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Nos bastidores do Museu
Imperial
Nos bastidores do Museu
Imperial
PetrópolisRio de JaneiroMaio 2011Distribuição Gratuita
Nº 25Confira aProgramação Cultural
Coral Municipal
35 anos
[ ]+Tesouros da Arquitetura
Entrevista
Leonardo Randolfo
Bisbilhoteca
Conhecendo novos acervos
Carlos Oswald, casa preservada
Petrópolis Rural
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Turismo Regional
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BRITE
Plano de Ação
Comitê Agenda Positiva Petrópolis Consórcio Intermunicipal Serra Carioca
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Turismo e Negócios Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
Petrópolis ReageApós ter sua imagem abalada por notícias relacionadas
às chuvas de janeiro, que refletiram negativamente na
economia da cidade, principalmente, no que concerne a
cadeia do Turismo, Petrópolis vem atuando fortemente na
recuperação econômica do município.
Este movimento só tem sido possível, através da união de
esforços dos governos federal, estadual e municipal, mas
principalmente, da participação efetiva da sociedade civil
organizada, realizando debates, planos e ações
conjuntas visando o mesmo objetivo: a recuperação da
imagem e, consequentemente, da economia de
Petrópolis. Afinal, a cidade é um dos 65 destinos
indutores do Turismo Regional reconhecidos pelo
Ministério do Turismo, tendo mais de 20% do seu Produto
Interno Bruto ligado diretamente a cadeia do Turismo na
cidade.
Entre as muitas ações que estão sendo trabalhadas e
executadas podemos destacar como as mais
significativas:
lCriação do Comitê Agenda Positiva Petrópolis
(CAAP) ligado ao Conselho Municipal de Turismo
(COMTUR), onde foi elaborado um Calendário Positivo de
ações e eventos para a cidade até o final do ano;
lCriação do Consórcio Intermunicipal Serra Carioca
– Plano de Recuperação Econômica formatado
juntamente com as cidades de Teresópolis e Nova
Friburgo;
lLançamento do Inventário Turístico e Portal
Destino Petrópolis com a presença do Ministro do
Turismo Pedro Novais. Ocasião que atraiu a mídia
nacional;
lReuniões entre os bancos oficiais e os empresários da
cidade, visando o apoio na obtenção de financiamento e
capital de giro com recursos oriundos do BNDES;
lApoio aos microempresários e empreendedores
individuais na obtenção de microcréditos, através do
programa Crédito Cidadão;
lRealização do Abrace a Serra – show beneficente em
prol das vítimas das chuvas;
lParticipação no Workshop & Trade Show, em São
Paulo, onde foram lançados dois roteiros oferecidos pela
CVC envolvendo Petrópolis (Serra Carioca e Estrada
Real) e que serão vendidos nas 8 mil agências da
empresa, promovendo a cidade em todo país.
lBrilha Petrópolis – Parceria com o Governo do
Estado e a AMBEV, com promoção da Globo Rio e Intertv,
o show em comemoração aos 168 anos de Petrópolis,
levou mais de 10 mil pessoas para o Parque de Itaipava.
Flashes ao vivo promoveram a cidade em rede nacional.
lPetrópolis Rural – evento que proporcionou a vinda
de criadores de cavalos e bovinos de todo país
aquecendo a economia rural e turística.
lParticipação na BRITE, em Abril no Cais do Porto - RJ,
uma das principais feiras de turismo receptivo
internacional do país, com a presença de agentes de
viagem e operadores do mundo todo;
lElaboração do Plano de Ação de recuperação
econômica para utilização dos recursos do SEBRAE;
Até o final do ano, estão previstas ainda, um conjunto
importante de ações nas quais se destacam:
lParticipação nas principais feiras de Turismo e
Negócios do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Belo
Horizonte, entre outros estados;
lBauernfest 2011 – Entre as novidades a festa
marcará o início da produção do Chopp e da família de
cervejas Bohemia, na antiga fábrica da primeira cervejaria
do país;
lFestivais de Inverno Dell”Arte e SESC, com uma
programação diversificada, atrai milhares de visitantes
para a cidade;
lSerra Serata – A Festa Italiana de Petrópolis se
consolida no Calendário anual de eventos, com uma
programação diferenciada e o melhor da gastronomia e
da tradição italiana;
lPetrópolis Gourmet – o Festival coloca a cidade de
Petrópolis em evidência no cenário turístico brasileiro,
destacando essencialmente a excelente gastronomia
local.
