Revista Illustre

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Projeto Integrado para conclusão do 5º semestre, do curso de Desenho Industrial, na Universidade Presbiteriana Mackenzie

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SUMARIOEDITORIAL

ALEXANDRE ORION:

PERfil editorial:

Fantasia e realidade em São Paulo

Conheça como foi feito cada detalhe da nossa primeira edição

JAMES JIRAT:Colorido violento

A revista Illustre surgiu da necessidade de conhecer mais a fundo outras maneiras de aplicação das ilustrações. A cada

edição, ela se propõe a trazer os mais variados artistas, que procuram outros suportes para ilustrar, e como eles desenvolvem técnicas novas para se adequar as necessidades. A revista procura mostrar ao usuário a importância da ilustração em todos os meios atuais. Como ela pode ser aplicada, e como pode se destacar em tantos meios. Técnicas novas que surgem ao longo do tempo, facilitam o trabalho de todos artistas, que começam a conhecer novas plataformas, que permitem que a arte seja manipulada de acordo com a necessidade. E essa relação com o usuário, de tentar aproximá-lo com a arte, é um dos focos da revista. Normalmente as pessoas recebem as informações prontas, e não tem tempo para apreciarem algo, ou para se informarem a respeito de como foi feito. É tentado estreitar essa relação, mostrando a todos o processo criativo que a a ilustração participou, fazendo os entender toda a esquematização, para se criar algo.

Expediente

Marcos Balbino, Vitor Gurgel e Wesley Carvalhoeditores/idealizadores

Illustre Designart & Design

DESIGNMarcos Balbino, Vitor Gurgel eWesley Carvalho

REDATORESMarcos Balbino, Vitor Gurgel eWesley Carvalho

CONSELHO DE EDIÇÃOMarcos Balbino, Vitor Gurgel eWesley Carvalho

COLABORADORESAlexandre Orion,James Jirat,Marcos Balbino, Vitor Gurgel e Wesley Carvalho

TWITTER: www.twitter.com/revistaillustreFACEBOOK: www.facebook.com/revistaillustre

DISTRIBUIÇÃORosario S/A

ASSINATURASwww.revistaillustre.com.br

ENDEREÇORua da Consolação,930Consolação - 01302-090São Paulo – SP - Brasil

Os artigos representados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial dos textos, fotos e ilustrações por qualquer meio sem prévia autorização dos artistas ou dos editores da revista.

Envie seu material para [email protected]

Illustre é Marca Registrada. Todos os direitos reservados

A missão da Illustre é essa, de levar à todos o conhecimento sobre essa relação com a ilustração, mostrando tudo que é envolvido, materiais utilizados, sketches, tudo, realmente tudo que possa fazer parte desse processo. Ao longo da criação da revista, foi desenvolvida uma linguagem direta e objetiva, tornando sua leitura prazerosa. Nessa edição, é mostrado todo o processo envolvido para o surgimento da Illustre. Mostraremos também, grandes artistas que se diferenciam de maioria. Um deles é James Jirat, um australiano que provoca todos com suas artes agressivas, contrastadas com tons de rosa, para questionar a masculinidade excessiva muitas vezes encontrada em alguns homens. O outro grande artista, é Alexandre Orion. Um paulistano que tenta questionar todos os valores impostos pela sociedade atual, e que vem cada vez mais mexendo com a cabeça das autoridades. Orion vai nos contar sobre seu grande projeto que abalou a prefeitura de São Paulo, e nos fez refletir imensamente se estamos seguindo o caminho correto.Capa

James Jirat

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illustre

SER Da concepção ao projeto final,

conheça todo o processo de criação que deu origem a primeira edição da revista.

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AvantGarde

AbcdefGh i Jklmnopqrstuvwxyza b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

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As tipografias utilizadas no projeto foram selecionadas de acordo com as necessidades do mesmo. Como o foco do periódico são as ilustrações, procuramos tipografias de alta legibilidade e de caráter neutro, para que facilitem a compreensão dos artigos e valorizem as imagens.

