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Revist Ano III Edição Nº 06 17 de Setembro de 2012

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Portfólio de Conclusão de curso da Universidade de Uberaba - Letras Português/Inglês e suas literaturas

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Revist

Ano III Edição Nº 06 17 de Setembro de 2012

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Imagens da cidade que me

acolheu - Cariacica-ES

O

Um Mineiro, de Coronel Fabriciano, cidade ao leste mineiro. Região

conhecida como Vale do aço, rica em minério de ferro principal

componente para a composição do aço. Recebeu este nome em

homenagem a Fabriciano Felisberto Carvalho de Brito um dos líderes

políticos mais influentes de Antônio Dias desde o século XIX, além de

comerciante.

Imagens de Minha cidade natal Coronel Fabriciano

De família humilde basicamente roceira. Era do campo que meu

pai, já falecido, Sr. Joaquim Bispo da Silva e minha mão Jandira

Rosa da Silva, tiravam o sustento de seus nove filhos, incluindo

eu, o caçula, como dizem em minas: “a rapa do tacho”.

Viemos para o ES, quando eu estava com oito anos de idade e

adotamos Cariacica como nosso segundo lar, mas precisamente o

bairro de Porto Belo I, onde vivo desde a minha infância até os

dias atuais.

[email protected]

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Sobre a Minha escolha – Letras Português/English.

íngua pátria! Bela, poética,

intrigante, dedicar-se a ela é como

desbravar um vasto oceano, cheio de

surpresas inefáveis, com um mundo de

possibilidades. E reviver mesmo que por um

instante as grandes navegações, momento

este, que fez com que esta língua rompesse

oceanos e chegasse a nossa pátria; e hoje

podemos nos deleitar com sua sonoridade,

com a plástica, com o prazer de

envolvermos com esta língua, a língua

Portuguesa;

Com estas poucas palavras acima, quis expor

minha imensa satisfação em estar lidando

com a língua portuguesa, estudar para mim

sempre foi uma prazer, mas estudar a língua

é magnífico, é desafiador, é de certo modo

descobrir-me a cada instante, como

um falante, praticante, usuário desta

língua, língua viva que se cria a cada

instante.

Terei o prazer de ser um divulgador

desta língua, com afinco e prazer,

transmiti-la não somente em salas de

aula, pois nos comunicamos a cada

instante e a língua e a chave para tal,

seja ela escrita ou falada, somos

dependentes, necessitados, somos

convidados a usá-la e que o façamos

da melhor forma possível;

Finalizo estas minhas palavras

deixando para nós este presente

escrito por Olavo Bilac, intitulado

“Língua Portuguesa”.

anguage consists of a people, first

called barbarians; But really brave

warriors, conquerors, and these

achievements left a great legacy, the English

language. I have a great passion for this

language, and want to dominate it, is to be

opening new horizons of knowledge and

culture, which I can share in the classroom

and the world; Language of business,

universal language, the fact is that English

gives us the feeling of citizens of the world;

In a globalized world without borders,

boundaries, forward and speak the English

language and basic, primordial. This is my

step to tell the many - "welcome the world

is yours" without leaving the place

L L

“LÍNGUA PORTUGUESA”

Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Olavo Bilac (1865 – 1918)

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NIUBE - Construção de um

sonho.

E começa assim...

Embora sempre apaixonado pela área de letras, das literaturas, da língua portuguesa, confesso,

tive inclinações por outras áreas de conhecimentos, tais como história, filosofia, ciências sociais.

Apesar destas minhas inclinações, fui obrigado a inserir-me prematuramente no mercado de

trabalho, como inúmeros jovens o fazem, deixando de lado seus anseios acadêmicos por

necessidades de renda e auxílio as suas famílias;

Ainda na época em que o ensino médio estava focado em formação de técnicos, educação

tecnicista, mão-de-obra para o mercado de trabalho, sendo assim, fiz meu curso técnico em

administração, e entrei no mercado de trabalho como profissional da área administrativa.

Anos se passaram especializei-me nesta área, me engajei, cursos, treinamentos, minha carreira

evolui, seguiu seu curso natural, mas em mim, havia um desejo, um querer, um sonho: estar em

sala de aula, ser um professor/educador, transmitir conhecimentos adquiridos e aprender a cada

dia em uma relação, diria até simbiótica, pois, esta sempre foi a minha visão de educação, a

transmissão de valores capazes de transformar, moldar, preparar, e capacitar o sujeito/aluno e,

através de sua história vir transformar sua realidade e consequentemente a sociedade.

Após protelar em muito este meu sonho, eis que veio a decisão, vi através do curso superior a

distância, cada dia mais crescente e reconhecido, a possibilidade de realizá-lo;

Após pesquisar as melhores faculdades nesta modalidade, analisar seus métodos, dentre outros

quesitos, como também o fator localidade, pois como morador de Cariacica o viável seria fazer

um curso neste mesmo município, pois sabia das dificuldades em conciliar jornada de trabalho

com estudos, após minhas buscas, análises e expectativas, encontrei a UNIUBE. Com polo em

Cariacica, e com o curso que sempre desejei, não tive dúvidas, em não mais postergar meu sonho.

Fiz um processo seletivo para letras português/inglês e após, passados mais de um ano de espera

para a formação de turma, já meio sem esperanças, fui de súbito informado do início da turma e

desde 22 de novembro de 2009, comecei a minha carreira acadêmica.

Sei que em conjunto com a UNIUBE, estou trilhando e alcançando meu sonho, muitas coisas estão

acontecendo, a cada semestre há um desafio, uma meta, há um deleite em aprender novas coisas e

compartilhar o saber, ufa! E como estou perto de vencer esta etapa, a da licenciatura, porém

continuo a ser ávido e a absorver tudo em prol a minha formação profissional;

Para mim este é um mundo novo, a faculdade, um curso a distância tem me exigido mais, mais

tempo, mais dedicação, mas, estou rompendo este desafio, pois sonhos são alcançados com

engajamento e esmero; desde já, sinto-me feliz pela turma 04 (quatro), em que faço parte, pois

são todos dedicados como eu.

U

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Especiais

Eu quero agradecer...

“Nada na vida acontece por um acaso, e se

aconteceu DEUS quis assim. que me resta é só correr

atrás de meus objetivos, ainda mesmo que pessoas

conspirem ao contrario. DEUS estará comigo.”

