ROMANTISMO FREI LUÍS DE SOUSA Almeida Garrett - Português - 11º ano - Prof. António Costa.

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ROMANTISMO

FREI LUÍS DE SOUSAAlmeida Garrett

- Português- 11º ano- Prof. António Costa

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ROMANTISMO

• Romantismo… 

- Tendência que se manifesta nas artes e na literatura do final do século XVIII até o fim do século XIX;

- Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas;

- Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo;

- Caracteriza-se por defender a liberdade de criação e privilegiar a emoção;

- As obras valorizam:- o individualismo- o sofrimento amoroso- a religiosidade cristã- a natureza- os temas nacionais- o passado

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ROMANTISMO

• A  tendência  é  influenciada  pela  tese  do  filósofo  Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

de  que  o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe

também está impregnadade ideais de Liberdade daRevolução Francesa (1789).

Delacroix

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ROMANTISMO

• ARTES PLÁSTICAS…

- O romantismo chega à pintura no início do século XIX.

- Na Espanha, o principal expoente é Francisco Goya (1746-1828).

- Na França destaca-se Eugène Delacroix (1798-1863), com sua obra Dante e Virgílio. 

-  Na  Inglaterra,  o  interesse  pelos  fenómenos  da  natureza  em  reacção  à urbanização  e  à  Revolução  Industrial  é  visto  como  um  traço  romântico  de naturalistas como John Constable (1776-1837).

-  O  romantismo  na  Alemanha  produz  obras  de  apelo  místico,  como  as paisagens de Caspar David Friedrich (1774-1840).

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ROMANTISMO

LITERATURA...

- A poesia lírica é a principal expressão.- Também são frequentes os romances.-  Frases  directas,  vocábulos  estrangeiros,  metáforas,  personificação  e comparação são características marcantes.- Amores irrealizados, morte e fatos históricos são os principais temas.- O marco da literatura romântica é “Cantos e Inocência” (1789), do poeta inglês William Blake (1757-1827).- O livro de poemas Baladas Líricas, do inglês William Wordsworth (1770-1850), é uma espécie de manifesto do movimento.- O poeta fundamental do romantismo inglês é Lord Byron (1788-1824).-  Na  linha  do  romance  histórico,  o  principal  nome  é  o  escocês  Walter Scott (1771-1832).- Na Alemanha, o expoente é Goethe (1749-1832), autor de “Fausto”.

- O Romantismo impõe-se na França no fim da década de 1820 com Victor Hugo (1802-1885), autor de “Les Miserables”.-  Outro  dramaturgo  e  escritor  francês  importante  é  Alexandre Dumas (1802-1870), autor de “LeTrois Mosqueteiros”.

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ROMANTISMO

• MÚSICA…- Os compositores buscam liberdade de expressão. Para isso…

flexibilizam a forma e valorizam a emoção;exploram as potencialidades da orquestra e também cultivam a interpretação a solo;resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo carácter nacionalista.- A transição do classicismo musical, que acontece já no século XVIII, para o romantismo é representada  pela  última  fase  da  obra  do  compositor  alemão  Ludwig van Beethoven (1770-1827).-  Nas  sonatas  e  em  seus  últimos  quartetos  de  cordas,  começa  a  se  fortalecer  o virtuosismo.- De suas nove sinfonias, a mais conhecida e mais típica do romantismo é a nona.- As tendências românticas consolidam-se depois com Carl Maria von Weber (1786-1826) e Franz Schubert (1797-1828).

- O apogeu, em meados do século XIX, é atingido principalmente com Felix Mendelssohn (1809-1847), autor de Sonho de uma Noite de Verão, Hector Berlioz (1803-1869), Robert Schumann  (1810-1856), Frédéric Chopin (1810-1849) e Franz Liszt (1811-1886). No fim do  século  XIX,  o  grande  romântico  é  Richard Wagner (1813-1883),  autor  das  óperas românticas “O Navio Fantasma” e “Tristão e Isolda”.

