Nivel de Execucao Orcamental Das Despesas Publicas - Monografia
RIO DE JANEIRO XV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES … SOBRE 0 ESTADO DE... · Tambem a um abaixamento...
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XV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO 1983
INVESTIGAcOES SOBRE 0 ESTADO DE TENSBES DA ALTERNATIVA
PRELIMINAR DA BARRAGEM DE XINGO EM ARCO DE DUPLA CURVATURA
TEMA III
A.C.LYRA NOVAES
Engenheiro, Prof. da Faculdade de
Engenharia da U.E.R.J.
ENGE-RIO, Engenharia e Consultoria
S.A.
Investigacoes sobre o estado de tenses da alternativa
preliminar da barragem de Xing6 em arco de dupla curvatura.
1. Introducao
A presente abordagem ao comportamento estrutural da alternativa
em arco de dupla curvatura , estudada Para a barragem de concreto
de Xingo, transcreve os principais topicos da primeira fase de
analise de tensoes e deformagoes realizadas Para a barragem, e
conclui com a proposigao de um ajuste da forma geometrica da ab6-
bada de concreto inicialmente concebida e com a analise da se-
guranga da obra.
0 interesse despertado nesse tipo de estrutura deve-se ao fato
de que a casca em abobada , tendo sua resistencia vinculada a
forma mais que a massa, proporciona alto fator de economia de
material. Sua dupla curvatura induz ao funcionamento oredomi
nante de tenses normais que ressaltam no desemmenho adequado
do material , transmitindo as fundagoes uma solicitacao
quasi-normal , por sua vez favoravel a estabilidade do conjunto,
enquanto a tecnica atual permite o encontro da engenharia com
suas origens hist6ricas , perseguindo a linha dos arcos estrutu-
rais formada pelo caminho matematico das tensoes principais.
Em nosso pals , atribue -se a conformagao geomorfologica das ba-
cias de nossos melhores aproveitamentos hidricos a timida inciden
cia desse tipo de obra de represamento.
De fato, os grandes aproveitamentos hidricos tern sido contem-
plados em vales abertos de regioes relativamente planas, sendo
que os vales estreitos e com boas condigoes de fundacao e
515
ombreiras , alein de pouco frequenter , acarretam dificies condi
toes de implantarao, se comparados a outro investimentos na
mesma regiao.
A comparagao de alternativas para Xingo, utilizando barragem em
arco de dupla curvatura ou barragens convencionais, se fez em
locais distantes entre si dezenas de quilometros , uma vez que a
solu^ao mais adequada sobre um determinado eixo de projeto
podera ser extremamente desinteressante sobre outro vale com di
firentes caracteristicas (17,20).
2.0 Aproveitamento de Xingo
Os estudos iniciais foram desenvolvidos com enfase na regiao do
baixo rio Sao Francisco, 25km a jusante do aproveitamento de
Paulo Afonso , sendo prevista uma capacidade total instalada de
9 000 MW para operar em regime de ponta e integrar o sistema da
rede nordeste do Pals, atraves da CHESF - Companhia Hidrele
trica do Sao Francisco , proprietaria do empreendimento.
A conformagao do vale e as boas condigoes do macigo conduziram
a adocao de centrais geradoras subterraneas , escavadas em rocha,
situada no macigo das dugs ombreiras , a jusante da barragem,
alimentadas por condutos forgados em tuneis . ( Fig. 1)
A barragem em estudo, em arco de dupla curvatura , em concreto,
tem uma altura de 180m, encaixada em vale rochoso, desenvol
vendo uma largura na crista de 320m, o que fornece a relagao
L/H = 1,7. A espessura projetada varia entre 5,9m junto a
crista e 25 , Om na parte inferior da barragem . 0 raio medio na
crista a de 163m e o angulo central do arco medio de 1059 (Fig.2).
Como orgaos controladores sao previstos um vertedor de crista
com cinco segmentos de 25m, delimitados por pilares -guia,e oito
descarregadores de me lo fundo. A jusante de barragem,uma bacia
516
de dissipacao pre-escavada devera amortecer as descargas dascheias maximas.
