Revista Domingo nº 617

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Jornal de Fato | DOMINGO, 18 de agosto de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Na semana em que se comemora o Dia do Folclore, DOMINGO traz uma matéria so-bre a importância do resgate do conjunto

de tradições e manifestações populares, sufocadas pela cultura cada vez mais massificada, nessa era em que ferramentas como a internet facilitam o acesso a todo tipo de informações, mas, muitas vezes, padro-nizam os costumes das pessoas.

Apesar da importância da data, em nossa cidade as comemorações são tímidas, tendo as poucas mani-festações restritas ao ambiente escolar.

Você é tímido? Fica nervoso quando precisa falar para um grupo de pessoas, mesmo conhecidas? Do-mingo traz uma matéria sobre o medo de falar em público. Psicóloga, Julita Gomes, fala da timidez, mal que atinge grande parte das pessoas, podendo gerar grandes prejuízos.

O entrevistado da semana, Sebastião Almeida, que está pela terceira vez na presidência da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Mossoró), falou sobre o projeto de lei que está tramitando no Senado, que prevê o corte de recursos da educação para insti-tuições que tratam pessoas com necessidades espe-ciais. Para ele, o governo federal está sufocando essas instituições com a justificativa de que beneficiários têm que estudar em escolas da rede comum, apesar de não ter preparado os municípios para absorver a demanda. Sebastião Almeida diz que não acredita que projeto de lei seja aprovado.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Dia do Folclore

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Colunista Davi Moura: Espaguete à parisiense

Apesar da grande relevância do tema, Dia do Folclore é marcado por comemorações tímidas

Rafael Demetrius:Como se tornar o funcionário do mês

Adoro comer

Folclore

Sua carreira

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Psicóloga fala sobre o medo de falar em público que atinge um grande número de pessoas

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JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Damiana não via a hora do ôni-bus chegar em São Paulo. Começar uma nova vida. Se

o marido não fosse um morto nas calças, e já teriam lá em São Paulo, cidade de muito trabalho, uma vida de gente. Mas graças a Deus ele tinha criado coragem, a mudança pra São Paulo.

Ao lado da mulher, o lado da janela, o olhar perdido nas coisas ficando pra trás na velocidade do ônibus, Jovelino era só tristeza, numa sensação de mor-te. Sem estudo, sem profissão, nem o ofício de servente de pedreiro tinha aprendido na vida, o que é que ia fazer em São Paulo. Ainda mais, não tinha lá parente nem aderente. Apertava-lhe o coração a única certeza que tinha – ser lá mais um morador de rua.

Pelo menos, na sua cidadezinha pos-suía um casebre pra morar, taipa esbu-racada, cobertura de palha de carnaú-ba, mas afinal, tinha um teto. E naque-le mundão de São Paulo? Controlando-se pra não chorar. Já arrependido. Não devia ter ido pela cabeça da mulher, São Paulo é pra quem tem estudo ou profis-são. Era um trabalhador de biscates. Ao contrário de Damiana, Jovelino dese-java era que a viagem fosse sem fim. Ali calado, moído por dentro.

Também na sua cidadezinha conhe-cia todo o mundo; se lhe faltava serviço, não faltava quem lhe desse uma ajuda,

Angústia de morte

matava um preá no mato pra comer com a mulher e os filhos, e não dormia na rua feito cachorro. Começou a ter raiva de Damiana, que lhe botara aquilo na cabeça. Que diabo ia fazer naquele mun-dão sem fim, não tinha estudo nem pro-fissão. Maluquice da cabeça da mulher. .Morto de arrependido.

A vista pregada nas coisas correndo pra trás na corrida do ônibus, Jovelino mal respondia o que a mulher lhe fala-va, o filho mais novo, de dois anos, quei-mando em febre. A garganta tapada. Os

olhos vermelhos. Nem olhava pro filho doentinho; já estava por tudo.

De repente, já anoitecendo, eis que lhe apavora os olhos, visão do inferno, aquele derramamento de luzes lá longe, do tama-nho do mundo, muito perto e muito além daquela imensidão de lixo. São Paulo. Num ímpeto, Jovelino levou as mãos à cabe-ça, encolhendo-se como quem toma um soco no estômago, e não pôde abafar o choro, precedido de um grito que lhe saiu com a força de um vômito.

– Meus Deus!

Já se aproximando dos trinta anos, de cada vez ia perdendo a esperança de um bom casamento, o sentido aqui, naturalmente, de um padrão de vida melhor.

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entrevista

SEBASTIÃO ALMEIDA

Por NARA [email protected]

“Ainda está tão duvidosa

essa coisa dessa lei que eu findo

acreditando que não vai dar certo”

Natural de Janduís, o professor de Matemática aposentado Sebastião Almeida de Medeiros chegou a Mossoró em 1968, para morar na Casa do Estudante. Durante boa parte de sua vida, dividiu-se entre o trabalho em salas de aula na rede pública de ensino e a incansável luta em prol das pessoas com necessidades especiais,

através do movimento apaeano. Sebastião Almeida é um dos fundadores da Associação de Pais e Amigos dos Excep-cionais (APAE) em Mossoró e está em seu terceiro mandato como presidente da instituição. Nesta entrevista, ele fala de projeto de lei que está tramitando no Senado que prevê o corte de recursos do Fundo de Manutenção e De-senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) para instituições que atendem a pessoas com necessidades especiais. O assunto polêmico tem sido alvo de protesto em todo o País, já que, com o corte, instituições como a Apae podem fechar as portas.

DOMINGO – Como é estar na presi-dência da Apae mais uma vez?