lNatal de Luz – O evento que se consagrou em 2010,
como o de maior atratividade turística, promete muitas
novidades para 2011.
lInauguração do Centro Cultural 14 Bis, anexado ao
Museu Casa de Santos Dumont, que dará acessibilidade
aos portadores de deficiência, através de projeto inédito
no Estado;
Petrópolis está trabalhando duro para que a cidade não só
continue revertendo a imagem deixada pelas fortes
chuvas de janeiro, mas também desenvolva e fortaleça a
economia do município, implementando novos projetos e
ações que garantirão novos recursos, trabalho e renda
para os petropolitanos.
A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi
FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Charles Rossi
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)
TEXTOS: Isabela Lisboa e Eliane Maciel
GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack
DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma
CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201
Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares
Fale conosco: [email protected]
Tesouros da Arquitetura
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da cidade em tempo real.
@revpetropolis@revpetropolis
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
Texto e Fotos: Isabela Lisboa
amosa por seus lindos casarões e palacetes do
século XIX, Petrópolis também é endereço de
charmosas construções do início do século XX,
que guardam entre suas paredes muita história
para contar.
Entre elas está a antiga residência de Carlos Oswald,
gravador, pintor, vitralista, desenhista, decorador, professor e
escritor, responsável pelo desenho do Monumento ao Cristo
Redentor, entre outros.
Localizada na Rua Carlos Gomes, nº 42 a casa datada de
1909 foi comprada por seu pai, o compositor Henrique
Oswald e, posteriormente, adquirida por Oswald e suas
irmãs, tendo ele vivido ali até sua morte em 1971.
A construção segue um estilo arquitetônico, muito
característico em Petrópolis na época, com telhado em
quatros águas com beiral ornamentado e varanda cercada
com lambrequim em madeira. Entre os detalhes da
construção, destacam-se os ganchos da janela, desenhados
pelo próprio Carlos Oswald.
Tombada pelo IPHAN, a residência pertenceu à família de
Oswald até 2008, quando foi adquirida pela terapeuta floral e
professora, Simone Rocha, para a abertura do Espaço Villa
Vita – Centro de Terapias Naturais e Complementares.
A inauguração do espaço aconteceu, um ano depois, ocasião
em que a casa completava o seu centenário. Uma justa
homenagem à bela construção e ao seu ilustre antigo
morador.
Totalmente restaurada, a
proprietária ainda teve o
cuidado de decorar todo o
ambiente com móveis e objetos
totalmente resgatados de casas
de parentes e amigos. Entre
eles estão uma cristaleira feita pelo pai e sofás que uma
amiga não queria mais.
Além de dar um ar aconchegante e receptivo, o local busca
desenvolver um novo olhar, dando outro significado ao velho,
redescobrindo seu valor e sua beleza.
Dividido em oito salas, o espaço foi pensado e estruturado
segundo a visão da cromoterapia, abrigando profissionais da
cidade voltados para os quatro princípios que norteiam a
filosofia do Villa Vita: bem-estar, autoconhecimento,
educação e saúde. Elas são alugadas para interessados em
realizar atendimentos, grupos de estudos, cursos, palestras e
workshops.
Entre as atividades mais recentes, o Espaço Villa Vita abriu
suas portas para a exposição “Carlos Oswald na visão dos
alunos da rede municipal”, onde 400 alunos das escolas
municipais de Petrópolis expuseram trabalhos produzidos
durante um concurso sobre a vida e obra deste importante
artista brasileiro.
Segundo a proprietária, muitos projetos ainda estão por vir,
mantendo viva a história e a cultura de Petrópolis e daqueles
que ajudaram a construir a cidade e o país.
05
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo06
Petrópolis Saúde e LazerDesde março, a charmosa Avenida Koeler se
transforma todos os domingos, das 9h às 13h
em uma grande área de lazer para os
petropolitanos.
Durante todo o período da manhã,
profissionais de educação física oferecem
diversas atividades como alongamento,
acompanhamento em caminhadas e corridas,
avaliação funcional e orientação para
treinamentos esportivos. Já a criançada tem
diversão garantida na área de recreação
infantil. Participe!
