Revista Educa Brasil

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www.revistaeducabrasil.com.br Ano 1 – nº. 20 – setembro de 2011 – R$5,90 Filhos podem te levar à falência Lousas digitais e carteiras informatizadas nas salas de aula Aulas de circo melhoram desempenho de alunos 9 772178 111000 CUIDADO FUTURO PRESENTE CIRCO NA ESCOLA analisa realidade da educação brasileira Professor Veloso

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Em uma entrevista exclusiva para a Revista Educa Brasil, o Professor Veloso, Diretor Regional do Sindicato de Ensino do Estado de São Paulo e Presidente do Sinepe/Ribeirão Preto analisa a realidade da educação brasileira. Você já imaginou uma sala de aula com lousa digital e carteiras informatizadas? Pois é, isso já existe em muitas escolas e universidades brasileiras. Confira como o consumismo infantil representa grande parte das despesas domésticas mensais das famílias.

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Ano 1 – nº. 20 – setembro de 2011 – R$5,90

Filhos podem te levar à falência

Lousas digitais e carteiras informatizadas nas salas de aula

Aulas de circo melhoram desempenho de alunos

9772178111000

CUIDADO

FUTURO PRESENTE

CIRCO NA ESCOLA

analisa realidade da educação brasileiraProfessor Veloso

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Em uma entrevista exclusiva para a Revista Educa

Brasil, o Professor Veloso, Diretor Regional do Sindicato

de Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo

e Presidente do Sinepe – Sindicato de Estabelecimentos

Particulares de Ensino Básico de Ribeirão Preto e Região

analisa a realidade da educação brasileira.

Você já imaginou uma sala de aula com lousa digital

e carteiras informatizadas? Pois é, esses equipamentos

já estão presentes em muitas escolas e universidades

brasileiras. Em uma matéria sobre o uso de tecnologias

em sala de aula você poderá perceber como o uso dessas

novas tecnologias ajuda alunos a melhorar qualidade de

aprendizado, relação com realidade e também facilita

trabalhos dos professores.

Confira também como o consumismo infantil repre-

senta grande parte das despesas domésticas mensais das

famílias. Outro assunto abordado nessa edição mostra

como é possível e válida a aula de circo no currículo escolar.

Quando o assunto é saúde, uma matéria relata como a

respiração pela boca pode causar diversos problemas para

as crianças. Outro tema envolve a higiene das cantinas

escolares. Uma nutricionista especialista no assunto faz os

devidos alertas. Fique atento e não perca essas e outras

matérias interessantes feitas especialmente para você.

Boa leitura!

EditorialEx

ped

ien

te Tamy FavarinDRT/PR 6880 Jorge Lopes da Silva

Departamento de Jornalismo Diretora de Redação: Tamy [email protected]órter: Helena [email protected]ária: Ailime [email protected]

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06

ARTIGO

SAÚDE

TECNOLOGIA

COMPORTAMENTO

CAPA

CONSUMISMO INFANTIL

Professor ressalta a impor-

tância do respeito para a

formação da educação e

cultura da sociedade

Entenda os problemas que

podem ser causados pela

respiração errada

Saiba como são as novas

tecnologias de um futuro

presente nas salas de aula

Fique atento! Como está a

higienização da cantina da

escola de seu filho?

Professor Veloso analisa

realidade da atual educação

brasileira

Quanto representa no gasto

familiar mensal?

Índice

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Ensinando a SER A partir do respeito, otimizam-se as atividades e modifica-se uma sociedade

Por Paulo Fernando Martins

Artigo

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artigo • Ensinando a SER

V ivemos uma época em que a

mídia e a sociedade defendem a va-

lorização do ser humano e, o respeito

aparece como fator indispensável

para a existência de uma sociedade

saudável.

No entanto, percebe-se que nem

todos os participantes da sociedade

conseguem conquistar o respeito

esperado. Crianças e idosos não são

respeitados. Deficientes não são res-

peitados. Consumidores e profissio-

nais também não o são, nem mesmo

nas organizações em que atuam. O

resultado disto é um conjunto de

pessoas insatisfeitas consigo mesmas,

com a profissão, com a sociedade,

com as instituições que frequentam

e até com a empresa, não fazendo

direito suas atividades.

A principal atitude que toda e

qualquer pessoa deve ter é acreditar

em si mesma, no seu potencial, no

seu trabalho e na sua competência.

Confiando e acreditando em si,

estimula-se a auto-valorização e,

desta forma luta-se pelo respeito

necessário.

Como diz a consultora Lia Habib,

“muitas vezes o ambiente no qual se

está é um grande teatro, com seus

vários atores aparecendo educados

quando, na realidade não o são. Esse

teatro, normalmente não dura por

muito tempo. Em algum momento

da cena, os atores deixam de inter-

pretar os papéis que não são seus e

começam a agir de acordo com seus

próprios princípios individualizados e

egoístas.”

O respeito tem relação com a

educação e a cultura das pessoas

que formam a sociedade. Portanto,

se o respeito estiver presente em suas

vidas o ambiente está seguro, mas de

forma contrária certamente correrá

risco de ser prejudicado.

Assim, para ensinarmos nossos

alunos a viver e conviver de maneira

harmoniosa e socialmente saudável

devemos:

Considerar as pessoas com quem convivemos como o fator mais importante para o nosso sucesso.

Criar oportunidades para agir e trabalhar em equipe, trocando co-nhecimentos, constantemente.

Usar todos os canais de comunicação e informação disponíveis para que todos interajam, dando opiniões e participando de conversas e discussões.

Dar oportunidades para que todos sejam desafiados. Desta forma, cada um demonstra suas qualidades e potencialidades.

Ressalvo sempre que, nosso papel como educadores não é apenas ensinar

ciências exatas, humanas e biológicas. Nosso maior papel é ensinar a ciência

de viver em sociedade, de contribuir para a evolução humana construindo

melhores relações pessoais.

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Saúde

Respirar pela boca

Da redação

A respiração bucal influencia ainda o sono das crianças.

Ronco, baba noturna, síndrome da apnéia e

hipopnéia obstrutiva do sono são alguns dos

problemas que dificultam uma boa noite de descanso, ocasionando dificuldades de atenção, concentração

e de aprendizagem e hiperatividade.

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D e acordo com dados do Interna-

tional Study of Asthma and Allergies

in Childhood (ISAAC), a rinite atinge

cerca de 26% das crianças e 30%

dos adolescentes no Brasil. A rinite

é uma doença caracterizada pela

inflamação das mucosas do nariz

que causa espirros, coriza, obstrução

nasal e coceira no nariz e na gar-

ganta. Gerson Köhler, ortodontista e

ortopedista-facial, explica que uma

das implicações da obstrução nasal

é a respiração bucal. “Respirar pela

boca interfere diretamente no cres-

cimento e desenvolvimento da face

infantil”, ressalta.

A obstrução nasal gera deficiên-

cias na capacidade de aquecimento,

umidificação e filtração do ar pelas

narinas, favorecendo que o ar seja

inspirado pela boca. Como a respi-

ração compõe as funções vitais do

organismo, qualquer desequilíbrio

causa inúmeras alterações em dife-

rentes órgãos e sistemas. “Alterações

no crescimento do crânio e da região

dentofacial, na qualidade do sono,

no desempenho escolar, na fala, na

alimentação e na postura corporal

são algumas das consequências da

respiração bucal”, pontua.

O especialista em ortodontia e

ortopedia facial Juarez Köhler afirma

que a respiração bucal é um dos

sintomas mais comuns na infância

e seus efeitos são devastadores,

trazendo consequências para o resto

da vida se não houver o tratamento

precoce e adequado. “As alterações

interferem na qualidade de vida da

criança. Desde o nascimento o orga-

nismo está programado para respirar

pela via aérea nasal e assim deve ser

durante toda a vida, mesmo que haja

resistências a passagem de ar pelo

nariz”, observa.

