Revista Petrópolis
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Vitral
[ ]+Tesouros da Arquitetura
Entrevista
Luiz Felipede Azevedo
Arte e cidadaniaSeminário Diocesano
Pontos de Cultura
PetrópolisRio de JaneiroOutubro 2011Distribuição Gratuita
Nº 30Confira aProgramação Cultural
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emoções mais fortes
desenvolvimento
caminhadas ecológicas
vocação
O circuito Ecorrural “Caminhos do Brejal”, figurou
como um dos projetos previstos no Plano Diretor
de Turismo de Petrópolis (Plano Imperial) em
1998, e sua implementação resultou de parceria
da Prefeitura Municipal, por meio da PETROTUR,
e do SEBRAE, com o apoio do Petrópolis
Convention & Visitors Bureau, EMATER
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural) e do Sindicato Rural de Petrópolis, sem
falar da determinação e capacidade de
articulação dos empreendedores que formaram o
circuito inicial.
O “Caminhos do Brejal” foi o primeiro circuito
ecorrural da Cidade Imperial, e
desde então tem tido um papel de destaque no
segmento do turismo rural, hoje em fase de
expansão no Brasil, a partir das novas políticas
públicas de inclusão social, preconizadas pelo
Governo Federal, que estimulam a participação
de agricultores familiares na cadeia produtiva do
tur ismo, oferecendo oportunidades de
incremento de renda para todos o integrantes do
setor, além de promover o seu desenvolvimento
de forma sustentável e cidadã, contribuindo,
assim, para a elevação do IDH da região.
Recentemente, o Circuito foi agraciado com o
projeto Talentos do Brasil Rural, do Ministério do
Turismo, após disputa com inúmeros outros em
nível nacional. No bojo deste projeto será
oferecida consultoria técnica especializada para
a elaboração de diagnósticos, aplicação de
programas de capacitação, e apoio técnico na
implementação de inovações que, sem dúvida,
elevarão o nível de profissionalismo nas ações do
circuito.
No Circuito estão reunidas uma série de atrações
inesquecíveis e de rara beleza, como por
exemplo, caminhadas ecológicas, cavalgadas e
passeios de Jeep. Variados pratos da culinária
nacional e internacional, temperados com
c o n d i m e n t o s e s p e c i a i s p r o d u z i d o s
artesanalmente na região, também podem ser
degustados.
Para os que gostam de emoções mais fortes, a
região oferece diversas trilhas para a prática de
Motocross e Mountain bike e lindas cachoeiras,
onde se é possível fazer Rapel.
A noite do Brejal fica por conta dos vinhos, licores
e cachaças especialíssimas, que são um
verdadeiro convite para, ao pé da lareira, reunir os
amigos e a família, desfrutando os prazeres de
estar na serra.
Circuito Ecorrural
“Caminhos do Brejal”
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO
PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi
FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)
TEXTOS: Isabela Lisboa e Daiane Machado
GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack
DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma
CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201
Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 05
impossível passar por Corrêas e não vislumbrar o
imponente prédio cor de rosa, localizado no alto
de um privilegiado terreno às margens da
Estrada União e Indústria. A belíssima
construção, em estilo colonial do século XX,
abriga o Seminário Diocesano Nossa
Senhora do Amor Divino.
Fundado por Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, em
1949, a construção do Seminário só foi possível graças
a doação do terreno pela Embaixatriz Lavínia Luiz
Guimarães, onde, a princípio, sua antiga residência foi
adaptada para receber os primeiros seminaristas. Ao mesmo
tempo em que as atividades se iniciavam, foi lançada a Pedra
Fundamental, daquela que seria uma das mais belas
construções religiosas de Petrópolis.
Para que o novo prédio fosse construído, foi necessário
cortar grande parte do morro, o que gerou na época,
comentários de que a obra ruiria com as fortes chuvas de
verão. Não passou de boatos infundados.
Com 4.500 metros quadrados, o edifício foi inaugurado em
dia 15 de agosto de 1956. Espaço suficiente para abrigar 60
estudantes do Seminário Menor (jovens de 15 a 17 anos), o
belo conjunto colonial possui três pavimentos, com
dormitórios, salas de aula, biblioteca, cozinha e refeitório. As
galerias internas formam uma figura triangular, onde ao
centro, encontra-se um aquário em forma de trevo.
