Romantismo português

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ALEMANHA INGLATERRA

FRANÇA

PORTUGAL

BRASIL

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• As novas ideologias políticas, econômicas e sociais, vieram afetam a sociedade do século XIII.

• As revoluções francesa e industrial e do pensamento liberal afetam todas as áreas, o que pode ser percebido claramente na literatura.

• A liberdade ultrapassa as regras, a razão predomina sobre a emoção.

• O Romantismo traz uma forma nova de expressão em toda a Europa e, claro, em Portugal.

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• O Romantismo redesenha um momento, cria novas tendências da vida em geral e da arte.

• O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva, subjetiva, diante das coisas.

• O pensamento romântico vai além do que podemos ver; busca descortinar o que sentimos.

• O Romantismo não conta, faz de conta, idealiza um universo melhor, defendendo a ideia da expressão do eu lírico, em que prevalece o tom melancólico, falando de solidão e nostalgia.

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• O ideal romântico é apresentar o universo que presenciamos, de forma subjetiva, sendo que a expressão do sentimentalismo não precisa obedecer a nenhuma regra, antes adorada pelos clássicos.

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• O Romantismo em Portugal marca o fim do Arcadismo.

• Portugal reflete as mudanças da Europa do fim do Séc. XVIII, resultantes das Revoluções Francesa e Industrial.

• A luta pelo trono em Portugal, se dá com veemência, gerando conturbação e desordem interna na nação.

• Nesse contexto, Almeida Garrett exila-se na Inglaterra, onde entra em contato com a Obra de Lord Byron e Scott e se envolve com o teatro de Shakespeare.

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• Em 1825, Garrett publica a narrativa Camões, inspirando-se na epopeia Os Lusíadas.

• Esta narrativa – poema – é uma biografia sentimental de Luís de Camões.

• Poema esse que introduz o Romantismo em Portugal, por apresentar características que viriam se firmar no espírito romântico: versos decassílabos brancos, vocabulário, subjetivismo, nostalgia, melancolia, e a grande combinação dos gêneros literários.

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• O Romantismo foi encarado como uma nova maneira de se expressar, enfrentar os problemas da vida e do pensamento.

• Esta escola repudiava os clássicos, opondo-se às regras e modelos, procurando a total liberdade de criação, além de defender a “impureza” dos gêneros literários.

• Com o domínio burguês, o escritor se profissionaliza, pois agora o público paga para consumi-la.

• O escritor romântico tinha como fonte o eu lírico, do qual fluía um variado conteúdo sentimentalista e, muitas vezes, melancólico da vida, do amor e, às vezes, exageradamente, da própria morte.

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• A natureza e a mulher são importantes nesse momento.

• O homem, idealizava a mulher como uma deusa, coisa divina e, assim, retornava ao passado, ao Trovadorismo, em que as “damas da nobreza” eram sonhadas e desejadas, ainda que inatingíveis.

• Ao procurar a mulher de seus sonhos e, então, frustrar-se por não encontrá-la ou, muitas vezes, por encontrá-la e perdê-la, o romântico entrava em constante devaneio.

• Para amenizar a situação, ao escrever despojava todos os seus anseios, procurando fugir da realidade, usando do escapismo, em que, não raramente, tinha a natureza como confidente.

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• A obscuridade era outra forma de escapismo, através da qual se buscava o bem-estar nos ambientes fúnebres e obscuros.

• Essas frustrações tidas por amores ou simples desilusões com a vida, provocaram muitos suicídios.

• Daí a grande frequência dos temas de morte nos poemas românticos, o que caracteriza o mal-do-século.

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• Inicialmente, o Romantismo objetivava apagar os modelos clássicos que ainda permeavam o meio socioeconômico.

• Os escritores dessa época, eram românticos em espírito, ideal e ação política e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos.

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• Cultivou a oratória, o pensamento pedagógico, o jornalismo, a poesia, a prosa de ficção e o teatro, que conheceu com Shakespeare no exílio na Inglaterra.

• Teve uma vida sentimental bastante atribulada, destacando-se o romance adúltero com a viscondessa da Luz, inspiração para seus melhores poemas.

• Na poesia, assimilou os moldes clássicos e morreu sem se tornar um romântico autêntico, pois carecia do egocentrismo tão almejado pelos românticos, deixando sua fantasia no teatro e na prosa de ficção.

