Revista Sindipi Nº 29

27
Pescado congelado Reunião técnica do emalhe Garopaba e muito mais Revista Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT julho/agosto de 2008 - Ano VI - Número 29 Eu sou da pesca mobiliza setor pesqueiro Entrevista Alcantaro Corrêa Presidente da Fiesc

description

Revista Sindipi Nº 29 - Referente aos meses Setembro e Outubro de 2008.

Transcript of Revista Sindipi Nº 29

Page 1: Revista Sindipi Nº 29

Pescado congelado Reunião técnica do emalhe Garopaba e muito mais

RevistaFecham

ento autorizado. Pode ser aberto pela ECT

julho/agosto de 2008 - Ano VI - Número 29

Eu sou da pescamobiliza setor pesqueiro

EntrevistaAlcantaro CorrêaPresidente da Fiesc

Page 2: Revista Sindipi Nº 29

2 Revista SINDIPI

Wagner M

ezoni

A Revista Sindipi é uma publicação do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e RegiãoDiretoria do Sindipi: Dario Luiz Vitali (Presidente); Giovani Genázio Monteiro (Vice-Presidente); Márcio Andriani (Tesoureiro)- Depar-tamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini(OAB/SC 15.939)- Sede: Rua Lauro Muller, 386, Centro, Itajaí, Santa Catarina- Cep:88301-400; e mail: [email protected] Fone: (47)3247-6700 site: www.sindipi.com.br. Coordenação Editorial: Dario Luiz Vitali. Jornalista Responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Colaboração: Marília Massochin; Designer Gráfico: Geraldo Rossi; Direção Comercial: SINDIPI; Fotografia: Marcello Sokal. Impressão: Gráfica Coan - Circulação: setor pesqueiro nacional, profis-sionais do setor, parlamentares, imprensa.As matérias jornalísticas e artigos assinados na Revista Sindipi somente poderão ser reproduzidos, parcial ou integralmente, median-te autorização da Diretoria. A Revista Sindipi não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Eles não represen-tam, necessariamente, a opinião da revista.

Fale conosco: Fone: (47)3247-6700 - e-mail: [email protected]

Foto capa: Marcello Sokal

w w w . s i n d i p i . c o m . b r

Editorial....................................................................................................................4

Palavra do Presidente ..........................................................................................7

Entrevista - Alcantaro Corrêa, presidente da Fiesc..............................................8

Especial - Pescado congelado..............................................................................12

Entidade - Movimento Eu sou da pesca..............................................................16

- Encontros e eventos...........................................................................18

Pesquisa - Comércio e industrialização do pescado cultivado..........................22

Pesquisa - Processos oxidativos avançados........................................................24

Emalhe - Reunião técnica discute propostas para modalidade..........................26

Empresa que Faz - TWB e sua revolucionária embarcação................................30

Crédito Pesqueiro - As novas regras para o plano agrícola e pecuário.........33

Educação - Projeto Aprendendo com a Pesca......................................................34

Perfil - Do mar de Florianópolis para a China..........................................................36

Turismo - Garopaba: viva esta natureza..............................................................38

Exposição - O mar e a pesca como fonte de inspiração..................................42

Artesanato - Pele de peixe vira moda......................................................................43

Livro - Vidas do azul................................................................................................44

Gastronomia - Atum no arado e tainha escalada...............................................46

Eventos - Feincartes................................................................................................48

Mensagem - Dalai Lama........................................................................................50

Especial - pescado congelado

Educação - Aprendendo com a pesca

Livro - as belezas do mundo azul

NOVO TELEFONE SINDIPI 47 3247-6700

Turismo - Garopaba

ÍNDICE

Marcello S

okalD

aniela Maia

Alan Pedro

Bam

bu Editora

Page 3: Revista Sindipi Nº 29

4 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 5

Marcello S

okal

Daniela MaiaEditora

[email protected]@terra.com.br

Fone: 47 3247-6700

EDITORIAL

Rua Antônio Hülse, 1153 - Bairro Humaitá - Tubarão - SC - Fone: (48) 3632-9545 - [email protected]

Amar, acreditar, fazer, viver seus sonhos e construir alicerces. Esta frase com palavras do mestre bu-dista Dalai Lama é a nos-

sa receita para você, amigo leitor. E inspirada nela, desenvolvemos a capa da Revista que é um convite a ação. O movimento Eu sou da Pesca, lançado em Itajaí, é a primeira ação motivacio-nal e de pertencimento, é o acreditar e defender a importância de toda ati-vidade pesqueira. Além desta maté-ria inédita, viajamos pelo universo da pesquisa, com contribuições precio-sas dos doutores Alex Augusto Gon-çalves e Marília Oetterer que aborda-ram temas sobre aplicação de ozônio; comercialização e industrialização do pescado cultivado, respectivamente.

Rumo ao turismo, um passeio ao litoral sul catarinense, Garopaba. Vale a pena conferir a entrevista do presi-dente da Fiesc e vice-presidente da

CNI, Alcantaro Corrêa. Também va-mos compartilhar com o leitor a inicia-tiva educacional em Itajaí, do Projeto Aprendendo com a Pesca, que leva às crianças das escolas públicas de Itajaí informações sobre a pesca através de palestras, visitas e materiais didáticos, trabalhando o tema de forma interdis-ciplinar, fazendo um resgate da cultura pesqueira.

No destaque desta edição, uma re-portagem que mostra a busca do se-tor pela regulamentação do pescado congelado e a concorrência desleal do pescado importado. Na editoria crédi-to pesqueiro, o financiamento para os proprietários de pequenas embarca-ções pesqueiras.

Como em todas as edições, prepa-ramos matérias que destacam a arte, a gastronomia e a cultura do Brasil.

Um abraço e boa leitura,

Page 4: Revista Sindipi Nº 29

6 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 7

PALAVRA DO PRESIDENTE

Prezados aasociados e amigos! Já se foram 6 meses desde o início da nossa gestão a frente desta entidade de classe.

Já se faz necessário, fazermos uma análise de nossas ações e continuarmos atentos na so-

lução de nossas inúmeras demandas.O setor vive um momento de mudanças, são inúmeras

as possibilidades abertas a partir daí.Inicialmente fica difícil dimensionar todas as conseqüên-

cias disso, o que sabemos é que o setor como um todo, está com maior visibilidade.

O pescado está cada vez mais presente em nosso há-bito alimentar.

Proteína de alto valor nutricional é recomendada pela classe médica e por todas aquelas pessoas, que gravitam em torno de estudos na busca de melhor qualidade de vida.

Finalmente o brasileiro despertou para esta opção ali-mentar, que se tornou indispensável para todos nós.

Agora, precisamos continuar trabalhando fortemente, para criar um ordenamento, que possa dar sustentabilida-de e longevidade para a atividade como um todo.

Precisamos mostrar organização para podermos colher os resultados oriundos destas mudanças.

É louvável e cabe aqui registrar a atuação de nossas câmaras setoriais. Composta de pessoas engajadas e comprometidas com a atividade que desenvolvem.

Não vou aqui citar nomes, pois poderia por esqueci-mento, cometer alguma injustiça.

E a mudança da SEAP, para ministério, ou seja: Ministé-rio da Pesca, poxa! Já tínhamos um endereço, agora com certeza, este endereço ficará mais importante e sem ne-nhuma sombra de dúvidas, ganharemos muito com isso.

Sabemos da luta, que toda a equipe da SEAP, capitanea-da pelo já nosso “Ministro” Gregolin, fizeram neste sentido.

Agora, mais do que nunca, o setor precisará de muita união, para juntos enfrentarmos o amanhã.

Serão tempos difíceis, porém também sabemos que, o que nos acalenta, é saber que nosso povo é corajoso, des-temido e que não fugirá a seus compromissos. Com isso, poderemos colher juntos os frutos deste trabalho, onde buscando nas lições do passado, poderemos plantar no presente e se Deus quiser, colher no futuro.

Dario Luiz VitaliPresidente do Sindipi

Page 5: Revista Sindipi Nº 29

8 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 9

8 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 9

O olhar industrial de Alcantaro Corrêa

Raciocínio lógico e pers-picácia são algumas das qualidades de Al-cantaro Corrêa. Desde agosto de 2005 na pre-

sidência do Sistema Federação das Indústrias do Estado de San-ta Catarina (Fiesc), o engenheiro mecânico e de segurança do tra-balho, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Fundacentro, Alcantaro desem-penha suas funções com habili-dade. A linguagem e a segurança são transmitidas diretamente nas ações que desempenha para o setor industrial catarinense. Cor-rêa possui uma vasta experiên-cia profissional. No seu currícu-lo constam as presidências da Electro Aço Altona S.A (1994 até abril de 2008), do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecâni-cas e do Material Elétrico, ambas de Blumenau; vice-presidente da Confederação Nacional da In-dústria, membro dos Conselhos Deliberativo da ACIB, de Adminis-tração do Hospital Santa Isabel, de Blumenau e também do Con-selho Temático Permanente de Responsabilidade Social. Além de todas estas funções, também já foi professor da Escola Técnica Federal de Florianópolis e do cur-so de economia da FURB.

Revista Sindipi − Qual a impor-tância do associativismo empresarial no mercado competitivo?

Alcantaro − O associativismo é fundamental porque os empresários de toda uma região podem atuar em conjunto e trocar informações. Isso leva a um poder de representação muito maior e, assim, eles são ouvi-dos e conseguem resultados muito mais expressivos do que se atuassem de forma isolada.

Revista Sindipi − Como o se-nhor avalia o setor pesqueiro catari-nense?

Alcantaro − A cadeia pesquei-ra catarinense é forte, empregando diversas pessoas em 470 estabele-cimentos. Somos o primeiro produtor de pescado do Brasil, respondendo por 15% da produção nacional. Na pesca extrativa marinha a participa-ção aumenta para um quarto do to-tal nacional. No ano passado expor-tamos US$ 28 milhões em peixes, crustáceos e moluscos, com desta-que para países como Espanha, Itá-lia e Portugal. São números que não deixam dúvidas sobre a importância desse setor. Contudo, há desafios a enfrentar, pois muitas empresas ain-da precisam aprimorar suas ativida-des. Além disso, a cadeia pesqueira precisa de maior atenção do governo federal. A secretaria de pesca precisa olhar mais para o setor e fazer menos politicagem.

Soube há poucos dias que há uma forte intenção de se criar uma câmara para o setor na FIESC. Se isso ocorrer será muito positivo, pois pode promo-ver a união dos empresários, aprovei-tando o conhecimento das pessoas que atuam neste setor para que as questões comuns sejam discutidas, buscando soluções para os proble-mas do setor.

Revista Sindipi − Como está posicionada Santa Catarina no ranking das exportações em nível nacional?

Alcantaro − No momento ocu-pamos a nona posição, com vendas externas de US$ 3,3 bilhões de janeiro a maio deste ano.

Revista Sindipi − Quais são as sugestões para o crescimento das em-presas industriais catarinenses diante do atual cenário econômico?

Alcantaro - Continuar fazendo investimentos necessários em suas operações, nos equipamentos e, prin-cipalmente, nas pessoas. Ou seja, mantendo o foco na gestão do negó-cio. Para que haja crescimento tem que haver um domínio, um controle da tecnologia de gestão. Isso vale para empresas de qualquer setor e é disso que depende o desenvolvimento e a perenidade da companhia. Mas faço questão de ressaltar: as empresas não devem cuidar apenas da parte produ-tiva ou da comercial. As relações hu-manas são decisivas para o sucesso ou fracasso de uma empresa.

Revista Sindipi - Qual a expec-tativa de crescimento das indústrias catarinenses?

Alcantaro − Elas crescem de for-ma natural graças ao aprimoramento e aos investimentos realizados nos últimos anos, tanto no parque fabril, quanto na área comercial e, logica-mente, na gestão de uma forma geral. Mas a indústria catarinense, pela sua diversificação, pelo seu grau de matu-ridade, já é vista com bons olhos pelos investidores ou pelo setor financeiro. Ou seja, nós somos percebidos como empresários sérios e corretos. E isso é fundamental para os nossos negócios e para viabilizar os novos investimen-tos necessários à expansão pretendi-da pelos industriais catarinenses.

Revista Sindipi − Quais as alternativas para uma empresa se manter no mercado com poder de competitividade?

Alcantaro - Tem que estar ino-vando o tempo todo e de uma for-ma ampla, em todos os aspectos da gestão da empresa. Isso signi-fica buscar matérias primas novas ou com custos mais competitivos em qualquer parte do mundo, bus-car conhecimento e tecnologia, in-corporar novos equipamentos para ampliar a produtividade. Ou seja, temos que ser competitivos em ní-vel global. As empresas não podem mais olhar apenas para o mercado local ou nacional. Quando olhamos o mercado de forma global percebe-mos que ele é enorme e que há de-

manda para nossos produtos. Mas é necessário perseguir os nichos e as oportunidades que existem.

Revista Sindipi − Qual a sua opinião a respeito da invasão de produtos importados, principalmen-te da China?

