Revista Placenta - 8ª ed.

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Nasce a 8ª edição da revista Placenta, feita por alunos de Comunicação Social de Brasília. Tema: Vida de Publicitário.

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Apoio Editorial: Amanda SanromãDivulgação: Eduarda Szochalewicz, Vinícius Lima

Apoio: Luis Fernando, Priscila Lima, Thiago Soares02

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Vários rabiscos, ideias e mais ideias, olheiras, pizzas e quando já estávamos mergulhados nos rascunhos de papéis amassados, vimos que o tema da revista estava exatamente ali, imerso no que fazemos todos os dias: Quack! Vida de Publicitário. Mas publicitário tem vida? Bom, nos alimentamos de briefings, PITs, comida enla-tada e podemos ser criados – e sempre encontrados – em cativeiro (agência). Alguns tem medo de deadlines e outros de refação. No pouco tempo livre – quando tem algum tempo livre – nos divertimos jogando videogame, assistindo à algum filme ou bebendo com os amigos. Mas até nisso sem esquecer do trabalho, porque tudo na vida de um publicitário é referência. Assim como todas as grandes ideias – e a própria vida de publicitário –, a capa surgiu a partir de um ras-cunho de papel, material que nos acompanha todos os dias. Devemos nossa produção impecável tanto aos produtores, quanto aos diretores de arte da Matriz e à nossa sorridente diretora de criação, Débora Noguei-ra, protagonista da capa desta 8ª edição. E o produto final (ou se preferir, foto) ao Thiago Soares, fotógrafo do estúdio da universidade. Ficamos muito felizes com o resultado, já que é a primeira vez que a Placenta utiliza uma foto na capa. \o/

Nesta edição, ultrapassamos as fronteiras e conta-mos com o queridíssimo diretor de criação Ricardo Figuei-ra, direto de Londres, falando sobre sua carreira e bagagem com prêmios e festivais. Carlos Grillo, sócio da Monumen-ta, dá dicas sobre como se destacar no mercado publi-citário atual de acordo com suas próprias experiências. Sabe o que mais? A bancada brasileira de Cannes conta novidades das premiações e qual a sensação de ser júri. E a Polyana Bandeira fala sobre os perrengues, encantos e finalmente seu projeto final da universidade: Papai, quero ser publicitário (essa matéria deu o que falar, hein?). Inau-guramos a nova sessão, “Biografias”, com grandes nomes da publicidade falando sobre suas trajetórias, inclusive a Júlia Serejo, que atendeu a Microsoft. E você já ouviu falar de neuróbica? Pois é, esse super exercício para manter a mente e as ideias saradas tem um espaço nesta edição também. Quer mais? Então vire a página e mergulhe na re-vista, porque eu já tô na forca com o meu deadline.

Bjo e viva la vida.

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p. 28Neuróbica

p. 69Abrindo o Berreiro

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Entrevista comRicardo Figueira

várias carreiras

“br ief ing”de

publ ic itário : o

Biografia de

p. 13AgênciasON e OFF

p. 48

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Ambiente PublicitárioAs características e o clima nas agências.

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Cynthia Machado

Redatora Artplan

“Tudo começa com um briefing. Após recebermos o briefing, que passa pelos nossos Diretores, é decidi-do quem será a dupla que irá trabalhar naquele job, e aí começamos o brainstorm, onde falamos todas as ideias que vem na cabeça, sem recusar nenhuma. De-pois selecionamos aquelas que achamos mais interes-santes e conversamos com

os Direto-res, e então o job flui. O Diretor de

arte começa a desenvolver

o layout e o re-dator começa a desenvolver os textos, como título, texto

de apoio, roteiro, spot, en-tre outros. Às vezes, algum criativo acompanha o Aten-dimento pra defender as peças, e alguém do Plane-jamento também, porque quando uma campanha é muito grande envolve todo mundo. Quando é algo mais do dia-a-dia vai só o Atendi-mento, ou o Atendimento e um criativo”. O estereótipo do criati-vo é aquele cara que usa All Star, vai trabalhar de camise-ta e calça jeans e está sem-pre de bem com a vida. Geral-mente, os departamentos tem as seguintes caracte-rísticas: o Atendimento é o mais bem arrumado, de rou-pa social, por exemplo, mas não é uma regra. Quanto à galera da Criação, sempre existe uma liberdade, onde se trabalha ouvindo música,

contando piadas. Uma pes-soa curiosa com tudo que a cerca e interessada não so-mente em publicidade, em prêmios e anuários, mas tam-bém, em ir ao cinema, tea-tro, ler uma revista de moda pra ver qual a linguagem que eles estão usando, entre ou-tros exemplos, tudo acaba se tornando referência. Um texto publicitário é diferente dos outros tex-tos, porque a men-sagem, em uma revista, por exemplo, tem de ser passa-da em uma vira-da de páginas. É possível sim um texto ser lon-go, mas temos que pensar na dinâmica da mensagem. Hoje em dia, as pesso-

SESSÃO ESPECIAL

O perfil dos publicitários como

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as tem bem pouco tempo. Antigamente, a publicidade tinha um viés muito mais in-formativo, onde o texto pu-blicitário para ser um bom texto, tinha que ser mais ex-plicativo do que cativante. O trabalho do redator, ainda mais aqui em Brasília

onde temos muitos clien-tes de governo, é tentar transformar uma men-

sagem complicada em algo simples para o

público final.

José Stélio Feitosa de Carvalho

Planejamento 141

Soho Square

O trabalho do P l an e j am e n t o basicamente é

estudar e pesqui-sar o briefing, pes-quisar o mercado, dados, números e

planejar a campanha. Muitas vezes, em uma discussão com a Criação e até com o Atendimento, boas ideias podem surgir para o planner adequar ao planejamento. O Planejamento dita o tom da campanha, mas às vezes ele cede a uma boa ideia que pode surgir de alguma outra área, tendo contribuição de toda a agência. Um planner é uma pes-soa curiosa que gosta de pensar em ações, conhecer mais sobre o cliente. Se o produto for um carro, ele irá estudar carro. Se for um per-fume, estudará um perfume. Muitas vezes ele descobre algo que o próprio dono do produto não saiba, seja so-bre o produto do cliente ou sobre o público. Ele busca mostrar para o cliente que ele realmente precisa de

uma agência, não somente na divulgação, mas em tudo sobre a empresa. Na agência, o Atendimento é basicamente um vende-dor, aquela pessoa que tem paciência e é centrada. O Planejamento é basicamente um curioso e a Criação é formada por ar-tistas da publicidade. A Mí-dia é um carregador de pia-no, enquanto a Produção é um carregador de piano de cauda. Geralmente, o pes-soal da Produção é hipera-tivo enquanto o pessoal da Criação é meio largadão, mas usam roupas caras, ou seja, pagam caro para pa-recer “largados”. Em uma agência as pessoas podem

SESSÃO ESPECIAL

você não vê nas redes sociais.Por Maria Clara

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mudar de área, como por exemplo, em um escritório de São Paulo onde conheci pessoas que entraram como TI, e, hoje, são Mídia. Outras entraram como recepcio-nistas e, atualmente, são Atendimento. A pessoa en-tra numa agência, mas para ela é um emprego temporá-rio onde ela busca crescer, e isso gera uma troca de áreas e de agências também.

Adriana Matos

Atendimento 141 Soho Square

O trabalho do Atendi-mento é um grande proces-so. Nós gerenciamos a con-ta, ou seja, participamos do início ao “fim”. Desde rece-ber todas as informações do cliente, elaborar o brie-

fing, que geralmente con-tém todas as informações, o que é preciso saber, o cená-rio, verba, período que vai ser veiculado, entre outros, e enviamos para a equipe do job. Após a equipe finali-zar as peças, apresentamos para o cliente, que aprova e aí podemos veicular. Pode-mos sugerir mídias, alterna-tivas, orientar a criação, en-fim, o Atendimento faz parte de todo o processo com a equipe. Um atendimento não tem que ter vergonha, precisa sa-ber se comunicar e entender o que o cliente busca. Muitos gostam de se vestir de rou-pa social, para passar uma boa imagem. Organização e dinamismo também são ca-racterísticas fundamentais, além de estar sempre atento a todo o andamento do Job. O contato com o cliente é direto, ou seja, sempre que o cliente precisar, o atendimento tem que estar à disposição. Cada atendimento tem

uma conta, mas trabalhamos como um grupo, onde um ajuda o outro. Se por acaso o Atendimento de uma con-ta ficar doente ou não puder comparecer a uma reunião, outro Atendimento pode ir ao lugar dele. Ou até mes-mo quando uma campanha é muito grande, dois Atendi-mentos atendem a mesma conta. Reuniões são cons-tantes, onde o Diretor de Atendimento analisa e con-versa sobre como está o andamento dos Jobs, quais são os clientes que cada um está atendendo, entre outros. Mas é bom lembrar que todo Atendimento é responsável por sua conta, seja no sucesso ou em alguma falha que venha acon-tecer.

SESSÃO ESPECIAL10

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O desejo de todos que estudam Publicidade e Pro-paganda é, claro, trabalhar nesta área. Contudo, é pre-ciso saber que nem todo mundo que é publicitário faz a mesma coisa. Isso porque, dentro de cada agência, na criação de cada job, há uma divisão natural das áreas que precisam de profissio-nais com suas característi-cas peculiares. Você já esco-lheu a sua? A equipe Placenta visi-tou a Agência Calia Y2 para ver de perto como funcio-nam essas “partes” da publi-cidade. E começamos logo

de cara pelo atendimento, o atacante da publicidade. Com a ajuda da Mila Rocha, diretora regional e também de atendimento da agência. Segundo ela, “é a área que é linha de frente”. Por quê? Por que é o cara que vai visi-tar o cliente representando a agência e vem para a agên-cia com as ideias do cliente. Ninguém conhece o cliente mais que ele. Ainda sobre o atendimento, Mila deixa cla-ro: “Não é um office boy de layout (...) tem que ser um cara safo.” Do atendimento pas-samos ao planejamento, o

SESSÃO ESPECIAL

Esporte ClubePublicidade

Um time que joga unidoPor Janine Martins

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meio de campo, aquela área que exige atenção aos de-talhes, que demanda uma pesquisa enorme, quase uma monografia a cada job! O pessoal do planejamen-to é responsável por saber as tendências do mercado, sobre o público alvo do pro-duto, seu comportamento, seus points, RG, CPF e nú-mero do cartão de crédito, principalmente (risos). Essa galera é que vai ajudar a nor-tear parte do trabalho do restante da agência com as informações conseguidas. Do planejamento para a mídia, que são aqueles que

armam as jogadas, deci-dem quais meios usar, onde e como as peças serão di-vulgadas. Segundo o pes-soal da Calia Y2, o cara da mídia “é um estrategista na agência, como se fizesse um mapa de guerra e deci-disse quem e onde você tem que atingir”. Definidos o que, onde, como e de que modo será feita a campanha, é hora de passar a bola, ou melhor, o job para a galera da criação. Segundo Mila, a parte sen-sível da Agência. Mas quem pensa que a criação é só sair tendo ideias a torto e a

direito está enganado. “Não é glamour, o cara tem que saber que ele não vai fazer o que quer ou o que der na cabeça dele. A publicidade é como um campo de fute-bol, tem algumas linhas deli-mitando o que pode e o que não pode. Para a criação também é importante os re-sultados da pesquisa do pla-nejamento. Depois de passar por todas as áreas, o trabalho volta ao atendimento para ser aprovado pelo cliente. Daí pra frente é só marcar o gol.