Estudos hidrologicos conduziram a previsao das maiores cheias
de projeto vertendo um caudal de ate 33 000m3/s, correspondente
a uma recorrencia decamilenar. As reduzidas dimensoes do reser
vatorio no permitem laminar eficazmente essas vazoes que,pelascaracterisiticas proprias do vale, conduzem a concentragao dos
orgaos descarregadores de cheias, interferindo fisicamente com
o desenvolvimento da abobada de concreto e, sob o ponto de vista
do comportamento estrutural, com o caminhamento das tensoes prin
cipais.
Hidraulicamente, a concentragao de orgaos descarregadores tem
por consegtlencia uma grande concentragao da energia especifica
a ser dissipada a jusante da barragem, nas maiores cheias.
0 exemplo de Cabora Bassa, que pode verter 16 000 m3 /s nas ma
ximas cheias, permite antever as vibracoes induzidas pelas des
cargas sobre o macho geologico e sobre o conjunto do aproveita
mento. Embora as maiores descargas sejam pouco frequentes e de
duragao relativamente curta, a concentragao de energia hidrau
lica e seus efeitos dinamicos constituem grande preocupagao na
fase de estudos, no que pesem as avaliacoes hidraulicas dos
jatos de descarga e da fossa de erosao conduzirem a valores sa
tisfatorios ao projeto (1).
Esse aspecto a menos importante nos aproveitamentos de menores
descargas maximas, notadamente nas partes altas dos cursos
d'agua, proporcionando, nesse sentido, melhores condigoes para
barragem em vales estreitos.
A geometria da abobada de concreto se define a partir das li
nhas de centro indicados na figura 3, com raios horizontais
constantes a cada nivel.
517
Hidreletrica de X.ingo - Fig . 1 Lay-Out
3.0 Modelo Matricial da Barragem de Xingo.
Para analise estrutural da barragem em arco, o estudo da casca
de concreto se desenvolve atraves do metodo da matriz dos deslo
camentos, baseada na idealizagao dos elementos finitos.
A resolugao estatica a obtida atraves da equagao matricial
{D} =[S]-1. {A}, onde
[S] = E [Ki]
[K,] = matriz de rigidez do iesimo elemento
{D} = Vetor dos deslocamentos
{A} = Vetor das awes
518
A partir da formulagao classica do principio dos trabalhos vir
tuais, a possivel exprimir o equilibrio interno do elemento, re
lacionado as tensoes aos deslocamentos (5):
fv {0 t {G} dv = fv u fe dv + fs u fs ds + E u F
A configuracao estrutural & representada por uma malha tridimen
sional de elementos finitos formada por 430 nos , 452 placas es
pessas isoparametricas e 94 barras prismaticas, alem de comandos
especiais de dependencia linear e 180 restrigoes nodais ( fig.4).
0 modelo a limitado pela superficie da fundacao onde sao forne
cidas as constantes elasticas do macico . Essas constantes deve
rio espelhar as condi^oes de deformabilidade da fundacao , propor
cionando a obtencao dos recalques elasticos das fundacoes, al&m
das tenses de descontinuidade que, por sua vez, influem sobre
o comportamento global da estrutura.
ALgADO DE JUSANTE
1K-A- -10K 7
MALHA TRIDIMENSIONAL DE ELEMENTOS FINITOS . FIG. 4
5 20
= 8 000 M& a
Descontim Marip r /, I/ I jth detcnada
E = 20 000 IdaAccha Si
As variacoes das camadas do macigo subjacente foram considera
das em fungao da espessura de contacto do concreto corn a base,
por integragao dos volumes sob a fundarao, utilizando a re
lagao de Vesi6(2) para o calculo do valor do modulo de reagao:
K's = 0,65 12 fE sB E s -2(FL valida para
b . I 1 -v 2
esforcos normais, onde:
Eb = modulo de elasticidade do concreto da barragem ( 20x lO3I a)
I = momento de inercia da barragem
E = modulo de elasticidade da rochas
v = coeficiente de Poisson da rocha(0,2)
B = largura do contato rocha-barragem
0 modulo de recalque a dado por:
s = K's (FL-3K )
B
521
Os valores notiveis obtidos na analise de tens6es se resumem no
quadro abaixo:
Rotacao maxima = 0,992 x 10-3 rd
Deslocamento Maximo = 0,612 x 10-1 m
Tensao Principal Maxima de Tragao = 2,51 MPa
Tensao Principal Maxima de Compressao = 12,7 MPa
Maxima Tensao Principal no Arco = 8,1 MPa
Recalque Maximo na Fundacao = 1,35 x 10-2 m
Rotacao Maxima na Fundacao = 0,85 x 10-3 rd
A partir das tensoes principais que se desenvolvem nos paramentos
montante e jusante da barragem, pode-se concluir pela aceitagao
ou nao do nivel de tenses alcangado, recorrendo-se eventual
mente ao ajuste da forma inicial, visando reduzir as tensoes de
compressao ou procurando eliminar as tensoes trativas.