SEBASTIÃO ALMEIDA – É a terceira vez que eu presido a Apae e me consi-dero uma pessoa de sorte por presidir a Apae, e de fazer o pouco que eu já fiz pela instituição. Eu digo pouco, porque ela precisa que se faça muito por ela pe-los serviços que ela realiza. Ter constru-ído essa sede é uma coisa que me deixa orgulhoso, apesar de não precisar que tenha uma placa aqui na instituição que identifique que fui eu quem construiu. Eu gosto mesmo é de ajudar a Apae, não de presidir. Eu costumo dizer que

a melhor coisa na Apae não é você pre-sidi-la; é ajudar. Presidir a Apae é um abacaxi grande, porque o presidente tem a responsabilidade de fazer a ins-tituição funcionar, e a estrutura que a Apae de Mossoró tem hoje não é barata. É uma estrutura cara para uma entida-de que não cobra pelos serviços que re-aliza. Nós precisamos aqui, no mínimo, de R$ 70 mil por mês e nós não temos esse dinheiro. A Apae nunca consegue a receita para poder cobrir as despesas que ela tem mensalmente, com água, luz, telefone, obrigações sociais, folha de pagamento, entre outros custos. Nós

temos parceria com os três níveis de governo – Município, Estado e Federal –, mas a gente não consegue arranjar a receita. Somos muito gratos à sociedade que gosta da Apae, que acredita nesse trabalho que a Apae desenvolve não só em Mossoró, mas no Brasil inteiro. Somos mais de 2.100 Apaes no Brasil, somos a maior rede de apoio a pessoas com necessidades especiais no Brasil e uma das maiores do mundo, mas sem-pre com o pires na mão.

NOS últimos dias muito tem se fala-do sobre o possível fechamento das Apa-

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es, devido a um projeto de lei que está tramitando no Senado. Qual a proposta desse projeto?

NESSE meu retorno à presidência, eu já sabia que o Governo Federal, através da lei 11.494 de 20 de junho de 2007, quer acabar com instituições que cuidam de pessoas com necessidades especiais, a verdade é essa. E as Apaes no Brasil que funcionavam como escola já não podem exercer esse papel. O primeiro grande prejuízo que a Apae de Mossoró teve foi a perda da merenda escolar, e nós temos aqui 300 crianças todos os dias, para co-mer de manhã e de tarde, mas nós perde-mos a merenda escolar por força dessa lei. Eu vou falar pelas Apaes, porque é a insti-tuição que eu venho defendendo durante 40 anos. Eu sou um defensor intransigen-te dessa causa da pessoa com necessida-de especial. Com essa lei, o Governo quer acabar com uma escola para criar outra. A gente entende que isso não é necessário. Deixe eu explicar: o Governo quer tirar, e já tirou as crianças da Apae de Mossoró para colocar na rede normal de ensino.

OS MUNICÍPIOS estão preparados para receber essa demanda?

É ISSO que eu condeno. Tudo que é encontro seminário, congresso que a gen-te discute essa causa, vê que o grande erro é o Governo criar a lei e não preparar as escolas para receber as nossas crian-ças. O Governo quer que isso aconteça, mas não criou, como ele diz aqui na lei, a sala multifuncional, essa estrutura de nome bonito, mas que não é encontrada em todas as unidades educacionais. Aqui na Apae, nós temos uma. Eu posso mos-trar, mas nas escolas do município eu não conheço. Eu quero que me convidem para eu ver onde está essa sala. Nossas crian-ças estão indo para a escola da rede nor-mal, e a gente acompanha para ver como está essa criança nessa escola que não foi preparada para recebê-la. Para você ter ideia, a minha esposa estava estagiando em uma escola do Estado e eu pude ver a aberração do que quer essa lei. Eu vi uma mocinha da Apae deitada lá no chão, com os outros colegas fazendo bolinhas de pa-pel e atirando nela. A professora estava completamente desnorteada porque ela não estava sabendo cuidar de duas coisas que estavam acontecendo ali: a educação especial para a menina que estava deita-da no chão e a educação que ela estava querendo oferecer àquele grupo que ati-rava bolinhas de papel na menina. Ela não estava sabendo fazer nem uma coisa nem outra, porque aquela sala não estava nem de longe preparada para receber aquela menina, ou seja, a presença daquela me-nina atrapalhou o que a professora que-ria fazer ali. Eu acho que não está dando certo. Nós queremos que o poder públi-co, nos três níveis, assista à população, a mim, a você, a crianças com necessidades especiais e a todas as crianças; nós que-remos isso. Como presidente voluntário,

é isso o que eu quero, mas a lei precisa melhorar muito a estrutura das escolas para poder dar certo.

QUAL a justificativa da lei para trans-ferir esses alunos para a escola comum?

EU SÓ penso que alguém lá no seu ga-binete bonito em Brasília (DF), alguém de paletó e gravata, com motorista e carrão preto na garagem preparou uma coisa as-sim e convenceu a alguém a dizer que é isso que vai dar certo, e eu não acredito que essa pessoa que fez isso esteja mais lá. Preparou a batata quente e jogou aí, porque desde 2007 que rola essa história. Nós tivemos um presidente, o Luiz Edu-ardo Barbosa, ex-presidente da Federação Nacional de Apaes, deputado federal por Minas Gerais, que é eleito pelas Apaes de Minas Gerais. Ele é um danado a favor dessa causa. Ele hoje não é mais presi-dente da Federação, porque terminou os dois mandatos seguidos, mas ainda é de um conselho poderoso da Federação. Ele briga lá em Brasília. Ele está lá, lutando contra isso. Ele foi eleito o parlamentar do ano. O que me conforta é que ele deve estar lá enchendo o saco de tudo que é deputado e senador para que isso não aconteça. Agora já tem Apae que esque-ceu essa coisa, já trabalha a nova reali-dade da lei. A inclusão é louvável, só que eles não deram condições para que isso acontecesse. A escola está pronta para re-ceber esses alunos? Não está. O professor foi preparado para trabalhar com eles? Não foi. A escola recebeu recursos para se adaptar? Não recebeu. Eu defendo que o Governo ofereça tudo, como as mani-festações colocaram nas ruas: ensino de qualidade, saúde de qualidade, padrão Fifa para os serviços públicos. Eu estava em São Paulo em uma daquelas grandes manifestações e eu me emocionei quan-do eu vi aquela multidão passando, que-

rendo isso. E é o que eu quero também. Nós temos direito a isso. Nós pagamos caro demais, para não ter retorno.

