Revista Mundo Fiat

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MUNDOFIAT J oão Guimarães Rosa, autor de pen- samentos como “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”, foi o homenageado da primeira edição da Literata, a festa literária de Sete Lagoas (MG). Promovida pela Iveco Latin America, por meio do programa de sus- tentabilidade Próximo Passo, o evento ce- lebrou também o aniversário de dez anos da fábrica na cidade. A Literata aconteceu entre os dias 17 e 20 de novembro na casa de cultura Nhô-Quim Drummond. Durante quatro dias, importantes nomes da literatura brasileira discuti- ram tanto a influência da obra de Gui- marães Rosa na música, no cinema e no teatro, como também a produção brasi- leira atual de prosa e poesia. A progra- CULTURA Iveco promove primeira festa literária de Sete Lagoas Encontro homenageou Guimarães Rosa e contou com a presença de escritores de prestígio, como Moacyr Scliar, Márcia Tiburi e Arnaldo Antunes. POR LILIAN LOBATO mação reuniu mesas redondas, feira de livros, exposições, atividades literárias para crianças, jovens e idosos e oficinas de contação de histórias. A proposta, segundo Jorge Fernando dos Santos, curador do evento, foi ampliar os debates e a compreensão do trabalho do mais mineiro dos escritores e, para isso, foi preciso escolher os convidados a dedo, já que era preciso contar com nomes que abordassem os temas de forma críti- ca, descontraída e até polêmica. “Os deba- tes surgem com as diferenças e o objetivo é aprender com as discussões”, avalia. A filósofa Márcia Tiburi e os escrito- res Moacyr Scliar, Olavo Romano e João Paulo Cuenca foram alguns dos prin- cipais convidados. Também estiveram Fotos Ignácio Costa Francisco Moreira se sentiu honrado em participar da festa

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Matéria publicada na edição 106 - Dez/Jan 2011.

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Fiat teve estande interativoO espaço da Fiat na Feira do livro teve

sua programação visual concebida em cima da identidade do Novo Uno, produto que a Fiat optou por destacar neste evento.

Sendo assim, a grande vedete do es-tande era um modelo do Novo Uno que fi-cou exposto durante os 18 dias de evento, à disposição para quem quisesse conhecer o mais novo lançamento da marca. Junto do carro, foi disponibilizado um tótem in-terativo onde era possível customizar os diversos modelos do carro virtualmente.

A Fiat também encantou o público com uma proposta diferente no estande da empresa neste ano: durante os 17 dias de evento, o caricaturista Marcelo Lopes ofereceu desenhos gratuitos para os participantes.

Entre eles estava Natália Rodrigues, 13 anos, que esperou pacientemente a sua vez para ganhar o desenho. Ela disse que vai pendurar a caricatura na parede do quarto, junto às fotos de quando era bebê. “Ficou muito bom”, avaliou a tími-da menina.

O caricaturista calculou ter feito uma média de 40 desenhos por dia. Mas em fins de semana de sol, quando o públi-co aumentava nas alamedas da feira, o volume crescia de forma exponencial. No sábado dia 6, Lopes chegou a rabiscar 78 caricaturas. “Tem gente que volta aqui em horas de menos movimento só pra ganhar seu desenho. Uma senhora viu

uma caricatura na casa da vizinha e não sossegou enquanto não veio fazer o seu”, contou o desenhista.

O gerente regional da Fiat no Rio Gran-de do Sul, Fábio Meira Jr., disse que a Feira é um símbolo do Estado e, como tal, cha-mou a atenção da empresa pelo potencial de envolvimento da comunidade. “A Feira representa muito para o povo gaúcho. Es-tar presente num evento como esse é es-sencial e mostra que a Fiat não constrói sua liderança apenas com ações de varejo, mas também com iniciativas que garan-tem retorno à nossa sociedade”, afirmou.

