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Revista Debates Insubmissos
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuiçoo - Noo comercial - Sem derivações 4.0 Internacional. Fonte: https://periodicos.uppe.br/revistas/debatesinsubmissos/article/view/44065//33i56. Acesso em: 43 set. 40i9.
REFERÊNCIARESES, Erlando da Silva; ROZA PINEL, Walace. Programa pós-populares: a extensoo como práxis educativa nas periperias urbanas de rrasília. Revista Debates Insubmissos, Caruaru, v. 4, n. 5, maio/ago. 40i9. Disponível em: https://periodicos.uppe.br/revistas/debatesinsubmissos/article/view/44065//33i56. Acesso em: 43 set. 40i9.
REVISTA DEBATES INSUBMISSOS, Caruaru, PE. Brasil, Ano 2, v.2, nº 6, mai./ago. 2019. ISSN: 2595-2803 Endereço: https://periodicos.ufpe.br/revistas/debatesinsubmissos/
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PROGRAMA PÓS-POPULARES: A EXTENSÃO COMO PRÁXIS
EDUCATIVA NAS PERIFERIAS URBANAS DE BRASÍLIA
POST POPULAR PROGRAM: THE EXTENSION AS EDUCATIONAL
PRAXIS IN THE URBAN PERIPHERIES OF BRASÍLIA
Erlando da Silva Reses1
Walace Roza Pinel2
RESUMO
Procuramos por meio deste artigo discutir o programa de extensão universitária Pós-Populares
vinculado à Faculdade de Educação da UnB, cujas origens se dão a partir dos movimentos populares
ligados à concepção da educação emancipatória. Sob a perspectiva dialética, temos por objetivo
propor um debate acerca da necessária ampliação ao acesso aos programas de Mestrado e Doutorado
às populações moradoras das periferias urbanas. Ao observarmos a baixa taxa da população de
Brasília que tem formação acadêmica como Mestres ou Doutores, tal situação nos aponta para a
necessidade de ações efetivas a fim de melhorar o acesso à Universidade, o qual os conecte ao mundo
como pesquisadores protagonistas de novos espaços de fala, trazendo histórias e propostas das
populações historicamente alijadas dos espaços de discussão e produção acadêmica.
Palavras-chaves: Inclusão; Educação Popular; Pós - Graduação
ABSTRACT
Through this article we seek to discuss the Post-Popular University Extension Program linked to the
Faculty of Education of UnB, whose origins come from popular movements linked to the conception of
emancipatory education. From the dialectical perspective, we aim to propose a debate about the
necessary expansion of access to Masters and Doctorate programs for populations living in urban
peripheries. As we observe the low rate of the population of Brasilia has an academic background as
Masters or Doctors, this situation points us to the need for effective actions to improve access to the
University, which connects them to the world as leading protagonists of new speech spaces, bringing
stories and proposals from the historically alienated populations of the spaces for discussion and
academic production.
Keywords: Inclusion, Popular Education; PostGraduate
1Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília - UnB. Atualmente é Professor Associado da Faculdade de
Educação -FE da Universidade de Brasília - UnB e Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação
(PPGE). e-mail: [email protected]
2Doutorando em Educação pela Universidade de Brasília – UnB. Atualmente é Professor de Educação Básica na
Secretaria de Estado de Educação do DF. e-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
Procuramos, neste artigo, problematizar a experiência na extensão universitária, a
partir do Grupo de Pesquisa Consciência (CNPq), vinculado à Faculdade de Educação da
Universidade de Brasília (FE/UnB) no Programa de Extensão e Ação Contínua (PEAC),
intitulado Pós-Populares: Democratização do Acesso à Universidade Pública pelo Chão da
Pesquisa. Trata-se de uma práxis formativa que dialoga a partir da proposta de aprendizagem
dialeticamente indissociada da tríade universitária: ensino-pesquisa-extensão.