A APROVAÇÃO do projeto pode real-mente levar ao fechamento das Apaes?

NA VERDADE, o Governo Federal está sufocando as instituições que cui-dam da clientela que as Apaes cuidam. Nós temos um certificado de regularida-de de instituições filantrópicas, a Apae por exemplo. A Apae de Mossoró tem mais de 40 anos. Completou 40 anos no último mês de março. Precisa dizer a quem? À Prefeitura, ao Estado, ao Go-verno Federal, a você, a quem, que a Apae é uma instituição filantrópica, se está na documentação toda, no estatuto? Mas, se o Governo Federal, que é quem controla o Cebas (Certificado de Entida-de Beneficente de Assistência Social), não renovar anualmente esse certifica-do, as instituições não podem receber verbas do Governo Federal, por exemplo as emendas parlamentares do deputados federais dos senadores, porque nós esta-mos condicionados a ter esse certificado em dia. A Apae de Mossoró não está com esse certificado em dia porque o Gover-no Federal não renova. Nós dependemos do Governo, a nossa parte está feita, mas nunca sai. Se eu lhe disser que não pa-gamos a folha de julho porque não temos dinheiro para pagar, que é R$ 42 mil, e temos quase R$ 800 mil só do Governo Federal para receber e não temos a cer-teza de quando vamos receber e se va-mos receber. Isso é muito desanimador para nós que cuidamos da instituição, ao mesmo tempo que a gente sabe que o Governo mexe com muitos milhões e milhões com outras coisas e uma causa como esta não está sendo vista; é triste.

ALÉM da parte educacional, a lei pre-

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entrevista

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entrevista

vê o encerramento dos atendimentos clí-nicos realizados por essas instituições?

NÓS não acabamos com a Apae de Mossoró ainda porque a gente não desis-te fácil. E as Apaes no Brasil todo ainda não acabaram porque a sociedade não deixa. O corte dos recursos previsto pela lei pode, sim, provocar o encerramento de todos os atendimentos. Mas, nós te-mos tentado buscar outras fontes. Nós vamos ao cidadão, a gente vai à socie-dade, e temos conseguido da sociedade a sobrevivência da Apae de Mossoró, que é querida, é respeitada e tem credibili-dade. A revista Seleções e o Ibope pro-movem todo ano a escolha da marca de confiança do Brasil. Há 11 anos, a Apae é eleita a marca de confiança, porque geralmente quem está à frente de uma Apae faz de tudo para não escorregar em uma casquinha de banana, cometer um errozinho de nada e isso chegar à socie-dade, que poderia até dar as costas para a Apae, por causa do erro.

COMO as famílias dos beneficiários da instituição estão acompanhando es-sas notícias?

O QUE a gente viu no congresso na-cional das Apaes é que os pais são terri-velmente contra. Eles sabem o que repre-senta uma Apae na vida dos filhos deles.

QUAIS os prejuízos que seriam provo-cados com o fechamento da instituição?

Nós temos criança aqui que foi en-contrada abandonada pela família na casa da avó, rastejando num piso de barro, parecia um animalzinho. É a his-tória de Breninha. Ela foi trazida para cá com quatro anos; hoje, está com vinte, cursando o ensino médio, e vai fazer as provas do Enem, para entrar no curso de Serviço Social. Ela é bailarina, é au-todefensora do movimento apaeano do Estado do Rio Grande do Norte. Ela é uma autoridade do movimento. Ela é a prova viva do trabalho realizado pela Apae. Ela mesma diz que a Apae a ensi-nou a andar, falar, ler, escrever. Ela fala assim como a gente? Não. Mas quando ela fala, eu entendo. Ela anda assim como a gente? Não. Mas ela anda e eu gosto do andar dela. Ela vem sozinha, vem de ônibus, namora, tem Facebook. Esse é só um exemplo, entre tantos, de como a Apae é importante. Quando essa questão da inclusão veio à tona para que essas pessoas estivessem lá na escola comum e quando elas chegaram lá e não encontraram nenhum tipo de acessibilidade nem na parte física nem na questão de material didático e da qualificação de professores preparados para acolher essa clientela, então o que aconteceu é que uma boa parte evadiu-se e voltou para casa, outros voltaram para a Apae, e o que a gente viu foi o fracasso, porque eles obrigam a matri-cular nessas escolas mas não dão con-

dições. Nós recebemos de volta crianças que já estavam em um patamar bem elevado de desenvolvimento, e tivemos que começar tudo de novo, porque sim-plesmente não deram continuidade ao trabalho que era realizado aqui; então, eles regrediram.

COM base na sua experiência com o movimento, o que poderia ser feito para garantir educação de qualidade a essa clientela?