A respiração bucal influencia

ainda o sono das crianças. Ronco,

baba noturna, síndrome da apnéia

e hipopnéia obstrutiva do sono são

alguns dos problemas que dificultam

uma boa noite de descanso, oca-

sionando dificuldades de atenção,

concentração e de aprendizagem e

hiperatividade. “Dormir com a boca

aberta prejudica ainda o equilíbrio

interno e externo da boca e dos

Obstruções nasais causadas por doenças como a rinite prejudicam a respiração, gerando anomalias dentofaciais e outros malefícios

saúde • Respirar pela boca prejudica qualidade de vida

prejudica qualidade de vida

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músculos, inclusive da língua. O de-

sequilíbrio na musculatura facial gera

uma deficiência funcional importante

e significativa”, evidencia Juarez.

A alteração na musculatura pre-

judica a mastigação e a deglutição,

fazendo com que a criança não se ali-

mente de forma adequada. Ela pode

se cansar e não comer o suficiente ou

comer em excesso e rápido, resultan-

do em magreza ou obesidade. “Além

das alterações posturais dos órgãos

fonoarticulatórios, a criança ainda

sofre com mal posicionamento da ca-

beça em relação ao pescoço, influindo

nocivamente sobre a coluna, princi-

palmente cervical. Os pais devem ficar

atentos à respiração dos seus filhos

e procurar o profissional adequado

assim que notarem qualquer modi-

ficação”, recomenda Nilse Waltrick

Köhler, fonoaudióloga e especialista

em Distúrbios Miofuncionais e em

Motricidade Orofacial.

A fonoaudióloga acrescenta que

quanto mais cedo o tratamento tiver

início, menores serão as consequên-

cias e a intensidade das implicações.

“É fundamental analisar o grau de

obstrução nasal e a realização de exa-

mes específicos com médicos otorri-

nolaringologistas que esclareçam as

principais causas da respiração bucal.

O tratamento deve agir diretamente

na origem do problema para que

a solução seja eficaz, aumentando

a qualidade vida dos pacientes”,

destaca.

O diagnóstico e tratamento de-

vem ser feitos por uma equipe multi-

disciplinar, composta por no mínimo

um médico, um fonoaudiólogo e

um ortodontista, tendo em vista

a complexidade do problema. “O

médico irá tratar a obstrução nasal,

o ortodontista ou ortopedista facial

irá corrigir as alterações dentárias e

o fonoaudiólogo será responsável

pela reeducação e adaptação da

respiração através da adequação das

funções orais e equilíbrio da muscu-

latura”, finaliza Nilse.

Saúde

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Saúde

Otoneurologia

A área da saúde responsável pela

saúde dos ouvidos – e também do na-

riz, da faringe, laringe e garganta – é a

otorrinolaringologia. A especialidade

possui diversas ramificações, que

ajudam a tornar os profissionais mais

aprofundados em assuntos específi-

cos. “A otoneurologia é um exemplo.

Esta é uma área da otorrinolaringo-

logia que se dedica ao equilíbrio cor-

poral, transtornos da audição e suas

relações com o sistema nervoso”,

explica a otorrinolaringologista Rita

de Cássia Cassou Guimarães.

O otoneurologista estuda o apa-

relho cócleo-vestibular. A cóclea é a

parte do ouvido responsável pela sen-

sação auditiva e o sistema vestibular

pelo equilíbrio corporal. “O sistema

vestibular é composto por vários

elementos sensoriais e se relaciona

diretamente com outros sistemas

do organismo, como a visão, que

Da redação

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estuda o equilíbrio corporal

Especialidade também se dedica aos transtornos da audição e suas ligações com o sistema nervoso

economia • Filhos podem te levar à falência

informa ao cérebro os movimentos

corporais”, esclarece Rita, que tam-

bém é otoneurologista.

O sistema vestibular também está

ligado ao sistema proprioceptivo, que

envolve músculos, tendões e articu-

lações. Este sistema tem a função de

manter a postura e realizar movimen-

tos, ações diretamente relacionadas

com o equilíbrio. “As informações

de todos estes sistemas são enviadas

para o cerebelo, que por sua vez as

envia para o sistema nervoso central,

que interpreta e garante o equilíbrio

estático e dinâmico”, ressalta.

Otoneurologista identifica e trata

problemas no equilíbrio corporal

Tonturas, vertigens e desequilíbrio

são sinais de que o sistema vestibular

não anda bem. Náuseas, vômitos,

palidez, sudorese e taquicardia, sen-

sação de desmaios, zumbido e até

mesmo quedas também são sintomas

que denunciam algum problema no

órgão. “Na avaliação otoneurológica

o especialista avalia o sistema au-

ditivo e o vestibular para identificar

qualquer alteração ou doença que

possa estar prejudicando o equilíbrio

corporal”, aponta.

Entre as causas dos problemas

relacionados ao equilíbrio está o uso

de determinados medicamentos com

ação antiinflamatória, que podem

causar ou agravar as alterações.

“Outras patologias também podem

originar o desequilíbrio. O ideal é

que o paciente consulte um médico

otoneurologista para que seu caso

seja avaliado assim que os sintomas

surgirem. Quanto antes o tratamento

for iniciado, melhores serão os resul-

tados”, enfatiza.

No consultório o primeiro passo

é responder a algumas perguntas

que ajudam o médico a conhecer o

cotidiano e os hábitos do paciente,

respostas que facilitam o diagnóstico.

“Também são indicados a realização

de exames otoneurológicos, que

incluem a avaliação da audição, mes-

mo em pacientes que não possuem

queixas relacionadas é fundamental

este tipo de exame, e a análise do

equilíbrio”, acrescenta.

Os objetivos dos exames são verifi-

car o grau de comprometimento dos

órgãos, identificar em qual lado está

a lesão, se ela é periférica ou central,

caracterizar o seu tipo e a sua inten-

sidade e ajudar a reconhecer a causa

do problema. “Os exames também

auxiliam na prescrição do tratamento,

que pode ser feito com medicamen-

tos, exercícios para a rebilitação ves-

tibular, atividade física, mudanças na

alimentação e em casos particulares

com intervenção cirúrgica”, finaliza.

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Tema das rodas de conversa informais e de teses de mestrado, o meio ambiente é o assunto do momento. Não podia ser diferente, afinal as notáveis alterações no clima fazem com que todos pensem em alternativas mais sustentáveis. E se o tema é tão importante, claro que não podia ficar fora das salas de aula. O livro é de fácil e rápida leitura e propõe que se pense sobre o papel da educação na construção desse mundo mais sustentável.

O livro já é um clássico do romance brasileiro, está na 75ª edição. Conta as aventuras que o calculista persa Beremiz Samir se envolve. A história se passa no mundo islâmico medieval e mostra a trajetória de Samir. Para chegar ao seu destino, o protagonista encontra diversos quebra-cabeças e os resolve por meio da matemática. O livro é responsável por aproximar lendas e costumes orientais, aos leitores. Não é um livro didático, mas vai ensinar raciocínio lógico e curiosidades matemáticas.

Atualmente os pais não contrariam os filhos e querem poupá-los das adversidades. Porém, isso estaria criando adultos inseguros e sem limites. A importância da discipli-na na vida familiar é tema do livro do médico psiquiatra, Içami Tiba. No livro, o médico ressalta a importância de traçar limites na educação dos filhos. O livro foi revisitado, dez anos após sua primeira edição, e promete orientar os pais modernos.

Uma contribuição à década da educação [Moacir Gadotti]

[Malba Tahan]

[Içami Tiba]

Dicas de leitura

Educar para a sustentabilidade

O homem que calculava

Disciplina – limite na medida certa

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Tecnologia

Aprendizadono futuro presente

Por Helena Matta

Uso de tecnologias em sala de aula ajuda alunos a melhorar qualidade de aprendizado, relação com realidade e facilita trabalhos dos professores

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S e por um lado as catástrofes natu-

rais dos tempos modernos tem sido

um grave peso para a sociedade atual,

por outro temos visto que os avanços

tecnológicos experimentados pelas

gerações contemporâneas são cada

vez mais surpreendentes. É muito

diferente a realidade de um jovem

de classe média nos dias de hoje em

relação à de seus pais quando tinham

a sua idade.

A internet é apenas uma das di-

versas conquistas que têm facilitado

e muito o cotidiano de quem precisa

trabalhar e estudar, ou mesmo cuidar

dos mais básicos afazeres domésticos.