A Capela, localizada também no interior do prédio, é uma
preciosidade à parte.
Pintada em azul claro e
com realces brancos
n o s a r c o s d o
presbitério, nos altares
laterais, e no teto,
possui cerca de 520
metros quadrados e pé
direito bem alto. As três
portas iguais traçam do
altar ao térreo, a linha do lado oposto ao vértice
do ângulo formado pelos dois lados iguais.
Dois grandiosos vitrais iluminam a
Capela com desenhos do artista
brasileiro Carlos Oswald, cuja execução
se deu pelas mãos de J. Giraldi, em
Petrópolis. Com cores vibrantes e
harmoniosas, um dos vitrais traz a imagem
do Seminário e a figura de Jesus Cristo
acolhendo seminaristas e candidatos ao
ingresso na Casa de Formação
Sacerdotal. Na parte inferior lê-se a frase,
em latim, Venite, Ego Elegi Vos (Vinde,
Eu vos Escolhi). Este vitral foi dado pelo
Dr. Arnaldo Guinle, que também ofereceu tijolos fabricados
em sua cerâmica, em Bemposta. O outro vitral apresenta
Jesus Cristo num largo gesto, em meio a um trigal ondulante,
indicando aos jovens o caminho do apostolado.
Três imagens em madeira trazidas da Europa também
integram a Capela: a Nossa Senhora do Amor Divino,
localizada no grande nicho acima do altar-mor, trazida da
Itália. Esta imagem chama a atenção por trazer, junto a ela, a
imagem do Espírito Santo, inédita na época. Nos altares
laterais, ficam as outras duas imagens: uma do Sagrado
Coração de Jesus e outra de São José; ambas
encomendadas a um artista espanhol, em Barcelona, na
Espanha.
Atualmente com 23 estudantes,
o Seminário Diocesano Nossa
Senhora do Amor Divino conta
ainda com a Casa São José,
onde residem 25 seminaristas do
ensino superior (Seminário
Maior) e a antiga Casa de Dona
Lavínia (onde tudo começou),
passou por reformas e irá abrigar
um Centro Cultural.
Serviço:
Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino
Estrada União e Indústria, nº 3.441 – Corrêas
Telefone: (24) 2221-2187 / (24) 2221-1459
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo06
Fotos: Isabela Lisboa
Realizada de 02 a 07 de setembro, a Serra Serata – Festa Italiana de
Petrópolis, foi sucesso absoluto. Durante os seis dias, a Praça da
Liberdade se transformou em um pedacinho da Itália, com shows,
apresentações de grupos folclóricos e o melhor da gastronomia italiana,
atraindo um público de 57 mil pessoas, 14% a mais que no ano passado.
Segundo o Disque-Turismo, foi registrado, no final de semana, 77,2% de
ocupação hoteleira no Centro Histórico e 60,9% nos arredores.
No total foram 38 apresentações culturais que este ano, também
abrangeram outras localidades como o Palácio Rio Negro, Centro de
Cultura Raul de Leoni, Museu Imperial e Praça D. Pedro. Dez restaurantes
garantiram o melhor da gastronomia italiana, unindo a alegria da festa
com os aromas e sabores de massas, pizzas, vinhos, entre outros.
El Tanguero de Petrópolis
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Instituído patrono oficial do Império por D. Pedro I, São Pedro de Alcântara é o
Padroeiro de Petrópolis. Para celebrar a sua data, acontece de 15 a 19 de
outubro, na Catedral São Pedro de Alcântara, a tradicional Festa do Padroeiro
com missas, shows, atrações infantis, artesanato e barracas com comidas
típicas da Alemanha, Portugal, Itália, Líbano, Japão, Minas Gerais, Rio Grande
do Sul, Lanchonete da Família, Barzinho e Boutique da Juventude.
Confira a programação completa no encarte da Revista Petrópolis ou acesse:
www.petropolis.rj.gov.br
Berço de grandes nomes da música, Petrópolis agora soma mais um
importante personagem na história da música mundial: Artur Bernstein.
Este petropolitano, filho de colonos alemães, foi nada mais, nada
menos que um dos precursores do tango argentino.
O fato foi descoberto, meio que por acaso, pelo colunista Alexandre
Rivero. Apaixonado por tango, Rivero descobriu o nome de Bernstein
em antigas partituras e resolveu investigar o assunto.