Os projetos Ciranda das Artes e Som & Cristal 2011, já estão
funcionando a pleno vapor. Diferente do que acontecia
anteriormente, todos os profissionais contratados foram
selecionados via editais, o que possibilitou a democratização dos
projetos, abrindo espaço para a participação de todos os
interessados. Com o início das atividades cerca de 600 crianças,
jovens e adultos já estão sendo beneficiados pelo Ciranda das
Artes. Já no Som & Cristal músicos de talento garantem a
diversão de petropolitanos e turistas, todos os sábados, a partir
das 18h, no Palácio de Cristal. Os ingressos são gratuitos.
E em breve, os bairros Independência, Siméria, Quitandinha e
adjacências contarão com o Ciranda das Artes nas Comunidades,
cujo edital para contratação de 26 novos profissionais já está em
andamento. Mais informações: www.petropolis.rj.gov.br
Projetos a todo vapor
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Importante área de produção agrícola e turismo ecorrural, a região
do Brejal no distrito da Posse, conquistou em março, o primeiro
lugar no edital “Talentos do Brasil Rural”, com o projeto Circuito
Caminhos do Brejal. Com um investimento de R$ 3 milhões o edital
foi lançado através de uma parceria entre Ministério do Turismo,
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Meio
Ambiente, Sebrae e Agência de Cooperação Alemã.
No total, foram selecionados 24 roteiros em todo o Brasil. Cada um
receberá um diagnóstico e um plano de ação para trabalhar a
agricultura familiar como diferencial competitivo, além de apoio
para a comercialização e orientação técnica e qualificação para
aperfeiçoamento de seus serviços ou instalações.
Circuito Caminhos do Brejal
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 07
Dê asas ao talentoOs Canarinhos de Petrópolis se preparam para mais uma
turnê internacional.
Para realizar mais esta empreitada, o Instituto dos
Meninos Cantores de Petrópolis que mantêm o coro,
lançou o projeto “Dê asas ao Talento!” para arrecadação
do dinheiro que garantirá a ida do coro à Europa em
setembro. O valor do projeto é de R$ 357.341,72.
Os interessados em realizar doações poderão efetuá-las
através do Imposto de Renda ou doação espontânea.
Ajude um dos coros mais famosos do Brasil a divulgar
Petrópolis e a música sacra brasileira no exterior. Mais
informações: (24) 2104-4141 ou www.canarinhos.com.br
O Circuito Cultural SESI apresenta no dia 20 de maio, às 20h no Theatro D.
Pedro show de Arnaldo Antunes.
Conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música
pop brasileira, com influências concretistas e pós-modernas, Arnaldo Antunes é
um dos fundadores da banda Titãs e responsável por grandes sucessos como
Pulso, Alma, Socorro, Não vou me adaptar, entre outros. Imperdível!
Serviço:
Show Arnaldo Antunes – 20/05 – Sexta-feira, às 20h no Theatro D. Pedro –
Ingresso: – Classificação: 12 anos R$ 10,00
Arnaldo Antunes em PetrópolisF
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Desafio de Leitura e inauguração PretecaPara comemorar o Dia Nacional do Livro Infantil, a Secretaria de
Educação promoveu no dia 18 de abril, a 1ª edição do Desafio
de Leitura. Alunos das escolas municipais participaram de
diferentes atividades de incentivo à leitura, como por exemplo,
leitura dramatizada, leitura em voz alta, recital de poesia, leitura
compartilhada, entre outros.
A data também foi escolhida para a inauguração da Preteca,
biblioteca voltada para educação infantil, na quadra do Liceu
Campus II – Centro. Na ocasião, professores conheceram os
211 livros que farão parte do acervo de 50 escolas municipais de
educação infantil.
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo08
Texto: Isabela Lisboa l Fotos: Beatriz Galvão, Isabela Lisboa e Museu Imperial
erca de 300 mil pessoas visitam, anualmente, o Museu Imperial conhecendo um pouco mais
sobre os costumes, a cultura e a história do Brasil no período do Império.
Entretanto, o que muitos desconhecem, é o empenho de dezenas de profissionais que,
diariamente, trabalham na preservação da história e do funcionamento de um dos museus
mais visitados do país.