Alcantaro − Esta é uma fase que, como tudo na vida, é cíclica. Acredito que dentro de dez anos toda esta configuração estará dife-rente, pois as coisas também estão mudando rapidamente na China, onde os custos, entre eles o da força de trabalho, estão subindo. A China precisa qualificar sua mão-de-obra e buscar cada vez mais qualidade para seus produtos. Tudo isso tem

... as empresas não devem cuidar apenas da parte produti-va ou da comercial. As relações humanas são decisivas para o sucesso ou fracasso de uma empresa.

ENTREVISTA

Fotos:divulgação Fiesc

Page 6: Revista Sindipi Nº 29

10 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 1110 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 11

JOGO RÁPIDO

Entrevista: Daniela Maia

um custo. À medida que eles vão buscando essas melhorias teremos outra realidade. E é importante con-siderar também que a China preci-sará trabalhar muito para atender sua demanda interna, o que tende a diminuir o impacto dela no mer-cado internacional no futuro. Trata-se de um mercado enorme que, a exemplo da Índia, tem grandes de-mandas por produtos e serviços. E quem superar a fase atual de dificul-dade terá oportunidades até de ven-der seus produtos aos chineses.

Revista Sindipi − Na sua opi-nião qual a importância da atuação do Sindicato das Indústrias da Pes-ca de Itajaí e Região (Sindipi) no se-tor industrial?

Alcantaro − O Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí é um sindicato forte, organizado, com recursos, com uma sede própria grande, porque congrega muitos associados, desde pequenos até grandes empresários. É um sindica-to que, na minha opinião, tem que ser respeitado, porque ele pode ge-rar muitos frutos para todos os seus filiados. A atuação do sindicado é muito interessante e com a nova gestão, que tenho acompanhado,

promove avanços e novas atitudes, fortalecendo o associativismo na sua região.

Revista Sindipi − Quais as po-líticas públicas que, na sua opinião, poderiam garantir o desenvolvimento industrial?

presas. Em paralelo, precisamos ver medidas como a anunciada política industrial virarem realidade.

Revista Sindipi − Quais as pro-postas da FIESC para os próximos anos?

Alcantaro − A FIESC vai continu-

de de todo o setor industrial, como a falta de infra-estrutura adequada e de uma carga tributária em sintonia com o que o Estado oferece em contrapar-tidas aos impostos que cobra. Mas, independentemente disso, o empre-sário catarinense deve buscar novos mercados, novos nichos e investir lá fora. Embora cada empresa e setor precise considerar a sua realidade e adequar suas estratégias a ela, de-vemos, sim, perseguir a inserção no mercado global. Isso cria referências para a empresa e obriga ela a buscar aperfeiçoamento constante. Temos em Santa Catarina exemplos de com-panhias, como a Embraco e a Weg, que, inclusive, possuem fábricas no exterior para ter acesso a mercados onde há restrição a entrada de impor-tados. São exemplos importantes para o nosso setor industrial.

Revista Sindipi − Nos últimos anos o que foi fundamental para o desenvolvimento das indústrias cata-rinenses?

Alcantaro − O investimento em treinamento, em pesquisa, em desen-volvimento dos recursos humanos em todos os níveis das empresas, a bus-

ca por financiamentos para inovação e o estilo empreendedor para encon-trar oportunidades em nível global.

Revista Sindipi − Um dos gran-des gargalos da indústria catarinense é o alto consumo de energia elétrica (maquinários, túnel de congelamen-to, esteiras etc), qual a sua sugestão para tentar amenizar essa situação? Já existe alguma ação da FIESC para minimizar os custos?

Alcantaro − Do ponto de vista da oferta, não vemos, no curto prazo, problemas sérios com relação ao risco de falta do insumo. A FIESC monitora essa questão de perto, com atuação importante de sua Câmara de Assun-tos de Energia, e tem atuado forte-mente junto ao poder público para que não falte energia. No âmbito das em-presas, cada área de operação deve fazer uma verificação na aplicação e utilização correta deste insumo, pois ele tende a ficar cada vez mais caro. Precisamos pensar cada vez mais no desenvolvimento sustentável de nos-sas empresas e para apoiá-las nes-se sentido as entidades do Sistema FIESC, como SENAI e o IEL, possuem programas e consultorias que ajudam

as empresas a detectar oportuni-dades de redução de custos com energia e água, implantando a pro-dução limpa. Estar atento a isso é, inclusive, uma questão de competi-tividade para as empresas.

Revista Sindipi − Como o senhor avalia a carga tributária no Brasil, em comparação com os ou-tros países?

Alcantaro − Eu diria que o nos-so problema não é o tamanho da carga tributária em si. Ela até não é tão alta se comparada com países de primeiro mundo como Suécia, Di-namarca, ou Finlândia. Mas a grande diferença é que lá existe um retorno do governo que garante ao cidadão segurança, educação e saúde de qualidade. São coisas que no Bra-sil ainda estão muito aquém daqui-lo que se espera. Por isso, quando avaliamos o que recebemos em tro-ca dos impostos que pagamos, con-cluímos que a nossa carga tributária é, sim, muito elevada. Por isso que-remos que a reforma tributária seja efetivamente feita e que ela preveja um teto para que não haja mais au-mento de impostos no Brasil.

Livro de cabeceira: “O Rio da Dúvida”, de Candice Millard, sobre a viagem de Theodore Roosevelt e Rondon pela Amazônia.

Qualidades de um empreendedor: Transparência, acreditar no potencial dos seus colabo-radores e delegar responsabilidades.

A indústria no Brasil: é muito boa, mas poderia seria melhor se não tivéssemos tanta buro-cracia e intervenção por parte do governo.

Incentivo do governo para a indústria catarinense: precisamos de infra-estrutura adequa-da − estradas, rodovias, portos, aeroportos − e tributação adequada.

Juros no Brasil: são altíssimos e dificultam os investimentos das empresas.

Frase ou mensagem: inovar diariamente, planejar sonhos que levem ao sucesso e perse-gui-los.

Alcantaro − Precisamos imple-mentar as reformas estruturais como a tributária e outras, como a política, a sindical e a trabalhista. Precisamos simplificar, desburocratizar, facilitar as atividades administrativas das em-

ar com o seu trabalho de defender os interesses da indústria, acompanhan-do, sugerindo e discutindo todas as questões importantes para o desen-volvimento do setor industrial. O Siste-ma FIESC, por meio de todas as suas entidades − que incluem também SE-NAI, SESI, IEL e CIESC − dá suporte aos empresários e aos trabalhadores do setor. Seguiremos investindo na promoção da qualidade de vida dos trabalhadores da indústria, na qua-lificação da força de trabalho e no estímulo à inovação, para que Santa Catarina possa ter uma indústria com-petitiva

Revista Sindipi − Hoje em dia, compensa o industrial investir no mer-cado externo? Quais os riscos e quais os países são mais receptivos aos produtos brasileiros?

Alcantaro − Nós produzimos ma-nufaturados de primeira linha, que são aceitos em qualquer parte do mundo, desde que tenhamos condições de sermos competitivos, com preço e logística. Por meio do associativismo devemos enfrentar as questões estru-turais que atrapalham a competitivida-

O Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí é um sindicato forte, organizado, com recursos (...) na minha opinião, tem que ser respeitado, porque ele pode gerar muitos frutos para todos os seus filiados.

Page 7: Revista Sindipi Nº 29

12 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 13

ESPECIAL

Itajaí e região são destaques na captura e processamento de pescado, considerado nacional-mente o maior porto pesqueiro. Outro título de destaque no mer-cado é a produção de pescado congelado. O Estado representa

80% da produção nacional. A comer-cialização no mercado interno ocorre desde meados da década de 60. A cada ano, os empresários investem em mão-de-obra qualificada, equi-pamentos de última geração, lançam novos produtos procurando ir ao en-contro com as inovações tecnológicas e sanitárias dentro das características geográficas nacionais (país continen-tal com clima tropical). Se por um lado este panorama representa a moderni-dade da produção interna, por outro, há obstáculos que impedem a contí-nua melhora. O principal gargalo é a vinda de produtos importados, que concorrem de maneira desleal com os produtos nacionais, além da falta de uma regulamentação específica do pescado congelado.

A inserção de pescado congelado importado em escala vultuosa, sem possibilidade do con-trole de qualidade, princi-palmente no tocante ao controle metrológico e do processo de glaciamento, gera produtos de baixa qualidade e com preço in-ferior, caracterizadores de concorrência desleal (em

face da possibilidade de fracionamen-to ao varejo; já que é realizado a pesa-gem no momento em que o consumi-dor adquire, através de bandejas, os órgãos públicos, como o INMETRO, ficam impedidos de fiscalizarem). Ou-tro obstáculo é que não há um regu-lamento que considere as peculiarida-des do pescado congelado no sentido de sua apresentação ao consumidor através da rotulagem (há somente um regulamento de cunho exclusivamente técnico metrológico – Portaria Inmetro no 005, de 12.01.2006), cerceando a possibilidade de serem apresentadas melhores informações ao consumidor nas embalagens e nos rótulos dos produtos; a realização de campanhas de conscientização dos consumido-res da importância do glaciamento no produto e do peso líquido drenado e campanhas de esclarecimentos ao consumidor das distinções dadas aos produtos nacionais em relação aos importados.

Importante salientar que outros produtos de origem ani-mal e ve-

getal industrializado e comercializado no país, já possuem legislação que possibilita a inserção de informações técnicas específicas na embalagem (rotulagem), gerando um preterimento em relação ao pescado congelado.

Portanto, o intuito do Sindipi é poder difundir no mercado nacional e, principalmente ao consumidor, os termos técnicos inerentes ao pesca-do congelado, principalmente nas embalagens e rótulos dos produtos, como “peso líquido”, “peso líquido drenado”, “modo de descongelamen-to”, “conservação doméstica”, “o que é glaciamento”, dentre outros, sendo possível, salvo melhor entendimento, através de norma interna do próprio INMETRO.

De acordo com o grupo de enge-nheiros da entidade, tal solicitação encontra respaldo na própria política e instrução do INMETRO, dentro do Programa de Análise de Produtos, em relação à rotulagem, conforme consta

do site oficial do órgão. Segundo o Ministério do De-

senvolvimento, Indústria e Co-mercio Exterior (figura1), há

crescimento, na média de 20% ao ano, da importação do pescado congelado

ao mercado nacional, atingindo, no ano de

2007, mais de duzen-tos mil de toneladas (200.989,96 tonela-

das).

Pescado importadoAs indústrias de pescado do Brasil buscam uma regulamentação do procedimento da rotulagem do pescado congelado, sugerem mudanças em pontos de venda e lutam por espaço no mercado que sofre concorrência desleal.

Pescado nacionalX50.000

100.000

150.000

200.000250.000

20062005 20070

Podemos projetar estes dados seguindo a tendência de crescimen-to dos últimos anos para um valor em 2011 de aproximadamente 400.000 toneladas/ano (figura 2).

Conforme o gráfico apresentado na figura 3, a venda de pescado conge-lado fracionado importado representa 87,70 % do mercado varejista.

De acordo com os três gráficos, nítido está que quase 90% do merca-do nacional é suprido pelo pescado congelado de origem importada. Além disso, o crescimento do volume dos produtos importados é permanente e se ampliará nos próximos anos.

De acordo com as constatações, o pescado importado é vendido a preço inferior ao produto congelado nacional em face de burlar as obrigações sani-tárias e de qualidade do produto ante uma lacuna na legislação de controle metrológico nacional.

Figura 1: Importações Brasileiras de PescadoTAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO: 20 % ano

Figura 2: Projeção das importações brasileiras de pescado a uma taxa de crescimento de 20% ao ano

DESEQUILÍBRIO DO MERCADO

IMPORTAÇÃO DE PESCADO

Figura 3: Vendas de pescado congelado nos principais supermercados do Brasil

A inserção de pescado congelado importado em escala vultuosa,

produtos de origem ani-mal e ve-

Segundo o Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Co-mercio Exterior (figura1), há

crescimento, na média de 20% ao ano, da importação do pescado congelado

ao mercado nacional, atingindo, no ano de

2007, mais de duzen-

PROJEÇÃO IMPORTAÇÕES DE PESCADO

TONELADA/ANO

100.000

200.000

300.000

400.000500.000

200620050

2007 2008 2009 2010 2011

TONELADA/ANO

87,70%

3,80%8,50% Importação à granel

fracionado no varejo

Nacional embaladopela indústria

Nacional à granelfracionado no varejo

VENDAS DE PESCADO CONJELADO NO VAREJO

Page 8: Revista Sindipi Nº 29

14 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 15

ESPECIAL

Em alguns estabelecimentos va-rejistas é comercializado o produto importado, sendo glaciado no local, acondicionado em bandejas na pre-sença do consumidor e rapidamente comercializado, sem que órgão de fiscalização INMETRO possa utilizar a metodologia atual de verificação de peso líquido. Por falta de informações nas embalagens a granel de peso lí-quido e peso líquido drenado, mos-trando o percentual de glaciamento do fabricante, fica inviável para o IN-METRO e consumidor comprovar efe-tivamente a origem e o peso drenado do produto.