Títulos

Olho do texto

Corpo do texto

Subtítulos e legendas

A Revista Illustre tem como objetivo trazer um conteúdo que interesse não apenas aos usuários envolvidos diretamente

com o design, mas também àqueles que buscam conhecimento na área, seja por necessidade ou apenas por gosto pela ilustração.A ilustração sempre foi muito valorizada e utilizada como forma de comunicação de diversas formas.

O nome da revista surge da ambiguidade da palavra “ilustre”. Como o adjetivo que remete à algo célebre, notável, famoso, nobre ou distinto; ou como o imperativo verbo ilustrar. Portanto a letra “L” é usada duas vezes no título utilizamos para dar ênfase à essa duplicidade de significados.No estudo do logotipo procuramos transmitir as diversas formas de aplicação que uma ilustração pode ter. Assim chegamos a concepção de uma tipografia modular que remete justamente ao fato de um módulo servir para formar cada caractere utilizado na marca, nesse caso, o triângulo.

Conforme os meios de aplicação foram se expandindo, houve a necessidade de adaptação de acordo com o assunto tratado, gerando assim um conceito mais aprofundado, já que não era mais apenas para ser observada e sim servia como uma identidade ou algo que descreveria o contexto que foi aplicada.O diferencial da revista é mostrar a ilustração de forma mais completa, e não expor somente o seu resultado

final. O intuito é valorizar a ilustração e mostrar como ela é solicitada e aplicada em diferentes meios, o processo criativo, e o desenvolvimento dela para que o artista/designer atenda as necessidades de cada suporte, ressaltando sua importância na nossa sociedade.

a marca

a REVISTA TIPOGRAFIA

illus tre

b e b a s n e u e

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D e k a r

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Scala Sans

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capa e formato mídia digital

especificações técnicas

As capas da Illustre sempre trarão uma ilustração referente a uma das matérias publicadas na respectiva edição.O posicionamento da marca segue um padrão, sempre aparecendo no canto superior esquerdo.O triângulo colorido no que aparece sempre no final da marca tem a cor adequada de acordo com a ilustração à qual está sendo aplicada.

A revista no formato digital segue o mesmo padrão e diagramação, porém com um conteúdo interativo e links com materiais ligados ao assunto tratado.

Todo o conteúdo da revista impressa está presente na versão digital, desde o editorial até as matérias publicadas.

As páginas são interativas e possuem pop-ups que surgem

conforme a navegação do usuário.

Textos e imagens conversam muito bem, proporcionando uma leitura agradável e interessante.

Elementos de apoio aparecem e desaparecem com uma animação

nas páginas de abertura dos artigos.Existem links para materiais

associados à matéria ou assunto tratado.

O formato da revista foi pensado para comportar tanto as imagens horizontais- que podem ser dispostas em uma página dupla- quanto as verticais que só são usadas em uma única página. Portanto o formato retangular é o que melhor se adequa ao projeto. Com o intuito de mostrar as diferentes aplicações que as ilustrações possuem, foi utilizado um grid modular que permite uma flexibilidade na diagramação e inúmeros modos de dispor as imagens nas páginas.

Formato fechado: 220 x 267 mm

Formato aberto: 440 x 267 mm

Páginas editoriais: 26 págs

Impressão: Digital 4x4

Aproveitamento do papel: 8 páginas em 66x96

Papel: não revestido 90g - couché fosco

Capa: 440 x 267 mm. Papel couché fosco 250g

Acabamentos: Laminação fosca (Capa); encadernação hotmelt

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James JIRATEm sua opinião, macho que é macho não usa cor de rosa?É melhor ir parando por aí. Afinal, nas obras de James Jirat os estereótipos existem para serem subvertidos.

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grAFFiti

Sabe, eu nunca fui cool o suficiente para fazer graffiti. Eu não ando de skate, não faço snowboard, assisto ao canal fashion Tv ao invés do canal de

esportes radicais, não me chateio me metendo em confusão com a polícia... Em Sydney a prefeitura é muito rigorosa em relação ao graffiti, logo é muito complicado fazer qualquer coisa nesse sentido, porque eles querem manter a cidade totalmente limpa.quando tive a oportunidade de fazer um mural ou um live painting, adorei. Meu primeiro mural tinha cerca de 16 metros e quando cheguei ao evento me perguntaram onde estavam as minhas