Eça de Queiroz

Inspirado por esta frase dita supostamente pelo grande poeta português gostaria de expressar toda

a minha alegria de um momento que se aproxima: a conclusão de uma importante etapa em minha

vida, a licenciatura em letras. O quanto trilhei, batalhas travei em meu ser, determinação, esta,

talvez, seja a palavra que sintetiza todos estes momentos, e sei: Deus estará comigo. Como todo

bom guerreiro, autointitulei-me “uniubeano”, na verdade esta foi uma das marcas de minha

turma, guerreiros, lutadores, sendo assim, a eles vão à minha segunda dedicatória de

agradecimento, a turma 4 (quatro) de letras. Como não há tropa sem comandantes vão aqui os

meus sinceros agradecimentos à nossa primeira preceptora Ana Maria, dedicada e companheira

que, enquanto esteve conosco caminhou lado a lado em nossa caminhada acadêmica; agradeço a

dedicação de nosso preceptor Cleison, que também nos deixou, mas foi de extrema importância,

nos engajando, nos estimulando, sendo um verdadeiro amigo. As nossas atuais “comandantes”

Talita e Mônica, preceptora e docente respectivamente, os meus sinceros: “Muito obrigado”.

Este é o ideal, o caminhar lado a lado, a instituição - UNIUBE, a turma, a preceptoria/docência e

eu, todos na construção deste sonho, meu sonho? Ser um educador, que considero ser também

um colaborador na construção de inúmeros sonhos.

Agradecimentos

Que especiais:

d

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O que vi da vida

Acadêmica

elato de muitos momentos.

Aqui começo a relatar de forma contextualizada os momentos

passo a passo que fui construindo em minha vida acadêmica.

Buscarei fazer uma análise, um olhar que permeia o que para mim

foi de vital importância, olhar este que não se prenderá a

linearidade e nem a pormenores, mas uma olhar dialógico,

contextualizado, que buscarei fazê-lo tendo como critérios as

significâncias da aprendizagem, as leituras e suas inter-relações

realizadas entre o teórico e o prático, pois, a vida acadêmica é esta ponte que nos conecta

com o real, a prática, com as vivências, teorias são bases cruciais, mas, devemos fazer

com que esta seja delineada, caminhe concomitantemente entre o saber teórico e a

construção da prática.

Vi desafios; vi superações... Cresci!

Para mim um momento crucial em minha caminhada acadêmica, logo de início, sem sombras de

dúvida foi me deparar com e educação EAD. Estava acostumado com a forma presencial, com a

presença constante de professores, um para cada matéria, enfim, o modelo tradicional de ensino

e, mesmo pesquisando um pouco sobre a modalidade a distância, eu confesso: quando me deparei

com a dinâmica do seu funcionamento hesitei, temi, era algo bem diferente do que estava

acostumado, saber que eu teria que me dedicar muito, mas muito mesmo para progredir em meus

estudos e sem ter que contar com a figura do professor. Este momento, digo que foi o divisor de

águas, ou eu desistiria, ou encararia, romperia com o meu tradicionalismo ou aceitaria um desafio

educacional, eis-me aqui, aceitei ao desafio. Só posso dizer que ao encarar este desafio e, ter

vencido este momento de descobertas, me fez hoje um educando mais consciente, mais dinâmico,

aquele que busca o conhecimento, não apenas o espera de forma passiva. A educação a distancia

que outrora temi, tornou-me um estudante proativo, que anseia pesquisar, que colaborara com os

colegas. Percebi que nesta modalidade (EAD) não podemos nos voltar a nós mesmos, mas buscar

uma total colaboração, uma formação conjunta e continuada. Penso então, que estou sendo

formado em uma concepção de educação Contemporânea, onde o saber não depende só de mim,

mas é construído, é partilhado, onde os desafios são rompidos e, sendo assim, posso afirmar com

R

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ampla certeza que cresci, como aluno e como futuro docente, pois, assim como me vejo proativo,

buscarei ver os meus alunos, os desafiarei, buscarei fazer com que os saberes sejam partilhados.

Embora eu seja um professor de uma escola presencial, estarei aplicando métodos desafiadores,

mas, produtivos do ensino EAD: romper barreiras e superar os desafios; ser proativo e ter

iniciativa para pesquisas e, ser colaborativo e partilhar o conhecimento.

Como relatei acima cresci por que consegui transformar um desafio em oportunidades, como

sempre gostei da área de informática, afinal, vim da área administrativa, busquei aliar este meu

aprendizado via AVA em minha concepção educacional. Inspirado pela tecnologia educacional que

me rodeava, fui “cercado” de ideias, novas metodologias e didáticas e, enfim, adotei a tecnologia

como o meu suporte como docente, um educador que busca trazer o novo ao tradicional, fazendo

um link, pois, em toda a história coube ao homem superar os desafios e lidar com novo, com o

tecnológico, o que prova que é preciso e devido haver este caminho em todos os campos,

inclusive o educacional.

Dentro desta concepção metodológica apenas para ilustrar o meu engajamento ao adotá-la,

apliquei em alguns de meus projetos e pude contextualizá-los como prática de ensino em algumas

escolas, de tais formas:

Bom, acima relatei um pouco de meus trabalhos inter-relacionando a educação com a tecnologia,

sei que não se esgotará as possibilidades e estarei ávido buscando melhorar e me capacitar,

buscando trazer um ensino mais dinâmico e que tenha efeito para os meus alunos.

Vi novas concepções e quebras de

paradigmas

Não estaria sendo sincero se afirmasse que a minha vida acadêmica foi a igual a que pensei que

o Criar micro contos utilizando o “twitter”;

o Utilizar slides interativos com conteúdos gramaticais,

permitindo uma participação ativa dos alunos;

o Fazer “passeios” virtuais em alguns museus para

mostrar obras de arte relacionando-as com as escolas

literárias e a fruição pela arte;

o Utilizar os computadores para criação de diversos

trabalhos relacionados a tipologias textuais;

o Uso de equipamento de som para trabalhar com a

música como suporte didático.

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seria, o certo é que tinha outra visão, outro olhar, talvez, superficial, utópico de mais. Sendo

assim vi as minhas concepções sendo delineadas, formadas. A educação, a área de letras, o ensino

da língua materna e a estrangeira, tudo isso foi se desenvolvendo conforme fui progredindo a cada

etapa na universidade.

