Revista do IHGP - Vol. 16

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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.

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  • IHGP

    REVISTA

    DO

    INSTITUTO HISTRICO E GEOGRFICO DE PIRACICABA

    ANO XVI - NMERO 16

    CUMPRINDO A LEI MUNICIPAL NO 2.160.

    DE 18 DE DEZEMBRO DE 1974. EDrrA O VOLUME:

    REVISTA NO 16 DO ANO 2009

    APOIO:

    PREFEITURA DO MUNICPIO DE PIRACICABA

    E

    SECRETARIA DE Ao CULTURAL

    PI PrefeHura do Munidpio Ao Cultural Secretaria Municipal

  • CO,YRlGHT 2009 lHGP

    TODOS os DIREITOS RESERVADOS AO IHGP

    FICHA CATAl.OGAAFICA IHGP - REV1STA DO INSTITUTO HISTRICO E GEOGRFICO DE PIRACICABA. [PUBLI~

    CADA COM] APOIO DA PREfEITURA MUNICIPAl. DE PIRACICABA E SECRETARIA DE AO CULTURAL ~ PIRACICABA, ANO I, N.I, 1991.

    ANO XVI, N. IG, 2009.

    DIRETORIA (2009-2010)

    ISSN: 0103-9482

    1. l'IRACICABA - I-IISTRlA E GEOGRAFIA -PERIDICOS. r. INSTITUTO I-l1~TRICO E GEOGRFICO DE PIRACICABA. 11. PREfEITURA MUNICIPAL DE PIRACICABA. m. SECRETARIA DE AO CULTURAL

    cnu - 9 (81G.12PI)

    CoMISSO EOITORIAL

    Fmo FERREIRA COELIIO BRAGANA

    FRANClSDO DE AsSIS FERRAZ DE MIOLLO

    GUSTAVO jACQUES DIAS ALvlM

    MARLY THEREZINIU GERMANO PERI

  • INSTITUTO HISTRICO E GEOGRFICO DE PIRACICABA

    DIRETORIA (2oo8-20lO)

    PRESIDFNfE

    PEDRO CALDARI

    VICE-PRF.5IDENTE

    lviARLY THEREZINHA GERMANO PERECIN

    10 SECRETRIO

    WALDEMAR ROMA"O

    20 SECRETRIO TOSHIO lc,zuCA

    I" TESOUREIRO

    VITOR PlREI VENCOVSKY

    2" TESOUREIRO

    JOo UMBERTO NASSIF

    ORADOR

    GUSTAVO ]ACQUES DL's ALVIM

    DIRETOR DE ACERVO

    FRANCISCO DE ASSIS FERRAZ DE MELLO

    SUPLEI'.'TES

    ELIAS SALUM

    NOEDI MONTEIRO

    RENATO LEME FERRARI

    CONSELHO FISCAL

    ANTNIO ALTAFIN

    ANTNIO CARLOS NEDER

    GERALDO CURET DE MELLO AYRES

    SUPLENTEI- CONSELHO FISCAL

    FLvIO RrZOLLO

    TIMTHEO JARDIM

  • 5 lHPG - Revista tr 16

    Sumrio

    7 ILUSTRES CONFRADES E CAROS LE.ITORES DA REV1STA DO IHGP

    Pedro Ctt/dari

    9 RE.S"OLU..i.O Pedro Caldari

    2.f RESENHA 2.008 - 2.009

    2.7 CICLO DE PALESTRAS

    2.9 RELAO DOS LIvROS E REVISTAS 00 IHGP

    3f ESTEVAM RIBEIRO DE SOUZA REZENDE (BARO DE REZENDE)

    Pedro Ctt/d"ri

    .73 ACERVO ICONOGRFIco nO IHGP OrganiZd.iio: Viwr Pires Vtncovskv

    .79 A IGttEJA SAGRADO CORAO DE JESUS - IGREJA DOS FRADES

    Joo Umberto Nl1$si[

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    7f DE ESCRAVA A FI (lALGA

    FRANCISCA DA SILVA, A CHICA QUE MANDA

    Hugo Pedro Carradorc

    Sf MEMR.IAS DA ESCHAvmt\O

    COR DA PELE: fATOR DE DrVlso DE CLASSES Hugo Pedro Cmadore

    93

    A HISTRIA DOS SMBOLOS PAULISTAS

    Tiago Jos Berg

    f03 O OESTE PAULISTA E A GUERRA DO ACAR li 842)

    lvfar/y 7berezinhtt Germano Perecill

    f43 O PIUMErRO CONSTRUTOR DOTEATRO SANTO ESTEVA,\1

    Guilherme Viu!

    f63 A CANkDE~ACAR E AS CRISES

    Pedro Caldar

    f)7 ANTNIO GALDI FILHO

    Marcos Ga/d

    Froncisco de Ai!J Ferraz de Mello

    f99 A h~STALAO DAS JNST1TUIES DA JUSTIA DO REINO EM PlRAClCABA:CMARA,

    CADEIA E PELOURINHO

    Fbio Ferreira Coelho Bragan,a

    23f INDSTRIAS ANEXAS

    Jos 5tipp Netto

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    9fustres confrarl ecaros feitores la 1(evista rio 97-f{jP

    Quero cumprimentar a rodos e agradecer as importantes colaboraes recebidas, que integram a presente edio, comprovando o sucesso da nossa Revista ao longo dos quarenta e dois anos de funcionamento do Instituto.

    O IHGP vem cumprindo as suas finalidades estatutrias, em uma mosrra clara de que se pode atingir os objerivos culturais, mesmo com escassos recursos financeiros, graas ao rrabalho e a dedicao daqueles que o compem. Isso s foi possvel com trabalho organizado e disciplinado, transparente e democrrico.

    O IHGP mantm as suas porras abertas a rodos os associados e ao povo piracicabano, principalmente aOS pesquisadores e ao pblico estudantil da cidade, dedicando a estes, em especial, cursos e palesrras pr-agendados na sede social.

    Saudaes Cordiais

    Pr,,;r!cnlc do IHGP 2008/2010

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    'Pedro C(l(lal'i'

    EMENTA: Cria a Comisso de Publicaes, estabelecendo seus objetivos, composio, competncia e demais regras para o seu funcionamemo,

    A Diretoria Executiva do Instituto Histrko e Geogrllco (IHGP), "adreferendum" da Assemblia dos associados, CONSIDERANDO:

    I - a necessidade de melhor cumprir as finalidades pres cri tas no arc. 2Q do Estatuto Social;

    II - que a poltica editorial do IHGP decorre do seu compromisso de publicar livros e a revista da entidade, abrindo espaos para a divulgao da produo cu! tural e cientfica de associados, bem como de especialistas, devdameme rc conhecidos pela dedicao pesquisa e ao estudo de temas no campo da histria, geografia, antropologia, sociologia e outras reas afins que se enquadrem nos escopos instituco nalS;

    lU - que, para tanto, fundamemal e imprescindvel a regue lamentao dos procedimentos relacionados a essa atividade;

    "" Prc!\idcntc do JHGP

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    DECIDE instituir, em carter permanente, a Comisso de Publicaes, bem como estabelecer a sua competncia e funes, conforme a regulamentao COnstnte desta norma.

    CAPTULO I

    DOS OBJETIVOS

    Art. l. A Comisso de Publicaes do IHGP tem como objetivos:

    I - incentivar a produo de livros sobre temas relacionados com as finalidades do IHGP;

    H - estimular os associados do IHGP e outros aUtores a produzirem artigos para a revista da instituio;

    IH coordenar a edio da revista do IHGP;

    IV - fazer a divulgao dos livros e da revista;

    V - propor a publicao de folhetos, boletins informativos, relatrios e OUtros impressos, sugerindo o texto, ilustraes, formato, tiragem, processo de impresso e oUtras informaes necessrias; .

    VI - manter exposies, permanentes ou ocasionais, com a finalidade de facilitar comunidade o conhecimento das publicaes do IHGP.

    CAPTULO 11

    DA COMPOSIO

    Art. 2, A Comisso de Publicaes composta de 5 (cinco) membros, escolhidos dentre os associados do IHGp, dos quais um designado coordenador, nomeados pelo Presidente do Instituto, de acordo com o art. 16, inciso IX dos Estaturos.

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    1. O presidente do IHGP membro ex-officio da Comisso de Publicaes.

    2. Nas deliberaes, o coordenador tem direito a voto e, no caso de empate, ao vo[Q de minerva.

    Art. 3. O mandato do membros da Comisso de Publicaes coincide com o da Diretoria Executiva, podendo, no encanto, ser demitido "ad nururn" e imediatamente substitudo por outro associado. Pargrafo nico: Se o membro da Comisso de Publicaes faltar a 3 (trs) reunies consecutivas, o Presidente do IHGP deve destitu-lo e fazer a nomeao de outro associado para substitu-lo na funo.

    CAPTUWIII

    DAS REUNIES

    Art. 4. A Comisso de Publicaes rene-se sempre que convocada pelo seu coordenador ou pelo presidente do IHGP.

    10. As reunies s sero realizadas com a presena de, no mnimo, 3 (trs) membtos com direito a voto.

    2. As deliberaes so aprovadas pelo voto favorvel da maioria dos presentes.

    CAPTUWIV

    DA COMPETNCIA

    Art. 5. Compete Comisso de Publicaes:

    I - formular e propor a poltica editorial do IHGP, submetendo-a Diretoria Executiva do IHGp, para aprovao;

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    II - propor o plano anual de atividades do IHGP, no que tange a publicaes, deliberando sobre a aceitao de originais;

    III - planejar as edies, conforme a periodicidade da revista, zelando pelo seu cumprimemo;

    IV - propor a dragem das edies, bem como dennir e adminisrrar a cora a ser destinada s permutas ou doaes;

    V - receber, selecionar, analisar, avaliar e dar parecer sobre os originais de livros e arrigos para a revista do IHGP, enviados para publicao, observadas as normas estabelecidas;

    VI - escolher, a seu crirrio, se necessrio, especialisras para, na condio de consulrores exrernos, darem parecer, a panir da orientao edirarial, sobre originais enviados para publicao, com o intuiro de aprimorar a avaliao sobre o mriro do marerial a ser publicado;

    VII - supervisionar os trabalhos de edio, edirorao, reviso e impresso das publicaes;

    VIII - buscar o aprimoramento dos processos grfico-editoriais das publicaes;

    IX - fazer o registro escriro dos trabalhos realizados nas suas reunies, quanro pauta, freqncia dos membros, decises ramadas e outras informaes que julgar necessrias, assinado pelos presentes, enviando-o para conhecimento e apreciao do presidente do IHGP;

    X - apresentar, anualmente, relarrio de suas atividades, Presidncia do IHGP,

    l. Se houver recurso por parre de quem se sinra prejudicado por deliberao ou parecer da Comisso de Publicaes, cabe Direroria Executiva a deciso final.

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    2. A Diretoria Executiva, por iniciativa do presidente ou de diretor do IHGP pode decidir sobre a incluso ou no do ttulo ou artigo na ptoduo editorial do IHGP.

    3. Os pareceres da Comisso de Publicaes e as decises da Direroria Executivas, nos casos referidos nos lo e 20 , so sigilosos.

    Art. 6. A execuo do processo de publicao, no que tange escolha de fornecedores e prestadores de servio, avaliao e julgamento de propostas, bem como a respectiva contratao comercial da competncia da Diretoria Executiva.

    CAPTULO V

    CRITRIOS PARA PUBLICAO

    Art. 7. Os critrios para aceitao de originais de livros ou de artigos para publicao so os seguintes:

    I - os textos devem ser inditos, vedado o seu encaminhamento simultneo para publicao por outra organizao, qualquer que seja a natureza desta;

    I! - interesse do IHGP e adequao ao escopo da sua poltica editorial;

    lI! - qualidade e rigor cientficos, bem como relevncia social, atestados pela Comisso Especial de Publicaes, mediante processo sigiloso de avaliao por parte de seus membros, ou, se necessrio, com a participao de consultores especialistas, especialmente convidados, no remunerados, cujos nomes no sero divulgados, IV - aceitao e cumprimento das normas para publicao, constantes desta resoluo;

    V - avaliao final positiva por parte da Diretoria Executiva do IHGP;

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    VI - uma vez aprovado e aceito o texto, cabe ao IHGP a exclusividade de sua publicao.