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ROMANTISMO

• TEATRO…- A renovação do teatro começa na Alemanha.-  Individualismo,  subjectividade,  religiosidade,  valorização da obra de  Shakespeare  (1564-1616)  e  situações  próximas  do  quotidiano são as principais características.- O drama romântico em geral opõe num conflito o herói e o vilão.- Os dois grandes expoentes são os poetas e dramaturgos alemães Goethe e Friedrich von Schiller (1759-1805).- Victor Hugo é o grande responsável pela formulação teórica que leva os ideais românticos ao teatro.- Os franceses influenciam…

-  os  espanhóis,  como  José Zorrilla (1817-1893),  autor  de “Don Juan Tenório”;

-  os  portugueses,  como  Almeida Garrett (1799-1854),  de “Frei  Luís de Sousa”;

- os italianos, como Vittorio Alfieri (1749-1803), de “Saul”;- e os  ingleses, como Lord Byron (1788-1824), de “Marino Faliero”.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Introdução

- A tragédia é uma forma dramática ou peça de teatro, em geral solene, cujo fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no destino do protagonista ou herói, que termina, quase sempre, envolvido num acontecimento funesto. Nela se  expressa  o  conflito  entre  a  vontade  humana  e  os  desígnios  inelutáveis  do destino, nela se geram paixões contraditórias entre o indivíduo e o colectivo ou o transcendente.

-  Em  sentido  lato,  pode  abranger  qualquer  obra  ou  situação  marcada  por acontecimentos trágicos, ou seja, em que se verifique algo de terrível e que inspire comoção.

- A palavra tragédia vem do grego trágos + odé, que significa canto dos bodes ou canto para o bode.  Crê-se  que  resultou  de  os  actores  se  vestirem  com pele  de cabra ou de, primitivamente, na Grécia, nas  festas em  louvor  a Dionísio  (o deus grego do  vinho  e  da  alegria,  tal  como Baco  entre os Romanos),  se  sacrificar  um bode  (tragos)  ao  som  de  canções  (odé)  executadas  por  um  corifeu  (elemento destacado do coro, que pode cantar sozinho) acompanhado por um coro. 

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• A  origem  da  tragédia  como  teatro  parece  ter acontecido em 534 a.C., quando um corifeu chamado Téspis  decidiu  encarnar  a  personagem  Dionísio, dramatizando  os  ditirambos  (composições  líricas corais)  num  diálogo  com  os  restantes  elementos  do coro,  que  passou  a  ter  um  papel  de  espectador privilegiado  ao  interpretar  os  sentimentos  dos  outros espectadores.

• Se  os  cantos  e  as  danças,  entusiastas,  com  sátiras  a alguns aspectos da vida permitiram o aparecimento da comédia,  as  reflexões  mais  sérias  e  tristes  que mostravam os aspectos negativos da existência, muitas vezes pela crença num destino funesto, provocaram o aparecimento da tragédia.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Estrutura da tragédia clássica grega

As partes principais da tragédia clássica grega são:

- o Prólogo (introdução e preparação para a entrada do coro);- o Párodo (entrada do coro), -  Episódios  (cenas  no  palco,  entre  os  cantos  corais,  com  os 

actos que constituíam a intriga);- Estásimos (trechos líricos executados pelo coro);- o Epílogo (desenlace ou desfecho). 

• A  tragédia  clássica  latina  (influenciada  pela  comédia  nova grega)  apresentava  o  Prólogo  (exposição  inicial),  os Episódios  (os  actos  que  constituíam  a  intriga)  e  o  Êxodo (desenlace ou desfecho). 

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Elementos intrínsecos característicos da tragédia

Na tragédia, percebe-se o seguinte percurso sequencial:

- hybris (desafio do protagonista aos deuses, às autoridades ou ao destino);- páthos (sofrimento intenso como consequência do desafio e capaz de despertar a compaixão do espectador);-  agnórise  ou  anagnórise  (reconhecimento  de  um  facto  inesperado),  que desencadeia  o  clímax  (crescendo  trágico  até  à  peripécia,  ou  seja,  à  mudança repentina de estado nas personagens, muitas vezes como resultado da agnórise);- katastrophé ou catástase (desfecho trágico). - cathársis (reflexão purificadora, purgação das emoções dos espectadores);

• Outros elementos sempre presentes são:

- fatum (o destino (moira) que persegue as personagens);- némesis  (vingança  dos  deuses,  ou  do  destino,  perante  o  desafio  arrogante  do homem);- ananké (necessidade como fatalidade);- phóbos (sentimento de terror, de medo);- éleos (sentimento de piedade).

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.) 1A1

• Ésquilo  é  o  primeiro  poeta  trágico  clássico,  a  que  se lhe seguiram Sófocles e Eurípides, que acrescentaram outros  actores  ao  corifeu,  podendo  cada  um desempenhar vários papéis com recurso a máscaras.

• Entre  os  romanos,  foram  importantes  dramaturgos Lívio Andrónico e Séneca.

• Na  época  clássica,  merecem  referência  Shakespeare, Calderón de la Barca, Corneille, Racine ou o português António Ferreira, com “A Castro”.

