebe-rem teleentregas: “Quando pe-dem urgência em suas entregas, os usuários do serviço também se tornam responsáveis pelo alarmantes números de aciden-talidade e imprudências cometi-das pelos motoboys”.

bruna pires

débora castro rafaella lopes

Salvando a vida dos motoboys• VidaUrgentelançanovoprojeto

RODRIGO ADAMS/ JM

∆∆ Jovens∆voluntários∆∆se∆unem∆na∆sede∆do∆Vida∆Urgente∆

VARIEDADES

Ocorreu no shopping Iguatemi, em Porto Alegre, du-rante 20 dias, neste primeiro semestre, a exposição “Mundo Encantado da Barbie”. Falar sobre Barbie parece uma coi-sa antiquada e que pertence à vilã chamada ditadura da be-leza. Acontece que, por mais que a famosíssima boneca seja abominada por uns, a grande maioria é fã dela, o que permite concluir que independente de gostos e tempos ela ainda “cau-sa”. A origem da peça plástica é alemã e foi lançada no merca-do em 1959, causando grande indagação; até então as bone-cas disponibilizadas eram ape-nas de bebês – o que propunha uma espécie de “treinamento” materno às meninas. Barbie já nasceu quebrando paradigmas e, desde então, seguiu e criou tendências.

Foram expostas mais de 400 bonecas raras – incluindo o primeiro exemplar – Kens, amigas, irmãs... todas da cole-ção pessoal do curador Carlos Keffer – que possui um dos mais expressivos acervos do Brasil. Na mostra, foi possível conferir a boneca representan-do hábitos e costumes de cada década: comportada e recatada no início dos anos 60 até a mu-lher profissional que faz a linha de frente no nosso cotidiano, passeando entre as linhas de noivas, princesas, divas etc. Apesar de sua aparência e figu-rino terem colaborado com o surgimento de um estereótipo

de beleza – o que faz muitas meninas e mulheres busca-rem sua semelhança – não se pode negar que ela influiu (e o faz até hoje) em muitos outros aspectos que se refletem na so-ciedade, tendo como principais a atitude e a postura da mulher moderna.

Quem brinca de Barbie não brinca de boneca, brinca de mulher. O “Mundo Encantado da Barbie” reforçou essa con-cepção ao expor as peças em ambientes temáticos que re-produzem o cotidiano de cada época. Observa-se a evolução do comportamento feminino e das edições lançadas como uma instigante via de duas mãos, refletindo algo como: “se a Barbie que é uma boneca faz, eu também posso fazer.” Encorajada, a mulher superou a brincadeira que a imitou. A boneca permitiu que seu sexo evoluísse e vice-versa. Quando era pequena, quem nunca viu uma Barbie veterinária/aero-moça... e pensou que, quando crescesse, queria ser como ela? E vai saber qual Barbie uma criança já viu e também quis ser como ela? Condenada ou amada, a boneca é um ícone, já são 50 anos de história e é a mais vendida e conhecida no mundo, passando de geração a geração. Falar de Barbie é po-lêmico, adulto, infantil e está sempre na moda.

débora rico caetano

raffaela brodbeck buratto

Barbie chega aos 50 anos

∆∆ Exposição∆das∆400∆bonecas∆de∆Carlos∆Keffer

JÚLIA MERKER/ HIPER

“Quan-do

pedem urgência em suas entregas, os usu-ários do serviço tam-

bém se tornam respon-sáveis.”

14 RRPPAtualidades/Julho 2011

Que as casas noturnas estão sem-pre lotadas, isso todo mundo sabe. Porém, o que muitos não

sabem é que existe todo um trabalho do profissional de Relações Públicas por trás disso.

Os jovens têm um gosto musical muito eclético, que vai do pagode ao in-die. E para dificultar ainda mais a vida de quem organiza as festas, eles querem mais e mais novidades. Por isso, um bom planejamento estratégico é fundamental nos dias de hoje. Você sabe o que é pla-nejamento estratégico? É o método pelo qual a empresa define a mobilização de seus recursos para alcançar os objetivos propostos. Mas nem sempre esse papel é exercido por um Relações Públicas, como afirma Rafael Tavares, 26 anos, estudan-te de Administração da UFRGS e sócio da Produtora Hi5: “As casas noturnas de Porto Alegre são administradas por pes-soas sem qualificação em Relações Pú-blicas, o que obriga os estabelecimentos a terceirizar o serviço desse profissional. As boates fazem apenas a parte adminis-trativa financeira, e pouco se preocupam com a parte de relacionamento com os clientes”.

O trabalho de uma produtora nem sempre é a organização absoluta do even-to, mas sim fazer o relacionamento com o público, fidelizando os clientes das ca-sas noturnas. “A produtora Hi5 é uma empresa de relacionamento. Somos cha-mados de produtora, mas de produção efetiva, fazemos pouco.” Segundo Tava-res, elas estão sempre em busca de novos lugares para produzir as festas, assim como os proprietários das casas procu-ram diferentes produtoras para realizar os eventos.

Infelizmente, ainda existe um mito com a profissão de Relações Públicas. Muitas pessoas pensam que esse profis-sional só faz “festinha” e não reconhecem que ele é essencial para qualquer empre-sa, pois trabalha em diversas áreas como organização de eventos, comunicação in-

terna, assessoria de imprensa, gestão em-presarial, pesquisa etc. “O trabalho de um relações-públicas não é feito só na noite, e sim antes dela”, afirma Pedro Reis, 24 anos, estudante de Relações Públicas da PUCRS e produtor de eventos da Hi5. Mas esse preconceito não atinge somen-te a área da Comunicação Social. “Cursei Educação Física na UFRGS, antes de cur-sar Administração, e sofria desse precon-ceito também”, disse Tavares.

Para Pedro, o profissional deve ser competente e muito mais que um pro-moter de festas. A função do relações-públicas vai muito além das “festinhas”. Esses profissionais estão mostrando toda sua qualificação nos diversos âmbitos da profissão.

Laíse santos

Larissa DaL Corso

MauríCio CaLienDo

RP só faz festinha?COMUNICAÇÃO

Organização de eventos

envolve comunica-ção interna, assessoria de impren-sa, gestão

empresarial, pesquisa etc

MAURÍCIO CALIENDO/ RRPP

• Comcerteza,não!

15RRPPAtualidades/Julho 2011

As empresas utilizam vários métodos para conseguirem enten-der os fatores que fazem os potenciais

consumidores decidirem pela compra dos produtos, e também para chegarem mais perto daquilo que eles gostam. As técnicas mais utilizadas atualmente para conhe-cer os públicos de interesse são: entrevistas, observação, painéis e Hall Test.