    Pargrafo nico: Tanto para a publicao de livros como

    de artigos na revista, a Comisso de Publicaes privilegia

    trabalhos de associados do IHGP.

    CAPTULO VI PRINCPIOS GERAIS

    Art. 8. Na anlise para a aceitao de um texto sero observados os segui mes princpios gerais:

    I - podem ser exigidos aperfeioamentos de comedo, indicados no processo de avaliao, e o texto pode sofrer alteraes editoriais (reparagrafaes, correes gramaticais, adequaes estilsticas e editoriais) como resultado da edio ou reviso do texto;

    H no h remunetao dos autores pelos seus trabalhos;

    IH o autor de cada livro recebe gratuitamente 10% (dez por cemo) da tiragem da edio; IV o autor pode ainda comprar Outros exemplares com

    desconto de 50% (cinqenta por cento) do preo de capa, no caso de serem vendidos;

    v - o texto original, tanto de livro como de artigo para li revista, deve ser encaminhado ao IHGP, acompanhado de ofcio assinado pelo amor, do qual constem a cesso dos direitos aurorais para publicao e a concordncia com os termos da presente resoluo, bem como de breve currculo do autor e, no caso de livro, uma sntese do mesmo de, no mximo, uma lauda;

    VI - em relao ao livro, este deve ter: folha de rosto com o ttulo completo e nome do autor; Apresentao; Sumrio;

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    Introduo; Captulos; Concluso, Referncias Bibliogrficas e tambm, se tiver, os Anexos (planilhas, tabelas, reprodues de documentos etc.) que devem estar dispostos ao longo do texto, nos trechos a eles referentes:

    VII os seguintes elementos devem constar da esrrutura dos textos de artigo para a revista, como identificao:

    1. ttulo (c sub-ttulo, se for o caso), que deve ser conciso e indicar claramente o contedo do texto:

    2. nome do autor:

    3. meno de apoio, subveno ou financiamento recebidos:

    4. resumo e palavras-chaves, no caso de revista:

    5. resumo indicarivo e informativo, em portugus, em torno de 500 caracteres:

    6. texto, que deve ter introduo, desenvolvimento e concluso: a eventual criao de entre ttulos para o seu trabalho, que devem ser grafados em letras minsculas e no numerados;

    VIII. quanto documentao, tanto de livros como de artigos para a revista, deve ser observado o seguinte padro:

    1. as notas explicativas sero dispostas no rodap, remetidas por nmeros sobrescritos no corpo do texto:

    2. a citaao bibliogrfica, com at 3 linhas. deve vir no bojo do pargrafo, destacada por aspas (e no em itlico), aps as quais um nmero sobrescrito remeter nota de rodap com as indicaes do sobrenome do autor. ano da publicao e pgina onde se encontra a citao. (as informaes completas iro compor as Referncias Bibliogrficas, ao final do livro);

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    3. a citao bibliogrfica, igualou maior a 4 linhas, deve set destacada em pargrafo prprio com recuo de 4 centmetros da margem esquerda do texto (sem aspas) e separado dos pargrafos anterior e posterior por urna linha a mais; ao final da citao, um nmero sobrescrito remeter nota de rodap, indicando o sobrenome do autor, ano da publicao e a pgina em que se encontra esta citao;

    4. mais de urna citao de um mesmo autor, aps a primeira citao completa, deve introduzir a nova obra da seguinte forma: ttulo. cidade. editora. data;

    5. os Hvros devem ser citados da seguinte maneira: sobrenome, n.a. (nomes do autor abreviados, sem espaamento entre eles; nomes de at 2 autores, separar por "&"; quando houver mais de 2, registrar o primeiro deles seguido da expresso "et aL"). Ttulo: subttulo. Cidade: Editora, ano completo, volume (ex.: v. 2). [No deve constar o nmero total de pginas];

    6. os peridicos devem ser citados assim: nome do peridico. Cidade. rgo publicador. Entidade de apoio (se houver). Data;

    7. no caso de artigos de revista, cita-se: sobrenome. N. A. Ttulo do artigo. Ttulo da revista, cidade, volume (nmerol fascculo): pginas incursivas, ano;

    8. no caso de artigos de jornal, deve ser citado da seguinte forma: sobrenome, N.A. Ttulo do artigo, ttulo do jornal, cidade, data, seo, pginas, coluna;

    9. obra sem autor definido deve ser registrada assim: ttulo, edio, cidade, data;

    10. as dissertaes e teses devem ser registradas assim: autor. Ttulo: subttulo. Ano de apresentao. Nmero de folhas

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    ou volumes, Categoria (grau c rea de concentrao), Instituio, local;

    11. as fontes eletrnicas e arquivos virtuais devem ter a sua documentao composta do seguinte contedo, quando disponveis: a) sobrenome e nome do autor; b) ttulo completo do documento (entre aspas); c) ttulo do trabalho no qual est inserido (em itlico); d) data (dia, ms dou ano) da disponibilizao ou da ltima atualizao; e) endereo eletrnico (URL) completo (entre parnteses angulares: data de acesso;

    12. as ilustraes (tabelas, grficos, desenhos, mapas e fotografias) necessrias compreenso do texto devem ser numeradas seqencialmente com algarismos arbicos e apresentadas de modo a garantir uma boa qualidade de impresso, Precisam ter dtulo conciso, grafados em lerras minsculas, As tabelas devem ser editadas na verso Word 6 ou 7, lembrando-se que sua formatao necessariamente precisa estar de acordo com as dimenses do livro, Devem vir inseridas nos pOntos exatos de suas apresentaes ao longo do texto, As tabelas no devem Ser muito grandes e nem ter fios verticais para se separar colunas, As fotografias devem ser em preto e branco, sobre papel brilhante, oferecendo um bom contraste e um foco bem ntido. Grficos e desenhos devem ser includos nos locais exatos do texto. No caso de aprovao para publicao. des precisaro ser enviados em CO, e necessariamente em seus arq uivos originais (por exemplo, em Excel, CorelDraw, PhotoShop, PaintBrush etc.) em separado. As ilusrraes (tabelas, grficos, desenhos, mapas e fotografias) necessrias compreenso do texto devem ser numeradas seqencialmente com algarismos arbicos e apresentadas de modo a garantir uma boa qualidade de impresso;

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    13. das Refernicas bibliogrficas, aO final do texto, devem constar os demais complementos (nome completo do autor, nome da obra, cidade, editora, ano de publicao etc.) seguindo o padro acima .. A lista de fontes (livros, artigos etc.) que compe as referncias bibliogrficas deve aparecer no final do texto, em ordem alfabtica pelo sobrenome do autor e sem numerao. Pargrafo nico: Para tirar dvidas e obter regras, aqui no explicitadas, devem ser consultadas aS normas estabelecidas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).

    Art. 9. Para apresentao, os textos devem ser digitados no editor de texto Word, em espao 1,5, corpo 12, em papel branco, no transparente e de um lado s6 da folha.

    Art. 10. So as seguintes as etapas de encaminhamento dos texCOS:

    1. apresentao de 3 (trs) cpias, para submisso Comisso de Publicaes e a eventuais consultores, constando de uma delas os dados completos do autor e nas outras duas apenas o ttulo da obra (sem identificao);

    2. se aprovado para publicao, o texto deve ser reapresentado Comisso de Publicaes j COm aS devidas alteraes eventualmente sugeridas por esta, em uma via em papel e outra em CD, com arquivo gravado no formato Word, e acompanhadas, se for o caso, de grficos e desenhos e suas respectivas cpias eletrnicas em linguagem original;

    3. aps a editorao, O autor recebe Uma prova para anlise e autorizao de impresso.

    l. Em casos especiais, a critrio da Diretoria Executiva, esta pode autorizar, excepcionalmente, a suspenso ou substituio de um ou mais princpios referidos no "caput" deste artigo, desde que devidamente justificado.

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    2, Todos os originais no aceitos ou no aprovados sero devolvidos aos respecrivos autores.

    3, O autor ser informado do andamento do processo de seleo, sendo-lhe devolvido seus te){[Os originais.

    CAPTULO VII DAS DlSPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS

    Art. 11. Qualquer associado ou pessoa interessada pode sugerir ttulos ou encaminhar originais.

    Art. 12. As publicaes so manridas por:

    I - doraes oramentrias;

    n - receitas resulrantes das arividades do IHGP;

    In - recursos provenientes de convnios e contraros. aux lias e doaes;

    IV - ourras verbas no especificadas.

    Art. 13, Os casos omissos nesre Regimento sero resolvidos pelo presidente do IHGp, que, para tanto, pode se valer da assessoria da Comisso de Publicaes.

    Art. 14. Esta resoluo entra em vigor na dara de sua assi natura.

    Piracicaba, 28 de maro de 2009.

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    'NJ'enha 2008 - 2009

    Prezado companheiro, membro do IHGP.

    Saudaes.

    Cumprimentmo-Io respeirosamente. Temos por objetivo inform-lo e sensibiliz-lo se possvel, sobre as atividades do Instituro.

    1. Os Estatutos Sociais, com importantes novas disposies - admisso de associados e SuaS diferentes categorias, demisso, novas comisses e Conselho de Ex-Presidentes - foram aprovados pela Assemblia Geral Extraordinria de 28/03/2009; exemplares esto disponveis na Secretaria Geral e tambm no site www.ihgp.org.br.

    2. Ciclo de Palestras: sempre no ltimo sbado de cada ms, s 9h30, na sede social, Rua do Rosrio, 781, no perodo da manh. Traje passeio e freqncia franqueada ao pblico. Para o associado a presena condio estatutria. O sucesso das j realizadas, desde 2008, muito tem contribudo cultura histrica e causas piracicabanas. Prestigie o IHGP e sinta-se tambm prestigiado pela dedicao de seus companheiros palestrantes.

    3. Anuidade 2009 - Permanece no mesmo valor dos anos 2007 e 2008: R$lOO,OO e deve ser paga direta e exclusivamente na nossa Secretaria.

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    4. Contribuies Espontneas o IHGP conta com a doao extra de cada associado, no valor de seu livre critrio, pelo menos para custeat as despesas de cotreio e da Revista IHGp.

    5. Publicaes IHGP - Secretaria da Ao Cultural: esto em curso vria., edies para serem distribudas s comunidades de acordo com a lei municipal.

    6. Publicaes IHGP - Parceiros Privados: a diretoria, atravs da nova Comisso de Publicaes, est empenhada na obteno de parcerias com empresas e pessoas fsicas para editar novos livros cientficos e de trabalhos acadmicos de cunho histrico. Contamos mais uma vez com a boa vontade e empenho dos nossos associados que podem e devem emprestar-nos suas influncias pessoais culturais. Entrem enl contato conosco!

    7. Digitalizao do Acervo IHGP: uma necessidade PRlORlTRIA e que a cada dia se faz mais URGENTE! O IHGP deve ser uma fonte permanente de pesquisa e de informao. No deve se rransformar em museu, ou seja, o acervo deve ser livremente acessado pelo pblico e no servir de mero expositor de peas histricas inrocves elou inacessveis aos pesquisadores em especial. Infelizmente, livros, jornais e documentos antigos e raros no devem ser manipulados manualmente e sim por via eletrnica e inclusive atravs da INTERNET. Para tanto, o IHGP precisa de dinheiro! Contamos com a ajuda do caro membro do IHGP! Faa-nos sua sugesto e sua contribuio. No se acanhe.