São museólogos, historiadores, bibliotecários, restauradores, arquivistas, educadores, entre outros que,
divididos em setores técnicos, mantêm preservados milhares de quadros, esculturas, documentos,
fotografias e objetos históricos.
Estes espaços antes não acessíveis ao público, agora podem ser visitados por todos, através do projeto
“O Museu que não se vê”. O projeto que existe desde 2002, faz parte do calendário de eventos do museu e
tem como objetivo oferecer ao público a oportunidade de conhecer de perto seus bastidores, através de
um passeio pelos setores técnicos: Biblioteca, Museologia / Reserva Técnica, Laboratório de
Conservação e Restauração, Arquivo Histórico e Educação.
O objetivo do projeto é levar o visitante a conhecer as curiosidades do acervo histórico, artístico e
paisagístico preservados nestes setores da instituição, através de metodologias pedagógicas.
“O Museu que não se vê” atende cerca de 250 visitantes por ano, recebendo, inclusive, a visita de vários
grupos de estudantes dos Estados Unidos e Europa.
As visitas, que devem ser agendadas com antecedência e com no máximo 15 pessoas, são
personalizadas. Ou seja, cada visita é voltada para a área de interesse do visitante. Estudantes de moda,
por exemplo, conhecem a história, os trajes e os costumes da época.
C
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo09
NOS BASTIDORES
O primeiro contato que o visitante tem com os setores técnicos
é através do setor de Educação. Lá é recebido com uma
apresentação pedagógica sobre os projetos desenvolvidos na
área. São trabalhos cuja meta é levar crianças e adultos a um
processo ativo de conhecimento crítico, de apropriação
consciente e consequente valorização de sua herança
cultural.
Atualmente, o setor conta com 06 projetos educativos, entre
eles, o teatro de fantoches Dom Ratão; a Caixa de
Descobertas – onde crianças conhecem a história de alguns
objetos através de brincadeiras e o manuseio de réplicas
como por exemplo, chapéus e canetas, e o Sarau Imperial,
dramatização interativa de uma reunião social da princesa
Isabel e amigos, que hoje já faz parte da programação
semanal do Museu.
Além de projetos permanentes, o Setor de Educação
desenvolve atividades temáticas de curta duração e projetos
em apoio às exposições temporárias e itinerantes,
organizadas pelo Museu Imperial. Desenvolve ainda o
“Projeto Petrópolis”, atividade anual destinada a alunos do
Ensino Fundamental do município que enfoca a história da
cidade e, mensalmente, promove para o público escolar a
cerimônia cívica de hasteamento da Bandeira Nacional.
Após a apresentação do setor de Educação, segue-se para a
Biblioteca. Especializada em História, principalmente a do
Brasil Imperial, possui aproximadamente 60 mil títulos,
constituídos através de doações, permutas e compra.
Vale ressaltar que, ao contrário do que muitos pensam, a
biblioteca não possui o acervo do Imperador D. Pedro II,
entretanto, algumas obras pertencentes à família foram
adquiridas com o tempo.
Na biblioteca, o visitante poderá ver de perto obras raras dos
séculos XVII a XIX e até mesmo um livro datado de 1567.
Entre eles, encadernações de luxo, belíssimas iluminuras,
diversas obras dedicadas a D. Pedro I e D. Pedro II e outras
ainda anotadas, ilustradas com o brasão de armas da família
imperial.
Há ainda coleções de periódicos, almanaques e livros de
viajantes estrangeiros que estiveram no Brasil durante os
séculos XVIII e XIX retratando o país como por exemplo: J. B.
Debret, J. M. Rugendas, Charles Darwin, entre outros.
Outras preciosidades que valem destaque são as coleções:
Cláudio de Sousa (1876-1954), composta de 660 obras;
Lourenço Luiz Lacombe (1914-1990), com 2.600 obras e
Pedro Karp Vasquez, com mais de mil volumes.
Seguindo o tour pelos bastidores do Museu Imperial o
visitante entra em contato com o trabalho delicado dos
restauradores, no Laboratório de Conservação e
Restauração. Ali conhecem como estes profissionais realizam
o tratamento das obras, que envolvem várias etapas:
diagnóstico do seu estado de conservação, pesquisa
histórica, proposta de tratamento, registro fotográfico,
intervenção e orientações de medidas preventivas para sua
exposição ou guarda, inclusive o monitoramento das
condições climáticas do espaço físico que a abrigará,
assegurando assim, sua integridade.