Em alguns exemplos de barragens em arco, foi considerada conveni
ente a utilizagao de uma junta horizontal na face tracionada
junto a fundagao, liberando a secao interessada das tenses de
tracao sem, entretanto, comprometer a estabilidade do conjunto.
(15,9)
0 proprio sistema construtivo nao recomenda que a barragem con
viva com grandes tensoes permanentes de tracao, a menos que se
disponha uma armadura convenientemente dimensionada para resis
tir a totalidade desses esforgos (19) ou correspondente a uma
taxa minima de 0,35% da serao de concreto tracionada.
522
FACE MONTANTEESCALA DE TENSOES 5,O MPo ?TG. 6
i 111 11-30 -4--
FACE JUSANTEESCALA OE TENSES 5,0 MPs FIG. 7
TENSOES PRINCIPAIS NO CONCRETO
523
A questao que se coloca sera de como orientar uma primeira refor
mulagao da forma geometrica da barragem no sentido de reduzir as
tensoes de tragao no concreto.
- No caso de Xingo, as tensoes principais de tragao surgem pre
dominantemente na diregao vertical, indicando-se nas figuras
8a e b seu desenvolvimento.na consola central,para o carre
gamento de longa duragao.
-E -7 -6 -5-1# -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 MPa
FIG. 8 a.Tensoes b. Primeiro Ajuste da Consola Central
Considerando-se uma variagao linear das tenses entre as faces
montante e jusante da abobada, pode ser obtida a linha dos cen
tros das tensoes verticais na consola central, que devera seapro
ximar da configuragao de menores tragoes no concreto. 0 novo
eixo conduzira ao primeiro ajuste da forma geometrica da abobada
524
I
que, no caso , corresponde ao acentuamento da curvatura vertical.
Uma nova campanha de estudos devera verificar a eficiencia do
ajuste e conduzir , atraves de sucessivos aproachs , a conformacao
mais adequada ao vale.
- A partir dos valores obtidos verifica-se que as tens6es dos
arcos horizontais sao sempre de compressao , nas dual faces da
casca , aspecto muito favorivel i forma proposta.
No piano horizontal medio da barragem de Xingo, observam-se as
solicitag6es indicadas abaixo,para o navel + 75,00m, o que per
mite, dentro do princIpio da linha de tensoes , a proposicao deuma forma semi parab6lica para o arco horizontal, conduzindo
ao assim chamado arco de tres centros.
C2/ /
Caminho da Resultante
das Tens6es
525
Considera- se que 0 desvio do caminho da resultante em rela
rao ao eixo do arco horizontal se deve, principalmente, ao en
curtamento do arco comprimido e ao deslocamento elastico da
fundacao.
De fato, o encurtamento especifico teorico do arco, pars uma
tensao principal media de 6,0 MPa , seria de 0,3%q acarretando um
"alongamento equivalente " da corda do arco horizontal , correspon
dente a do =013%,, x 300m = 0,090M.
Flexao Devida ao - Encurtamento . FIG. 10
0 deslocamento horizontal previsto na fundacao define -se na fi
gura abaixo, correspondendo a deformagao elastica da ordem de
300e=
3x 104
= 1.0 x 10-2 M.
FIG. 11
Tambem a um abaixamento de temperatura correspondera um encur
tamento do arco, fato que recomenda execucao Sias injecoes das
juntas verticais da abobada no periodo de minima temperatura me
dia da regiao , atendendo a uma segfiencia pre- estabelecida.