    8. Sede Social- foi razoavelmente remodelada, levando-se em Conta os poucos recursos financeiros disponveis poca. Todavia, no podemos reclamar, consideradas as circunstncias. H um auditrio decente, agradavelmente acolhedor, permitindo-nos realizar palestras, reunies e cursos. Se o

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    caro associado ainda no o conhece, uma pena! Reconhecemos, entretanto, a precariedade fsica do edifcio (que no refOrmado pelo governo estadual) quanto iluminao das reas comuns que nos impede do uso noturno, e o fato de no contarmos com a posse definitiva do espao.

    9. Acervos - Histrico e Literrio: o primeiro, importante para ns, est sob guarda em sala restrita ao IHGP e o segundo, no devidamente classificado e catalogado, mais literrio, encontra-se em salas que tambm possuem livros pertencentes a outra entidade cultural acomodados em mveis e estantes do IHGP. H a necessidade de Se separar fisicamente todos esses livros para uma destinao final adequada. O IHGP. por ser o garantidor do uso de todas as salas, e de primeiro e nico ocupante da ala toda, defende o direito de deter para si um maior espao fsico em funo de suas atividades pblicas e cientificas de notria importncia comunidade.

    10. Reunies de Diretoria Executiva e de membros do IHGP: de abril de 2008 at a presente data, junho de 2009, a Diretoria realizou reunies ordinrias mensais e inmeras outras extraordinrias sempre quando e onde se fizeram necessrias, alm das sesses pblicas de lanamentos de livros e de comemoraes cvicas. As respectivas atas esto disponveis na Secretaria Geral para consultas dos interessados. A poltica de total transparncia administrativa uma realidade no atual IHG P e o consenso tem sido a marca nica nas decises diretivas administrativas.

    11. Admisso ao quadro social e proposta Medalha de Mrito Prudente de Moraes: ambas esto redefinidas e disciplinadas pelos Estatutos Sociais e pela Lei Municipal, respectivamente. As fichas remodeladas encontram-se na Secretaria Geral, disponibilizadas.

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    12. Revista IHGP: a Comisso de Publicaes est permanentememe acolhendo os trabalhos destinados Revista, que devero observar os critrios tcnicos vigentes. Os trabalhos no selecionados para publicao no sero necessariamente devolvidos aOs seus amores. Os publicados sero de propriedade auroral do IHGP (que respeitar sempre a obrigao do crdito amoral sem quaisquer nus financeiro para O IHGP).

    13. Entrevisras - Mdia: o IHGP, por intermdio do presidente e de seus direrores, sempre que solicitados, atende rodos os honrosos pedidos dos jornais dirios de Piracicaba, revistas, rdios e emissoras de televiso locais, procurando assim difundir as reais atividades da instituio. Nesse propsiro, com satisfao, vem atendendo diariamente consultas verbais de estudantes, jornalistas, pesquisadores e visitantes de vrias partes do pas desejosos de conhecet informaes sobre Piracicaba e regio, bem como de secretarias e rgos da nossa municipalidade.

    14. Convnio Secretaria da Ao Cultural e IHGP: foi renOvado o convnio anual, dando-nos acesso verba da Prefeitura Municipal de Piracicaba para O ano de 2009.

    15. Comemorao do Aniversrio de Fundao de Piracicaba - IQ de Agosto - prxima: estamos programando-a de modo condizente.

    16. O IHGP de portas abertas: Sim, de segunda sexta-feira, das 8h30 s 11 h30 e das 13h30 s 17h, na sede social, rua do Rosrio, 781. Faa da sua visita um verdadeiro hbito duplamente salutar: para si prprio e para ns, demais membros do IHGP, possibilitando com isso os nossos agradveis encontros no casuais, como dizamos no velho dialeto caipira, "para tro

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    carmos figurinhas" ... e olha l: "algumas delas so carimbadas"!

    Com os cumprimentos de

    Pedro CaJdari IHGP - Presidente 200812010

  • 27 IHPG - Revista 11' 16

    Cfeto de Pafesfras Em atendimento suas obrigaes estatutrias de divulgar e

    promover debates sobre a histria de Piracicaba, o IHGP realizou diversas palestras em 2008 e 2009, Sempre no ltimo sbado do ms, s 9h30, e aberta ao pblico, as palestras foram feitas por associados do IHGP e convidados.

    25/1012008 "A comemorao do 41 Ano de Fundao do IHGP", breve relato das realizaes do IHGP na cidade de Piracicaba. Palescrante: Profa. Dra. Marly Therezinha Germano Perecin, membro fundadora e ex-presidente do IHGP, atual vice presidente.

    12/1 I/2008 - "A Saga de Prudente de Moraes, o Pacificador", palestra e lanamento de livro realizada no salo nobre da Cmara Municipal de Piracicaba. Palestrame: Prof. Df. Hugo Pedro Carradore, membro e expresidente do IHGE

    13112/2008 - "Institutos Histricos: Misso e Desafios". Palestrante: Jornalista e escritor Armando A1exandte dos Santos, membro do Instituto Histrico Geogrfico de So Paulo.

    28/02/2009 - "Primrdios do Dirio de Piracicaba". Palesrrante: Prof. Df. Gustavo Jacques Dias A1vim, membto do IHGp, arual orador, professor e ex-Reitor da UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba.

  • 28 IHPG - Revista ri' 16

    25/04/2009 - "Aparncia e Realidade". Palemante: Prof. Dr. Zlmar Zillcr Marcos, professor aposentado da ESALQ - Escola Superior de Agricultura "Luiz

    . " de QuelrOZ, 30/05/2009 - "A Escravatura Negra no Brasir.

    Palestrante: Prof. Noedi Monteiro, membro do IHGP. escritor e historiador.

    27/0612009 "A Imigrao Italiana no Brasil e em especial na cidade de Piracicaba". Palestrante: Dr. Olvio Nazareno Alleoni, mdico, escritor e historiador e membro do IHGP.

  • 29 IHPG - Revista rf' 16

    1(efao los fivros erevistas lo 97-f(JP o IHGP tem se empenhado na publicao regular de livros

    e revistas dedicados histria e geografia de Piracicaba e regio. As publicaes abaixo podem ser compradas na Secretaria Geral do Insttuto.

    LivRos.

    HISTRIA DE PIRACICABA EM QUADRINHOS LEANDRO GUERRINI 1970

    HISTRIA DA FUNDAO DE PIRACICABA

    MRIO NEME 1974

    LENDAS E CRENDICES DE PIRACICABA

    WALDEMARL FERNANDES 1975

    SUBsDIOS GEOGRAFIA DE PIRACICABA

    Gumo RANZANl 1976

    PIRACICABA: DOIS ESTUDOS GUlLHERM'E Vrrnl

    JLIO S. DIEHL 1989

    A SNTESE URBANA MARLY THEREZINHA

    G, PERECIN 1989

    ESTUDOS REGIONAIS PAULISTAS VIUos AUTORES 1989

    LEANDRO GUERRINI FOTGRAFO CEcLlO ELIAS NETO '995DESI MESMO

  • 30 IHPG - Revista 11' 16

    RETRATO DAS TRADlES

    PlRAClCAllANAS

    MEMORL\L DE PIRAClCABASCULO XX

    PIRACICABA SCULO XIX

    ENCONTRO DAS GUAS

    HISTRIA DAS ARTES PLSTICAS

    TEATRO MUNICIPAL

    Dl1. Losso NETTO

    PRIMRDIOS DE PIRACICABA

    NA TRI LHA DO PASSADO

    PAULISTA) PIRACICABA, SCULO

    XIX, FAZENDAS, ENGENHOS

    E USINAS

    CATLOGO DO SALO DE

    HUMOR NS

    REVISTAS.

    ESTUDOS PlRAClCABA~OS VRIOS AUTORES

    REVISTA 1HGP

    REvISTA IHGP

    HUGO PEDRO

    CARRADORE

    CEcLlO ELIAS NETO

    MARIA CELESTINA T. MENDES

    MARLY THEREZINHA G. PERECIN

    ROMUAWO CRUZ

    FILHO

    OLVIO NAZARENO

    ALLEONI

    FREI SERMO

    DORlZOTTO

    NEIDE MARCONDES

    33 34 35

    2000

    200}

    2007

    2007

    2008

    2008

    2008

    2006

    207 2008

    1991 A 2008

    2009

    Para outras informaes, entrar em contato pelo telefone (19) 3434-8811 ou pelo e-mail [email protected].

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    7:.s{evam 1

  • 32 IHPG - Revista rf' 16

    Comecei os meus estudos no Rio de Janeiro e completei-os no amigo Colgio Duval, em So Joo Del Rey, Minas Gerais.

    Matriculei-me em So Paulo, em 1858, e recebi o grau de bacharel em 1863, perdendo um ano por ter ido Europa onde achavase minha famlia, por motivo de molstia.

    Tamo nos colgios como durame o curso superiores sempre mereci a estima e considerao dos meus discpulos e mestres.

    O meu habitual retraimemo pelo gnio e carter reservado no me atraam grande roda de amigos, mas os que eram sempre os conservei, e emre os de maior imimidade destacam-se nomes que ainda so caros, de cidados alguns j falecidos, que muito serviram o pas pela imeligncia e capacidade.

    Durame o curso acadmico fui presidente do Ensaio Philosophico Paulistano, que com o Atheneu Paulistano, aquele conservador e este liberal, constituindo ambos as duas principais associaes acadmicas, das quais fizeram pane tamas ilustraes e estadista brasileiros.

    Desde emo aplicando-me ao estudo da poltica, agreguei-me queles que sustentaram e defendiam os princpios conservadores, no fazamos a poltica de nomes e interesses de partido, nem isto se coadunaria com o pensar e semir da mocidade; as convices nasciam no tamo da tradio como da cincia, ensinadas pelos mestres e aurores que preferamos. H naturezas que em si trazem para assim dizer O semimemo do conservatorismo, enquanto que o espritO irrequieto e exaltado de ourros tendem a tudo reformar e revolucionar. A brilhante pliade de Pinto Moreira, Carvalho Rezende, Mello MattOs, Francisco Belizrio, falecidos, e outros que ocuparam importame lugar na poltica e na magistratura, alm dos que fizeram-se lavradores e uma gerao que vai-se pela morre, nenhum pela idade, alguns qui pelas muitas contrariedades e injustias que sofreram, quem sabe?

    Foi emo (1862) que, em nome de uma sociedade poltica, secreta - a ordem da qual foram chefes Pinto Moreira, Arnrico Monteiro, Macedo Soares (que a muitO renegou as Suas convices, pela Repblica) e eu por minha v!, escrevi um pequeno folheto polrico "Fragmentos histricos-polticos sobre O Brasil", no qual estudava a origem e natureZa do partido conservador brasileiro, H-lo com a maior imparcialidade; nesse tempo proclamava-se a fuso dos pat

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    tidos, todos querendo a justa conservao das nossas instituies e o progresso compatvel com as foras do pas.

    Em 1860, o Dr. Amnia Prado, que dirigia a redao poltica do "Constitucional" rgo do partido conservador, na capital, tendo de retirar-se por algum tempo, deixou-me como substituto, ramos estudantes e tnhamos por contrrios na l'Imprensa)' os nossos mes~ nes, Conselheiro Martim Francisco e Jos Bonifcio.

    Pouco e com poucos dos nOssos companheiros de emo modificaram mais tarde as opinies polticas, para eStes faltavam-lhes a convico!

    Para a legislatura provincial de 1863 fui apresemado candidato por algumas influncias do amigo 3 distrito, achava-me auseme, ignorava a apresemao, se no teria pedido para retirarem-me, no fui eleito, o outro era o indicado e protegido pelo cemro do partido.