Já no arquivo histórico cerca de 250 mil documentos originais
entre textuais, manuscritos, mapas, fotografias e litografias
estão cuidadosamente arquivados. Muito frequentado por
estudantes, historiadores e pesquisadores em geral, que
buscam ali importantes registros do século XIX.
Seu acervo fotográfico é outra valiosa contribuição para a
memória do país, que recupera parte da história visual do
Brasil, do estado do Rio de Janeiro e da cidade de Petrópolis
desde o início da fotografia.
O setor de Museologia, último a ser visitado, é também um dos
setores que causam maior encantamento ao público.
Responsável pela guarda, preservação, estudo e divulgação
de mais de 9 mil peças do século XVIII e XIX oferece uma
visão mais completa do acervo pertencente ao Museu
Imperial. São armarias, cristais, esculturas, indumentárias,
acessórios, quadros, insígnias, instrumentos musicais,
mobiliário, porcelanas, pratarias, entre outros. Muitos nunca
expostos ao público em geral. Um verdadeiro deleite para os
apaixonados por história e curiosos de plantão.
Entretanto, para que este rico acervo não fique apenas à
disposição de poucos, o Museu Imperial criou também o
projeto “Peça do Mês” onde uma peça de destaque, ligada a
uma data comemorativa ou escolhida por outros critérios, são
expostas.
continua na pág. 10
Museu Imperial – Rua da Imperatriz, nº 220 – Centro Histórico
Arquivo Histórico
Responsável: Neibe Machado do Costa
Tel: (24) 2245-1627
E-mail:
Atendimento mediante agendamento
com até dois dias de antecedência:
Segunda a sexta-feira, das 13h às
17h30
Biblioteca
Responsável pelo setor: Claudia Maria
Souza Costa
Tel: (24) 2245-4162 / 2245-4182
E-mail: [email protected]
Atendimento: Segunda a sexta-feira, das
13h30 às 17h30
Laboratório de Conservação e
Restauração
Responsável pelo setor: Eliane Zannata
Tel: (24) 2245-3163
Atendimento mediante agendamento:
Segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30
Educação
Outros projetos em andamento:
Dom Ratão, Um verão no Palácio
Imperial, Caixa das descobertas, Um
Sarau Imperial, Petrópolis e visitas
orientadas.
Responsável pelo setor: Regina Helena C.
Resende
Tel: (24) 2245-7729
E-mail: [email protected]
Agendamento de visitas:
(24) 2245-7735 / FAX: (24) 2245-7751
Horário de atendimento: Segunda a
sexta-feira, 11h às 17h
Museologia
Responsável: Ana Luisa Alonso de
Camargo
Tel: (24) 2245-4981
E-mail: museologia@
museuimperial.gov.br
Atendimento mediante agendamento:
Segunda a sexta-feira, 13h às 17h
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“O Museu que não se vê”, acontece sempre nas últimas quartas-
feiras do mês, gratuitamente, às 9h e às 14h. O agendamento da
visita deve ser feito através do telefone (24) 2245-4668 ou pelo
e-mail [email protected].
Reúna seus familiares, amigos, colegas ou professores e boa
visita!
SAIBA MAIS
Quer conhecer outros projetos do Museu Imperial, ou se interessou por algum setor em especial?
Acesse www.museuimperial.gov.br ou entre em contato diretamente com o setor de interesse:
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Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo11
E para soprar as velinhas em grande estilo,
o Coral Municipal de Petrópolis faz grande
Concerto de Aniversário, no dia 29 de maio,
às 20h na Catedral São Pedro de Alcântara.
Ingressos gratuitos. Imperdível!
Texto: Isabela LisboaFotos: Nathália Zoner Rocha e Isabela Lisboa
Coral Municipal de Petrópolis completa 35
anos com muitos motivos para comemorar.
Fundado em maio de 1976, pelo Maestro
Ernani Aguiar, um dos grandes nomes da
música brasileira e petropolitana, o coral figura
hoje entre os principais ícones culturais da cidade,
sendo responsável pela execução de grandes obras,
através de projetos e séries musicais.
Um importante reconhecimento chegou em março deste
ano, com o Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura, que
consagrou-o como o melhor coral da cidade, em 2010. Um
presente recebido pelas mãos do Maestro Gilberto
Bittencourt, que durante 13 anos regeu o coro.