Um dos métodos mais conhe-cidos é a entrevista, que é feita através de encontros e trocas de informações com o entrevistado. Essa é a técnica mais flexível de in-vestigação, pois pode ser utilizada para qualquer tipo do assunto.

Outra técnica é a de observa-ção, que se da através de coleta de dados. Não consiste em apenas ver ou ouvir, mas também em exami-nar os fatos que se tem como obje-

to de estudo. Os painéis de consumidores

consistem na escolha de clientes, para que fiquem em uma casa tes-tando determinado produto de uma empresa, para depois a orga-nização saber qual a opinião deles sobre o produto. Já o Hall Test também tem como objetivo testar o produto, só que as pessoas são recrutadas na rua para fazer o tes-te.

A comunicação, quando bem utilizada nas organizações, é ca-paz de gerar resultados desejados, tanto internamente quanto exter-namente. Uma pesquisa de opi-nião, feita para o público interno, fornecerá informações com relação à imagem da organização e seus produtos ou serviços. A pesquisa de opinião desenvolvida para os públicos externos também tem um papel fundamental para a vida da empresa. Um exemplo é o caso do

lançamento do sabão em pó Ala, no final da década de 90. Tanto o processo de desenvolvimento, quanto todas as ações de divulga-ção do produto foram orientadas por pesquisas prévias. Para elabo-rar a campanha promocional do Ala, foram considerados os valo-res, conceitos culturais, padrões socioeconômicos e comportamen-tais dos consumido-res especificamente da região do nordeste do Brasil. A partir da pesquisa, percebeu-se que a embalagem plástica é a mais ade-quada, já que muitas mulheres da região ainda lavam roupas nas águas dos rios. Por isso, as embala-gens de papelão são molhadas com muita facilidade nesses lo-cais, o que compromete a durabili-dade e a conservação do sabão.

As organizações hoje têm consciência de que é necessário entender os seus consumidores, pois vários fatores os influenciam na hora da compra, assim como as classificações sociais a que eles pertencem. Com isso, a grande maioria das empresas procura en-trar nos grupos sociais, nos quais cada um de seus consumidores esta inserido, para então fazer um produto adequado para eles.

Para Cleusa Andrade Scrofer-neker, professora da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, a utilização dos métodos de pesquisa é fundamental para que as empre-sas conheçam seus públicos. Se-gundo Scroferneker, só podemos conhecer os públicos os ouvindo, e as técnicas de pesquisa permitem ouvi-los e entendê-los, para ,pos-teriormente, planejar ações que possam atender às expectativas desses públicos. A professora julga ser importante o fato de as empre-sas considerarem a necessidade do consumidor para desenvolver um produto ou realizar um servi-

ço. Para ela, hoje em dia as orga-nizações são muito iguais no mer-cado. As que se destacarão serão aquelas que irão procurar atender as demandas e expectativas dos consumidores. Claro que sempre norteadas por princípios éticos, de transparência e qualidade.

Juan Domingues, professor de Jornalismo da Famecos, diz que os

métodos de pesquisa constituem uma es-tratégia interessante para que as empre-sas conheçam seus públicos, e não errem em suas iniciativas . Como exemplo, ele cita o caso do jornal Diário Gaúcho, cujo nome foi escolhido através de uma en-quete feita com as pessoas. Para Do-mingues, a pesquisa

é fundamental para que a empresa conheça seus públicos e tenha uma chance menor de erro. O professor julga ser relevante o monitora-mento dos públicos por parte das empresas, pois eles vão mudando o seu comportamento. Segundo Do-mingues, essa mudança ocorre ou porque entrou um outro produto semelhante no mercado, ou porque se decepcionaram com aquele que gostavam. “Esse monitoramento que é uma forma de conhecer per-manentemente o público, tem que existir, pois o pensamento dos con-sumidores é inconstante’’, observa. O jornalista revela que não tem uma opinião formada se o moni-toramento dos consumidores feito a partir de câmeras escondidas é antiético ou não. No caso das câ-meras em gôndolas do supermer-cados, as empresas têm a intenção de se beneficiar com o comporta-mento das pessoas e, para ele, ‘’tal-vez isso não seja tão ético quanto possa parecer.’’

Cibele linCk

iraCema Teixeira marina Souza

COMUNICAÇÃO

A observação do consumidor

As empresas utilizam métodos paraentenderem fatores que fazemos consumidores decidirem pela comprados produtos, e também para chegaremmais perto daquilo que eles gostam.

“É importante que as empresas

considerem a necessidade do

consumidor para desenvolver um produto ou rea-lizar um serviço.” (Cleusa Scrofer-

neker)

MARINA SOUZA/ RRPP

16 RRPPAtualidades/Julho 2011 COMUNICAÇÃO

Pesquisa: o passofundamentalpara o sucesso

É COMUM graduados e ainda uni-versitários sentirem vontade de abrir seu próprio negócio. Porém, não sabem por onde começar, ou quando colocam suas ideias em prática, não obtêm sucesso. Isso porque não conhecem ou até mes-mo desmerecem um passo fundamental: a pesquisa de mercado.

A pesquisa está se tornando um ser-viço cada vez mais requisitado na hora de abrir um novo negócio, podendo in-dicar ao empreendedor se a sua iniciati-va é viável, orientá-lo sobre qual o lugar mais adequado para abrir seu estabele-cimento, conhecer os concorrentes, os prováveis consumidores e quais são suas necessidades e expectativas. “A pesquisa em RP pode objetivar diagnóstico. Isto é, conhecer uma determinada situação/fenômeno para, posteriormente, frente aos resultados do estudo, decidir sobre ações estratégicas futuras. Nesse senti-do, é o primeiro passo do negócio. É ne-cessário ter conhecimento detalhado do cliente/situação/contexto/etc para, com base nestas informações, propor ações de comunicação e/ou marketing”, argu-menta Maria Helena Castro de Oliveira, professora da PUCRS.

Uma avaliação de mercado serve como instrumento que auxilia na toma-da de decisões importantes. Para isso,

deve ser elaborada estrategicamente, de maneira que visualizem os problemas e oportunidades em contexto.

