Revista Kerigma ed.1

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A primeira edição da Revista Kerigma traz uma entrevista com o Pastor Jackson Jacques e matérias sobre o natal, missões e relacionamento!

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Trabalhando com Música dentro e Fora da Igreja

Entrevista com Jackson Jacques da Vintage180

Conheça o trabalho do Missionário Alexandre Dutra

Publicação feita para apresentação. Venda proibida.

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Não é de hoje que a comunicação faz com que ho-rizontes sejam expandidos, fazendo com que a igno-rância seja quebrada. As correntes que prendem o ho-mem de correr em busca de conhecimento não são mais eficazes. Informação, uma palavra em que não há consenso sobre seu real significado. É a causa de jor-nalistas e veículos de comunicação serem censurados. É o que faz o povo ter condições de formar sua própria opinião, contribuindo para que se tenha uma socieda-de capacitada e informada sobre o que acontece ao seu redor. Não há nada mais gratificante do que levar conhecimento para quem precisa. Não há nada mais absolutamente incrível do que fazer com que pessoas se tornem pensantes e capazes de perceberem o que poucos percebem, de ver o que muitos não querem ver. A ignorância não é um ponto final em uma frase simples, mas uma reticência no que não se sabe. Ao contrário do que uma sociedade caída e terrivelmente corrupta mostra, o cristão está longe de ser um cava-lo guiado por rédeas. A bíblia fala sobre a liberdade, fala sobre Alguém que libertou, mas libertou quem? Ou o que? E de quem? Acredita-se que o jornalista é um profissional moderno que fica atrás de um computador tomando café para não dormir e terminar a matéria para não estourar o prazo. SIM, realmente isso é verda-de, mas havia um jornalista muito mais antigo que todos os comunicadores que são utilizados como pontos de raciocínio em uma universidade. Um jornalista que veio divulgar com um grande EXTRA-EXTRA o que o dono do seu jornal havia feito por amor, para o bem de uma so-ciedade que não gostava (e ainda não gosta) de ler, pois se soubesse ler entenderia que foi liberta de uma ditadura muito pior que a de Cuba ou Coréia do Norte. Ao que tange a Kerigma, informar os cristãos e a quem lê, a enxergar a sociedade com a ótica de uma cos-movisão cristã. Não sendo alienante, nem tão pouco imatura para perceber os erros da própria casa, mas audaciosa para fazer o que foi incumbida a fazer.

Lucas Santana

A Revista Kerigma é uma publicação experimental produzida pelos alunos do curso de Jornalismo do Centro Uni-versitário Módulo, na disciplina TC (Tra-balho de Curso). Com periodicidade

bimestral.

Coordenador do Curso:Prof. Dr. Gerson Moreira Lima

Professor Orientador:Prof. Daniela Aragão

Conselho Editorial:Aline Ehrlich e Lucas Santana

Editor chefe:Lucas Santana

Reportagem:Aline Ehrlich e Lucas Santana

Arte e Diagramação: Aline Ehrlich

Projeto Gráfico:Aline Ehrlich e Lucas Santana

Revisão:Aline Ehrlich

Contatos:Aline Ehrlich

[email protected] Santana

[email protected]

Centro Universitário MóduloAv. Mal. Castelo Branco, s/nº

CEP 11.662-700 Caraguatatuba/SP.Tel. (12) 3897-2008

www.modulo.edu.br

Revista Kerigma 3

Editorial

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Pregar, orar, doar. Avançar, conquistar, esperar, crer, observar, perseverar, acreditar, fé, evangelho. Essas são palavras que fazem parte de um vocabulário de pessoas que estão inseridas um grupo singular, os missionários. Mas o que é um missionário de fato? Qual sua função? E principalmente, qual o objetivo de um missionário? Estas perguntas podem parecer retóricas para quem conhece pessoas envolvidas neste meio, mas em um período em que o evange-lho é deturpado e atacado por pessoas de fora da fé, e até mesmo de pessoas que professam a fé cristã, a explicação e exemplificação do ministério missioná-rio se fazem necessárias a cada momento possível. Segundo o dicionário Aurélio, missionário é “aquele que foi incumbido de realizar determinada missão”. A missão de levar o evangelho de Jesus Cristo. Cumprir a ordenança de Cristo em Marcos 16:15 “Ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Os missionários estão em locais distintos, desde os locais mais pobres do Brasil, como algumas regiões do norte e nordeste, até países de extremo conflito como Síria, Iraque e Afeganistão. Na maioria das vezes cada missionário carrega consigo uma história. Alguns se prepararam por anos para ir a campo, outros simplesmente larga-ram tudo o que tinham e almejavam para se doarem à missão de pregar o evangelho em tempo integral. Nomes de missionários como os de William Carey, Hudson Taylor, Sophie Muller e Jim Elliot frequente-mente são citados em livros e blogs sobre o assunto, sendo referência para muitos dos missionários. Isso sem mencionar os apóstolos de Jesus e o próprio Cristo como os pioneiros no campo missionário. Em alguns casos os missionários se identificam ou tem uma atração diferenciada pelo povo do local em que o trabalho missionário se dará. Lugares como as regiões de tribos indígenas no norte do Brasil, An-gola, China, Haiti e até países com um forte grau de intolerância religiosa como Coréia do Norte, Arábia Saudita e Paquistão, são explorados por missionários frequentemente, visando como objetivo principal a exposição do evangelho de Jesus Cristo e a conversão de pessoas ao cristianismo. Segundo o grupo mis-sionário Portas Abertas, Coréia do Norte, Arábia Sau-dita e Paquistão ocupam respectivamente, primeiro,