    Saindo da Academia, fixei minha residncia em Piracicaba, para lavrar as terras do meu patrimnio, irresoluto se seguiria a magistratura ou a advocacia. A vida sedemria, as injustias, a chicana do povo, a leitura de alguns autos nos quais a justia no justia, fir. maram-me pela independncia e autoridade na lavoura; se alguma vez acompanhei ao jri algum acusado, foi mais para acudir a inocncia e o despresrgio que no podia pagar patronos, nunca recebi remunerao por tais servios, ames tive de despender com algum clieme; no me agrada essa profisso, para alguns to lucrativa!

    O meu esprito reto e conciliador fez-me rbitro em diversas questes divisrias de terra.

    Em 1868, a mudana poltica levou-me a aceitar o lugar de delegado de polcia, em Piracicaba, e como tal tive de assistir a eleio primria, para a qual os conservadores apenas, contavam com cerca de duzentos vorames que pela sua posio social os adversrios no tinham podido excluir da qualificao, a qual era de novecemos e tamos; estava em vigor o recrutamento para a guerra do Paraguai, uma nica priso feita pelo subdelegado, deu ganho de causa aos eon" servadores; nenhuma perseguio tinha havido anteriormente, e fora grande a convenincia dos votantes, o que mostrava a confiana que merecia o delegado; cito este fato por que foram acusados na assemblia provincial em 1869, e tambm como prova de um assassino,

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    quando apenas no quis ser o delaror de um inocente, que pelas relaes de famlia sabia onde estava acolhido, sabendo o meu acusador (Dr. Prudente), que ele era inocente, como mais tarde declarou O jri. Nunca pratiquei injustias, antes defendia a rodos, quando mesmo os interessados fossem adversrios, com energia enfim processava o criminoso, por mais classificado que fosse.

    Eleito deputado provincial nas legislaturas de 70-71, 74-75, 78-79, segundo minhas foras, com toda a boa vontade representei os interesses da provncia de So Paulo.

    Como deputado provincial entre outras matrias de menos valor, sustentei a garantia de juros da estrada de ferro da Companhia Ituana, e a no obrigao de lev-la, esta Companhia, Sorocaba: foi discusso muito renhida como consta dos anais, sendo a maioria da assemblia mais defensora da idia contrria, pelos princpios que ainda hoe professo:

    lo os poderes pblicos no devem calcular as suas finanas pelos dinheiros que em cofre ou responsabilidades que possam assumir, mas sim pelos resultados que proviro aos povos e ao Estado, rudo em termos bem entendido.

    2 des devem amparar e auxiliar quanto possvel a iniciativa particular nas indstrias sem procurar dirigi-Ia e regulament-Ia.

    Combati a garantia para a Somcabana, por no ter razo de ser a estrada de Sorocaba S. Paulo, distando aquela cidade apenas 6 lguas de It, e 18 de S. Paulo.

    Mais tarde combati o prolongamento da Soroeabana Botucatu, porque entrava no vale do Tiet, que era a zona natural da ltuana, sendo a da Sorocabana o vale do Paranapanema. Posteriormente complicados os interesses das duas Companhias com o prolongamento da Sorocabana Botucatu, a pedido do Conde de Parnaba, presidente de S. Paulo, elaborei a minuta de projeto que decidia o conflito dos interesses e direitos das duas estradas, fi-lo por amizade, no sendo representadas pela provncia, sendo que por esta questo estava ele resolvido a deixar o cargo pelas contrariedades que sofrera.

    Combati o ogo das loterias, como anti-econmico e impostO disfarado pelas classes mais necessitadas.

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    Relativamente as estradas de rodagem, pugnei, sofrendo muita oposio, para que fossem classificadas as estradas provindais e municipais, para melhor entretimento destas vias de comunicao, e pelo dispndio que faziam os cofres provinciais, votando a assemblia a esmo, quotas para quantas estradas lembraram os interessados.

    Sobre instruo pblica ofereci projeto no sentido de descentralizar-se este servio, entregando-se especialmente s municipalidades. s escolas primrias, subvencionando o governo e regulamentando o respectivo servio.

    Indico estes pontos por que eram por assim dizer novidade, saindo da rotina dos depurados, que em geral ocuparam-se s da ereo das freguesias e vilas, escolas, cartrios, judicirios e quotas para estradas dos seus distritos eleitorais. No obstante a oposio e protelaes, alguma coisa passou, como a classificao das estradas, Lei 17 de 1871.

    Subescrevendo em 1870 o projeto do Dr. Antnio Prado para a criao de um instituto agronmico, em 1874 combati a criao de fazendas normais para o ensino agrcola prtico, entendendo, como ainda entendo, que nem o Estado nem qualquer instituto podem e devem tentar o ensino prtico da agricultura, o qual s pode existir nos estabelecimentos particulares que exploram a indstria agrcola, nfimos aceitando os cursos da teoria agrcola e cincias auxiliares, fsica, qumicat mecnica, etc.

    A representao provincial nunca a tive como sincera, procurava estudar todas as questes, para bem preencher o lugar, isto tornava-me muito tempo! e trouxe-me sempre muitas decepes, razo porque nunca procurei esse lugar, alis naquele tempo muito honroso, e servido por inRuncias reais da provncia.

    Apresentado candidato, ltima hora, a depurao geral, em 1876, por amigos inBuentes (direi entre parntesis, para cortar pretenses de terceiros), no obstante insistente recusa, aceitei e fui eleito.

    Nada fiz em uma cmara quase unnime, na qual entre tantas capacidades achavam-se os chefes do partido, a nata dos conservadoreS do Imprio, no seria eu quem, sem oportunidade, tentaria por fatalidade dizer qualquer causa.

    Sempre dei mais importncia assemblia provincial.

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    Em 1878, dissolvida a assemblia geral, mudou-se a poltica. Ento procurando ocupao para O esprito escrevi duas longas sries de artigos para o "Correio Paulistano", uma relativa a estudos agrcolas, e outra "Os tipos histrico-polticos", sendo estes desenvolvimento do que escrevi quando esmdante.

    Tendo a Companhia Imana resolvido prolongar a estrada at Capivari, fui um dos promotores para que ela viesse a Piracicaba, a morosidade da Companhia Paulista na resoluo de trazer a esta cidade um ramal, levou-nos a preferir a que nos pareceu mais realizvel de pronto; fui diretor da mesma auxiliando no que podia ao seu presidente, o Dr. Jos Elias Pacheco Jordo. Mais tarde, auxiliando O novo presidente Df. Francisco Egydio da Fonseca, elaborei a minuta do contrato com o governo para O emprstimo provincial, em aplices.

    Fui acionista fundador da Companhia de Navegao a vapor nos rios Piracicaba e Tiet, ramos apenas 10 (Br., Senador Queiroz, Bernardo Gavio, Jos de Campos SaBes, Antnio Pompeo de Camargo, Conselheiro Albino Barbosa de Oliveira, Joaquim Jos Gomes, Comendador Joaquim Bonifcio do Amaral, Baro de Serra Negra, Baro de Rezende e seu gerente de 1878 at a sua liquidao por cesso Companhia Imana, em 1886).

    Esta companhia foi a primeira realizar a navegao a vapor em S. Paulo, como servio e longo curso nO interior da provncia, a da Paulista e muito posterior e na navegao da Companhia Fluvial foi que informou-se para empreender a do Mogi-Guass, tornado-se entusiasta no servio. A dedicao de Joo Luiz Germano Bruhns deveu-se a explorao 1875, do Piracicaba e Tiet, e a sua desobstruo, tendo feito as primeiras viagens no vapor "Explorador".

    Sob a minha gerncia enfim foi que tomou a companhia todo o impulso, tendo conseguido levar o vapor at o salto de Avanhandava, e mais tarde at a cidade de Tiet, como ensaio para O futuro desenvolvimento. Pessoalmente depois explorei o rio desde O salto, acima da cidade de Piracicaba at a pome da estrada de ferro Paulista, sobre o mesmo rio, e teria organizado o servio muito desta navegao se no fosse a cesso a lcuana.

    Faltando recursos, tendo j os acionistas feito grandes sacrifcios e por ser diminuto o capital primitivo (150:000$), erro comum

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    a quase todas aS empresas desta natureza, recorri a Assemblia ProvindaI, pedindo o auxlio de 200:000$ em aplices 6%. Com dificuldade obtive auxlio, pela oposio dos interessados nas Companhias Sorocabana, e do Rio Claro, uma no vale margem esquerda do Tiet, e a outra direita pela sria concorrncia que a ambas faziam navegao. Maiores tropeos encontrei para conseguir a execuo da lei, a qual tendo sido negada a sano em 1878, passara pelos dois teros da assemblia; s em 1883 O) foi que deu-lhe execuo o vice-presidente, Marqus de It, e Deus sabe quanto isto ainda custou! Durante este tempo tive de andar de Herdes para Pila tos, acudindo como possvel, com a diminuta receita da Companhia nesses seus primeiros ensaios, e com sacrifcios particulares (chegou a dever-me 50;000$ e ao Senador Queiroz 150:000$), para no perecer interesses que, com tanta confiana me tinham sido entregues. Com o muito auxlio que o sempre lembrado Baro de Souza Queiroz, tanto nesta companhia como no Engenho Central de Piracicaba nUnca deixou de dispensarme a mais benvola proteo, onde a Companhia atravessou os dias difceis da organizao dos seus servios e educao do pessoal, alm do dever de atender Como possvel os reclamos dos interessados, que se visavam os seus provemos e no atendiam as necessidade da Companhia que tive recurso de pagar ... , s vezes pretendidos prejuzos, para no pergar o seu crdito; o favor dos fazendeiros e negociantes interessados reduzia-se s suas exigncias.

    Com este emprstimo obtive o material necessrio e ainda com ele que a Imana faz o servio. Todo este material foi montado no modesto estaleiro de Piracicaba, durante a minha gerncia, 4 vapores e 16 lanchas de ferro.

    fu vantagens da navegao, como proveito para S. Paulo manifestou-se no desenvolvimento das povoaes ribeirinhas do rio Tiet; basta citar S. Manoel, municpio de Botucam, anteriormente filiada e dependeme da cidade deste nome. O extremo da navegao, que estava iniciada, Ibitinga, prximo ao baixo do Vamicanga, lugar decadente, esquecido e quase desconhecido, no pode deixar de lembrarse dos servios prestado pelo gerente da Companhia Fluvial Paulista. Sob a minha responsabilidade, a Companhia a sustentou uma escola

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    que nenhuma ti nha, e auxiliou pecuniariamente a diversos, a ver se levantava-se o lugar, que tinha tido melhores dias.

    No obstante os minguados recursos da Companhia, como gerente tinha sempre muito em vista facilitar os transportes para os pontos de embarque, melhorando as estradas e caminhos convergentes, e abrindo novos, recorrendo, s vezes, assemblia provincial, o que despendia com estes servios era dinheiro que ficava no lugar, e animava a populao.

    Foi com eSte intuito que empreendi, em 1883, uma viagem pelo serto, levantando um mapa de meu itinerrio, que no perfeito por no ser engenheiro, e exato quanto as direes e distncias. Fiz essa viagem, de uma vez, no obstante achar-me ento a braos com o funcionamento do Engenho Central, para estudar a melhor via que ligasse os vales do Tiet e Rio Grande, s povoaes Ibitinga com S, Francisco de Salles, em Minas Gerais, Parti de Piracicaba em direo a ]a, Ibitinga at So Jos do Rio Preto, donde procurei Avanhandava por achar-se infectada de malfeitores margem do Rio Grande, e os meus camaradas negaram-se a seguir at l. Para a abertura da estrada sendo aviltada a despesa, procurei a proteo de jovem pessoal, certo ela interessar igualmente Minas Gerais e Mato Grosso; o ministro Conselheiro Buarque de Macedo mOStrou muito boa vontade e estava prontO a dar a subveno de 20:000$, e esta deliberao foi publicada no Jornal do Comrcio, acredito que cumpriria a promessa; falecendo, seus sucessores fizeram pouco caso; metendo-se apoltica, ou influncia de um deputado de Mato Grosso, foi essa soma ou parte dela dada a um particular protegido, com direo diversa (pOrtO do Fulnado, no Paran, prximo a Sam'Anna do Parnaba); isto demonstrava ignorncia do terreno e o aproveitamento que da estrada poderiam tirar os habitantes dessa vasta zona inculta e despovoada, O que no dava-se com a direo por mim indicada; no sei se O governo pode reaver esse dinheiro, sei que a estrada niio se fez. Faltando tal auxlio fiz o servio por cont da Companhia, gastando cerca de 16:000$, aproveitando alguns caminhos, a estrada 30 lguas mais ou menos, foi aberta margem do Rio Grande, por ela transitaram boiadas e carros que sortiam-se de sal no Ibitinga, onde a Companhia tinha um pequeno depsito, para ensaio; a assemblia provindal mais tarde,

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    por empenho meu, chegou a dar uma verba que no foi aplicada ou depositada para a conservao de tal estrada, que denominei Buarque de Macedo; todo esse trabalho est perdido, como tudo quanto no traz o cunho da proteo e do interesse poltico!