Tivemos momentos em que o nosso olhar se firmou nas leis, diretrizes e parâmetros que

permeiam a educação em nosso país, as LDB´s e os PCN´s, o que nos permitiu perceber que há

uma vontade, pelo menos dos estudiosos que participam das concepções inseridas nestas leis e

parâmetros, mas ainda falta uma vontade política no campo macro, mas permita-me dizer que no

campo o que chamaria de micro, as escolas e toda a sua comunidade também pecam em não

abraçar as concepções criadas como norteadoras por estas leis e parâmetros, ficando no superficial

em decorrência muitas vezes de obrigações legais e não movidos por uma concepção de mudança.

Esta minha análise conceitual entre as leis e a prática educacional pôde ser construída em virtude

de um espaço disciplinar de muita valia chamado em princípio de “Escola e Sociedade” por nossa

universidade, pois, desde o nosso primeiro momento, ao adentrarmos na universidade fomos

convidados a dialogarmos entre o campo de ensino, a escola, e a sociedade, e este diálogo

permitiu-nos que pudéssemos correlacionar à educação como um bem social necessária, e de que

forma a sociedade em si entende a sua participação em todo o processo educacional. Veio-me à

memória a lembrança do tear, da tessitura, da educação como linhas que vão sendo sobrepostas

para a criação final de algo belo, linhas que representam os docentes, os alunos, a comunidade

escolar: administrativa, de apoio, assim como a comunidade ao redor da escola, todos são linhas

na tessitura da educação, que se bem tramadas, alinhadas, culminam em algo harmônico, firme e

de ímpar beleza e utilidade.

Estes momentos de aprendizagens além das teorias nos levaram a retornar à escola, esta, diria eu,

foi o nosso quintal acadêmico, uma extensão de nossa casa universitária. E como foram

importantes estes momentos para nós, para mim em especial, recordo-me de quando retornei a

escola de minha infância, quantas recordações, suspiros, saudades, aquele ar de nostalgia permeava

o ambiente e eu estava lá, de novo, agora como o intuito de analisar, observar, dialogar com a sua

comunidade escolar, tive que deixar um pouco de lado o saudosismo, visando responder às

questões que nos foram propostas, que a meu ver foram muito além do conceitual, pois, ao me

deparar com aquele ambiente fui automaticamente respondendo questões internas que dizem

respeito a minha formação como docente. Entre as concepções de ensino ali praticadas e as ideias

de novas concepções, ou aquelas que realmente surtiriam efeitos para os educandos. A didática

tradicional e as novas didáticas de ensino apregoadas por estudiosos (“liberal ou progressista”),

como aplicá-las, de que forma eu, como futuro docente poderei dosar tais conceitos, romperei

totalmente com o dito tradicional em busca das didáticas novas? Esta, talvez, seja a questão

norteadora de toda a minha “prática de ensino”, visualizar a Escola e a sociedade de forma

intrínseca, construir a minha identidade profissional em sala de aula configurando-a como um

espaço pedagógico de fundamental valor, de diálogo, de cooperação e Inter-relação do saber entre

professor e aluno, um espaço democrático onde se constrói o aprendizado. Nossas bases

educacionais para a docência foram firmadas também em questões que foram trabalhadas dentro

da disciplina “Ensino-aprendizagem de língua e literatura na sala de aula”, um conteúdo que veio

nos enriquecer debalde, trazendo ideias e concepções de grandes estudiosos educacionais, o que

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fez de forma brilhante. Devo salientar também os nossos momentos como estagiários, cumprindo

com o nosso dever para com esta disciplina, assim como o nosso dever como “aprendizes” em

constante aprendizado. Muitas destas concepções do lidar na prática com o campus educacional

“in loco” ou o analisando no que se refere a suas diretrizes e parâmetros fez com que algumas de

minhas próprias concepções fossem modificadas, algumas foram esmerilhadas, outras literalmente

quebradas, e muitas foram descobertas, pois, permiti isso, despi de meus preconceitos e abri-me

ao novo.

Estes momentos, que para mim, foram como se eu estivesse em uma fábrica, em produção, e de

que resultará no meu fazer didático-metodológico, lembrou-me de um poema que pode ser

perfeitamente Intertextualizado e contextualizado, poema de Olavo Bilac, intitulado: “A um poeta”

e, não seríamos nós, docentes, como este poeta em nossa árdua busca para construirmos uma

educação que figure como versos perfeitos em métrica e harmonia. A mim e aos caros colegas

docentes, brindo-os com este belo poema, que nos diz que vale todo o sacrifício quando o final

resulta-se em algo de imenso valor.

A UM POETA (OLAVO BILAC)

Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego

Do esforço: e trama viva se construa

De tal modo, que a imagem fique nua

Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplicio

Do mestre. E natural, o efeito agrade

Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade

Arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade.

Olavo Bilac

Vi e vivenciei a construção do saber

Falam-se muito nos dias atuais pela busca por uma educação mais contextualizada, que esteja

inserida no próprio meio social e, que leve ao aluno a pensar, a ser agente de seu saber e que este

ensino tenha aplicabilidade, pois, educar para “decorar” nunca foi uma concepção positiva e um

objetivo da educação. Desde os primórdios em que entrei na universidade, lá nos idos de 2010,

esta objetividade e aplicabilidade contextual foi uma constante busca em meu aprendizado.

Percebi que era impossível estudar conceitos, teorias e conteúdos sem fazer uma ponte com o seu

real valor no mundo, desta forma fui relacionando-os a vários meios, seja pela busca mais

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aprofundada em sites, ora em livros, também em outras mídias como a televisiva, jornais e

revistas. Passei a ter um novo olhar para tudo o que via, ao me deparar com algo novo, logo fazia

uma correlação com o meu aprendizado, pois, sabemos que nada está isolado, e o saber é

compartilhado e passeia por várias áreas, há uma rede de conhecimentos em tudo, como disse,

basta olharmos atentamente e extrairemos algo para o nosso proveito, para o nosso aperfeiçoar.

Este meu olhar, agora mais crítico, permitiu-me ver que a língua e suas nuanças estão no âmago da

sociedade, em suas relações, em seus discursos, cheios de valores e dizeres que transmitem

ideologias, crenças, historicidade, eis aí um dos importantes motivos de estudar análise do

discurso, um conteúdo um pouco denso, mas que produz efeitos importantíssimos em nós como

docentes e cidadãos.