A partir dos processos coletivos, resultado das inquietações que permeiam o discurso
de profissionais da área de educação e atores envolvidos nos Movimentos Sociais e na
Educação Popular, procurou integrar seus participantes ao redor de projetos de pesquisa que
dialoguem a partir da transformação social da realidade local, especialmente, com foco nas
periferias urbanas das cidades satélites de Brasília e Entorno. Neste sentido se trata de um
espaço formativo, baseado no diálogo, tendo por objetivo principal a democratização no
acesso e permanência junto à pós-graduação strictu sensu, em especial na UnB, para
professores, estudantes e agentes da comunidade escolar, como pesquisadores, que por meio
da formulação de pré-projetos de pesquisa com perspectiva de intervenção social se vinculam
às suas origens. Preliminarmente, sua metodologia de trabalho ocorre sob a perspectiva
dialógica, baseado na horizontalidade das discussões, tendo o diálogo como principal
instrumento de ação-reflexão-ação, inicialmente por meio da apresentação das intenções ou
pré-projetos de pesquisa para discussão em grupo e posterior acompanhamento-tutoria de
pesquisadores engajados: mestrandos, mestres, doutorandos, doutores e professores da UnB
aos futuros pesquisadores, inicialmente participantes do Programa como voluntários. De
modo ao desenvolvimento de seus projetos de pesquisa, de acordo com a área de interesse e
as inquietações dos envolvidos. Nestes encontros estimula-se o livre diálogo procurando a
perspectiva freireana.
O programa Pós-Populares ganha relevância por acreditar que políticas públicas
devem atender especialmente as camadas sociais economicamente menos favorecidas
reconhecendo e atuando junto à necessidade de avanços na área social, tendo sua preocupação
com a formação acadêmica desta população, sob a perspectiva de epistemologias e valores
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vinculados à Educação Popular. Como processo histórico, entendemos que o Pós-populares
tem suas raízes em 1985 junto com o chamado Alfanumerização, sendo este projeto o
embrião da implementação de um campus da UnB na cidade satélite da Ceilândia - portanto
uma ação pedagógica com reflexos sociais - historicamente esquecida pelas políticas públicas
de ingresso e permanência no ensino superior.
Em 1985, o grupo de mestrandos formado por Ana Maria Jacobino Nunes, Erasto
Fortes Mendonça, Laura Maria Coutinho, Maria Luiza Pereira Angelim e Renato
Hilário dos Reis, junto com a Direção eleita do Complexo A de Ceilândia, no
Distrito Federal, por decisão dessa comunidade em assembleia na Escola Normal,
começa um processo de alfabetização de jovens e adultos, baseado nos princípios da
educação libertadora de Paulo Freire, configurada como Alfanumerização. A
Alfanumerização em Ceilândia constitui-se como uma forma de compreender
criticamente o mundo, na qual a aprendizagem se dá pelo princípio da descoberta e
pela inserção na realidade. O primeiro círculo de cultura da Ceilândia foi
coordenado pela mestranda Ana Maria Jacobino Nunes e pelo bancário Pedro
Rodrigues, sendo criado, também, o Núcleo Paulo Freire de Alfabetização de Jovens
e Adultos, uma das iniciativas que justificou o primeiro prédio da UnB Decanato de
Extensão, em Ceilândia, em 1987. (RÊSES, 2012, p. 540)
Ainda a partir da historicidade dos processos sociais ampliamos o debate, relembrando o
Grupo de Trabalho Pró Alfabetização do Distrito Federal (GTPA). Sob a inspiração de Paulo
Freire criado em 1989 em parceria com a Universidade de Brasília, teve como objetivo
imprescindível a luta pela Educação Popular e a (re)democratização na Capital Federal. Sendo
desenvolvida com a participação intensiva do Prof. Renato Hilário dos Reis e da Prof.ª Maria
Luiza Pinho Pereira, ambos professores aposentados e militantes da Faculdade de Educação da
Universidade de Brasília (UnB), sinalizando uma aproximação entre o espaço acadêmico e as
periferias urbanas de Brasília. Apontamos, segundo os registros históricos, que Paulo Freire
teve presença marcante no Distrito Federal como Coordenador do Plano Nacional de
Alfabetização do governo João Goulart, acompanhando a implantação de círculos de cultura
nas cidades-satélites do DF. Em sua última conferência no Distrito Federal, em 1996, em
homenagem recebida na instalação do I Fórum Regional de Alfabetização de Jovens e Adultos,
promovida pelo Governo do Distrito Federal da Frente Brasília Popular e Centro de Educação
Paulo Freire de Ceilândia – CEPAFRE, Paulo Freire nos brinda com depoimento acerca de sua
experiência como Coordenador do Plano Nacional de Alfabetização. (RESES. 2012).