segundo e décimo quarto lugar no ranking de paí-ses com mais perseguições aos cristãos, em pesqui-sa feita pelo Interntional Institute of Religious Free-dom (Instituto Internacional de Liberdade Religiosa). Acredita-se que o aumento do encalço feito pelos fiéis de outras religiões e os regimes governamen-tais contra os cristãos demonstra, consequentemen-te, que as igrejas cristãs têm crescido nestes países. Alexandre Dutra, 38, é pastor da Igreja Templo Batista de Indianápolis em São Paulo – SP, e realiza em seu ministério missionário um trabalho voltado na evangelização de judeus. Quando questionado sobre o porquê doou sua vida em razão da causa missionária o pastor explica. “O chamado do Senhor ao meu coração se deu durante uma série de confe-rências missionárias em nossa igreja. De acordo com as pregações via a necessidade de obreiros para o campo missionário. Senti-me desafiado a me entre-gar ao Senhor da seara. Foi quando então eu tomei uma decisão pública de me preparar como Missio-nário”, conta o pastor. Alexandre se converteu aos 16 anos quando frequentava a 1ª Igreja Batista do Valo Velho em São Paulo. Antes de se tornar mis-sionário ele já despertava curiosidade sobre o povo judeu devido à leitura da palavra e sobre a história de Israel. O que lhe motivou mais a se envolver com o evangelho e os judeus. “O meu amor pelos judeus aumentava de acordo com a descoberta de que o judeu com sua cultura e costumes faziam parte da Revelação de Deus (a Bíblia). A minha paixão pelo povo das Escrituras tem desde então se materiali-zado em orações e engajamento missionário”. Ape-sar de todo o entusiasmo e vontade que um mis-sionário tem de trabalhar com um povo, nação ou região específica, isto não é sinal de que tudo será fácil. Cada lugar tem o seu estilo de vida, sua cul-tura, suas particularidades, e o missionário precisa estar ciente de todas estas coisas. No caso do mi-nistério do pastor Dutra, as dificuldades são um de-safio para a edificação do ministério “Talvez nosso maior desafio seja o de aproximação, conseguir criar relacionamento, vencer a resistência e assim poder testemunhar diretamente que Jesus é o Messias de Israel, filho de Davi ao coração de cada judeu.” expli-

Eis me Aqui, Envia-me!Vidas que se doam em um propósito sem valorização

por Lucas Santana

Revista Kerigma6 Missões

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ca Alexandre, que já esteve em Israel por duas vezes. Cada missionário tem necessidades específicas, re-lacionadas ou não com a ação de pregar ou construir vínculos com o ambiente em que se está por isso a participação das igrejas é crucial. O missionário nun-ca poderá dizer não precisa de ajuda, o seu sustento vem do auxílio da igreja em que se é membro, ou das igrejas aliadas ao ministério. É importante que o mesmo sempre esteja pedindo ajuda, pois nunca se sabe o que poderá acontecer. Alexandre que tam-bém afirma a importância da família no ministério e de como eles se veem em as missões. “Eles se sen-tem bem. Como parte do ministério. Estão envolvi-dos na obra, participando com seus dons e talentos.”. Com o avanço da informação, os debates e con-versas sobre missões, ganharam um novo ‘ponto de encontro’, a internet. Por meio de blogs, podcasts e vídeos, consequentemente o jovem cristão por es-tar inserido nessa plataforma começou a acompa-nhar mais o assunto e se interessar sobre. Para Ariel Pereira, 17, a internet é um auxílio para encontrar pessoas com pensamentos comuns e compartilhar experiências. “Curto muito entrar no site do ‘Missão Portas Abertas’ e ver notícias sobre a igreja perse-guida. Isso me levou a passar a orar por eles. Além disso, também leio sobre missionários importantes da história, como os irmãos John e Charles Wesley, Jonathan Edwards e os missionários moravianos. Depois de ler a biografia deles e de receber ânimo dos meus amigos, eu passei a cumprir meu chama-

do de missionário. Por enquanto minhas missões são nas ruas de Caraguatatuba e São Sebastiao”. Para que qualquer profissão ou função tenha continuidade, é importante que haja renovação, e o ministério missionário também precisa que isso se torne realidade. Em um período em que o evangelho e a igreja estão desvalorizados devi-do aos escândalos morais, a “procura” de jovens pelo ministério missionário é escassa. Para o pastor Alexandre Dutra o jovem tem lugar no campo missio-nário. “Qualquer pessoa que deseja ingressar no mi-nistério missionário tem que ter plena convicção de seu chamado para tal obra. O ministério missionário envolve basicamente duas coisas: primeiro, o desejo – a escolha; segundo, o chamado – a vocação. Se a pessoa possui essas duas características o desejo e o chamado o próximo passo é saber tudo que puder sobre a obra a que foi chamado, buscar um preparo para o mesmo e se consagrar a realizá-lo confor-me a vontade do Senhor”, fala o pastor aos jovens. O trabalho missionário não reluz no sistema midiá-tico convencional, não chama pessoas perfeitas, mas chama quem procura ser capacitado a levar a palavra de Deus. Seja dentro ou fora do país em que se vive, o jovem pode fazer com que sua juventude seja apro-veitada em seu máximo, assim como o profeta Isaias proferiu “Eis me aqui” para que fosse usado por Deus para pregar ao povo de Israel. Quem aperta o start para que as missões sejam feitas é o próprio jovem.

O PastorAlexandre Dutra e sua família: a esposa Jane e os filhos Gabriel e Nícolas.

Foto: Divulgação

Revista Kerigma 7Missões

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Professores da Fé

Ensinando e ajudando a construir uma igreja forte

Quando se fala em desenvolver uma nação, um dos primeiros pontos a ser debatido e comentado é a educação, que é cons-

tantemente colocada como alicerce de qualquer país. Não é de admirar-se que países desenvolvidos economicamente e culturalmente invistam em peso na área educacional. Suécia, Finlândia, Alemanha, Japão, Canadá e Austrália são alguns exemplos de nações onde educar é prioridade. Com tanta coisa sendo falada sobre este assunto levanta-se a ques-tão relativa à igreja. E como fica a escola bíblica? Existem cristãos que nem conhecem uma escola bí-blica, a popular EBD (Escola Bíblica Dominical), um momento em que toda base doutrinária e a exposi-ção da palavra de Deus como um todo é feita, seja pelo pastor ou por professores. Curioso como até a fonética da palavra soa forte e bonita... PRO-FE-S-SO-RES! A escola bíblica, geralmente dominical, é a universidade que todo cristão cursa, e como qual-quer universidade ela não funcionaria se não fosse pelos seus mestres. Para participar não é necessário acordas às 6h da manhã, não precisa de histórico escolar e muito menos dinheiro para pagar a matrí-cula. Na maioria das igrejas é feita uma separação por idades , crianças, adolescentes, jovens e adultos, todos estão ali para aprender sobre a bíblia e so-bre o que ela ensina. Na segunda carta do apóstolo Paulo a Timóteo capítulo 3: 16 – 17 diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, [...] para que o homem de Deus seja perfei-to, e perfeitamente instruído para toda boa obra”. Da mesma forma que Paulo instrui a Timóteo, dito na bíblia como seu filho na fé, a escola dominical se espelha. O retrato de uma escola acontece, pesso-as experientes ensinando, educando e transmitindo conhecimento sobre as escrituras, e nesse ponto en-