Como é natural, tivemos em todos os nossos períodos algumas disciplinas que são subdivisões de

conteúdos relacionados à língua portuguesa e a língua inglesa com suas respectivas literaturas, e

com um pincelar da área pedagógica, para que lembrássemos que estávamos nos capacitando para

a docência. Podemos dizer que de forma dosada vimos algumas especificidades das línguas

portuguesa e inglesa, em áreas como:

Linguística: relações, gramática, linguagens diversas, escrita e fala;

Semântica: significados, variações de significados, gírias, falares regionais;

Gêneros Textuais: denotação e conotação;

Literatura: a língua como arte e usada para expressão do belo e como fonte de saberes e

conhecimento.

Digo que alguns destas áreas exigiram mais de mim no campo da aprendizagem, outras nem tanto,

porém, ambas suscitaram em mim um desejo a maiores pesquisas, estudo a finco, pois, ansiava

superar algumas dificuldades e tornar o meu aprendizado algo prazeroso e contextualizado.

Dentro desta concepção de vivenciar o ensino e contextualizá-lo, deparei-me nesta caminhada

com assuntos que vieram a enriquecer, serviram de suporte, de base do transportar do teórico

para o prático. Logo no início de nosso curso, foi nos proposto a leitura do livro “preconceito

linguístico” de Marcos Bagno, recordo-me que desta tarefa surgiu um debate riquíssimo em sala de

aula, alguns alunos eram contrários ao posicionamento de Bagno, outros como eu, tornaram-se

fascinados pelo autor e a sua maestria em lidar com um assunto que por si só é motivo de

preconceito por muitos da sociedade e principalmente por muitos docentes, que veem a língua

como um baluarte da nobreza detentora de um sangue azul que não permite a “mistura”, não pode

descer de seus “status”, que estes mesmos a colocam. Ora bolas! A língua é viva, não está preza ao

certo e ao errado, mas, sim, ao adequado ou não, e é isso que nós, como docentes temos que

apregoar e ensinar. Há variações da mesma língua que podem e devem ser usadas em contextos

diferenciados, cabe ao educando sabe-la usar da melhor forma. Abaixo através de uma tirinha

veremos como o cartunista Maurício de Souza expôs este preconceito tão comum em nossas

escolas, praticados, infelizmente, muitas vezes por nós docentes, pessoas que deveriam está

lutando e ensinado o quão prejudicial são todas as formas de preconceitos.

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Resta-nos saber o que a caríssima professora se refere quando diz a Chico Bento, que ele deverá

retornar “o fino no português”. A tirinha nos faz rir, mas nos faz refletir igualmente, esta, creio

eu, seja o objetivo desta em análise, é sabido que o personagem de Chico Bento representa o

caipira, o homem do campo no universo dos quadrinhos de Maurício de Souza, e traz consigo a

peculiaridade do falar característico deste indivíduo do campo, ou seja, é um falar regional, e

social, não podemos vê-lo como erro, pois, estão intrínsecos vários fatores sociais e culturais, o

que se deve fazer é mostrar a este indivíduo que existem outras variantes da língua que serão

necessárias a este em outros momentos da vida. Nesta tirinha consigo visualizar várias atitudes

comuns a estas sendo realizadas em nosso cotidiano, em uma sociedade que não consegue ver e

respeitar a pluralidade da língua em todas as suas variações e vertentes;

Ao lado vemos a capa do livro de Marcos Bagno, que por si só é

cativante e nos faz refletir. O preconceito linguístico é um mal

que não se traduz apenas no campo da língua, mas a ele estão

atrelados outros preconceitos como o social e o regional.

Venho de uma família pobre do interior de Minas Gerais e até

hoje mantemos em nossas conversas o falar típico de Minas, com

suas palavras próprias, a cadência no falar. Todos nós, com

exceção de nossos pais tivemos a oportunidade de estudar, alguns

só o ensino médio, outros como eu estão indo um “pouquim” mais

além, isso prova que existe uma variação na língua que nada tem a

ver com o nível educacional, mas são traços culturais e sociais que

devem ser respeitados e ensinados.

.

Aproveitando esta mesma linha de pensamento ainda no campo de ensino da língua e suas

variantes, e contextualizando com a análise dos livros didáticos, sabemos que constantemente vem

à tona crítica a estes livros por trazerem em seus contextos o respeito e o ensino de variantes da

língua. Abaixo partilho os dizeres do mestre neste assunto Marcos Bagno, algo para a nossa leitura

e conscientização.

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Polêmica ou ignorância? Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa

Marcos Bagno Universidade de Brasília

Para surpresa de ninguém, a coisa se repetiu. A grande imprensa brasileira mais uma vez exibiu sua ampla e larga ignorância a respeito do que se faz hoje no mundo acadêmico e no universo da educação no campo do ensino de língua.

Jornalistas desinformados abrem um livro didático, leem metade de meia página e saem falando coisas que depõem sempre muito mais contra eles mesmos do que eles mesmos pensam (se é que pensam nisso, prepotentemente convencidos que são, quase todos, de que detêm o absoluto poder da informação).

Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de petista, fiquem tranquilas senhoras comentaristas políticas da televisão brasileira e seus colegas explanadores do óbvio.

Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro, com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas mesmas “classes populares”, esses mesmos profissionais entenderão que seu modo de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada em formol – que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos tempos, com a chegada aos novos meios de comunicação de pseudoespecialistas que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.

Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro do conjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantados para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações no mínimo patéticas.

A principal característica dos discursos marcadamente ideologizados (sejam eles da direita ou da esquerda) é a impossibilidade de ver as coisas em perspectiva contínua, em redes complexas de elementos que se cruzam e entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos só existe o preto e o branco, o masculino e o feminino, o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai. Darwin nunca disse em nenhum lugar de seus escritos que “o homem vem do macaco”. Ele disse, sim, que humanos e demais primatas deviam ter se originado de um ancestral comum. Mas essa visão mais sofisticada não interessava ao fundamentalismo religioso que precisava de um lema distorcido como “o homem vem do macaco” para empreender sua campanha obscurantista, que permanece em voga até hoje (inclusive no discurso da candidata azul disfarçada de verde à presidência da República no ano passado).

Da mesma forma, nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa não significa automaticamente combater a outra. Defender o respeito à

Artigo de internet

http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745

Acesso Exclusivo - Uniube Marcos Bagno

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variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.