    No mesmo intuito ptojetei a abertura de uma outra estrada que partindo de Vamieanga, ou do Salto do Avanhandava, demandasse pelo outro lado 11 margem do Paran e cheguei a contratar com sertanejos, os mais apros para esses servios.

    Com a cesso da empresa Companhia ltuana ps termo aOS meus esforos e servios por este lado.

    Em 1881, empreendi a construo do Engenho Cenrral, organizada a Companhia e aprovados os Estatutos, da a 9 meses comeara a funcionar (novembro de 1881). Quem conhece o que uma empresa desta natureza e quanto moroso o expediente das nossas reparties pblicas e superiores, aquilatar a atividade que foi-me preciso desenvolver para tal seguir; quando me vieram os papis do Rio, rdativos aos estatUtos, este j sob minha responsabilidade e de alguns acionistas, estavam as encomendas feitas e as obras iniciadas; isro foi pretexto para que mais tarde ministros ignorantes e politiqueiros Affonso Penna, Carneiro da Rocha, declarassem caduca a concesso e a respectiva garanda de juros, por no terem sido previamente sujeitas aprovao do governo as plantas e maquinismos, posto que idnticos aOs de Outros engenhos iguais garantidos pelo governo, e pOSto declarasse a Companhia que sujeitava-se ao exame e modificaes que pretendiam O governo a fazer, no que existia!

    Sem embargo dessas arbitrariedades, e pouco caso fazendo dos favores do Governo funcionou o Engenho, em melhores condies do que as que ofereciam os outros garantidos, ainda hoje O melhor Engenho Central de S. Paulo, e relativamente mais rendoso que os de Rio de Janeiro.

    Sem a matria-prima, cana, era impossvel obter resultado satisfatrio; nOVa campanha para animar os plantadores; da minha parte, desenvolvi, em terras prprias tais plantaes; mas isto no obtm-se em dois ou trs anos, no bastando o trabalho, mas a semente ou as pontas para reproduo; s minhas consideraes nos relatrios, respondiam os acionisras com a expectativa, para no dizer o abando

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    no ao gerente para por se tratar e cuidar de um interesse que a todos aproveitava, bastava-me a responsabilidade do fundonamento da fbrica, queriam talvez que eu fornecesse a matria-prima!

    Tive de retirar-me por j serem excessivos os sacrifcios de toda a sorte por mim feitos, assumindo responsabilidades superiores dos meus recursos.

    No foram mais felizes os meus sucessores, apenas aproveitaram o resultado do meu esfOro; tinham sido desenvolvidas as plantaes sobretudo em minha fazenda, mas o Engenho pedia muito mais para dar resultado, e tambm de atividades e expedientes para contemporizar com os credores, a segurana financeira nas empresas industriais s aceitvel e aproveitvel sua marcha ordinria, no no seu estabelecimento e primeiro funcionamento, com um capital de 500:000$ no se poderia acudir s despesas que avultavam a 1:200$ sob exigncia posterior do governo da construo de 15 kilometros de via frrea etc., sem sacrifcios pecunirios e grandes, e estes obtidos pelo crdito, e intuitivo que a principal condio para a vida do Engenho, Como proprietrio, continuei o que fazia como gerente, desenvolvi plantaes, iniciei ncleos para plantadores em minhas terras. Recebi o engenho com cerca de trezentos quartis de canas, trs anos depois contava cerca de setecentos, podendo assim fabricar abundantemente e, com o resultado acudia a todos os compromissos assumidos e para mim eram extraordinrios, tendo comprometido quase todos os meus bens, que na verdade no eram muitos porque desde muitos anos deles tinha-me descuidado, por preocupao alheias,

    Sobrecarregado de excessivos trabalhos para plantaes e no incio da moagem de 1890, fui atacado, por um resfriamento, por cruel enfermidade, que ainda hoje me traz abatido, e tive de passar a outras mos a empresa, hoje to favorecida pelo alto preo do acar, vendi at 11$ a saca, hoje est na mdia de 25$!

    Na administrao das Companhias, a meu cargo, foi sempre a minha norma proceder, restringir quanto possvel, nas despesas; em ambas as Companhias que dirigi, Navegao Fluvial e Engenho Central, ramos apenas um gerente, e um secretrio, servindo de guarda livros e tesoureiro ou pagador; o escritrio modesto; os empregados todos eram operrios, dentre eles o mais graduado pela empresa, I1s

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    calizava os outros. S admitia empregados aptos e indispensveis, no obedecendo a empenhos de amigos, nem tendo protegido meu.

    Promovi a construo da estrada de ferro entre Piracicaba e a estao de Joo Alfredo, com uma importante ponte de ferro sobre o Corumbatay, que aproveitaria ao Engenho Central, para fornecimento de canas e lenhas, e para a Navegao Fluvial, para o transporte de passageiros e cargas sendo a seco do rio entre essa estao e a cidade, de difcil navegao a vapor, na estao seca; quando a navegao passou para a ltuana, estavam concludos cerca de 12 kilmetros e a ponte ...

    Organizei um mapa grfico que indicava, durante 5 anos, o volume d' gua no rio, e isto para que pudssemos conhecer as condies do rio, e a qualquer tempo, para a viagem do vapor.

    Planejei e constru a ponte sobre o rio Piracicaba, nesta cidade, sofrendo no poucas injustias, mas felizmente o apoio do ento presidente, Dr. Joo Theodoro Xavier, no me faltou durante a COnstruo. Sem modstia reconheo que a obra importante, especialmente para aquele tempo, por ser o rio caudaloso, a construo logo acima do Salto, e extensa a ponte, fora-me de fato preciso muita energia e tenacidade, alm de outros sacrifcios, empregando gratuitamente meus escravos que iniciaram os preparos das ruas da cidade, de cujo antigo calamento poucos se lembraro. Senti muitas contrariedades por isso, pelo rebaixamento das ruas para o nivelamento da cidade, e importado o servio dispndio relativamente elevado, com o que no estavam habituados as nossas Cmaras do interior; f-Io dentro dos recursos e crditos da Cmara, que ao sair no deixei sobrecarregada; tanto foi bom O que fiz no quarteiro findo em 1881 que continuouse depois com o mesmo servio sistema at hoje.

    Proclamada a Repblica, retiramo-nos os monarquistas da vida poltica. Dividindo-se o partido da revoluo, em 1891, entendemos dever prestar apoio ao Dr. Amrico Brasiliense, que julgvamos no caso de merecer confiana, contra a outra faco republicana, e aqui vencemos a eleio por mais de 100 votos. Nesse ano fui eleito Senador Estadual, no tomei assento; segui para a Europa em tratamento.

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    Em 1892 veio a legalidade, cujo resultado foi alterar-se nesta cidade, como em outras localidades, a ordem pblica, com as deposies das determinaes; aqui houve esse movimento (estando testa o Dr. Moraes Barros), nada conseguiram. Tive de intervir no conflito mesmo doente e invlido, por assim dizer, assistindo at o fim para evitar desastres quase certos; e isto com risco de vida, por ter-me interposto, no ptio ou largo da Cmara, entre assim prudncia de uns e atitude dos outros, assaltantes e assaltados; e um dos maiores servios seno o maior servio em trabalhos no leito do rio por falta de operrios, para estancar lugares para os pilares de pedras, e riscos em minha sade, a sua eStrutura realizei-a com hbil profissional Antnio Garcia Bueno, falecido, no tive plantas de engenheiros e gastei 2 anos, no podendo trabalhar durante as enchentes (1872-1874). Em 1886 a ltuana aproveirou-se dos pilares para a construo da ponte para a estrada de ferro.

    A rua que da cidade segue para a ponte, tambm foi por mim feita a expensas do tesouro Provincial; hoje no se conhece o que ela era, chamam-na Luiz de Queiroz, que j encontrou-a pronta quando aqui veio residir.

    Como particular e simples operrio em tudo quanto pudesse servir, por pedido e interveno do Dr. Barata Ribeiro a construo de um pequeno teatro, que nunca foi concludo, isto em 1871, ficando mal arrematadas as obras, porque arredando-se todos, o que sempre aCOntece quando trata-se de despesas, fiquei s com todo o encargo, no sendo eu construtor nem arquiteto, e nem dispondo de capitais que no me fizessem falta, Nenhum prego mais se colocou nesse barraco, como dizem, que a 28 anos o nico ponto de divertimento pblico.

    Tendo ficado como minha propriedade para garantia do que despendi, ced-o Misericrdia que hoje cem um patrimnio.

    No cargo de vereador servi em trs quatrinios, afora um trinio devido a repblica e o atual comea em janeiro deste ano foi sob a minha presidncia no ltimo daqueles quatrinios por ter poupado a menor ofensa fsica de parte a parre, sendo iminente a efuso de sangue, estamos todos com as armas nas mos.

  • IHPG - Revista ff'16 43

    Fui dos primitivos scios da Sociedade de Colonizao fundada em 1871, sob a presidncia do Conselheiro Antnio da Costa Pinto e mais tarde da outra que substituiu-a.

    Na administrao do Conselheiro Joo Alfredo, fui por ele encarregado, por indicao de um amigo de S. Paulo, de elaborar, em 1885, um relatrio referente imigrao e colonizao.

    Aqui em Piracicaba, desde muitos anos, a Cmara Municipal tem-me sempre distinguido com consultas sobre as suas principais e mais importantes deliberaes relativas aos interesses do municpio, confiando nos conselhos de minha experincia e imparcialidade, no obstante a diversidade de opinio poltica.

    Em minha casa estiveram o presidente da Provncia (Conselheiro Joo Alfredo) como hospede; o Conde d'Eu e a Princesa Imperial, o Imperador, por duas vezes, uma como hospede, trs dias, em 1886, tratei a todos como se tratam visitantes ilustres, sem o menor cortezanismo, mas com franqueza e singeleza o que lhes era mais agradvel; disso no me veio qualquer novidade, nem aproveitei-me dessas relaes, em qualquer tempo para quem quer que fosse, e muiro menos para minha fumlia.

    As despesas foram exclusivamente feitas por mim, e no como se fazem hoje por subscrio.

    Nunca dei festas ao inaugurar ou conduir quaisquer trabalho, fossem para servio pblico ou da Companhia; a minha festa foi sempre o contentamento na intimidade da fumlia.

    Tambm nunca tive encontro, festas, etc., evirava-o; s tive manifestaes populares e espontnea quando foi-me concedido o ttulo em 1887.

    Nunca me tive como escritor ou orador, incapaz de discursar nas ruas e praas, apenas falando em reunies de companhias, ou na assemblia provinciais, quando havia matria positiva.

    Em 1881, posta em execuo a lei Saraiva reeitei o lugar de deputado geral, que me foi oferecido por influncias dos distrito eleitorais de S. Paulo o 5", 7" e 8" para no abandonar as empresas de Navegao e Engenho Central.