contra-se a figura do professor. No caso das mulhe-res, se forem mais vividas, ou as “populares” “irmãs do coque”, elas se tornam ‘tias’. Normalmente, ficam com as turmas mais infantis, ou até mesmo adoles-centes. Os homens também não estão isentos a isso, eles participam também como professores ou auxi-liares das ‘tias’. Mas o que os motiva a serem pro-fessores na igreja? Para Rodrigo César. 33, membro na Igreja Presbiteriana do Brasil em Jaboticabal – SP, a experiência de ter cursado um seminário facilitou o processo.” Amava estudar e principalmente dividir o que aprendia, foi fácil descobrir minha vocação” conta o professor de EBD. Já Tiago Paiva, 30, de Po-recatu- PR, foi diferente. “Entrei neste ministério por convite do pastor. Atualmente frequento a Assem-bleia de Deus, Ministério Madureira e sou professor da classe de jovens”. Quando se fala sobre assuntos voltados para a igreja, os cristãos têm o habito de “espiritualizar” as coisas, principalmente se envolver o termo ministério. É importante frisar que a pró-pria EBD é o local para que até mesmo situações como essa sejam tratadas e explicadas. Ministério segundo o dicionário significa serviço, ofício, função ou cargo, logo a função de um professor é de suma importância para o corpo da igreja, ela é tão vital quanto o cargo de um pastor, presbítero, tesourei-ro, secretário, músico, bispo, cozinheiro ou diácono. Para David Souza, 24, professor na PIB (Primeira Igre-ja Batista) de São João do Miriti – RJ, a EBD é algo fundamental, “Eu considero a EBD não só um meio de profusão de conhecimento prático para vida cris-tã, mas principalmente para conhecimento bíblico histórico e teológico”. Os professores são responsá-veis não somente pelo que ensinam, mas também pelo que vivem. Como o rapper Lito Atalaia canta na música ‘O Céu’, “se a vida não vive o que a boca fala

por Lucas Santana

Revista Kerigma 9Ministério

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a palavra é oca”, de igual modo os professores de escola dominical devem agir. Ele deve ser apto para instruir e viver o que diz, ao contrário do ditado po-pular, “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, ele deve viver o que ensina. No Brasil as discussões e divergências sobre qual deveria ser o caminho correto para a educação da população não param. Os problemas na área vão desde a infraestrutura até a valorização profissional das pessoas que estão inseridas no meio, dentro da igreja cristã brasileira a situação que deveria ser in-versa caminha para o mesmo lado. Os efeitos, tanto na igreja quanto na sociedade são parecidos. Patrí-cia Durães, 23, auxiliar pedagógica, e professora de EBD da IPB em Caraguatatuba- SP diz que “Uma po-pulação sem educação, é incapaz muitas vezes de saber diferenciar opiniões diferentes, se posicionar politicamente, fazer criticas construtivas, enfim, de se posicionar na sociedade de forma, clara e eficaz.”, da mesma forma. A falta de estudo bíblico pode im-plicar em consequências que são devastadoras para a vida do cristão. Rodrigo César explica que tudo que é essencial para a vida do cristão é transmitido durante os estudos da EBD, “a EBD apesar de estar perdendo este lugar é o principal braço da igreja na formação doutrinaria de seus membros, em especial das crianças, criando convicções profundas e dura-douras nas mesmas.” conta o professor. Para Patrícia a função de professor na EBD é algo muito maior do que os cristãos imaginam “O pro-fessor de EBD, tem a importante missão de mostrar para o individuo qual é a visão que a bíblia ensina sobre os diversos assuntos que nos rodeiam hoje. O professor de EBD tem a mesma importância que um professor pedagógico, ambos com funções diferen-

tes, porém importante para formação do individuo.”. Para Allan Wagmacker, 22, outros fatores fazem com que haja perda de foco para os cristãos em relação à EBD “A frieza que as pessoas adquiriram nos últimos tempos fez que elas se afastassem da escola bíblica. A igreja em geral, está dessa maneira, ninguém tem se preocupado em buscar a Deus, se você está fa-zendo a vontade de Deus você vai querer, busca-Lo e aprender mais sobre Ele e a sua palavra” explica Wagmacker. É notório para os cristãos que cada função ministe-rial tem valor no que diz respeito ao sistema eclesi-ástico, todos tiveram auxílio de um professor, desde os seminaristas que tornam pastores e missionários, aos cristãos que ocupam cargos ministeriais den-tro da igreja. Salomão em Provérbios 22:6 escreveu “Educa a criança no caminho que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” e isto fez com que as igrejas ficassem centradas no evangelho e fortificadas em doutrina. Se hoje as igrejas estão assim, boa parte disso são resultados das igrejas que valorizaram os seus professores Rodrigo César diz que “um frequentador de EBD geralmente conhe-ce bem sua fé e está sempre pronto a dar razão da mesma”, e isto é atribuído em parte aos professores. A EBD não é escola pública, nem privada. Ela é o ponto inicial da fé cristã, onde pouco a pouco o cristão é moldado para ser luz do mundo como bem disse Jesus em Mateus 5:14. Nessa escola Deus é o diretor, o Espirito Santo o coordenador, os profes-sores são as ferramentas de ensino, o aluno sempre terá uma lição nova para aprender. A graduação será na vida eterna que Ele promete em sua palavra. Ma-trículas abertas 24h, para maiores informações con-sulte uma igreja cristã verdadeira ou leia a bíblia.

Revista Kerigma10 Ministério

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Revista Kerigma12

Quem vê o Pastor Jackson Jacques, 32 com toda sua irreverência pode estranhar, ele foge aos padrões presentes em diversas igrejas. Focado no que real-mente interessa: o evangelho, ele parece não estar preocupado em se adequar aos “moldes pastorais”. Atualmente, além de pastorear a Igreja Vintage 180 em Porto Alegre, ele ainda possui um canal no you-tube que registra excelentes resultados. São mais de 8.700 inscritos e um total de quase 700.000 visuali-zações em 44 postagens, a vontade de gravar vídeos vieram da indignação: “Acho que nem todas as mi-nhas motivações foram tão bonitas como que queria que fosse, no começo era um misto de raiva, vonta-de de explodir meia dúzia de pessoas e de abençoar outros com minha violenta imposição de mãos!” ele explica. Um de seus últimos vídeos, dedicado aos cristãos que votaram no PT, foi visto por 58.850 pes-soas até o momento. Esse reconhecimento é fruto de um árduo trabalho que começou há 16 anos. “Me converti com 15 anos em Abril de 1998. Fui em uma aula de discipulado, e, durante a oração de despe-