Não é preciso ensinar nenhum brasileiro a dizer “isso é para mim tomar?”, porque essa regra gramatical (sim, caros leigos, é uma regra gramatical) já faz parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma “isso é para eu tomar?”, porque ela não faz parte da gramática da maioria dos falantes de português brasileiro, mas por ainda servir de arame farpado entre os que falam “certo” e os que falam “errado”, é dever da escola apresentar essa outra regra aos alunos, de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam vir a usá-la TAMBÉM. O problema da ideologia purista é esse também. Seus defensores não conseguem admitir que tanto faz dizer assisti o filme quanto assisti ao filme, que a palavra óculos pode ser usada tanto no singular (o óculos, como dizem 101% dos brasileiros) quanto no plural (os óculos, como dizem dois ou três gatos pingados). O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta “língua certa”, no exato momento em que a defendem, empregar regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: “Como é que fica então as concordâncias?”. Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a pergunta: “E as concordâncias, como é que ficam então?”

Deixa-me encerrar, dá o meu: “até mais” a este assunto assaz interessante com o trecho de um

poema de Felipe Peixoto Braga Netto, intitulado:

“Sotaque das mineiras”. “A fórmula mineira é sintética. E diz tudo.

Até o "tchau" em Minas é personalizado.

Ninguém diz tchau pura e simplesmente.

Aqui se diz: "tchau procê", "tchau procês".

É útil deixar claro o destinatário do tchau.

Então..."

Um abraço bem apertado procê.

É óbvio que tivemos outros assuntos e demais conteúdos estudados que foram de grande valia e,

que pude vê-los representados em meu cotidiano, como exemplo a nossa abordagem, rápida, mas

de grande significado pela língua latina, pois, é importantíssimo ter a noção da base de nosso

idioma português, mas, consegui percebe que o latim figurou como uma língua tão importante em

decorrência do poder do império que a representava que vemos traços linguísticos da mesma em

vários idiomas, inclusive no inglês, em que algumas palavras têm a sua base no latim.

Aproveitando esta temática, gostaria de lembrar o estudo da história da língua portuguesa, as suas

modificações no decorrer do tempo, todo o processo que esta passou e tem passado, nos

demonstrando o seu caráter de língua viva, capaz de modificar-se, adequar-se à época. Fizemos até

alguns trabalhos baseados no texto “Antigamente” De Drummond de Andrade, onde nós,

licenciandos, intertextualizamos este texto com as possíveis falas de nosso tempo, resgatamos os

dizeres populares e os seus possíveis significados, enfim, foi uma maneira didática bem proveitosa

para nós para trabalharmos com variação linguística e história da língua.

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Em língua inglesa tivemos a oportunidade de

fazermos um passeio e conhecermos um pouco

de sua história, tanto em uma abordagem

literária quanto em uma abordagem

gramatical. De forma sistemática, diria “Step

by step” progredíamos no campo da língua

inglesa, aperfeiçoando nossa gramática e

outros conhecimentos no idioma de Shakespeare.

Trabalhamos com as quatro habilidades comunicativas em inglês: “Listening;

Speaking; Reading; Writing”, estas habilidades foram sempre contextualizados de

forma didático-metodológicos, em que além de aprendermos, estávamos nos

capacitando para o ensino das mesmas em sala de aula.

A minha formação em língua inglesa tem me proporcionado além da capacidade comunicativa

neste idioma, outro fator de suma importância: a descoberta e o prazer pela literatura em língua

inglesa. É notório que o inglês sendo um idioma universal traga consigo uma gama imensa de

textos e obras literárias, produzidos por grandes gênios da literatura mundial, tais obras figuram

como clássicos universais, obras-primas, não é o fato de serem em inglês que as tornam obras

clássicas, mas por trazerem consigo textos geniais e histórias que perduram com o passar do

tempo, são de conhecimento, apreciadas e até mesmo intertextualizadas. É comum vermos estas

obras clássicas ganharem novas roupagens e recriações para as telas do cinema, em abordagens

múltiplas na televisão (sitcom; cartoons; novelas, séries; etc.). É possível vê-las em encenações

teatrais, até mesmo como referencias em linguagens da pintura, da dança, fotografia, linguagens

digitais e, até mesmo na moda. A literatura e suas obras

clássicas são assim um material riquíssimo e atemporal que

perduram influenciando o indivíduo e a sociedade.

Abaixo temos algumas destas obras que foram reinventadas

com uma temática e elementos do horror com intuito de

atrair o público moderno. Tratam-se das obras clássicas:

"Orgulho e Preconceito", obra-prima da escritora britânica

Jane Austen, que foi lançada em 1813; “Rainha Vitória”,

escrito por E. Gordon Browne e “Um Conto de Natal”, de

Charles Dickens. Tais títulos receberam novas roupagens

como: “Orgulho e Preconceito e Zumbis”; “Rainha Vitória: A

caçadora de Demônios”, de A. E. Moorat, e “Scrooge: Uma

história de Zumbi para o Natal de Adam Roberts”.

English´s Time

Influências do inglês no dia a dia

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á ã

ú

Estas histórias clássicas reinventadas, por certo, não tiram o valor das originais, mas testificam

justamente o valor que as mesmas possuem, pois, suscitam e remetem a genialidade dos autores e

suas respectivas obras. Estas releituras podem ser remetidas ao período gótico, trazendo todas as

especificidades deste tipo de literatura às obras que não pertenceram a este universo.

The End.

Dificilmente chegamos a um consenso quando nos referimos à literatura, ou a arte literária,

sabemos que ela, sim, possui um poder, poder este que me fez brincar com a frase clássica das

HQ´s, criando assim a imagem de uma super-heroína, a literatura. A literatura tem o poder de

relatar as nuanças da sociedade, porém, o faz de uma forma diferenciada, traz consigo outro olhar,

outra esfera para as mazelas que vividas na sociedade, tais mazelas quando as vemos na ótica de um

autor, por vezes, esquecemos que somos os participantes do teatro da vida, os atores, não que as

obras sejam incumbidas de retratar a realidade, ora, são ficções! Mas há um pano de fundo, há nos

discursos e nas entrelinhas algumas verdades, enfim, nada é por acaso. A literatura é “super”

porque não voa solitária, é capaz também de fazer voar a todos que se aliarem a ela. Ela leva a

outros mundos, a outras épocas, transpassa o espaço e o tempo: pode-se ir ao futuro ou retornar

aos primórdios da humanidade. Ele cria, inventa, produz. Ela tem o poder de controlar nossos

sentimentos e emoções, pois, ela nos faz rir, chorar, amar, odiar. Ela é única, ímpar. Ela é

"super", mas humana, pois, traz consigo também as fraquezas do ser, nossas imperfeições e falhas,

mas, paradoxalmente nela encontramos a esperança, a alegria, e sonhos, ah! Os sonhos, estes, às

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vezes só ela é capaz de realizar.