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Retomando à discussão inicial estimula-se na perspectiva emancipatória, o
autodidatismo e o autoconhecimento, não sendo a intenção pedagógica fornecer um “cursinho
pré-vestibular”, mas uma concepção ampliada de formação para o acesso à Universidade
pública, tendo, por princípio, a dimensão educativa/pedagógica/ontológica do processo
educativo, que transcende a noção de empregabilidade. A coordenação do projeto acompanha
e supervisiona o desenvolvimento das atividades formativas dos estudantes beneficiários. Tal
iniciativa dialoga com a proposta de educação popular e fundamenta-se na defesa da educação
pública e na democratização do acesso à Universidade, por meio do diálogo emancipatório e
horizontal.
Sob a perspectiva da inclusão de futuros professores pesquisadores no espaço
universitário, salientamos a experiência pedagógica e metodológica denominada por círculo
de cultura o qual fundamenta as ações do Programa em suas práxis, sobre qual nos
aprofundaremos na sequência do artigo. Neste ínterim, passamos às necessárias reflexões
acerca da importância e luta dos movimentos sociais, especialmente - aqueles ligados à
Educação Popular - como forma de resistência e emancipação das pessoas residentes nas
periferias urbanas, no caso de Brasília especificamente: Ceilândia, Paranoá e o chamado
Entorno sul, ou seja, cidades que apesar de territorialmente estarem em solo goiano, fazem
parte da vida econômica, política e cultural do Distrito Federal como: Valparaiso, Novo Gama
Luziânia e Cidade Ocidental.
Após a necessária contextualização histórica relacionando inicialmente as propostas
políticas e pedagógicas do programa, passamos neste momento à discussão das relações entre
os Movimentos Sociais a Universidade e as periferias no Distrito Federal, enquanto espaço de
fomento, simbiose e resistência com suas demandas e propostas de intervenções engajadas
socialmente.
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1. O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA GARANTIA DE DIREITOS AO
ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR
Compreendemos – mediante o contexto da Educação Popular - que o diálogo permanente
com as pessoas, grupos, unidades sociais, movimentos das classes populares deve ser estabelecido
a partir da chamada horizontalidade dos processos, tomando-os como criadores, autores e atores
de formas e sistemas de práticas, saberes, sentidos significados, sensibilidades e sociabilidades
diversas. (Brandão, 2012). Desta forma, especialmente em face ao cenário brasileiro
contemporâneo, compreendemos que o acesso à Educação Superior – especificamente a inclusão
no espaço da pós-graduação strictu sensu dos pesquisadores oriundos dos espaços urbanos
periféricos, se trata de uma das principais formas de resistência e engajamento no meio
acadêmico, promovendo a inclusão qualificada de futuros pesquisadores vinculados às lutas e
propostas dos movimentos e grupos desfavorecidos na atual conjuntura política e social.
Passamos por profundas transformações sociais e econômicas, sempre contraditórias, pois,
por um lado, aparece de forma cada vez mais ostensiva a função social de formação de
profissionais e, por outro, se transforma em objeto da comercialização, com a venda dos serviços
por instituições privadas e mercantis, que fazem as instituições, desse nível de ensino, se adequar
às demandas do capital financeiro internacional, sob a lógica de uma política privatista e de
desmonte do Estado Social (Chaves, 2010).
Concordamos com o pensamento de Pasquino (1996), o qual apresenta o conceito de
movimentos sociais no Dicionário de Política, partindo do comportamento coletivo, justificando
duas correntes na definição: de um lado, os autores que percebem os Movimentos Sociais nos
comportamentos coletivos de uma multidão como uma manifestação da irracionalidade, um
rompimento perigoso; de outro, os autores que percebem nos movimentos coletivos um modo
peculiar de ação social. Entre as duas definições, o autor retira como elemento comum na análise
do Comportamento Coletivo e Movimentos Sociais,
O acento sobre a existência de tensões na sociedade, a identificação de uma mudança, a
comprovação da passagem de um estado de integração a outro através de transformações
de algum modo induzidas pelo comportamento coletivo. Mas é diversa a importância por
eles atribuída aos componentes psicológicos em relação aos sociológicos, aos aspectos
microssociais em relação aos macrossociais, e enfim, ao papel dos agentes em relação à
dinâmica do sistema. (PASQUINO, 1986, p.787).