SESSÃO ESPECIAL12

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Agências On e Off:conectadas com o mercado

A agência 141 SoHoS-quare – Brasília, localizada no Centro Empresarial Va-rig, bloco B, sala 601B. Per-tence ao WPP, maior grupo de comunicação do mun-do, de origem inglesa e que possui escritórios em todo o mundo. No Brasil são dois: um localizado em São Paulo e outro em Brasília. Dividida em cinco unidades de comu-nicação para melhor aten-der os clientes (141 SoHo Square, 141 Newport, 141 Preview, 141 Mais! e 141 Tou-ché), a empresa possui 220

funcionários. Na Capital Federal, segundo o planner José Stélio

Feitosa de Carvalho, traba-lham cerca de 35pessoas. Classificada como agência offline, a 141 trabalhava em suas campanhas com mídias tradicionais de divulgação. Com o avanço das tecnolo-gias, o quadro mudou. “Hoje dificilmente você não con-segue ser online”, conta Sté-lio. “Ou o cliente vai ter duas agências ou uma que tercei-riza a outra parte, que é o nosso caso. Muitas vezes os nossos criativos criam toda essa parte e outra empresa executa”, relata. Para Stélio, tal divisão, não surge só pela expan-são das redes sociais, mas

também devido aos publici-tários que decidem sair da empresa em que trabalham para abrir a própria agên-cia. “A mídia online propicia a criação de uma agência com estrutura menor. O offli-ne precisa de uma estrutura de mídia bem maior do que a online exige”, explica.

Por Samira Pádua

Unidade brasiliense de agência inglesa busca integrar elementos online à publicidade offline; campanha criada para o Governo fica em evidência e ganha destaque na pu-blicidade brasileira.

OFFLINE

ONLINE

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Na sala de reuniões, ar condicionado, uma mesa com mais de 10 lugares e janelas que permitem ver o movimento fora dali. Em uma das paredes, quadros que ex-põem os prêmios já ganhos pela empresa. “Aqui temos Colunistas, Marketing Best 2009... Todos esses são im-portantes, são de entidades sérias”, relata Stélio. A cam-panha “Alternativas”, feita para o Ministério do Turis-mo, recebeu vários prêmios, sendo um deles ouro na ca-tegoria “Turismo, Transpor-tes e Diversões Públicas” do 42º Prêmio Colunistas Brasil, realizado no ano de 2009. A campanha foi elabora-da em um contexto de crise

econômica e teve como ob-jetivo incentivar o turismo dentro do país. “Enquanto nos outros países o turis-mo caiu ou quebrou, a gen-te teve um crescimento de 30%”, conta o planner. A campanha teve a pretensão de convencer os públicos das classes A e B a viajar me-nos para o exterior e mais pelo Brasil. Já nas classes C e D, o foco era mostrar que “no processo de inclusão social que o Brasil vive, elas tem condição de consumir turismo interno”, completa Stélio. Por atingir diferentes camadas sociais, a campa-nha foi divulgada nos mais diversos veículos, desde rádio até revistas para for-madores de opinião. Com isso, o slogan “tá na hora de conhecer o Brasil” ficou conhecido em todo o país. Na agência desde 2008, o diretor de arte Toninho Eu-

zébio esteve presente na elaboração da campanha para o maior cliente da 141 SoHoSquare – Brasília: o Mi-nistério do Turismo. Em seu relato, ele diz ter sido gratifi-cante o recebimento do prê-mio. “Ela começou menos pretensiosa, era pra atender sempre o Nordeste, depois teve potencial pra ir para o Brasil e acabou virando uma campanha com essa gran-diosidade de repercussão toda que teve”, lembra Toni-nho. “É prazeroso sim, estar participando, estar no grupo que integrou isso, que parti-cipou do processo”, finali-za. Assim, a publicidade mais uma vez premia a criatividade com a funcionalidade, mos-trando que prêmios e resulta-dos podem sim andar juntos.

“Tá na hora de conhecer o Brasil”

Quem quiser conhecer a agência precisa ligar e marcar um horário141 SoHo SquareSCN quadra 04, bloco B, sala 601-BBrasília – Distrito Federal(61) 3966-6414

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Publicidade On e Off: Feitas uma para a outra. Descontração, deadli-nes, jobs, busca constante de conteúdos, brainstorm, tensões, correria. Esse é o clima de agência onde ne-nhum dia é igual ao outro, já que em todo job você pre-cisa criar algo novo. Novas ideias e a tentativa de so-lucionar os problemas dos clientes fazem com que os publicitários criem novas experiências, divirtam-se no que trabalham e até vi-rem várias noites. E nesse mundo onde a tecnologia avança cada vez mais é im-portante as agências cres-cerem e se especializarem nas novas áreas, fazendo parte dos novos espaços.

Com essas ideias chega-mos às agências online.

A grande diferença en-tre agências on e off é a ma-neira de trabalhar, pensar e onde agir. Há o acréscimo de algumas áreas que não exis-tiam em agências tradicio-nais, como: tecnologia, pro-gramação, arquitetura de informação e inteligência de negócio. Esses departa-mentos existem pelo cres-cimento das redes sociais, otimização em sites de bus-ca e links patrocinados. Tudo isso, fez com que as agên-cias se preocupassem cada vez mais em organizar áreas para cuidar de seus clientes, como é o caso do Marketing, que já existia nas agências tradicionais e está migran-do para as agências digitais com o objetivo de pen-sar como o cliente.

Além das agências online e offline, existem as produto-ras que de alguma maneira, também participam na área de publicidade, ficando com a parte de tecnologia e pro-gramação de projetos. Nor-malmente são contratadas pelas agências, porém, isso não quer dizer que os clien-tes não possam solicitar seus serviços.

Por Deborah de Andrade.

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O crescimento do mercado brasileiro na web é nítido, mas isso não quer dizer que as agências tra-dicionais deixarão de existir, já que sempre haverá um espaço de mídia offline para ser utilizado. Mas, para não ficar para trás, o ideal é que as agên-cias se adaptem e trabalhem com os dois tipos de merca-do, já que o on e o off se complementam, e, quando bem traba-lhados, geram muitos resultados. Hoje, no Brasil existe uma agência no meio digital que pelo número de con-

tas que atende e por ser pioneira no as-sunto, é uma grande referência. Estamos falando da agência Click, que possui 18 anos no merca-do e conta com mais de 300 funcionários. Entre outras referên-cias citamos a Possi-ble São Paulo (Antiga Gringo), que atende a conta da Coca-Co-la Zero. Entre as tra-dicionais que estão se adaptando para o meio digital temos a DM9, AlmapBBDO, M cCann-Er i c k s o n, DM9DDB e Age.

Entrevista realizada com Luiz Carlos, gestor de contas

da Agência Click.

A agência Click está há quanto tempo no mercado? E quantos escritórios ela possui atualmente?

A agência faz parte hoje de um dos maiores gru-pos de comunicação digital, o grupo Isobar, está há 18 anos em operação e existe antes mesmo da internet. Esse ano, a internet com-pleta faz 16 anos. Portanto, pode-se dizer que a Agên-cia Click Isobar é pioneira no assunto. Atualmente, a Click possui quatro escritó-rios no Brasil, localizados em São Paulo, Rio de Janei-ro, Brasília e Belo Horizon-te; possui mais de 300 fun-cionários e mais de mil projetos web desen-volvidos com gran-

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de visibilidade. A primeira venda feita pela internet no Brasil e a primeira cus-tomização de produto, por exemplo, foi em conjunto com a Click.

No escritório de Brasília, quantos funcionários a Cli-ck possui? E de que manei-ra a agência trabalha em relação aos outros escritó-rios?

Hoje temos em torno de 30 funcionários. Não tra-balhamos separadamente, todos os escritórios traba-lham de maneira integrada, não há esse tipo de divisão que separa as áreas por es-critório. Ás vezes até acon-tece de ter um excelente profissional de uma área aqui, porém, que trabalha junto com as equipes dos outros escritórios.

Quantos prêmios a agência Click possui?

Qual a importância desses prêmios?

Temos alguns prêmios ao longo desses anos de operação e isso determina a qualidade, ou melhor, cre-dencia uma agência em re-lação à outra. Afinal, são os méritos que utilizamos para investir em uma agência; se ela é melhor, maior e se tem condições em relação às outras. O que temos hoje são muitos prêmios relacio-nados às áreas de comuni-cação digital e, por incrível que pareça, um de metodo-logia e gerenciamento de projetos. Acreditamos ter maturidade no que diz res-peito a projetos.

Quais são as contas que a Click atende hoje?

A carteira de clientes que a Click possui é bas-tante variada em termo de segmento de mercado.

Atendemos desde monta-dora de veículos - Fiat - até telefonia móvel - Tim. Aten-demos também a Embratur, Ministério da Agricultura, de certa forma a Petrobrás e Sesi. Além de Citibank, SPN, Gatorade, Antártica e Pepsi.

Como a Click se organiza em questão de trabalho?

O modelo de operação aplicado chama-se Fullset, em que temos diversas competências de profissio-nais dentro da nossa me-todologia e que se baseia basicamente em cinco pi-lares: área de negócios e de planejamento; as equi-pes de criação, tecnologia e mídia. A primeira trabalha com o atendimento e ges-tão de projetos; a segunda com estratégia de mensuração, de métricas e estra-

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tégias digitais; a terceira trabalha com campanhas digitais, design interati-vo, design web e produção criativa. Já a quarta trabalha com engenharia de sistema e programação de interfato e a última trabalha com va-rejo, mobile e social media. Fora essas áreas, temos uma estrutura chamada ad-ministrativa, que faz o ge-renciamento dos projetos, a área de RH e o financeiro.

Em seu ver, qual é a dife-rença em trabalhar online e offline? Algum dia o online vai ter mais resultado do que o offline?