Para uma amostra fornecer o re-sultado verdadeiro, é indispensável que seja realizada da forma mais verdadeira possível. O responsável deve ter cola-boradores que exerçam seu trabalho de forma honesta, para que os dados co-letados, que é o material de estudo do pesquisador, sejam reais. Se houver al-guma fraude no processo de coleta, todo o resultado acaba sendo condenado, o que faz o cliente correr riscos ao confiar totalmente no trabalho que lhe foi en-tregue. “Pesquisa vende credibilidade. Qualquer pessoa que busca, ou contrata, pesquisa está crente e confiante do seu resultado. Ou seja, o que o pesquisador afirmar ao final do estudo, os resultados alcançados, servirá de base para a toma-da de decisões”, destaca Maria Helena. “Ter convicção de que o resultado é fru-to de um trabalho desenvolvido através de procedimentos adequados, corretos e confiáveis é fundamental para que o cliente possa tomar decisões, muitas vezes, vitais para a empresa que dirige”, conclui.

Fernanda Morais

Mariana Johann

• ApesquisaemRRPPestá,cadadiamais,sendopro-curadaporempreendedores.Apresentaresultadosefica-zesparaabrirnegócioseatingirpúblicosdiferenciados.

Ao entrarem no curso de Relações Públicas, é comum os alunos se questionarem sobre o que é ser um RP. Porém, poucos se perguntam: qual a verdadeira origem do curso no país? E mais: quase ninguém sabe que o Brasil é uma das poucas na-ções que regulamenta esta profissão.

A primeira vez em que o termo ganhou noto-riedade foi em janeiro de 1914, ano em que surgiu o primeiro departamento de Relações Públicas, per-tencente à concessionária de iluminação pública de São Paulo. Já em meados dos anos 50, foi criada a Associação Brasileira de Relações Públicas, cons-tituída, na época, por estudantes e praticantes da atividade. Devido a esse reconhecimento e a gra-dativa demanda por profissionais da área, no ano de 1967 foi finalmente regulamentada a profissão.

Ainda há pouco conteúdo sobre a inserção da profissão no país. Alguns estudiosos afirmam que seu surgimento deve-se ao boom da industrializa-ção iniciada nos anos 2o e que ganha impulso com Getúlio Vargas a partir dos 30, e os problemas ge-rados nos campos sociais, econômicos, trabalhis-tas e políticos. Durante o Estado Novo, na infor-mação oficial e até na imprensa, havia uma nítida proposta de divulgação governamental.

Outras referência históricas são mais recentes, atrelando as Relações Públicas à ditadura militar, responsabilizando-a por mascarar a repressão po-lítica nos “anos de chumbo”, de 1964 até início da década de 80. É impossível negar que os anos 60 foram os verdadeiros responsáveis por alçar nossa profissão no mercado e na mídia, pois além da re-gulamentação, neste período foram abertos vários cursos de graduação, o da PUCRS foi dos primei-ros, em 1967. Também, nesse período, surgiram as primeiras publicações sobre o tema, como o livro “Para entender de Relações Públicas”, escrito por Cândido Teobaldo de Souza Andrade.

Se ainda nutrimos dúvidas quanto à origem dessa atividade no país, fica a certeza de um futuro promissor. Em entrevista à revista Exame, Jeffrey Scharlaf, dono da empresa The Jeffrey Group, es-pecializada em comunicação, define: “Os brasilei-ros são muito sociáveis. Esse é um dos motivos do nosso sucesso por aqui.” Ele revela que o grande potencial do setor deve-se ao fato de que o merca-do de Relações Públicas ainda é muito novo país.

Hoje, os dois grandes aliados da profissão são as novas tendências digitais e crescimento contí-nuo do Brasil no mercado internacional. RRPP ganha novo folêgo e se insere definitivamente em uma posição de destaque nas organizações brasi-leiras.

Bruno dornelles

heelary

Fernanda soares oliveira

De onde viemos e para onde vamos?

Artigo

17RRPPAtualidades/Julho 2011COMUNICAÇÃO

A atividade de assessoria de imprensa se propõe a criar um elo entre as organizações e os veículos de comunicação. No meio acadêmico e profissional, discute-se muito qual profissional é mais qualificado para executar a função, o rela-ções-públicas ou o jornalista? Será que essa dis-cussão tem fundamento? Existe uma habilitação mais capacitada para ser o assessor de imprensa de uma organização?

Ambos os profissionais possuem habilida-des importantíssimas para a realização da ati-vidade de assessoria, sendo difícil responder a essa questão. Os assessores de comunicação trabalham com a informação pura, e cabe a eles encontrar a maneira mais adequada de passá-la aos veículos de comunicação. O jornalista pos-

sui maior embasamento na questão do relacio-namento com a imprensa e a compreensão dos veículos, além de ter maior prática na escrita, já que praticam mais durante a vida acadêmica do que os RPs. Já os relações-públicas são mais preparados para lidar com o posicionamento da organização perante a sociedade, a construção de sua imagem e o gerenciamento de possíveis crises.

A professora Denise Avancini Alves, gra-duada em Relações Públicas e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professora dos cur-sos de Relações Públicas e Publicidade e Pro-paganda da PUCRS e coordenadora do Núcleo de Assessoria e Comunicação Digital do Espaço Experiência da Famecos, acredita que não deve existir qualquer tipo de competição, mas sim uma complementação das duas atividades, para que a assessoria de imprensa aconteça de forma excelente. Denise também destaca que o grande desafio da função é atingir os objetivos da orga-nização sem passar por cima da ética profissio-nal e de princípios pessoais.

“Aquele jornalista que tem o viés de ve-ículo terá mais dificuldade de atuar na área de planejamento. E o RP já desenvolve essa função na trajetória acadêmica, mas, por outro lado, não exercita a produção textual com tanta ênfa-se. Então, na parte operacional de produção de textos, na identificação de notícias menos insti-tucionais e mais objetivas, talvez ele tenha um hiato para compensar”, compara Denise. Para ela, os dois têm que se aprimorar ao longo da sua trajetória profissional. “Muito vai depender do tom da organização. A própria empresa iden-tificará qual o profissional que vai se adequar no formato de gerenciamento dessa assessoria de comunicação”, diz a professora.

Maria Inês Möllmann, relações-públicas e jornalista de formação, sócia-gerente da In-fluence Imprensa e Relações Públicas e profes-sora do curso de Relações Públicas da PUCRS,

acredita que, para se tornar um bom assessor de imprensa, o profissional deve ter um amplo conhecimento de práticas jornalísticas. “Precisa saber fazer uma matéria, um lead, uma linha de apoio, além de reconhecer que tipo de informa-ção um determinado veículo de comunicação es-pera da organização”, enumera Möllmann. Para ela, o graduado em Relações Públicas deve se preparar para enfrentar este desafio, somando às suas já conhecidas habilidades para identi-ficar as características de uma empresas e seus públicos.