Maria Auxiliadora Schmidt, pro-

fessora e doutora da Universidade

Federal do Paraná (UFPR), analisa

que o uso de novas tecnologias em

sala de aula e a infraestrutura das

escolas públicas têm melhorado gra-

dativamente nos últimos dez anos.

“A familiaridade dos alunos com os

computadores e a internet também

facilita este processo”, esclarece.

Além da facilidade de busca de

conteúdos para o ensino do dia a dia

em sala de aula, a professora explica

que a convivência com a tecnologia

pode melhorar e facilitar muito a re-

lação de alunos e professores com o

conhecimento, tanto individual como

coletivamente.

“A escola deve ser o lugar por

excelência da relação com o co-

nhecimento científico. A inserção

de novas tecnologias nas escolas,

principalmente nas públicas, é de

fundamental importância na relação

tecnologia • Aprendizado no futuro presente

ensino e aprendizagem. É preciso um

sentimento de urgência no processo

de massificação dessas novas tecnolo-

gias nas escolas, onde está a maioria

de nossas crianças e jovens”, ressalta.

Carteira informatizada

Uma empresa paranaense criou

um produto bastante interessante para

o segmento educacional. Trata-se de

um equipamento único no mercado,

que une num mesmo móvel uma tra-

dicional carteira escolar a um moderno

computador.

Em sua posição original, a carteira

possibilita o acesso ao computador.

Quando dobrado, o hardware da car-

teira se torna quase imperceptível e o

equipamento pode ser utilizado como

uma carteira educacional comum. Além

do computador, a carteira também

conta com monitor de LCD e teclado

antivandalismo, conexão à internet por

meio de Wireless e regulagem de altura.

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Tecnologia

Outra novidade da empresa Ce-

quipel é o monitor educacional, uma

tela plana de 29 polegadas com

entrada para cartão de memória e

USB. O equipamento oferece diversas

modalidades de apresentação em

áudio e vídeo. É tanta tecnologia

em um produto só que passou a ser

conhecido no meio acadêmico como

“TV pen-drive”.

Monitor educacional

O modelo duplo das carteiras já está

presente em mais de mil escolas em

diversas cidades do Brasil, como em For-

taleza (CE), Florianópolis (SC), Camaçari

(BA), Cidreira (RS), Barueri, Hortolândia

(SP), entre outras. Ao todo, mais de mil

escolas de todo o país já contam com a

tecnologia, tanto na rede pública quanto

particular.

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tecnologia • Aprendizado no futuro presente

Lousa eletrônica

O fim do giz

Sala de aula

A lousa eletrônica é outro dis-

positivo tecnológico que facilita o

aprendizado. O equipamento utiliza

tecnologia de interatividade por

toque de caneta digital diretamente

sobre a projeção de aplicativos de

microcomputador. A nova lousa,

que pode ser instalada nas bordas de

qualquer superfície lisa, garante uma

área de trabalho de 127 polegadas.

Entre os opcionais do novo pro-

duto está o Tablet Ebeam, aparelho

compacto e sem fio que tem as

mesmas funções de um mouse con-

vencional e garante a possibilidade de

acesso a todas as funções da paleta

de ferramentas do Touch Board. O

instrutor pode interagir com a lousa

de qualquer lugar da sala por meio do

sistema Bluetooth ou até mesmo do

outro lado do mundo por meio da in-

Na escola, a lousa digital significa

o fim do giz e um maior aproveita-

mento dos conteúdos passados pelo

professor, uma vez que toda ação

sobre a lousa fica gravada e arma-

zenada em arquivos, que podem ser

disponibilizados e consultados (como

um filme de tudo o que foi escrito e

apresentado). Com as ferramentas

disponíveis é possível criar hiperlinks

com a internet durante uma aula ou

apresentação, capturar da web fotos,

reportagens e inserir na apresentação.

A Universidade Federal do Paraná

(UFPR), com apoio do Conselho Na-

cional de Desenvolvimento Cientifico

e Tecnológico (CNPq), tornou-se - em

março deste ano, a primeira universi-

dade pública brasileira a contar com

uma sala de aula inteiramente digital.

A proposta do espaço é utilizar

as carteiras informatizadas e a lousa

digital para estudar a utilização da

tecnologia no ensino de história e de

outros conteúdos.

“Nosso objetivo é usar a sala

digital para pesquisar e formar pro-

fessores, mostrando como é possível

trabalhar os conteúdos com os alunos

a partir de uma metodologia especí-

fica e inovadora. Se a realidade das

tecnologias da informação e da co-

municação já está presente nas salas

de aulas das crianças e jovens, com

esse projeto das salas digitais pode-

remos criar condições para que esse

potencial seja melhor aproveitado”,

explica a professora Maria Auxiliadora

Schmidt.

Ela analisa que vários sites e docu-

mentos na internet eram subutiliza-

dos pelos professores. “Um exemplo

disto é o site da Biblioteca Nacional,

que oferece um vasto arquivo de

imagens e de outros tipos de docu-

mentos históricos. E com o uso de

novas tecnologias em sala de aula o

professor deve aprender a interpretá-

los e utilizá-los didaticamente”.

Professora há mais de 36 anos,

confessa: “se há dez anos me per-

guntassem se utilizaria uma sala de

aula como esta em minhas aulas res-

ponderia que não. Hoje utilizo estes

recursos tecnológicos, pois se trata de

uma realidade e de um futuro que já

está no presente”, orgulha-se.

ternet. É mais um produto desenvol-

vido pela empresa Cequipel que já se

encontra em pleno uso pelas escolas

de todo o país. Trata-se de equipa-

mento ideal para reuniões, salas de

aulas e apresentações para grandes e

pequenas platéias. A lousa eletrônica

pode ser utilizada, por exemplo, no

compartilhamento de reuniões entre

equipes de projeto à distância, em

que um determinado desenho pode

ser alterado, complementado, grifado

com observações em tempo real.

Em escolas é ideal para apresenta-

ção de conteúdos em 3D, na intera-

tividade em aplicativos convencionais

com a turma em sala de aula e remo-

tamente, dinamizando e tornando

mais interessantes a apresentação de

planilhas, slides e apresentações.

Já são mais de 57 mil monitores

educacionais em escolas públicas e

privadas do Brasil. Uma nova versão

com monitor de 31 polegadas, tecla-

do e acesso a internet também já está

sendo disponibilizada ao mercado.

Trata-se de um equipamento que

substitui plenamente o conjunto

formado pelo projetor multimídia/

computador/tela de projeção/sof-

twares auxiliares, só que a um custo

muito mais baixo.

Assim, utilizando um mesmo

dispositivo, o professor pode fazer a

pesquisa e gerar apresentações em

PowerPoint que depois de prontas

devem ser gravadas em uma pen-

drive.

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Alimentação

Condições de Higieneos Alimentos Servidos em Cantinas Escolares

Por Flávia de Araújo Ernesto - Nutricionista

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A alimentação de qualidade cons-

titui hoje um dos grandes fatores

determinantes para a saúde. Atu-

almente quando nos referimos a

uma alimentação saudável, de boa

qualidade, falamos da inserção de

alimentos que são boas fontes de

vitaminas, sais minerais, cálcio, ferro

e outros nutrientes. Mas também

das condições sanitárias e a adoção

de boas práticas em todas as etapas

da produção de refeições e lanches.

Com a evolução dos tempos e

o foco na prevenção de doenças, a

população tem tomado consciência

da importância das práticas de hi-

giene no processo de fabricação de

alimentos, enfatizando assim uma

alimentação de qualidade.

Um problema atual que tem

chamado a atenção das autoridades

do nosso país e também da ANVISA

(Agência Nacional da Vigilância Sa-

nitária) são as condições sanitárias

e as boas práticas de fabricação de

refeições e lanches em cantinas esco-

lares. Eles estão preocupados diante

do fato de doenças relacionadas

aos alimentos estarem aumentando

independentemente da tecnologia

hoje existente.

Os alimentos, quando contamina-

dos, representam perdas econômicas

para as empresas, para os governos

e, principalmente, colocam em risco

a saúde da população. Os microor-

ganismos presentes nos alimentos,

em condições favoráveis se multipli-

cam, deteriorizam os alimentos e a

sua ingestão traz doenças aos seres

humanos, com diferentes sintomas

e formas de manifestação, podendo

levar até ao óbito.