Sempre avante literatura, realize os sonhos, faça-nos voar nas páginas de seus livros, permita-nos

navegar, pois, é preciso com Fernando Pessoa; desvendarmos à célebre questão do “to be or not to

be” de Shakespeare; encontrar a pedra no meio do caminho de Drummond; entoar a canção do

africano de Castro Alves; fazer as travessias no Grande sertão Veredas de Guimarães Rosa;

mergulhar no intenso fluxo da consciência de Clarice Lispector e Hilda Hilst; desvendar os

mistérios com Agatha Christie; assustarmo-nos com a criatura sombria de Mary Shelley e o seu

monstro tão humano Frankenstein; Ah, Literatura! Permita-nos sermos um herói, assim como

você o é, mas ao nosso modo tupiniquim, como Macunaíma de Mário de Andrade, pois, quando

cansarmos de tantos feitos heroicos, poderemos exclamar: Ai que preguiça!

Saliento que, não há como e nem se deve desassociar literatura e gramática, ambas devem ser

trabalhadas juntas tendo como objetivo transmitir o conhecimento linguístico, associando-o a um

prazer estético e artístico que a literatura produz.

Olhar sobre a igualdade (educação inclusiva)

A educação traz em seu âmago algumas responsabilidades sociais, dentre estas, de ser agente de

promoção da igualdade e da construção da personalidade humanas autônomas e críticas. Dentro

desta concepção é inegável a qualquer educador consolidar estes valores. A educação deve ser

consolidada de forma a respeitar e aceitar as diferenças, promover a inclusão, e desconstruir ideias

que ferem o indivíduo no tocante a seus valores, crenças, opções e possíveis debilidades. O olhar

igualitário, num gesto que vai além dos sentimentos de pena e ou caridade, mas, que se insere em

um contexto de ação social, é este olhar que nós docentes devemos ter. A escola dever-se-á

construir-se nesta base e, junto com toda a sua comunidade ser um espaço onde se vive a

pluralidade, as trocas e experiências, os diálogos de diferentes saberes e realidades, é local de

interação e está aberta a todos. Devemos buscar a capacitação para lidarmos com todas as

realidades sociais em âmbito educacional. Alunos com certas deficiências e/ou dificuldades

(cegos, surdos, cadeirantes etc.), assim como quaisquer outros alunos devem coabitar em um

mesmo espaço, a escola em seu ensino regular, e devemos promover entre todos estes: a

igualdade, o respeito, buscando criar uma rede de troca, onde haja a interação e o auxílio mútuo,

pois, esta é a base social ideal dentro e fora da escola.

Para percebermos a importância da inclusão, vejamos o que nos diz Mantoan (2006a, p. 27):

A escola comum é o ambiente mais adequado para garantir o relacionamento

entre os alunos com ou sem deficiência e de mesma idade cronológica, bem

como a quebra de qualquer ação discriminatória e todo tipo de interação que

possa beneficiar o desenvolvimento cognitivo, social, motor e afetivo dos

alunos em geral.

A educação inclusiva visa desfazer a segregação imposta pela dicotomia “escola regular e escola

especial”, esta evidencia que é possível trabalharmos a educação para todos e com todos, dentro de

um contexto onde se restitui e apregoa igualdade.

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Oficina de

Saberes

Neste espaço apresento um pouco de minhas realizações como profissional de letras, dentro e fora

do campus universitário. Fiz uma relação com os momentos em que a turma se reunia para a

produção de atividades, para o trabalho em equipe, para dialogar saberes e aprendizagens e,

momentos de descontração, onde aliávamos os nossos conhecimentos aplicando-os de forma

lúdica e agradável, estes momentos eram igualmente chamados de oficinas pela Uniube.

Realizações e Conquistas

Texto escrito baseado no texto “Antigamente” de Drummond, (releitura) com a

utilização de expressões atuais, produzido para uma atividade no 1º Período onde

trabalhávamos variedades linguísticas e a língua materna. (A linguagem Verbal e o

Contexto).

Atualmente

ATUALMENTE, as moças chamam-se tchuchucas e soa todas dondoquinhas e muito

"preparadas". Não fazem anos: e sim níver, e nunca revelam quantos. Os boyzinhos,

mesmo não sendo saradões, mandam uma moral e chegam junto, mas uns dão mole. E se

levam um bigode, o remédio e vazar e zoar outra mina. As pessoas hoje vivem na

correria, pois "times is Money" e não podem dar mole. Alguns firmam só para saber das

paradas, porém sabem quem e que toca terror. O que não impede que na real alguns

entrem numa maior fria. Encontram uns caras 171 que dá o cano e vazam pra moita. Os

coroas, depois da boia, vão pra um relax, saindo para um rolé, tomar um vento, mas

ficam ligados para não pegar sereno. Os teens curtiam um cinema, agora curtem um cine,

mascando chicletes, a galera e fascinada por embarcar em um maquina voadora; os quais

mais doidões, se mentem em cana, não admira que a casa caia para muitos.

TÊM MUITOS HOJE que levam uns cacetes quando crianças, e ao visitarem uma família

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bolada, sabem da moral. Se mandar recado a alguém, quem o leva diz levarei o lero. Uns

ao encontrar uns crentes diz: "a paz irmão", a resposta e a paz do Senhor! E quando

alguém espirra fala-se: "Saúde", porém às vezes e o maior caô, os mais esperto querem

tirar onda e se dão mal, e muitos acabam perdendo a cabeça com eles. As pessoas muito

frescas ficam chateadas com as desfeitas quando insinuam que seu filho pinta e borda.

Verdade que às vezes, estes moleques são uns capetas, chegam a puxar um fumo

escondido atrás das igrejas. Algumas meninas não: são quadradas, umas dondocas,

ATUALMENTE, uns fazem business, porém ficam no vapor, outros são pegos no flagra e

contam tudo em detalhes e passam o maior sufoco lá no fim do mundo, uns dão mole,

outros estão perdidões. As famílias fazem supermercado no supermercado (redundante)

tem credito no açougue e compram qualquer parada que passa vendendo o "de menor",

quase sempre um esperto, desde que esse não tenha sovaco de gambá. Não recebem tão

bem os cobradores que vivem andando para cima e para baixo e sempre trazem fofocas

das pessoas. Ele vem bater um papo e deixa qualquer bugiganga de 1,99 geralmente de

presente. As meninas se maquiam e vão para as varandas ver os boys montados nas suas

maquinas turbinadas. Infelizmente, muitos são da malandragem, só tem gogo.