Segundo a professora, no âmbito acadêmi-co, ambos profissionais não são totalmente ha-bilitados para a atividade. O aperfeiçoamento acontece com as experiências profissionais. Já Denise acredita que esse aperfeiçoamento deve ser buscado pelo profissional em complementa-ções acadêmicas, mantendo-se sempre atualiza-do a respeito das mudanças da área. A intenção não é criar uma disputa entre os dois cursos, e sim entender porque existe essa discussão, ana-lisando as distinções e semelhanças das duas áreas, chegando à conclusão de que ambas se completam.

Luana Pinheiro Luisa schumacher

Assessoria de comunicação: Relações Públicas e Jornalismo•Osdoisprofissionaissecompletamnacomunicaçãodeumaorganização

∆∆ A∆professora∆Denise∆Avancini∆Alves

∆∆ Maria∆Inês,∆formada∆nas∆duas∆áreas∆

A assessoria de imprensa foi criada em 1906 pelo jornalista americano Ivy Lee. Ela se caracteriza por ser um instrumento de co-municação desenvolvido para as organizações onde sua principal tarefa é tratar do relacio-namento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa. No

Brasil, quem normalmente desempenha a função de Assessoria de Imprensa são os re-lações-públicas ou os jornalistas. Em outros países, a função não é reconhecida como jor-nalística, e sim como de relações-públicas.

Lafaiete BaceLar

SAIBAMAIS

ESPAÇO EXPERIÊNCIA

PATRÍCIA PAES/ DUO

18 RRPPAtualidades/Julho 2011

O Empreendedorismo vem ganhando destaque no mercado de trabalho. Pessoas renomadas como Silvio Santos, Roberto Jus-tus, Jorge Gerdau e Raul Randon são reconhecidos por suas inicia-tivas. Segundo o professor Luis Humberto de Mello Villwock, da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PU-CRS, esta área promissora sur-giu no Brasil na sua colonização, onde tudo tinha de ser construí-do e produzido. “É uma ação que alguém sonha e quer colocar em prática”,disse Villwock.

“As organizações procuram pessoas que saibam fazer a dife-rença. São características funda-mentais ser visionário e perse-verante, saber tomar as decisões corretas, ter atitude e espírito de liderança e, principalmente, criatividade”, explica o professor Alessandro Luis Sica de Almeida, do curso de Relações Públicas da PUCRS. Na área de Comunicação Social, o Empreendedorismo vem ganhando destaque a partir de profissionais que montaram seu próprio negócio.

O jornalista e publicitário Ivy Lee (1877 - 1934), criou o primei-

ro escritório de Relações Públicas em Nova Iorque, em 1906. Passa-do um século, muita coisa mudou, mas o desafio é o mesmo. “O mer-cado da comunicação necessita de empreendedores e boas empresas que se comprometam em prestar serviços de qualidade”, enfatiza Denise Pagnussat, professora e ex-aluna de Relações Públicas da Famecos. Entrou no mercado de trabalho precocemente. Com 21 anos, organizou a própria empresa de Assessoria de Comunicação, a Comunicative, e por sua capacida-de de empreender fez com que sua iniciativa se consolidasse.

Ser empreendedor em Rela-ções Públicas é saber adequar-se às diversas situações e públicos, ter a capacidade de conhecer o mercado em que está atuando e, a partir disso, transformar ideias em negócio. Na área de Comunicação Social, independente do profissio-nal ser o dono ou o colaborador, ambos têm a oportunidade de em-preender, devido a sua flexibilida-de e capacidade criadora.

Flávia azevedo

iabna inFaga

laís benini∆∆ Denise∆Pagnussat,∆professora∆da∆PUCRS∆e∆empreendedora

FLÁVIA AZEVEDO/ RRPP

• “Omercadodacomunicaçãonecessitadeem-preendedoreseboasempresasquesecomprome-tamemprestarserviçosdequalidade”

O DESAFIO

COMUNICAÇÃO

de se tornar umempreendedor

“As organizações procuram pessoas que saibam fazer a diferença, sejam vi-sionários e perseverantes, saibam tomar as decisões corretas, tenham atitude e espírito de liderança e, principalmente, criatividade.”(Alessandro de Almeida)

ARQUIVO RRPP

19RRPPAtualidades/Julho 2011

Intranet é uma rede que possi-bilita o acesso a informações institucionais e a formulários

eletrônicos, sendo destinada ao público interno das empresas e instituições. Na era da informação, o processamento de dados e a sua transformação em informações prontas para serem usadas nas tomadas de decisões representam uma grande oportunidade para a melhoria do processo de comuni-cação. Só através de uma comuni-cação interna eficiente, é que acon-tece a troca de informações.

O principal objetivo da intra-net é manter todos os funcioná-

rios bem informados de tudo o que acontece dentro do ambiente de trabalho, facilitando a comuni-cação empresarial. Uma das ferra-mentas mais destacadas na comu-nicação interna é a intranet, por ser um instrumento cada vez mais utilizado simplificando a busca por dados institucionais, além de pos-sibilitar o acesso a informações pessoais do funcionário.

“Todos os colaboradores da empresa têm acesso à intranet. Ao abrir o Internet Explorer, automa-ticamente abre a página da intra-net. Neste site, é possível acessar todas as informações financeiras

do colaborador, planejar férias, imprimir contracheques, entrar no sistema de compras (só pesso-as com liberação da gerência), de peças e equipamentos, sistema de estocagem de peças, planejamento da carreira, entre outros recursos. Os colaboradores possuem todas as informações necessárias para eles na intranet. Esse sistema foi implantado há mais de 10 anos, desenvolvido pela área de TI (Tec-

nologia da informação). É um sis-tema que facilita muito, pois não depende de outras pessoas para conseguirmos as informações ne-cessárias”, afirma o engenheiro assessor técnico Fábio Rocha, do setor ampliado da Gerdau, empre-sa líder no segmento de aço.

As grandes vantagens apre-sentadas são a redução dos custos, das distâncias entre os colaborado-res, o aumento da produtividade e a criação de novas possibilidades de interação institucional. A rede oferece auxílio às rotinas de traba-lho e possibilita a comunicação de funcionários de diferentes setores, e a obtenção de informações neces-sárias ao trabalho.

A intranet tornou-se impor-tante nas organizações, tendo em vista um ciclo no qual a empresa passa transparência para o fun-cionário, que, por sua vez, repassa essa transparência para o público externo.