Nascido em 1882, Bernstein foi ainda jovem para a Argentina, onde
iniciou sua carreira profissional. Lá, foi um dos primeiros a tocar nos
cafés, bares e clubes do bairro operário de La Boca. Segundo as
pesquisas, o músico foi o responsável por inserir o bandoneón
(principal instrumento do tango) na música argentina.F
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Serra Serata - Festa Italiana supera expectativa de público
Festa de São Pedro de Alcântara - Padroeiro de Petrópolis
Os principais monumentos históricos de Petrópolis
poderão ser vistos em alguns minutos e poucos
passos. A partir do dia 13 de novembro, a exposição
permanente “MiniaTUR”, de Carlos Stumpf, passa a
ter lugar no Palácio de Cristal. São várias maquetes
que representam com detalhes alguns dos mais
visitados pontos turísticos de Petrópolis. As peças
confeccionadas em madeira têm, em média, 1metro de
altura. Algumas reproduções são bastante realistas: a
torre da Catedral possui iluminação e a fonte da Praça
da Câmara Municipal, funciona como a original.
Outubro RosaPara celebrar o Outubro Rosa - movimento popular contra o
câncer de mama, comemorado em todo o mundo -, a APPO
(Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos)
promove, durante todo o mês, diversas atividades em toda a
cidade. No dia 22, acontece a tradicional caminhada, que
este ano terá como tema Saúde da mama, uma nova
caminhada 2011. A concentração será às 14h, em frente à
Catedral São Pedro de Alcântara.
Prédios e monumentos históricos também entram no clima
da Campanha e, como acontece nas capitais de todo o
mundo, se “vestem” de rosa, através de iluminação especial.
A programação completa pode ser conferida no encarte da
Revista Petrópolis ou no site www.petropolis.rj.gov.br
Simpósio de Mirmecologia reúne cientistas em Petrópolis
De 16 a 20 de outubro, o Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis,
será a sede do XX Simpósio de Mirmecologia e I Encuentro de
Mirmecologistas de las Americas, congresso internacional voltado para o
estudo das formigas, organizado pela Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, que reunirá 400 especialistas no assunto.
O Brasil é o único país no mundo a manter um congresso dedicado
exclusivamente ao tema. Nesta edição, o homenageado especial será o
Frei Thomas Borgmeier (1892-1975), reconhecido mundialmente pelos
seus estudos sobre o mundo dos insetos, iniciados aqui mesmo em
Petrópolis. Mais informações: www.myrmeco2011.com.br
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XI Petrópolis Gourmet vai homenagear a Itália
Prepare o seu paladar. Vem aí a 11ª edição do Petrópolis Gourmet.
Com grande destaque ao roteiro gastronômico da Cidade Imperial, o
festival esse ano destacará a culinária italiana, uma das mais
completas, ricas e deliciosas do mundo.
Através do tema “Sapore D'Italia - A tradição da cucina italiana na
serra”, o evento, que acontece de 03 a 26 de novembro, faz uma
homenagem ao Ano da Itália no Brasil, que será marcado por um
calendário especial de eventos em todo o país até meados de 2012.
Os restaurantes participantes deverão elaborar um menu inspirado
nesta culinária, buscando seus ingredientes mais peculiares e seus
sabores mais característicos.
Mais informações: www.petropolisgourmet.com.br
A história do Brejal teve início no século passado, quando o
senhor Francisco Antonio de Souza vendeu ao senhor Avelino
de Carvalho Bastos, em 1918, uma data de terra com 40
alqueires, pelo preço de seis contos de réis, moeda da época.
A propriedade viria emprestar seu nome à localidade como
conhecemos hoje.
A partilha da antiga Fazenda Piraju, na década de 1980, criou
um loteamento rural, que muito contribuiu para a ocupação do
local com atividades agrorrurais que foram sendo
desenvolvidas e diversificadas ao longo do tempo,
transformando o Brejal em um dos maiores fornecedores de
produtos hortifrutigranjeiros de Petrópolis.
O plantio de frutas europeias como pêra, maçã, figo e uva,
também tiveram sua fase áurea, sendo gradativamente
substituído pelo atual cultivo de flores, legumes, hortaliças,
ervas finas, além da cultura de cogumelos, criação de trutas e
scargots.