O GOVERNO deveria se voltar para essa causa, para o movimento, com o olhar de que aqui dentro a coisa acon-tece. A nossa Janaína, quando chegou aqui, ela não era o que ela é hoje em relação ao trabalho que ela desenvolve aqui. Ela chegou capacitada, mas aqui dentro, com o contato, com a convivên-cia com crianças dos mais diferentes níveis de necessidade, são várias sín-dromes, dificuldades de aprendizagem, seja ela adquirida emocionalmente ou uma patologia, e o professor hoje, o te-rapeuta, ele tem que ter esse olhar di-ferenciado, tem que ter a sensibilidade, ele tem que acreditar que não existe só a formação acadêmica, mas inves-tir nas habilidades de cada aluno, em relação à música, ao teatro, à poesia, à dança. Esse é um espaço não escolar hoje, porque a Apae hoje não é mais uma escola especial, mas um espaço que trata as habilidades dessas pesso-as com necessidades. A escola comum hoje não é atrativa nem para os alu-nos ditos normais, e a Apae tem esse diferencial, o atrativo, o acolhimento.

O aluno se sente valorizado. A gente aprende muito com os alunos. A gente recebe lição de vida todos os dias, ad-quirimos uma bagagem enorme, com esse trabalho. Somos surpreendidos a cada momento. Sabe o que é uma Bre-ninha dançando no palco do Teatro Dix-huit Rosado? Eu não tenho coragem de ver. E olhe que eu estou mais do que acostumado. Nesses quarenta anos de Apae, eu ainda me emociono, eu choro com cada história de superação.

HÁ QUANTOS anos a Apae existe no Brasil e quantas unidades funcionam hoje?

SOMOS pioneiros. A primeira Apae no Brasil foi fundada em janeiro de 1954. De lá para cá, o movimento apaeano se espalhou pelo Brasil inteiro, a ponto de termos 2.186 unidades no País. Nós te-mos Estados no País com mais de 400 Apaes. No Sul, por exemplo, o movimen-to é muito forte.

QUAIS as conquistas da Apae em Mossoró ao longo dos seus 40 anos de história?

EU DIGO muito aqui: a Apae é mui-to visitada, e a gente gosta disso porque cada grupo que vem aqui, cada pessoa que nos visita e vê a Apae por dentro, vê o que a gente faz. É como se nós es-tivéssemos prestando conta dos nossos serviços. É importante porque essas pes-soas veem que a instituição existe, ela que começou do nada. Eu vi a Apae co-meçar em uma salazinha, eu vi as pes-soas pedindo uma cadeira que você não usava mais na sua casa, uma panela, um prato, uma colher, a Apae começou as-sim. A melhor coisa que a Apae ganhou no dia da fundação foi uma máquina de escrever do Banco do Brasil, porque o primeiro presidente da Apae que tinha um filho com síndrome de down, Cesar Leite, era um alto funcionário do banco e doou uma máquina usada. E hoje, a Apae tem toda essa estrutura, com instalações próprias, cresceu muito nesses quarenta anos. No Rio Grande do Norte, temos 17 unidades da Apae, sendo as principais em Natal, Mossoró, Caicó e Currais No-vos. Em Mossoró, temos uma equipe de mais de 60 pessoas, formada por peda-gogos, médicos, psiquiatra, pediatra, psi-copedagogo, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, tudo isso nós temos aqui. Essa é a escola que a lei poderia contem-plar. Não é aquela escola do professor coitado. Quem é que não sabe, quem é que não está vendo que a educação no Brasil está uma tristeza? O que eles querem é fazer no atacado e dizer que aprovaram 10 milhões, mas o camarada vai fazer vestibular e ainda não sabe ler. Eu sou professor, eu me aposentei como professor, então eu sei como é que está. Eu vibro com a Apae de Mossoró.

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Cultura

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Cultura

Dia do Folclore

Mesmo com importância da data, comemorações em Mossoró são tímidas

Num mundo cada vez mais glo-balizado, onde ferramentas como a internet encurtam

qualquer distância, facilitando o acesso a todo tipo de informação, é comum que as características locais de cada região sejam sufocadas pela cultura massificada.

Na semana em que se comemora o Dia do Folclore, que transcorre anual-mente em 22 de agosto, Domingo con-versou com profissionais da área da edu-cação para saber a importância de se manter viva a cultura popular de cada povo, que é composto por tradições e manifestações populares, constituídas por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes, que devem ser passados de uma geração para as outras.

Mesmo se tratando de um tema tão importante, em Mossoró a data é marca-

da por comemorações tímidas, realiza-das de forma isolada em algumas escolas da rede municipal de ensino, já que o Festival do Folclore, que era realizado anualmente pela Secretaria de Educação de Mossoró, com apresentações no Tea-tro Municipal Dix-huit Rosado, deixou de acontecer.

DOMINGO entrou em contato com a Secretaria de Educação do Município e conversou com a diretora pedagógica, Jailma Soares, sobre as comemorações em torno do Dia do Folclore.

A servidora informou que a última edição do festival foi realizada em 2010. Ela afirmou que o evento foi cancelado nos últimos anos devido à falta de con-dições de encaixar os custos da realiza-ção no orçamento do Município.

No entanto, Jailma Soares garantiu

que, a partir do próximo ano, o evento de-verá voltar para o calendário das atividades da educação municipal, devido ao seu grande valor cultural, pois tem o objetivo de manter viva a cultura, não só do nosso país ou nossa região, mas, principalmente, da nossa cidade e do nosso estado.

“Atualmente as escolas estão fazendo suas próprias programações, mas o fes-tival é muito interessante porque reúne todas as escolas em um momento festi-vo, com apresentações que visam ao resgate de alguns valores que não devem ser perdidos. Já estamos nos preparando com bastante antecedência para voltar a desenvolver o festival a partir do pró-ximo ano”, explicou.

Uma das escolas que fazem questão de incentivar o resgate das tradições e costu-mes locais é a Escola Municipal Rotary.

)) Alunos do 7o ano da Escola Municipal Rotary, durante momento de pesquisas

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Cultura

A unidade educacional que já é des-taque pelo bom desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ficando entre as cinco melhores escolas do Rio Grande do Norte, desen-volve anualmente um projeto no mês do Folclore, que tem como culminância das atividades realizadas ao longo de todo mês, em um dia de apresentações cultu-rais na escola.