LUIS GUTERRES ISABELA ROSA

VANESSA MARTINS

FERRAMENTAS

A relevânciada intranet nasorganizações

ComuniCação interna

∆∆ Intranet:∆ferramenta∆de∆comunicação∆eficiente∆entre∆funcionários

ISABELA ROSA

Assim que as empresas per-ceberam que o consumidor tornou-se mais exigente e

ciente da diferença que suas opi-niões poderiam fazer para as or-ganizações, elas nasceram. As ou-vidorias hoje são uma das partes fundamentais de uma organiza-ção. É essa área a responsável por ouvir e orientar o cliente.

O papel das ouvidorias é fazer a ponte entre o cliente e a organi-zação, levando suas opiniões, crí-ticas e sugestões ao responsável por determinada área, visando o retorno ao cliente através do bom atendimento. Conforme a estudio-sa sobre Relações Públicas, Marga-rida Kunsch, esse profissional deve defender o consumidor. Portanto, o ideal é que as funções de uma ouvidoria sejam organizadas e co-ordenadas por profissionais de Re-lações Públicas, pois são capacita-dos para cuidar do relacionamento entre públicos e organizações.

Os profissionais que traba-lham no setor de ouvidoria tam-bém tem que conhecer profunda-mente a empresa para que saibam

a quem recorrer para resolução de problemas e sejam capazes de re-passar as informações corretamen-te, reforçando a boa imagem da instituição, mesmo diante de uma reclamação. Tal requisito para o sucesso das ouvidorias está pre-sente nas habilidades dos relações-públicas: conhecer o negócio.

Como é uma ouvidoria?

O dia a dia de uma ouvidoria, em geral, é resolver problemas que vem do público externo. Quando se fala em Ouvidoria, há uma liga-ção natural à palavra reclamação. Segundo Ana Paula Haubert, rela-ções-públicas e coordenadora da ouvidoria do Internacional, os elo-gios dos públicos são muito raros nas ouvidorias. “Nós, como consu-midores, estamos mais acostuma-dos e preparados para reclamar do que para reconhecer, valorizar um bom atendimento e elogiar”, ob-serva a profissional. É assim que o profissional de Relações Públicas se destaca nesta área, pois é ins-truído a “apagar incêndios” dentro

das empresas. É ele quem resolve problemas e sabe lidar com situações di-versas. O profissional que trabalha nesse área em uma organização deve ter total controle sobre seus sentimentos, já que pode passar por situações constrangedoras.

A partir da ideia de investir ainda mais nas ouvidorias, as empresas começam a transformar, de forma ainda tímida, esse setor em “relaciona-mento”, o que, na prática ,seria fugir da ideia de que as ouvidorias servem somente para reclamações, apro-ximando-as do cliente de maneira mais acolhedora. O conceito ainda é muito vago, mas já citado por profissionais da área.

Também ainda não é o cos-tume do cliente encaminhar suas ideias às empresas, embora um novo quadro de relacionamento com as organizações esteja se for-mando. A iniciativa trará ainda

mais contribuição das RRPP para as ouvidorias, mas ainda precisa ser explorada a fundo para que traga benefícios, tanto para as empresas como para os clientes, e também expanda a presença das Relações Públicas no mercado de trabalho.

JÚLIA CLÁUDIORICHARD WAGNER

Ouvidorias, a ponte entre o cliente e as instituições

∆∆ Ana∆Paula,∆coordenadorada∆ouvidoria∆do∆Internacional

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20 RRPPAtualidades/Julho 2011 DIVULGAÇÃO

A Comunicação no Escotismo•OscomunicadoresEduardoFurastéeJulianoMourarelatamaexperiênciadaconstruçãodeumainformaçãointegradaquebuscadarvisibilidadeaoescotismogaúcho

Criado por Lorde Robert Ste-phenson Smyth Baden-Po-well, em 1907, o Escotismo

é um movimento mundial, educa-cional, voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos. O objetivo é incentivar o desenvolvimento de jovens, por meio de valores que priorizam a honra. A prática bus-ca o trabalho em equipe e a vida ao ar livre. O jovem deve assumir seu próprio crescimento, transforma-do-o num exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabi-lidade, respeito e disciplina; a ser seguido pela sociedade.

A União dos Escoteiros Bra-sileiros (UEB) é uma organização civil, fundada em 1924 com propósitos educa-cionais, culturais, bene-ficentes e filantrópicos, que congrega os Grupos de Escoteiros existentes no Brasil (atualmente há cerca de 60.000 afi-liados a UEB). No Rio Grande do Sul, a UEB/RS possui a Comissão Regional de Imagem e Comunicação (CRIC), que realiza ações de comunicação, visando o diálogo tanto com os públicos que participam do movimento escotei-ro, como os que são alheios. A CRIC integra a Comissão de Crescimento do Escotismo Gaúcho, atuando na elaboração de projetos e materiais de estímulo à divulgação do mo-vimento escoteiro. A ideia é forta-

lecer cada vez mais a imagem do escotismo no Estado por meio da comunicação dirigida e suporte aos Grupos.

Apesar dos parcos recursos fi-nanceiros, a Comissão conta com um diretor de Comunicação Social, Eduardo E. Furasté, com forma-ção em Publicidade e Propaganda, nomeado pela direção regional da UEB. Ele supervisiona as ações realizadas pelo estagiário de Re-lações Públicas, Juliano Moura da Rosa. Também conta com o apoio voluntário de profissionais e estu-dantes vinculados ao movimento. O grupo se empenha em realizar uma divulgação efetiva, baseada

em um plano de co-municação específi-co, que atende as ne-cessidades da região Sul. Para Juliano, a paixão pelo escotismo é fator comum entre os voluntários, que desenvolvem um tra-balho integrado nas áreas de produção de conteúdo jornalístico,

assessoria de imprensa, relações públicas, publicidade e propaganda e, como não poderia deixar de ser, nas novas mídias digitais e tecnolo-gias da informação.

A qualidade da comunicação também se dá através da escolha de meios determinantes que visam o alcance do público alvo, em sua maioria, jovens. A comunicação

oficial utiliza-se de ferramentas de grande alcance (Twitter, Facebook, Orkut, newllestters, mala direta e e-mail), que sempre direcionam ao site da organização, fonte primária de informações. Juliano esclarece: “Nele são publicadas convocações e outras publicações oficiais, além de abrigar as notícias do escotismo no nível regional e local. Com os Gru-pos Escoteiros, especificamente, o mais utilizado é o e-mail e a mala direta. Normalmente, quando há uma convocação ou aviso mais im-portante, é enviado um e-mail para os presidentes de grupo solicitando o repasse da informação.”