dida senti uma convicção de pecado, ao ponto, de já me ver como cristão instantaneamente! Em junho 98, eu fui batizado, e desde então tenho pela mise-ricórdia de Deus, andado nos seus caminhos.” conta Jackson Jacques. Aceitar a Cristo acarretou em um dilema sobre como explicar a nova fé para os fami-liares e amigos. “Venho de um lar onde ninguém era cristão e sofri bastante com isso. Tive muitos pro-blemas dentro de casa em decorrência da minha fé. Quase tive que sair de casa e estava disposto a fazer isso.” Mesmo com a não aceitação de seus parentes ele permaneceu nos caminhos de Deus e depois de anos ganhou sua mãe para Cristo, que hoje congre-ga na igreja que o filho pastoreia.Suas primeiras participações em ministérios da igre-ja foram tocando uma ‘guitarra nervosa nos cultos’ como ele mesmo descreve! Com 16 anos pregou o primeiro sermão e desde então não parou mais. Em um de seus vídeos ele relata que no inicio da V180 além de pregar, ele e sua esposa, Talita, faziam o louvor, mas que hoje em dia ele consegue ape-

Nos pulpitos e nos Monitores

Pastor em Porto Alegre e um sucesso no Youtube, Jackson Jacques conta mais sobre sua trajetória

por Aline Ehrlich e Lucas Santana

(1) Culto reali-zado em praça de Porto AlegreFoto: Acervo Pessoal

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Especial

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Revista Kerigma 13

nas pregar nos cultos dominicais. Nesse vídeo ele também explica a origem do nome Vintage 180, desde a ideia da implantação da igreja ele pen-sava no nome 180 graus, mas que poderia pas-sar a ideia de graus de temperatura, nessa época ele estava lendo o livro Igreja Vintage e tornou-se Vintage 180 que retrata a conversão como uma reviravolta de 180 graus. A V180 é uma igreja que não teve a ajuda de mantenedores, organizações ou de igrejas maiores em sua fundação, mesmo assim, hoje em dia, já se mantém financeiramente Ele conta que já teve diversos tipos de trabalho, como vigilante, negociador de banco, entre ou-tras coisas. Hoje, trabalha vendendo perfumes e produtos de saúde. “Nossa Igreja é pequena ain-da, então eu não sou assalariado pela Igreja” ex-plica. Mesmo com as dificuldades de uma igreja recente ele afirma que “a plantação da Igreja foi algo ao natural! Como a Igreja é algo vivo, ela, ao natural, se desenvolve. Eu não fui atrás, não pro-curei plantar uma Igreja. Eu pensava em plantar uma Igreja, mas isso seria um plano para alguns anos à frente. Quando vi, eu estava já com alguns irmãos.” Durante as reuniões o Pastor indicava al-gumas Igrejas já estabelecidas, mas eles não se adaptaram. “Como já fazíamos uma reunião toda segunda-feira, onde eu pregava de forma exposi-tiva, resolvemos plantar uma Igreja Missional em Porto Alegre. Esse povo representa hoje, depois de Jesus e da minha esposa, a minha vida! Amo demais cada um, oro e vivo para eles” conta Jack-son Jacques. Mesmo com pouco tempo de plan-tação a igreja já coleciona algumas histórias bi-zarras, principalmente nas primeiras reuniões. “A

(2) Pastor Jackson em pregação ao ar livre. (3) Paul Washer autor da “Pregação Chocante”(4) Culto na V180Fotos: Acervo Pessoal e Divulgação

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Especial

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(5) O Blog Moner-gismo (6) Com a esposa, Talita (7) Com os mem-bros da Vinta-ge180 Fotos: Acervo Pessoal, Divulgação e Adonias Santos

galera vinha cheia de dúvida e começavam a per-guntar, muitas das nossas primeiras reuniões, termi-navam com discussões acirradas! Eu não tinha muito talento para parar elas. Me lembro de uma adven-tista (não praticante) querendo impor a guarda do sábado para os outros e de um fã do Kenneth Hagin querendo pregar nas reuniões. E isso tudo no mes-mo dia! Foi um tempo muito bom!” relata. Um de seus vídeos mais famosos chama-se Confissões de um Neopentecostal, em que satiriza diversas coisas que ele mesmo já fez, Jackson afirma que é fruto des-se meio que deve muito a ele: “Sou muito grato aos irmãos simples que me ensinaram a orar, ler as escri-turas. Às irmãs de coque que sempre me toleraram e nos finais dos cultos diziam que estavam orando por mim” conta. Ele encerra a entrevista com algumas dicas e curiosidades: Já enfrentou problemas por bater de frente com algumas questões? “Já fui ame-açado de morte umas 3 vezes. Depois disso, tudo é fichinha”. Pregração que mais causou imapcto em sua vida? “Pregação Chocante - Paul Washer”. Blogs que acessa? “Acompanho o Voltemos ao Evangelho e o Monergismo basicamente.” Se voltasse no tem-po, mudaria algo? “Sem dúvida. Eu teria aproveitado melhor o meu tempo. Fui um péssimo mordomo”. E também deixou um recado para aqueles que de-sejam exercer alguma função na igreja local: “Cara, termino parafraseando a frase de um puritano: ‘Se você consegue ficar longe do ministério, fique! Mas se você não consegue, então meu caro, procure uma mulher que apoia você, e se mate literalmente em favor de um povo!’”

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Especial

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Sentimento ou Escolha?

Conhecer a pessoa certa, se apaixonar, orar, namorar, noivar, casar, ter lindos filhos e viver feliz para sempre. É assim que um relacionamento cristão dever ser, certo?

Não. Mesmo no mundo cristão nenhum relacio-namento é fácil. É ilusão acreditar que mesmo a pessoa certa vai se ajustar perfeitamente a sua rotina. Muitos relacionamentos precisam de tem-po e esforço para se manter, pois somente gostar a cara metade não é suficiente. O amor visto em contos de fada é ilusório e irreal, amar alguém não é necessariamente um sentimento, amar é uma escolha, você escolhe amar todos os dias e para nutrir essa decisão é preciso alimentá-la diariamente seja com orações, com gestos ou com palavras.