Dorinha Lira diz que os alunos sen-tem muita falta do Festival do Folclore, que era realizado no município. “A esco-la sempre se envolvia e se destacava com as apresentações que fazia”, lembra.

riquezAs regionAisNeste ano, o projeto coordenado pe-

la professora responsável pelas discipli-nas de História e Artes da Escola Muni-cipal Rotary, Maria das Dores de Lira Costa, mas conhecida como Dorinha Li-ra, tem como tema “Riquezas Regionais do Folclore: resgates das tradições, cos-tumes e mitos”.

A professora diz que sempre fez ques-tão de trabalhar o tema com seus alunos, por acreditar ser de fundamental impor-tância para manter viva e difundir a his-tória e a cultura do nosso povo.

“Como a gente voltou do recesso le-tivo, no último dia 5, e fizemos algumas apresentações na 9ª edição da Feira do Livro de Mossoró (FLM), ainda estamos

preparando a programação do folclore”, comenta.

Desde a última semana, os alunos do Ensino Fundamental II, formados pelas turmas do 6º ao 9º ano, estão fazendo pesquisas relacionadas à temática cen-tral do projeto. Cada turma ficou respon-sável por estudar a respeito de uma de-terminada região do país, para apresen-tar características típicas de cada uma, como as danças, as comidas, os trajes típicos, os cultos dominantes, receitas da medicina popular, as simpatias, a li-teratura, os mitos e lendas.

O projeto é interdisciplinar, contando com a participação de todas as disciplinas da grade curricular. Dorinha Lira afirma que ao longo do mês, os professores es-tão incluindo nas aulas elementos do Folclore. “Nas aulas de português, por exemplo, os professores estão trabalhan-do textos da literatura de cordel, desta-cando os principais autores da cidade, os ditos populares”, explica.

A professora conta que o projeto des-pertou a curiosidade de todos os estu-dantes da escola, que estão adorando conhecer as histórias da região, trazen-do histórias contadas pelos parentes mais antigos, lembrando músicas que aprenderam quando eram mais jovens.

“É sempre muito bom o momento de pesquisa. Os alunos estão eufóricos. E a escola toda esta envolvida, todos os pro-

fessores, funcionários e alunos”, afirma.O dia de culminância das ações do

projeto será a sexta-feira, 30 de agosto, quando cada sala fará as apresentações baseadas na região que ficaram reserva-das. A programação deverá começar a partir das 16h, na própria escola.

Alunos AnimAdosOs estudantes da turma do 7º ano da

Escola Municipal Rotary, estão se diver-tindo com as pesquisas sobre o folclore brasileiro. Reunidos na biblioteca da es-cola, os alunos conversaram com DO-MINGO sobre o que mais estavam gos-tando dos momentos de pesquisa.

A estudante Luana Beatriz, de 12 anos, diz que está se divertindo porque está lembrando as histórias que ouvia quando era criança.

“O que eu mais gosto são das lendas, tem a do Boto, a da Iara, a do Bicho Papão. A gente também escuta as músicas que nossas mães cantavam para a gente. Eu descobri que minha mãe cantava de um jeito diferente, a mesma cantiga vai mu-dando de um lugar para outro”, fala.

Já a estudante Leonara Rebouças, 12 anos, diz que achou interessante saber que a lenda do Lobisomem, tão conhe-cida aqui no país, não é brasileira, é na verdade uma lenda de origem inglesa.

As alunas estão ansiosas pelo dia das apresentações.

)) Luana Beatriz, de 12 anos, diz que está se divertindo com pesquisas sobre lendas e mitos

)) Professora Dorinha Lira, coordenadora do Projeto do Folclore

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Timidez

Quem nunca sentiu aquele frio-zinho na barriga antes de apresentar um trabalho na

escola, ou na faculdade, ou ao participar de uma entrevista de emprego? O me-do de falar em público é comum, segun-do a psicóloga Julita Gomes, da Hap-clínica Mossoró.

Segundo a especialista, o receio de

falar em público está muito atrelado ao que é de cada um, porém, geralmente, vem de uma insegurança para estar se expondo. Afinal, nessa situação, é pre-ciso se colocar para um número de pes-soas (desconhecidas ou não), as quais estarão com as atenções voltadas para aquele sujeito, podendo julgá-lo, criti-cá-lo. E, isso se defronta com sua inse-

gurança e provavelmente com uma falta de autoconfiança, que são carac-terísticas inerentes à timidez.

A psicóloga Julita Gomes fala dos principais sinais provocados pela timi-dez. Ela explica que a insegurança é que gera o medo e, em decorrência dele, aparecem sintomas como: ansiedade, um nervosismo extremo, sudorese, tre-

Você é

tímido?Medo de falar em público

é comum e atinge grande parte das pessoas; psicóloga fala dos sintomas e de quando a timidez

pode ser considerada um problema grave

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Timidez

mores, gagueira, falta de ar, dores de cabeça, enurese excessiva, constipação ou diarreia, mãos e pés gelados, lapsos de memória (esquecimentos), atos fa-lhos (trocas de letras ou palavras), além dos bloqueios psicológicos (quando se é mais fácil abrir mão de algo que lhe pode ser benéfico por não se sentir ca-paz ou preparado para tal compromis-so), o que quase sempre vêm acompa-nhados por uma tristeza profunda.

“A timidez não está muito relacio-nada à uma falta de concentração por-que o indivíduo pode perfeitamente se concentrar no que faz, no que sabe e no que estuda, mas sente uma grande di-ficuldade em dividir esses conhecimen-tos. A concentração somente fica com-prometida na medida em que a ansie-dade toma uma proporção exacerbada e com isso, não somente a concentra-ção, mas outras atividades cognitivas, como o pensamento, atenção e memó-ria”, ressalta.