A região sempre contou com a presença de ilustres figuras da
história política nacional, como o presidente Getúlio Vargas,
os governadores Amaral Peixoto e Moreira Franco, entre
outras personalidades e celebridades que acorreram e
acorrem ao Brejal até hoje.
Longe da correria do dia a dia, do stress das grandes cidades,
a região do Brejal é um verdadeiro convite para momentos de
lazer com os amigos e a família, em um ambiente onde a
natureza dita o ritmo das horas. Com mais de cem produtores
rurais familiares, a região oferece o Circuito Caminhos do
Brejal, onde o visitante poderá conhecer e saborear as
centenas de produtos oferecidos na região.
Composto, atualmente, por dez propriedades distribuídas
entre produtores e criadores, restaurantes, pousadas e
agroindústrias, o Circuito Turístico Ecorrural - Caminhos do
Brejal nasceu da necessidade de diversificar os atrativos
turísticos oferecidos em Petrópolis, para além do Centro
Histórico e ampliar a renda no meio rural por meio de
investimentos que tornassem sua natureza exuberante, lindas
paisagens e produção agrícola variada, em atrativos turísticos
acessíveis. Primeiro circuito ecorrural da Cidade Imperial foi,
recentemente, agraciado com o projeto Talentos do Brasil
Rural do Ministério do Turismo, após disputa com inúmeros
outros em nível nacional.
Dividido em três roteiros básicos: Dia no Campo, Gastronomia
Rural e Cachaça com Café, o Circuito oferece aos visitantes a
oportunidade de conhecer e degustar uma variada gama de
produtos locais, contando, ainda, com confortáveis meios de
hospedagem. Visitantes curiosos, também podem programar
o seu próprio roteiro, mesclando um pouquinho de cada um,
desfrutando as delícias e as belezas que cada propriedade
tem a oferecer.
Os roteiros pré-programados levam de 6 a 8 horas e podem
ser feitos com veículos próprios ou através do Jeep Tour. Com
guias bilíngues especializados, o Jeep Tour é uma excelente
opção para quem deseja curtir a natureza sem se preocupar
com a direção. Os veículos conversíveis levam grupos de até
12 pessoas por carro, além de oferecer serviço especializado
para cadeirantes, com Jeeps adaptados com capacidade para
cinco cadeiras mais cinco acompanhantes. É o Caminhos do
Brejal acessível a todos.
O Circuito possui, ainda, calendário anual de eventos dos
quais se destacam: festival gastronômico com seus produtos,
caminhada inscrita no Anda Brasil, concurso hípico e visitas
integradas às atividades de turismo regional que
proporcionam passeios inesquecíveis aos amantes da
natureza.
Um tour para despertar os sentidosUm tour para despertar os sentidos
Escargots InvernadaReservas e informações: (24) -2259-2539Site: www.invernada.com.br
ProvenceReservas: (24) 2259-2044 / (24) 2259-3117Site: www.provence.com.br
Miira's Tours Operadora de Turismo Receptivo Ltda - Serra Verde ImperialReservas: (24) 2231-6250 - Plantão 24H (21) 8182-6558/ (24) 8823-3647.E-mail:[email protected] Site: www.miirastours.com.br
Jeep TourReservas: (21) 2108-5800Site: www.jeeptour.com.br
Shangrilah Reservas e informações: (21) 8604-2535 e (24) 2259-2662E-mail: [email protected] Site: www.borboletarioshangrilah.com
Floricultura e Estalagem BrejalReservas: (24) 2259-2209 / (24) 2259-2201 / (24) 9301-2116Site: www.estalagembrejal.com
08 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
Texto: Bruno Lara
Fotos: Isabela Lisboa e divulgação
Mais do que arte: educação e qualidade de vida
“É importante resgatar a interação entre cultura e educação, sem
distinção de valor e de atitude entre emoções, sentimentos,
pensamentos e conhecimentos”; diz Laell Rocha, assistente social e
coordenador do projeto que promove aulas de dança, contação de
histórias, teatro, capoeira e gestão cultural compartilhada.