Cibele Quaresma, 23 namora Cleiton Guimarães, 19 a 10 meses, o relacionamento começou depois de um período de 6 meses de oração. Eles se conhece-ram na Igreja Batista Nova Vida, onde congregam, mas a amizade surgiu quando trabalharam juntos. Cibele conta que “embora a gente tivesse uma ami-zade bem forte, decidimos orar durante 6 meses porque eu não queria namorar com ele, orava para Deus fazer sua vontade, acredito que se fosse um curto período eu ia começar a namorar pelos moti-vos errados, Deus usou esse período para mostrar o que Ele realmente queria”. Mesmo tendo convicção, Cleiton afirma que “Do meu ponto de vista esse tem-po foi excelente, para que Deus trabalhasse comigo e com ela também, até mesmo porque ela não tinha esse sentimento por mim, Deus foi trabalhando em nossos corações e mostrando qual era Sua vontade para nossas vidas”.No período de oração os dois tiveram conselhos, “no começo eu tive vergonha, mas conversei com a esposa do pastor, foi bom poder contar com al-guém, depois eu contei para uma amiga minha que ajudou a orar” conta Cibele.Atualmente, eles já fazem planos para o futuro “co-meçamos a nos relacionar pensando em um casa-mento, estamos adequando nossos gastos e temos uma conta e vamos juntando e guardando” relata Cleiton. Desde o começo a relação serviu como um amadurecimento para o casal, muitas vezes é me-lhor aguardar do que se precipitar e gerar um arre-pendimento no futuro. Colocar um período pré-de-finido ajuda a gerar uma verdadeira reflexão sobre desejos, vontades e sobre aquilo que Deus almeja para o futuro de cada um.

Tempo Precioso

Cibele e Cleiton

Começar e manter um relacionamento não é tão simples quanto parece, é preciso focar em um objetivo e ouvir a vontade de Deus

por Aline Ehrlich

Revista Kerigma16 Relacionamento

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Mesmo quando as duas partes já pensam em namo-rar desde o inicio, nem sempre manter o relaciona-mento é tão simples. Sandra Esher, 29 e Bruno Frei-tas Teixeira, 31 se conheceram em uma temporada do acampamento Ebenézer, em Campos do Jordão em julho 2009, ela trabalhava como monitora vo-luntária e ele como coordenador da temporada das crianças, os dois eram da mesma igreja, mas não se conheciam. Começaram a se falar durante o acam-pamento e a namorar em janeiro de 2010. O Bruno já estava formado pelo seminário Palavra da Vida em Atibaia e trabalhava como pastor de crianças na Igreja Batista do Morumbi. Uma das complicações do namoro era que Bruno era pastor e conhecia muitas pessoas que acabavam interferindo na relação, ela diz “Tive muitas dúvidas enquanto namorávamos e cheguei a terminar o re-lacionamento uma vez, por medo e insegurança de ter que arcar com um “cargo” ao me casar com ele. A pressão para nos casarmos foi sentida logo no pri-meiro dia do namoro”. A responsabilidade do tão famoso cargo de esposa de pastor se transformou em pressão para participar de tudo e todos os ministérios e estar sempre envol-vida em tudo que o Bruno fizesse. “Como me con-verti com 16 anos e minha família não é cristã, nunca me imaginei casando com um pastor, porém existe uma ilusão de que toda esposa de pastor carrega um grande fardo e um mesmo padrão. A verdade é que todas devem estar envolvidas com a igreja, assim como todo cristão que confessa a Cristo. Meu ma-rido é muito sábio em sempre permitir que eu siga o meu chamado sem que eu necessariamente tenha que estar envolvida no mesmo ministério que ele. Sim, somos uma só carne, mas cada um com seus dons e talentos, prontos para servir e amar como indivíduos. Nunca deixe que imponham sobre você aquilo que Deus não te chamou pra fazer.” Ela com-pleta dizendo que “Aos poucos me libertei desses medos e inseguranças e aprendi a lidar melhor com o fato de Bruno conhecer muita gente e de ocasio-nalmente sofrer algumas interferências”.

Entender que Deus tem planos conjuntos e individu-ais é um dos pontos chave para que casais auxiliem suas igrejas sem que se sintam sobrecarregados e desmotivados. Cada qual possui personalidades, dons e talentos diferentes que são e devem ser uti-lizados para propósitos diferentes, a fim de edificar as igrejas e glorificar a Deus.Sandra explica que: “A escolha dele, a partir do mo-mento em que nos casamos, não é só dele, é nos-sa. Sei que Deus tem um chamado para ele, mas também tem um chamado para mim e nos usa em conjunto. Apesar de eu ter minha profissão e não ter largado dela quando nos casamos, a vida de mi-nistério do Bruno influencia nossa vida como casal. Onde ele for trabalhar, é lá que nós congregaremos juntos. É lá que me encaixarei no ministério do meu chamado. É lá que servirei a Deus com meus dons e talentos”.

Casamento com responsabilidades

Revista Kerigma 17

Sandra e Bruno

Relacionamento

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Mais uma vez NatalMais que uma data, mais profundo do que se imagina

F im de ano chegando, férias para muitos, tempo de rever familiares. Pode-se dizer que para o cristão tudo isso é válido, en-tretanto, acrescenta-se algo a mais, o Na-

tal. Juntamente com a páscoa, é uma das datas mais comemoradas por cristãos em todo mundo. No na-tal comemora-se o nascimento daquele que foi pro-metido e profetizado em todo velho testamento, o filho de Deus, o Messias, o Salvador, o Libertador, o Cordeiro Santo, o Príncipe da Paz, Jesus Cristo. Es-tas são apenas algumas das nomenclaturas que se referem a Jesus. Celebrado no dia 25 de dezembro, o natal é um período que aglutina diferentes pensa-mentos e ações. Alguns procuram olhar a sociedade com um pouco mais de compaixão, normalmente, ajudando em obras de caridade. Para outros é sim-plesmente um dia para dar e receber presentes. O fato é que não é um dia qualquer. Não é somente uma época apenas sobre bondade e fé, mas, tam-bém, sobre outra área: o comércio. Os lojistas se ani-mam e se preparam para as vendas e o lucro. Nos shoppings os papais noeis, estão lá para dar colo às crianças e até para alguns marmanjos. As lojas são

enfeitadas, todo e qualquer espaço comercial tor-na-se uma casa temática. O natal é o combustível para a propulsão da economia no último bimestre do ano. Segundo o site Terra.com, estima-se que em 2013 foram movimentados cerca R$ 32 bilhões de reais por causa do feriado. Não há como negar, o natal é extremamente capitalista, contudo em meio a tantos valores, como o jovem cristão e principal-mente a igreja cristã se relaciona com essa data em meio à mistura de fé com o comércio? Na época natalina o que mais se vê dentro das igrejas são os preparativos para o grande dia. São corais, teatros, musicais e tantas outras formas de expressão sobre o nascimento de Jesus. São vistas e contempladas por muitas pessoas, inclusive não cristãs. Segundo a professora de literatura Kaylla Barros, 28, as apre-sentações de natal são válidas, “Acho muito impor-tante que haja apresentações até mesmo como es-tratégia para atrair pessoas descrentes que podem ver esse testemunho, por meio da arte, a história do nascimento de Cristo.” explica. Para Arine Silva, 17, o natal é uma data que foi deturpada pelo comércio “É certo que nessa época surgem muitas oportunida-