- A pertubacao local no campo de tensoes provocada pela inter
ferencia dos descarregadores hidraulicos recomenda um estudo
em detalhe dessas regioes atraves da tecnica de refinamento
da malha de elementos finitos. Fsses trechos da estrutura
526
deverao ser extraidos do conjunto para analise local atraves
de modelos matematicos parciais em que sejam inseridas as con
digoes de contorno obtidas na analise global, alcancando lo-
calmente uma textura de resultados mais satisfatoria.
Um maior refinamento inicial do modelo completo tem conduzido
a uma instabilidade numerica na resolugao matricial que preju
dicaria os resultados do conjunto.
Dos valores obtidos observam-se tensoes de tragao proximo as
ombreiras e paralelamente a elas. Provavelmente sao causadas
pelas diferentes restrigoes a deformagao nos trechos de mergu
lho da fundagao nas ombreiras, levando a recomendagao de se
evitarem mudangas bruscas no perfil da fundagao.
^,I(?,-9)^, -7 bz
t
Zona de Fissuras na Ombreira
FIG. 12
Por esse efeito, que pode ser consideravelmente reduzido com a
adogao de juntas de concretagem convenientemente dispostas,al
guns autores recomendam a utilizagao de juntas verticals menos
espagadas junto a fundagao.
Juntas de Construcao
FIG. 13 . Alcado de Jusante
527
As figuras 14 e 15 representam respectivamente as tens6es de rea
qao na fundacao e da deformada elastica da superficie da abobada.
1,4
3,0
2,2q q * q q q q q
4,0
z o 2,s -zo
Tensoes Normais na Fundacao (MPa) Fiq. 14
atW- ----lowL.
ESCALA OE OESLDCAMENTO
Diagrama de Deformacao Elastica . Fig. 15
528
4.Considerag6es Sobre a Seguranga Estrutural
0 fator de seguranga estrutural a ruptura que se obtem a partir
de ensaios em modelo reduzido a essencialmente definido pela re
lagao entre a solicitagao a partir da qual ocorre a ruptura do
prototipo e a correspondente solicitagao de projeto.
I =Sd
Sr
A introdugao de rotinas naolineares ao metodo matricial dos ele
mentos finitos tem recentemente contribuido para ampliar o poder
do metodo ( 4 ). A simulagao do mecanismo de ruptura atraves de
interagoes nao lineares permite . uma analise detalhada do proces
so de ruptura utilizando modelos matematicos relacionados ao
prototipo, que conduzem a obtengao analitica do fator de segu
ranga a ruptura.
0 fator de seguranga classico , entretanto, define-se pela rela
gao entre a solicitagao de projeto e a solicitagao que conduz a
tensao de ruptura do material , admitindo um comportamento elas
tico ate a ruptura.
vc =Sfck
Sd
A relagao que existe entre um fator e outro a chamada de fator
de adaptagao, que reflete o grau de acomodaao estrutural, na
fase semi -plistica, ate a ruptura (7).
= Sr
v Sfckc
Assim sendo , de acordo com o conceito classico de seguranga to
riamos, para os valores obtidos em Xingo, um fator de seguranga
estrutural da ordem de_ fck - 25,0 = 3,1 ,Gcd 8,1
529
obtido sem considerar as tenses de descontinidade nas bordas
dos descarregadores, que receberao um tratamento especial.
Resultados de ensaios realizados anteriormente em modelos redu
zidos, para diferentes barragens en abobada, poderao fornecer uma
indicagao do grau de acomodagao estrutural atribuido a redistri
buigao de tensoes na fase plastica do processo de ruptura.
Desta forma , se considerarmos um "provdvel fator de adaptagao
da ordem de 1,6, obtido do quadro abaixo ( 18), teremos um in
cremento do fator de seguranra que conduzira ao fator de segu
ranga global T = T.)c = 1.6 x 3.1 = 5,0
BARRAGEM ALTURA COEF.DE ADAP. SEG.CLASSICA SEG.A RUPTURA
(m) 4' v T
Mossyrock 175 1,7 4,1 7,0
Funil 80 2,0 6,5 13,0
Cachi Dam 80 1,5 7,3 11,0
Cabora Bassa 166 1,5 4,0 6,0
Ringo 180 1,6* 3,1 5,0*
* Valores provaveis.