Importante assinalar o impacto da

incidência de doenças transmissíveis

por alimentos no Brasil. Segundo

dados do Boletim Eletrônico Epide-

miológico da Secretaria de Vigilância

Sanitária de Saúde - MS, ano 5, nú-

mero 6, de 28/12/2005:

• De 1999 a 2004, ocorreram

3.410.048 internações hospita-

lares por Doenças Transmissíveis

por Alimentos (DTA) – média de

568.341casosporano;

• De 1999 a 2002, ocorreram

25.281 óbitos por DTA no Brasil

–médiade6.320/ano;

• Os custos com os casos de in-

ternação hospitalar por DTA, no

períodode1999a2004,foram

280 milhões de reais, com média

de46milhõesdereaisporano.

O volume de lanches e refeições

nas cantinas/ lanchonetes das milha-

res de escolas espalhadas pelo Brasil

tem crescido assustadoramente.

Cada dia mais alunos optam por fazer

seus lanches nestes locais, evitando

prepará-los em casa.

Temos nos deparado com muitas

cantinas que priorizam alimentos

altamente calóricos, gordurosos,

pobres em vitaminas e nutrientes,

mas também, pobre em condições de

higiene, oferecendo ao consumidor

um grande risco de contrair uma DTA

(doença transmitida por alimentos).

A responsabilidade de quem pro-

duz estes alimentos é muito grande

e em muitas situações eles não têm

noção desta responsabilidade, nem

dos riscos de se fornecer um alimento

contaminado.

Faz-se necessário e com urgência,

uma conscientização dos proprietá-

rios e gerências de todas as cantinas e

lanchonetes. Todos os manipuladores

de alimentos precisam ser devida-

mente e periodicamente treinados

e todos os estabelecimentos que

produzem alimentos precisam ser

conhecedores das regras e instruções

pertinentes à produção.

Faz-se obrigatório atender a legis-

lação específica, RDC 216 de 15 de

setembrode2004,quefalasobreo

Regulamento Técnico de Boas Práticas

para Serviços de Alimentação. Dentre

alimentação • Condições de Higiene dos Alimentos Servidos em Cantinas Escolares

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Page 22: Revista Educa Brasil

22

alguns quesitos desta lei podemos

mencionar os procedimentos opera-

cionais padronizados que incluem:

higiene pessoal de manipuladores,

capacitação dos manipuladores, hi-

giene de instalações, equipamentos,

móveis e utensílios, controle de ma-

nutenção de equipamentos, controle

de resíduos, controle de potabilidade

da água, controle de pragas, controle

de fornecedores e de toda matéria-

prima recebida, monitoramento

diário de temperaturas de alimentos

e equipamentos.

Além disso, todos os procedimen-

tos devem estar descritos e com re-

gistros que comprovem este controle.

Deverá ter ainda um Manual de Boas

Práticas disponível e acessível a todos

os manipuladores.

Estas práticas garantem que o ali-

mento esteja em níveis seguros para

consumo, livres de riscos à saúde das

pessoas e representam a garantia de

uma alimentação de qualidade.

Atualmente, temos no Brasil em-

presas especializadas na produção

de refeições/ lanches e algumas com

divisões de especialização em can-

tinas escolares. Estas empresas têm

investido em procedimentos e boas

práticas, produzindo alimentos de

qualidade com preço acessível.

Vale lembrar que a RDC 216 é lei

e a inobservância à resolução, confi-

gura infração de natureza sanitária,

sujeitando o infrator às penalidades

previstas nesta lei.

Uma alerta que faço sempre aos

consumidores é que estes estejam

cada dia mais atentos e exigentes em

relação ao seu alimento. Verifique a

higiene das cantinas que frequentam,

bem como os banheiros. Veja se há

no local uma pia devidamente abas-

tecida para fazer a higiene adequada

das mãos antes de se alimentar, se há

lixeiras com pedal para armazena-

mento de lixo, entre outros fatores.

Não aceite que o manipulador pegue

no dinheiro e depois no seu alimento.

E veja se ele pratica as boas práticas

(uniforme limpo, higiene de mãos,

etc...)

Lembre-se sempre que a quali-

dade da sua alimentação não tem

preço!!!

FLÁVIA DE ARAÚJO ERNESTO

Nutricionista - Especialista em Vigilância Sanitária e

Processamento e Controle de Qualidade em

Carnes, Leite, Ovos, Pescados e Produtos Minimamente Processados.

Alimentação

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Page 24: Revista Educa Brasil

24

CAPA

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Page 25: Revista Educa Brasil

25

Professor Veloso traça perfil da educação no Brasil

Em uma entrevista exclusiva para a Revista Educa Brasil, o Professor Veloso, Diretor Regional do Sindicato de Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo e Presidente do Sinepe - Sindicato de Estabeleci-mentos Particulares de Ensino Básico de Ribeirão Preto e Região analisa a realidade da educação brasileira.

capa • Professor Veloso

Educa Brasil: Quais são as funções e objetivos dos sindicatos para a melhoria contínua das escolas particulares no Brasil?

Professor Veloso: A organização

sindical no mundo contemporâneo

é uma enorme conquista de um país

livre e democrático, um órgão repre-

sentativo. Há alguns anos houve um

destaque muito grande porque era

quando havia um antagonismo, um

litígio entre o que o governo tomava

de medidas e o que o sindicato reivin-

dicava. Graças a existência do sindica-

to esta polêmica não existe mais. Hoje

pode-se dizer que vivemos em plena

harmonia não só com as autoridades

governamentais, mas principalmente

com o nosso principal objetivo, que

é o aluno e os pais dos alunos. Há

um tempo o sindicato era lembrado

quando se falava em mensalidades

escolares e anuidades. Hoje cuida

das convenções coletivas, aquelas

que vão cuidar da remuneração, do

reconhecimento, do corpo docente

dos professores das escolas privadas.

Atualmente o órgão pode se ocupar

dos aspectos de especialização, de

aperfeiçoamento, de atender aos

assuntos acadêmicos e pedagógicos,

naquilo que vai levar a qualidade do

ensino. Educa Brasil: As escolas que que-rem ser competitivas têm que se adaptar e investir muito em tecnologias. Como acompanhar a demanda do mercado tecnológico e aplicá-la da melhor maneira na sala de aula?

Professor Veloso: Em primeiro

lugar tem a competição de escola da

rede pública e a da escola de rede

privada. É fato, é conhecido, é sabido

que a escola privada hoje tem um

desempenho melhor ao dado à rede

pública. Isso no ensino básico. Veja

só, defendemos que a escola seja

pública, gratuita, pra todos e de boa

qualidade. E quanto melhor for esta

qualidade da escola pública, a privada

tem que ser melhor ainda. Para isso,

tem que ter diferenciais, equipamen-

tos, investimentos e propostas peda-

gógicas que sejam melhores que as

melhores públicas e melhores que as

suas concorrentes coirmãs. Porque ai

vem uma saudável competição entre

as escolas privadas, no sentido de

fazer com que o aluno seja o maior

beneficiário deste processo. Educa Brasil: Qual é o perfil do atual aluno de escola particular?

Professor Veloso: É muito interes-

sante esta questão porque espelha e

reflete bem o que vem acontecendo

felizmente no nosso país. Tivemos e

Fotos: Marcelo Ribeiro

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Page 26: Revista Educa Brasil

26

temos uma inegável condição socio-

econômica em ascensão no nosso

país. Existe uma classe social que não

imaginava a possibilidade de colocar

o seu filho na escola particular. Esse

é o grande objeto de desejo dessa

categoria social, que ascende social-

mente e economicamente. A gente

sempre trabalha para atender um nú-

mero maior daqueles que procuram

a escola privada e atendê-los bem,

como sempre fazemos. Então hoje,

o perfil do aluno da escola privada

não é mais como era tempos atrás,

de uma elite, de uma oligarquia, de

uma classe social privilegiada apenas,

não. Hoje você tem na escola privada

esse novo público, esse novo Brasil,

essa nova classe social brasileira, que

trabalha, que produz e que pode ter

atendido seu sonho de ter o seu filho

na escola particular. Educa Brasil: As mídias sociais es-tão presentes na sociedade. Como lidar com esse domínio em sala de aula? Deve-se liberar ou proibir?