Já o Filhos da Terra, da ONG CDDH - Centro de Defesa dos Direitos
Humanos - é um Ponto de Cultura que foca a sensibilidade
ecológica, tema estratégico das agendas social e política deste início
de século. Dez oficineiros ensinam a utilizar materiais da natureza,
como areia, bambu e casca de cebola, para a fabricação de
produtos, como quadros, cartões de Natal e luminárias. As
dinâmicas incluem tanto aulas práticas, quanto teóricas e de
integração entre os participantes, através, por exemplo, de vídeos
sobre ecologia. O meio ambiente e a humanidade agradecem!
rte, bem estar, cidadania, consciência ecológica,
educação, família, desenvolvimento pessoal e
profissional e, claro, muita cultura! Estes são
apenas alguns conceitos estimulados pelos quatro
Pontos de Cultura de Petrópolis: Aprendiz de Canarinhos; Filhos da
Terra; Independência é Arte e Terreiro Cultural.
Parceria entre o Ministério da Cultura, através do Programa Mais
Cultura/ Viva Cultura – Pontos de Cultura, a Secretaria de Cultura do
Estado do Rio de Janeiro e as Instituições sem fins lucrativos, o
programa consiste em uma ação de inclusão sociocultural, que surgiu
da necessidade de apoiar projetos culturais já existentes, mas que
precisam de recursos. Em Petrópolis, as instituições selecionadas,
também recebem do município, uma verba mensal de R$ 2 mil reais,
para aplicação no desenvolvimento e ampliação de seus projetos.
Ligado ao Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, o Aprendiz
de Canarinhos é o mais antigo deles. A iniciativa criada em 1960,
contempla alunos de 8 e 9 anos que estejam cursando o 3º ano do
ensino fundamental. Tudo começa com um processo seletivo. Se
aprovada, a criança tem bastante “trabalho” durante um ano, três
vezes na semana, com aulas de flauta doce, solfejo, ritmo, técnica
vocal e teoria.
A música também faz parte da essência do Independência é Arte,
ligado à Cia. Teatral Língua de Trapo. Este Ponto de Cultura,
coordenado pela atriz e diretora Iara Rocha, dá aos estudantes da
rede pública de ensino, a oportunidade de aprenderem teatro e
também fazerem parte da inclusão sociodigital, com técnicas de
estúdio para gravação de CD. Oficinas de leitura, preparação vocal,
confecção de máscaras e de figurino também são algumas das outras
atividades desenvolvidas pela Cia.No Terreiro Cultural, da ONG Comando da Paz, uma marca é a
identidade e a intersubjetividade, o que permite estimular a
autoconfiança do público infanto-juvenil, composto por mais de 400
crianças e adolescentes.
A
Independência é Arte - Cia. Teatral Língua de TrapoRua Sete de Abril, nº 374 - CentroTelefone: (24) 2231-9599Site: http://companhiateatrallinguadetrapo.blogspot.com
Terreiro Cultural - ONG Comando da PazRua do Imperador, 62 sobreloja 202 – CentroTelefone: (24) 2237-6739Site: www.vivacultura.net
Aprendiz de Canarinhos - Instituto Meninos Cantores de PetrópolisRua Santos Dumont, nº 355 – CentroTelefone: (24) 2104-4100 e (24) 2104-4141Site: www.canarinhos.com.br
Filhos da Terra – ONG CDDHRua Monsenhor Bacelar, nº 400 - Centro.Telefone: (24) 2242-2464Site: www.cddh.org.br
10 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
11
Texto: Eliane Maciel l Foto: Isabela Lisboa
iz a História que os jesuítas, quando
chegaram ao Brasil, ensinaram a técnica
do canto lírico aos indígenas catequizados
pelas Missões. Alguns destes “meninos cantores”
pioneiros teriam, inclusive, impressionado membros das
cortes europeias, com sua afinação. Porém, as
sociedades dedicadas ao canto coral só se
popularizariam bem mais tarde, no século XIX: e, mais
uma vez, Petrópolis abrigou a instituição pioneira neste
segmento cultural, a Deutsche Sängebund Eintracht,
fundada em 17 de agosto de 1863 pelos irmãos Gotlieb
Stroele e Friederich Stroele. Nesta alegre agremiação -
mais tarde rebatizada como Sociedade Coral Concórdia
e cuja sede permanece, ainda hoje, na Rua 13 de Maio -
D. Pedro II foi diversas vezes recebido com animadas
apresentações de músicas germânicas, cantadas pelos
primeiros colonos que vieram construir a cidade, a partir
de 1845.