É meio complicado fa-zer uma comparação fria em relação a isso.Todo e qualquer mercado tem po-tencial, o que vai diferenciar

se você terá voos mais altos ou menos

a l t o s,

é sua capacidade técnica, sua flexibilidade, inteligên-cia emocional e sua experi-ência.

Como a área de produção trabalha em uma platafor-ma online?

A agência planeja e faz uma proposta em cima do briefing e contrata uma produtora. Apenas idealiza-mos a produção.

O que você sugere para um futuro publicitário em rela-ção a escolha de agências digitais e tradicionais?

Trata-se do perfil do profissional, de onde ele se enquadra melhor, pois cada um tem a sua dinâmica de trabalho. O que sugiro é que no período de formação acadêmica, o futuro pro-fissional procure estagiar em uma agência offline e depois em uma online, pois

assim ele consegue tirar suas conclusões de onde se identifica. A online e a offli-ne se relacionam muito e é possível atuar tanto na off quanto na on. Vale lembrar que a online está em plena expansão. O Brasil possui mais usuários de internet que toda a população do Reino Unido; mais usuários de celular que toda a popu-lação da Rússia.

Quem quiser conhecer a agência precisa ligar e

marcar um horário.

Agência ClickSCN Q 04 Bloco B - Sala 603A

Centro Empresarial Varig - Asa Norte

(61) 3424-5800

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Por Janine Martins

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Já imaginou trabalhar em um ambiente onde a maior parte do chão é de grama sintética e a sua mesa fica a cinco passos de uma piscina de bolinhas ou de uma mesa de sinuca? Acre-dite, pois este cenário é real. E se você faz publicidade, pode se imaginar lá. São as novas instalações da agên-cia BorghierhLowe, no Pla-no Piloto, em Brasília, que a equipe da Revista Placenta foi conhecer para te contar como é, na prática, esse am-biente descontraído que se imagina da publicidade, no qual a brincadeira também faz parte do trabalho. A decoração já vem com tudo. No edifício onde está localizada, a BorghierhLowe tem uma parte das paredes, a que é voltada para fora do prédio, de vidro espelhado (aquele que quem está den-tro vê fora, e quem está fora não vê dentro). Entre os de-partamentos, quase todos

têm suas divisões de vidro transparente, com um vá-cuo entre a parede e o teto para facilitar a comunica-ção. Quer falar com o colega da mesa da frente? Nenhu-ma divisória. Computadores frente a frente agilizam o di-álogo entre a equipe. Aliás, as divisórias de vidro são algo que a gerente de ope-rações, Mônica Cunha faz questão de ressaltar duran-te a conversa. Segundo ela, este formato ajuda porque “as pessoas podem se ver o tempo inteiro, então tem um relacionamento próximo.” Sobre o novo forma-to do espaço físico, amplia-do recentemente devido à demanda de trabalhos e ao aumento de pessoal, a es-sência é inspirada em outra unidade da agência, locali-zada em São Paulo. “A gen-te procura dar um espaço físico agradável, confortá-vel, alegre, descontraído, para o pessoal trabalhar

com alegria. (...) É possível que as pessoas consigam trabalhar dentro de uma se-riedade, entre quatro pare-des, em silêncio, mas isso é totalmente ultrapassado. Quando você conversa com as pessoas, quando você tem espaço de lazer, quando você tem tempo para estar desafogando suas coisas, é muito gostoso”. O ambiente, mais des-contraído e agradável de estar, faz com que os publi-citários consigam lidar com as adversidades da melhor forma possível, como rela-ta Mônica: “Quando a gen-te tem que trabalhar e virar a noite faz um revezamen-to, — que nem é uma coisa combinada —, mas enquan-to tem um lá, o outro está brincando, um vem e traba-lha, e o outro vai brincar”. O trabalho nem sempre é fácil, já que muitas vezes depende de esperar mate-riais de fornecedores, como

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fotógrafos e gráficas. Mi-chele Sousa, da produção, relembra que certa vez, ao virarem a noite, os funcio-nários ficaram se divertindo jogando sinuca, enquanto aguardavam a chegada de um material. “É um momen-to de extravasar para ver a hora passar mais rápido (...). Imagina se fosse num outro lugar, onde é tudo fechado, com paredes brancas e piso preto? Algum momento ia enlouquecer ali”, disse ela, que, aliás, já foi estagiária da Matriz. Esses atrativos do local fazem com que muitos pas-sem o horário do almoço por ali mesmo. Horário? Quando questionada se é possível haver rotina em um ambien-te publicitário, Mônica sorriu ao mesmo tempo em que foi taxativa: “Nunca, rotina de nada. Não existe isso. Existe hora para entrar e não exis-te hora para sair. E não exis-te pagamento de hora extra

(risos). É todo mundo por amor à arte mesmo. Muitas vezes, a gente vira a noite, mas vamos vendo as neces-sidades de cada um, como pessoa, como funcionário (...) tentando atender, por-que o bom é ver todo mundo trabalhando com gosto”. Uma resposta puxa ou-tra pergunta e: por quê? Por que não se tem rotina? A resposta de Mônica, cla-ro, é elucidadora: “a publici-dade mexe, toca muito no emocional das pessoas, embora tenha toda a parte de departamento financei-ro, orçamento e trabalhos administrativos, ela mexe com a emoção das pesso-as, então não tem rotina”. A publicidade na vida dos publicitários? Para a gerente de operações, “é um vício. É muito gostoso isso”. Sem mais espaço para questio-namentos, é a paixão pelo que se faz um dos principais segredos para se fazer tudo

da melhor maneira possível. Com uma estrutura des-sas, só falta saber como é o clima na agência, as relações interpessoais, pois, num tra-balho em diversas etapas como é o da publicidade, só com muito espírito de equi-pe para as coisas funciona-rem bem. Equipe sim! Este é o sentimento que predo-mina no ambiente. Mônica

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conta que “as pessoas têm uma noção de equipe, (...) Tem gente que fica só para dar força para o outro, que está virando noite ou coisa assim. Então, tem um sen-tido de solidariedade, de companheirismo, de equipe, o que é muito bom”. Michele concorda e afirma quais os valores que para ela são os essenciais para o sucesso da equipe: “É o coleguismo, o bom sen-so e também a responsabili-dade”. Esses sentimentos movem a classe publicitária. “O clima acaba ficando sem-pre gostoso por causa dis-so, mesmo com o maior de-sespero, com fome, às três horas da manhã, doida pra dormir na sua casa, você dá um jeito de ir levando isso, e é gostoso. A gente percebe que, por pior que esteja na-quele dia, você não vai dei-xar o outro na mão”, afirma Mônica, que conclui o assun-to: “As pessoas se solidari-

zam e trabalham juntas por uma coisa só, isso é muito bom, (...) vai criando um cli-ma mais aberto à criação”. E a motivação, a cria-tividade, de onde vem? A gerente de operações da Borghierh Lowe responde rápido: “É o desafio. As coi-sas vão fluindo na motiva-ção, no desafio, nas coisas que são “Putz, como é que a gente cria uma campanha tão complicada?”, e aí isso vem como um desafio”. Para encerrar a visita da revista Placenta à agên-cia Borghierh Lowe, é claro, não se pode deixar de pedir uma mensagem de quem já está consolidado na área para os estudantes de publi-cidade, os futuros a entrar neste concorrido e vasto mercado de trabalho. Mô-nica Cunha manda o recado: “Sempre na publicidade a gente vai encontrar muitas dificuldades, porque, em-bora seja um lugar alegre e

desafiador, não é só esse glamour que as pessoas pensam. Trabalha-se muito, muito! Para estar com arte, com a criatividade ou tam-bém trabalhar na emoção das pessoas, precisa de muito estudo, dedicação, empenho, garra, porque isso não cai do céu, a gen-te não estrala os dedos e os meninos da criação têm ideias fantásticas. Às vezes, eles ficam horas em cima de um trabalho. Isso é des-gastante também. Às vezes, os alunos de publicidade se encantam pelo que vêem na televisão, no cinema, ou nas revistas — fotos incrí-veis e tudo isso —, e as coi-sas não são assim, elas exi-gem muito trabalho e muito estudo. Então, se tem uma mensagem para quem está estudando é: mete a cara!”. Falou e disse.

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Por Kiara Mila

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Estar em um ambien-te de trabalho que nos dê condições de exercer nos-sa profissão, com qualidade e sem stress, é o que todos buscam, mas poucos encon-tram. Se deparar com supe-riores que não dão a mínima para o que você pensa, faz ou deixa de fazer, são cenas de nosso cotidiano. Caso a meta não seja al-cançada: te prepare... vem chumbo por aí. Ou senta no meio fio e chora meu filho!Quando fazemos além do que nos pedem ou ultrapas-samos as metas estabeleci-das: Parabéns! Você não fez mais que a sua obrigação. Muito bonito! Descontração, motivação e companheiris-mo são palavras que deve-riam estar presentes no dia a dia de todos os trabalha-dores (pausa para respirar). Felizmente, nos deparamos com isso em vários ambien-tes de trabalho onde os pu-blicitários estão inseridos.

Ao visitar a agência de publicidade Click Isobar per-cebemos que ambiente di-nâmico e cumplicidade são fundamentais para o bom andamento da empresa. Fo-mos pegos de surpresa ao nos deparar com uma mesa cheia de frutas que iam des-de banana a kiwi. Segundo funcionários, “terça-feira é o dia do verde!”. Dia em que todos se reúnem e con-versam sobre assuntos que passam longe do cotidia-no, hora em que apertam o pause no stress e vão se deliciar com frutas diversas cobertas com leite conden-sado. Além da mesa de fru-tas, pude perceber que a de-coração do local é incomum, com cores, desenhos e até uma mesa de “pimbolin” ou “totó”, se preferir. Em entrevista ao jorna-lista formado e contratado da agência, Fábio Teles, per-guntamos quais são os ma-lefícios de se trabalhar em

um ambiente descontraído: “É muito bom estar em um ambiente assim. São cultu-ras e pensamentos diferen-tes que se apóiam e, conse-quentemente, obtém-se um resultado melhor, mas algu-mas vezes precisei de silên-cio absoluto para concluir um trabalho de grande im-portância, e as brincadeiras atrapalharam um pouco.” O dono da agência Bees Publicidade, Amilton Coe-lho, nos mostrou os bene-fícios: “Publicidade não se difere tanto assim das ou-tras profissões. Podemos vir de chinelo, bermuda, rou-pas esquisitas, tatoos, ca-belo moicano, ler playboys no meio do expediente, ter uma mesa de sinuca no meio da agência. Mas, no fundo, tudo é negócio. O que difere é o modo de encarar o trâ-mite deste negócio. Somos cobrados pela criatividade. Então, não dá para cobrar si-sudez quando se cobra cria-

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tividade. Mas, apesar de toda ‘brincadeira e leveza’ que tem numa agência de publicidade, o trabalho é sé-rio, bem sério. Afinal, a gen-te lida com um dinheiro que não é nosso. A responsabili-dade é imensa. Apesar das tatuagens. Existem empre-sas que antes eram tradicio-nalíssimas que estão abrin-do os olhos para ambientes mais descontraídos. Não é um terno bem cortado que faz mais competente al-guém. Não é um escritório com baias e horários rígidos que definem a produtivida-de ou competência. Há ban-cos com gente jovem fazen-do um trabalho incrível de aproximação com jovens. Veja o caso do Itaú. Eu ima-gino o Itaú, pela sua comuni-cação, apesar das gravatas e ternos, um ambiente leve e gostoso. Vá a uma agência do Itaú e veja como ela mu-dou em relação às agências do meu tempo. Jovens, nada

de ternos, nada de gravatas. Gente como a gente. Então, cada um ‘na sua praia’, mas ambientes descontraídos ajudam a gente a ser mais produtivo sim. Afinal, passa-mos mais tempo no escritó-rio do que na nossa própria casa. E, como ser feliz em um lugar triste?”