O site possui papel fundamen-tal para os objetivos da comissão por ser o local onde se estabelecem os vínculos entre os grupos locais, regionais e a comunidade na qual estão inseridos. Um espaço onde todos têm sua representatividade através da divulgação de eventos e da troca de informações sobre acampamentos, reuniões e demais oportunidades de crescimento. “É onde realmente acontece a intera-ção mais direta dos jovens com o escotismo. Há também, neste ní-vel, as questões institucionais e de divulgação com suas problemáticas e conflitos. Um bom exemplo é a interação dos grupos com as enti-dades que lhes emprestam o espa-ço para sede, ou ainda a relação do grupo com o entorno da comu-nidade onde se encontra”, explica Moura.

É nesse contexto de comunica-

ção construída por agentes das ha-bilitações de Comunicação Social (PP, RRPP e Jornal), trabalhando em constante rede colaborativa para seus públicos, que a CRIC tem observado crescente visibilidade do movimento, com aparições iné-ditas na mídia, seja na realização de entrevistas ou em participações em programas de televisão e rádio, bem como em reportagens de jor-nais.

“É um trabalho que precisa ser realizado de forma profissional, dada a sua complexibilidade. O tema comunicação no escotismo é bastante rico e há muito o que ser explorado”, ressalta Furasté.

Carolina luz Paulo

Julia Pereira

Paula Peña Siqueira

∆∆ Comissão∆de∆Crescimento∆busca∆incentivar∆adesões

Escritório UEB/RS www.escoteirosrs.org.br

Rua Castro Alves, 398, Rio Branco, POA/RSFone: (51) 3330-9784

Funcionamento:Segunda a Sexta,das 9h às 12h30min e 13h30min às 18h.Sábados, das 9h às 13h.

PARA SABER MAIS

“O tema comunicação no escotismo

é bastante rico e ainda há muito a

ser explora-do”

FOTOS CARLOS ALMADA

∆∆ A∆União∆dos∆Escoteiros∆do∆Brasil∆tem∆60∆mil∆filiados

21RRPPAtualidades/Julho 2011NATIVISMO

“O AMOR EXAGERADO pela terra não faz mal a ninguém desde que respeite a opinião do outro”. A declaração é do cantor regionalista Ernesto Fagundes, a respeito do sentimento bairrista que impera no Rio Grande do Sul.

O nativismo é um conjunto de sentimentos e atitudes que priori-zam e ressaltam a cultura da loca-lidade a qual pertence o indivíduo. A expressão esteve muito presente em épocas de revoluções internas. A partir de movimentos de massa, principalmente da mídia, músicas e novelas a favor da aculturalização, da formacão de uma identidade na-cional, o nativismo manifestou-se com grande intensidade como re-sistência. O contraponto.

O gaúcho é exemplo de amor ao seu estado. São diversas de-monstrações, desde músicas a programas de rádio e TV, como, por exemplo, Galpão do Nativismo (Rádio Gaúcha) ou Galpão Crioulo (RBSTV) de grande popularidade.

O bairrismo é a valorização do local onde se vive e a ideia de que este é superior a qualquer cultura ou estado político. É um sentimen-to forte no Rio Grande do Sul, que se vê com frequência nos estádios de futebol, como afirma o site www.obairrista.com.br. Internacional e Grêmio, dois times que pratica-mente dividem o estado, em tenta-tivas constantes de provar que de algum jeito são melhores do que os outros, representam muito bem essa ideia.

Dois personagens da mídia rio-grandense, Ernesto Fagundes, compositor e cantor, e Ruy Carlos Ostermann, jornalista e radialista que apresenta os programas Gaú-cha Entrevista e Sala de Redação, ambos na Gaúcha, falaram ao RRPP Atualidades sobre o tema.

Para Fagundes, o sentimento bairrista é algo inerente ao gaúcho, mas ressalta que sempre se deve respeitar as diferenças. “É um sen-timento de amor à terra, em geral ele é mais forte quando se está fora do seu pago, em outra querência.” Quando saímos das origens, o pago gaúcho, e temos de viver em outro lugar, uma nova querência.

Ostermann conceitua o bair-rismo como um sentimento de opo-sição a tudo aquilo que diverge do seu local de procedência. “Uma re-dução do espaço significativa e uma exacerbação dos valores contidos neste espaço”, conceitua. O jorna-lista acredita que o bairrismo traz pontos positivos quando este sen-timento possibilita gerar valores fortes de qualidade ao estado, em-bora, alerta Ruy, “podemos gostar de nosso estado, mas nem por isso temos que excluir os demais desses valores, de uma convivência”.

Idolatrações pelo estado são fáceis de serem vistos no Sul, o Hino Riograndense é um exem-plo típico. Não há outro estado no Brasil em que saiba parte ou toda a letra do hino, como o RS, que cul-tiva esta cultura nas escolas, semi-nários, jogos, entre outros eventos municipais e estaduais. Esse senti-mento se deve não só pela cultura de décadas que foi preservada, mas por valores intrínsecos de orgulho, admiração e de afirmação categóri-ca pela terra. Infelizmente, não são só esses os sentimentos cultivados pelo gaúcho, há muito exagero, egoísmo, e pouca humildade no bairrismo. São fatores como estes que fazem o estado estagnar e se separar dos demais.

AnA CArolinA Perin

JuliAnA MAssenA

liziAne luCChese

O sentimentobairrista no RioGrande do Sul“(...) Mostremos valor constância, nesta ímpiae injusta guerra. Sirvam nossas façanhas,de modelo a toda Terra (...)” (Trecho do Hino do Rio Grande do Sul)

∆∆ Monumento∆ao∆Laçador,∆símbolo∆do∆gauchismo

ANA PERIN/ RRPP

POSITIVO: “O Skank, se não fosse mineiro, bem que poderia ser gaú-cho...” afirmação de Hen-rique Portugal, tecladista da banda, de Minas Ge-rais, após apresentação no Planeta Atlântida RS. Em entrevista, o vocalis-ta Samuel também disse que curte o fato dos gaú-chos cantarem o já famo-so “ah, eu sou gaúcho!” Segundo ele, em nenhum outro estado se vê seme-lhante manisfestação.

NEGATIVO: “A ideia do bairrismo é de se ter tudo melhor que os ou-tros... É danoso, ruim, estraga uma cultura, su-per valoriza, cria uma expectativa muito maior do que efetivamente é. Eu sou contra!”

Opinião do gaúcho Fabian Chelkanoff, pro-fessor de jornalismo da Famecos.