Nos anos seguintes, esta tradição floresceu. Petrópolis,
hoje conhecida como A Cidade dos Corais, possui mais
de 40 coros em atividade, alguns de altíssimo nível e
merecedores de reconhecimento internacional. E tudo
leva a crer que esta magia de vozes unidas se expandirá
ainda mais nos próximos anos, já que a prática acaba de
ganhar um poderoso reforço: o projeto Canta Petrópolis,
que beneficiará 74 escolas públicas do município com a
formação de corais estudantis.
O projeto, desenvolvido pelo segmento de Canto Coral
do Conselho Municipal de Cultura, conta com o apoio da
Secretaria Municipal de Educação e com a coordenação
geral de Leonardo Randolfo, coordenação técnica de
Marcelo Vieira e sete regentes gerentes: Marco Aurélio
Lischt; Paulo Afonso Filho; Antônio Gastão; João
Macedo; Marcelo Vizani; Alexandre Goulart e Geilson
Santos. Desta forma, a cidade também sai na frente do
cumprimento da Lei 11.769 sancionada pelo então
Presidente Lula em agosto de 2008. Pela lei, o ensino da
música voltou a ser obrigatório no Ensino Fundamental e
Médio, como acontecia no Brasil, até os anos 1970: um
ganho importante para a sensibilidade e a criatividade de
crianças e adolescentes.
“Estamos um passo a frente de nos tornarmos a Capital
Nacional dos Corais. Este é um sonho antigo de todos os
regentes da cidade, que está sendo possível, graças a
parceria inédita do poder público e da sociedade civil
organizada”; diz Leonardo Randolfo.
O objetivo do “Canta Petrópolis” é aumentar em mais de
600% o número de coralistas na cidade estendendo, em
breve, o projeto para todas as escolas do município. Mas
ele não para por aí. A meta é ampliar o programa também
para as bandas marciais e aulas de musicalização. Ainda
para 2011, o grande desafio já está lançado: incluir os
novos corais na programação oficial do Natal de Luz,
através de um grande concerto reunindo mil vozes.
Aguardem!
Leonardo Randolfo - Coordenador Geral do Canta Petrópolis:
“Estamos realizando um sonho antigo”
Concedida a: Isabela Lisboa
Fotos: Isabela Lisboa
cavaleiro Luiz Felipe de Azevedo completou, este ano,
cinquenta anos de carreira. Pioneiro no hipismo
profissional e detentor de diversos títulos nacionais e
mundiais (entre eles dois olímpicos e um panamericano), ele é o
mais novo ilustre morador de Petrópolis.
Há cerca de nove meses mudou-se para a Cidade Imperial em
busca de novos desafios, e já conta com dois centros de
treinamento por aqui: o Fape Multisalto, em Pedro do Rio e o
Manège Luiz Felipe de Azevedo, no Vale Florido.
Para contar um pouco de sua história, Felipe abriu as portas de
seu Manège à Revista Petrópolis, onde, com muita simpatia, falou
sobre sua trajetória e os novos projetos que o trouxeram até aqui.
O encantador de cavalos
12 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 13
RP – Com apenas cerca de nove meses em
Petrópolis, você já conta com dois centros
de treinamento. Outros projetos estão por
vir?
L.F. - Eu tenho projetos ousados. Sou um
cavaleiro ousado. O que gostaria mesmo é
fazer uma arena coberta aqui, porque não há
no estado do Rio de Janeiro um lugar assim.
Seria uma multiuso onde você poderia montar
em caso de chuva, fazer shows, feiras,
exposições. Esse é meu plano mais ousado,
porque falta na região e “cai como uma luva”,
pois estamos ao lado da estrada (BR040).
RP - Os melhores cavalos do estado do
Rio de Janeiro estão em Petrópolis? E
quais são os fatores que levam os
criadores escolherem a região?
L.F. - Com certeza. Todos eles. Inclusive um
dos melhores cavalos do mundo.
Aqui você junta o útil ao agradável. O clima, a
proximidade com os aeroportos, com Rio de
janeiro, Juiz de Fora e São Paulo.
E a Serra é hoje como São Paulo. Eu
pa r t i c ipe i dessa mudança , desse
desenvolvimento no interior paulista. Hoje,
existem dois, três mil cavalos saltando em um
final de semana, em vários lugares
diferentes. Em uma competição você tem
cerca de 500 cavalos saltando, no mínimo.