Trazendo a conversa um pouco mais para o nosso mundo, não experiente, per-guntamos ao Amílton qual a diferença de se trabalhar com profissionais formados a trabalhar com estagiários: “Publicidade é uma ativida-de genérica. Ninguém aqui precisa ser especializado em nada. Contudo, é preci-so ter formação Superior. E o Superior aqui está tanto no curso especificamente dito (seja ele qual for) como no lidar com a vida e com as coisas do mundo. Expli-co: já conheci excelentes criativos formados em En-genharia Industrial, redato-res formados em Psicologia ou Letras, ou Administra-ção. Mídias formados em Administração. Enfim, o que procuramos são talentos, gente que contribua com um olhar diferenciado do mundo. Essa é a matéria da nossa profissão. Olhar o que está em volta, no mundo e

(...) trabalhar com publicitários formados é fun-damental. Mas, trabalhar com

gente de talen-to, seja qual for o

curso, é vital.

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transformar em comunica-ção, ação, evento, ideias, soluções criativas e inova-doras. Por isso, trabalhar com publicitários formados é fundamental. Mas, traba-lhar com gente de talento, seja lá qual for o curso é vital. Quando colocamos um esta-giário na agência o que mais queremos é o mesmo gás, a mesma gana que tínhamos quando éramos estagiários. E, acredite, já fui estagiário.

Queremos o olhar atento, as novidades, a vontade de mudar, de trazer coisas no-vas, a curiosidade de apren-der. Acredite em outra coi-sa: queremos aprender mais com os estagiários do que ensinar. Queremos alguém que venha e destrua nossas certezas. Então, estagiários bons são estagiários vivos. Muito vivos. Que questio-nam, que brigam, que ou-sam. Essa é a hora de errar,

de sugerir, de falar boba-gem. Ninguém vai condenar um estagiário, porque ele é ‘café com leite’, está ali pra isso mesmo. Para falar bo-bagem, para trazer idéias que não teríamos e para instigar. A motivação então deve vir mais dele do que da gente. Nós esperamos isso: alguém pilhado, a fim, moti-vado, louco para aprender e, com isso, nos ensinar.”

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Descanse o corpo.Agora é a vez da mente suar.

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Descanse o corpo.Agora é a vez da mente suar.

Por Walquíria Reis

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Neuróbica:a mente sarada

Em busca de um corpo bonito e saudável as aca-demias de ginástica estão sempre cheias de pessoas se exercitando. Há também os que trocam a agitação das academias por exercí-cios ao ar livre, como a ca-minhada ou corrida. Entre os vários benefícios da ati-

vidade aeróbica podemos encontrar um corpo mais disposto e flexível ,a melho-ria da circulação sanguínea, e claro, algumas gordurinhas a menos. Mas há um tipo de exer-cício que ainda é pouco co-nhecido e tão importante quanto as aeróbicas. A dife-

rença é que o foco não está em exercitar pernas,braços ou abdômen, mas sim, em exercitar o cérebro, a cha-mada: Neuróbica. Os exer-cícios que a neuróbica ofe-rece tem como objetivo melhorar a agilidade mental e reduzir os eventuais casos de perda de memória.

Algumas vezes não lem-bramos aonde deixamos as chaves, foge o nome da-quele novo conhecido na cabeça ou até mesmo nos atrapalhamos para concluir um raciocínio. Exercitando a mente temos maior habi-lidade para melhorar nossa memória, inventar novas maneiras para solucionar algo e até mesmo apren-der a analisar algo de vários pontos de vista, facilitando nossa compreensão. A criatividade é o ponto chave trabalhado pela neu-róbica. A ideia é sair da roti-na e as fazer as atividades diárias de forma diferente

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da qual estamos acostuma-dos. Exercícios neuróbicos ajudam a criar diferentes padrões de atividades dos neurônios no cérebro. La-wrence Katz e Manning Ru-bin, que são autores desta descoberta, trazem em seu livro Keep your Brain Alive (Mantenha o seu cérebro vivo) várias dicas de exer-cícios para quem pretende “malhar” a mente. Para os criativos da pu-blicidade que, constante-mente, se confrontam com o desafio de fazer novas criações, inovar e buscar soluções de uma nova pers-pectiva, a neuróbica torna--se uma poderosa aliada. Em uma reunião de brainstorm, por exemplo, o cérebro co-meça a produzir novas as-

sociações facilitando o surgimento de uma nova ideia. Os cinco sentidos (visão, olfato, paladar, audição, tato) são es-timulados durante os

exercícios onde aprende-se a avaliar as sensações de forma mais atenta. Segun-do o Dr. Nelson Lima, os ob-jetivos da neuróbica são en-volver um ou mais sentidos num novo contexto, chamar e ocupar a nossa própria atenção, e quebrar a rotina de maneira inesperada e in-vulgar. Muitas vezes desempe-nhamos nossas funções diá-rias sem dar a devida aten-ção às nossas sensações táteis, olfativas, etc, onde acaba-se executando as coi-sas de forma mecânica. O cérebro que está habituado na rotina se acostuma com o modo previsível que os atos acontecem. Esse é o princi-pal defeito da rotina: pelo fato de reduzir o esforço in-

telectual acaba atrofiando e limitando o cérebro. Quando se muda a forma de realizar as atividades o cérebro é es-timulado a trabalhar mais e resolver novos desafios. Os exercícios para o cé-rebro são fáceis de serem executados. Em um primeiro instante pode causar certo estranhamento por parte de quem executa, mas faz parte do exercício quebrar o modo convencional de se pensar ou fazer as coi-sas.

Os exercícios qu e a N eur óbi ca oferece tem como objetivo melhorar a agilidade mental e reduzir os eventuais casos de perda de memória.

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Estes são exemplos de alguns exercícios que fazem com que o cérebro nos ajude a captar dados e informa-ção externa em contextos distintos, assim como inte-grar, codificar e memorizar informações, além de plani-ficar e criar novas idéias e conceitos. Nelson Lima explica que para o cérebro evoluir é pre-ciso estimulação que é ad-quirida através de novas aprendizagens. Uma edu-cação pobre em estímulos não ajuda a proliferar a li-gação entre os neurônios e até o nascimento de uma nova célula. Nelson ressalta o benefício da neuroplasti-cidade que é a capacidade do cérebro ser expansivo e dinâmico, o que possibilita novas ligações entre células nervosas. O doutor ainda explica a importância da criatividade: “Eu defendo que na criativi-dade devemos explorar até o extremo a imaginação indo

mesmo pra lá das fronteiras da razoabilidade”. Ele diz que a nossa estrutura social (educacional, familiar...) for-matou nossas mentes para aceitar e seguir regras. Isto acaba sendo um fator inibi-dor para explorarmos o lado criativo. Mas, se desfazendo das “amarras” do padrão con-vencional da sociedade, (de agir ou de pensar) podemos conseguir melhores resulta-dos em nossas atividades. Inovar, para muitos, chega a ser um verdadeiro desafio, mas para o especialista isto não é culpa das pessoas, e sim uma “pré-disposição” do cérebro que tende a se-guir o caminho das rotinas. Mesmo assim, ainda é pos-sível fazer o trajeto reverso (da inovação) e vivenciar novas experiências. É ne-cessário interagir mais com a imaginação e ser um eter-no curioso.

*Descubra novos percursos para o trabalho ou faça um passeio;

*Exercite sua mão não dominante sempre que puder ( para escrever, desenhar, abrir portas...);

*Desenvolva os seus mapas olfativos prestando atenção nos diferentes cheiros dos ambiente (ruas, jardins, lojas,etc);

*Procure fazer viagens sem planos;

*Ao ouvir música procure fazer associações com pessoas, lugares ou situações;

*Leia ou veja fotos de cabeça para baixo, concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado;

*Mude regularmente o aspecto do seu local de trabalho ou a disposição dos objetos;

*Colecione algo que possa aumentar sua cultura ou estimular a sua imaginação.

Seguem, abaixo, algumas dicas de exercícios que po-dem ser praticados regular-mente:

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Olha quem está falando agora:

Nem você, nem a mamãe vão me fazer mudar de ideia.

Por George Magalhães

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O que se faz em um tra-balho de curso? Para muitos ele é a passagem para o di-ploma, o libertador da fa-culdade ou simplesmente o fim de um ciclo. Para Polyana Bandeira, 23 anos, redato-ra da Borghierh Lowe e ex--estudante da Católica, tinha que ser mais, tinha que ser um filme. Ela resolveu não fazer “mais um documen-to para a biblioteca”, e sim aproveitar a oportunidade para expor seu trabalho e sua visão de mercado. “Pa-pai, Quero Ser Publicitário” retrata a carreira publicitária, os fascínios e frustrações da profissão e expõe o dilema da carreira gratificante ver-sus dificuldades, tendo em foco a inversão quando exis-te a vontade do filho em ser publicitário. Polyana ainda abre o jogo sobre a ideia do projeto, como foi fazer um

filme sem ter experiência, produzi-lo e, ainda, como entrou no curso tendo aber-to mão de ser diplomata.

Como começou sua carreira profissional? Entrei na Universidade para Relações Internacio-nais porque, desde criança, sonhava em ser diplomata. Fiz um ano do curso e não me adaptei. No colégio eu gos-tava de elaborar mil planos que envolviam muita gente. Fazia filme, roteiro, cenário, criava e organizava tudo. Estudar História, Direito, Po-lítica, não era comigo. As-sim que troquei o curso, me encaixei. Descobri que era aquilo que eu queria e que a área da redação estava liga-da às minhas habilidades.