Quem visitou o espaço, ainda pôde concorrer aos mais diversos brindes testando suas habilidades na máquina Stacker – que funciona na mesma lógica do consagrado jogo tetris de empilhar quadradinhos, quem empilha mais qua-drados, ganha os melhores prêmios. Os brindes eram os mais variados como: caneta, boné, para-sol, miniatura de carro, carrinho de controle remoto – to-dos com assinatura da Fiat. Os promoto-res encarregados de representar a marca no evento distribuíram a todos que visi-tavam o estande um marcador de livro com arte exclusivamente desenvolvida para a ocasião.

17 dias

1,7 milhão de visitantes

700 sessões de autógrafos

180 mesas-redondas

450 encontros

130 atividades para educadores

30 oficinas

88 apresentações artísticas

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João Guimarães Rosa, autor de pen-samentos como “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente

aprende”, foi o homenageado da primeira edição da Literata, a festa literária de Sete Lagoas (MG). Promovida pela Iveco Latin America, por meio do programa de sus-tentabilidade Próximo Passo, o evento ce-lebrou também o aniversário de dez anos da fábrica na cidade. A Literata aconteceu entre os dias 17 e 20 de novembro na casa de cultura Nhô-Quim Drummond.

Durante quatro dias, importantes nomes da literatura brasileira discuti-ram tanto a influência da obra de Gui-marães Rosa na música, no cinema e no teatro, como também a produção brasi-leira atual de prosa e poesia. A progra-

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uRAiveco promove primeira

festa literária de Sete lagoasEncontro homenageou Guimarães rosa e contou com a presença de escritores de prestígio, como Moacyr Scliar, Márcia tiburi e Arnaldo Antunes.

por LiLiAn LoBATo

mação reuniu mesas redondas, feira de livros, exposições, atividades literárias para crianças, jovens e idosos e oficinas de contação de histórias.

A proposta, segundo Jorge Fernando dos Santos, curador do evento, foi ampliar os debates e a compreensão do trabalho do mais mineiro dos escritores e, para isso, foi preciso escolher os convidados a dedo, já que era preciso contar com nomes que abordassem os temas de forma críti-ca, descontraída e até polêmica. “Os deba-tes surgem com as diferenças e o objetivo é aprender com as discussões”, avalia.

A filósofa Márcia Tiburi e os escrito-res Moacyr Scliar, Olavo Romano e João Paulo Cuenca foram alguns dos prin-cipais convidados. Também estiveram

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Moreira se sentiu honrado em participar da festa

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uRA presentes à Literata o músico e poe-

ta Arnaldo Antunes e o professor em literatura brasileira e editor da Edi-tora UFMG, Wander Melo Miranda, que participaram da mesa redonda “Influências de Guimarães Rosa na literatura e no cancioneiro nacional”. Outros que passaram por lá foram os escritores/ilustradores Roger Mello e Nelson Cruz e a idealizadora do pro-jeto Meninos Quietos, Selma Maria. Eles discutiram a literatura brasileira infantil na mesa Miguilim.

A festa literária contou ainda com uma surpresa: a presença de Francis-co Moreira – também conhecido como Criôlo – que, ainda menino, conheceu

Guimarães Rosa na cavalgada pelo sertão, organizada por seu pai, um velho amigo do escritor. Francisco participou da Cavalgada de Tropeiros, um ato que reviveu a tradição rosia-na dos cavaleiros sertanejos. “Fiquei muito feliz e honrado em fazer parte dessa homenagem. Guimarães Rosa era um grande homem”, afirma.

O evento também foi um momen-to para toda a família entrar no uni-verso da literatura. “Participamos de toda a programação e foi de grande aprendizado”, revela a gerente de Marketing da Petronas, Andréa Fon-seca, que foi à Literata acompanhada do marido e dos filhos.

iveco e culturaA iveco não mede esforços para se fazer presente na vida cultural de Sete Lagoas. É o que expli-

ca o diretor de comunicação da iveco na América Latina, Marco Piquini. Segundo ele, nos últimos anos, diversas ações foram realizadas pela empresa principalmente junto à comunidade Cidade de deus, bairro próximo à fábrica. “e a Literata foi uma excelente oportunidade de levar um projeto cultural consistente a toda a população. A expectativa é que o evento passe a ser regular e se trans-forme no mais importante acontecimento cultural da cidade”, afirma.