Ficar nervoso antes de fazer uma apresentação de trabalho na escola ou faculdade, ou em uma entrevista de emprego é comum, mas a especialista frisa que em alguns casos essa timidez pode ser considerada um problema gra-ve. É o caso de quando a pessoa passa a achar mais conveniente não apresen-

)) Medo de falar em público é comum e atinge grande parte das pessoas; psicóloga fala dos sintomas e de quando a timidez pode ser considerada um problema grave

)) Wádja Alves diz que nunca teve problemas com timidez

tar o trabalho, por acreditar que vai fracassar durante a apresentação, faltar à entrevista por achar que terá sempre um concorrente melhor para a vaga.

“A pessoa pode até mesmo chegar a participar daquilo, mas acaba imer-so em pensamentos negativos que as falhas aparecem e de fato não conse-gue dar continuidade como gostaria e daí se deprecia porque vem uma con-firmação para toda sua negatividade”, explica.

PrejuízosA timidez faz com que a pessoa se

limite, o tímido geralmente está rode-ado de fronteiras fantasiosas. É, por opção e necessidade psicológica, mais recatado, bem mais recluso, muitas ve-zes isolado, o que prejudica bastante suas relações, a formação de vínculos que são fundamentais para a vida do ser humano. E, isso prejudica em suas amizades, relações amorosas e sexuais, progresso nos estudos e no mercado de trabalho.

O controle da timidez depende mui-to do que leva cada um a ser tímido. Não existe uma fórmula ideal para isso. En-tretanto, é importante procurar fazer sempre um trabalho de reconhecimen-to das competências para que pouco a pouco se perceba como um sujeito é capaz de atender aquilo que lhe é soli-citado. A desconstrução das suas bar-reiras deve ser feita dentro do seu rit-mo.

“Estimular um tímido é uma coisa boa, mas forçá-lo a algo, pode ser mui-to ruim e até traumático. Mostrá-lo que suas fantasias fogem da realidade tam-bém é interessante, mas tudo deve ser feito com cautela e é imprescindível o acompanhamento de um profissional qualificado até mesmo para entender os motivos que levam à timidez e avaliar a proporção que a mesma toma na vida do paciente.

A psicóloga diz que problemas rela-cionados à timidez são tão comuns que são a causa de muitas procuras por atendimentos em consultórios de psi-cólogos.

“É uma demanda que vem pouco a pouco crescendo dentro dos consultó-rios psicológicos e como todo processo psicoterápico, leva tempo. Infelizmen-te, muitas vezes chegam com grandes apostas nos profissionais e poucas apostas no trabalho pessoal por serem desacreditados até pela família e grupo social, o que compromete o seu pro-gresso. É preciso ser feito um trabalho de desconstrução de ideias, de compro-vações, procurando trabalhar também a sua autoestima e a reinserção dife-renciada em seu meio.

TrAnsTornosMarília Mesquita diz que tem um

sério problema sempre que precisa fa-lar em público.

“Eu sempre fui muito brincalhona, gosto de conversar, não tenho nenhum problema com isso. Mas quando preci-so apresentar um trabalho, participar de alguma dinâmica de grupo, ou falar em alguma reunião, eu travo, mesmo que seja só para pessoas conhecidas. Na faculdade eu tinha que decorar tudo

Julita Gomespsicóloga Hapclínica Mossoró

estimular um tímido é uma coisa boa, mas forçá-lo a algo pode ser muito ruim e até traumático”“

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12 Jornal de Fato | DOMINGO, 18 de agosto de 2013

Timidez

que ia falar nos seminários, porque se-não não saía nada. Lembro que uma vez eu fui interrompida por um questiona-mento de um colega de turma e tive que voltar para o começo da apresentação porque não consegui lembrar onde eu havia parado de falar. É muito ruim, porque geralmente eu domino o assun-to, mas o nervosismo é tão grande que eu travo e não consigo me expressar

direito. Também fico muito suada e is-so aumenta o nervosismo, porque fico com vergonha”, conta.

Já a estudante de Administração Wádja Alves é o oposto de Marília, ela conta que nunca foi tímida.

“Eu sempre gostei de apresentar trabalhos nos tempos de escola e na faculdade não foi diferente, não tive problema com timidez”, comenta.

Aos 22 anos, a futura administrado-ra de empresas se destaca pela desen-voltura tanto na faculdade como em algumas seleções de estágio que parti-cipou.

“Acredito que me saí bem em algu-mas entrevistas porque quando a pes-soa não tem medo, fica tranquila, não demonstra nervosismo e as palavras fluem melhor”, comenta.

!A psicóloga diz que problemas relacionados à timidez são tão comuns que são a causa de muitas procuras por atendimentos em consultórios de psicólogos

# Principais Sintomas da Timidez

- Ansiedade- Nervosismo extremo- Sudorese- Tremores- gagueira- Falta de ar- Dores de cabeça- Enurese excessiva- Constipação ou diarréia- Mãos e pés gelados- Lapsos de memória (esquecimentos) - Atos falhos (trocas de letras ou palavras)- Bloqueios psicológicos- Tristeza profunda

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13Jornal de Fato | DOMINGO, 18 de agosto de 2013

sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

xÉ preciso ser um bom líder para construir uma

grande equipe. Um líder que não tem medo de arriscar, tomar decisões difíceis e estabelecer

padrões de desempenho. A construção de uma equipe exige uma profunda compreensão das pessoas, seus pon-tos fortes e o que as motivam a trabalhar juntas. Além disso, a formação da equipe exige que você administre os egos de seus subordinados e suas demandas constan-tes de atenção e reconhecimento. Não é fácil liderar uma equipe e manter o ambiente de trabalho um lugar agra-dável e produtivo. Então, listamos abaixo algumas dicas sobre como construir um time de sucesso.

