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ROMANTISMO

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Apoteose do Sentimento

• Europa – séc. XIX

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• Ascensão da burguesia – com dinheiro, mas sem cultura

• Como compensar a falta de ancestrais nobres e linhagem que pudesse ser artisticamente exaltada?

• Necessidade de criar um padrão de beleza que incluísse os burgueses.

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Brasil – Século XIX

↑ transações comerciais

↑ intercâmbio cultural

Imprensa nacional

• Construção de um circuito literário completo

• Formação de um público leitor mais regular

• Literatura nacional

Vinda da Família Real

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Rio de Janeiro

Capital do Brasil

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• Proclamação da Independência: almeja-se a definição de uma identidade cultural brasileira

• Compensar (de certa forma) a situação econômica

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Mitos Nacionais• Grandeza territorial• Natureza majestosa e opulenta• “Igualdade” racial – miscigenação• Benevolência e cordialidade do brasileiro• Virtude dos costumes patriarcais• Qualidades afetivas e morais da mulher

brasileira• Pacifismo inerente à política externa do

país

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Sociedade

• Militares• Comerciantes• Artesãos• Funcionários

públicos• Homens de

imprensa• Empregados

• Agitação nas ruas

• Saraus

• Público leitor feminino

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Primeiro grito de independência literária

• 1836 – Niterói, Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes“Tudo pelo Brasil, e para o Brasil”

• Suspiros Poéticos e Saudades – Gonçalves de Magalhães

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Características• Subjetivismo: tratar dos assuntos de

forma pessoal (sentimento; realidade tratada parcialmente). Ex: Gonçalves de Dias não fala da escravidão, nem e outros problemas da época

• Idealização: extrema valorização da subjetividade → deformação – idealiza temas pela fantasia e imaginação

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• Sentimentalismo: artista (emoção) mundo – saudade, tristeza e ilusão

• Egocentrismo: voltado para o próprio eu; narcisismo

• Medievalismo: índio – passado medieval brasileiro

• Religiosidade: reação ao racionalismo materialista, mais comum entre os primeiros românticos; cristianismo; vida espiritual – válvula de escape

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• Idealização da mulher (virgem/sensual)

• Gosto pela noite

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• Quanto à forma:

Vocabulário e sintaxe mais simples;Métricas populares;Liberdade formal;Descrição minuciosa, comparação,

metáfora;

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Poesia – 1ª Geração

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A Idealização de uma Pátria e de um Povo

• Busca, no passado histórico (Volksgeist), de elementos definidores das origens nacionais, intocados pela colonização

• Inspiração na América pré-cabralina – geração lusófoba

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• Índio: homem livre e incorruptível (Rousseau- “bom selvagem”)

• Literatura: guardiã da melhor memória de um povo

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Gonçalves Dias

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• * 1823, Maranhão• Influenciado por Almeida Garret e

Alexandre Herculano• 1846: Primeiros Cantos• Poesia• Temas: natureza, pátria, religião• +1864: vítima de naufrágio, próx.

à costa maranhense

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Canção do Exílio

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I-Juca-Pirama• No meio das tabas de amenos verdores, 

Cercadas de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; 

São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.

• São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: 

São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, 

Condão de prodígios, de glória e terror![...]

Tab

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Gonçalves de Magalhães

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• *1811 – Rio de Janeiro• 1832 - Poesias• Discurso sobre a História da Literatura no

Brasil – manifesto do romantismo (Revista Niterói)

• 1836 – Suspiros poéticos e saudades• Visão do índio: A confederação dos

Tamoios (1857)

• +1882 - Roma

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Suspiros poéticos e saudades - Prólogo

• “É um Livro de Poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço, ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias d'alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.” 

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Gonçalves de Magalhães x José de

Alencar• Conformação estética do poema; fraca

musicalidade e unidade narrativa; "falta de arte" na descrição da natureza brasileira e dos costumes indígenas; poesia épica – não adequada.

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Poesia – 2ª Geração

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Já sinto da geada dos sepulcrosO pavoroso frio enregelar-me...A campa vejo aberta, e lá do fundoUm esqueleto em pé vejo a acenar-me...