Há 10 anos, o maestro Paulo Afonso Filho comanda o coral,
que conta, atualmente, com 30 integrantes e busca, através
de projetos inovadores, levar a música ao público, em seus
diversos estilos. Além das apresentações em instituições de
ensino, o Coral se apresenta, regularmente, nas Missas da
Catedral São Pedro de Alcântara, apresentando obras
sacras variadas (repertório no qual se destaca). No decorrer
de sua longa existência, o Coral Municipal de Petrópolis foi
responsável por estreias de obras famosas no Brasil como a
Missa Coralis de Lizt, e a Missa para Coro e Órgão de
Brahms, bem como diversas obras resgatadas do período
barroco mineiro, resultado de pesquisas realizadas por
equipes especializadas, destacando-se as Matinas de Natal,
de João de Deus Castro Lobo.
Em decorrência desta trajetória, o coral foi prestigiado com
composições criadas especialmente para sua característica
pelos compositores Ricardo Tacuchian,
David Corenchendler, Guerra-Peixe e Guilherme Bauer,
entre outros. Por conta do repertório eclético, contemplando
todos os estilos e fases por que passou a cultura mundial, e
pela qualidade de seus trabalhos, tem atraído a atenção de
renomados conjuntos musicais, orquestras e instituições,
como a Orquestra Sinfônica Brasileira, Camerata de Santa
Thereza, Orquestra Sinfônica da UFRJ, a Dell'Arte e a
Orquestra Petrobrás Sinfônica. Com esta última,
apresentam clássicos sinfônicos como a Missa da
Coroação; a Missa em Dó Menor de Mozart; a Sinfonia nº 3
de Mahler; o oratório O Messias de Handell, as Valsas de
Brahms, entre outras.
Em 2010, o Coral Municipal de Petrópolis apresentou, em
conjunto com o Coral da Universidade Católica de
Petrópolis e a Orquestra Petrobrás Sinfônica, a “Sinfonia
n°2” de Charles Ives, no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro, em primeira audição na América do Sul, sob a
regência de Isaac Karabtchevsky. E gravou, com o mesmo
conjunto, a de Guerra-Peixe. Outro grande evento,
realizado por sua associação de amigos, foi o concerto
Coral Municipal Canta Clássicos do Rock!, com músicas
que marcaram as décadas de 60, 70 e 80. O sucesso foi
tanto que o coral já apresenta a sua 2ª edição em junho.
Acompanhado de uma banda do gênero e de uma orquestra
de câmara, o coral apresentará canções que conquistaram
o mundo inteiro, do repertório de grupos como Queen,
Scorpions, Pink Floyd e Led Zeppelin. Aguardem!
Entrevista
Concedida a: Isabela Lisboa l Fotos: Isabela Lisboa e Arquivo Pessoal
Ele é o mais jovem regente de Petrópolis, com apenas 22 anos.
Em sua carreira já acumula apresentações no Brasil e no
exterior. Entretanto, o que vem destacando Leonardo Randolfo
no canto coral de Petrópolis é seu engajamento nas políticas
públicas que vem desenvolvendo a frente do segmento.
Após o sucesso do Coral Integração 500 vozes, no Natal de Luz
– 2010, tem conquistado o respeito dos mais experientes com
projetos inovadores e uma enorme vontade de crescer, sempre.
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo12
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo13
O sucesso
e o insucesso
dependem
de cada um
Depois do Coral Integração recebi uma
ligação a respeito da possibilidade de
nossa participação na abertura dos jogos
olímpicos militares. Então fui a uma
reunião no Rio de Janeiro e fiquei muito
surpreso. Fechamos a apresentação de
um coral com 800 cantores de Petrópolis.
RP – Outro grande passo foi a parceria
com a Secretaria de Educação para a
formação de corais nas escolas
municipais, o que coloca Petrópolis
mais perto do título de Cidade dos
Corais. Como surgiu este projeto?
LR- Em uma reunião do CMC o Charles
(Rossi, presidente da Fundação de
Cultura e Turismo) falou sobre a carência
de projetos culturais dentro da educação e
que a secretaria havia mostrado uma
abertura para parcerias.
Então pensei: Por que não montar coral
em escola pública?