A título de exemplo, para proteger o consumidor dos riscos da comer-cialização do produto fracionado em bandejas, o Estado do Rio Grande do Sul, criou um Decreto Estadual nº 23.430, de 24 de outubro de 1974, Art. 455, § 2º, que proíbe a abertura das embalagens ou o seu fracionamento para a venda e Art. 465, Parágrafo IV – somente podem comercializar pes-cado quando previamente embala-do e congelado em estabelecimento industrial de pescado licenciado e

com rotulagem indicativa de sua pro-cedência, mantido permanentemente em dispositivo congelador destinado unicamente para alimento dessa natu-reza e tipo.

Diante dessa situação, uma das alternativas da própria indústria nacio-nal, com nítido interesse para o consu-midor, é apresentar a diferença entre os produtos nacionais previamente embalados e os importados, sendo que a divulgação das informações nas embalagens e rótulos torna-se o meio mais rápido e seguro para tanto.

Em função dos números levanta-dos até aqui, constata-se uma con-corrência desleal dos produtos im-portados em relação aos produtos nacionais, visto que a maior parte é comercializada em bandejas que não possuem as informações necessárias tais como:

peso líquido e peso líquido drenado;modo de descongelamento;conservação doméstica;O que é o glaciamento.

Se estas informações estivessem disponibilizadas nas embalagens os próprios consumidores estariam es-clarecidos sobre o percentual de líqui-do de glaciamento dos produtos.

Causa e efeito dos prejuízos do setor de pescado congelado

O setor pesqueiro nacional empre-ga aproximadamente 200 mil trabalha-dores diretos (pescadores, manipula-dores de indústria, motoristas, dentre outros), para suprir somente 10% do mercado nacional, enquanto o pesca-do importado abastece remanescen-tes 90%.

Numa simples operação aritmé-tica, havendo a perda de apenas 1% do mercado consumidor brasileiro da indústria nacional para o produto im-portado, significará a extinção de 20 mil pontos de trabalho, além do fe-chamento de dezenas de indústrias.

Tal fato inserido à situação atual de que o crescimento do pescado im-portado está ocorrendo numa média anual de 20%, tem-se um quadro in-sustentável para o setor produtivo do pescado nacional.

Além dos efeitos diretos e imedia-tos à indústria nacional do pescado, que é imediato, têm-se os prejuízos para a sociedade (perda de pontos de trabalho; perda de arrecadação tribu-tária; desinformação ao consumidor; induzimento do consumidor ao equí-voco, dentre outros).

Assim, com o patamar atual da taxa do dólar norte-americano; com a importação crescente de pescado congelado de origem chinesa e do Mercosul; com a impossibilidade/falta de fiscalização do produto fracionado importado; com a impossibilidade do consumidor selecionar os produtos ofertados em face da falta de informa-ções, contrariando o próprio Código de Defesa do Consumidor, haverá a quebra do setor produtivo nacional.

QUAL A EXPLICAÇÃO DISSO?Sabe-se que há diversas ações

políticas, econômicas e sociais que podem estancar e/ou reduzir tal dese-quilíbro (incentivo tributário; estímulo à indústria nacional; campanha oficial de divulgação do produto nacional, entre outros), porém, os representan-tes das indústrias nacionais entendem que dentre as diversas medidas, duas são possíveis e terão êxito mais rápido e com encargos reduzidos, como:

A regulamentação do procedi-mento da rotulagem para o pescado congelado pré-embalado, agregando novas informações ao consumidor em face das peculiaridades do produto, a saber:

peso líquido e peso líquido drenado;modo de descongelamento;conservação doméstica;O que é o glaciamento.

De acordo com o Presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, esta iniciativa garante maior competitividade em re-lação aos produtos importados, forta-lece o mercado interno e agrega valor ao produto através do esclarecimento do consumidor, respeitando direito básico, nos termos do artigo 6º, inciso III, da Lei n. 8.078/1990 (a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especifica-ção correta de quantidade, caracterís-ticas, composição, qualidade e preço,

PROPOSTA DO SETOR PESQUEIRO bem como sobre os riscos que apre-sentem).

Outro ponto é instituir, através de norma administrativa do órgão corres-pondente, com abrangência nacional, com as restrições semelhantes à norma gaúcha constante do Decreto Estadual no 23.430 que proíbe o fracionamento de pescado congelado em pontos de venda, centros distribuidores, super-mercados e semelhantes, no intuito de proteger o consumidor no aspecto qualitativo e quantitativo do produto ex-posto à venda, ou seja, somente poder comercializar pescado quando previa-

mente embalado e congelado em es-tabelecimento industrial de pescado licenciado e com rotulagem indicativa de sua procedência, mantido perma-nentemente em dispositivo congelador destinado unicamente para alimento dessa natureza e tipo.

Outra iniciativa do Sindipi é investir em tecnologia e informações sobre a produção do pescado congelado de Santa Catarina. A proposta é a instalar um laboratório central para controle de glaciamento, atendendo a indústria local em um único espaço, com pro-fissionais especializados.

Parte do processo de beneficiamento do pescado.

Pesagem do produto no laboratório.

Page 9: Revista Sindipi Nº 29

16 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 17

O movimento chamado “Eu sou da Pesca” tem a proposta de resgatar nos vários segmentos que são comprome-

tidos com a atividade pesqueira, a auto-estima e valorização das pessoas que trabalham na pesca e para pesca, criando um sentimento de orgulho em Ser da Pesca.

A primeira fase da campanha foi a distribuição de adesivos com a frase Eu sou da Pesca para veículos e fro-ta de caminhões. Na segunda etapa trabalhadores das indústrias e pes-cadores receberão um pin de lapela com o símbolo do peixe. A proposta é demonstrar a grandeza da atividade, quantas pessoas fazem parte do setor e o orgulho de ser da pesca.

A ação “Eu sou da Pesca” foi mo-

Eu sou da pesca mobiliza setor pesqueiroA pesca em Itajaí é palco da primeira ação motivacional do setor em SC. O movimento tem a proposta de resgatar a valorização das pessoas que trabalham neste segmento.

tivada por diversos fatores, entre eles, a não existência de um movimento único que representasse todo o setor pesqueiro e pessoas envolvidas di-retas ou indiretamente com a pesca; o esquecimento nos últimos anos da pesca como uma das principais ativi-dades econômicas de Itajaí; a atual cri-se do setor que devido principalmente as questões climáticas prejudicaram a pescaria em 2008 e a falta de estímulo de quem trabalha no setor. Esta é uma ação institucional e motivacional de pertencimento.

Representantes de quatro Sindica-tos (Sindipi- Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região; Sitrapes-ca- Sindicato dos Trabalhadores da Pesca de Itajaí e Região; Sitipi-Sindi-cato dos trabalhadores nas Indústrias de Pesca de Itajaí e Sinconavin- Sindi-cato da Construção Naval de Itajaí e Navegantes) são os idealizadores da ação.

O Presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, acredita que a ação faz um res-

gate da atividade pesqueira e mos-tra para quem trabalha no setor que cada um é responsável por fornecer alimento nutritivo e pelo desenvolvi-mento do município. Na avaliação do empresário da pesca e coordenador do movimento, Francisco Carlos Ger-vásio, acreditar e defender que a ativi-dade pesqueira é importante para Ita-jaí, Santa Catarina, Brasil e o mundo, começa pelo dever de casa. “Assim, o termo “pensar globalmente e agir localmente” terá para nós outra deri-vação e muito mais importante que é “pensar localmente e agir localmente”. Nesta linha de raciocínio o Presidente do Sitrapesca, Jairo da Veiga acredita que o setor irá se fortalecer. “Só assim poderemos ganhar corpo e energia, ter orgulho e uma grande auto-estima para alçar vôos mais altos”, destaca.

Para o Presidente do Sinconavin, Paulo Dutra, esta ação permitirá unir forças para entender e participar das mudanças do setor. “Se a pesca vai bem, a construção naval também vai

bem”, compara. O Presidente do Si-tipi, Jotaci Leite, lembra que a pes-ca é a principal atividade econômica no município que gera emprego. O Secretário da Pesca, Antônio Carlos Momm, reforça que a mão-de-obra é o motor que move a pesca. “Pesso-as motivadas, que acreditam na pes-ca, investem em qualificação e fazem carreira, contribuindo na qualidade do nosso peixe”, ressalta.

O ato também tem o apoio da ACIN (Associação Comercial e Industrial de Navegantes) e CrediFoz (Cooperativa de Crédito da Foz do Rio Itajaí-Açu), Sepesca(Secretaria da Pesca de Itajaí) . Como participantes do movimento: os armadores de pesca, os pescado-res profissionais, os comerciantes que atendem a necessidade do setor, os transportadores, os manipuladores de pescado, os trabalhadores de estalei-ros navais, os pescadores artesanais e suas famílias, os industriais da pes-ca, ou seja, todos os envolvidos pela pesca e suas atividades.

Em meados dos anos cinqüenta se inicia a pesca industrial em Itajaí. Um fator decisivo para o desenvolvimento da pesca na cidade foi o conhe-cimento trazido pelos açorianos na construção das embarcações e o surgi-mento de empresas que passaram a industrializar o pescado. Hoje Itajaí é considerado o maior pólo pesqueiro do Brasil. A pesca representa uma das expressões mais autênticas da cidade, e é responsável por um grupo de atividade estrategicamente comprometida com a segurança alimentar do país, que é o peixe, rico em nutrientes.

O município também é destaque no complexo de captura, recepção e processamento de pescado. Assim como em toda atividade humana, a pesca nos seus vários aspectos possui características sui generis que só a ela cabe descrever, observar e sentir. Descrever como se pesca e cap-tura atuns, corvinas, tainha, polvos, sardinhas, cações, camarões e outras espécies, por si só já é uma grande aventura no mundo do conhecimento. Observar os serviços e os produtos que envolvem e comprometem a ativi-dade pesqueira é uma verdadeira viagem na história, desde a fabricação das embarcações, a utilização dos apetrechos, o conhecimento do mar, do

SAIBA MAIS SOBRE A PESCA:

ENTIDADE

soudaEu pescasaber e conhecer de máquinas e motores, das técnicas de processamento e conservação, das formas de seleção do pescado, os transportes, merca-do distribuidor e consumidor, o dia-a-dia de pescadores embarcados mostra uma atividade milenar exercida pelo homem contemporâneo como sendo algo a ser aprendido, estudado e acima de tudo, admirado.

Page 10: Revista Sindipi Nº 29

18 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 19

ENTIDADE

Os armadores que integram o quadro associativo do Sindipi também participaram de uma reunião, em junho, com o presidente do Conepe Fernando Ferrei-ra, na sede da entidade. Na ocasião, os armadores entregaram um documento pedindo o apoio do Cone-pe conforme as necessidades de cada câmara.

Superintendente Regional do Trabalho e Emprego de SC visita o Sindipi

Em junho, Luiz Miguel Vaz Viegas, superintenden-te regional do trabalho e emprego do Estado de Santa Catarina e comitiva, foram recebidos por Dario Vitali, presidente do Sindipi, para conhecer a nova sede do sindicato.

Reunião com o ConepeEmpresários e engenheiros das indústrias de pes-

ca de Santa Catarina estiveram reunidos na primeira semana de junho na sede do Sindipi, com o presiden-te do Conselho Nacional da Pesca e Aqüicultura (Co-nepe), Fernando Ferreira. Na pauta da reunião foram abordados assuntos como: as tendências mundiais e importação de pescado, audiência com o Ministro da Pesca Altemir Gregolin.

Coordenadores das Câmaras Setoriais do camarão rosa, sete barbas e peixes diversos estiveram reunidos na sede da entidade com Ivo da Silva, presidente da Federação dos Pescadores Arte-sanais de SC (Fepesc). Na reunião os coordenadores das câma-ras fizeram uma proposta de defeso unificado para as espécies camarão rosa, sete barbas e peixes diversos.

Segundo o presidente da Fepesc, o período solicitado para o defeso é de março, abril e maio. A proposta encaminhada para Brasília foi estudada com a categoria e compreende todas as mo-dalidades de arrasto. Ivo da Silva destacou a importância da unifi-cação para a categoria e também para a fiscalização, que encon-tra dificuldades em atuar por causa dos defesos diferenciados.

Proposta de defeso unificado

Sindipi e Secretaria da Fazenda unidas no monitoramento decombustíveis

A Secretaria de Estado da Fazenda, representada por seu diretor-geral, Nestor Raupp, recebeu a doação de notebook com software instalado que deverá fazer o mo-nitoramento e controle de consumo de combustível das embarcações pesqueiras filiadas no Sindipi, Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região. O equipamento será destinado ao Grupo de Especialistas Setoriais de combus-tíveis e lubrificantes, na cidade de Joinville, onde deverá acompanhar o programa “controle do diesel marítimo com subvenção econômica”.

O software, criado pela empresa Nuntec, destina-se a operacionalização e controle do sistema automatizado de gestão do programa, com monitoramento online. Para o presidente do Sindipi, Dario Vitali, este benefício está blin-dado para qualquer forma de manipulação ou adulteração das informações sobre o controle. Em síntese, quando um barco precisa abastecer com óleo diesel, o combustível só será liberado quando a embarcação for identificada pelo sistema, no momento do abastecimento. Caso contrário, o

combustível não será liberado.Para o diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Nes-

tor Raupp, esta ação será mais uma grande colabora-ção do setor pesqueiro no controle do abastecimento. “Uma parceria que será muito valorizada no desenvol-vimento das atividades do Grupo de Especialistas Se-toriais em combustíveis e lubrificantes. Isto mostra o estreitamento das relações entre governo e entidades representativas, aliando confiança à segurança”, disse.