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des de emprego, mas não é para isso que existe essa comemoração” conta. Segundo Arine, a comemora-ção tem um propósito diferente, “Talvez seja um dia para repensar e começar a agir como agiria aquele que é o motivo dessa comemoração”. O sentimento de Arine não é uma voz ecoando em uma casa va-zia. Muitos cristãos tem tido um olhar crítico sobre tudo que envolve o natal. São bem claras as diferen-ças das comemorações de 2014 para o de 1960. Se, antigamente os pratos eram preparados com muita antecedência, hoje em dia, dependendo do prato, tudo se prepara em questão de minutos. Se com a ceia a diferença é grande, as ações do ser humano não ficam para trás. A banalização da vida e o mate-rialismo são evidentes, fazendo com que o verdadei-ro sentimento natalino torna-se uma rasa porcenta-gem em meio a tudo que se vê nesta época. Outro ponto em que muito se fala durante a estação, são os mitos do natal. Isso deixa muito crente de cabe-lo em pé. Curioso sobre isso? O primeiro passo é lembrar o que a bíblia diz em 2º Timóteo 3:16 que “toda escritura é divinamente inspirada por Deus” logo, não há erro ou contradição sobre a palavra bí-blica. Um dos pontos pesquisados pela Kerigma foi sobre o 25 de dezembro, data apresentada como o nascimento de Jesus, além de outros possíveis misti-cismos acrescentados ao natal. Em entrevista Rodri-go Alexander, 34, pastor da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil), e teólogo formado pela Mackenzie fala exatamente sobre isso e sobre outros mitos sobre o natal além da situação da igreja atual em meio à banalização do natal. Kerigma: Qual o maior mito que é pregado sobre o natal nas igrejas?Pr. Rodrigo: Não consigo enumerar, temos a data (25 de dezembro, que notadamente está errada) até quanto ao ano (segundo teólogos parece que Jesus nasceu quatro anos antes). Jesus provavel-mente nasceu em abril, devido o inverno na Judeia que acontece em dezembro. Ninguém seria doido de colocar ovelhas ou sair no deserto nessa época, como dizem que os pastores fizeram ao sair para o deserto atrás da estrela. Temos também a questão da visita dos magos, geralmente retratada como no

mesmo dia, mas notadamente nas Escrituras perce-bemos que não foi. O livro de Mateus, 2.11 mostra que entraram os “magos” encontraram Jesus numa “casa” e não na “manjedoura”. Alguns ainda teimam em dizer que eram “Reis”, mas não há indícios disso (Mateus 2 fala de “magos”). Nem diz ainda que fo-ram três (entendem-se três por conta dos três pre-sentes, mas não há anda que diga “cada um trouxe um”). Os presentes foram: Mirra (resina extraída da árvore de mesmo nome), em sinal de sua humani-dade. Incenso, para representar a divindade do Me-nino Jesus. E ouro, em homenagem à sua realeza. Convencionou-se chama-los de “reis” por conta do alto preço dos presentes.Kerigma: Há muitos vídeos e artigos falando sobre o paganismo ter influenciado o Natal. Se isso é ve-rídico, como influenciou a simbologia comercial e religiosa que temos hoje?Pr.Rodrigo: Alguns afirmam que a data de 25 de dezembro refere-se o “Sol Vencedor” adotado por Constantino. Vemos as simbologias de árvores, lu-zes, presentes e Papai Noel. Percebe-se que a mui-to de misticismo e mistura com a tradição religiosa. Esse sincretismo, (mistura de credos), afeta e mui-to a própria mensagem do evangelho, por tratar a data, que seria memorável ao povo de Deus, como mais uma data comercial. Porém é necessário per-ceber que o paganismo não influencia “somente” o Natal. Em dias de “politicamente correto” definir ou defender qualquer tradição religiosa soa como into-lerância e por isso muitos entram nisso pelo simples medo de ser apontado como fundamentalista. Nes-sa linha, algumas igrejas têm usado figuras de “Papai Noel”, árvores de natal para simplesmente “chamar a atenção”, o que por vezes tem causado o efeito contrário: Ao invés de chamar os “de fora” para a igreja, temos tirado a atenção do verdadeiro senti-do do Natal de dentro das igrejas. Por vezes só nos lembramos do “aniversariante” por conta de um ou dois hinos que mencionam Seu Nome. Infelizmente já se tem notícias de pregações sobre Papai Noel! Aliás, se faz notório que a figura do “Papai Noel” é muitas vezes confundida com o “Papai do Céu” (confundido nas orações das crianças).

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Kerigma: Qual a maior dificuldade que a igreja cris-tã contemporânea tem enfrentado para falar e de-bater sobre o natal com a comunidade que já está saturada de informações genéricas sobre o natal?Pr: Rodrigo: Explicar quem é Cristo de verdade e o que Ele veio fazer. Muitas igrejas evangélicas tem “pintado” um Cristo que veio para ser mártir da paz, um grande líder, um grande humanista, curandeiro... Jesus veio para fazer algo que ninguém poderia fa-zer. Mártires, líderes, humanistas, curandeiros existi-ram muitos, porém Cristo veio como Deus-Homem (inteiramente Deus e inteiramente Homem, não um “deus de segunda classe”, mas igual em essência – Jo 10.30) para salvar o seu povo não de problemas financeiros, não de problemas “existenciais”, de ca-rências quaisquer que fossem, mas dos pecados! (Mt 1.21). A Comunidade até conhece o Jesus do “senso comum”, o “Deus amor”, mas esquecem de perceber o que Ele veio fazer e as consequências do que Ele fez. Leem João 3.16, mas esquecem dos versículos adiante (Jo 3.17-21).Kerigma: Comemorar o Natal pode ser considerado uma ordenança para o cristão, assim como a ceia e o batismo?Pr:Rodrigo: De jeito nenhum! Na verdade, a data que deveria ser até mais memorável (não é também para ser celebrada, visto ser apontamento para Cris-to) deveria ser a Páscoa! Perceba que em toda mi-tologia aparecem “deuses” que visitam os homens, mas Jesus é o único que “morre pela hu-manidade”. Portanto, é claro que deve ser memorável a data em que “Deus, por amor, se tornou homem”, mas isso está longe de ser um sacramento (or-dem dada por Cristo) como a Ceia e o Batismo.Kerigma: Qual a importância das igre-jas celebrarem e falarem sobre o natal?Pr:Rodrigo: Apesar do que afirmei an-teriormente creio ser importante sim relembrar o Natal. Relembramos que homens quiseram ser reis, reis quiseram ser deuses, mas somente Deus quis ser homem” (creio que essa frase é de Au-gusto Cury). Billy Grahan também disse enfaticamente que “o dia mais impor-tante da humanidade não foi quando o homem pisou na lua mas quando Deus pisou na terra”. Vejo importância pois no meio desse sincretismo, parece que há uma facilidade na menção do nome de Jesus (ainda que no senso comum). Vale a pena usar o “gancho” da data