Entremos. Deve haver nestes lugaresMudança grave na mundana sorte;Quem sempre a morte achou no lar da

vidaDeve a vida encontrar no lar da morte.

Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.

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Já sinto da geada dos sepulcrosO pavoroso frio enregelar-me...A campa vejo aberta, e lá do fundoUm esqueleto em pé vejo a acenar-me...

Entremos. Deve haver nestes lugaresMudança grave na mundana sorte;Quem sempre a morte achou no lar da

vidaDeve a vida encontrar no lar da morte.

Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.

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A Temática do Amor e da Morte

• Expressão de um subjetivismo exacerbado (Geração byroniana, ou do “mal do século”)

• Lord Byron e Alfred de Musset: desilusões e fantasias

• Byronismo: estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e prazeres da bebida, do fumo e do sexo

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• Visão de mundo egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica

• Desilusões + sofrimento amoroso → morte como solução (promessa de descanso eterno, refúgio)

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Álvares de Azevedo

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• *1831 – São Paulo• 1849 – Funda a revista Sociedade

Ensaio Filosófico Paulistano• Contista, dramaturgo, poeta e

ensaísta• Principal característica – dualismo,

contradição de sentimentos• Não publicou livros em vida• +1852 – tuberculose/morte

misteriosa (21 anos)

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• Lira dos Vinte Anos: Face de Ariel (bem) x Face de Caliban (mal)

Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!

[...] 

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

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Nas nuvens cor de cinza do horizonte A lua amarelada a face embuça; Parece que tem frio, e no seu leito Deitou, para dormir, a carapuça. 

Ergueu-se, vem da noite a vagabunda Sem xale, sem camisa e sem mantilha,] Vem nua e bela procurar amantes; É douda por amor da noite a filha. 

Minha alma tenebrosa se entristece, É muda como sala mortuária Deito-me só e triste, e sem ter fome Vejo na mesa a ceia solitária. 

Ó lua, ó lua bela dos amores, Se tu és moça e tens um peito amigo, Não me deixes assim dormir solteiro, À meia-noite vem cear comigo!

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• Noite na Taverna: desejo carnal – culpa associada à

erotização do relacionamento amoroso descrença nos valores morais, sociais e

religiosos"-Pois bem! quereis uma história? Eu pudera contá-la, como vós, loucuras de noites de orgia; mas para quê? Fora escárnio Fausto ir lembrar a Mefistófeles as horas de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas minhas nuvens do passado; leste-lo à farta no livro desbotado de minha existência libertina. Se o não lembrásseis, a primeira mulher das ruas podera contá-lo. Nessa torrente negra que se chama a vida e que corre para o passado enquanto nós caminhamos para o futuro, também desflorei crenças e me lancei, despidas as minhas roupas mais perfumadas, para trajar a túnica da saturnal!

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• O Conde Lopopoema narrativo

• Macáriopeça teatralsatanismoaversão por São Paulo

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Pálida Imagem• No delírio da ardente mocidade

Por tua imagem pálida vivi!A flor do coração no amor dos anjos

Orvalhei-a por ti!

O expirar de teu canto lamentosoSobre teus lábios que o palor cobria,Minhas noites de lágrimas ardentes

E de sonhos enchia!

Foi por ti que eu pensei que a vida inteiraNão valia uma lágrima... sequer,

Senão num beijo trêmulo de noite...Num olhar de mulher!

Mesmo nas horas de um amor insano,Quando em meus braços outro seio ardia,

A tua imagem pálida passandoA minh'alma perdia.

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Casimiro de Abreu

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• *1839 – Silva Jardim/RJ• Primaveras• Leveza à literatura do momento• Temáticas: amor, infância, pátria,

saudade, natureza • Poeta da saudade• “O mais simples e ingênuo dos

nossos românticos” – por Manuel Bandeira

• +1860 – Nova Friburgo/RJ

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Saudades• Nas horas mortas da noiteComo é doce o meditarQuando as estrelas cintilamNas ondas quietas do mar;Quando a lua majestosaSurgindo linda e formosa,Como donzela vaidosaNas águas se vai mirar!