    Casei-me em 1865, minha mulher e meus filhos tem sido o nico consolo naS contrariedades de minha vida.

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    Podia ter vivido tranquilo e feliz, o meu gnio e carter sempre atiravam-me s indstrias e polticas.

    Ratificao

    Ao retrospecto que fizemos, quanto ao proceder dos monarquistas de Piracicaba, desde a proclamao da repblica apareceram na Gazeta de Piracicaba, de 6, uma retificao do Exmo. Dr. Moraes Barros e na de 9, ligeiros reparos, sem assinatura, mas cremos, o mesmo Exmo. Senador no recusaria a sua responsabilidade; passamos a responder.

    Quanto considerao da monarquia e aceitao da repblica, quando proclamada, fazendo-se-lhe as mais espontneas e expansivas demonstraes, e uma apreciao de sentimentos que, cada um, far pelo que viu e passou-se na sua localidade, em Piracicaba, tais expanes foram manifestadas somente por aqueles que j eram republicanos, e por essa poro avulsa da populao que, em toda a parte, est pronta acudir ao primeiro acesso de qualquer reunio festiva.

    Em 9 de dezembro, no retrospecto semanal do Jornal do Comrcio lia-se:

    "Pensamos que o sistema poltico vigente, at 15 de novembro modificando-se positivamente, mas incessantemente de acordo com o desenvolvimento progressivo do pas, nos conduziu gradualmente semelhantes resultados, os fatoS foram contra a nossa expetao. Porqu nos levantarmos hoje contra esses faros e tentarmos louca e antipatrioticamente satisfazer a nossa opinio a do pas, que niio erguera protestos contra a nova ordem de cousas, e antes parece t-la aceitado como soluo inevitvel?"

    Tnhamos aqui em Piracicaba um pequeno jornal manobrista, fundado logo depois da revolta, a 9 de dezembro de 1889, no qual apreciando essa declarao do Jornal do Comrcio escrevemos, a 22 do mesmo ms:

    "O modo por assim dizer vertiginoso por que realizou-se a revoluo, no Rio de Janeiro, a disseminao da populao brasileira, por to vasto rerritrio, a distncia em que se acham as provncias,

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    hoje Estados, da capital, a dificuldade de comunicaes, so circunsrncias que dificultariam qualquer temativa de reao, no momemo, ou mesmo depois, mas um ato imediato ou prximo, ainda que pudesse ser vencida ou repelida a brutal imposio da fora armada, h meio uma considerao de muiro peso, a ndole, carter, educao e modo de viver do cidado brasileiro, constitui-no mais defensor da paz e das evolues polticas pelos meios regulares e pelas urnas, do que incluindo a guerra e nos meios tumulturios das revolues: estas no se coadunam com os imeresses gerais da sociedade brasileira, em geral dedicada s artes, indstrias e comrcio, no havendo enrre nossa classe proletria que, nos oueros pases do velho e mesmo do novo mundo, faz as revol ues da rua e das praas pblicas.

    Assim sendo, a qu vieram os protestos expressos contra a nova ordem de causa oposio sistemtica? Apenas serviriam para irritar os nimos, e dividir em vez de unir os brasileiros, como tanto imeressa e aconselha o patriotismo.

    No confunda se foram o esprito de moderao e o bom senso do cidado brasileiro, como servlismo ao poder, qualquer que seja a sua origem ou a supremacia. autoritria".

    Dias ames, a 12, dnhamos escrito: "Poder quem julgue, pelas adeses que como o mais louvvel

    civismo tem manifesrado nossos concidados, de todas as classes e todas as crenas polticas, que fora recebida com aplausos, mesmo simples aprovao, a que imitao poltica realizada: aceitamos todo o fato consumado, e nem podamos deixar de aceit-lo, sujeitamo-nos ao provisrio na expectativa da definitiva.

    O governo provisrio que constitui-se representante dos interesses nacionais, foi o primeiro a pedir a ao eficaz da nao nos seus negcios, declarando-se, no seu manifesto de 15 de novembro, simples agente temporrio da soberania nacional.

    hoje O mais importante interesse, da sociedade brasileira e do Estado de S. Paulo que ao provisrio, substitua O definitivo, aquele a palavra e o rbitro da revolta, esre a vontade de soberana construdva da nao".

    A falta de protestos era o silncio da vitria: s primeiras palavras que da procurou balbuciar, foi suspensa a liberdade de imprensa.

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    E dizem querer que a nao tivesse ao eficaz nos seus negcios!

    E porque no levantaram os republicanos protestos logo que a dissoluo do Congresso pelo Marechal Deodoro, e s manifestaram-se, ostensivamente, depois que viriam-se protegidos pela fora armada.

    Entretanto estavam dentro do regime ou governo de sua criao.

    que a fora a fora, e nem sempre atender ao legtimo direito.

    Passamos a adeso dos monarquistas desta cidade. No a primeira vez que se procura lanar-nos, como um labu, termos aderido a repblica, e no o tendo feito por convico sincera, com o tempo desaderirmos.

    Parece que sendo to conhecido em Piracicaba, merecamos OutrO conceito, e, seramos bem compreendidos em nosso proceder poltico em 1889, j no disseram em nossa opinio e sentimento, porque as temos muito livres da apreciao de quem quer que seja; no andamos com o tempo, como a ventoinha; desde que entramos na vida pblica, s tivemos uma opinio poltica, e procedimento em conformidade.

    Proclamada a repblica, a desorientao no podia deixar de manifestar-se noS antigos partidos, liberal e conservador, entenderam alguns amigos, de maior respeito, que convinha uma reunio, e tomarmos alguma deciso; bem ponderado a nossa situao, no julgado conveniente a debandada dos membros dos dois partidos da monarquia, aconselhamos a resoluo que consta do seguinre memorial, que apresentamos em Cmara, da qual alguns faziam parte:

    "O movimento militar de 15 do corrente, depondo, no Rio de Janeiro, o governo constitudo, proclamou a repblica no Brasil, e assumiu, pelos seus chefes, a suprema governana do Estado, com apoio do Exrcito e da armada.

    Constitudo O governo provisrio, prope-se ele consultar a nao sobre a sua definitiva organizao poltica, e afirma a sua obedincia ao voro popular, livremente manifestado.

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    No podemos deixar de aceitar O governo provisrio tal, como se acha constitudo de fato, como necessrio para garantia da ptria brasileira, par" manuteno da ordem e tranqilidade social, e segurana dos direitos civis e polticos do cidado.

    Ainda que armado de rodas as foras e elementos oficiais no poder o governo provisrio dispensar o apoio de rodos os bons cidados, s assim ser verdadeiramente force; porm essencial, para a franqueza desse apoio, que conserve demro dos Iimi tes que lhe so traados pelo dever da posio, tamo mais melindrosa pelas circunstncias e modo porque constituem-se, estando os excessos e quaisquer aros que possam despertar jusros ressentimentos.

    Assim sendo, os governos provisrios dos Estados Unidos do Brasil e do Estado de S, Paulo, agentes temporrios da soberania nacional, que se dizem governo da paz, de liberdade, de fraternidade e de ordens, podem contar com a adeso e leal apoio dos abaixo assinados,

    Piracicaba, 15 de novembro de 1889", Eis a a adeso que foi subscrita por todos que estiveram na

    reunIo. Que nos diga O Exmo. Dr. Prudente, queremos dizer Senador

    Moraes Barros, qual outro proceder poltico podamos aconselhar? Ainda hoje, depois de 12 anos de nefasta poltica republicana, se voltssemos s condies de novembro de 89, diramos a mesma coisa; sempre fomos defensor da ordem e no da desordem; talvez tivesse sido aprazvel aos republicanos, a demanda dos monarquistas. mas assim no entendemos, e o tempo nos deu razo, por ter fucilitado, hoje a organizao do partido monarquista em Piracicaba,

    Quanto a estatstica dos vows, aceitamos o reparo que j conversamos no retrospecto; no fica porm alterada a declarao que, s por coaliso do partido conservador, sendo liberal intransigente, podia O candidato republicano set deito; dos 1858 eleitores que concorreram eleio, em 89, teve ele 731, e aos monarquistas foram dados 1. J23 VOtoS; mas, ento entendiam muitos monarquistas, no ser de boa poltica cooperarem para a eleio do candidato republicano, no concorrendo para isso qualquer corrupo; fora uma razo de convices que nos levara, a muitos, no aceitarmos a resoluo

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    dos nossos chefes de capital, que recomendaram apoio ao candidato republicano.

    Em S. Paulo, os republicanos no foram eleitos em 1889, por no terem elementos prprios, ou maioria nos respectivos distritos, e no por qualquer interveno do Visconde Rio Preto; e quanto aos auxlios que este respeitvel estadista faz ao alcance da lavoura, no foi derrama de dinheiro para corromp-la, mas uma satisfao pelo muito que ela ainda sofria por efeito da lei 13 de Maio.

    Sobre eleio de 1899, pblico que no tomamos parte na sua direo, apenas no dia e espontaneamente, levamos a cdula que nos foi dada por amigos, aos quais no podamos recusar esse peque-no servio, pelo muito que a eles devamos; era eleio que interessava a uma respeitvel classe - a lavoura - a qual, sem intuitos polticos, pretendia ter no Congresso, o representante em que defendesse os seus interesses: por ela trabalharam indistintamente, republicanos e monarquistas, no estvamos filiados a esse partido da lavoura, no interessava aos monarquistas.

    Assim, confirmamos ter sido a eleio municipal de 1892 a nica em que os monarquistas desenvolveram trabalho eleitoral.

    Relativamente tentadva de deposio da intendncia, diz o Exmo. Dr. Moraes Barros, foi simplesmente manifestao contra o Dr. Amrico Brasliense, no terreno estritamente legal e explica o que diz ter-se dado. De fato fomos casa de S. Exma. pedir que desistisse de qualquer manifesrao, pela exaltao dos espritos, constando como certo que a reunio era para deposio, dissemos que a inteno de S. E'. poderia ser de simples manifesrao, mas que no era isso o que se dizia publicamente, e que no momento talvez no tivesse fora para conter os seus amigos; por ocasio da manifestao, autorizada ou no por S. E'., apresentou-se no edifcio onde achava-se reunida a intendncia; volrara esta depurao e levara ao grupo manifestante a negativa formal; comeou ento a avanada dos amigos de S. E'., samos ao encontro no intuito de impedir alguma desgraa, pois que tambm de lado dos amigos da intendncia havia pessoas armadas; realizava-se nossa previso, presenciamos os grandes esforos que fazia S. E". para que seus amigos retrogradassem, sem que entretanto tivesse conseguido ainda, quando felizmente tomou o delegado a re

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    soluo de fazer perfilar a fora frenre do edifcio; esta medida deu o prontO resultado de dispensar e afugentar o grupo, que j no era de simples manifestante; havia muito povo pelas esquinas do ptio, no para ouvirem discursos, mas presenciarem o que qualificaram de comdia, que podia ter-se tornado tragdia.

    Em ambos os artigos da Gazeta l-se que tendo os monarquistas aceitado lugar no Congresso, cooperando para a constituio estadual, por isso mesmo deviam ter-se como republicanos e correligionrios do Dr. Amrico Brasiliense: por este argumento poderamos retorquir que o Exmo. Dr. Prudente pelo fato de ter sido sempre eleito com votos de monarquistas, e tido assento no parlamento da monarquia, deveria ser tido como monarquista. To exclusivamente ser o conceito de no serem os monarquistas merecedores da proteo das leis, que nem aO menos no se permitia serem eleitOS pelo povo, para seus representantes, colaborarem naquilo que no era de interesse de um partido, mas do povo em geral.