Professor Veloso: Nem liberar,

nem proibir, mas educar e ensinar.

As redes sociais, evidentemente, aí

estão. Hoje você tem uma gama de

propostas e ofertas ao nosso aluno,

muitas vezes competindo com o

momento de estudo, que pode, em

alguns casos, atrapalhar o processo

educativo. E pode de fato, quando é

mal direcionado e mal utilizado. Essa

nova tecnologia pode ser, em alguns

casos, muito bem aproveitada. Uma

boa aula tem que ser tão agradável

quanto é para o aluno conversar

com os seus amigos, estar lá no seu

isolamento com o seu computador.

Tudo isso hoje faz parte do cotidiano

da vida do nosso jovem, da nossa

criança, do nosso educando. E nós

não podemos imaginar tirar isso de-

les, não. Tudo tem o seu tempo, a sua

hora e a sua maneira de ser. E é isso

que cada vez mais desafia a escola

para que haja esta harmonia. E esse é

um desafio que a escola privada está

vencendo e está ganhando. Vamos

conseguir compatibilizar tecnologia

com relações humanas. Educa Brasil: A escola desponta como um grande sucesso em-presarial. Com o que as escolas devem se preocupar para atender cada vez mais às exigências e ne-cessidades dos pais?

Professor Veloso: Os grandes

grupos empresariais educacionais

na realidade já estão aí há meio sé-

culo. Não gosto muito da expressão

“grupos empresariais”, mas são os

maiores grupos educacionais. Hoje

há uma oferta tão grande de boas

escolas, que alguém pode imaginar

que é fácil, mas não é assim. A escola

tem um caminho a percorrer, de pro-

var o seu valor, que leva décadas. É

uma atividade, que começa pequena

e gradualmente vai crescendo, se

CAPA

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Page 27: Revista Educa Brasil

27

capa • Professor Veloso

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Page 28: Revista Educa Brasil

28

consolidando e passa décadas neste

processo. E o que é mais curioso, é

que ela não vive do seu passado. Hoje

não é o que foi, é o que nós estamos

sendo, o que estamos fazendo. Essa

é a escola de hoje, a escola que o pai

quer. O pai não quer para seu filho

aquela escola que foi e nem aquela

que será. Ele quer a escola que é. Educa Brasil: Diante da competi-tividade para conseguir vaga nas melhores universidades, a cidada-nia está sendo deixada de lado da metodologia de ensino e dando lugar aos conteúdos específicos

para aprovação no vestibular?

Professor Veloso: Esta é a grande

polêmica que existe no segmento do

ensino médio, antigo colegial. Se a es-

cola prepara para o vestibular ou pre-

para para a cidadania, prepara para

a vida. Esse seria apenas um período

de treinamento para um concurso

de vestibular. Mas essa polêmica me

parece que já não tem mais espaço

e não tem mais razão de ser. Porque

nós temos uma novidade deste setor,

que é o Enem – o Exame Nacional do

Ensino Médio, que vem a substituir

os principais vestibulares das escolas

públicas de terceiro grau. É algo que

vem atender mais e melhor aquilo que

seria o conteúdo do Ensino Médio, e

aquilo que contemplaria também o

aspecto ligado à formação filosófica,

moral e de cidadania desse aluno e

desse segmento. Educa Brasil: Como deve ser o aperfeiçoamento dos professores de escolas particulares?

Professor Veloso: Esse é o grande

diferencial. Quando alguém pergun-

ta: Mas por que esta escola é melhor

ou aquela é melhor que esta? É o

CAPA

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Page 29: Revista Educa Brasil

29

professor. Ele é o agente, o definidor

deste processo de qualidade. E você

tem que ter na sua escola – na escola

pública e na escola particular – o pro-

fessor como alguém que permanen-

temente tem que estar atualizado.

Não importa o que ele já foi nem o

que será, mas precisa ser naquele

momento o grande mentor, gestor

e gerador de todo o processo de

aprendizagem. Aí entra o sindicato,

como o nosso aqui de Ribeirão Preto,

por exemplo, que mensalmente traz e

promove aos finais de semana cursos

de aperfeiçoamento de professores

em todas as áreas. O próprio pro-

fessor tem que ter essa consciência.

Serão válidos todos os diplomas e

certificados que ele vai conquistando

por toda a sua vida profissional. Ele

nunca pode parar de estudar. Educa Brasil: Os valores das men-salidades das escolas particulares estão muito altos. Como o senhor

sugere uma saída para os pais de classe média que entendem que o ensino privado é de melhor qualidade?

Professor Veloso: Gosto muito

deste debate, é a essência de todo

o trabalho de todos nós que milita-

mos em sindicatos. A solução é uma

escola pública, gratuita, com vagas

para todos e de excelente qualidade.

Porque ai a escola privada terá que ser

melhor do que esta para existir. E o ser

melhor tem um custo. Agora, querem

saber qual é a escola mais cara que

existe? É a pública. Se você tomar

os orçamentos de uma Secretaria de

Educação e o orçamento de todas as

outras secretarias, divida pelo número

de alunos que ela atende e vejam

quanto custa um aluno. Comparem

este valor ao das mensalidades das

escolas particulares. Todos se surpre-

enderão quando virem que realmente

a escola privada cobrando – o que

não é barato - é menos do que aquilo

que o aluno da escola pública custa. Educa Brasil: Qual é a sua opinião sobre o futuro do ensino privado no Brasil?

Professor Veloso: Espero que seja

o mesmo futuro deste país. Seja

pródigo, seja de exceção. O ensino

privado no nosso país não tem que

ser essa regra de que quando a pes-

soa tem condições coloca o filho na

escola particular. Ela teria que ser o

regime de exceção. Para isso a escola

pública teria que cumprir o papel

dela. Enquanto ela não o fizer, real-

mente a escola particular é essa que

hoje felizmente ainda leva o bastião

da integridade, da qualidade e aquela

que traz nas suas carteiras escolares

aqueles que serão os futuros defini-

dores, administradores e gestores que

farão o futuro desse país. É a escola

particular. Aqui na escola particular

está o futuro do próprio país.

capa • Professor Veloso

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Page 30: Revista Educa Brasil

30

das Pessoas com DeficiênciaT odo ano, o dia 21 de setembro

é reservado para comemorar o Dia

Nacional de Luta das Pessoas com

Deficiência. A data foi instituída em

1982 em um encontro nacional que

reunia entidades que defendem as

causas de portadores de necessidades

especiais. A comemoração passou a

ser oficial apenas em 2005, por meio

da Lei Federal nº 11.133 e é comemo-

rada em todos os estados brasileiros.

A data foi escolhida pela proxi-

midade com a primavera e o dia da

árvore, simbolizando o nascimento

o nascimento das reivindicações de

cidadania e participação plena em

igualdade de condições. É por isso,

que neste dia, muitas organizações

promovem eventos divulgando leis e

projetos que buscam igualar social-

mente as pessoas com deficiência.

Algumas entidades também apro-

veitam a data para alertar sobre a

importância da acessibilidade nas

cidades. Possibilitar o acesso de to-

das as pessoas a agências bancárias,

lotéricas, hospitais, lojas, restaurantes

e principalmente, órgãos públicos é

apenas uma das lutas. A educação é

outro ponto importante, pois no Brasil

22% dos deficientes são analfabetos.

Vale lembrar que a repetência entre

crianças e jovens com deficiência é

quatro vezes maior do que nos índices

de pessoas não-deficientes.

Muitas vezes lembrados como

minoria, os portadores de necessida-

des especiais representam 15% da

população brasileira, segundo dados

do IBGE no ano 2000. Dos, aproxi-

madamente, 25 milhões de pessoas

que declararam ter algum tipo de de-

ficiência, 70% afirmaram não sair de

casa por problemas socioeconômicos

ou por falta de informações.