Multiplica isso por cinco: apenas para
infraestrutura são 2.500 pessoas. Fora
amigos, parentes e o público em geral. Ou
seja, você atrai 5 a 10 mil pessoas em um
evento. E aqui (em Petrópolis) se fizer uma
arena, superlota. Imagina organizar um
evento onde não tem que se preocupar com a
chuva? Na serra? E nós ainda temos o
gancho das Olimpíadas.
Revista Petrópolis – Desde menino sua
vida é dedicada aos cavalos. Como
nasceu esta paixão?
Luiz Felipe - Desde pequeno, em Miguel
Pereira, eu tinha essa coisa dentro de mim.
Com quatro anos já montava cavalo sozinho.
Com sete para oito anos, comecei a treinar
na Hípica. Fiquei apenas uma semana na
escola e já comecei a competir. Para saltar o
Campeonato Carioca de Júnior, precisei de
uma autorização especial, pois estava com
11 anos e meio e, na época, só podiam
participar cavaleiros a partir de 12 anos. Fui
vice-campeão carioca. Começou assim.
RP – Você foi o primeiro cavaleiro
profissional do Brasil. Foi difícil receber o
reconhecimento?
L.F. - Comecei a montar profissionalmente
com 16 anos. Nesta época a profissão não
existia. Eu tive que enfrentar muitos
preconceitos, discriminação. Um verdadeiro
bullyng, como se diz atualmente. Até hoje,
existe certo preconceito, embora, os pais
que têm dinheiro e podem, patrocinam os
próprios filhos para que eles se tornem
profissionais.
RP – Você também foi responsável pela
abertura da primeira clínica para
cavaleiros fora de um clube e, hoje, já
conta com quatro centros de treinamento,
sendo que um está localizado na Bélgica.
Fale um pouco sobre esta trajetória de
sucesso.
L.F. - Com 20 anos me mudei para São Paulo
e quando voltei, no final de 1975, fui trabalhar
com o Dr. Roberto Marinho. Em Miguel
Pereira nós tínhamos um sítio onde fiz umas
cocheiras e comecei a trabalhar. Isso foi há
35 anos. Foi muito difícil, mas muito
prazeroso.
RP – Sua trajetória também é feita de uma
série de conquistas nacionais e
internacionais importantes. Uma delas é
o recorde de altura, tendo saltado 2,32
metros, em 2001, na Itália. Pretende ir
além?
L.F. – Pretendo. Estou velho mais pretendo
(risos). Quero bater 2,50 metros. É um
projeto muito ousado que vai depender de
encontrar um cavalo que eu possa treinar
para isso. Mas eu acho que posso tentar. Até
quando eu não sei. Mas faria com a maior
confiança do mundo.
RP – Para a maioria o hipismo é um
esporte elitista. Você acredita que é
possível popularizar o esporte?
L.F. - Eu não sou a pessoa mais indicada
para dizer que o hipismo é de elite. Vim de
família rica, mas infelizmente, não tive
acesso a dinheiro nenhum, comecei do
nada e estou aqui. Tenho duas medalhas
olímpicas, medalhas de ouro, recorde e o
mais importante de tudo: consegui formar
uma família e a sustento com o meu
trabalho. Tudo é fruto do cavalo.
RP – Mesmo assim manter um animal
não é barato concorda?
L.F. - O cavalo não é propriedade do mais
rico ou do mais pobre. Ele está aqui e as
pessoas têm que procurar o acesso a eles.
E, infelizmente, nós temos poucos. Às
vezes, um cavaleiro começa como tratador,
passa a picador (que é a pessoa que
“esquenta” o cavalo) e aprende a saltar com
o patrão, se tornando um bom cavaleiro.
Temos vários casos desses. Então só é
preciso formar escola para essa gente. E eu
estou disposto a isso. Fazer o Instituto Luiz
Felipe de Azevedo.
RP – Como funcionaria?