Qual matéria na faculdade você mais se destacava? Eu nunca fui ótima em tudo, mas as matérias de redação eu fiz muito bem,

pois sabia que era aquilo que eu queria e até era um pra-zer. Pelo menos, nessa área, me dediquei muito e levei a sério.

Como surgiu a ideia de fazer o documentário ‘Papai que-ro ser publicitário’? Eu não queria fazer um projeto só para deixar ar-quivado na Biblioteca ou no Curso. Tinha que ser algo que me colocasse em con-tato com profissionais, que eu tivesse orgulho e pudes-se apresentar depois no meu portfólio. Um vez, esta-va trabalhando com um ami-go em um dia bem complica-do e ele, meio frustrado, me questionou: “Como você teve coragem de abrir mão de uma carreira diplomática, com todo glamour, viagens, ótimos salários, para vir ra-lar até de madrugada, não receber pela hora extra, não ver tantas vezes o trabalho na rua? Você é maluca. Se

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você fosse minha filha, eu te matava”. Não precisou de mais nada, a ideia veio na minha mente na mesma hora: Como seria a reação de um publicitário se seu filho quisesse seguir a pro-fissão?

Como foi seguir com a ideia do projeto? Com isso na cabeça, só faltava correr atrás de tudo. Mas, antes, ainda tive que tomar outra deci-são complicada. No final do meu curso, eu tinha um estágio na Master, agência de publicidade, mas tive que abrir mão por conta do projeto.

Como foi abrir mão de um emprego para investir em um filme que você sequer sabia como fazer? Eu tive que sair da Master, para apostar no ví-deo. Parecia loucura, e era. Como explicar para a minha

família que agora poderia chegar de manhã do traba-lho? Como explicar que a vida não seria a de um di-plomata, que trocaria isso tudo para ser assim? É pai-xão e é difícil. Nessa profis-são só vive quem ama. Não é de encher os olhos traba-lhar como doido. Todo pu-blicitário reclama, mas se faz é porque ama. É um tra-balho baseado no amor.

Como foi o processo de produção do filme? Eu queria ir para São Paulo entrevistar os me-lhores, e como já iria até a cidade participar da Sema-na Internacional de Cria-ção Publicitária, dava para aproveitar o gancho, mas tinha dificuldades. Nunca havia feito um filme, tinha feito uma matéria de au-diovisual na Universidade e mais nada. Eu precisava aproveitar a oportunidade de estar em São Paulo e fa-zer tudo de uma vez, não ia ter outra chance. Duas ami-gas que também iam, Elaine e Olávia, se interessaram pelo meu projeto e a aju-da foi fundamental. Eu tive duas semanas para apren-der as técnicas de entre-vista, assisti documentá-rios, entrevistas, pesquisei os melhores diretores, ob-servava as perguntas para saber quais fazer e aí fui. Chegando em São Paulo foi

Nessa profissão só vive quem ama. Não é de encher os olhos trabalhar como doido. Todo publicitário reclama, mas se faz é porque ama.

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um caos: três meninas an-dando de metrô com todo aquele equipamento. Era tudo muito corrido.

E o que deu pra tirar de melhor da Semana de Cria-ção em contato com no-mes internacionais da pu-blicidade? As palestras da Sema-na de Criação eram com renomados publicitários do mundo todo. Mas, para mim, não foi tão bom e pra-zeroso como fazer o filme, entrar em contato, falando e entrevistando as pesso-as que eu admirava. O cara tá ali de igual pra igual com você, ser humano igual você. Foi sensacional. Você endeusa os caras, mas eles são muito simples. Foi a melhor experiência da mi-nha vida profissional.

Como foi fazer um filme sem cursos especializados, uma semana de prepara-

ção e uma semana pra pro-duzir quase tudo em SP? Você tem que saber que sempre vai depender da ajuda das pessoas, mas a principal parte é sua. O fato é que depois de um projeto desses, a visão das coisas muda bastante. Para mim, que deixei para trás um curso e abri mão de várias coisas por conta do Projeto, existe diferença entre o que vem à mente das pessoas quando pen-sam coisas desse tipo e a realidade, o fazer. Tem uma frase de Fernando Campos, um dos personagens do meu filme, que é mais ou menos assim: “Essa pro-fissão é pra quem arrisca, pra quem tem coragem”. Hoje, depois do vídeo e de tudo, sei onde eu estou pi-sando. Tenho certeza que é isso, não me arrependo. A profissão já me deu tantas coisas boas, que as frus-trações são mínimas.

Hoje, você está formada há um ano e tem várias expe-riências na área. E se fosse o seu filho? Não sei bem o que res-ponder, mesmo depois de ter feito o filme há um ano.Mas, caso acontecesse, eu deixaria bem claro: apesar de todos os problemas da profissão, somos felizes...Pode ser ?

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P U B L I C I T Á R I O .

G R A N D E P R O D U T O RF A M Í L I A Q U E S E R E I U M

D E C O N T A R P A R A M I N H AN Ã O V E J O A H O R A

“Que bom, Junior. E o que faz um produtor?” Provavelmente mui-tas mães, tios, primos e sobrinhos reagiriam assim. E pra responder não só eles, como você também que é interessado no assunto, a equipe da Revista Placenta pesqui-sou sobre a profissão e trouxe a opinião de profissionais renomados do mercado de Brasília, Mauro As-sis (Diretor de Criação da Funyl) e Patrícia Araújo (Produtora executi-va da Maria Mercado Produção e Marketing de Moda). Mauro explica o motivo das pessoas fazerem a pergunta ante-rior: “Produção publicitária é tão novo que as pessoas confundem com Produção Gráfica, Cultural. O mercado passa por um crescimen-to, novos formatos, tecnologias e se esquecem que lá na ponta al-guém tem de estar preparado para entregar a melhor estrutura para que fotógrafos, diretores possam fazer o seu melhor.”. Patrícia complementa a respos

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ta, falando um pouco da rotina, ou melhor, da falta de rotina da profis-são: “No geral, recebemos o brie-fing e o layout da campanha, or-ganizamos check list e cronograma para cumprir tudo dentro do prazo, fazemos prancha de referência para diminuir a margem de erro... e mãos a obra. Considero como vantagem a diversidade. Sempre muita coisa p/ correr atrás, pessoas diferentes, lugares diferentes, contatos... toda produção tem um desafio novo. Quando você pensa que já fez de tudo, certamente está enganado.”. Diante de um terreno fértil e carente por produtores, Patrícia ex-plica como os estudantes podem trabalhar nesta área rica de cultura e novas experiências: “O aluno tem a opção de tornar-se produtor “freela”, realizando vários trabalhos na se-mana com clientes diferentes, ou um produtor fixo em estúdios de fotografia e captação de vídeo. O primeiro caso é mais comum, em-bora em Brasília, já existam em-

presas que começaram a contratar produtores para compor a equipe fixa.”. Com muita bagagem na carrei-ra, Patrícia, que leciona seu curso de Produção Publicitária na Funyl, fala de como tem sido as primeiras experiências de seus alunos: “Tem sido ótimo. Muitos já tiveram a oportunidade de acompanhar pro-duções e colocar a mão na massa. Temos pelo menos 5 alunos que ou já estão empregados ou realizan-do “freelas” de produção. É ma-ravilhoso despertar nesses novos profissionais o interesse por outras áreas da publicidade que não seja somente dentro da agência. A má-quina criativa vai além.”. Então, se você ficou interessa-do nessa profissão e quer ir além na sua carreira, fica a super dica desta matéria: Ligue já para a Funyl e faça sua inscrição no curso de Produção Publicitária. Assim sua fa-mília reconhece sua garra e o mer-cado reconhece o seu talento.

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Por Ana Paula Lisboa

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Cannes, Clio Awards, Colunistas, Marketing Best, Festival de Gramado... São muitos os festivais e prêmios de publicidade. Servem para reconhecer trabalhos de profissionais e agências do setor e para dar motivação a mais para produção de pe-ças e campanhas. Também são considerados indicado-res de sucesso e de credibili-dade. Muitos publicitários e publicitárias desejam rece-ber méritos pelos trabalhos que realizam. Prêmios, espe-cialmente os internacionais, dão destaque especial para peças ou campanhas, como uma recompensa pelo em-penho dos publicitários.

Estudantes já premiados Em 2010, a empresa jú-nior de publicidade da Uni-versidade de Brasília (UnB), Doisnovemeia, recebeu me-dalha de prata, no prêmio Colunistas Promo Brasília.

A agência foi premiada na categoria Organização de Congresso com case pro-mocional, elaborado para o V Almanaque de Criação, evento que traz palestras com profissionais de desta-que no mercado publicitário.A promoção Entre de Graça trouxe como personagem a galinha Mercedes que estava desaparecida. O site (http://eutinhaumagalinha.com.br) dava pistas e os que encon-trassem a ave de brinquedo ganhariam ingressos para o evento. Vários blogs e agên-cias ajudaram a divulgar e a desenvolver a promoção. Apenas cinco ingressos gratuitos trouxeram resulta-dos muito maiores: 370 ins-critos na campanha (aumen-to de 740% com relação ao ano anterior), cerca de 2.150 visitantes únicos no blog e 15.960 visualizações de pági-nas. Além da participação de 600 estudantes no Almana-que.

“Foi muito gratifican-te. Renovou os ânimos de todos que trabalhavam na agência. O objetivo da em-presa júnior é o aprendiza-do, então, acredita-se que os alunos ainda não chega-ram ao nível do mercado. O prêmio veio pra dizer o con-trário”, relatou a antiga co-laboradora da agência, Ias-miny.

O peso de um prêmio Mas será mesmo que receber prêmios pesa tan-to assim? Em 2006, o Gru-po Consultores da Espanha realizou o primeiro estudo sobre agências no Brasil. Foram entrevistados 80 di-retores de atendimento e de criação de grandes agên-cias. Também foram consul-tados 278 dos 300 maiores anunciantes do País. A pesquisa mostrou que prêmios conquistados pelas agências são o últi-mo motivo de escolha dos

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executivos de empresas, sendo considerado fator im-portante por menos de 10% dos entrevistados. Dentre outros resulta-dos, constatou-se que a criatividade é o critério mais relevante para seleção de uma agência, sendo consi-

derada como determinante por mais de 80% do público pesquisa. Outros valores en-fatizados são transparência na remuneração, planeja-mento estratégico, e o fato de uma agência não traba-lhar para contas do mesmo setor.

A indústria da premiação “A importância dos prê-mios e festivais de publici-dade é dar visibilidade às agências e aos seus profis-sionais. Quando os prêmios e festivais são sérios, eles podem agregar algum dife-rencial às agências. Caso

Festival de Publicidade de CannesCriado em 1953, é o festival mais famoso do mundo e normal-mente acontece em ju-nho, na cidade de Can-nes, na França.