• Na  época  moderna,  os  grandes  representantes  da tragédia são Ibsen, Strindberg e Tchekhov.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Frei Luís de Sousa de  Almeida Garrett,  apesar  de  ser um  drama  romântico,  pode  aproximar-se  da  tragédia clássica na medida em que é possível encontrar quase todos os elementos da tragédia, embora nem sempre obedeça  à  sua  estruturação  objectiva;  assim,  é  uma obra híbrida.

• Tal como foi teorizada e cultivada pela Antiguidade greco-latina e pela literatura clássica, a tragédia, tem um conjunto de convenções rígidas de género:- com a intervenção de personagens heróicas em conflito com deuses vingadores;- subordinadas a um fatum inelutável.

É um género extinto desde o Romantismo.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• G. Genette afirma a necessidade de se distinguir "tragédia" e "trágico“:- o género "tragédia", definido na Poética de Aristóteles, por oposição  a  outro  género  nobre,  a  epopeia,  e  a  um  género menor, a comédia, com outra realidade "puramente temática e de ordem mais antropológica do que poética: o trágico, isto é, o sentimento da ironia do destino ou a crueldade dos deuses" (id. ibi., p. 25, trad.).

• O recurso ao "trágico" na época contemporânea pode traduzir-se na introdução do arcaboiço temático ou estrutural da tragédia sob outros discursos, como o romanesco, como sucede, por exemplo, em Os Maias, de Eça de Queirós.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

•  Drama Romântico

- Modalidade do drama, que, como tal, privilegia a  dinâmica  do  conflito,  o  drama  romântico veicula  conflitos  emocionais,  muitas  vezes  em situação do quotidiano.

- No romantismo, em geral, despreocupado com uma  expressão  realista  do mundo,  opunha  num conflito o herói  e  o  vilão,  embora  a  temática  se tecesse  sempre  em  volta  de  acontecimentos  de cariz sentimental e amoroso.

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragédia clássica, constrói um drama romântico, definido…

- pela valorização dos sentimentos humanos das personagens;

-  pela  tentativa  de  racionalmente  negar  a  crença  no  destino,  mas psicologicamente  deixar-se  afectar  por  pressentimentos  e  acreditar  no sebastianismo;

-  pelo  uso  da  prosa  em  substituição  do  verso  e  pela  utilização  de  uma linguagem mais próxima da realidade vivida pelas personagens (diferente do tom solene da tragédia clássica); 

- sem preocupações excessivas com algumas regras, como a presença do coro  ou  a  obediência  perfeita  à  lei  das  três  unidades  (acção,  tempo  e espaço). 

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FREI LUÍS DE SOUSA - A. GARRETT

• Importância

- Frei Luís de Sousa,  que  continua  a  ser  considerado  um  clássico  da literatura  de  língua  portuguesa  e  uma  das  criações  máximas  do  seu teatro, foi inicialmente apenas lido a um grupo selecto de amigos do autor (entre os quais Herculano).

-  A  primeira  representação  fez-se  em  privado,  no  teatro  da  Quinta  do Pinheiro, no mesmo ano de 1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o papel de Telmo.- A peça só teve a sua estreia pública em 1847, no Teatro do Salitre, em versão censurada pelo regime cabralista.- A versão  integral só foi  levada à cena no então Teatro Nacional  (actual Teatro Nacional de D. Maria II), em 1850.

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FREI LUÍS DE SOUSA - A. GARRETT #

• Temas:

- Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, o da  liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época.

- A personagem de Maria de Noronha, a filha adolescente perfeitamente inocente dos actos de seus pais, é a própria personificação da beleza e da pureza  que  pode  ser  engendrada  mesmo  por  uma  relação  socialmente condenável.

- A recepção da obra não deixou de ver nisto um paralelo com a vida do autor, que se separara da primeira mulher para viver em mancebia com D. Adelaide Pastor, da qual tivera igualmente uma filha ilegítima.

- O tema do amor  livre  interessou  igualmente Alexandre Herculano e  foi abundantemente  glosado  no  segundo  romantismo  português, nomeadamente por Camilo Castelo Branco.