OpiniãO

22 RRPPAtualidades/Julho 2011 OPINIÃO

O aumento indiscutível de tarefas que o brasileiro tem de executar por dia já não é novidade para ninguém. No entanto,

são muitos os que ainda não sabem como dar conta de todas elas e, sem querer. culpamos o excesso de obrigações pela nossa falta de tempo, quando deveríamos culpar a nós mesmos.

Todos estamos sofrendo com o maior nú-mero de atividades cotidianas, e isso só tende a piorar com o passar do tempo. Menos funcioná-rios para executar a mesma tarefa, maior demo-ra no deslocamento devido ao alargamento da frota de veículos automotores, elevação do grau de estresse no dia a dia; são alguns fatores que não só nos roubam minutos do dia, mas dimi-nuem a qualidade de vida.

Funcionários felizes e satisfeitos rendem mais para as empresas. Frente aos fatores já apresentados, torna-se um desafio aos empresá-rios ter, de fato, grau máximo de rentabilidade vindo dos seus empregados. Não apenas preo-cupações externas (filhos, cônjuge e contas a pa-gar) e internas (prazos, relatórios e colegas de trabalho), mas também as paralelas atrapalham o trabalho.

O tempo é precioso. Disputamos o nosso com inúmeras intervenções que tentam roubá-lo, chamando a nossa atenção. São elas, desde artistas de rua e outdoors, até os filhos e ami-gos. A época da escravidão já se foi, mas algumas pessoas ainda não agem como senhores e senho-ras do próprio tempo, e administrá-lo acabou por virar uma arte. Prova disso é que empresas investem em consultorias capazes de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida dos funcionários através da administração do tempo.

O nível de distrações desnecessárias presen-tes no ambiente de trabalho é surpreendente. Redes sociais, e-mails, celulares e, até mesmo, reuniões em hora e local inadequados são ini-migos da eficiência e da efetividade profissional. Muitos acreditam serem multifuncionais, ca-pazes de exercer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Pesquisas observam, no entanto, que ao trabalharmos com mais de um foco, acabamos por atrasar a finalização de todos eles em até duas horas, em relação ao tempo que demorarí-amos dedicando total atenção a cada um por vez.

Como fazer, então, para que tenhamos apro-veitamento máximo no trabalho e consigamos, de fato, viver as nossas vidas? Incontáveis são as pessoas que falam da necessidade de um dia de 48 horas, ou que gostariam de poder começar

algum curso, inscrever-se na academia ou reen-contrar os amigos, mas a falta de tempo não lhes permite. Será que ele está realmente faltando ou nós que não sabemos administrá-lo direito?

Disse Paulo Coelho que “o primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo”. E a receita para que se tenha tempo para realizar os sonhos é muito simples: organi-zação, planejamento e saber definir prioridades.

Criamos urgências todos os dias que não são, de fato, urgentes. Saber definir prioridades entra como fator chave para que possamos cum-prir as tarefas realmente necessárias no momen-to, e para que não se acumulem atividades para os dias e semanas seguintes. Além de conseguir-mos, assim, fazer as coisas com mais calma, evi-tamos um estresse tremendo.

A agenda é algo que tem sido deixada de lado por muitos, mas é uma ferramenta útil na organização pessoal. Às vezes, tudo o que preci-samos é relacionar as atividades da semana em um papel, para que possamos visualizá-las como um todo, para então poder dividi-las igualmente entre aqueles cinco dias úteis seguintes. Definir horários para fazer as coisas é outra tática vá-lida. Ter horas específicas para refeições, sono, trabalho e lazer, ajuda, e muito, na produtivida-

de – assim definimos o que fazer no tempo re-servado para aquela atividade específica.

Muitos são os pais que mandam os filhos se organizarem para não ficarem com o tema de casa por fazer na madrugada anterior à data limite de entrega. Apesar de simples, a receita complica na medida em que crescemos e as tare-fas vão se tornando não apenas mais numerosas, como também complicadas.

Se o problema é começar, bom, então que comecemos, e o quanto antes. Christian Barbo-sa, reconhecido consultor da administração do tempo e autor de diversos livros e artigos a res-peito, adotou a máxima “quem quer faz, quem não quer, arruma uma desculpa”. Ao invés de esperarmos a sensação de imobilidade provida pela falta de tempo tomar conta, por que não nos organizarmos e tornarmos possível o início da prática de atividades físicas ou a inscrição na-quele curso que tanto queríamos?

Eu não quero mais ter de fazer o tema de casa na madrugada... E você?

Elisa EnglEndEr

BARBOSA, Christian. A Tríade do Tempo. São

Paulo: Elsevier, 2008

COELHO, Paulo. O Diário de um Mago. São

Paulo: Planeta, 2006.

O real vilãoda falta de tempo

ARQUIVO HIPER/ VINICIUS RORATTO CARVALHO

Ensaio

23RRPPAtualidades/Julho 2011

O INOVAPUC é uma rede que congrega o conjunto de atores, ações e meca-

nismos relativos ao processo de inovação e empreendedorismo da PUCRS. O objetivo da rede é pro-mover o processo de inovação e empreendedorismo na Universida-de, articulando todos os envolvidos no ensino, pesquisa e extensão.

O foco da atuação da Univer-sidade por meio da INOVAPUC é promover um esforço multidis-ciplinar para buscar soluções e oferecer respostas às demandas da sociedade em termos de de-senvolvimento econômico, social, ambiental e cultural. A relação entre universidade e sociedade ocorre em dois sentidos. Primeiro é preciso identificar na sociedade problemas que podem dar origem ao desenvolvimento de pesquisas. Em paralelo, elencar resultados e conhecimentos já disponíveis na universidade que podem ser apli-cados na solução de problemas existentes.

A INOVAPUC articula fun-cionários do núcleo acadêmico e

unidades periféricas. O núcleo aca-dêmico é composto pelos Institu-tos de Pesquisa e área de pesquisa do MCT (unidades universitárias onde se desenvolvem as pesquisas científicas e tecnológicas).

Dependendo do potencial dos resultados dessas pesquisas, po-dem ser repassadas para a socieda-de e para a própria universidade. As unidades periféricas são me-canismos institucionais voltados à interação com a sociedade, mais especificamente com empresas e diferentes níveis de governo, quais sejam: Agência de Gestão Tecno-lógica (AGT), Centro de Inovação (CI), Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT), Instituto de Pes-quisa e Desenvolvimento (IDEIA), Laboratório Especializado em Ele-troeletrônica (LABELO), Núcleo Empreendedor (NE), Incubadora das Empresas (RAIAR) e Parque Tecnológico (TECNOPUC).