Festival de GramadoComeçou, em 1975, para discutir e analisar o segmento publicitá-rio. Acontece a cada dois anos na cidade de Gramado (RS).

Clio AwardsPossui competições para Publicidade, De-sign, Interatividade e Relações públicas. É realizado, há 52 anos, nos Estados Unidos.

Prêmio Abril de PublicidadeCompleta 25 anos em 2011 e se propõe a fes-tejar grandes talentos. Acontece em catego-rias de Criação para Revista, para Internet, e para Mídias da Abril.

CaboréInstituído pelo jornal Meio & Mensagem em 1980, homenageia empresas e profissionais que contri-buem para o avanço da Propaganda, Marketing e Comunicação no merca-do brasileiro.

Prêmio ColunistasA seleção de Propagan-da ocorre desde 1968. A versão Promo surgiu, em 1982, para analisar promoções. A de Produ-ções veio em 1987 e a de Design, em 2009.

Marketing BestIniciou no Brasil há nove anos e reconhe-ce ações de marketing empresarial.

El OjoDesde 2002, reconhe-ce trabalhos de 26 paí-ses ibero-americanos, dentre eles o Brasil.

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contrário, o resultado é qua-se nulo”, explica Edmundo Brandão Dantas, 57. Apesar de não ser publicitário, ele é professor da Faculdade de Comunicação da UnB e de-senvolveu uma carreira de 23 anos nesse setor. “Já participei como ju-rado de dois importantes prêmios de marketing na-cionais, cujo nome omito, por razões éticas. Foi uma experiência interessante, mas negativa”, contou. Ed-mundo é graduado em Enge-nharia de Telecomunicações e Economia, especialista em Marketing e em Comunica-ção Social, mestre em Pla-nejamento Estratégico em Engenharia de Produção, e Doutor em Ciência da Infor-mação. Ele explicou que, nesses prêmios, os jurados indicam empreendimentos que se destacam no mercado. “O que me frustrou bastante é que os organizadores infor-

Afirmar que as que ganham mais prêmios são as melho-res pode ser uma falácia. Conheço agências muito criativas que nunca foram premiadas”, finalizou o pro-fessor.

Prêmio x Vendas Difícil não se lembrar dos mamíferos da Parmalat, de pipoca e Guaraná, de com-pre Batom, e do bordão da Brastemp. Um bom anúncio é lembrado pelas pessoas, constrói imagem positiva do anunciante, e, principal-mente, gera vendas. O objetivo primordial de qualquer propaganda é vender. Ser reconhecido num festival aumenta o sta-tus dos profissionais e das agências, mas a melhor re-compensa para uma cam-panha, certamente, é dar resultados e se tornar me-morável para o público.

mavam as empresas, mas se elas quisessem concorrer ao prêmio eram obrigadas a pagar um valor astronômico para fazê-lo.” “Há algum tempo, uma empresa de comunicação quase desconhecida em de-terminada cidade foi agra-ciada com um prêmio Top of Mind. Até seus gestores ficaram surpresos. Depois veio a continha para eles pa-garem. O motivo disso acon-tecer é que esse negócio de premiação virou uma indús-tria”, complementou. De acordo com Edmun-do, prêmios e festivais cos-tumam ser muito lucrativos para quem promove e são poucos os que premiam campanhas que realmente resolvam os problemas de comunicação dos clientes. “Os prêmios são mais para massagear o ego dos publi-citários do que propriamen-te para gerar diferencial sig-nificativo para as agências.

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Ricardo Figueira, 39, é brasiliense e curte rock. Graduado em Administra-ção e Design, iniciou car-reira em publicidade em 1995. Dois anos depois, fundou, com dois amigos, a Atelier Comunicação e Internet. O negócio cres-ceu e, em 1999, foi com-prado pela AgênciaClick de São Paulo e passou a se chamar AgênciaClick Brasília. Ricardo atuou como Diretor de Criação, Diretor de Arte e sua equi-pe trouxe, para Brasília, o primeiro Leão de Cannes, de ouro. Em 2004, Ricar-do assumiu a direção exe-

cutiva da agência de São Paulo, e, em 2007, quando ele era vice-presidente de Criação, a Click foi com-prada pelo grupo inglês Isobar/Aegis. Ele foi con-vidado para trabalhar na Glue London, na Inglater-ra. Em 2008, retornou ao Brasil e passou a ser vice--presidente de Criação do grupo Isobar, na Amé-rica Latina. Em 2009, o grupo comprou a agência AGE onde ele atuou e, em 2010, voltou a Londres, onde trabalha atualmen-te como Diretor de Cria-ção da Glue para contas globais, como a da Nokia.

Por Ana Paula Lisboa

O cara realmente é fera. Não é à toa que ele foi caçado sete vezes para receber os Leões de Cannes.

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Pela descrição deu pra per-ceber a correria publicitária que é a vida desse criativo que já foi jurado de prêmios e festivais de publicidade. Confira agora, a entrevista exclusiva concedida à Pla-centa.

Qual sua experiência em prêmios e festivais de publi-cidade? Já participei como jura-do em eventos, como: Fes-tival de Cannes, New York Festival, The One Show, Art Director Clube, D&DA e mui-tos outros. Na minha carrei-ra, acumulo hoje sete Leões, dezenas de outros prêmios internacionais e orgulho de ser brasileiro. Dentre os mo-

mentos de maior aprendi-zado na minha vida estão as ocasiões em que fui mem-bro desses júris, porque pude compartilhar com gen-te “top dos tops” do mundo inteiro minha visão e apurar discussões criativas.Qual a importância de prê-mios e festivais? Através de premiações e reconhecimento por um júri sério e altamente qualifica-do, você consegue criar um critério comum de qualida-de no mercado. Com isso, a profissão, as técnicas, a am-bição e os insights criativos evoluem. Imagine se todas as profissões tivessem a sorte de ter um critério rigo-roso de evolução a cada ano que passa...Qual a relação entre ganhar prêmios e credibilidade? Não acredito que prê-mio aumenta a credibilidade de um criativo, mas prêmio atesta potencial, ambição e critério para criação. Todo bom criativo de verdade,

tem que ser ambicioso, nun-ca esmorece, nunca acha que já sabe o bastante, nem acha que já é bom o sufi-ciente. Existe uma frase mui-to antiga de um publicitário inglês chamado Paul Arden, que diz: “It’s not how good you are, but how good you want to be” (A questão não é quão bom você é, mas sim quão bom você quer ser). Um profissional de criação acomodado é um médico satisfeito em fazer curati-vo e diagnosticar gripe. No caso de uma agência, os prêmios retratam a ambição dessa empresa em fazer um trabalho melhor.Campanhas que ganharam prêmios no Brasil ou no ex-terior servem como fonte de inspiração? Inspiração na própria propaganda é o que mata a propaganda hoje em dia. Os prêmios devem servir como inspiração para você tentar fazer melhor. Hoje, as melhores ideias vem de

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insights que nada tem a ver com propaganda, mesmo que a execução seja em for-mato de propaganda. Os pu-blicitários não podem mais ver o que está em Cannes, apenas. Isso é o mínimo. Tem que ver como o mundo se transforma, tem que ir para o SXSW (conferência de música, filmes e interati-vidade) em Austin, tem que ver palestra de TED (confe-rência mundial sobre tecno-logia, entretenimento e de-sign). Tem que ver como as redes sociais estão mudan-do as sociedades em países onde o governo controlava os meios de comunicação. Qual sua opinião sobre o bo-ato de que muitos prêmios de publicidade podem ser comprados ou forjados? Só posso dizer sobre os prêmios de que participei e acho impossível alguém comprar um prêmio. Primei-ro por causa do júri. Eu nun-ca vi nada tão profissional quanto o Festival de Cannes.

A legitimidade de um prêmio é a sua seriedade. As orga-nizações dos prêmios geral-mente são instituições fi-nanceiras que ganham muito dinheiro com inscrição. Fazer qualquer coisa, nesse senti-do, seria a maior burrice do mundo e queimaria aquele prêmio para sempre. Em al-gum lugar isso deve existir, eu, felizmente, nunca vi.É mais importante que uma campanha funcione e real-mente resolva o problema do cliente ou que ela seja reconhecida ao ganhar prê-mios? Não existe excludência de critério: é inadmissível que uma campanha não te-nha objetivo de resolver o problema do cliente e tam-bém que as agências não briguem muito por fazer isso com qualidade e cria-tividade. Mas, tem de tudo no mercado, inclusive agên-cia de repetição, aquelas que investem muito dinheiro para repetir uma mensagem

fria um milhão de vezes por-que essa é a forma mais fá-cil que elas acham para que um consumidor se lembre de uma marca. É mais importante que uma agência seja reconhecida por meio de prêmios ou que tenha fama própria entre clientes? Existem agências que tratam a história toda como business de criatividade e veiculação, e existem clien-tes que só fazem seu papel de gerente de Marketing em vez de gestor de marca. É tudo uma questão de pes-soas, valores e suas priori-dades, do dono da agência, do gerente de marca e, mui-tas vezes, dos presidentes das empresas. Há alguma campanha que você recomenda como refe-rência? Recomendo uma campa-nha maravilhosa da Volkswa-gen, porque ela faz o que po-demos fazer de melhor com as pessoas, envolvê-las em

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vez de apenas dizer alguma coisa. É possível ver pelo link http://www.thefunthe-ory.com.Qual trabalho seu você indi-caria? Um pelo qual tenho um grande carinho que é sobre o Fiat Idea Adventure. Foi a primeira campanha de ci-nema interativo no mundo. Ganhou medalha de ouro no Prêmio Colunistas; ga-nhou GrandPrix; e recebeu medalha de prata para cau-sadores de emoção, e de bronze para test drive inte-rativo no Prêmio Abanet/IAB, em 2007. É possível vi-sualizar pelo Youtube em http://w w w.youtube.com/watch?v=7JptKZSaars.Você acha que faz diferença trabalhar em um local reco-nhecido por prêmios? Faz diferença trabalhar numa agência que aprecia e exige ambição criativa; o resto é conseqüência. Tra-balhar e fazer uma agência ser premiada demanda pos-

tura que influencia sua vida, sobretudo no quanto você se dedica ao trabalho. É pre-ciso ter muita disposição para aprender diariamen-te. Foi isso que me inspirou a aceitar o convite para ser Diretor de Criação de con-tas globais da Glue, em Lon-dres. Eu tive que abrir mão da zona de conforto em que estava no mercado brasilei-ro, e deixar para trás o reco-

nhecimento que já existia em relação ao meu trabalho para começar tudo de novo numa escala maior e bem mais complexa. Mas, não há um só dia que eu não apren-da, e é isso que me move.