Acontece de o cara ficar resfriado; passando mal, manda chamar o doutor e depois vai à

farmácia para verificar a receita de medicamentos; hoje não existe uma doença apenas que

deixa as pessoas preocupadas, mas muitas seja a tuberculose, a sífilis e outras DST's. Hoje

se fala em casas com fantasmas, os meninos têm vermes, os homens usam cuecas, e

sapatos e tênis de marca, camisas de linho comprada no shopping, hoje as câmeras são

digitas e todos podem ser fotógrafos e editores das imagens e, cristãos, mulçumanos,

judeus, ateus, quando morrem: vão e para a vala, passaram o rodo neles.

Texto reescrito baseado no “Conto em letras garrafais” [do livro "Contos de amor

rasgados", Rio de Janeiro, Rocco, 1996] de Marina Colasanti. Atividade realizada no

2º Período.

Conto: Pescador de Sonhos

Era final de mais um dia, o sol estava já se escondendo no belo e

vasto mar, nos brindando com aquela sublime cor alaranjada.

Como de costume estava Pedro na praia, admirando o pôr do

sol, olhos fitos no horizonte, nas mãos trazia um objeto e na

mente, sonhos. Todos os dias, Pedro esvaziava uma garrafa,

dizia ele que bebia para afogar as mágoas, esquecer a dura vida

que levava como pescador e, das muitas vezes que Maria sua

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esposa reclamara que não tinha o que dar aos filhos para comer, João e Paulo, estes eram os

nomes dos filhos de Pedro, ele mesmo os deu, sentia orgulho, eram nomes dos apóstolos,

assim como o dele. Pedro tinha esperanças e como um sonhador, este colocava dentro da

garrafa sua mensagem, ali depositara suas esperanças. Pedro não pescava somente peixes, mas

era um pescador de ilusões, sendo assim, entregava a garrafa ao mar, ia boiando nas águas

oceânicas, mais que apenas uma garrafa, lá ia os anseios de um homem. Pedro ficara sempre

na expectativa de algum dia obter resposta, dia após dia, nutria o desejo de ver retornar uma

de suas garrafas, mas nenhuma retornou e nunca recebeu resposta. Maria via seu marido a

cada dia bebendo mais e mais, os filhos via um pai cada vez mais ausente, resultado, na vida de

Pedro as respostas nunca vieram, os sonhos não se foram, mas tornou-se alcóolatra.

Criei este poema estabelecendo um diálogo intertextual com o bem cultural de minha região: Bandas de Congo, (suas músicas e danças), um patrimônio cultural do município de Cariacica/ES. Esta atividade foi realizada na unidade temática “O contexto da obra literária”

Canto à Mãe África

É no som da casaca

É na batida do tambor

Entoo aos meus deuses

Com alegria e amor

Este canto de verdade

Expressando quem eu sou

Sou “nego” guerreiro

Astuto e faceiro

Vindo da mãe África em navios negreiros

Lá era rei, aqui o que me tornei?

Tornei um escravo, animal e: —“quanto sangue derramei!”,

Mas guardo em meu peito, forças, fé e devoção.

Que a coroa um dia me tirada

Meus deuses a dará em minha mão. Obs. Utilizo a cor da fonte em vermelho como simbolismo pelo sangue vertido pelos negros.

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No texto abaixo faço uma análise da importância de trabalharmos com textos na modalidade oral e não priorizarmos apenas os textos escritos. Esta análise foi realizada como resposta a um fórum na 3º Etapa em “Modos de organização dos textos Orais e escritos”.

Texto existe fora da escrita?

A ideia de que o texto para ser elaborado é necessário que o mesmo seja construído de forma escrita está intrínseco nos alunos da língua, fato este resultante de uma valorização excessiva do texto na modalidade escrita na sociedade atual, como se o fato do indivíduo saber escrever o tornasse mais "capacitado" a viver nesta sociedade. Este entendimento, digamos bem errôneo, faz com que os docentes priorizem no tocante ao ensino da língua a sua modalidade escrita, isto é fato, vejamos os parâmetros curriculares de ensino do português e, notaremos que em sua maioria enfatizam a gramática com todas as suas regras, objetivando “adequar” os alunos às normais ditas padrões, sendo que a forma a qual o professor verificará esta adequação se dará meramente pela maneira com que os alunos estão escrevendo, se estes estão assimilando o conteúdo, escrevendo bem, sem erro, ou com o mínimo dele possível, basta lembrarmos as redações, ditados, textos (estes sempre na modalidade escrita) que os alunos são instigados a fazer por solicitação de seus professores. Vimos como é notório o fato da associação do aluno a texto como sendo apenas da forma escrita, pois, geralmente não é apresentado a este, as duas modalidades textuais, e a importância que cada uma tem. Tanto a modalidade escrita, quando a oral (fala) desempenham importante papel na comunicação, na linguagem cotidiana, podemos citar Marcuschi, que diz: "fala e escrita são atividades comunicativas sociais e práticas sociais situadas e em ambos os casos tem-se o uso real da língua". Ao se priorizar o texto na modalidade escrita, contribui-se para, em tese, desvalorizar a importância da oralidade e, incapacitar o aluno a fazer o bom uso da mesma quando necessário, pois, esta modalidade é tão necessária quanto à escrita em qualquer ato da comunicação, sendo que, há casos em que esta modalidade faz-se mais necessária ou viável, tais como em um discurso, uma entrevista, uma palestra, debates, dentre outros muitos exemplos. Enfim, discursar é comunicar-se e se expressar, tem uma função social importantíssima, sendo assim, os usos da língua é que determinará a variação da língua em todas as suas manifestações, a modalidade a ser utilizada vai depender do contexto, Não há supremacia de uma sobre a outra.

Participação no projeto “Entre Jovens”, Este foi um momento em minha formação acadêmica em que eu pude contemplar uma

forma didática e metodológica do ensino de Língua portuguesa e literatura suscitando

todas as formas de leitura, não apenas a textual, mas a verbal, a iconográfica, aliando as

formas lúdicas e participativas na construção do aprendizado.