Recrute as pessoas – invista tempo e dinheiro no processo de recrutamento e seleção de pessoas, e nunca “terceirize” essa função, pois, cabe ao líder executá-la. Além disso, tenha visão e saiba identificar os talentos que estão sendo desperdiçados pelo mercado, trazendo-os para dentro de sua organização e desenvolvendo-os. Outro fator a consi-derarmos é o seguinte: busque contratar pessoas que tenham a mesma visão de negócio que a sua, por exemplo, se sua empresa busca ser a Nº 1 do mercado, obviamente, você não pode contratar alguém que deseja estagnar e ficar eterna-mente na zona de conforto (pessoas que não buscam atuali-zação, que correm de promoção, etc.), pois, haverá uma in-congruência de pensamentos, gerando insatisfação para am-bas as partes (o colaborador precisa amar a empresa e prin-cipalmente sua função dentro da mesma).

Dê um norte para as pessoas – seja simples e transmita com clareza para os colaboradores aonde a em-presa quer chegar, evitando dúvidas. Busque criar objetivos resumidos, de forma que todos tenham facilidade de absorvê-los, pois, a pior coisa do mundo para um colaborador é não saber qual é o seu papel da empresa.

Defina Claramente os Papéis e Res-ponsabilidades – Comunique-se com seus fun-cionários e deixe-os saber o que você espera deles. Diga a eles claramente quais são suas responsabilidades e atribui-ções dentro da empresa. Observe o comportamento de sua equipe e, caso o trabalho não esteja fluindo como deveria, descubra o motivo e quem pode estar interferindo para que isso aconteça. Depois que souber quem está fora de contex-to, tenha um pouco de imaginação e não vá logo despedindo o funcionário. Observe suas qualidades e dê a ele um papel que se encaixe em seu perfil.

Desenvolva as pessoas – capacitar e desen-volver continuamente os colaboradores (melhoria contínua), através de cursos e treinamentos, objetivando atingir o ápice de cada um para que a organização gere talentos e consequen-temente execute os processos em alto nível.

COMO CONSTRUIR UMA EQUIPE DE ALTA

PERFORMANCE

Desafie as pessoas – o ser humano é motivado por desafios, por isso, sua equipe deve ser desafiada cons-tantemente. Para que isso possa ocorrer é necessário que mudanças ocorram na organização, de modo que os colabo-radores busquem refletir e gerar ideias criativas e inovado-ras para resolver os problemas existentes dentro do ambien-te corporativo.

Recompense as pessoas – sua equipe deve ser gratificada constantemente pelos bons trabalhos realizados. Elogios e comemorações devem existir para aqueles que bus-cam “suar a camisa” em prol de resultados marcantes. Acre-dite, esse é o melhor investimento que um líder pode fazer.

Una as pessoas – o conceito de sinergia diz que o todo é maior que a soma das partes, ou seja, de nada adian-ta ter apenas um profissional brilhante dentro da empresa, pois, sozinho, ele nada poderá fazer, sendo assim, é impor-tante que a equipe tenha unidade. Em outras palavras, todos os colaboradores devem se unir em prol do conjunto, para que assim, a mentalidade das pessoas seja construída para fortalecer e valorizar o bloco humano da empresa.

Lidere as pessoas – Sócrates proferiu a refulgen-te frase: “Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos”. Assim como na “guerra” de Sócrates, o mer-cado de trabalho também exige um grande líder, para que os colaboradores sejam encorpados. O líder é aquela pessoa que vive aquilo que prega (caráter), que cria metas alcançáveis, que valoriza a diversidade, que busca remover todas as barrei-ras para o colaborador passar, que não age por coerção e sim por influência, que soa a camisa, que tem equilíbrio emocional, que promove um ambiente agradável, que permite que o co-laborador cresça dentro da empresa, que reconhece os bons trabalhos, que divide o seu conhecimento com os colaborado-res, que resolve os problemas (excesso de faltas, desentendi-mento entre colaboradores, colaboradores indolentes, etc.), que se antecipa as possíveis variáveis negativas que certamen-te chegam, que é humilde para reconhecer um erro, que trata as pessoas com equidade, enfim, é alguém que é um exemplo a ser seguido e faz as pessoas perceberem isso.

Pergunte as pessoas – uma relação de trans-parência favorece o desempenho da equipe, daí a importância da comunicação entre líder e liderado. Busque ouvir os cola-boradores, peça sugestões, questione, diga-os para relatar os pontos fortes e fracos que eles enxergam, para que assim, aja feedback constante na organização, enfraquecendo assim, o poder da organização informal, e consequentemente, forta-lecendo a confiança dos colaboradores com a organização.

Dê autonomia para as pessoas – os co-laboradores precisam tomar decisões dentro da organização, mas para que isso possa ocorrer é necessário que a cultura organizacional da empresa seja democrática, tendo uma estrutura organizacional horizontal, para que os funcionários sejam munidos de informações e conhecimento, para que os mesmos possam ter poderes e bagagem para planejarem e executarem os processos, aumentando o nível técnico da organização e gerando diferencial competitivo.