mAChÕeS em Cor-De-roSAÉ totalmente intencional. quando estava criando esses screenprints e usando rosa choque, muitas pessoas (todos homens) me disseram que comprariam o meu trabalho se ele não fosse rosa; e isso só me fez perceber que eles não tinham entendido a obra. Meu trabalho se propõe a explorar as zonas obscuras da masculinidade, jogando com seus extremos; minha intenção é a de subverter a hipermasculinidade ao mostrar os aspectos performáticos do “macho” (dirigir carros em alta velocidade, brigar em público, tentar impressionar as mulheres, etc). É tudo parte de um show. Então exploro esses atos teatrais, como as fantasias e as poses.

latas de spray, porque tudo o que eu tinha eram pincéis e tinta. Acabei levando muito mais tempo para criar do que os outros artistas, mas fiquei muito feliz com a experiência.

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“meu trabalho se propõe a explorar as zonas obscuras da masculinidade“

goSto De CigArroquando comecei, os meus trabalhos eram “coloridos como balas”. desde o início do ano, no entanto, ando obcecado por preto e branco. Eu não quero que nada arruíne ou distraia os contrastes puros. As coisas estão mais descoladas, ultimamente; um pouco menos otimistas, um pouco mais velhas. Se houvesse um gosto para meu trabalho agora, ele provavelmente seria o de cigarros ou algo do tipo.

Animação exclusiva

na versão digital

da revista

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ConCeito x tÉCniCAEu desenhei durante toda a minha vida, mas acredito que comecei a levar a ilustração a sério quando fui apresentado a artistas como Ashley wood, James Jean e Paul Pope. O engraçado é que nunca planejei me tornar um ilustrador. Minha formação é em artes plásticas e por isso estou mais interessado no conceito e no contexto do que na capacidade técnica; acho que ela acaba se tornando uma espécie de concurso de destaque, onde uma tenta ser melhor que a outra. Uma escrupulosa pintura realista de uma taça de frutas ou uma pintura digital de um ogro simplesmente não serve pra mim, entende?

FASeSAtravessei uma fase na qual amava coisas japonesas. fui bastante influenciado por antigos filmes de mangá como ghost in the Shell e Ninja Scroll. Nessa época deixei meu cabelo crescer, como algum personagem do final fantasy e coisas do tipo.hoje em dia sou mais influenciado pela cultura Americana porque percebi que fui criado muito em volta da televisão. Adoro a ideia de América e sua mitologia. Rock & Roll, luta livre, estrelas e listras, Elvis... no momento não consigo me cansar disso. Amo o pathos inerente à mitologia da América; é o melhor exemplo de coisas que não são o que parecem.

Projeto de alguns decalques de jeep para mountain Dew, outros artistas envolvidos foram webuyyourkids e eamo Donnelly.

A marca de snowboard koast me pediu para fazer uma arte para uma prancha de snowboard.

eu não sei nada sobre snowboards, mas eu queria criar o equivalente ao sabre de luz de Samuel l jackson na trilogia de Star wars, e spandex bret hart na wwF, eu queria algo rosa brilhante e marcante. eu queria que a cor rosa da prancha brilhasse sob a neve sempre que o snowboarder pairasse acima dela.

eu abarrotei a prancha com arte mórbida e imaginário pop o suficiente, como se estivesse sufocado em uma bola de chiclete.

CAveirAS e SuPer-herÓiSquando era menor, assistia à versão Americana de The Ring – a versão que não era tão assustadora -, e isso mexeu comigo durante anos. Odeio filmes de terror. Não sei como caveiras e temas do tipo começaram a aparecer em meu trabalho. Acho que eu amo o quão kitsch o horror pode ser. É para ser algo assustador, mas às vezes acaba sendo algo ridículo sabe? gosto quando alguma coisa é retirada do seu contexto e usada para outro fim, como os integrantes do kISS maquiados, death metal e jovens de 16 anos andando por aí com mochilas do Misfits. Também desenhava super-heróis; com a exceção de que talvez naquela época eles não fossem tão deprimidos como são agora (risos).

o briefing para extra Cheese 2 era um objeto encontrado.eu pintei um capacete de futebol americano!

encomendado por nikola Alavanja da boate de Sydney, trashbags, uma série de cartazes para shows.