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FREI LUÍS DE SOUSA - A. GARRETT

• Sinopse da Obra

Esta obra de Almeida Garrett aconteceu no decorrer do século XVI, retrata a vida de D. Manuel Coutinho e da  sua esposa D. Madalena de Vilhena, uma  mulher  muito  supersticiosa,  que  acredita  que  qualquer  sinal  que achasse fora do normal era uma chamada de atenção para acções futuras, um  presságio.  Enquanto  que  D. Manuel,  um  homem  corajoso,  patriota, provado  historicamente  que  era  possuidor  de  um  grande  amor  por Madalena, não se  importa com o passado da sua esposa. Mas Madalena vive com muitos receios em relação ao facto do seu primeiro marido, D. João de Portugal, que, apesar de se pensar que terá sido morto na batalha de Alcácer Quibir, está ainda vivo e regressa a Portugal tornando ilegítimo o casamento de D. Manuel. Este facto valoriza o amor, mesmo contra os ideais sociais da época. 

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FREI LUÍS DE SOUSA, A. GARRETT

(CONTINUAÇÃO da sinopse)

• O dramatismo desta obra é mais acentuado quando o autor concede ao casal uma filha, Maria de Noronha, uma jovem que sofre de tuberculose. Pura,  ingénua,  curiosa,  corajosa,  perfeitamente  inocente  dos  actos  dos seus pais, é a personificação da própria beleza e pureza que se consegue originar  mesmo  num  casamento  condenável.  É-lhes  concedido  também um  aio,  Telmo  Pais,  que  ainda  é  leal  ao  seu  antigo  amo,  D.  João  de Portugal, para além de ser contra o segundo casamento de D. Madalena. Conselheiro  atencioso  e  prestativo  que  tem  um  carinho  enorme  por Maria.

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FREI LUÍS DE SOUSA, A. GARRETT

• CONTINUAÇÃO da sinopse

• O desfecho da obra é originado por Manuel de Sousa que incendeia a sua casa  a  fim  de  não  alojar  os  governadores.  Ao  perceber  que  D. Manuel destruíra  a  sua  própria  casa,  onde  residia  o  quadro  de  D.  Manuel, Madalena  toma esta  situação  como um presságio, pressentindo que  iria perder  D.  Manuel  tal  como  perdeu  a  sua  casa  e  o  seu  quadro. Consequentemente,  Manuel  vê-se  forçado  a  habitar  na  residência  que dantes fora de D. João de Portugal. Este regressa à sua antiga habitação, como romeiro, e frisa as apreensões de Madalena ao identificar o quadro de D. João. Com esta revelação, o casal decide ingressar na vida religiosa adoptando novos nomes: Frei Luís de Sousa e Sóror Madalena.

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FREI LUÍS DE SOUSA, A. GARRETT

CONTINUAÇÃO da sinopse

• O  conflito  desenvolve-se  num  crescente  até  ao  clímax,  provocando  um sofrimento (pathos) cada vez mais cruel e doloroso.

• Esta obra está tão bem organizada, ou seja, os acontecimentos estão tão bem organizados, que nada se pode suprimir sem que se altere o conflito e o  respectivo desenlace. Considera-se um drama  romântico pois possui algumas  características  de  um  clássico:  o  nacionalismo,  o  patriotismo,  a crença  em  agoiros  e  superstições,  o  amor  pela  liberdade  (elementos românticos);  indícios  de  uma  catástrofe,  o  sofrimento  crescente,  o reduzido  número  de  personagens,  peripécias,  o  coro  (elementos clássicos).

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Tragédia Clássica vs Drama Romântico (F.L.S.)

• Na peça “Frei Luís de Sousa” é possível identificar diversas características românticas, que justificam a classificação de "drama romântico" que lhe atribuiu o seu autor (na Memória ao Conservatório Real):

- o amor da Pátria (o patriotismo e o nacionalismo de Manuel de Sousa Coutinho; o idealismo patriótico de Maria);

- o amor pela Liberdade (quase uma nova religião);

- a religiosidade, as crenças, os agouros, as superstições, as visões;

- a apologia do individualismo (o conflito entre a sociedade e o indivíduo, entre o código moral e o desejo de ser feliz), a morte como solução para os problemas;

- o  fatalismo  (o destino comanda a vida das personagens) e a evidente  intenção pedagógica  (a  problemática  dos  filhos  ilegítimos,  a  denúncia  da  falta  de patriotismo de alguns).

• Para além destes aspectos, há ainda ao longo da intriga dramática uma atmosfera psicológica do sebastianismo com a crença no regresso do monarca desaparecido e a crença no regresso da liberdade. Telmo Pais  é quem melhor alimenta estas crenças, mas Maria mostra-se a sua melhor seguidora. Percebe-se  também uma atmosfera  de  superstição,  nomeadamente  desenvolvida  em  redor  de  D. Madalena.