A seguranga da barragem , no que respeita sua fungao estrutural,
vincula-seintrinsecamente a boa concepgao estrutural e aos cus
tos executivos , ou seja, aos volumes de obra prescritos pelo
projeto.
5 30
A seguranga global do aproveitamento depende tambem de outros
fatores condicionantes, como do grau de confiabilidade das om
breiras e fundacoes sob o ponto de vista da estabilidade do
macico rochoso,e da probabilidade de ocorrencia de carregamentos
acima daqueles considerados em projeto , cuja avaliagao envolve
a precisa analise de um importante volume de informacoes geolo
gicas, sismicas e hidrologicas.
Na moderna concepcao de projeto estrutural , alem dos custos di
retos da estrutura, os custos de eventuais prejuizos em relagao
a comunidade a que se destina tambem sao considerados.
"A questao central que existe por detras dos estudos probabilis
ticos de resistencia estrutural , a qual no foi dada resposta
satisfatoria , e a de saber qual o "custo" de margens de segu
ranga excessivas em projeto estrutural. Forsell demostrou com
muitos exemplos que o custo pode ser consideravel . Investimen
tos desnecessarios em seguranga estrutural enfraquecem a econo
mia nacional atraves de um decrescimo de produtividade. A pes
quisa em fiabilidade estrutural a portanto geralmente motivada
pela ideia de que consideraveis poupangas podem ser realizadas,
a medida que as aspectos estocasticos se tornam melhor conhe
cidos e permitam a optimizagao do nivel de seguranga". (14)
A aparente trivial exigencia de que uma estrutura deve ser pro
jetada para solicitacoes e influencias que possam ser esperada$
aliadas a fixagao de fatores e criterios de seguranga, envolve
a maior parte das complexidades inerentes a um projeto estru
tural moderno.
Atualmente tem sido adotado um criterio de dupla aproximagao
para aceitacao do estado de solicitacao das obras do genero,
estudando- se inicialmente as condigoes reais de servigo , exami-
nando o comportamento da obra submetida a essas condigoes e
531
comparando -o com os criterio de aceitagao . Em seguida se deter
minam os coeficientes de seguranga que traduzem a margem em re
lagao ao estado limite de ruptura.
No caso da barragem de Xingo, para se poder concluir pela acei
tagao dos niveis de tensoes alcangados , deveri ainda ser dispen
sado um amplo programa de estudos relativos a sua funrao estru
ral, tendo sempre na devida conta os diversos aspectos da impor
tancia tecnologica e social do projeto no ambito nacional.
5. Resumo
0 trabalho procurou apresentar , de maneira suscinta , os resultados
de um primeiro estudo de tenses da barragem abobada , feito por
computador , utilizando a idealizagao dos elementos finitos apli
cado ao metodo matricial dos deslocamentos.
A rapida evolugao dos metodos numericos tem permitido recente
mente a resolugao por computador de estruturas de alto grau de
complexidade , liberando o engenheiro estrutural para sua real
fungao de elaborar a concepgao e a seguranga da estrutura.
0 autor salienta a importancia dos estudos na fase plistica,atra
ves do metodo matricial , que oferece hoje a possibilidade da simu
lagao numerica da nao linearidade de comportamento dos materiais
e do macigo rochoso, utilizando -se de um modelo que reconstitua
o mecanismo das fraturas do macho , e as condicoes fisicas de
plastificacao e redistribuigao de tensoes ate a ruptura.
O trabalho procura finalmente apreciar o aspecto da seguranga es
trutural da barragem , antecipando valores a serem obtidos atra
ves de ensaios especificos , permitindo assim a continuidade dos
estudos a partir de um primeiro ajuste da configuragao da barra
gem.
532
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R. Correa - Q.53-XIV Congress onLarge Dams - ICOLD - 1982
6. Agradecimentos
O autor agradece a autorizagao da CHESF para a divulgagao do
trabalho , bem Como a colaboracao dos engenheiros F.Miguez de
Mello e J.A. Reis da Rocha, cujo incentivo tornou possivel a
elaboracao do trabalho.
534