Batalha NavalA Capitania dos Portos de Itajaí promo-

veu uma comemoração à Batalha Naval do Riachuelo. O presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, marcou presença para prestigiar o evento.

Em junho de 1865, a batalha marcou a vi-tória da marinha brasileira sobre a esquadra paraguaia durante a Guerra da Tríplice Aliança e teve como um de seus ícones o marinheiro Marcílio Dias. Com a batalha, o Brasil, Argen-tina, Uruguai e aliados da Tríplice Aliança pas-saram a controlar os rios da bacia platina até a fronteira com o Paraguai.

Da esquerda para a direita o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, capitão Edílson Vieira Salles, o coordenador do EPM-DelItajaí, capitão-de-corveta (RM1) Francisco Nicolau Izzo, Wilimar Keller, da empresa de Navegação Santa Catarina, Dario Luiz Vitali, presidente do Sindipi e o 1º Tenente Kascharowski, encarregado da Divisão de Segurança do Tráfego Aquaviário da DelItajaí.

O Sindipi em parceria com o Conselho Nacional de Pesca e Aqüicultura – CONEPE, realizou no dia 25/06, na sede do Sindicato, uma reunião sobre novas sugestões e propostas de alteração para o Profrota.

Marcelo Burguez Pires, coordenador geral de crédito, veio de Brasília para falar aos associados do Sindicato sobre o programa. Neste dia, os filiados ao Sindipi deba-teram sobre os custos da modernização por frota, quais embarcações pretendiam modernizar, entre outras me-lhorias para o programa.

Reunião com o coordenador geral de crédito do Profrota

Na foto um grupo de armadores se preparando para o encontro da Câmara Setorial do Camarão Sete Barbas. Sob a coordena-ção de Nicácio Hermoge-nes Aparício, os armadores debateram as propostas de modificações para o Profrota.

18 Revista SINDIPI

Marcello S

okal

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Revista SINDIPI 19

Page 11: Revista Sindipi Nº 29

20 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 21

Em reunião realizada no Sindipi, o banco Bradesco demonstrou interesse em atender os associados do Sindicato, através da aplicação do Crédito Rural nos financiamentos de custeio da atividade pesqueira.

Crédito pesqueiro

O Presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, a gerente de contas, Isolete Schmit Oliveira, o gerente geral da agência, Marcelo Lima de Bem, consultor da Credipesca, Claudionor Gonçalves e o coordenador da Câmara Setorial do camarão rosa, Joa-quim Felipe Anacleto.

Para confraternização e divulgação de um dos peixes mais tradicionais de SC, no dia 21 de junho a Secretaria da Pesca de Itajaí organizou a tradicional Festa da Tainha, sua 4ª edição. O Sindipi apoiou o evento e esteve presente entre as 32 barracas que apresentaram ao público os mais diversos pratos a base de tainha. De acordo com a Secretaria da pesca, foram consumidas cerca de nove toneladas. Comparado ao ano passado, o número de barracas e o consumo de peixe cresceram significativamente.

Festa da TainhaPara confraternização e divulgação de um dos peixes mais tradicionais de SC, no

dia 21 de junho a Secretaria da Pesca de Itajaí organizou a tradicional Festa da Tainha, sua 4ª edição. O Sindipi apoiou o evento e esteve presente entre as 32 barracas que apresentaram ao público os mais diversos pratos a base de tainha. De acordo com a Secretaria da pesca, foram consumidas cerca de nove toneladas. Comparado ao ano passado, o número de barracas e o consumo de peixe cresceram significativamente.

O deputado federal Valdir Collato (PMDB-SC) esteve reunido na sede do Sindipi, com a direção da entidade. Na conversa foram colocadas as propostas de ação para as indústrias de pesca e para os armadores, além das princi-pais políticas de desenvolvimento do setor pesqueiro.

Deputado Valdir Collato no Sindipi

Finalidade: Crédito destinado para custeio da pesca.Taxa: 2,05 % ao mêsPrazo de Pagamento: 12 (doze vezes) prestações mensais fixas sem carência.Considerações: Crédito direto ao fornecedor, pro-porcionando ao armador melhor negociação de seus custos e maior prazo para pagamento. Para utilizar o armador deve procurar a Credifoz e se cooperar podendo assim usufruir de todas as vanta-gens oferecidas pela cooperativa: Linhas de crédito com condições e prazos especiais, acesso as melho-res modalidades de aplicação, na Credifoz suas apli-cações podem render até 102% do CDI.Conta Corren-te sem manutenção e com tarifas reduzidas. Cheque

No dia 2 de julho comemo-ramos na sede do Sindicato o aniversário de Giovani Ge-názio Monteiro, vice-presidente do Sindipi.

Aniversários

Em junho aconteceu a Assembléia Geral Ordinária do Sindipi. Na reunião foi apresenta-da e aprovada pelos associados a prestação de contas de 2007. Logo após, o presidente do Sindipi, Dario Luiz Vitali, colocou os assun-tos como CCT 2008 Sitrapesca e a subvenção do óleo diesel marítimo na pauta da assem-bléia.

Assembléia geral ordinária

Reunião mensal do SindipiPara manter o sindicato democrático e organizado,

o Sindipi realiza mensalmente uma reunião para discu-tir diversos temas de interesse dos seus associados e de todo setor pesqueiro.

INFORME CREDIFOZCrédito Promocional Pesca

especial com taxa de 5,2% a.m.Seguros *automóvel, *re-sidência. *vida,*empresarial.Além de todos esses benefícios, você ainda participa da distribuição das sobras que é proporcional a sua movi-mentação financeira.Ou seja, quanto mais você trabalha com a cooperativa, maior seu retorno.Seja sócio dessa idéia e desfrute de todos esses benefícios. Credifoz. O cooperativismo ao seu alcance.

Fone: (47)-3349-9085

Pesca de cercoA Câmara Setorial do cerco do Sindipi realizou um en-

contro com os armadores no último dia 18 de julho para debater sobre a IN nº171, de 9 de maio de 2008 que define normas para captura da tainha. A captura de cor-vina e os permissionamentos da frota de cerco também foram discutidos no encontro. Também participaram da reunião o diretor do Cepsul, Luiz Fernando Rodrigues e a oceanógrafa Daniela Occhialini, que falou da importân-cia do apoio dos armadores no Projeto Isca-viva.

Os colaboradores do Sindipi fizeram uma homenagem ao presidente da entida-de, Dario Luiz Vitali, na passagem do seu aniversário no dia 22 de julho, na sede do Sindipi. Familiares e associados também prestigiaram o aniver-sariante. Parabéns!

Divulgação

Div

ulga

ção

Divulgação

Divulgação

Mar

cello

Sok

al

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Revista SINDIPI 21

ENTIDADE

20 Revista SINDIPI

Page 12: Revista Sindipi Nº 29

22 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 23

A evolução da piscicultura brasileira é um fato e a pos-sibilidade de crescimento é constatada pelo grande nú-mero de novos núcleos que

vêm surgindo em todo o país. Criar o peixe não é mais problema, embora existam alguns gargalos de ordem genética, de manejo e alimentação, mas que pela alta competência dos pesquisadores e o bom investimento governamental em pesquisas devem ser sanados em curto prazo. Recen-tes alterações no mercado e a concor-rência de outros países que também

o escoamento desta produção com qualidade, os gargalos já existentes levarão a um estrangulamento da ati-vidade, por competição com preços de outras carnes ou de pescado im-portado.

A qualidade e aproveitamento in-tegral do pescado para obtenção de produtos e subprodutos estão sen-do estudadas para as espécies ti-lápia, camarão, pintado e tambaqui como um dos projetos componentes do AquaBrasil, da Embrapa, onde a Esalq-USP atua como entidade par-ceira-colaboradora. É possível tam-bém atender a outras espécies, me-diante necessidade e/ou solicitação dos piscicultores. Serão realizados pacotes tecnológicos, mediante ava-liações feitas aos locais de produção: análise sensorial para detecção de off flavour do pescado, recomendações para depuração e acompanhamento no local da produção. Dentre as eta-pas do Projeto: instruções e normas para instalação de unidade de degus-tação treinada; análise de presença de algas e outros componentes; téc-nicas de imobilização pós-despesca, uso e higienização do gelo, abate;

Comércio e industrialização do pescado cultivado

PESQUISA

O Projeto desenvolvido por pesquisadores tem como proposta assegurar a sustentabilidade da atividade de cultivo de pescado de água doce e buscar ações para serem criados novos produtos que agreguem valor.

produzem a tilápia estão direcionando a produção para o mercado interno.

Neste sentido, o Projeto Susten-tabilidade do Sistema de Comerciali-zação e Industrialização do Pescado Cultivado surgiu a partir de discussões ocorridas em diversos encontros de pesquisa e em contatos com fazen-das de cultivo de água doce. O que se pode constatar é que serão neces-sárias ações para ajustar as etapas de produção com foco na qualidade do produto a ser obtido, tanto para o mer-cado interno como o externo. O obje-tivo é assegurar a sustentabilidade da

atividade de cultivo de pescado de água doce, visando a qualidade do produto comercial e buscando novas ações a serem sugeridas para elabo-ração de novos produtos que agre-guem valor.

Ações nas etapas de monitoramen-to da qualidade da água, da despesca, abate, tipos de corte, destino definido de aproveitamento de resíduos, mane-jo refrigerado, embalagens, rotulagem, conservação sob refrigeração e/ou congelamento já podem ser trabalha-das de imediato junto aos produtores, através do repasse da tecnologia ge-

rada na univer-sidade. As no-vas ações são as referentes ao consumidor, neste caso é necessário sa-ber quais as formas de apre-sentação do produto, o grau de conveniên-cia, os regiona-

lismos e as várias novas possibilidades visando a gastronomia, como forma de aumentar o consumo brasileiro da tilápia e de peixes nativos.

A produção qualificada permitirá a diversificação da produtos no merca-do interno atendendo a vários nichos. Se as atividades da produção pri-mária continuarem como estão, sem qualquer ação, e nada for feito para

O grupo Tesco, um dos maiores distribuidores de pescado da Ingla-terra estabeleceu que a partir de 2012 não comprará mais um quilo-grama de pescado sem o selo de sustentabilidade MSC (http://www.msc.org). O mesmo procedimento seguem as maiores processadoras de pescado, não comprando mais pescado sobre-explorado. O selo pode ser implantado sobre uma es-pecífica ou área específicas. Assim, em breve, a sustentabilidade da pes-ca deixará de ser uma questão de di-ferenciação, tornando-se uma ques-tão de sobrevivência no mercado.

O peso dado ao impacto ambien-tal na fabricação de produtos alimen-tícios pode ser medido pela deter-minação feita por algumas grandes empresas mundiais produtoras de alimentos e bebidas, no sentido de medir o carbono emitido na fa-bricação dos seus produtos, desde o estágio de matérias-primas e in-gredientes utilizados, embalagem e descarte-reciclagem, e apresentar os dados no rótulo.

A inovação tecnológica foi discu-tida pelo Departamento de Competi-tividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ( FIESP) e, conforme os dados levantados a falta de estrutura interna para pesquisa e desenvolvimento foi apontada como obstáculo à inova-ção. Dentre os produtos inovadores apresentados pelas grandes empre-sas processadoras de pescado, na SEAFOOD EXPO 2007, estão os da empresa Camamor que apresentou o camarão porcionado, tipo IQF e com a garantia de origem; a Potiporã com embalagem de 300g, com zí-per; a Qualimar com as embalagens ATM e Skim Pack; a Netuno lançando camarão empanado e novas formas de embalagem e o estilo de vendas em novos centros de distribuição e a Cooperativa Unipesca focadas nos eixos estruturantes de responsabili-dade ambiental, social e econômico lançando embalagem própria para microondas para o mercado interno.

procedimentos para comercialização do pescado na forma refrigerada em gelo; procedimentos para beneficia-mento do pescado na forma de refri-gerado em diferentes cortes, postas, filés, inteiros, eviscerados e sem ca-beça; uso do resíduo para elabora-ção de silagem. Treinamento, cursos, handbooks, estabelecimento de equi-pamentos e custos, layout, rotulagem nutricional; procedimentos para be-neficiamento do pescado na forma de congelado em diferentes cortes, postas, filés, inteiros eviscerados e sem cabeça; uso do resíduo para ela-boração de silagem; treinamento, cur-sos, handbooks, procedimentos para elaboração de produtos do pescado a partir do minced – minced lavado- surimi, kamaboko, nuggets, empana-dos. Uso do resíduo para elaboração de silagem; procedimentos para ela-boração de produtos do pescado a partir de subproduto, do minced lava-do como carne reconstituída para fast food e sanduíches. Faz parte do paco-te tecnológico, o desenvolvimento de pratos gastronômicos para a tilápia e o pintado a serem comercializados como produto congelado.