para poder confraternizar, para cantatas e tantas outras oportunidades para falar do Evangelho. Só devemos atentar para não cair nos erros apontados anteriormente.Quando pontos históricos referentes à sociedade em geral e aos seus credos específicos são expostos, o mar de informações invade a visão de quem observa atentamente os fatos. O natal não é uma data unilateral, visto de um aspecto humano e comum. A pluralidade e o relativismo são constan-tes no que se refere ao que pode ou não pode ser feito, ou ao sentimento individual de cada pessoa, de cada cristão. Como o próprio apóstolo Paulo diz “nada é impuro de si mesmo”. Não é sensato jogar no lixo algo que está sujo, mas que pode ser lim-po. O natal bate a porta, e com ele os tradicionais sincretismos, materialismo e o bom velhinho acom-panhado de suas renas com um saco cheio de pre-sentes. Para o cristão, como foi dito anteriormente, o cuidado deve ser redobrado para que não haja ações sem conhecimento da causa e dos efeitos. A maneira de acabar com as dúvidas é consultando o velho manual de conduta de todo cristão, a bíblia. Lembrar-se do nascimento de Jesus não é saudo-sismo, mas sim esperança. Esperança que foi dada a ordem para que fosse compartilhada. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o princi-pado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

O Pastor Rodrigo com sua esposa Erika. Foto: Acervo Pessoal

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Curiosidade sobre o assunto, pesquisa sobre, es-tudos, se possível uma faculdade e por fim o destino almejado, ter uma profissão. Necessa-

riamente um profissional não precisa passar por este trâmite para exercer um ofício, mas é preciso estar disposto a aprender o conteúdo deste trajeto. Todo ano milhões de jovens prestam vestibulares para universidades e escolas técnicas e profissionalizan-tes. Para se chegar a esse ponto de convicção sobre o que escolher muitos passam pela dúvida de qual será a melhor escolha. Milhares de pessoas prestam provas para cursos de medicina, engenharia, jorna-lismo, pedagogia, direito, administração, em cada uma destas áreas os cristãos nelas inseridos tem a oportunidade de fazer o que Jesus ensinou: ser luz do mundo. Assim, surgem possibilidades de de-monstrar serviço, atenção, zelo e humildade. Como Paulo escreveu aos Colossenses “e tudo quanto fi-zerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens”, assim todo profissional cristão deve mirar o seu trabalho. Entretanto ainda há al-guns paradigmas a serem quebrados. Um deles é a aceitação por parte de muitos cristãos para com os irmãos na fé que trabalham na área artística. A arte dentro da igreja desde os primórdios tem en-frentado resistência, seja por pré-conceitos errôneos ou pela simples falta de conhecimento no assunto. O fato é que cristãos que trabalham com arte (na maioria das vezes) acabam tendo algum atrito sobre o tema. Quando se fala sobre a concepção do que é arte, há muito pra dialogar. Não há como definir em pou-cas palavras o que é arte. Existem muitas condicio-nais para que haja um denominador comum sobre isso. Entre elas estão cultura e filosofia, que agem como combustíveis para a forma de expressão, que se dão de diferentes formas. As mais comuns são: música, teatro e pintura. Dessas quatro derivam-se as demais artes como cinema, artes plásticas, dan-ças, artesanatos e tantas outras formas de comuni-

cação por meio da expressão, seja verbal ou não. Segundo o holandês Hans Rookmaaker, professor de história da arte, filosofia e religião, a “A Arte não precisa de justificativa”. Este é o título de um dos livros que o professor, cristão, escreveu no final da década de 70, o que prova que o assunto já anda em debate há muito tempo. Rookmaaker diz que “A vida e a arte são complexas demais para aplicar regras le-galistas”. Então como o artista cristão deve portar-se em meio a isso? O artista cristão pode trabalhar fora do dito “gospel”? Arilson Cardoso, 32, guitarrista da banda de J-Rock Gaijin Sentai e professor de guitarra da escola de música E-Brasil em Caraguatatuba, tem pensamen-tos e exemplos próprios a dar. Quando perguntado se já teve algum problema por tocar fora do meio “gospel” Arilson é bem claro. “Não tive grandes pro-blemas, óbvio que sempre vai ter gente que é a fa-vor e gente que é contra. O que vai diferenciar são as atitudes de cada um” conta o guitarrista. Para Arilson o processo para a entrada na banda foi algo que foi muito pensado. “Quando recebi o convite da Gaijin a primeira coisa que fiz foi conversar com minha mulher e com o meu pastor pra ele ver o que seria viável ou não. Meu pastor me apoiou. Fiquei um tempo sem tocar na igreja, para que a igreja pu-desse ver as minhas atitudes. Foi uma experiência para mim e para a igreja como corpo” relata Arilson Cardoso, elogiado pelo guitarrista Chris Broderick da banda Megadeth (uma das bandas mais impor-tantes para a história do cenário do death metal no mundo) pelo trabalho desenvolvido junto a Gaijin Sentai no álbum lançado em 2013, intitulado OST. Dentre todas as profissões artísticas a música é uma das que mais conta com artistas cristãos traba-lhando. Tendo por analogia uma escola, o professor, cristão ou não, não escolhe para qual tipo de aluno ele vai dar aula, ele vai e da a aula. Na escola, ou em qualquer outro local de trabalho, encontram-se pes-soas de diferentes religiões, mas a meta de cada um