Levei a proposta para os regentes e na
mesma hora eles abraçaram a causa.
Através deste projeto vamos fomentar o
canto coral, duplicar ou triplicar o número
de cantores na cidade, possibilitando que
estes novos cantores também sejam
absorvidos pelos outros grupos. E cada
regente do segmento irá gerenciar seu
regente aprendiz, fomentando também a
formação de novos regentes.
RP – Quando o projeto terá início? E
quantos alunos serão beneficiados?
LR - O projeto terá início em agosto, com
43 grupos com possibilidade de atender 6
mil alunos, aumentando em cerca de
600% o número de cantores.
Com isso estaremos bem próximos de
atingir o título de Cidade dos Corais.
RP – Quais os próximos passos para o
futuro?
LR- Nossa pretensão, no final do ano, é
fazer um grande concerto ao ar livre com
mil vozes.
E espero que, através de todas essas
ferramentas, conquistemos o nosso maior
objetivo: o Festival Internacional de
Corais, que esperamos que aconteça em
2012. Só assim declararei a minha missão
cumprida.
RP - Seguindo a tradição daqueles que
seguem o canto coral, você iniciou sua
vida musical ainda criança. Como
surgiu esse interesse?
LR – Antes de eu nascer (risos). Minha
mãe, na adolescência, tinha muitos
amigos que eram Canarinhos e
mentalizava que quando tivesse um filho
gostaria de que ele também fizesse parte
do coro. Ela nunca me forçou a estudar
música, mas me matriculou no Instituto
dos Meninos Cantores para ver se me
despertava o interesse. Assim, ao
completar cinco anos comecei a estudar
piano.
Quando entrei na alfabetização ingressei
também no coral mirim, que é um estágio
antes do curso dos Canarinhos. Na minha
época, os aprendizes entravam no curso
apenas na 2ª série (atual 1º ano do
fundamental). Na ocasião, passaram nas
salas da 1ª série perguntando quem
gostaria de ser Canarinho. Apenas eu e
um amigo fomos selecionados, sendo os
mais jovens a entrar no Coro.
RP - E como foi o caminho para a
profissionalização? Você sempre
soube que era esta carreira que
gostaria de seguir?
LR - Em 1997 ingressei oficialmente nos
Canarinhos e tive a oportunidade,
naquele ano, de cantar para o Papa João
Paulo II na Catedral do Rio de Janeiro, em
uma cerimônia fechada para o clero. Em
2000, fizemos uma turnê pela Europa.
Naquela época eu já tinha vontade de ser
regente, mas eu era muito novo e ainda
não sabia se era realmente isso que eu
queria fazer.
RP - Como surgiu esta certeza?
LR- Comecei a trabalhar, em 2002, como
voluntário na biblioteca da escola São
Judas Tadeu, na Mosela. No ano
seguinte, fui convidado pela direção para
iniciar um trabalho de musicalização com
as turmas de educação especial. Foi onde
eu comecei em sala de aula. Eu tinha 12
anos.
RP - Além do seu trabalho como
regente, você também tem se
destacado como uma importante
liderança política do canto coral,
inclusive tendo assumido a cadeira do
segmento no Conselho Municipal de
Cultura, no qual é também vice-
presidente. Como surgiu esse
interesse pelas políticas públicas?
LR - Vem lá do ano de 2002, na escola São
Judas, onde eu lidava diretamente com o
poder público. Foi lá que percebi que é
muito mais interessante ter o apoio do
governo do que não, evidentemente. Acho
que tudo tem que caminhar para que o
interesse comum beneficie ambas as
partes. As pessoas
hoje têm a visão que a
política é uma coisa
ruim. E não é. Política é
uma ciência histórica e
penso que muitos
problemas que existem
hoje são por falta deste
r e l a c i o n a m e n t o
político.
RP – O canto coral é um dos segmentos
culturais mais tradicionais de
Petrópolis. Um jovem regente assumir
a representação do segmento não
causou estranheza por parte dos mais
experientes?
LR- Quando me reaproximei do Instituto
dos Meninos Cantores surgiu a questão
da reativação e da reformulação do
Conselho Municipal de Cultura (CMC).
Houve uma reunião dos regentes corais
da qual participei e onde foi eleito um
representante. Na ocasião eles acharam
interessante ter gente nova como
suplente. Assim me escolheram.