Camila luCe

Gabriela almeida

Gabriela raabe matheus mendes

UNIVERSIDADE

Dentre as funções de Aline Flores, destacam-se:� Planejar e executar a comu-nicação interna e externa da rede INOVAPUC; � Identificar diferentes seg-mentos de públicos internos;� Diagnosticar e avaliar pro-cesso de comunicação adminis-trativa e interna já estabelecida na rede;� Sugerir e elaborar ações e campanhas internas informa-tivas;� Identificar canais de comu-nicação já existentes (comuni-cação impressa, rede, eventos etc), avaliar resultados obtidos e dar continuidade;� Apoiar as unidades perifé-ricas da rede na elaboração de materiais de divulgação de eventos internos e externos.

INOVAPUCRede articula sociedade, empreendedorismo e pesquisa

GABRIELA RAABE/ RRPP

A relações-públicas da INO-VAPUC, Aline Flores, tem sala no Tecnopuc, dentro da PUCRS. Seu ambiente de trabalho é ímpar, tan-to no sentido de infraestrutura, que proporciona o bom andamento do trabalho, como de aprendizado e crescimento. “Dentro do Tecnopuc, o contato com empresas e pessoas de diferentes áreas é diário, tornan-do a troca de conhecimentos muito frequente”, diz. Confira sua entre-vista.

Como é a convivência com profissionais de áreas tão dife-rentes?

Maravilhoso, pois acredito que o olhar externo enriquece muito o trabalho, eles conseguem tra-zer pontos de vista até então não

vislumbrados. Tanto em relação ao trabalho diário junto às Unida-des da Rede INOVAPUC, como no ambiente do Portal Tecnopuc, que oferece uma experiência única de convivermos com pessoas de dife-rentes áreas e culturas. Um exem-plo é quando pegamos o elevador e nos deparamos com pessoas falan-do inglês, espanhol, alemão, fran-cês, tudo ao mesmo tempo. Acredi-to que essa seja uma oportunidade e possibilidade de aprendizado e crescimento muito grande para to-dos os públicos da Universidade.

Você acha que existe algu-ma dificuldade de convivên-cia?

Não, pelo contrário, acredito que todas as Unidades da Rede,

inclusive o T e c n o p u c , partilhem dos mesmos objeti-vos de propor-cionar expe-riências o que faz com que o ambiente fique mais harmônico. O Tecnopuc, com toda sua dimen-são, com as unidades da PUCRS instaladas, como as mais de 62 em-presas, é um pólo de oportunidades em pleno desenvolvimento. O cen-tro oferece possibilidades de pes-quisa e estágios, fazendo com que os alunos busquem o conhecimen-to e a experiência devida, dentro da própria universidade.

∆∆ Aline∆Flores

Entre a comunicação e a tecnologia EntrEvista/ alinE FlorEs

24 RRPPAtualidades/Julho 2011 aventura na indonésia

Por que você escolheu a Indonésia? Por quanto tempo foi abrigado por ela?

Na busca de ondas, o que re-almente importa é nunca parar de procurar. Devido às diversas ilhas como opções e a certeza de encon-trar ondas perfeitas em alguma delas, certamente isso, juntando com a beleza e a tranquilidade das praias, faz da Indonésia o lugar ideal. Vivenciei duas inesquecíveis temporadas no país, 2009 e 2010,

desfrutando desde o conforto e agito da ilha de Bali às buscas in-termináveis a lugares paradisíacos e belas ondas.

Como funciona a comuni-cação do país, já que os nati-vos falam uma língua local?

Através de suas numerosas ilhas, o povo está distribuído por distintos grupos étnicos, linguísti-cos e religiosos. Devido a isso, em alguma das ilhas você pode ter que utilizar gestos para a comunicação,

nada que paciência e um pouco de criatividade não resolvam. Os nati-vos têm como característica a hu-mildade, simplicidade e o sorriso sempre estampado no rosto

Qual é a emoção de surfar nas mesmas ondas onde acon-tecem os WCT’s?

Quando você olha o mar e en-tra pela primeira vez em um dia de boas ondas, a sensação é a mesma de olhar um filme de surfe em que aparecem grandes profissionais, como Kelly Slater e Andy Irons sur-fando. A diferença é que você está ali vivendo aquilo que é o sonho de qualquer surfista.

Sabendo do risco de estar em cima de corais afiados, que você pode cair e se ma-chucar a qualquer momento, o que faz você enfrentar o de-safio?

As primeiras vezes são bem assustadoras por ser fundo de coral, porém, com algumas semanas de prática, os surfistas se acostumam e perdem aquele receio inicial. Contudo, o medo e o risco sempre estão

presentes, por isso a importância do surfista, antes de embarcar para Indonésia, estar preparado fisica-mente e tomar certos cuidados. Se machucar em uma ilha, como G-Land, por exemplo, com assistên-cia médica a algumas horas de dis-tância, não deve ser agradável. Vale lembrar que um bom seguro saúde é recomendável.

Qual é a tua sensação ao ouvir a palavra “Indonésia”?

Sensação relaxante e tranqui-lizante com muita diversão, aven-tura e ondas perfeitas.

AnA GAbrielA PAixão, GiovAnA WeiAnd, lucAs Azevedo e lucAs PAcheco

À procura das ondas

• Embuscadeadrenalina,pessoasviajamàIndonésiaatrásdeumúnicoprazer:osurf

∆∆ O∆surfista∆australiano∆Mick∆Fanning∆com∆o∆entrevistado∆Gabriel

FOTOS ACERVO PESSOAL

Quem decide viver o prazer de enfrentar uma “Surf Trip”, com cer-teza tem a Indonésia em sua lista. Nas ondas do Oceano Índico e na pe-riculosidade de seus corais, muitos surfistas querem se entregar, viver esse prazer.

São mais de 18 mil ilhas (seria impossível dizer o número exato, a cada ano novas ilhas são oficialmente catalogadas) que compõem o maior arquipélago do mundo, sendo o quarto país mais populoso. Os frequentes terremotos, e os pelo menos 150 vulcões ativos em geral não intimidam os turistas, que lotam toda a faixa de areia das praias.

A água cristalina e a certeza de ondas perfeitas atraem os surfistas, e lhes deixam na memória uma imagem e sensação inesquecíveis, tor-nando o desejo de voltar sempre presente em seus sonhos. A geografia, a cultura, os hábitos, o povo e seus segredos transformam esse paraíso em uma fonte repleta de conhecimento, descanso de alma e energia.

Gabriel Lobo, estudante de 25 anos, encarou, esta aventura. Sempre que pode, ele bota o pé na estrada em busca do contato com a mãe natu-reza e os desafios das águas salgadas.