Então - Proscrito e sozinho -Eu solto aos ecos da serraSuspiros dessa saudadeQue no meu peito se encerraEsses prantos de amargoresSão prantos cheios de dores:- Saudades - Dos meus amores- Saudades - Da minha terra!

Nessas horas de silêncioDe tristezas e de amor,Eu gosto de ouvir ao longe,Cheio de mágoa e de dor,O sino do campanárioQue fala tão solitárioCom esse som mortuárioQue nos enche de pavor.

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Saudades• Nas horas mortas da noiteComo é doce o meditarQuando as estrelas cintilamNas ondas quietas do mar;Quando a lua majestosaSurgindo linda e formosa,Como donzela vaidosaNas águas se vai mirar!

Então - Proscrito e sozinho -Eu solto aos ecos da serraSuspiros dessa saudadeQue no meu peito se encerraEsses prantos de amargoresSão prantos cheios de dores:- Saudades - Dos meus amores- Saudades - Da minha terra!

Nessas horas de silêncioDe tristezas e de amor,Eu gosto de ouvir ao longe,Cheio de mágoa e de dor,O sino do campanárioQue fala tão solitárioCom esse som mortuárioQue nos enche de pavor.

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Meus oito anos

• Oh! que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!Como são belos os diasDo despontar da existência!— Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é — lago sereno,O céu — um manto azulado,O mundo — um sonho dourado,A vida — um hino d'amor!

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Meus oito anos

• Oh! que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!Como são belos os diasDo despontar da existência!— Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é — lago serenO,O céu — um manto azulado,O mundo — um sonho dourado,A vida — um hino d'amor!

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Junqueira Freire

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• Principal obra: Inspirações do Claustro – relação direta com sua vida dividida

• Clausura: fuga de uma existência atormentada

• Revolta, arrependimento, fogo de uma paixão infeliz

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Mas eu não tive os dias de venturaDos sonhos que sonhei:Mas eu não tive o plácido sossegoQue tanto procurei.(...)Tive as paixões que a solidão formavaCrescendo-me no peitoTive, em lugar de rosas que esperava,Espinhos no meu leito.

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Fagundes Varela

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• Vida conturbada, boêmia, desordenada.

• “Obra como expansão ou parte da vida do artista” (Sérgio Buarque de Holanda)

• Inadaptável a convenções sociais – poemas de teor social

• Forte apelo imagístico

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• Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angústias conduzia O ramo da esperança. — Eras a estrela Que entre as névoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, — a inspiração, — a pátria, O porvir de teu pai! — Ah! no entanto, Pomba, — varou-te a flecha do destino! Astro, — engoliu-te o temporal do norte! Teto, caíste! — Crença, já não vives! 

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Poesia – 3ª Geração

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• 1831 – fim do tráfico negreiro: proibição, não desaparecimento

• 1850 – apogeu do café: prosperidade para os latifundiários (melhoramentos urbanos); Lei Eusébio de Queirós

• Escravistas x Libertários

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• Geração condoreira

• Momento de transição

• Inovações ligadas à forma e à temática: tom grandiloquente, hipérboles (oratória); causa social (libertação dos escravos)

• Poeta: tarefa de denunciar as injustiças sociais

• Questões abolicionistas e republicanas

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Castro Alves

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• *1847 – Curralinho/BA

• Poeta dos escravos

• Espumas Flutuantes – único livro publicado em vida

• Sensualidade explícita

• Mulher: real, lasciva, sedutora

• +1871 – Salvador/BA: tuberculose

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Marieta• Como o gênio da noite, que desata 

o véu de rendas sobre a espada nua,ela solta os cabelos... bate a luanas alvas dobras de um lençol de prata.

O seio virginal que a mão recata,embalde o prende a mão... cresce, flutua...Sonha a moça ao relento... Além na ruapreludia um violão na serenata.

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América• Ó pátria, desperta... Não curves a fronte

Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador.Não miras na fímbria do vasto horizonteA luz da alvorada de um dia melhor?

• Já falta bem pouco. Sacode a cadeiaQue chamam riquezas... que nódoas te são!Não manches a folha de tua epopéiaNo sangue do escravo, no imundo balcão.