Por isso, além do dia 21 de setem-

bro, outras seis datas no calendário

brasileiro lembram a importância da

luta destas pessoas.

• 26desetembro– Dia Mundial

do Surdo

• 11deoutubro– Dia Nacional da

Pessoa com Deficiência Física

• 16eoutubro-Dia Nacional dos

Ostomizados (pessoas que passa-

ram pela cirurgia de ostomia. Essa

cirurgia constrói um novo trajeto

para saída das fezes ou urina)

• 3dedezembro– Dia Internacio-

nal da Pessoa com Deficiência

• 5dedezembro– Dia da Acessi-

bilidade

• 13dedezembro– Dia Nacional

do Cego

• Lei Federal nº 7.853, de

24/10/1989, dispõe sobre a res-

ponsabilidade do poder público

nas áreas da educação, saúde,

formação profissional, trabalho,

recursos humanos, acessibilidade

aos espaços públicos, criminaliza-

ção do preconceito.

• Lei Federal nº 8.213, de

24/07/1991,dispõequeasempre-

sas com 100 ou mais empregados

devem empregar de 2% a 5% de

pessoas com deficiência.

• Lei Federal nº 10.098 , de

20/12/2000, dispõe sobre aces-

sibilidade nos edifícios públicos

ou de uso coletivo, nos edifícios

de uso provado, nos veículos de

transporte coletivo, nos sistemas

de comunicação e sinalização, e

ajudas técnicas que contribuam

para a autonomia das pessoas

com deficiência.

• Lei Federal nº 10.436, de

24/04/2002,dispõesobreoreco-

nhecimento da Língua Brasileira

de Sinais para os Surdos (LIBRAS).

Além de assinalar datas especificas que lembram a ação dessas entidades, é importante ressaltar o que já foi conquistado.

Dia da Luta Nacional

Data comemorativa

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Page 31: Revista Educa Brasil

31educabrasil • agosto 2011 • www.revistaeducabrasil.com.br

Page 32: Revista Educa Brasil

32

Programa de

Atualidade

O Programa “Se Essa Rua Fosse Mi-

nha”, criado em 2006 pelo empresário

curitibano Faruk El-Khatib, consiste na

distribuição de materiais didáticos so-

bre o bom comportamento no trânsito

para estudantes e docentes de escolas

municipais de todo o país. O kit é

composto por um livro do aluno, um

dos pais e outro dos professores, um

manual de instruções, DVD, um jogo

da memória, um cartaz, uma bolsa de

material reciclável e um certificado de

conclusão de curso. O objetivo é incen-

tivar o respeito e civilidade nas ruas.

De acordo com Faruk, o Programa

"Se Essa Rua Fosse Minha" incentiva o debate sobre o trânsito nas escolas municipais de todo o país. Até o fim de 2011 o programa beneficiará um milhão de alunos

Da redação

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Page 33: Revista Educa Brasil

33

no Trânsito conscientiza 800 mil alunos brasileiros

Educação

atualidade • Programa de Educação no Trânsito conscientiza 800 mil alunos brasileiros

Década de Ação Pela Segurança no Trânsito

A Organização das Nações Uni-

das (ONU) editou uma Resolução,

em fevereiro de 2010, instituindo

um período de dez anos dedicado à

segurança no trânsito, que começou

no dia 11 de maio do ano passado

e prossegue até 2020. Foram reco-

mendadas, aos seus países membros,

medidas imediatas de atenção e pre-

venção contra a violência no trânsito,

que se revela como a principal causa

de morte prematura e de ferimentos

incapacitantes na população jovem

de todo o mundo.

aparece como o mais completo já

visto no país, sobre o tema ao qual se

propõe a abordar. Dentre os seus dife-

renciais está o tempo de duração: du-

rante cerca de oito meses, temas como

leis de trânsito, dicas para pedestres,

comportamento adequado dentro

dos veículos, cuidados no transporte

escolar, atenção na entrada e saída

de escolas, atenção em locais onde a

sinalização é precária, preservação do

meio ambiente, segurança na hora

de se divertir e exercícios de cidadania

são abordados em sala de aula. Além

disso, é disponibilizada uma cartilha

para os pais, que também aprendem

sobre o tema.

“Além disso, para aplicar o Progra-

ma aos alunos, os professores recebem

uma capacitação para melhor aprovei-

tamento do material durante a grade

curricular”, explica Faruk. “O Progra-

ma atinge diretamente os alunos do

1.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental

e indiretamente os educadores, pais,

transportadores escolares e a comuni-

dade em geral”, afirma.

Durante dez anos o empresário

Faruk pesquisou e avaliou os dados

do trânsito brasileiro e se deparou

com números preocupantes. “Os

assustadores números de mortes e

acidentes me motivaram a criar algo

nessa área”, explica.

Atualmente, os números do “Se

Essa Rua Fosse Minha” no Brasil são

bastante expressivos: 800 mil alunos

atendidos, mais de 120 municípios

beneficiados e mais de 3.500 pro-

fessores capacitados desde 2006. As

perspectivas são igualmente otimistas:

o programa deverá ultrapassar a marca

de um milhão de alunos até o final

de 2011.

O desafio é reduzir em 50% os

índices de mortos e feridos, por meio

do comprometimento de todas as

esferas de poder e da efetiva parti-

cipação da sociedade não só colabo-

rando com atitudes preventivas, mas,

principalmente, no acompanhamento

das ações.

Os números de acidentes de

trânsito no mundo e no Brasil são

assustadores: mais de um milhão de

pessoas morrem nas ruas e estradas

do mundo a cada ano. No Brasil,

as estatísticas indicam cerca de 50

mil mortos anuais. No nosso país, o

numero de feridos ultrapassa os 500

mil anuais.

Dentre as ações que devem ser fei-

tas na próxima década, está a realiza-

ção de ações educativas e campanhas

de conscientização que previnam os

acidentes. E este é o objetivo do “Se

Essa Rua Fosse Minha”, que visa uma

solução efetiva de educação de base,

inserido nos primeiros momentos de

formação do cidadão, fazendo com

que o trânsito do futuro seja mais

humano e seguro.

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Page 34: Revista Educa Brasil

34

Economia

Filhos podem te levar

A chegada de um novo membro

na família costuma ser alegre, mas

também provoca mudanças nas

finanças. Com o passar dos anos os

gastos tendem a aumentar, pois o

início da vida escolar prevê compra de

material escolar, uniforme e refeição,

além do transporte. Outro motivo que

encarece a criação dos filhos é que

com a idade eles passam a ser mais

exigentes.

Com tantas opções disponíveis no

mercado, tanto em materiais escola-

res quanto em vestuário, produtos

alimentícios e brinquedos, as crian-

ças parecem preferir sempre os mais

caros. Para não ultrapassar o que foi

previsto no orçamento, os pais devem

ficar atentos aos pedidos dos filhos.

Missão que nem sempre é fácil. De

acordo com pesquisa do InterScience,

realizada em 2003, 80% das famílias

são influenciadas pelas crianças na

hora da compra. A decisão de que

marca levar para casa também pas-

sa pelo julgamento dos filhos. Dos

4.013paisouvidosnapesquisa,63%

afirmam levar em conta essa opinião.

Lidar com consumismo é difícil, ainda mais quando são os filhos que pedem os mais diversos produtos

Por Ailime Kamaia Espinola Moreira

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Page 35: Revista Educa Brasil

35

à falênciaA assistente financeira Cristiane

KulikémãedeLeonardo(14)eprio-

riza as necessidades do filho na hora

de analisar as finanças. “Acredito que

a maioria das mães, como eu, deixa

de fazer algumas coisas para poder

oferecer o melhor para os filhos”,

acredita Cristiane. Mas a assistente

financeira avisa que não é por isso

que satisfaz todas as vontades do

filho. Sua preocupação é garantir

educação, saúde, boa alimentação e

lazer, ou seja, promover o bem-estar

de sua cria.

Considerar as escolhas dos filhos

é importante, mas é preciso estar

atento para o que realmente é neces-

sidade e o que é apenas desejo. Para

entrar num acordo do que entrará ou

não nos gastos da família, a dica é o

diálogo. “Saber ensinar não prejudi-

cará as crianças, ao contrário, serão

conscientizadas do que é ou não é

prioritário e preferencial”, esclarece o

especialista em Economia Doméstica,

Cláudio Boriola.