Meses depois da reformulação do CMC o
representante não pode assumir a cadeira
então eu acabei assumindo.
RP – É uma grande responsabilidade.
LR- Eu sou da seguinte filosofia: quando
entro em um trabalho tenho que fazer o
meu melhor. Não porque meu nome está
“na reta”, mas por uma questão de
princípios. Não faz sentido você
desenvolver um trabalho no qual não veja
um resultado. Eu falo isso muito nas
reuniões dos regentes. O sucesso e o
insucesso dependem de cada um.
RP – Uma das grandes conquistas na
sua gestão foi o grande sucesso do
Coral Integração 500 vozes, que
resultou no convite para a realização
da abertura dos Jogos Militares, no dia
16 de julho.
LR - Que sempre fique claro que estes
resultados são os esforços de todos do
segmento. No momento eu apenas estou
nesta representação, mas isso se deve a
tradição destes grupos e ao apoio destes
regentes.
B i s b i l h o t e c aB i s b i l h o t e c aG a b r i e l a M i s t r a l
G a b r i e l a M i s t r a lB i s b i l h o t e c a
B i s b i l h o t e c a
Descobrindo novos acervosTexto e fotos: Isabela Lisboa
De maio até novembro, a Bisbilhoteca trará ao leitor as curiosidades,
acervos e histórias das principais bibliotecas da Petrópolis Imperial. Um
“passeio” por instituições educativas e de preservação da história que,
como a Biblioteca Central Gabriela Mistral, guardam verdadeiros
tesouros em suas prateleiras e o mais importante: disponibilizam
conhecimento para todos.
E para iniciar este tour literário
fomos conhecer de perto a
Biblioteca da Universidade
Católica de Petrópolis – UCP.
Fundada em janeiro de 1954, com
a faculdade de Direito, o acervo
era composto basicamente por
obras de interesse do curso, na
então Faculdades Católicas
Petropolitanas. A primeira doação
foi realizada pelo reitor da
instituição, Dr. Arthur de Sá Earp
Neto. Inicialmente, a biblioteca
funcionava em um imóvel
pertencente às irmãs do convento
São José, no bairro do Retiro.
Em 1956, prevendo sua expansão, a Faculdade adquiriu um imóvel
próprio: o prédio do antigo Palace Hotel, onde a biblioteca ganhou mais
espaço. Com a ampliação da faculdade que deu origem à Universidade
Católica de Petrópolis e a compra do Colégio Nossa Senhora de Sion -
que resultou na abertura do Colégio Aplicação -, a biblioteca foi
subdividida e sua Central está, atualmente, no imponente Campus da
Rua Benjamin Constant. É lá que encontramos uma partição em especial:
a Biblioteca Mattoso Câmara, especializada em Língua e Linguística.
Joaquim Mattoso Câmara foi professor da UCP e importante estudioso
da língua portuguesa. Deixou em testamento todo o seu acervo pessoal
à Universidade, que recebe hoje pesquisadores de todo o mundo, em
busca de suas obras e documentos pessoais.
O acervo atual da Biblioteca é composto
por aproximadamente 100 mil volumes,
com obras das áreas de conhecimento
trabalhadas em cursos de graduação
ministrados na universidade. Na Central
estão disponíveis os títulos referentes às
áreas de Ciências Humanas e afins e na
Auxi l iar (Campus BA), Exatas,
Tecnologia e Saúde.
Todo o seu acervo esta disponível para a
população. A Biblioteca ainda oferece
consulta on-line através do site da
instituição (www.ucp.br), auxilio de
laboratórios de informática e acesso
livre à internet através de wireless.
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo14
Biblioteca Central (BC) (Ciências Humanas e afins)
Campus Benjamin Constant - Rua Benjamin Constant, 213 – Centro
Tel.: (024) 2244-4034 – E-mail: [email protected]
Horário: segunda a sexta-feira, das 7h às 22h e sábados, das 7h às 14h.
Biblioteca Auxiliar (BA) (Exatas, Tecnologia e Saúde)
Campus Barão do Amazonas - Rua Barão do Amazonas, 124 - Centro
Tel.: (24) 2244-4105
Horário: segunda a sexta-feira, das 13h30 às 22h30 e sábados, das 8h às 13h.