• Sê pobre, que importa? Sê livre... és gigante,Bem como os condores dos píncaros teus!Arranca este peso das costas do Atlante,Levanta o madeiro dos ombros de Deus.

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Sousândrade

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• *1832/+1902 – São Luís

• Formou-se na França

• Republicano e militante

• Poéte Maudit – à margem, lido e louvado post-mortem

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Guesa Errante

• Nos áureos tempos, nos jardins da AméricaInfante adoração dobrando a crençaAnte o belo sinal, nuvem ibéricaEm sua noite a envolveu ruidosa e densa.

Cândidos Incas! Quando já campeiamOs heróis vencedores do inocenteÍndio nu; quando os templos s'incendeiam,Já sem virgens, sem ouro reluzente,

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Prosa Romântica

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• Prosa literária brasileira: romances de folhetim

• Expansão da imprensa – propagação do gênero

• Advento da burguesia – disseminação

• Dramas do universo burguês – identificação

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• Folhetim (diariamente): entretenimento para a vida ociosa da corte – mulheres, em especial: impossibilidade de livre circulação pelo espaço público; leitura como passatempo

• O filho do pescador – Teixeira e Sousa

• 1º romance folhetinesco: A Moreninha – Joaquim Manuel de Macedo

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Principais Características

• Narrativas de temática amorosa• Sentimentalismo• Religiosidade• Final preferencialmente feliz• Casamento – redenção ou ascensão

social• Heróis e heroínas idealizados• Personagens planos• Narrativas lineares• Linguagem simples• Observação dos costumes

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Romance Indianista

• Costumes e tradições do índio brasileiro e o contato com o colonizador

• Caráter nacionalista• Principal representante – José de

Alencar: O guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874)

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Romance Regionalista

• Compreender e valorizar a variedade cultural das regiões brasileiras

• Espelha a realidade (idealizada)• Inocência – Visconde de Taunay:

história de amor impossível entre o quase “doutor” Cirino e a enfermeira Inocência, prometida ao vaqueiro Manecão Doca

• Bernardo Guimarães

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Romance Urbano

• Tipo de romance mais lido no século XIX – costumes e dia a dia do público leitor (Rio de Janeiro)

• Conflitos sentimentais• Memórias de um sargento de

milícias, Manuel Antônio de Almeida; Lucíola e Senhora, José de Alencar

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Romance Histórico

• Relato de fatos do passado -reconstrução dos costumes, da fala e das instituições

• As Minas de Prata, A guerra dos Mascates - José de Alencar

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José de Alencar

• Valorização de temas essencialmente Nacionalista, como o índio e a natureza.

• Sentimentalismo: lirismo extremo.• Crítico sutil da sociedade da época• Expressão, na literatura, do retrato da

cultura brasileira, utilizando o índio como nosso herói nacional

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• Caracterização minuciosa das heroínas românticas (idealização): Aurélia, Diva, Cecília, Iracema, Lucíola etc.

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Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.

Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém na mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos.

Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha de róseo matiz. A dela era assim.

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Manuel Antônio de Almeida e a

malandragem carioca

• Camadas mais baixas da população• Traços cômicos• Observação da vida social através de

uma lente crítica

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Foram ter com Maria-Regalada, que mesmo na véspera lhes tinha mandado dar parte que se mudara da Prainha e oferecia-lhes sua nova morada. A comadre, de tudo inteirada, fez parte da comissão. Quando entraram em casa de Maria-Regalada, a primeira pessoa que lhes apareceu foi o major Vidigal, e, o que é mais, o major Vidigal, em hábitos menores, de rodaque e tamancos. – Ah! – disse a comadre em tom malicioso, apenas apareceu a Maria-Regalada – pelo que vejo isto por aqui vai bem... – Não se lembra – respondeu Maria- Regalada – daquele segredo com que obtive o perdão do moço? Pois era isto!...

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Martins Pena

• Teatro romântico• Fundador de nossa comédia de costumes• Grande número de personagens

caracterizadas de modo quase caricatural• O juiz de paz da roça; O noviço; Judas em

sábado de aleluia

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É isso aí!