SAIBA MAIS

TítuloSustentabilidade do sistema de comercialização e industrialização do pescado cultivado – intervenções emergentes para remediação e ações conseqüentes para agregar valor, com foco na tilápia (com possibilidade de expansão a espé-cies nativas)

Projeto em andamento - CNPq: Edital Universal-2007-2009 na Universidade de São Paulo. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição. Piracicaba, SP.

EquipeDra. Marília Oetterer (Coordenadora), Dra Carmen Castillo Contreras e Dr. Ernani Porto, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ-USP. Dr. José Eurico Possebon Cyrino, do Departamento de Zootecnia da ESALQ-USP. Dra. Maria do Carmo Bittencourt- Oliveira, do Departamento de Ciências Bioló-gicas da ESALQ-USP. Doutorandas: Juliana Antunes Galvão, Lia Ferraz de Arruda Mestranda: Luciana Kimie da Silva.

PROJETO

Divulgação

Page 13: Revista Sindipi Nº 29

24 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 25

Os Processos Oxidativos Avançados referem-se a um conjunto de proce-dimentos de tratamen-tos químicos projeta-

dos para remover materiais orgânicos e inorgânicos em águas residuais pela oxidação. Os contaminantes são oxi-dados através de diferentes reagen-tes: o ozônio (O3), a água oxigenada (peróxido de hidrogênio - H2O2), o oxigênio (O2), dióxido de titânio (TiO2)

Processos Oxidativos Avançados Um projeto inédito no Brasil: aplicação de ozônio na aquacultura, processamento do pescado e no tratamento de água de lastro.

Alex Augusto GonçalvesOceanólogo, Mestre em Eng. Alimentos, Doutor em Engenharia de Produção Faculty of Engineering, Dalhousie University - [email protected]

em diferentes dosagens, seqüências, e combinações. Também podem ser utilizados em combinação com a luz UV, garantindo maior eficácia no pro-cesso.

Nesse contexto, conhecendo a problemática do setor pesqueiro, no que se refere a uma padronização e garantia de higienização de equipa-mentos, superfícies de contato com o pescado, e propriamente o pesca-do, além de aprimorar seu conheci-

mento, o Dr. Alex Augusto Gonçalves (Coordenador do GI-Pescado) resol-veu escrever um projeto, inédito no Brasil. Este foi submetido pelo gover-no brasileiro (total de 43 projetos) ao governo canadense, e apenas dois projetos foram aprovados, sendo que dentre eles, estava o projeto intitulado “Ozone Applications in Aquaculture, Seafood Processing and Ballast Water Treatment” (Aplicação de ozônio na aquacultura, processamento do pes-

cado e no tratamento de água de lastro), de sua autoria.

Atualmente, o Dr. Alex Augus-to Gonçalves encontra-se fazendo seu pós-doutorado na Dalhousie University (Halifax, Nova Scotia, Ca-nadá) onde desenvolve um projeto multidisciplinar com os seguintes departamentos: Center of Water Re-sources Studies (Department of Civil Engineering), Canadian Institute of Fisheries Technology (Department of Food Science and Technology) e Department of Oceanography.

O projeto envolve a aplicação de substâncias oxidantes (ozônio, UV, H2O2, TiO2, sozinho ou em combi-nações O3/UV, O3/TIO2, UV/TiO2) na aquacultura (sistemas de recir-culação de água em tanques de cultivo, na larvicultura, no transporte

do peixe vivo, e na depuração de pei-xes e moluscos), no processamento do pescado e no tratamento de água de lastro de navios (um grande pro-blema no Canadá e no mundo inteiro, incluindo o Brasil, conforme matéria publicada por ele na edição n° 25).

Resultados preliminares serão apresentados na Reunião Regional da Rede Pan-Americana de Inspeção, Controle de Qualidade, e Tecnologia de Produtos Pesqueiros (FAO/INFO-PESCA), em Guayaquil, Equador, nos dias 13 a 17 de outubro de 2008. Com certeza ele tem um grande interesse em aplicar essa tecnologia no Brasil, pois as três linhas de pesquisa estão em expansão e necessitam de inova-ção, mas também tem o interesse em permanecer no Canadá, caso seja de interesse ao governo canadense.

PESQUISA

Page 14: Revista Sindipi Nº 29

26 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 27

XN

os dias 10 e 11 de ju-lho deste ano aconte-ceu a II reunião técnica do Grupo Técnico de Trabalho da pesca de

Emalhe – GTT Emalhe na Universi-dade Federal Rural da Amazônia, em Belém. Na pauta, diversas palestras: apresentação de recomendações para a conservação das tartarugas marinhas; aves marinhas; elasmo-brânquios; mamíferos aquáticos; da sustentabilidade da atividade pes-queira; a minimização das capturas incidentais e recomendações para a gestão da atividade pesqueira.

Representando o Sindipi participa-ram do encontro, o vice-presidente, Giovani G. Monteiro, os armadores Manoel Francisco Cordeiro Neto, José Fonseca, José Carlos da Silva, Manoel Silvestre Marques, Celino J. dos San-tos Filho e representando o Conepe (Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca), o oceanógrafo, Fernando Au-gusto Galheigo.

Ressalta-se que, as propostas consolidadas pelo Grupo de Tartaru-gas, Aves, Tubarões e Mamíferos não atendem as necessidades do setor, sugerindo grande redução no com-primento das redes e criação de inú-

meras áreas de exclusão da pesca de emalhe em todo o litoral brasileiro.

O Conepe através da assessoria do oceanógrafo Fernando Galheigo está levantando diversas informações sobre a Frota Permissionada e a Frota em Operação na modalidade de ema-lhe nas diferentes regiões do Brasil. A proposta é subsidiar as contra-argu-mentações do setor para a adequação das medidas de conservação, além de mostrar as necessidades operacionais das embarcações, as características geográficas locais, a segurança das operações embarcadas e a eficiência econômica das pescarias.

O setor ainda vai discutir nos pró-ximos encontros a revisão da Portaria 121-98 e a reformulação da IN Ibama nº 166/2007, em conformidade com a realidade das embarcações e com a capacidade de assimilação das me-didas propostas sem inviabilizar seu retorno econômico.

Outro benefício da participação do setor nestes Grupos Técnicos é de demonstrar para os órgãos de Gover-no e Entidades de Conservação da Biodiversidade, o comprometimento real do setor com a sua sustentabi-lidade, através do esclarecimento de suas atividades, demonstrando as re-ais dificuldades e principalmente, es-clarecendo tecnicamente o modo de operação, dimensões, área de opera-ção e o meio ambiente de operação das redes de emalhe. No final serão encaminhadas adaptações às pro-postas apresentadas pelos técnicos das entidades de conservação da fauna impactada pela atividade das redes de emalhe.

Na avaliação do vice-presiden-te do Sindipi, Giovani G. Monteiro, a presença do Coordenador de Au-torização e Uso e Gestão de Fauna e Conservação dos Recursos Pes-queiros do IBAMA/Brasília, José Dias Neto, nas reuniões de Itajaí (SC) e Belém(PA) foi essencial para os deba-tes. “Além de promover uma reunião técnica de ordenamento de pesca de emalhe no litoral brasileiro, foi aber-to um diálogo entre o setor produti-

vo e o Governo. Segundo Giovani, nos encontros, o coordenador José Dias assumiu compromissos com o setor produtivo, dizendo que a proposta para o emalhe representa a primeira fase do processo de dis-cussões e que haverá espaço para outras argumentações, antes que alguma medida definitiva seja ado-tada. Ele ainda falou que nenhuma das propostas apresentadas esta-vam fechadas e que seriam disponi-bilizadas para discussão dentro dos grupos de interesse, para apresen-tação de contribuições e só então, as normas seriam definidas.

Agende-se: de acordo com a programação, ficou definido que a reunião para estruturação dos três cenários básicos para avaliação das propostas, ocorrerá em Bra-sília entre os dias 5 e 6 /08 e que a disponibilização do relatório com as diretrizes deverá estar pronto até o dia 12/08. Nos dias 19 e 20 de agosto serão realizadas as reu-niões regionais. Na coordenação da região Sudeste-Sul, Ana Maria Ro-drigues do CEPSUL-ICMbio. Após estes encontros regionais, os três coordenadores terão uma reunião com Clemesson e um representan-te da SEAP nos dias 26 e 27/08. Os relatórios regionais serão disponibi-lizados até 03/09. A 3ª reunião do GTT ficou agendada para os dias 10, 11 e 12/09, em local ainda não escolhido.

Tartarugas, aves, tubarões e mamíferos

EMALHE

pescaIniciou um grande debate por espaço nos mares. De um lado, o setor pesqueiro quer colaborar com ações sustentáveis, mas viáveis à pesca e do outro lado representantes de Cen-tros de Pesquisa e de Projetos de Conservação.

Os armadores Manoel Silvestre Marques, José Carlos da Silva, Giovani G. Monteiro, Manoel Francisco Cordeiro Neto, o oceanógrafo Fernando Augusto Galheigo e os armadores José Fonseca e Celino J. dos Santos.

II Reunião Técnica do Grupo Técnico de Trabalho da Pesca de Emalhe – GTT em Belém

FIQUE POR DENTRO DO QUE SERÁ DEBATIDO NOS PRÓXIMOS DIAS:

Seguem abaixo algumas recomendações e propostas consolida-das do setor pesqueiro e do subgrupo “mamíferos aquáticos, tar-tarugas-marinhas e elasmobrânquios” de ações mitigadoras para a redução da captura incidental em redes de emalhar, considerando as modalidades de Pesca de Emalhe Industrial. Lembrando que a Constituição da República Federativa do Brasil – 1988, garante no § 1º do Art. 187, a participação efetiva do setor de produção pesqueira no planejamento e políticas públicas desta atividade primária.

Divulgação

Page 15: Revista Sindipi Nº 29

28 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 29

TÓPICOS DIVERGENTES:Proibição da Pescaria de Emalhe de Superfície Oceânico em 3 anos, ou seja, os barcos que operam hoje teriam que mudar de modalidade de pesca.

Opinião do setor Não há uma constatação em números que justifica a parada desta modalidade e nem tão pouco uma alternativa para os armadores que hoje operam na frota de emalhe de superfície, causando assim, um transtorno econômico e social (geração de empregos). As alternativas neste caso supõem-se que são poucas, uma é fazer a mudança para outra mo-dalidade de pesca ou isenção de impostos para dar sustentação a esta mudança ou o pagamento de uma indenização como ocorreu com a pesca da lagosta.

Redução progressiva do petrecho de pesca.

Opinião do setorEsta ação inviabiliza a pesca de emalhe em todo Brasil. A sugestão do setor é apresentar uma alternativa de tamanho coerente com a realidade para a sustentabilidade da pesca. A medida sugerida baseia-se no Relatório Técnico de Emalhe Brasileiro (IBAMA/CEPSUL 2006), onde nas páginas 13 e 14, segundo Sandro Klippel (IBAMA/RS) os barcos de emalhe chegaram a usar 30.000 metros de rede e conforme citado nas páginas 15 e 16, Fernando Niemeyer Fiedler (Tamar/IBAMA) e Jorge Eduardo Kotas (Cepsul/IBAMA) relatam que os barcos usam 25.928 metros de rede. De acordo com o coordenador da Câmara de Emalhe do Sindipi, a única solução é a redução hoje de mais de 20% do petrecho de pesca estabelecendo um limite máximo de 20.000 metros de comprimento a partir do ano de 2009. Vale ressaltar a Portaria conjunta nº 23 - Ibama-Seap, os barcos podem usar até mil redes, o que representa cerca de 50.000 metros de comprimento. Além da proposta do setor, hoje a pesca está investindo em pesquisas, como por exemplo, o acordo de cooperação Sindipi e Univali. No mês de julho deste ano, saíram dois barcos de emalhe de fundo com observadores técnicos para a constatação da captura ou não de tartarugas e cetáceos, além de comprovar a importância do tamanho da rede de emalhe para a sustentabilidade da pesca. Ainda há outra parceria entre Sindipi e Cepsul (ICMBio), onde um observador técnico efetuou um embarque em outra embarcação.

EMALHE

Artesanal: Boca aberta, com a possibilidade de guincho.Industrial: Cabinada e com porão, independente do tamanho.Emalhe de Superfície: Malhão e Costeiro (anchova e tainha)Necessidade urgente de um recadastramento da frota:Levantamento das embarcações; Não permissionar novas embarcações;Novo Modelo de Permissionamento, estabelecendo nomenclatura padronizada das permissões e efetivo controle do esforço de pesca

PETRECHO DE PESCARevisão da IN nº121, separando emalhe de superfície e fundo.Revisão da IN nº 166/07.Boca Aberta – limitação de 2.500m.Regulamentação regionalizada, adotando conceitos

PETRECHOS E DEFESO - PROPOSTA DO SETOR CARACTERIZAÇÃO DA FROTA

locais históricos e culturais (ref: Reunião técnica emalhe 2006)Altura da rede: máximo de 4 metros (esticada) para emalhe de fundo.Superfície 20 metros no máximoNecessidade de avaliar a eficiência, os benefícios reais das medidas, e as alterações no estoque do recurso e no retorno econômico para o setor, com a adoção das medidas propostas, a médio e longo prazo.