Ponto crítico com Francesc PetitNo livro Propaganda Ilimitada, de 2006, Fran-cesc Petit, um dos fundadores da DPZ Propa-ganda, conta que “Uma história arrepiante da propaganda recente são as premiações que são manipuladas, algumas compradas e outras falsificadas, a qualquer premiação de

quinta categoria, e a maior parte dos publicitários é boba, embarca em qualquer barco furado só para receber um di-ploma e publicar esta notícia nos meios de comunicação.” Ele complementa e afirma que “a coisa toda virou um tra-ça níqueis, os jurados são medíocres, politicamente escol-hidos, amiguinhos deste ou daquele”. O criador do frango mascote da Sadia finaliza ao dizer que “Só dois prêmios são credíveis: o D&AD British Design e o Art Directors, de Nova York. O resto é tudo prêmio para boi dormir.”

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Festival

CannesLions

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Por Gabrie

lle Sante

lli

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O Brasil hoje tem uma força enorme no festival e muita voz ativa com os orga-nizadores. Primeiro, é um festival muito fre-quentado por brasileiros. Segundo, as nos-sas peças ganham muitos prêmios. “Apesar da grande responsabilidade de representar e defender o Brasil em um festival internacional, acho que é uma ta-refa que se realiza com facilidade, pois mo-rei 15 anos fora. Eu transito bem entre as línguas, sei das diferenças culturais e acho que tenho poder de persuasão. Claro que é preciso contar com um material à altura, de forma que isso possibilite a defesa com muita propriedade das peças inscritas. A participação de um evento como Cannes mudou completamente a configuração da minha agenda e recebo esse convite como uma prova do reconhecimento por parte do mercado brasileiro e pelo trabalho ino-vador que estamos fazendo. E em relação

a peças Brasileiras, luto sempre por elas.

Nosso time de jurados já está formado. Escalação:

Zanna Lopes, Raphael Vas-concellos e Fernanda Romano.

O 58º Festival Internacio-nal de Criatividade de Cannes de

2011, também conhecido como Can-nes Lions, aconteceu na Riviera Fran-

cesa entre os dias 19 e 25 de junho. As categorias premiadas foram: melhores

trabalhos impressos, outdoor, peças para rádio, filmes, ações de uso de mídia, marke-ting diretos e promocionais e de ativação. Além disso, concorreram trabalhos em Design, Relações públicas e Institucionais, Técnicas em filme e, finalmente, trabalho em Comunicação integrada. Os candida-

tos tiveram até o dia 8 de abril para se inscrever e foram avaliados

por mais de 50 júris, desses 13 são brasileiros. A Re-

vista Placenta con-versou com

alguns de-les.

.Zanna Lopes, Cantora, Produto-ra musical e Diretora de Criação da Zanna Sound Comunicação Sonora, empresa pioneira na América Latina em Sound Bran-ding. Julgou a categoria Rádio.

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Recebioconvitede formaoficialnoinício desse ano. Nos últimos meses de 2010 fui procurado pelo representante do festival no Brasil, o Jornal Estadão. Man-dei meu currículo e contei um pouco da minha história profissional. Em feverei-ro,fiqueisabendoqueeuseriao juradobrasileiro pela imprensa na categoria Cy-ber. O festival de Cannes é o de maior importância e prestígio do mundo. Todo publicitário observa atentamente o queaconteceemCannes,asdiscussõesquesão realizadas no evento e as tendências paraosanosseguintes.Quemquerfazero melhor trabalho, se inspira nos traba-lhos premiados no festival. Em Cannes, temos a responsabilidade de reconhecer osmelhores trabalhos que estão sendoproduzidos, atualmente, no mundo. Os melhoressãoaquelesqueexigemtraba-lho com coragem, talento e também os quearriscamsuasmelhoresideias.Ocri-tério de escolha dos melhores trabalhos é selecionar num primeiro filtro os que

têm bom nível técnico e queforambemexecutadose bem apresentados. Depois, selecionaremumsegundofiltroosquetêmasmelhoresideias,osinsightsinéditos e os trabalhos criativos mais ou-sados.Por fim, sempre procuro premiaros trabalhosmais revolucionários e quepossuem o potencial de inspirar as pró-ximasgeraçõesdomercado.Namaioriadas vezes, o melhor trabalho ganha o me-lhorprêmio.Adecisãodosjuradosémui-tosubjetiva,masbusca-seamaioriadosvotos na hora de premiar os trabalhos. Outracoisaéarelaçãoprêmioeobjetivo.Nesse campo, nem sempre a propaganda maispremiadaajudouavendermais.Inú-merosfatoresinfluenciamoresultadodotrabalhopublicitário,eoqueestásendoavaliado em um festival são, na maioria dos casos, apenas o lado criativo e inova-dor da propaganda. Émuito gratificanteserumdosjurados,quaseinacreditável.Todo festival de propaganda é uma gran-de oportunidade de refletir sobre a pro-fissão, conhecer figuras interessantes enovos trabalhos. Em Cannes, essas opor-tunidades são multiplicadas.”

.Raphael Vasconcellos, vice-pre-sidente de Criação da Agência Click Isobar, participou pela pri-meira vez como júri do festival na categoria Cyber.

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“Minha expectativa em Cannes é ver trabalhos fantásticos e ao ver esses trabalhos do mundo todo, poder aprender muito sobre onde vamos com a indústria. Sempre é uma responsabilidade julgar o trabalho de outras pessoas e eu levo muito a sério. Julgar é trabalhoso. Começamos às nove da manhã e vai até tarde. Almoçamos e jantamos juntos. Na rua somos parados por muita gente que quer saber como está indo o festival. É uma pressão enorme. A gente bate papo, debate as coisas, discute e aprende coisas novas, então tudo vale a pena. Para avaliar sempre parto do princípio que eu tenho que ter inveja. Branca, mas inveja, do que estou vendo. Se der uma invejinha boa, vontade de mostrar aos amigos e clientes, copiar o link para ter como referência depois, é porque é bom e merece meu tempo. Ao julgar os prêmios nem sempre o melhor ganha, mas isso faz parte do processo. O prêmio ajuda muito na carreira. Em alguns casos aumenta o

salário, mas não atinge objetivos de longo prazo. Uma semana depois da premiação tem uma nova em branco na frente da gente, só esperando a ponta da caneta.”

.Fernanda Romano, Diretora de Criação da agência Euro RSCG, já freqüenta o festival há 10 anos. Esse ano participou do júri pela vaga do Reino Unido, na categoria de Titanium e Integrated, segundo ela “uma categoria que perde o sentido se vier com o briefing”.

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2ºdiaoba meu

primeiro job

3ºdiacaramba

meu deadl ineé pra amanhã

1ºdiaputs nem

acredito queestou aqui .

4ºdiameu diretor não sai do meu pé

5ºdiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah

. . .

várias carreiras“br ief ing”de publ ic itário : oBiografia de

Por Emanuel Oliveira e Vicente Ramos

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Daniel Chuis

Daniel Chuis

Co m e c e i a trabalhar com amigos, no 1º semes-tre da UnB. M o n t a m o s um peque-

no escritório e tra-balhei três anos de maneira inde-

pendente, atendendo pequenos clientes. Quando estava prestes a me formar, senti falta de trabalhar em agência com estrutura e gran-des clientes, então larguei tudo pra estagiar na SetteGraal, que foi minha maior escola na publicidade. Durante mais de 10 anos trabalhei em agências “tradicionais’, pas-sando pela SetteGraal e DM9DDB; em 2003 fui a Espanha para fazer uma Pós-Graduação em Design, em Barcelona. De lá fui contrata-do para atender a Volkswagen e a Audi, nas Ilhas Canárias, onde fui Di-retor de Arte e Diretor de Criação. Voltando ao Brasil, fui contratado

pela Casanova Comunicação (atu-al Monumenta) como Diretor de Criação. Já nos últimos dois anos passei a trabalhar em um merca-do emergente no Brasil e ainda mais em Brasília, nas agências no--media: internet, mídias sociais, promoção e eventos. Atualmente, estou como Diretor de Arte na TV1 Eventos, empresa do Grupo TV1. Uma dica que deixo para todos que estão lendo é: Aproveite bem seus anos de universidade, sem pular etapas. Meta-se em todos os pro-jetos que passarem pela sua fren-te. Experimente. Descubra que na profissão existem outras áreasque não só a criação. Estagie em 1, 2, 3 agências. Consiga o 1º emprego e dê tudo de si. Os bons profissio-nais são facilmente reconhecidos. Trabalhe bastante, mas cuide mui-to bem do seu lado pessoal. Apro-veite enquanto você é jovem e tem saúde, porque o rojão não é fácil! Mantenha a chama da criatividade acesa sempre, porque só quem é motivado consegue ir longe.

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Júlia Serejo

onde fiquei por dois anos, depois desse tempo tive que deixar a Pri-me RS para acompanhar meu mari-do (Sucram) , também publicitário, que recebeu uma proposta de tra-balho em Dubai. Desde então tra-balho para a Radical Thinking, uma agência interativa de Dubai. Come-cei como atendimento, fui promo-vida a gerente de contas, e hoje de-vido a mais uma mudança de país (me encontro atualmente em Boul-der, Colorado – USA) trabalho com o planejamento de projetos espe-ciais.Tive a sorte de poder parti-cipar da Matriz e acredito que ela foi muito importante na minha for-mação, principalmente para des-mistificar muitas fantasias que a gente acaba criando sobre o dia-a--dia do trabalho publicitário. Quem sabe aproveitar com sabedoria a oportunidade de trabalhar em uma agência Júnior entra para o merca-do muito mais preparado.

Júlia Serejo

S e m p r e tive a certe-za que que-ria ser pu-blicitária, e uma paixão incrível por essa profis-são. O exem-

plo veio de dentro de casa, pois meu irmão já seguia carreira. Por influência dele, desde os 13 anos eu já lia livros sobre publicidade, o que me fez ter ainda mais certe-za da profissão que queria seguir. A minha trajetória profissional co-meçou logo que entrei na Univer-sidade Católica, fiquei sabendo da Matriz e fiquei super animada em participar. Comecei a trabalhar lá no meu 1° semestre e fiquei lá por volta de dois anos, como aten-dimento, passei por diretora de atendimento e trabalhei por pou-co tempo como presidente. Meu segundo emprego foi na Prime RS

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Depois de algu-mas dezenas, e as vezes cen-tenas de estu-dos, consigo chegar numa ideia fora do padrão, e no final consigo colocar as peças na rua sem a re-talhação do cliente. Ah, e prêmio? É consequência desse somatório. Vida de Publicitário pra mim é uma vida desafiadora, cansativa, mas prazerosa. Entender que ser publi-citário é necessariamente estar conectado ao mundo, acompanhar o que acontece, respirar diversos assuntos e perceber que quando começa a achar que sabe alguma coisa, tudo muda de novo e você percebe a necessidade de come-çar tudo de novamente.