Vou destacar deste meu trabalho no projeto uma das oficinas, intitulada “Baile dos

namorados”, nesta oficina trabalhamos dentro outras coisas com as variações linguísticas:

social, regional e histórica. Nesta oficina os alunos, através de um cartaz antigo que era

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um convite para uma festa, justamente um baile dos namorados, tiveram que refazer

outros cartazes, uma releitura do original, contextualizando-o com o nosso tempo, com o

meio social em que eles vivem, outro foi feito trazendo algumas expressões peculiares do

povo capixaba (regionalismos). Veja abaixo o planejamento completo de como ocorreu

este projeto.

Desenvolvimento da Oficina (Projeto): “Baile dos Namorados”

Apresentação do texto de Martha Medeiros - Dos “ficantes” aos namoridos, de forma contextualizada e dinâmica com imagens utilizando (“Data show");

Produção de cartas de "namorado (a)" falando de qualidades (adjetivos) a um colega de sala sem identificá-lo

Trabalhando o texto com suas possíveis interpretações, resolução das atividades em grupo e, construir as possíveis respostas;

Criação de um cartaz (no Word - PC) para divulgação de um "baile dos namorados" (linguagem formal) e, dois cartazes para uma "festa/balada dos namorados" (linguagem coloquial e regional) - textos verbais e não verbais.

"Pop-up", momento em que consultamos o dicionário para tirar dúvidas sobre a polissemia (Faculdade que tem uma palavra de apresentar diferentes sentidos) (ex. "pegar”, utilizada na crônica: "Namorados");

Preparação dos grupos para as apresentações das músicas e dos poemas criados com o nome de cada grupo (Emoções; Sentimentos e Apaixonados).

Jogo das descobertas: leitura de fragmentos do poema de Drummond por cada grupo e possíveis interpretações (conhecendo na prática literária o uso de figuras de linguagem, como a metáfora, metonímia, alegoria, entre outros recursos semânticos);

"Coroação" do rei e rainha do baile (brincadeira em que o grupo que somar maior pontuação em todas as atividades terá entre seus integrantes escolhidos um rei e uma rainha);

Finalizamos esta oficina com um evento especial, o Baile dos Namorados, realizamos

algumas dinâmicas, tivemos alguns comes e bebês, devo salientar também que, este

evento foi realizado de forma interdisciplinar, pois, a tutora de matemática também

realizou algumas atividades de sua disciplina com a mesma temática, culminando neste

grande evento tão agradável a nós tutores quanto para os alunos que tiveram uma

participação exemplar e, pude ver que quando os alunos são desafiados, quando se

apresentam propostas a eles e de forma conjunta estas vão sendo realizadas, alunos e

professores conseguem resultados positivos e realmente conseguimos não apenas a

transmissão do conhecimento, mas, a construção deste conhecimento, aliando saberes,

ludicidade, cooperação, juntamente com o respeito e a afetividade, pois, devemos sempre

crê em nossos alunos, em seus valores e potenciais.

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BAILE DOS NAMORADOS

Conquista de meu emprego como funcionário em uma biblioteca pública

Considero importantíssimo relatar aqui neste espaço esta minha conquista, pois, foi graças a ser um estudante de letras que fui encaminhado, após passar em um concurso público, pela prefeitura de meu município para prestar serviços em sua principal biblioteca. No local em que trabalho atualmente, abriga a biblioteca e o centro histórico do município e, minha função neste local não diz se restringe apenas nas indicações de livros, ou em atender aos visitantes, mas, em auxiliar os alunos e\ou os munícipes em suas pesquisas e trabalhos, em promover palestras sobre a história e cultura de nosso local, assim, como em prestar auxílio em assuntos relacionados à área de português e inglês. Em breve estarei realizando algumas oficinas no espaço, inicialmente abordarei a temática de criação de textos e escrita criativa, estou animado com expectativas acerca deste trabalho, ou lazer, nem sem como defini-lo. Outro fator que me traz alegrias em estar trabalhando em uma biblioteca é o fato de ser um local onde estou rodeado de livros, textos, enciclopédias, o que me auxilia muito em meus estudos, sendo que posso transmitir estes meus conhecimentos e saberes adquiridos com o outro, com uma parcela da sociedade, com comunidade que me rodeia, o que me torna, com muito orgulho, em uma espécie de educador social. Dentre estas minhas colaborações sociais, trago com grande orgulho o fato de ter colaborado com Rosa, uma boliviana que precisava passar em uma prova para ter garantido o seu diploma em nosso país e, através de algumas lições e de intensa colaboração, Rosa conseguiu uma ótima pontuação e teve garantido o seu diploma que, a fez gentilmente retornar à biblioteca e dizer-me: Muito obrigado! Gestos como este não tem preço para um educador.

ENTRE JOVENS

Pedagoga Márcia Calheiros (Resp. pelo projeto na escola)

e eu, professor-tutor.

Galera do projeto

(+ que alunos, amigos). Momento de partilhar

saberes (leitura)

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Eu no balcão de atendimento

Usuários na Biblioteca

Eu e os livros,uma de minhas paixões

NA

BIBLIOTECA

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Considerações Finais

Breves Palavras

Veni, vidi,

s temas, assuntos e abordagens em todo o curso de licenciatura em Letras

português/inglês foram sem sombras de dúvidas de crucial importância em

toda a minha formação como docente. Mostrei neste portfólio uma

abordagem geral, uma visão ampla e contextualizada de meus estudos, o que vi e

como relacionei este aprendizado com as minhas vivências.

Neste processo foram momentos de reflexão, de engajamento e de superações.

Momentos de aprendizagens, de valores solidificados na educação. Educação que é

alicerce para uma vida melhor e através desta que se constrói uma sociedade mais

justa e igualitária, pois, creio em que Paulo Freire dizia:

Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.

Recorro-me a célebre frase latina de Júlio César, a mesma que consta no título deste

tópico, como sendo o baluarte de minha formação acadêmica.

Em busca de meu sonho;

i didáticas; metodologias e novas concepções educacionais;

desafios, superei expectativas, tornar-me-ei um

educador que aspira sonhos e anseia realizá-los.

Esta é uma simples citação, mas, traz em si todo o processo de

crescimento ao qual passei na caminhada educacional de minha

licenciatura em letras português\inglês pela Universidade de

Uberaba (Uniube).

O