ÁREAS E ÉPOCAS DE DEFESOProposta do Distanciamento de 2 milhas náuticas da linha de base. Sudeste SulDefeso do Emalhe de superfície – outubro a dezembroÉpoca de Defeso Fundo – fevereiro e março

MEDIDA MITIGADORANão perfiamento dos panos;Trabalhando com redes em parcelas de 2.500 me-tros, com intervalo de 15 metros entre parcelas e cada 5000 metros, intervalo maior de 50 metros.

TÓPICOS EM COMUM:

Limitar, nas águas sob jurisdição nacional, a utilização e ou o transporte de redes de emalhar de superfície cujo com-primento total não seja superior a 2.500 metros, e altura máxima não ultrapasse 20 metros;

Somente será permitido o transporte a bordo ou o desembarque de barbatanas em proporção equivalente ao peso das carcaças retidas ou desembarcadas. Ao final da cada viagem de pesca, todas as barbatanas retidas a bordo deverão ser desembarcadas, não sendo permitida a manutenção a bordo de barbatanas oriundas de uma viagem anterior. Os barcos operantes no emalhe de superfície deverão trazer as nadadeiras ou barbatanas dos cações ade-ridas ao corpo.

Proibir na mesma viagem, o uso e o transporte simultâneo de redes de emalhar, de superfície e fundo. Também fica obrigatório o recolhimento diário e ao final de cada viagem todos os petrechos de pesca deverão ser trazidos a bordo.

As embarcações permissionadas para a pesca de emalhar não poderão levar panos reservas durante as viagens de pesca, e os panos danificados sem possibilidade de conserto deverão ser trazidos para terra sendo proibido seu descarte no mar.

Fica definido um período de defeso anual de 90 (noventa) dias para toda a frota de emalhar de superfície (artesanal e industrial) das regiões Sudeste/Sul, compreendido entre os meses de outubro a dezembro, afim de garantir reno-vações dos principais estoques explotados pela atividade. Lembrando que este tópico é uma reivindicação há dois anos do setor pesqueiro que encaminhou ofícios através do Sindipi solicitando este defeso e que agora também é de comum acordo entre os armadores que representam a intersindical sul-sudeste.

Fica definido um período de defeso anual de 60 (sessenta) dias para toda a frota de emalhar de fundo (artesanal e industrial) das regiões Sudeste/Sul, compreendido entre os meses de fevereiro a março, afim de garantir renovações dos principais estoques explotados pela atividade. Um defeso que também foi solicitado anteriormente pelo setor pesqueiro.

Todas as embarcações permissionadas para a pesca de emalhar (artesanal e industrial) maiores de 12 metros são obrigadas a usar o Preps (Política Nacional de rastreamento de Embarcações Pesqueiras).

Proibição de novas permissões para a modalidade de Rede de Emalhar de superfície e fundo.

Page 16: Revista Sindipi Nº 29

30 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 31

Os usuários de transportes aquaviários no Brasil, em especial das travessias litorâneas, ganharam mais um motivo para

exigir qualidade dos prestadores de serviços. O fast ferry “Ivete Sangalo” será empregado na travessia Salva-dor – Itaparica, operada pela própria TWB S.A Construção Naval, Serviços e Transportes Marítimos, a partir de julho e mudará o padrão de serviço mais com a chegada da nova embar-

cação”, garantiu. O empresário já vem trabalhando na construção de uma segunda embarcação, do mesmo mo-delo, revolucionando completamente o transporte de passageiros e veículos nas travessias brasileiras.

O investimento no Fast Ferry baia-no é de mais de R$ 60 milhões e con-ta com o apoio do Fundo da Marinha Mercante e do Banco do Nordeste. O ferry Ivete Sangalo tem capacidade para transportar até 600 pessoas e 77 automóveis por viagem. A tecnologia dual fuel da embarcação foi desenvol-vida em parceria entre a TWB, a Com-panhia de Gás da Bahia (Bahiagás) e a Petrobrás, com investimento de R$ 2 milhões. O novo sistema é resultante de uma ampla pesquisa sobre a subs-tituição do óleo diesel pelo gás natural, do diretor do Instituto de Energia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e pós-doutorado pela Universidade de Purdue, Indiana (EUA), Sergio Leal Braga. Trata-se de uma inovação em termos de utilização para embarcações no Brasil, abrindo perspectivas animadoras, tanto em termos de mudanças em nossa ma-triz energética quanto no aspecto de redução de emissões. Espera-se uma

Nova embarcação revoluciona travessias marítimas no BrasilA TWB iniciou em Navegantes, SC, os testes de mar e o treina-mento da tripulação do primeiro ferry boat construindo 100% em alumínio naval e com tecnologia dual fuel (gás natural e óleo diesel) do país.

oferecido até então no Brasil, acres-centando ainda a alta tecnologia e a preocupação com o meio ambiente.

Com projeto australiano, assinado pela SeaTransport Solutions e pelo projetista Stuart Ballantyne, um dos mais respeitados do mundo, o novo ferry boat é considerado um divisor de águas. Mostrará ao Brasil, como um todo, que é possível ter serviços de alta qualidade em travessias maríti-mas. Nesse contexto, segundo o dire-

tor presidente do Grupo TWB, Reinal-do Pinto dos Santos, ele não poderia ter sido pensado para outro local que não fosse a Bahia. Lá, há pouco mais de dois anos, o sistema de travessias enfrentou sua pior crise. “O Ivete San-galo coroa todo o esforço da TWB, do Governo da Bahia e da Agência Reguladora de Transportes e Comu-nicações do Estado (Agerba) para a recuperação da travessia. O sistema já melhorou muito e vai melhorar ainda substituição da ordem de 70% do óleo

diesel pelo gás natural. Quando con-tar com as duas novas embarcações a TWB espera deixar de consumir, por ano, cerca de 4 mil toneladas de óleo diesel. “A mudança representa econo-mia e respeito ao meio ambiente e ao cidadão baiano”, continua Reinaldo.

Conjunto mais eficienteO alumínio naval é outro diferen-

cial da embarcação. O ferry-boat pesa cerca de 300 toneladas, enquanto uma embarcação do mesmo porte, construída em aço, passaria das 900 toneladas. O diretor técnico do Gru-po TWB, Paul Kempers, avalia que a alta performance da nova embarca-ção vem do conjunto de tecnologias aplicadas na sua construção. Da as-sociação do alumínio com os novos motores e o modelo da embarcação – um catamarã, que necessita ainda de muito pouco calado para operar (1,7 metros de profundidade).

O Ivete Sangalo ainda conta com elevador para facilitar a acomodação dos automóveis e área vip para aten-der a quem deseja viajar com ainda mais conforto. Na Bahia, o ferry fará a travessia em cerca de 30 minutos,

enquanto as atuais embarcações em operação levam mais de uma hora para realizar o trajeto. Ele vai atracar em estruturas especialmente constru-ídas pela TWB e que permitem o de-sembarque simultâneo de até quatro veículos por vez, o que deve reduzir as filas que se foram nos arredores dos terminais em dias de grande mo-vimento.

A empresaA TWB S.A surgiu em 1997 a partir

da fusão das empresas Transbunker e Premolnavi S.A. A empresa man-tém em Navegantes o Estaleiro TWB S.A, considerado referência em pro-jetos customizados e especialista na aplicação do alumínio naval em em-barcações. Tem sede em Guarujá-SP, onde mantém unidade de locação de embarcações e serviços aquáviários. Opera ainda a travessia Salvador-Ita-parica, desde 2006, com concessão de 25 anos renováveis por mais 25 anos. No estado de São Paulo tam-bém administra o Terminal Pesqueiro Público de Cananéia e mantém a TWB S.A Fazenda Marinha, que domina a tecnologia de produção e cultivo do Bijupirá.

Catamarã Ivete Sangalo

Estaleiro TWB S.A, referência em projetos customizados e na

aplicação do alumínio naval.

Divulgação

empresa que faz

30 Revista SINDIPI

Page 17: Revista Sindipi Nº 29

32 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 33Revista SINDIPI 32

CRÉDITO PESQUEIRO

O Plano Agrícola desta sa-fra contempla além das medidas de expansão do volume de recurso do crédito rural, o forta-

lecimento dos médios produtores no Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger Rural). Neste progra-ma se enquadram os proprietários de pequenas embarcações (Baleeiras) cuja receita bruta anual não ultrapas-sa R$ 250.000,00. O limite de finan-ciamento por beneficiário passou de R$ 100.000,00 para R$ 150.000,00 e o juro permaneceu em 6,25% ao ano. A idéia é assegurar níveis adequados de apoio ao setor que permitam seu crescimento sustentável.

Na linha de crédito de Custeio da Pesca, não houve alteração, isto é, continua valendo as normas publica-das em março/08 pelo Banco Cen-tral, que limita o financiamento em R$

As novas regras para o Plano Agrícola e PecuárioA partir do dia 1º de julho iniciou a nova safra e todo o sistema de crédito rural sofreu adaptações para melhorar as normas de financiamento do agronegócio, onde a pesca está inserida.

300.000,00 por beneficiário, com juros de 6,75% ao ano e prazo de reembol-so em parcela única no final de 1 ano, enquanto que o Bradesco cobra em 4 parcelas trimestrais.

Para atender as demandas do setor pesqueiro no que diz respei-to à modernização da frota existente (equipagem, reforma, adaptação, petrechos de pesca, etc) a grande notícia é a publicação da Resolução 3.538 de 4/7/2008 do Banco Central que inclui a pesca na linha de crédito “Moderagro” (Programa de Moderni-zação da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais) do BNDES que tem o limite por beneficiário de R$250.000,00, juros de 6,75% ao ano e prazo de até 8 anos. A inclusão da pesca no Moderagro possibilitará ao setor pesqueiro o acesso um novo tipo de financiamento para investimento a longo, uma grande conquista do se-

tor.Esta mesma demanda de investi-mento do setor pesqueiro deverá ser atendida também pelo Profrota para a segunda etapa do programa, que está sendo avaliado e remodelado para os próximos 3 anos.

Claudionor GonçalvesCredipesca

(47) 3247-6700 / (47) 8832-9903

Page 18: Revista Sindipi Nº 29

34 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 35

O Projeto “Aprendendo com a Pesca”, da Secretaria Municipal da Pesca de Itajaí em parceria com a Secretaria de Educação

e apoio do Sindipi, profissionais da pesca, Cepsul-ICMbio e outras entida-des, torna-se um dos referenciais da ação educacional no Brasil. De acor-do com o Secretário da Pesca Antônio Carlos Momm, a proposta é oportu-nizar as crianças e jovens do ensino fundamental das escolas públicas de Itajaí a desenvolver atividades peda-gógicas com o tema pesca, oferecen-do suporte de materiais, apresentação de palestras, entrevistas com pesca-dores, empresários e outros profis-sionais, promover aulas-passeio em indústrias pesqueiras, entrepostos de pescado, estaleiros e órgãos de pes-quisa, além de estimular a realização

A empolgação dos alunos com o projeto chamou a atenção da profes-sora de português Josiane Teixeira. “Os professores estão agregando os conteúdos ao tema da pesca”, res-salta. Logo no início, a professora pediu que os alunos pensassem em um mascote para o projeto. Edu da Silva, 12 anos, não mediu esforços e trouxe para a sala um camarão vivo. “Coloquei ele dentro desta garrafa e enchi de água da cachoeira”. Bigode foi eleito o mascote do Projeto “Apren-dendo com a Pesca”.

A diretora da Escola, Suzana Fran-cisco Maria explica que o Projeto “Aprendendo com a Pesca” foi inse-rido dentro da proposta de trabalho do colégio neste bimestre, que tinha como eixo temático valorizar e conhe-cer a cultura e desenvolvimento do município de Itajaí.

O Projeto permite a inserção de te-

Redescobrindo a pescaUma proposta educacional que aproxima a pesca das crianças de forma interdisciplinar, trabalha o potencial criativo, resgata a tradição pesqueira e incentiva o consumo de peixe no maior pólo pesqueiro.

de trabalhos didáticos, o incentivo à leitura e premiações através de ginca-nas culturais.

A Escola escolhida para o desen-volvimento do Projeto Piloto é a Escola Básica Municipal José Fernandes Pot-ter, localizada no bairro Espinheiros em Itajaí.

De acordo com o Secretário a Es-cola será um grande exemplo para toda a rede municipal da cidade e con-seqüentemente para o Brasil. Segun-do Momm, o Projeto será apresentado em vídeo e trabalhos desenvolvidos em sala de aula para a SEAP-PR para servir de base para outras cidades brasileiras. Nesta primeira etapa, en-tre os palestrantes, o pescador Dalmo Ludwig, os biólogos Patrícia Mancini, Gustavo Stahelin, Eloisa Pinto Vizuete, o oceanógrafo Agostinho Peruzzo, a nutricionista Tônia Heusi, entre outros.

A primeira aula-passeio do projeto “Aprendendo com a Pesca” aconteceu na fábrica de embalagens da Gomes da Costa, onde os alunos participa-ram de uma palestra sobre a indústria, conheceram a linha de produção, de-gustaram produtos e ganharam brin-des. Para Alberto Encinas, Presidente da Gomes da Costa, o projeto é de vi-tal importância, pois integra o plano de ações de responsabilidade sócio-am-biental da empresa nas áreas de edu-cação e desenvolvimento econômico regional. “A parceria com a comunida-de é fundamental para o sucesso de todos”, afirma o presidente.