• Obras: Camões (1825), D. Branca (1826), Folhas Caídas (1853), Viagens na minha terra (1846) e outras.

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• Intelectual que se exilou na Inglaterra e na França, polemizando com o clero, por participar da lutas liberais.

• Com Garrett, atuou bastante nos programas de reformas da vida portuguesa.

• Em sua ficção, prevaleceu o caráter histórico dos enredos – voltados para a Idade Média, com foco nas origens de Portugal como nação – e os temas religiosos.

• Em sua não-ficção, renovou a historiografia, por não mais se basear em ações individuais, mas no conflito de classes sociais para explicar a dinâmica da história.

• Obras: A harpa do crente (1838), Eurico, o presbítero (1844) e outras.

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• Tem como principal papel traduzir poetas clássicos.

• Sua passagem pelo Romantismo é discreta.

• Castilho foi venerado como mestre pelos românticos menores.

• Historicamente, sua poesia caiu em compreensível esquecimento.

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• Período em que se desfazem os enlaces arcádicos que ainda envolviam os escritores da época.

• Aqui, percebe-se o domínio da estética e da ideologia romântica.

• Os escritores tomam atitudes extremas, transformando-se em românticos descabelados, caindo fatalmente no exagero, tendenciando temas soturnos e fúnebres, tudo expresso numa linguagem fácil e comunicativa.

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• Soares de Passos constitui a encarnação perfeita do “mal-do-século”.

• Vivendo na própria carne os devaneios de que se nutria a fértil imaginação de tuberculoso, sua vida e sua obra espelham claramente o prazer romântico do escapismo das responsabilidades sociais da época, acabando por cair em extremo pessimismo, um incrível desalento derrotista

• Obra: Poesias (1855).

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• Casou-se com uma jovem de 15 anos, a quem abandonou com uma filha; depois raptou sua prima e foi viver com ela. Acusado de bigamia, foi preso.

• Sua primeira esposa morreu e, logo em seguida, a filha.

• Abandonou a prima e viveu amores passageiros com outra jovem e com uma freira.

• Uma crise fê-lo entrar num seminário, do qual desistiu.

• Conheceu Ana Plácido, senhora casada que seria o grande amor de sua vida.

• Ocorre sua primeira tentativa de suicidar-se, diante da impossibilidade de viver com ela.

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• Mas, finalmente passaram a viver juntos o que lhes custou um processo por adultério. Ambos foram presos.

• Na prisão, Camilo escreveu Amor de Perdição.

• Absolvidos e morto o marido de Ana, se casaram. Alguns anos depois da morte de Ana.

• Camilo, vencido pela cegueira, acaba por suicidar-se.

• Obras: Amor de salvação (1864), A queda dum anjo (1866) e outras.

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• Esse período é marcado pela presença de poetas, como João de Deus, Tomás Ribeiro, Bulhão Pato, Xavier de Novais, Pinheiro Chagas e Júlio Dinis, que purificam até o extremo as características românticas.

• Tomás Ribeiro mistura a influência de Castilho e de Victor Hugo, o que explica o caráter entre passadista e progressista da sua poesia.

• Bulhão Pato começa ultrarromântico e evolui, através duma sátira às vezes cortante, para atitudes realistas e parnasianas.

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• João de Deus foi apenas poesia.

• Lírico de incomum vibração interior, pôs-se à margem da falsa notoriedade e dos ruídos da vida literária e manteve-se fiel até o fim a um desígnio estético e humano que lhe transcendia a vontade e a vaidade.

• Contemplativo por excelência, sua poesia é a dum “exilado” na terra a mirar coisas vagas e por vezes a se deixar estimular concretamente.

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• Seus poemas armam-se sobre uma tese moral, na medida em que pressupõem uma melhoria para a espécie humana, numa linguagem coerente, lírica e de imediata comunicabilidade.

• Conduz suas histórias, sempre a um epílogo feliz, não considerando a heroína como “mulher demônio”, mas sim como “mulher anjo”.

• Sua principal obra: As pupilas do senhor reitor.

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• O Romantismo não passou de uma forma de repudiar as regras que contornavam e preenchiam o campo literário da época que, juntamente com a ideologia vigente, traziam um enorme descontentamento.