O cristao, a arte e o tabu

Lutando por diálogo para trabalharem sem problemas com a igreja ou com irmãos em acordo com as escrituras

por Lucas Santana

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deve ser a mesma, fazer o próprio trabalho, inde-pendentemente de quem trabalhe junto, de suas formas de agir ou de pensar. Um grande exem-plo disso é a forma de trabalho dos profissionais da música em meio a gravações. Recentemente Déio Tambasco, produtor musical, e ex guitarris-ta das bandas de música cristã, Oficina G3, Kats-barnea e Renascer Praise gravou as guitarras do cd “As melhores, até aqui” do cantor sertanejo Luan Santana. E também músicos do consagrado grupo Roupa Nova (Ricardo Feghali e Cleberson Horsth) produziram o cd “Extraordinário Amor” lançado em 2010, pela renomada cantora Aline Barros. Assim como em qualquer profissão, o profis-sional deve buscar aprimorar o que sabe e apren-der o novo para a optimização do seu serviço. E a igreja não está alheia a isso. Quando a bíblia diz que todo aquele que busca a Deus é um ser-vo, então deve haver comprometimento com o trabalho que está sendo feito. Esse comprometi-mento deve ser mútuo com relação ao ministério específico de cada um e com o aprendizado das escrituras. Exercer a profissão com responsabili-dade, e ética. No que diz respeito à arte, não so-mente o músico, mas todo profissional que tra-balha com arte. Um argumento muito utilizado por cristãos que não aprovam a “ida” de artistas para trabalharem

fora do âmbito de igreja é de que, a música é um “dom espiritual”, e que o “dom” é para ser utilizado somente na igreja. Primeiro é preci-so que haja compreensão do que é dom es-piritual. A bíblia fala diversas vezes sobre dons em di-ferentes textos, Romanos 12: 3-8, Efésios 4: 11 e 12, 1ª Pedro 4: 9-11 e outros textos. Em sua etimologia, dom significa graça. Um presente, uma manifestação do Espirito Santo distribu-ídos segundo a vontade de Deus. Todos os dons são dados para auxiliar a igreja a cumprir seus propósitos. São vários dons descritos nas escrituras. Evangelista, ensino (mestre), exor-tação, sabedoria, serviço, liberalidade, e a lis-ta continua. O curioso é que apesar da bíblia colocar como uma das necessidades do culto na igreja, os cânticos (onde os músicos traba-lham), a bíblia não coloca a música como dom espiritual em nenhum momento. A palavra é clara em dizer que “todo dom perfeito vem do alto” (Tiago 1:17), logo para serem cristãos é preciso ter o Espírito Santo, logo, somente cristãos tem dons espirituais. Se a música só fosse possível de ser feita por cristãos então não existiram as chamadas músicas seculares, e músicos que não são cristãos não existiriam. É certo que o cristão que trabalha com arte deve fazê-las para honra e glória de Deus.

Foto: Igreja Evangélica Cristo é Poder

Foto: Christophe Soulas

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Mas o que é de fato fazer para a glória de Deus? Um versículo muito utilizado são os clássicos “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas con-vêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” em 1 Coríntios 10:23, e também “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” em 1 Coríntios 10:31. São versículos que falam sobre o assunto, mas que nem sempre são interpretados em seu máximo. Enxerga-se muito legalismo por parte de muitos cristãos quando se fala sobre o assunto. É esquecido muitas vezes o fato de que “façais qual-quer coisa” inclui trabalho. Já imaginou se médico cristão, só operasse cristão? Ou se um crente acusa-do injustamente só pudesse ser defendido por um advogado cristão? O que se teria era um distúrbio social, o que Deus repreende em sua palavra. Recen-temente em texto divulgado em sua própria página do facebook, o reverendo e teólogo, Augustus Ni-codemus, fez menção ao tema. “Uma coisa que mui-tos dos cristãos esquecem é que Deus também deu dons aos descrentes”, sobre a questão dos debates de se um cristão poderia ou escutar música que não fosse cristã. “Jesus morreu para tirar o pecado, e não a inteligência” frase que Nicodemus utiliza diversas vezes sobre assuntos polêmicos que necessitam de raciocínio por parte dos cristãos. Há pouco tempo o teólogo também postou em sua página uma peque-na reflexão baseada na música “Stop This Train” do cantor e guitarrista norte-americano, John Mayer, fazendo com que a repercussão do assunto se espa-lhasse pela internet. Esta discussão aparenta não ter um desfecho, pois também existem artistas cristãos que vão a extre-

mos, se colocando em situações mais tensas do que as comuns, fazendo com que o tabu alimentado por séculos seja fortalecido, levando a resolução a um horizonte distante para todos os lados. O que se deve ter em mente é que tudo o que se tem deve ser utilizado para Ele. Afinal, “Porque Dele, e por Ele são todas as coisas”. Quando Jesus diz que é dever do cristão amar o próximo, a definição de amar pode ser traduzida como, “com toda a intensidade” e isso se remete ao trabalho, trabalho de cada cristão e ao servir de cada um para com os outros, e o servir seja para todos, com todos e por todos.

Foto: Jesus UP

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Se LigaDois Dedos de TeologiaFalar sobre questões polêmicas no meio cristão parece uma tarefa fácil para Felipe Cruz e Yago Martins, com vídeos carregados de bom humor e de sotaque nordestino eles falam sobre diversos assuntos que vão desde relacionamentos e cirurgias plásticas até temas mais complexos como política e depressão, com o objetivo de incentivar dois dedos de prosa teológica.

Desde maio de 2014 no ar, o canal do Youtube já conta com 5.907 ins-critos e mais de 160 mil visualizações. Vídeos novos todas as segundas as 10 horas.

Dirigido por Harold Cronk, o filme fala sobre o jovem Josh Wheaton que precisa provar para seu professor em alguns encontros que Deus não está Morto. Um drama que mostra a per-severança do aluno na fé, que tenta expor suas crenças de diversas maneiras.

Deus Não Está Morto

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Voltemos ao EvangelhoFundado por Vinícius Musselman em 2008, o blog, com ajuda de diversos colaborado-res tem trazido diversas traduções de artigos de texto e áudios de vários lugares do mundo. Faz parte do Ministério Fiel desde 2014, mas continua disponibilizando mate-rial multimídia, textos e vídeos gratuitos.

ApóstolosAgustus Nicodemos LopesConsiderado um dos maiores nomes da teologia brasileria, o Reverendo Augustus Nicodemos Lopes lançou o livro Apóstolos.

A publicação já pode ser encontrada em diversas livrarias e fala sobre a ordenança ao apostolado nos dias de hoje.

Criador do Mundo Daniela AraujoSeguindo linha parecida do primeiro cd “Daniela Araujo”, o segundo álbum de Daniela intitulado “Criador do Mundo” lançado no início do ano é um prato cheio de bons arranjos instrumentais e vocais, o que lhe rendeu várias semana no topo do ITunes. Revista Kerigma 27Dicas

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