No CEPSUL os alunos conheceram o barco pesquisa, laboratório e a ana-lista ambiental Eloisa Vizuete mostrou algumas artes de pesca e apresentou diversas espécies de peixes, molus-cos e crustáceos.

mas transversais nas diferentes áreas (Língua Portuguesa, Matemática, Ci-ências Naturais, História, Geografia, Arte e Educação Física). A proposta é auxiliar na execução deste trabalho interdisciplinar, oferecendo diversos meios de aprendizagem do univer-so pesqueiro, fazendo com que as crianças tenham acessos a informa-ções que vão além do domínio do saber tradicionalmente presentes ao trabalho escolar, auxiliando no seu crescimento como cidadão participa-tivo, reflexivo e autônomo.

De acordo com a programação escolar do Projeto “Aprendendo com a Pesca” as palestras e aulas-passeio são realizadas uma vez por semana, geralmente às sextas-feiras e durante a semana são aplicadas diversas ativida-des. No final do Projeto será realizada uma apresentação aos pais e comuni-dade dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula inspirados no tema pesca.

No cronograma escolar, visitas às empresas Gomes da Costa Embala-gens, Vitalmar Pescados, Ipê Pesca-dos, Neto Pescados, Marazul Pesca-dos, JS Pescados, Estaleiro Felipe, Estaleiro Brandino, Rádio Costeira de Itajaí, Mercado Público de Itajaí e Bar-co-pesquisa Solancy do Cepsul. As atividades em cada turma são realiza-das no período de quatro meses.

De acordo com as atividades apli-cadas pelas professoras Josiane Tei-xeira, Márcia Regina Martins, Gisele J. G. Martins e Claudete Pianezzer os alunos estão desenvolvendo ações que estimulam as habilidades e po-tenciais de cada criança como reda-ções, lendas sobre o mar, elaboração de jogos interativos, elaboração de “cantinhos lúdicos de aprendizagem”; criação de histórias em quadrinhos, maquete, criação e a realização de receitas a base de peixes e frutos do mar, elaboração de murais, etc.

1- resgate da cultura pesqueira;

2- valorização da pesca;

3- estimular o interesse em trabalhar no setor pesqueiro;

4-difundir o conhecimento em torno do tema pesca nas áreas so-

cial, ambiental e econômica;

5- estimular o potencial criativo das crianças e o incentivo à leitura;

6- estimular o consumo de peixe;

OS SEIS EIXOS DO PROJETO APRENDENDO COM A PESCA:

EDUCAÇÃO

Alunos da terceira série tingindo a lula de azul Alunos da sétima série na linha de produção da GDC Embalagens

Marcello SokalDaniela M

aia

Aula de cidadania: crianças aprendem sobre a carteira de pescador. Analista ambiental do Cepsul-ICMbio, Eloísa Pinto Vizuete, mostra as variedades de peixes, moluscos e crustáceos.

Daniela Maia Daniela Maia

Visita ao barco-pesquisa Solancy, com orientações do comandante Dalmo Ludwig.

Dan

iela

Mai

a

Page 19: Revista Sindipi Nº 29

36 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 37

O mesmo mar que é fon-te de emprego e renda para a indústria pesquei-ra é o quintal da casa de Bruno Fontes. Desde os

14 anos, o catarinense de Florianópo-lis se dedica ao iatismo . O esforço nos treinos puxados deu resultado. Bruno é um dos seis catarinenses que vão representar o Brasil nas olimpía-das 2008 em Pequim.

Nas paredes do iate clube de San-ta Catarina, na capital do Estado, as fotos são recordações do início da carreira. Aos 29 anos, o engenheiro sanitarista e ambiental, já havia che-gado perto das grandes competições. Foi reserva do medalhista olímpico Robert Scheidt nos jogos panameri-canos de Santo Domingo, na Repú-blica Dominicana em 2003, do Rio de Janeiro em 2007 e das olimpíadas de Atenas em 2004. Faltava a meta prin-

Do mar de Florianópolis para a ChinaO catarinense Bruno Fontes já está de malas prontas para navegar pela costa chinesa representando o Brasil nas olimpíadas de Pequim na classe laiser do iatismo.

cipal, competir nos jogos olímpicos. “Meu pai sempre disse, você tem que se formar e eu sou engenheiro sani-tarista e ambiental, formado pela Uni-versidade Federal de Santa Catarina. Isso mais tarde vai me ajudar a con-ciliar com o iatismo. Eu pretendo fa-zer alguns projetos sociais ligados ao meio ambiente e trabalhar com crian-ças carentes. Quero usar o meu nome para conseguir isso.”

A protegida baia de Jurerê no norte

“TUDO QUE VIER VAI SER BEM VINDO, BRONZE, PRATA, MAS EU QUERO MESMO O OURO”

da ilha, onde tudo começou foi essen-cial para os treinamentos que o leva-ram a classificação da pré-olímpica em fevereiro, mas, Bruno quis expe-rimentar e conhecer os adversários. Viajou para a China no início de junho onde ficou por duas semanas.

Em King Dow na costa norte chi-nesa, cidade que vai ser a sede das competições de vela, fez um reconhe-cimento das condições do mar, do vento e da infra-estrutura .

A viagem à China serviu também para o velejador brasileiro conhecer a cultura, tão diferente do Brasil. Nas duas semanas que esteve na Ásia, sentiu saudade do arroz com fei-jão, mas experimentou no mercado de Pequim, as iguarias da culinária chinesa, conheceu os hábitos e os costumes do povo e até assistiu um casamento ao ar livre com direito a

VENTO E CULTURA DIFERENTES DO OUTRO LADO DO MUNDO

banda típica e até bonecos no estilo dragão.

Uma ambientação necessária para quem pretende estar bem preparado e trazer medalhas para o Brasil.

“Foi muito importante porque era o momento de todos os competidores estarem lá. A lua também foi impor-tante, porque a fase da lua é um fator importante nas condições do mar”.

É claro que o vento na China é dife-rente daquele típico vento sul de Flo-rianópolis, que ajudou a empurrar o velejador para a lista dos melhores do país, mas Bruno vai com garra para garantir uma boa classificação.

“É claro que o vento sul de Floria-nópolis ajuda, mas, tem que comer em mesas diferentes. O mar da China também vai facilitar”.

Catarinense Bruno Fontes representará o Brasil nas olimpíadas de Pequin.

PERFIL

Texto: Almeri Cezino

Page 20: Revista Sindipi Nº 29

38 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 39

Marcello S

okal

Garopaba guarda em seus costões as marcas deste tempo. Inicialmente foi habitada pelos sambaquianos, que há sete mil anos, viviam em plena harmonia com a natureza. Inscri-ções rupestres e oficinas líticas chamam a

atenção de pesquisadores e visitantes. Os desenhos e gráficos misteriosos resistem ao tempo e desvendam toda uma cultura diante de nossos olhos.

Na seqüência, o Mbya Guarani desfrutou deste pedaço de paraíso, que chamaram de Yvy Mara, ou A terra sem

males. Mas isto só durou até a chegada dos europeus, que colonizaram a costa de Santa Catarina, no século XVII. A par-tir daí estes povos entraram em processo de extinção e trans-formações constantes.

Garopaba só ganhou iden-tidade própria em 1846, quan-do foi elevada à condição de freguesia. Varou os séculos como pacata vila de pescado-res e agricultores artesanais, até a chegada dos primeiros turistas, nas décadas de 1960 e 70. Desde então a cidade de

GaropabaViva esta Natureza!

menos de 15 mil habitantes transformou-se num dos prin-cipais roteiros turísticos do país.

Considerada a Meca dos surfistas, e com uma infra-estrutura capaz de acomodar mais de 150 mil visitantes no verão, com suas nove belas e exuberantes praias, a pe-quena Garopaba se transforma num movimentado paraíso à beira mar. Gamboa, Siriú, Preguiça, Silveira, Ferrugem, Barra, Ouvidor, Vermelha e a Praia de Garopaba impressio-nam pela preservação, clareza das águas e perfeição das ondas. Condições que deram à cidade o título de Capital Catarinense do Surf.

Praia da Silveira

Praia do Siriú

Praia da Ferrugem

Fotos: Alan Pedro

TURISMO

Surf na Silveira Praia de Garopaba

Page 21: Revista Sindipi Nº 29

40 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 41

Nos meses de inverno, boa parte dos hotéis, restaurantes e lojas fecham suas portas e Garopaba volta a lembrar a pacata vila de pescadores do passado. É tempo de celebrar a quermesse, pescar tainhas, observar as baleias Francas que buscam nossas águas calmas para amamentar seus filhotes, proporcionando um espetáculo único à beira mar.

Distante 80 km ao sul de Florianópolis pela BR-1O1, Garopa-ba possui acesso totalmente asfaltado até o centro. A estrutura turística conta com chuveiros, painéis informativos, hotéis, pousa-das, supermercados, farmácias, atendimento de saúde, guaritas salva-vidas.

A Praia da Ferrugem, distante 6 km do centro, também oferece boas opções e concentra a movimentação noturna da tribo do surfe. Além das praias vale a pena visitar a Igreja Matriz de São Joaquim, o Morro do Ferraz (de onde se descortina uma bela vista da região), as lagoas do Siriú e da Encantada, as Cachoeiras do Macacu e as grandes dunas do Siriú, muito procuradas pelos pra-ticantes de sandboard. A procissão marítima de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada sempre na primeira semana de feverei-ro, é mais uma das principais festas populares da cidade.

NOVE PRAIAS, NOVE ENCANTOSCharmosas enseadas emolduradas por costões, com muita

vegetação nativa e presença humana rarefeita são as caracte-

rísticas principais das nove praias de Garopaba. A praia-sede do município tem mar calmo e excelen-te condições para a prática de esportes aquáticos, como surf, windi, canoagem, mergulho, etc. A orla repleta de bares e restaurantes divide a paisagem com os grandes barracões de pesca artesanal.

No costão Sul da baia fica a minúscula Praia da Preguiça, envolvida por vistosas casas de veraneio. A Silveira, a 2 km do centro é reduto de surfistas e de casas de veraneio. Na Praia do Siriú (7 km) a atração fica por conta das enormes dunas onde se

pratica sandboard; e a Gamboa (15 km do Centro), ainda preserva a rotina simples de uma vila de pescadores. No extremo Sul do município (14 km) ficam as praias Vermelha e Ouvidor, praticamen-te desertas e intactas.

CAPITAL DO SURFECom sete das suas nove praias apresentando boas condições

para a prática do surfe, Garopaba ostenta o titulo de Capital Ca-tarinense desta modalidade esportiva. Motivos que levaram boa parte das pousadas, lojas e bares a desenvolver em sua arquite-tura e decoração um tom praiano de surfe com ares da jamaica-nos, caribenhos e indianos. A onda da Praia da Silveira é apontada como uma das melhores do país. Durante a temporada, a noite se prolonga nos barzinhos da Praia da Ferrugem, fazendo a festa da colorida tribo do surfe.

OBSERVAÇÃO DE BALEIASO turismo de observação de baleias está em pleno desenvol-

vimento em Garopaba, onde jovens empresas promovem progra-mas de observação embarcada, em transportes especiais dotados de toda a segurança e guias especializados. Fugindo do inverno antártico as baleias Francas, que chegam a medir 18 metros e 60 toneladas, percorrem a costa catarinense sempre entre julho e

outubro. E a plácida enseada de Garopaba é um dos seus locais de descanso prediletos. Durante a temporada de verão, o foco dos passeios de bar-co se transfere para a Ilha do Coral, paraíso dos mergulhadores, distante 45 minutos da costa de Garopaba.

Então, se você ainda não conhece esse para-íso, não perca mais tempo. Na primeira oportu-nidade, venha a Garopaba e desfrute de toda a natureza exuberante ao seu redor. Qualidade de vida, riqueza de iguarias gastronômicas, seguran-ça, paz e aconchego, isso é Garopaba.

Texto: Fernando Bitencourt Adaptação: Lannes Osório

Praia da Vigia Praia de Garopaba Bistrô do Cais

Centro histórico de Garopaba.

Quermesse: cortejo e missa do divino

Revista SINDIPI 41

Page 22: Revista Sindipi Nº 29

42 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 43

O pintor Joel Salustiano Rocha, nascido em 27 de setembro de 1953, começou o seu caminho pelas artes muito cedo.

Durante a infância, em Itajaí, gostava de brincar com as cores e desenhava um pouco de tudo. As artes já come-çavam a trilhar os caminhos do artista ainda criança.

Com o tempo, o baiano de Espla-nada, encontrou no impressionismo uma maneira de expor seus trabalhos. “Meu estilo é impressionismo, mas utilizo nas minhas telas um pouco de outras escolas. A pinta impressionista mostra uma realidade, mas é uma re-alidade apenas captada pelo próprio artista”, afirma Rocha.