    Sero estes os cargos de confiana da repblica que aceitamos com tanta lealdade? A confiana no era da repblica, mas do povo, que com dissoluo da constituio estadual teve mais uma proclamada soberania, h alguma cousa que lhe superior, e qual tem de sujeitar-se. Se os monarquistas apoiaram Dr. Amrica Brasiliense, foi por ser ele uma garantia de ordem e moderao contra outros que o tiveram como chefe, durante a propaganda, em quanto precisaram do seu prestgio, e que, feita a repblica, julgaram-no dispensvel e o sacrificaram politicamente.

    uma especialidade desta repblica, em vez de exaltar, sacrificar, ainda hoje, um a um, todos os seus principais; ser mais fado ou castigo? Neste caso que bem aplicaria o Exmo. Dr. Moraes Barros, o seu dito ( ... ).

    Conclui O Exmo. Dr. Moraes Barros: "Em despedida sempre lembramos que Pedro 2 j morreu, e que no fcil aclIar Outro."

    faclimo, um belo talento j disse espirituosamente que a monarquia o regime dos jovens e histria oferecem-lhe as provas. Felizmente o povo j conhece o estribilho, no deixando-se iludir com tais argumentos; em sua simplicidade respondera: morreu, a repblica marou-o mas depressa j mas vir ourro que, mesmo sem ser to bom,

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    ser em rodo o caso muiro melhor que os presidemes que nos tem dado este regime, pelo menos no ser chefe de partido, mas sim chefe de todos os brasileiros, chefe da nao,

    A teoria mais uma Ve'L confirmada com a nossa experincia de 12 anos; a assemblia constitucional, com a cooperao do parlame mo, como tnhamos at 1889, o nico governo que abafando as pretenses dos ambiciosos, sejam partidos ou indivduos, obriga-os a promoverem o bem do pas pelo mesmo bem, e defenderem os direiros e imeresses do povo para no desmerecerem do mesmo povo, cerros que ser em tarde almejarem, e procurarem colocar-se acima dos seus concidados, ou em posio superior da qual possam, sem empecilhos, cobrar os direiros do mais obscuro cidado, e muiro menos as leis da justia e da moralidade sociaL

    O regime atual um desastre para a propaganda; cumpre confessar que esta fez fiasco com a sua obra prima, no obstame ter copiado da Constituio de 1824 as liberdades e garamias do cidado brasileiro, e do aro adicional s atribuies e regalias dos Estados os melhores e mais aurorizados crticos republicanos j O justificado, outros ainda esperam no sabemos O qu, os direrores da dissidncia procuram mais hbeis representantes dos princpio da propaganda, como se o mal estivesse nos homens experimentados e no no regime; a nao que, inteirada com as experincias de 12 anos, est se tornando impaciente, no 56 por desagrado, como porque esta repblica, que no foi obra sua, causa-lhe prejuzos irreparveis, e torna-lhe o tempo precioso para cuidar seriamente dos seus interesses e do seu futuro.

    0, Pedro 2 foi to bom, entretanto o desterraram para nos darem o presidente que temos!

    Os benefcios de Pedro 2 no resultaram s da sua bondade pessoal, provinham principalmente das instituies; estas j no reinado de Pedro 1 tinham sobrado a cuidado e integridade do Brasil, e na frase de Armitage: "Foram o instrumento mais pr6prio para a introduo da civilizao que faltava, e para se adorarem os aperfeioamentOS sociais que formam uma parte inerente e essencial do sistema

    , " representatIvo.

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    Ele foi bom porque, educado pelos mestres e mentores que o pai lhe deu, exercera as altas funes de rei com a cooperao dos mas dignos estadistas que o mesmo povo indicava a sua escolba, ento adaptados eram os aparelhos com os quais teve de governar, a comear pelos textos da Constituio de 1824, que no poderia fazer o mal, mas s o bem da nao qualquer outro que o venha substituir, bastante que o exercite as atribuies magestticas com os necessrios aparelhos aperfeioados pelo seu patriotismo e que muito mais fici! far ao seu sucessor, no exerccio das funes reais, a nao apresentara os seus estadistas, no tirada de um partido exclusivamente como acontece no regime atual, mas da massa geral do povo, sem distino de opinies, maior ou menos adiantadas, seguindo a oportunidade, contanto que sejam sinceras; dele saram os ministros de Pedro 20 , e sob Pedro 10 os organzadores da nossa nacionalidade. No preciso que o monarca disponha de dotes e virtudes pessoais que distinguiram Pedro 2, e pelos quais cognominado o Magnnimo, basta que cumpra a lei, como do dever de todo empregado, e que governe o pas segundo a vontade da nao; esta, pelos seus legtimos representantes dir o que quer, como quer ser governado e por quem quer ser governado.

    Baro de Resende

    Concluso:

    o Baro de Rezende foi liberal monarquista convicto e nunca ocultou o seu pensamento poltico filosfico. Afilhado de batismo do Imperador D. Pedro lI, que lhe devotava paternal afeio, jamais se valeu dessa privilegiada aproximao com a famlia real pata obter a mnima vantagem que tais relacionamentos poderiam proporcionar nas mais diversas situaes, principalmente nas de simples cortesias palacianas. Sua postura austera o mantinha equidistante das atividades sociais festivas ou de certa ostentao comum nobreza e ele, discreto e comedido, preferia o convvio junto famm. e s poucas relaes com os amigos e correligionrios.

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    Como se depreende de sua breve explanao - afinal, curtssima para quem desenvolveu intensas atividades privadas e pblicas - educou-se nas melhores instituies e poderia muito bem enveredar-se pelas alras camadas da corte e empreender carreira promissora na poltica e at na diplomacia. No entanto, preferiu assumir o papel de agriculror e desenvolver a cultura de suas frteis terras da Fazenda So Pedro, arual Vila R=nde. Deixou de lado a advocacia e foi aplicar-se cana-de-acar e ao fabrico do acat, revelando-se comperente e empreendedor ao fundar o Engenho Central na margem direita do rio Piracicaba, na realidade uma vetdadeira central aucareira de porte e com a melhor tecnologia europia, colocando-a em operao em rempo recorde e a um baixo custo financeiro, vencendo inclusive, as barreiras burocrticas e aos entraves poHticos que lhe foram impingidos por grupos de pessoas contrrias iniciativa. Viu, com rara percepo, a importncia dos transportes fluvial e ferrovirio e empenhou-se pessoalmente na implanrao da Companhia de Navegao e na vinda da Estrada de Ferro ltuana ar Piracicaba.

    Construiu a primeira ponte estruturalmente slida e dentro das normas da engenharia, investindo somas considerveis de sua fortuna pessoal, alm de mo-de-obra de sua propriedade e foi mais alm, ao assumir funes pblicas como poltico piracicabano - nessa poca no havia remunerao ou subsdio algum! -, tanto na Cmara de Vereadores como na condio de depurado e de senador.

    Seu corao e sua bolsa nunca se fecharam diante das necessidades da comunidade e dos menos favorecidos. Suas propriedades foram, pouco a pouco, diminudas, dadas as doaes que fazia para o benefcio da cidade, com a concordncia e participao de esposa, filhos e filhas.

    Monarquista consciente e leal, enfrentou os republicanos com altivez, responsabilidade e denotado patriotismo, defendendo o Imperador e os ideais filosficos que professava, no poupando as crticas severas aos seus contemporneos da famlia Moraes Barros e aos republicanos que o admoesravam.

    Finalmente: cremos que h muito ainda a se escrever a respeito desse grande brasileiro Estevam Ribeiro de Souza Rezende, Baro de Rezende, para que a cidade de Piracicaba e O pas lhe fuam as merecidas homenagens como um dos grandes vultos da histria de Piracicaba e So Paulo.

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    {.u (Jrljanizaiio: Vitor 'Pires YenCOf/5"::')

    Lemhranas do Teatro Santo Estvo

    Construdo em 1671 pelo Baro de Rezende e demolido em 1953

    ;>< Di5prtic1 para 'Compra na serctari", do IHGP. "'''Engenheiro. gegrafo e membro do IHGP

  • 54 IHPG - Revista 11' 16

    Praa Jos Bonifcio, com o Teatro Santo Estvo ao fundo

    Praa Jos Bonifcio, com o Teatro Santo Estvo ao fundo

  • 55 lHPG - Revista ri" 16

    Interior do Teatro Santo Estvo

    Fundos do Teatro Santo Estvo

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    Piracicaba em 1962*

    Agronomia,Vila Independncia, So Judas e So Dimas

    '" Organizao da Imagem: Arthur Cosw falco Tavares.

  • Agronoma

    So Oimas

    So Judas Ir I"':) Vila Independncia I

    'i: ~ ~ &;. fi;

    1 Prdio Central da Esalq -> O)2 Pavilho de Engenharia '" 3~ Casa do Estudante Universitaro (CEU) 4 Ginsio de Esportes S Campo de futebol 6- Igreja So Judas 7 Aeroclube de Piracicaba

    a Rodovia Lujz de Queiroz {antigo acesso) bAv. Pdua Dias

    c~ Av, Independncia dAv. Carlos Botelho e Av. Saldanha Marinho f Av, Cenlenrio (n

    "

    I

  • 59 IHPG - Revista rf 16

    1l ?3r!!Ja Jjralo Corao de Jesus - ?3r!!Ja los rrraes

    'loo Umherfo Nass{

    Frei Luiz Maria de So Tiago nasceu no norte da Itlia e veio ser missionrio no Brasil. Viveu apenas 48 anos, sendo que passou treze anos entre Taubat e Piracicaba. Ele foi o fundador da Provncia dos Capuchinhos de So Paulo, fundador da Congregao das Irms Franciscanas do Corao de Maria, fundador da Ordem Franciscana Secular em Piracicaba e em Taubat, fundador do Seminrio Serfico So Fidlis, fundador da devoo ao Imaculado Corao de Maria e formador de grandes missionrios trentinos.

    No fundou sozinho todas essas obras, sempre foi um dos fundadores. Em seu caminho surgiram adversrios muito forres pelos mais diversos motivos. Por motivo de doena e da ao de opositores teve de se retirar de volta para a Itlia, quando tinha ainda quarenta e dois anos, onde morreu seis anos depois.

    Frei Luiz Maria nasceu em 26 de abril de 1862, recebendo o nome civil Benjamin. Foi o nono dos dez filhos de Catarina e Joo Batista Zucali.

    Nascido em San Gicomo, uma pequena aldeia dos Alpes italianos, ali freqentou a escola de 1868 a 1870. Em 1876, foi mo

    '"' Jornalista, escritor e membro do IHGR

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    rar com Camilo, seu irmo mais velho, que era professor, na vizinha Mezzolombardo.

    Aos quinze anos de idade resolveu ser frade capuchinho. A Ordem estava em um perodo de plena restaurao e uma das grandes bandeiras era a abertura de misses nos pases estrangeiros.

    Frei Bernardino de Lavalle foi pregar em sua rerra, quando ele tomou a sua deciso de seguir a vocao sacerdotal.

    Em 28 de setembro de 1877, Benjamin recebeu o hbito de novio no convento de Ala. Nesse dia lhe deram o nome de Frei Luiz Maria de So Tiago. Comprometeu-se pela profisso como frade no dia 29 de setembro de 1878. Foi ordenado sacerdote no dia 21 de setembro de 1884, com apenas 22 anos completos. Tornou-se professor no convemo de Aja.

    Em julho de 1889, Frei Luiz Maria foi escolhido para fazer parte da primeira turma de missionrios que deveria partir para o Brasil. Os capuchinhos estavam presemes no Brasil com um bonito trabalho missionrio, desde o comeo do sculo XVII. Esse grupo trentino era o primeiro mandado pelo superior geral para assumir, como Provncia, a implantao da Ordem dos Capuchinhos no Brasil. Posteriormente, vieram outros de outras regies e hoje os capuchinhos tm no Brasil deI. provncias, uma Vice-Provncia e uma CUStdia, totalizando mais de mil e duzentos frades.

