RICARDO ANGÉLICO - There will be no safety zone

26
RICARDO ANGÉLICO There will be no safety zone 19/01/11 - 05/03/11 INAUGURAÇÃO 19/01/11 às 21h30

description

solo show at Carlos Carvalho arte contemporânea

Transcript of RICARDO ANGÉLICO - There will be no safety zone

RICARDO ANGÉLICOThere will be no safety zone

19/01/11 - 05/03/11 INAUGURAÇÃO 19/01/11 às 21h30

There will be no safety zoneRicardo Angélico

Desenho e pintura

20/01 - 05/03 2011Inauguração 19/01 21h30

Para esta exposição, Ricardo Angélico apresentará um novo conjunto de trabalhos onde se podem distinguir duas partes: um grupo de trabalhos inspirado no Ku klux klan, a partir da história de Stetson Kennedy, que nos anos 40 se infiltra no grupo com o objectivo de destrui-lo ou desacreditá-lo; e um outro de pinturas tematicamente independentes, lidando genericamente com noções de aventura, compromisso e opressão em contextos específicos, ficcionados ou não.A primeira série de obras propõe episódios de uma hipotética organização do Klan, pequenas ficções à volta de um grupo marginal que embora se apresente como variação/actualização do klan original, poderia ser de qualquer grupo extremista parecido, mais politizado ou integrado, com a sua mecânica interna de propaganda, culpabilização, instigação violenta, recrutamento, etc.; ainda as dinâmicas individuais desses membros com vida dupla e existência mais ou menos frustrada, movimentando-se em comunidades complacentes que os toleram tanto quanto receiam.Existe um certo pendor novelesco que uma série deste tipo favorece: a criação de personagens em continuidade; a organização de pequenos quadros dramáticos que podem sugerir ambientes domésticos ou fantásticos, absurdos ou épicos, quase como episódios de uma soap opera onde o tema pode ser sério e a forma pode ser ligeira, num registo que se imagina próximo do cinema de aventuras, da banda desenhada ou da literatura sensacionalista.Há um conjunto de desenhos onde este universo é desenvolvido num exercício mais narrativo/ textual e onde a fragmentação de episódios, as micro-narrativas dessa comunidade imaginária se expande como um work in progress, um estudo alargado de personagens e acções, como esboços para um guião cinematográfico.

Comum ao conjunto de todas as pinturas é a atmosfera de instabilidade e insegurança que domina cada pequeno acontecimento, reflexo de uma convivência problematizada de homem com tecnologia, do homem com a natureza, de um desconforto ou desajustamento a que são sujeitos os actores em cada imagem-metáfora. Embora não existam enquanto comentário específico ao mundo actual, não custa estabelecer paralelos com vários aspectos da corrente situação planetária e dos variegados modelos de crise que ocupam as redacções noticiosas.Há nelas uma equivoca serenidade pré-apocalíptica, a presença constante de uma ameaça, um elemento opressor, um perigo indiscernível, um mistério, uma situação opaca, prenúncio de uma transformação violenta ou convulsão individual. Cada uma construída a partir de um concreto evento histórico, científico ou cultural. Por exemplo: um trabalho glosa sobre a construção da bomba atómica a partir de um cenário quase pré-industrial; outro explora o rapto de Eichmann por agentes israelitas na Argentina; outro ainda aproveita um motivo de um filme favorito amplificando-lhe as consequências epidémicas; outro inventa um cenário para uma frase de Beckett. O que há de teatral em cada pintura é também a tentativa de construir uma tensão indefinida, de sugerir uma violência latente que acrescente densidade à leitura da imagem e sugira um seu desenvolvimento.

O título da exposição é retirado de uma cena do filme Paris-Texas, de Wim Wenders: é parte do discurso de um louco que o protagonista encontra numa ponte, e que prega ao tráfego indiferente uma mensagem apocalíptica, numa cena espantosa e perturbadora (como são tantas

vezes os discursos destes oradores marginais) que parece pertencer apenas à banda sonora para logo se materializar inesperadamente, provocando um sobressalto. O título não só funciona enquanto advertência poética, plena de sugestões dramáticas, mas sobretudo como

agregador dos vários trabalhos da exposição, cada um deles à sua maneira, reflexo de uma angústia muito similar.

Ricardo Angélico nasceu Angola em 1973. Das suas exposições individuais destacam-se as realizadas na galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal (The Aronburg Mystery, 2008), no Museu Nacional de História Natural, Lisboa, Portugal (Caro Jünger/Caro

Nabokov, 2004) e na Fundação D. Luís, Cascais, Portugal (Museu de Cera - Imagens da Colecção Christian D. Karloff, 2003). Em relação às suas exposições colectivas poderemos referir as realizadas na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, Almada, Portugal (O Desenho Dito, 2008), no Centro de Arte Manuel de Brito (À Volta do Papel, 2008) e Culturgest, Lisboa, Portugal (V Prémio Fidelidade Jovens Pintores, Lisboa, Portugal). Está representado nas colecções Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Fundação D. Luís I, Cascais, Fundação PLMJ, Lisboa e Centro de

Arte Manuel de Brito, Algés.

Home is in your head, 2010Óleo e acrílico s/ linho,144 x 130 cm

Wake up breath keep breathing, 2010Óleo e acrílico s/ linho,

180 x 160 cm

Regarding the torture of dudes, 2010Óleo e acrílico s/ linho,135 x 145 cm

Como sobreviver ao fim do mundo, 2010Óleo e acrílico s/ linho,

155 x 144 cm

Concentrate and shuffle, 2010Óleo e acrílico s/ linho,143 x 160 cm

The glue man is out again, 2010Óleo e acrílico s/ tela,

143 x 195 cm

The first lesson in democracy, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado100 x 120 cm

Todos os dias são o último dia da humanidade, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado100 x 120 cm

Kreationist-konstructivist komissar, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado

100 x 120 cm

The common enemy of mankind, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado100 x 120 cm

Konquering king kaboo, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado100 x 120 cm

The krypton klub konspiracy, 2010Óleo e acrílico s/ papel preparado

100 x 120 cm

Série The hygiene of civilization, 2010 Técnica mista s/ papel, 21 x 29,7 cm

Série The hygiene of civilization, 2010 Técnica mista s/ papel, 21 x 29,7 cm

Série The hygiene of civilization, 2010 Técnica mista s/ papel, 21 x 29,7 cm

Série The hygiene of civilization, 2010 Técnica mista s/ papel, 21 x 29,7 cm

CARLOS CARVALHO ARTE CONTEMPORÂNEARua Joly Braga Santos, Lte F R/C | 1600 - 123 LISBOA

TLF(+351) 217 261 831 | FAX(+351) 217 210 874www.carloscarvalho-ac.com | [email protected]