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ALEXANDRE ORION

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em algum lugar de São Paulo, um homem, jogado na calçada, dorme profundamente. A cena, apesar de degradante, teria tudo para passar despercebida

aos olhares dos pedestres, acostumados a presenciar situações do tipo pelas ruas da cidade. Mas há nela qualquer coisa de diferente, de inusitada, capaz de surpreender os transeuntes mais atentos. Logo atrás do sujeito adormecido, há uma pintura de um indivíduo que, segurando um megafone, grita de mondo enérgico, como se quisesse acordar o mendigo e – quem sabe de quebra - abrir também os olhos das pessoas que passam em volta, despertando-as de sua sonolenta indiferença ao sofrimento alheio.

Registrada através de fotografias, Metabiótica é inteiramente composta por situações espontâneas, resultantes do mero acaso. Para captura-las, Orion precisou aguardar pacientemente o momento exato em que pessoas de carne e osso passassem a fazer partes de suas ficcionais obras, dando uma nova dimensão à história ali representada. Mesmo assim, algumas das situações retratadas podem passar a impressão de quem foram montadas. Sobre isso, Alexandre destaca o natural duelo entre a linguagem fotográfica e a pintura. Afinal, enquanto a primeira é vista como um registro do real, a segunda é facilmente associada a temas fantasiosos. quando unidas no mesmo ambiente, acabam misturando essas duas impressões, confundindo o olhar. Apesar disso, o artista destaca, em entrevista à Illustre, que é “muito importante perceber como questões realistas são potencializadas quando transportadas para um contexto ficcional”.

“É muito importante perceber como questões realistas são potencializadas quando transportadas para um contexto ficcional”

A obra, parte integrante da série Metabiótica, leva a assinatura de Alexandre Orion, artista multimídia que chama a atenção por suas intervenções urbanas. Surpreendente, o paulistano cria nesse conjunto de desenhos em stencil uma arte que só consegue se expressar plenamente através da interação entre passantes e as figuras representadas nos muros. Sozinhas, as imagens não passam de objetos isolados; acompanhadas, podem finalmente ter seu significado completo.

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Igualmente arrebatadora, a intervenção Ossário, realizada em 2004 no túnel Max feffer, na zona Oeste de São Paulo, reafirmou o poder de invenção de Alexandre, responsável por criar desenhos de caveiras na passagem subterrânea de uma forma bem inusitada. “A prefeitura havia construído um túnel, que quando foi inaugurado era amarelo. Mas percebi que as paredes estavam escurecendo a cada dia, até que ficaram completamente pretas, cobertas pela fuligem dos carros. decidi, então, usar a própria poluição para tratar do problema.” Usando apenas retalhos de panos, Orion começou, então, a realizar seu ‘graffiti reverso’, criando desenhos a medida em que ia limpando as paredes, e não cobrindo-as.

“Minha busca é, ao contrário de apagar, potencializar o que nos desconforta e que evitamos ver”, sintetiza. A partir do contraste de cores entre a parte limpa e suja do túnel, Orion criou vários crânios, transformando o local em uma espécie de catacumba. Ao ser abordado por policiais, conseguiu um feito raro entre os grafiteiros: convencer as autoridades de que não estava fazendo nada de errado. Afinal, que delito havia em querer limpar um local imundo? O crime real não seria o descaso público com a sujeira alí acumulada? Entre tantas perguntas, Orion consegue encontrar algumas respostas na tentativa de levar uma vida digna em meio ao caos urbano: “Eu não tenho carro, não quero ter, não pego trânsito, eu não visto terno, não passo calor, não quero ter mais que os outros; evito fazer na cidade tudo aquilo que me provoque ódio”. E você, já conseguiu encontrar as suas?

“minha busca é, ao contrário de apagar, potencializar o que nos desconforta e que evitamos ver”, sintetiza.

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illustre digitalConfira a versão digital da revista illustre.

já disponível na App Store!

A versão digital da revista tem conteúdo interativo e links para diversos materiais associados às materias vistas nessa edição. Vale a pena conferir e se aprofundar ainda mais nos assuntos lidos até agora.

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