    O dia 29 de julho de 1889 ficou bem gravado na vida da Provncia capuchinha de Trento, na Itlia, pois, nessa data quatro de seus filhos, animados pelo esprito apostlico-franciscano, deixavam irmos, famlia, ptria. Eram eles: Frei Felix de I.avalle, 47 anos, superior; Frei Luiz Maria de So Tiago, 27 anos; e os irmos leigos Frei Virglio (alguns autores o chamam de Viglia) de Trento, 32 anos e Frei Caetano de Pierramurata, 43 anos.

    Antes de partirem, eles foram recebidos pelo papa Leo XIII, que lhes deu a beno e 05 presenteou com Uma estampa do Corao de Jesus, que haveria de ser o padroeiro do primeiro convento fundado em Piracicaba, relquia que se conserva at hoje. No dia 27 de agosto de 1889 embarcaram no porto de Gnova pelo "Napoli".

    No incio a viagem correu bem, houve a celebrao da missa no navio todos os dias. Frei Virglio comeou li reclamar de dores e

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    febres, falecendo em 16 de setembro, s 19 horas. O navio estaVa na altura de Pernambuco. Para no alarmar os passageiros, s 4 horas da madrugada, depois que os frades rezaram missa de "corpo presente", feitas as absolvies, parou o vapor. Entre os soluos dos companheiros, o seu cadver foi lanpdo ao mar amarrado entre dois colches, como era praxe neSsas ocasies. Frei Virglio tinha morrido de tifo. Ningum pode desembarcar no Rio de Janeiro, porque havia suspeitas de que a bordo houvesse contgio de clera-morbo que grassava na Itlia. Prosseguiram viagem at Montevideo, onde desembarcaram em 22 de setembro.

    Os missionrios ficaram hospedados com os capuchinhos genoveses at embarcarem em outro navio para o Brasil no dia primeiro de outubro.

    Chegaram aO Rio de Janeiro em 6 de outubro de 1889 pelo "Araucania". Foram recebidos pelos capuchinhos do Morro do Castelo. Frei Silvrio de Rabbi os esperava. Com ele puderam se exercitar um pouco na lngua portuguesa. No dia 6, primeiro domingo do ms, Frei Flix e Frei Luiz puderam celebrar suas primeiras missas no Brasil. A Repblica foi proclamada no dia 15 de novembro.

    interessante observar que outrOS capuchinhos, de ourras Provncias, percorreram anteriormente nosso Estado, dedicando-se s misses, aldeamemos indgenas, em Campos Novos, Itaporanga, Piraju, ou tambm assumindo parquias como Santa Isabel, Parnaba, Sama Brbara, Mome Mor, Capo Banira e ourras.

    De 1856 a 1878 , a pedido do bispo Dom Antnio Joaquim de Melo, capuchinhos franceses dirigiram o Seminrio Diocesano de So Paulo, tendo como auxiliares frades de ourras nacionalidades. Todos dotados de ampla cultura e raros dotes, prestaram imenso servio na formao do dero paulista. Distinguiram-se enrre ourros, o primeiro Reitor Frei Eugnio de Rumilly e o primeiro vice-reitor Frei Firmino de Cenrelhas, fmosos oradores, o matemtico e astrnomo Frei Germano de Annecy. A eles se uniu Frei Vital M. Gonalves de Oliveira, sagrado bispo de Olinda em 17 de maro de 1872 com apenas 26 anos.

    Seguindo as ordens do ministro geral, Frei Fclix de Lavalle foi falar com o bispo de So Paulo, D. Lino Deodaro Rodrigues de ear

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    valho, que lhe rogou para substituir o velho proco Valeriano Lopes, em Tiet.

    Um ms e meio depois de esrarem no Brasil ele j chamava seus companheiros para Tiet. Frei Luiz e Frei Caetano chegaram a Tiet em 23 de novembro. Ko havendo clima para hospedar-se na casa do padre foram gentilmente acolhidos em um stio fora da cidade de propriedade do Sr. Joo de Almeida Prado. O proco local no os via com bons olhos; a resistncia do vigrio provocou a vinda do Internncio Francisco Spolverini a Tiet, onde, incgnito, viu o que de fato estava ocorrendo. Aps conhecer a situao, apresentou-se aos frades e com eles se congratulou. O pobre vigrio faleceu dois meses depois. Outro proco foi provisionado para Tiet. Era fim de 1889.

    A partir de 19 de fevereiro de 1890, os missionrios ficaram hospedados no Mosreiro da Luz, em So Paulo, acolhidos pelo capelo Monsenhor Joo Gomes. Em So Paulo, Frei Flix encontrara-se com o fervoroso vicemino Dr. Saladino Bruno Figueira de Aguiar, amigo do Sr. Ricardo Pimo de Almeida, seu confrade na Conferncia de Piracicaba, que havia sido fundada em 16 de maio de 1888. Era composta pelos senhores: Carlos Moraro de Almeida, Comado Hebling, Joo Batista Sampaio de Arruda, Salvador Ferraz do Amaral, Ricardo Pimo de Almeida, Lus de Toledo, Belarmino do Canto (Nh Belo).

    Em 12 de maro de 1890, Frei Felix acompanhado de Frei Silvrio Rabbi fizeram uma visita "de reconhecimento" a Piracicaba. Foram recebidos festivamente pelo vigrio Padre Francisco Galvo Paes de Barros. Foram hospedados em uma casa contgua antiga Igreja da Boa Morte. A casa e a igreja destinavamse s Irms de So Jos de Chambery, que deveriam vir de Itu. Esse oratrio foi inaugurado em I de setembro de 1854; mais rarde seria destrudo para dar lugar a igreja atual. Era zelosamente cuidado pelo piedoso artista Miguel D urra, que alm da devoo Senhora da Boa Morte, conservava a memria de seu pai Miguel Arcanjo Bencio de Assuno Dutra, construtor do mesmo. A permanncia na Boa Morte era provisria.

    Em 28 de fevereiro de 1891, compraram da Sra. Leopoldi. na Hebling um terreno e uma antiga casinha onde passaram a resi dir. Consta no Livro de '1\cras das Sesses da Intendncia Municipal

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    1890-1892" que, a 9 de maro de 1891, tinha havido uma sesso do conselho de intendncia municipal, na qual foi lido um requerimento de Manoel Morato de Carvalho e do Major Fernando Ferraz de Arruda , pedindo por aforamento ou permuta, um terreno denominado "Encosto", perrencente municipalidade, para nele edificarem uma escola que seria dirigida pelos reverendos capuchinhos, bem como a construo de uma capela". O pedido foi indeferido.

    O "Encosro" era o depsiro de lixo da cidade. Novos requerimemos de Ricardo Pinto de Almeida, Padre Galvo e Fernando Ferraz de Arruda foram discutidos a 8 e 15 de julho de 1891 e a 3 de janeiro de 1892. Havia vereadores contrrios aos frades.

    A sesso de 3 de janeiro exige que a construo da igreja, casa, ou estabelecimento no impea o prolongamemo da Rua Alferes ou de qualquer outra, sob pena de anulao de qualquer concesso. A construo da igreja era planejada para abranger espaos da Rua Alferes, motivo de divergncias, e isso deu origem a um amigo tnel ou passagem subterrnea que havia na mesma. Para siruarmo-nos melhor com relao s construes existentes hoje, a passagem subterrnea existia apenas abaixo do que mais tarde seria o prolongamento da Rua Alferes Jos Caetano. A primeira pedra foi lanada em primeiro de janeiro de 1893.

    Na oportunidade foi lido e assinado o seguime documenro: "Auro de lanamento da primeira pedra nos alicerces aberros

    e preparados ad hoc para edificar-se a nova Igreja dos Missionrios Capuchinhos nesta cidade de Piracicab'.

    Ao primeiro dia do Ms de Janeiro do ano do Nascimenro de Nosso S.Jesus Cristo de mil oirocentos e noventa e trs, imperando na Santa Igreja Catlica Romana o SS Papa Leo XIII; na Igreja Paulista o mui digno Exmo. Sr. Dom Uno Deodado Rodrigues de Carvalho; com assistncia de 4 a 5 mil pessoas dos dois sexos, inclusive os padrinhos, mordomos e zeladoras, no fim deste assinados, pelas doze horas do referido dia, saiu da Igreja da Boa Morte em direo dos alicerces previamente abertos da nova Igreja, que vai edificar-se, uma solene procisso oficiada pelo Ver.mo Fr. Flix de Lavalle, Comissrio Provincial dos Missionrios Capuchinhos, devidamente paramentado, acompanhado pelo Ver. mo Vigrio desta parquia, Francisco Galvo

  • de Barros, e pelos Missionrios Fr. Luis de S. Tiago, Fr. Daniel de 5. Maria e Frei Viglia de Breguzzo, indo em seu centro o andor com a pedra que devia ser lanada nos alicerces.

    Esta procisso chegou na melhor ordem possvel,aos rderidos alicerces, onde, depois, de anlogo sermo, pregado pelo Ver.mo Fr. Lus, tendo sido colocada a pedra no alicerce, procedeu o Ver.mo Comissrio beno da mesma com toda a solenidade, e assim finalizou este ato imponente e majestoso, com o maior entusiasmo e alegria de rodos os assistentes.

    E para todo o tempo constar, se lavrou o presente auto, que ser igualmente transcrito no livro tombo da Matriz.

    Piracicaba, 1 de janeiro de 1893. aa) Fr. Flix de Lavalle, Comiss. Prov. Fr. Luis de S. Tiago, Guard. de Taubat Fr. Fr. Daniel de S. Maria Fr. Viglio de Breguzzo Assinam tambm: Antnio de Almeida Rocha, Francisco

    F1orncio da Rocha, Major Fernando Ferraz de Arruda, Antno Moraro de Carvalho, Ricardo Pinto de Almeida, Dr. Torquato da Silva Leito, Dr. Paulo Pinto de Almeida, Jayme Pnto de Almeida, Comado Hebling, Jacob Wagner, Luis Augusto de Toledo, Jos Perches de Menezes, Joo Baptista de Mattos, Pedro Paulo Lagreca, Bel. Cherubim Ferraz de Andrade, Carlos Morato de Carvalho, Belarmino Leite do Canto, Ricardo Pinto Csar, Carlos Zanotta, Antnio Manoel de Moraes Sampaio, Eullia Pinto de Barros, Joo Morato de Carvalho, Natlia Anglica de Mello, Antnia Perches, Rita D'Elboux da Rocha, Maria Gabriela D'Elboux".

    Houve uma enorme afluncia popular, presena de autoridades, a cerimnia foi presidida pelo Padre Galvo. s II horas, houve Missa solene cantada, com participao dos Tiroleses do "Banco", que haviam se estabelecido na regio em 20 de novembro de 1892.

    Em 1892, Frei Luiz Maria de So Tiago foi nomeado o primeiro guardio do convento de Taubat, onde tomou posse em 13 de janeiro de 1892. Em 1895, voltOu a Piracicaba como guardio do novo convento, ainda por construir, No dia 8 de dezembro de 1895, teve a alegria de inaugurar a Igreja do Sagrado Corao de Jesus, com

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    missa celebrada pelo Cardeal Arcoverde (Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti), que foi o nono bispo paulistano, o primeiro cardeal brasileiro e O primeiro cardeal tambm da Amrica Latina. Em 1896, os frades comearam a construir o convento ao lado da igreja.

    DADOS SOBRE A IGREJA

    SAGRADO CORAO DE JESUS

    Em 1898 foram colocadas trs esttuas no cimo da fachada: uma central, do Sagrado Corao, de 2 metros e meio; laterais, na mesma fachada, uma esttua de So Pedro e outra de So Paulo, de 1,25 metros cada, todas so obras de Ant6nio Fvero sob orientao do professor Lus Lacchini.

    Quanto s dimenses e estilo, citamos os dados de Frei Damio: compreendidos presbitrio e coro, 45 metros de comprimento e 24 metros de largura, compreendidas as capelas laterais.

    A nave tem 25 metros de alrura, 30 metro