L.F. - Já somos (o Brasil) o segundo maior
criatório de cavalos do mundo. A indústria
equina é uma das maiores fontes de
emprego do país. Está entre as cinco
primeiras. E eu acho que o hipismo pode
ser olhado de outra maneira. Ele pode ser
olhado como uma disciplina. Ou seja, o
“camarada” que não tem condições de ter
um professor particular teria acesso a
cursos que iriam desde a limpeza de
cocheiras à formação de cavaleiros de
segundo grau, aptos a darem aulas de
saltos até 1,30 metros.
RP - A ideia seria montá-lo em
Petrópolis?
L.F. - Eu acho que aqui é o lugar. Você
imagina o quanto as pessoas têm investido
em cavalo e precisam de gente qualificada?
Afinal, hoje, quem vem trabalhar com
cavalo? Às vezes é o pedreiro que não
encontra emprego. E aqui (com o projeto)
quem for montar um haras encontrará mão
de obra especializada através do curso
profissionalizante. Com isso podemos
atrair gente de todo Brasil e do exterior,
principalmente da América do Sul onde isso
não existe. Eu com 58 (anos) deveria estar
quieto, mas eu quero fazer mais.
14 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo
SERVIÇO:
Biblioteca LNCC
Avenida Getúlio Vargas, 333 – Quitandinha
Telefone: 2233-6255
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, de 8h30 às 18h
Biblioteca CPTI
Avenida Getúlio Vargas, 335 – 1º andar, Bloco 2 – Quitandinha
Telefone: 2235-1079
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, de 8h30 às 13h e de 14h às 21h30
claro, todas as referências de seu acervo podem ser
conferidas no site da instituição. Basta acessar
www.lncc.br/pergamum. Há ainda disponível para
download, uma série de teses defendidas por seus
pesqu i sado res e a lunos , a t ravés do l i n k
www.lnn.br/tclmc.
E bem ao lado do LNCC, no CPTI – Centro de Educação
Profissional em Tecnologia da Informação, também é
comum encontrar os alunos explorando o conhecimento
nas páginas dos grossos livros sobre programação, entre
outros temas das ciências tecnológicas e aplicadas. A
biblioteca do Centro de Educação conta com 900 títulos e
mais de 50 teses de conclusão de curso de seus alunos. A
sala de estudos conta com computadores, onde os
estudantes, professores e pesquisadores podem
agregar o conhecimento teórico com a prática.
Ou seja, o livro, independente de seu formato, continua e
continuará, por muito tempo, sendo a fonte de
conhecimento para todas as áreas do saber.
Tecnológicas ou não.
Antes de serem como conhecemos, os livros já tiveram
várias formas e... Composições: foram feitos de placas de
argila prensada; folhas de papiro cuidadosamente
enroladas; tabuinhas desenhadas de madeira ou pedra... Na
atualidade, podem estar disponíveis no espaço virtual e
acessíveis pela tela do computador ou do tablet. Porém, a
forma é o que menos importa: a função principal dos livros,
de informar, preservar o conhecimento e estimular a
imaginação humana para ir sempre além, permanece
intacta. E nada indica que, nem tão cedo, alguém vá inventar
algo capaz de substituir o livro.
Por isso mesmo, no próprio templo da tecnologia
computadorizada - o LNCC, ou Laboratório Nacional de
Computação Científica, que abriga um dos mais potentes
computadores do país – existe um espaço privilegiado para
uma importante biblioteca. Afinal, é mesmo lá, nos “bons e
velhos livros”, que muitas vezes estão as respostas para os
temas mais profundos e importantes da tecnologia.
Com um acervo especializado nas áreas de Computação
Científica, Matemática e Mecânica Aplicada, Teoria dos
Sistemas e Controle, Ciência da Computação, Estatística e
Biomatemática, a Biblioteca do LNCC tem como objetivo
fornecer o apoio b ib l iográf ico necessár io ao
desenvolvimento das atividades desenvolvidas na
instituição, bem como a disseminação deste acervo para a
comunidade técnico-científica. São mais de 10 mil volumes,
450 títulos de periódicos, além de teses, relatórios de
pesquisa e obras de referência (dicionários, bibliografias,
etc). A biblioteca conta, ainda, com um acervo de 2.500 livros
eletrônicos, disponíveis em seus computadores. Tudo
disponível também à comunidade e a pesquisadores. E,
Texto: Eliane Maciel
Fotos: Isabela Lisboa
Um livro...
Feito de que?
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G a b r i e l a M i s t r a lB i s b i l h o t e c a
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