Como autodidata iniciou em 1970 seus trabalhos com a pintura. For-mou-se em 1983, em Educação Artís-tica pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Atualmente é Pós-Gradua-do em Artes e Educação pela Univer-

O mar e a pesca como fonte de inspiraçãoCom criatividade e pinceladas precisas, o artista baiano e morador de Itajaí, Joel Salustiano Rocha expõe em seus quadros os encan-tos das paisagens marítimas.

sidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Rio do Sul.

No fim de 1989, decidiu voltar à Ita-jaí e viver com o que gostava realmen-te de fazer: pintar quadros. No início, montou o atelier na própria casa. Em 1994, com o reconhecimento do seu trabalho, conseguiu montar sua pró-pria galeria, no centro de Itajaí.

A fascinação pelo mar é uma das fontes de inspiração do artista. “O mar e a pesca são os meus temas favori-tos. Gosto de observar o mar, sempre tive comigo este sentimento positivo do mar”, completa Joel ao falar sobre o tema.

TRABALHOS JÁ REALIZADOS POR JOEL SALUSTIANO ROCHA

Exposições: 21 exposições coletivas - 13 exposições individuais – 2 Salões de Artes.Obras em Espaços Públicos: Mural da Universidade da cidade de Itajaí - Câmara de vereadores cidade de Nave-gantes - Prefeitura Municipal de Navegantes - I Igreja Batista de Itajaí.Obras em Outros Países:Argentina - Uruguai - Costa Rica - Grécia - França - Estados Unidos da América.Expõe permanentemente na Galeria REMBRANDT ARTES, situada na Rua Marcílio Dias nº 76, sala 06 - na Cidade de Itajaí - Santa Catarina – Brasil.

A matéria prima utilizada para a confecção de bolsas, carteiras e ou-tros acessórios é conseguida através da Cooperativa dos piscicul-tores de Mundo Novo (Coopisc). Com o trabalho em conjunto, a família aumentou a renda com o valor agregado ao pescado, antes descartado pela Coopisc. Segundo a presidente da Arts Fish, a or-

ganização da associação garante o aproveitamento de 100% do pescado.O beneficiamento da pele do peixe é realizado através de um processo que

envolve várias etapas de curtimento, sem uso de cromo. Para conservar melhor o couro e evitar agressões ambientais, são utilizados extratos taninos retirados de cascas de árvores como Barbatimão (Strypynodendron), Jatobá (Hymena-ea courbaril) e Angico (Anadenanthera).

A pele do pescado é um subproduto muito especial resultante da extração por ocasião da filetagem do peixe. “Através do beneficiamento da pele, ela alcança um alto valor comercial e uma ótima aceitação no mercado externo e interno”, acrescenta Clari Bork.

Pele de peixe vira modaEm agosto de 2004, mulheres e filhas de piscicultores da cidade de Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, decidiram organizar a Arts Fish. A idéia inicial, segundo a presidente da associação, Claci Bork, era aproveitar o couro do peixe para produzir artesanato.

Revista SINDIPI

EXPOSIÇÃO ARTESANATO

Fotos: Marcello Sokal

Page 23: Revista Sindipi Nº 29

44 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 45

VIDAS DO AZULe nas ilhas oceânicas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas. Região do-minada por águas tropicais do Atlân-tico Sul, transportadas pela Corrente Sul Equatorial e pela Corrente do Bra-sil, caracterizadas pela pouca disponi-bilidade de nutrientes na zona ilumina-da próxima da superfície, o que limita a produção biológica no mar. Um de-serto tropical azul, quente e salgado, quase desprovido de plâncton - os microorganismos flutuantes, à deriva, base alimentar da vida nas águas su-perficiais dos oceanos.

Para sobreviver nessas águas, tan-to os predadores vorazes, como os tubarões, golfinhos, atuns e espécies afins, quanto os grandes filtradores de plâncton, como as baleias e raias-ja-manta, precisam viajar. Nadam cons-tantemente à procura de alimento. São, em sua grande maioria, espécies altamente migratórias, muitas vezes cruzando os oceanos em busca de áreas seguras para reprodução e de zonas onde ocorrem maiores concen-trações de alimento.

As ilhas oceânicas e os montes submarinos constituem verdadeiros oásis de vida nos desertos azuis dos oceanos tropicais, freqüentemente visitados pelos eternos viajantes da

Edição ilustrada mostra a beleza dos oceanos tropicais e o mistério da natureza

Azul: é como o nosso plane-ta se apresenta no espaço, pintado de mar, colorido pelas águas oceânicas que predominam na super-

fície da Terra. Aos olhos humanos, a água pura parece incolor, quando em pequenas quantidades. Mas, acumu-lada na superfície dos oceanos, a cor aparente do mar é dominada pelo azul causado por artifício próprio da molé-cula de água, na refração e reflexão seletiva da luz visível. Somando os efeitos da concentração de pigmentos orgânicos do plâncton e da matéria dissolvida ou particulada em suspen-são na água, a cor do mar pode va-riar de lugar para lugar, desde os tons amarelo-esverdeados e marrons dos estuários e dos verde-azulados mais costeiros, até o azul profundo quase roxo do oceano aberto, em alto mar. O azul desértico dos oceanos tropi-cais. É desse azul profundo que tra-ta o livro “Vidas do Azul”, focado nos

grandes vertebrados marinhos das águas azuis. A megafauna oceânica sobrevivente na atualidade, que domi-na as camadas superficiais do oceano Atlântico e margeia a plataforma con-tinental e as ilhas isoladas do território marítimo sob a jurisdição do Brasil. Um guia lúdico de aproximação ao mundo submerso das tartarugas ma-rinhas, baleias e golfinhos, tubarões oceânicos e outros grandes peixes pelágicos. Mundo geralmente pouco conhecido, distante e invisível à maio-ria das pessoas.

Quem nos guia por ele são as me-lhores imagens capturadas pelas len-tes subaquáticas do Projeto TAMAR / ICMBio ao longo dos últimos 25 anos de trabalho, obtidas principalmente ao largo da costa do Nordeste brasileiro

megafauna oceânica, em suas rotas migratórias, e pelos pescadores de alto mar que os per-seguem. Esses bancos pesqueiros são montanhas submersas que podem despontar como ilhas fora d’água, cuja topografia freqüentemente força o afloramento de águas profundas, ricas em nutrientes, em movimento vertical conhecido como ressurgência. Formam áreas de alta produtividade biológica, onde a cadeia alimentar baseada no plâncton se estabelece nas camadas superficiais do mar.

Junto às margens dos continentes, as águas azuis oceânicas fluem carregadas pelas cor-rentes movidas pelos ventos. Muitas vezes, avançam sobre as plataformas continentais, apro-ximando o azul profundo aos observadores mais atentos na praia. A água roxa dos pescado-res artesanais do nordeste brasileiro traz consigo as tartarugas marinhas e os grandes peixes pelágicos para a safra dos peixes de passagem: albacoras, dourados, cavalas, agulhões... de setembro a março. As condições meteorológicas de verão permitem pescarias mais distantes da costa, na quebra da plataforma, nos “rebentões”, junto às “paredes” do talude. Alimento em fartura e recursos pesqueiros diversificados.

Vida

s do

Azu

l Ba

mbu

Edi

tora

e A

rtes

Grá

ficas

Pa

troc

inad

or o

ficia

l Pro

jeto

TAM

AR/IC

MBi

o: P

ETRO

BRAS

Olho de boi

P vela

Piraca

LIVRO

Page 24: Revista Sindipi Nº 29

46 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 47

Ingredientes500 gr de tainha 200 gr de farinha de mandioca500 ml de água300 gr de camarão1 cebola pequenasal a gosto; alho a gostosalsa e pimenta a gosto100 gr de batata palha

Modo de preparo: Deixe a tainha de molho por 2

horas na água com 100 gr de fa-rinha de mandioca. Em seguida, ferva por 15 minutos. Depois lavar na água fria e colocar na chapa bem quente. Descasque 150 gra-mas de camarões e grelhe junto com a tainha para decorar o prato. Enquanto isso, prepare o pirão e a farofa de camarão. Coloque a ce-bola, o alho e a manteiga para fritar na frigideira. Em seguida, flambe o restante dos camarões na frigidei-ra e coloque aos poucos a farinha de mandioca e a batata palha me-xendo sempre até formar a farofa de camarão. O pirão é feito com a água quente, sal, alho e salsa a gosto, misturando aos poucos a farinha de mandioca.

Ingredientes5 kg de atum limpo, em postas

1 kg de cebola

1 kg de tomate

3 maços de cheiro verde

1 lata de molho de tomate

Modo de prepararTempere o atum com sal e tempero próprio para peixe.

Deixe-o descansar por 1 ou 2 horas. Depois, coloque o peixe no arado e acrescente azeite de oliva, molho de to-mate, cebola e tomate picados. Mexa até cozinhar bem. Quando estiver quase pronto acrescente o cheiro verde.

SugestãoPara incrementar a receita, pode-se acrescentar ma-

risco, camarão e lula.

Tainha escalada com pirão e farofa de camarão

Chef: Maurílio Nunes Filho

Restaurante Maurílio IIAv. Prefeito Acácio Garibaldi São Thiago,

2420 - Praia da Joaquina Florianópolis, SC – 88062-600

Tel. (48) 3232-4317

Porção para 2 pessoas

Obs: Procure comprar tainha fresca e abrir pelas costas do peixe, onde facilita tirar toda a espinha, onde ficará somente o filé da tainha. Após salgue leve-mente e expor 2 dias ao sol.

Atum no arado

Para 20 pessoas.

Ingredientes5 kg de atum limpo, em postas

1 kg de cebola

1 kg de tomate

3 maços de cheiro verde

1 lata de molho de tomate

Modo de prepararTempere o atum com sal e tempero próprio para peixe.

Deixe-o descansar por 1 ou 2 horas. Depois, coloque o peixe no arado e acrescente azeite de oliva, molho de to-mate, cebola e tomate picados. Mexa até cozinhar bem. Quando estiver quase pronto acrescente o cheiro verde.

SugestãoPara incrementar a receita, pode-se acrescentar ma-

risco, camarão e lula.

Atum

Receita de Rodrigo Carlos da Silva

GASTRONOMIA

Sérgio Vignes

Page 25: Revista Sindipi Nº 29

48 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 4948 Revista SINDIPI48 Revista SINDIPI

Pela primeira vez Santa Ca-tarina teve a oportunidade de conhecer em um mes-mo local a arte e cultura de 17 países e 18 estados bra-

sileiros. Assim foi a Feincartes – Feira Internacional de Cultura Artesanato e Decoração Artesanal, que aconteceu no Centro de Convenções de Floria-nópolis (Centrosul). Mais de 70 mil pessoas prestigiaram o evento que ocorreu de março à abril deste ano.

A Feincartes foi uma promoção da Associação Cultural Cinearte, pro-dução da empresa Guimarães e Ma-thias Feiras e Eventos, com apoio da Três Produtora, Fundação Nova Vida (FNV), Prefeitura de Florianópolis e Governo Estadual, através da Secre-taria de Cultura, Esporte e Turismo.

“Artesãos de países como Uganda, Marrocos, Paquistão, Rússia e muitos outros estiveram na Feincartes, evento que mostrou ser um grande aconteci-

Mais de 70 mil pessoas visitam a Feincartes Pela primeira vez em Santa Catarina, a Feira Internacional de Cultura Artesanato e Decoração mostrou a arte de 17 países

tura diferentes”, afirma. Além de ter mais de 150 estandes de 17 países e 18 estados brasileiros, a Feincar-tes ofereceu ao público cursos ar-tesanais gratuitos e apresentações culturais diversas.

A próxima Feincartes de Santa Catarina já está garantida, será de 03 à 12 de abril de 2009, em Floria-nópolis.

mento igual aos estados brasileiros em que a feira acontece”, destaca Maria Mathias, diretora da empresa Guimarães e Mathias Feiras e Even-tos, responsável pela organização da Feincartes. Ela explica que há quatro anos a Feira é sucesso em Vitória (ES) e há dois anos em Salvador (BH) e Campo Grande (MS). “Agora os catari-nenses mostraram o artesanato regio-nal para o mundo e também conhe-ceram o que de melhor existe lá fora”, completa Maria.

O artista plástico, ceramista e es-cultor, João Dias, o “Dão”, que é Di-retor de Cultura de Palhoça, ficou admirado com a diversidade da feira e ressaltou a importância do evento para Santa Catarina. “Essa feira é coi-sa de primeiro mundo, jamais nosso estado havia recebido tanta arte e cul-

EVENTO

Page 26: Revista Sindipi Nº 29

50 Revista SINDIPI Revista SINDIPI 5150 Revista SINDIPI

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”

“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.”

“As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração.”

“Se conseguirmos deixar de lado as diferenças, creio que poderemos nos comunicar, trocar idéias e compartilhar experiências com facilidade.”

“Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e con-fiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros.”

“Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiço-amento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior.”

“Fale a verdade, seja ela qual for, clara e objetivamente, usando um toque de voz tranqüilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade.”

“Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar cer-to; agora construa os alicerces.”

MENSAGEM

Mensagem de Dalai Lama

Foto Alan Pedro

Page 27: Revista Sindipi Nº 29

52 Revista SINDIPI