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 18 de agosto de 2013

adoro comer

Antes fosse um pastelzinho comum, com gostinho de brisa da montanha e a carne perdido lá na ilha da fantasia. Aqui recheio é coisa séria. Como todos os outros quitutes servidos pelo amigo Flávio, a sua massa que deixa o cheirinho bom na rua inteira seduz em todos os sentidos possíveis. Os tamanhos servidos são P, M e G. Os preços, logicamente, variam a partir dos tamanhos. Existem duas categorias de sabores, os tradi-cionais e os especiais. Nos tradicionais, os sabores incluídos são os seguintes: queijo, queijo e presunto, carne, carne e queijo, frango, frango e queijo e mais alguns conhecidos. O preço varia de R$ 1,50 (o P) até R$ 7,00 (o G). Já os especiais têm sabores diferentes, montados. São eles: Nordestino (car-ne de sol e queijo de coalho), Pizza (queijo presunto, tomate e orégano), Marguerita (queijo, tomate, orégano e manjericão) e até o gigante Don Pastel (queijo, presunto, calabresa, bacon, frango, carne de sol, milho, ervilha, tomate e cebola), entre vários outros. Os preços variam de R$ 2,20 (o P) a R$ 10,00 (o G). Visite: o Don Pastel fica em frente ao Banco do Nordeste, no centro da cidade. Para contatos: (84) 3317-3106.

Nesta semana visitei as queridas da Mundo Verde e, como sempre, não sai de mãos abanando. Fui atrás de alguns precinhos de produtos e acabei conversando bastante com Cleópatra, proprietária; Dayanne, nutri-cionista; e Kaká, vendedora. Entre idas e vindas, Cleo me presenteou com o seguinte livrinho: 30 Receitas Mundo Verde. Trata-se de uma publicação que é ofer-tada aos clientes Mundo Verde em compras a partir de R$ 60,00 ou pode ser comprado por R$ 5,50. No livr-inho há inúmeras receitas com alimentos saudáveis, incluindo os vários que você pode encontrar na loja. Curti! A novidade do dia, entretanto, foram as balinhas de colágeno com vários sabores. A textura é de jujuba, mas sem aquele açúcar todo. A loja da Mundo Verde é lá no Mossoró West Shopping. Vamos visitar?

O pastel super-recheado do Don Pastel

30 receitas Mundo Verde e balas de colágeno

A batata Frida Kahlo do 144 Lounge Bar

BodyNutri Suplementos Nutricionais

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

No final da semana que passou, Dia dos Pais, encontrei um presente maravilhoso no Supermercado Rebouças no centro da cidade. Presenteei o meu velho Geraldo Moura com uma caixa com 3 cervejas artesanais da Therezópo-lis. Trata-se de uma cerveja artesanal produzida no Rio de Janeiro, ou seja, superbrasileira! Suas variações são muitas e o seu início foi com o empreendedor Alfredo Claussen, que começou produzindo cerveja somente para consumo próprio e hoje a marca já é comercializada para todo o Brasil. Vale a pena experimentar!

Caixa de cervejas Therezópolis

Sou a pessoa menos indicada para falar dessa batata e do 144, pois vou puxar o saco demais. Amo muito o ambiente, o atendimento, as meninas e vou lá sempre. De qualquer forma, escolhi a batata Frida Kahlo como representante do Lounge para aparecer na sessão review. E um dos motivos é: ela é bonita demais! Para começar, sua composição é muito mágica. Batata frita é um petisco de preferên-cia universal. A carne moída, com seu sabor levemente picante, marca bem o sabor no paladar. Já o queijo cheddar vem para com-pletar a perfeição do petisco, uma vez que o mesmo é um dos queijos-fetiche que mais vejo por aí. A batata é perfeita para acom-panhar quase todos os tipos de bebida. Uma pedida interessante é comê-la nos dias de quinta-feira, pois sempre há promoção de caipifrutas – pede uma, ganha duas. O 144 Lounge Bar fica na R. Wenceslau Brás, 144, Centro. Aberto sempre de quarta a domingo, com promoções diferentes para cada dia e happy hour das 18h às 20h diariamente com 30% de desconto. Indico para sempre!

A cidade de Mossoró receberá uma nova loja especializada em suplementação, a BodyNutri Suplementos Nutricionais. A empresa é um projeto dos amigos empresários Talles Diego e Jadson Melo que prometem oferecer a mais com-pleta linha de produtos multimarcas nacionais e importados, ocasionando bons resultados aos que praticam esportes, exercícios físicos e demais atividades funcionais. A aber-tura da nova loja tem previsão para o final do mês de ago-sto, com novidades aos adeptos do mundo fitness e da de-nominada “geração saúde”, além de promoções e parcerias especiais aos profissionais da Nutrição e Educação Física. “Iremos oferecer produtos das melhores marcas do país e importadas, proporcionando uma gama de opções aos cli-entes e parceiros BodyNutri”, destacou Talles Diego. A BodyNutri Suplementos Nutricionais estará situada na Gal-eria Dom Gentil Diniz Barreto, presente na Rua Dr. João Marcelino, 665 – bloco 1, sala 2, bairro Santo Antônio. Em breve serão divulgadas novas informações sobre a loja e suas promoções de inauguração.

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15Jornal de Fato | DOMINGO, 18 de julho de 2013

adoro comer adoro comer adoro comer adoro comer

Espaguete à parisiense

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• Leve ao fogo dois litros e meio de água com o sal e o azeite. Quando iniciar fervura, cozinhe o Macarrão até ficar al dente;

• Derreta a manteiga em uma frigideira ou panela baixa e larga. Doure o frango, junte a ervilha e o presunto e, com o fogo muito baixo, vá juntando o leite e o Creme de Leite, mexendo com o auxílio de dois garfos;

• Sirva com queijo parmesão ralado.

• meio pacote de macarrão tipo espaguete• 1 colher (sopa) de sal• 1 fio de azeite• 1 colher (sopa) de manteiga• 2 xícaras (chá) de sobras de frango (assado ou cozido), desfiado• 1 lata de ervilha em conserva (200g), escorrida• 1 xícara (chá) de presunto fatiado picado (100g)• 1 colher (chá) de sal• 1 pitada de pimenta-do-reino • meia xícara (chá) de leite• 1 lata de Creme de Leite• 3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

Receita de Patrícia Veras

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