Mauro Assis

Mauro Assis, idealizador do projeto funyl, uma escola de publi-dade em que ele também dá aulas de direção de arte desde 2003, conta sua trajetória na publicidade: “Sempre gostei de desenhar, sabia que de alguma forma trabalharia com arte. Fiz curso de desenho ar-tístico no Liceu de Artes e Ofícios no Rio de Janeiro e descobri que apesar da pressão da família pra que fizesse algo mais “sério e está-vel”, era nesse universo que nave-garia. Passei seis anos como arte finalista e aos poucos fui ganhando a confiança dos criativos. Sempre tive objetivos bem claros na minha vida. Sabia quem era o melhor em cada pedaço onde eu me determi-nava ocupar. Daí foi trabalhar muito e perceber que com foco a gente chega mais rápido ao objetivo fi-nal.” A parte do meu trabalho como publicitário que faz tudo valer a pena é o desafio de cada briefing.

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O mundo dos games é fascinante. Atualmente eles possuem gráficos incríveis que fascinam as pessoas, especialmente as crianças e os adolescentes. Os grá-ficos chegam tão perto da realidade que podem con-fundir as pessoas. Quem nunca se perguntou olhando um game “Como eles fazem isso?”, diante de uma ima-gem de um jogo, rico em de-talhes e definições perfei-tas. A SAGA (School of Art, Game and Animation) pode ter a resposta para essa pergunta. A escola é uma re-ferência nacional na área de arte, jogo e animação. Cria-da em 2003 como uma esco-la de cursos de informática, hoje possui seis unidades espalhadas pelo país: Lapa e Tatuapé, em São Paulo, Ta-guatinga, em Brasília, Cen-

tro, em Salvador, Boa Vista, em Recife e Centro, em Belo Horizonte e formou mais de 7.000 alunos. Focada em arte digital, a Saga oferece cinco cur-sos criados para transfor-mar jovens em profissionais qualificados e competitivos para o mercado internacio-nal de Computação Gráfica. São eles: “Start” (compu-tação gráfica para inician-tes), “Playgame” (desenvol-vimento de jogos em 3D), “Marquise” (técnicas e fer-ramentas usadas no merca-do de maquete eletrônica), “Sinapse” (curso completo de arte digital) e o recém--lançado WarpZone, curso desenvolvido nos modelos de qualidade da Gnomon, mais reconhecida escola de arte digital do mundo e par-ceira da Saga.

Formando profissionais na área de animação gráfica

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Faz parte da missão da Saga transformar os jovens em profissionais qualifica-dos e competitivos para atender às exigências do mercado internacional de Computação Gráfica. Isso levando em consideração as necessidades e expec-tativas das empresas com base nas mudanças cons-tantes desse vasto campo de trabalho. Sendo assim, a Saga investe em professo-res qualificados e em insta-lações que dispõem da mais alta tecnologia para pre-parar os alunos da melhor forma possível. A infraes-trutura da Saga conta com salas de arte, laboratórios amplos e climatizados, equi-pados com sistema de som subwoofer; computadores com configurações podero-sas e placas gráficas para rodar os mais avançados softwares de CG; monito-res giratórios LCD de 19” e 22”; mesas digitalizadoras e workstations com ilumina-

Entrevista

Alessandro Bomfim - funda-dor, sócio e diretor da SAGA.

1)Qual é a metodologia “Saga”? Os alunos da Saga aprendem na prática tudo aquilo que vão fazer no dia-a--dia como profissionais. Os professores são altamen-te capacitados, experien-tes, atualizados e ensinam a usar desde as técnicas mais básicas de trabalho até as mais complexas, comuns nas grandes empresas do setor. O mais importante é que hoje, na SAGA, aliamos arte e tecnologia em nos-sos treinamentos, pois nos preocupamos em formar ar-tistas digitais para o merca-do, em vez de operadores de programa.

2)Como os cursos po-dem ajudar a conseguir um espaço no mercado de tra-balho?

ção especial para desenho; estúdios de Chroma Key; sa-las de vídeo-aula; salas de estudos de games com as três plataformas mais po-pulares do mercado: Play Station 3, Wii e X-Box; game-oteca com livros, tutoriais, games e Wi Fi Zone nas uni-dades.

3)As ideias dos alunos são usadas em projetos fora da escola “Saga”? Temos muitos alunos hoje no mercado atuando em empresas do setor de entretenimento digital, mas temos também alunos que estão apostando em proje-tos pessoais que vão des-de o desenvolvimento de um game para mobile, até abrindo sua própria empre-sa. Isso é uma grande satis-fação e orgulho para todos nós.

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Muita informação, interati-vidade, conhecimento e profis-sionais de primeira. Assim foi a Abertura do semestre de 2011, promovida pela Matriz Comunica-ção, que trouxe palestrantes re-nomados do mercado e ofereceu workshops do projeto Colmeia com temáticas como “Postura e apresentação profissional”, “Fo-tografia Lightpaint”, “Jornalismo na Moda”, “Cartunismo” e mui-to mais. Neste ano, a Abertura veio com uma grande novidade: o evento foi planejado não só para alunos publicitários, mas também para jornalistas. A Abertura do se-mestre teve como conceito: “O offline está conectado”, mostran-do o quanto o offline está sendo

sustentado pelo online, aonde a Comunicação vem sendo pensa-da, cada vez mais, de forma inte-grada. Além disso, a Abertura con-tou com o projeto Post It, que deu a oportunidade para estudantes do curso de Comunicação traba-lharem do dia 21 a 25 de março e fazerem entrevistas com os pa-lestrantes, além da diagramação do jornal com fotos e matérias de tudo que aconteceu no evento. Para quem não foi nessa Abertu-ra do semestre, trouxemos alguns clicks feitos durante os cinco dias para você apreciar. Para saber mais sobre o que aconteceu no evento, acesse: http://jornalpostit.blogs-pot.com.br

Por Leylane Marine

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O que um futuro publicitário precisa ter para se destacar no mercado? Quais referên-cias ele deve seguir ?

Vitória Gerlach - 2º sem, Publici-dade e Propaganda - Universidade

Católica de Brasília

Toda vez que encontro com estudantes de Comunica-ção, a mesma pergunta sem-pre surge: “Como faço para conseguir um estágio?”. Meus interlocutores me ou-vem com aparente atenção, mas a ficha cai para poucos. Se me permite arriscar uma estatística, diria que um em cada mil percebe o caminho. Com efeito, busco aquele profissional que, ao entrar na agência, comporte-se como o dono e não como um em-pregado. Se, por um lado, a oferta de mão de obra (e de vagas) nunca esteve tão far-ta, por outro, as empresas padecem com a falta de líde-res. Compartilho, aqui, cinco

lições que contribuíram para minha formação:

1 - Aproveite a faculdade para aprender a pensar

Não precisamos de usu-ários avançados de softwa-res. Precisamos de pessoas com capacidade de analisar problemas, propor soluções e conduzir projetos. Profis-sionais com visão de mundo e senso crítico. O conheci-mento instrumental tem sua importância, é claro, mas o que fazer com ele sem uma ideia? Aproveite sua facul-dade para estudar outras áreas do conhecimento ca-pazes de prepará-lo para a vida, e não para um empre-go.

2 - Dedique-se à gestão do seu tempo

Hoje, mais do que nun-ca, um profissional precisa executar inúmeras tarefas dentro de prazos cada vez

mais curtos. Para isso, é fun-damental estudar, buscar referências e atualizar- se sempre. Planeje seu dia e mantenha o foco. Crie sua agenda e seja rígido com seus compromissos. A ofer-ta de tentações para lhe ti-rar do rumo é enorme, mas a escolha é sua.

3 - Pense de forma multidis-ciplinar e multiplataforma

A internet, as redes so-ciais, tablets e outras tantas tecnologias reinventaram, de modo abrupto, as rela-ções humanas. Os modelos tradicionais de negócios as-sim como os profissionais que não acompanharam as mudanças, caíram juntos. Vive-se agora um momen-to ímpar de oportunidades para quem deseja entrar no mercado. As portas estão abertas para quem pensa de modo multidisciplinar e executa em multiplatafor-mas.

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4 - Seja propositivo sempre

Ao contratar um profis-sional, o empreendedor es pera que essa pessoa enten-da o ecossistema em que a agência está inserida e con-tribua para melhorá-lo. Para isso, é imperativo conhecer as fraquezas da empresa e, sobretudo, propor soluções para superá-las.

5 - Seja o primeiro a chegar e o último a sair

Quer um lugar nas prin-cipais agências do país? Tra-balhe duro. Mas faça isso por você. Pela sua carreira, e não pela empresa. Fecho com uma história do vasto folclo-re publicitário. Certa vez, um empregado não muito afeito à labuta, reagiu à bronca do patrão workaholic: “Você trabalha assim porque você é o dono”. O preguiçoso foi demitido na hora e levou para casa a seguinte repos-

ta de troco: “Eu não trabalho assim porque sou o dono. Eu sou o dono porque eu traba-lho assim”. O patrão desse caso, segundo consta, era o baiano Nizan Guanaes.Penso que toda bagagem cognitiva que pudermos acumular será útil, mais cedo ou mais tarde. Podemos ter preferências musicais, cine-matográficas, artísticas e etc, mas jamais devemos ter preconceito. Falamos com os públicos mais variados e precisamos ter o desprendi-mento necessário para en-tender os desejos, as aspi-rações, as motivações e os freios de pessoas diferentes de nós, que pertencem a cír-culos diferentes dos nossos. Precisamos atentar para o que o mercado publicitário produz. Leia várias vezes cada anuário. Faça muitas opções para cada anúncio. Faça sempre mais do que foi pedido, mas nunca deixe de fazer o que foi pedido. Pro-

cure não sair tarde todos os dias. Vá ao cinema, ao circo, ao teatro, a shows e divirta--se. Freqüente exposições de arte e rodas de leitura. Mantenha sua curiosidade sempre aguçada.Desenvolva seu senso crí-tico. Procure produzir cada vez mais no menor tempo possível. Viaje muito. Em to-dos os sentidos. Leia o “Ma-nual do Estagiário”, de Eu-gênio Mohallem (disponível em: www.ccsp.com.br) e o li-vro “Criação Sem Pistolão”, de Carlos Domingos. Essas duas publicações tem dicas preciosas para quem está em início de carreira.

Carlo GrilloSócio e Vice-Presidente de

criação da Monumenta

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