A designer Priscilla Perlatti utiliza

essa abordagem com suas filhas,

economia • Filhos podem te levar à falência

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Page 36: Revista Educa Brasil

36

Stella (6) e Lia (3), e costuma negociar

inclusive passeios e viagens. Quando

não atende à solicitação de uma das

filhas, o remédio também é o diálogo.

“Aqui sempre tem conversa e me

sinto na obrigação de explicar porque

daquela vez tive que recusar o pedido

de compra”, ensina a designer.

Um dos aspectos importantes a

ser considerado na hora de sair às

compras é o valor da rentabilidade da

família. Gastar mais do que se ganha

é o primeiro passo para afundar nas

dívidas. Por isso os pais devem passar

para os filhos quais valores devem

ser seguidos e demonstrar qual é o

estilo de vida que pode ser financia-

do. “Passar para as crianças o que

a família pode oferecer, evitando a

‘angústia’ de desejar o que parece

bom nas propagandas e na casa do

vizinho e que está longe ou tão difícil

de alcançarmos”, filosofa a jornalista

Sam Shiraishi.

Sam é mãe de Enzo (11) e Giorgio

(8), e tem bem claro que a compra

não deve ser motivo de sofrimento ou

humilhação. Afinal, melhor convencer

a criança que a aquisição deve ser

postergada do que ver o nome entrar

na lista do SPC ou Serasa. Para isso

não acontecer é primordial evitar a

ansiedade, e esse conselho vale para

pais e filhos. Muitas vezes a compra

de um produto gera esse sentimen-

to, pois pais que trabalham muito

podem querer suprir a ausência com

presentes. Segundo a pesquisa da

InterScience é justamente este o perfil

Economia

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Page 37: Revista Educa Brasil

37

dos pais “gastadores”. Costumam

trabalhar fora, têm dificuldade para

impor limites e quando não compram

o produto solicitado se sentem frus-

trados e com remorso. Nesses casos,

mais importante do que ter na ponta

da língua uma planilha financeira é

saber gerir a família.

Além de impor limites e manter

espaço aberto para o diálogo, é im-

portante que os pais dêem exemplos

de uma relação sadia com o dinheiro.

Comprar exageradamente e depois

avisar os filhos que nada ganharão,

pois é preciso saber poupar - não é o

caminho mais indicado. Por isso no

momento de definir as prioridades

da família, é bom incluir as crianças e

fazer um acordo em que as decisões

ali firmadas serão cumpridas por

todos. Assim como boas maneiras,

educação financeira também se

aprende em casa.

Os pais devem ficar atentos ao

“tipo” de gasto que há em cada

fase. Quanto maior a criança, maior

o gasto. Os valores iniciais gastos em

fraldas e remédios podem assustar,

mas a fase que vai de zero a três

anos de idade será a mais barata. No

total, do nascimento até os 23 anos

(quando, teoricamente, o “pequeno”

concluir a faculdade) os pais terão

gasto no mínimo 1,6 milhão de reais.

A estimativa é para uma família classe

média alta brasileira e está de acordo

com umas maiores pesquisas feita no

país sobre o assunto, realizada pelo

Instituto Nacional de Vendas e Trade

Marketing (Invent).

A compra de brinquedos, compu-

tadores e telefone celular representam

sete por cento desse total. E é nesse

quesito que os filhos tendem a ser

mais insistentes quando pedem. Sam

Shiraishi sabe bem o que é isso. Há

algum tempo, Giorgio, seu filho ca-

çula, vem insistindo na compra de um

videogame portátil. “Ele até poderia

entrar no orçamento em alguma oca-

sião especial, como o Natal, mas como

é individual, teria que ser um para cada

criança – e aqui são dois”, reflete a

jornalista. Os apelos do caçula ainda

não a convenceram, mas Sam con-

fessa que tem um ponto fraco: livros.

“Se eles me pedem livros preciso me

controlar para não comprar”, admite.

Independente do produto a ser

comprado, é saudável ensinar os

filhos a economizarem para comprar

o que tanto desejam. Priscilla Per-

latti coloca a lição em prática. “As

meninas já aprenderam que quando

querem alguma coisa, precisam guar-

dar certa quantia para ter dinheiro

suficiente para comprar”, apregoa

a designer.

Além disso, outra estratégia é

presentear apenas quando a criança

merecer. E esse “merecer” depende

do critério estabelecido dentro de

cada família. Na casa de Cristiane

Kulik é assim. “Ele sabe muito bem

que só terá o que quer se for bem

na escola, se comportar e ajudar em

casa”, conta a mãe de Leonardo.

Isso só é possível graças à co-

municação que há dentro destas

famílias. Depois de ler essas dicas e

exemplos, não se sinta mal na hora

de dizer “não” aos pedidos dos filhos.

Afinal, como bem lembra o consultor

financeiro, Cláudio Boriola, “não”

quer dizer simplesmente razão. E

ninguém quer uma vida financeira

descontrolada.

Aprenda e ponha em prática:

Fazer uma planilha com os gastos e despesas da família. É preciso saber como está sendo gasto o dinheiro.

A preocupação com a saúde financeira da família não pode acontecer apenas nos momentos de “crise”.

Conscientizar os filhos desde pequenos sobre a importância do dinheiro e como consumir de forma consciente.

Programar as compras, prevendo as necessidades de todos os membros da família.

Quando for decidido que um produto deve ser adquirido, fazer uma pesquisa de preço. Se possível, negociar o preço avaliando condições de pagamento mais vantajosas.

Aprenda a dizer “não” para os filhos. Se a criança pedir algo que não está previsto no orçamento, não compre, mas explique o porquê dessa decisão.

*Consultoria: Cláudio Boriola, consultor financeiro e especialista em economia doméstica e Direito do consumidor.

economia • Filhos podem te levar à falência

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38

COLUNA

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39

apartamentos são entregues no projeto Minha Casa Minha Vida

704

coluna • Coluna do Ponce

Em um evento emocionante que

ocorreu no Complexo Paiva, a pre-

feita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera,

entregouos704apartamentosdos

recém-inaugurados Condomínios Jar-

dim “José Wilson Toni”, que integra

o projeto Minha Casa Minha Vida.

O evento não só contou com as pre-

senças da prefeita e da ilustre Dona

Neusa, mãe do falecido jornalista que

As moradias foram entregues pela prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera

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Page 40: Revista Educa Brasil

40

COLUNA

dá o nome ao local, como também

de Solange Toni, irmã de Wilson

Toni, além do vice-prefeito Marinho

Sampaio, o presidente da Câmara dos

Vereadores de Ribeirão Preto Nicanor

Lopes, o juiz da 1ª Vara da Fazenda

Pública Júlio Cesar Spoladore Do-

minguez, o presidente da COHAB-RP

Sílvio Martins, o gerente regional da

Caixa Econômica Federal, instituição

que financiou todas as moradias,

Alfredo Eduardo dos Santos, entre

várias outras personalidades impor-

tantes da cidade que contribuíram

para a concretização do projeto. Isto

sem falar nas mais de 700 famílias,

saídas de seis favelas da cidade, que

compareceram para já realizar a vis-

toria de seus novos apartamentos, e

a presença de todos os parentes, ami-

gos e conhecidos que foram prestigiar

a entrega e compartilhar da alegria

dessas famílias carentes. O programa

“Sociedade em Destaque na TV” foi

ao local conferir a entrega e Carlos

Ponce conversou com as autoridades

presentes.

Carlos Ponce com Solange Toni e Dona Neusa, irmã e mãe de Wilson Toni

Ponce entrevista o vice-prefeito Marinho Sampaio

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coluna • Coluna do Ponce

Esteve presente o presidente da COHAB-RP Sílvio Martins Calos Ponce e o juíz Júlio Cesar Spoladore Dominguez

O gerente regional da Caixa Econômica Federal, Alfredo Eduardo dos Santos

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Esporte e lazer

Hoje tem circo? Tem, sim senhor!