É o que também estima a analista de comunicação da iveco e coordenadora do projeto Próximo Passo, Júnea Sá Fortes. ela explica que a Literata faz parte de um conjunto de iniciativas que já dura dois anos. “realizamos ações no decorrer do ano para elevar o conhecimento das pessoas em meio

ambiente, educação e socialização. A festa literária chega para completar essa gama de atividades que visam também a inclu-são social e o crescimento cultural dos moradores”, observa.

Sá Fortes ressalta a relação entre a iveco e a comunidade Cida-de de deus, onde a empresa atua mais fortemente. As ações tive-ram início no bairro há três anos, quando foram plantadas cerca de quatro mil mudas de árvores e se fortalece a cada ano, a partir de ações de desenvolvimento educacional, cultural e social.

Segundo ela, em 2011 será inaugurada a sede do projeto na comunidade, em terreno cedido pela prefeitura. “o espaço será ecologicamente correto, com portas de madeira, captação de água da chuva, aquecimento solar, telhas tetrapak e tijolos de solocimento”, explica.

A comunidade do Cidade de deus também esteve presen-te na Literata. o grupo de artesanato apresentou peças como

tapetes, biscuits, cestos e itens em madeira e jornal. Marilander geralda de Souza Moreira (foto), uma das organizadoras do grupo, disse que participar da festa foi uma oportunidade de divulgar os produtos e também vender o estoque. ela, que já cria tapetes em tecido há dois anos, destaca que algumas das peças foram criadas exclusivamente para o encontro.

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A Casa Fiat de Cultura recebeu, no dia 21 de outubro, profissionais de comunicação, produtores cul-

turais, especialistas das áreas tributárias e jurídicas e interessados em debater as vantagens para as empresas em investir em projetos culturais. O Seminário Inves-timento Cultural Corporativo: Benefícios e práticas de sucesso foi promovido pelo Comitê Regional de Cultura da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com o objetivo trocar experiên-cias, ideias e discutir as possibilidades de gerar valor com o incentivo à atividade cultural. Na programação, palestras com a presidente da Fundação Clóvis Salgado, Eliane Parreiras e com o assessor jurídico da Associação Pró-Cultura Palácio das Ar-tes (APPA), Agostinho Neves. Para ilustrar, foram apresentados cases de sucessos da Casa Fiat de Cultura e da Unimed-BH.

Eliane Parreiras enxerga o investi-mento em cultura como uma oportuni-dade para as empresas participarem do desenvolvimento e da manutenção dos

promover cultura melhora a reputação corporativacada vez mais empresas investem em cultura, estabelecendo novos patamares de relacionamento com a sociedade.

por SArAH TorreS

valores culturais da sociedade e, princi-palmente, construir uma imagem sólida e bem posicionada para seus públicos. “O potencial da cultura como retorno institucional é enorme. As estratégias podem ser adequadas segundo os inte-resses da empresa e incluídas no balan-ço social, contribuindo diretamente para a valorização do ativo. O investimento em cultura, aliado aos instrumentos de comunicação e marketing, gera a identi-dade imediata com o público consumidor daquela marca”, explica.

Na visão da gestora da Casa Fiat de Cultura, Ana Vilela, as empresas precisam criar laços cada vez mais estreitos com seus públicos. Segundo ela, há um bom-bardeio de marcas e mensagens publicitá-rias e, por isso, a relação entre empresa e público-alvo deve ser mais humanizada. “A busca por ferramentas como a promo-ção de projetos culturais potencializa o re-lacionamento estratégico, contribui para o bem-estar da sociedade e fortalece a repu-tação empresarial”, avalia.

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