• Este momento em que a literatura presenciava, talvez fosse, o marco principal para a definitiva liberdade de expressão do pensamento, que viria se firma, tardiamente com o Modernismo.

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Era Medieval Era ClássicaRomantismo

1ª época 2ª época Classicismo Barroco Arcadismo

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Estética Clássica

Classe dominante: nobreza

As obras clássicas são povoadas por deuses, soberanos, nobres, seres superiores, capazes de ações incomuns e maravilhosas.

Os heróis clássicos geralmente pertencem a um mundo bem diferente do cotidiano.

Estética Romântica

Classe dominante: burguesia

As obras românticas são habitadas por mortais comuns. São jovens de classe média ou popular, que amam, odeiam, lutam para subir na vida.

Os heróis romanescos podem ser até deficientes físicos, marginais, doentes, viciados, bem reais.

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Estética Clássica

Condicionamento e objetivismo

O escritor clássico segue padrões preestabelecidos: formas e temas tradicionais do gênero lírico, forma fixa na epopeia, heróis que representam valores sociais (Ulisses, Aquiles, Enéias etc.).

Além disso, busca um elevado teor de verossimilhança. Procura o caráter universal, válido em qualquer tempo.

Estética Romântica

Liberdade de criação e subjetivismo

O escritor romântico recusa formas poéticas, usa o verso livre, adota heróis grandiosos, geralmente personagens históricas que foram, de algum modo, infelizes: vida trágica, amantes recusados, patriotas exilados (Dante, Tasso, Camões).

Não há obediência à harmonia de formas. O disforme e o feio também podem ser artísticos. A concepção de beleza é relativa.

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Estética Clássica

Primado da razão

A obra resulta de uma construção por equilíbrio entre as partes, pela moderação, pela racionalidade, pela coerência interna.

Há um policiamento do texto, evitando excessos ou inconveniências.

Estética Romântica

Primado do sentimento

A obra resulta da imaginação, da fantasia.

Exaltam-se os sentidos, e tudo o que é provocado pelo impulso é permitido.

Supervalorizam-se o amor, a virgindade, o sentimento nostálgico, o saudosismo, a melancolia, o sonho.

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Estética Clássica

Contemporaneidade

Representação da vida contemporânea à época do autor.

A recorrência ao passado serve somente para captação de modelos, como os da arte greco-romana.

Estética Romântica

Historicismo

Evasão no tempo, remetendo à Idade Média, berço das nações europeias (medievalismo), ou evasão no espaço, para regiões selvagens, de povos não contaminados pela civilização.

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Estética Clássica

Otimismo

Concepção tão idealizada da realidade que sempre apresenta o seu lado bom e prazeroso.

Mesmo quando critica a sociedade, o objetivo do autor clássico é corrigir seus defeitos.

Há um efeito moralizante na obra.

Estética Romântica

Pessimismo

A impossibilidade de realizar o sonho absoluto do “eu” gera a melancolia, a angústia, a busca da solidão, a inquietude, o desespero, a frustração, que levam às vezes ao suicídio, refletindo a evasão na morte, solução definitiva para o mal-do-século.

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Estética Clássica

Culto ao real

Um dos princípios fundamentais da estética clássica é a verossimilhança.

As ações inventadas são tão vinculadas ao real que é possível dar crédito a elas.

Mesmo quando há episódios mitológicos, os mitos têm características humanas.

Estética Romântica

Culto ao fantástico

O mundo romântico abre-se com facilidade para o mistério, para o sobrenatural.

Representa com frequência o sonho, a imaginação.

O que acontece na obra é impossível de ocorrer na realidade, pois é fruto de pura fantasia: não carece de fundamentação lógica, do uso da razão.

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Estética Clássica

Culto à cultura

O escritor clássico tem apreço à tradição cultural, dela recebendo os modelos e as motivações para produzir.

Alimenta-se do passado e dos padrões culturais do presente, valorizando a ideologia vigente.

Estética Romântica

Culto à natureza

O escritor romântico é fascinado pela natureza.

É atraído pela força da paisagem: altas montanhas, florestas, riachos, pássaros.

Privilegia o natural e o puro (veja-se a idealização do índio)

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