Escolas inovam e fazem do picadeiro a sala de aula

Da redação

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Page 43: Revista Educa Brasil

43

F azer cambalhotas, se equilibrar

no tecido acrobático ou manter bo-

linhas “flutuando” no ar. Cenas de

um circo? De uma academia? De um

show de acrobacias? Nada disso! As

peripécias são realizadas por alunos

do ensino fundamental de Curitiba.

As escolas optaram por oferecer

as aulas de circo devido os benefícios

que a atividade proporciona. “São

várias as camadas de aprendizagem,

uma delas é a parte física-motora, que

desenvolve força, coordenação mo-

tora, lateralidade e noção espacial”,

explica a professora de circo da Escola

Lumen, Marina Prado.

Além de melhorar a condição

física dos que praticam os exercícios,

as aulas de circo estimulam a criativi-

dade, a sensibilidade e a integração

entre as crianças. Outro fator é o

autoconhecimento. “Durante as aulas

cada criança vai percebendo seus li-

mites, seus medos, suas ansiedades”,

relata Marina. As aulas de circo tam-

bém provocam maior concentração

dentro da sala de aula, já que os

alunos gastam muita energia durante

as atividades.

Diretora da Escola Projeto 21, Yara

Amaral, aponta outro benefício. “A

criança que se vê superando os de-

safios no circo consegue transpor a

segurança obtida também em outras

áreas”. Yara é responsável por uma

das escolas pioneiras na adesão do

circo como atividade extraclasse. O

Projeto 21 conta com a atividade há

13 anos.

Em geral, os pais sentem a diferen-

ça no comportamento dos filhos em

pouco tempo de aula. Mesmo assim,

quando a escola oferece a atividade,

alguns pais se surpreendem. A coor-

denação da Escola Projeto 21 explica

o motivo da surpresa. “A ideia que

nós temos hoje em dia é contraditó-

ria: ou pensamos no circo mambem-

be, artesanal, ou num ‘Circ Du Soleil’,

um espetáculo pirotécnico”.

A aluna Letícia Viana Ramos (10),

pratica os exercícios há quatro anos

e meio e se encantou pela atividade

desde o começo das aulas na escola.

“Sempre ficava vendo que os mais

velhos que eu faziam muita coisa no

circo e eu queria tudo isso também”,

relembra Letícia. Uma das atividades

que a aluna desejava aprender é o

tecido acrobático, mas só pode se

dedicar ao aparelho no segundo ano

de circo. No começo fazia exercícios

com malabares e o seu preferido era

o prato chinês.

Isso acontece porque o professor

pode restringir algum exercício de

esporte e lazer • Hoje tem circo? Tem, sim senhor!

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Page 44: Revista Educa Brasil

44

acordo com a idade ou tamanho da

criança. Marina Prado costuma dividir

as aulas em quatro momentos. Alon-

gamento e relaxamento são feitos

no início e final das aulas, depois são

realizados exercícios circenses de três

técnicas diferentes. A primeira é a de

acrobacia de solo, em que a criança

fará movimentos como cambalhotas

e parada de mão. O segundo é o de

malabarismo, em que os exercícios

exigem muita coordenação e equilí-

brio. O último é de acrobacias aéreas,

em que os alunos fazem contorcionis-

mos em tecidos e na lira.

Marco Antonio Fonseca é pro-

fessor de circo da Escola Projeto 21

e além das aulas de malabarismo,

acrobacia no solo e aérea, utiliza

técnicas de teatro. Os alunos tam-

bém desenvolvem atividades em que

atuam como personagens circenses,

como atirador de facas e engolidor

de fogo. Essas atividades incentivam a

ludicidade. “Nós brincamos muito na

Esporte e lazer

aula de circo e as crianças assumem

vários personagens enquanto prati-

cam o que gostam”, lembra Marco

Antonio.

Com três grupos de diferentes

idades, num total de 62 alunos, a

diretora da Escola Projeto 21 acredita

que a escola consegue cumprir com o

seu papel aliando as aulas de circo às

demais atividades regulares. “Nosso

objetivo sempre foi estimular a cria-

tividade, desenvolver possibilidades

de nossos alunos se tornarem sempre

autoconfiantes”, afirma Yara.

Com tantas benefícios, a pers-

pectiva é que as aulas de circo sejam

adotadas em outras escolas. E mesmo

quem não percebe essas melhoras

no desenvolvimento, também apóia

a expansão da atividade. “Não sei se

fazer circo me ajuda em outras coisas,

mas eu gosto mesmo é de fazer circo”

exclama a estudante.

LiraA lira consiste num arco de ferro preso ao teto por uma corda. Os mo-vimentos neste aparelho exigem muita concentração, já que a pessoa que o pratica se movimenta dentro da circunferência e impulsiona o arco para frente, para trás, para os lados ou gira em torno do seu eixo.

Tecido acrobáticoDois pedaços de panos presos no teto e que alcançam o chão servem de apoio para o praticante. Movimentos de acrobacia e de queda são exercidos no aparelho. Beneficia a flexibilidade e aumenta a resistência muscular.

Prato chinêsPratos específicos para a atividade circense. Devem ser equilibrados por uma vareta.

MonocicloUma bicicleta com apenas uma roda. Para conseguir andar para frente e para trás são necessárias duas semanas de treino diário. O exercício exige coordenação, equilíbrio e força (principalmente nas pernas e no abdômen).

TrapézioÉ uma barra presa por duas cordas, que pode funcionar como um balan-ço. Algumas atividades consistem em saltar de um trapézio para outro, com o aparelho em movimento.

Perna de pauExistem dois modelos de perna de pau. Um dos modelos é preso nos pés ou nas pernas por meio de presilhas. O outro conta com um apoio para as mãos. Mas o objetivo é o mesmo, se equilibrar em cima das longas pernas artificiais.

Conheça algumas atividades e aparelhos presentes nas aulas de circo.

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Page 45: Revista Educa Brasil

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Relacionamentos

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Page 47: Revista Educa Brasil

47

Dificuldadesno relacionamento infantil

A criança com dificuldades de relacionamento pode se

mostrar um tanto quanto tímida, agressiva , auto estima baixa

, retraida, isolada, falta de comunicação com os demais, po-

rém estes sintomas podem ser de origem física ou emocional,

sinalizando alguns transtornos como por exemplo: depressão,

transtornos de aprendizagem, déficit de atenção e hiperati-

vidade, transtornos de comportamento, de ansiedade, doen-

ças psicossomáticas, problemas de personalidade e, menos

freqüentemente, o autismo e a esquizofrenia. Este é um caso

negativo, podendo ocasionar maiores complicações futuras e

deve ter acompanhamento médico terapêutico.

Por outro lado, há quem goste de privacidade, não se re-

lacionando como o normal, preferindo estar só, mas nem por

isso deixa a desejar caso alguém a procure. Este tipo de relacio-

namento podemos dizer que é neutro por não comprometer a

criança com suas emoções e nem quem está em seu convívio.

data especial • Presentes para os pais

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Por Valéria Tiusso Segre Ferreira - Psicopedagoga clínica e Institucional

Page 48: Revista Educa Brasil

48

Independente da causa, para que

a criança se relacione com os demais,

o adulto que está auxiliando deve

manter um ambiente de igualdade,

afetivo e respeitável.

Os pais são os pilares para a

construção estruturada do desen-

volvimento cognitivo e sócio-cultural

destas crianças , a partir das suas

vivências e também das dos outros,

Pois a inteligência, a motivação, a

curiosidade, históricos culturais, afeti-

vos emocionais que compõem o meio

no qual ela está inserida são fatores

próprios da criança.

Os educadores, professores, enfim

todos os que fazem parte da escola

devem compartilhar as formas de

ajudar na condução do processo de

inserção social e desenvolvimento in-

dividual destas crianças.Na atualidade

o papel da afetividade na escola tem

sido assunto muito debatido, e defen-

dido por psicopedagogos,psicólogos,

professores,etc..e os profissionais que

adotaram esta prática pedagógica

confirmam a evidência positiva al-

cançada, nos relacionamentos e na

aprendizagem .

Relacionamentos

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Page 49: Revista Educa Brasil

TACOS

TACOS

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CHURROS RELLENOS

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TORTILLAS

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