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Acreditamos que a luta pela inclusão, como objeto de pesquisa de novas narrativas
ligadas às demandas em pauta nos espaços educativos formais, informais e não-formais onde
há efetivamente o “fazer educativo”, deve necessariamente refletir a busca pelos direitos
sociais. Um avanço bastante significativo e que aponta a participação efetiva da sociedade
pela luta por seus direitos é, a nosso ver, a mobilização pelo acesso ao ensino superior, que
tem permitido a entrada dos denominados “grupos minoritários”, a exemplo do acesso de
negros, índios e das populações do campo na Universidade, travado por lutas dos movimentos
sociais e associações, que, nesse caso, conseguiram acesso através das políticas de ação
afirmativa que estão sendo utilizadas para corrigir as desigualdades de acesso à educação
superior no Brasil, entretanto acreditamos que este movimento ainda é tímido no acesso às
políticas inclusivas para a formação de pesquisadores, e nesse sentido há necessidade no
fortalecimento de propostas que visem à transformação e a re-inclusão de profissionais que
atuam nas escolas no espaço de pesquisa e produção de conhecimento universitário.
Diante desta perspectiva, passaremos neste momento à discussão do lócus, onde se dá
as atividades pedagógicas do Grupo de Pesquisas Consciência (CNPq) por meio do Pós-
Populares, como espaço de (re) afirmação política, calcados na idéia da indissociabilidade
entre o tripé ensino-pesquisa-extensão como elementos fundamentais à Universidade pública
no Brasil.
2. CONTEXTO DE ACESSO AOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO NO
BRASIL E SUA RELAÇÃO NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO
Aprofundando o debate inicial, o Programa Pós-populares teve o seu embrião na
cidade satélite da Ceilândia em 2013, junto ao Centro de Educação Paulo Freire da Ceilândia
(CEPAFRE) onde até a data de hoje ocorre mensalmente no prédio da UnB – Ceilândia,
situado próximo à região da estação do metro. Mesmo sendo uma área central da região, se
trata de uma área “perigosa”, tendo em vista estruturas abandonadas no seu entorno, as
mesmas foram tomadas por moradores de rua, sendo considerada uma “cracolândia” da
cidade. Uma vez por mês ocorre o encontro, onde baseado na idéia de coletividade, desde a
divulgação, até o lanche coletivo, num espaço democrático os professores; pós-graduandos;
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graduandos; professores e a comunidade da cidade se reúnem em diálogo circular e horizontal
na busca da divulgação, problematização e estímulo nos “projetos de pesquisa” locais
buscando naquele espaço de fala a formação inicial como pesquisadores.
Expandindo-se para outras regiões periféricas da capital federal, no extremo oposto da
Ceilândia, o Pós-Populares encontra abrigo na cidade satélite do Paranoá, onde por meio do
Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá e Itapoã (CEDEP) também vinculado à luta
da educação popular naquela localidade, no primeiro semestre do ano de 2017, iniciam-se as
atividades pedagógicas no espaço comunitário daquela comunidade, assim como junto ao
município de Valparaiso no entorno de Brasília estado de Goiás. Em relação à presença e
permanência nos espaços educativos do Programa Pós-Populares, trazemos o caso de
Luziânia (GO) onde, ocupamos o espaço disponibilizado pelo Instituto Federal de Goiás,
naquele município. No ano de 2006, a educação profissional e tecnológica passou por um
novo processo de reestruturação, apontando para necessidade neste contexto, de uma
reorganização dos cursos superiores de tecnologia, por poucos eixos tecnológicos e mais
compactos, diante da organização por áreas profissionais, reforçando a importância da
flexibilidade como sendo uma necessidade a ser conseguida a partir da interdisciplinaridade
(AZEVEDO, 2013).
Ressalta-se a importância das parcerias com o poder público local, comunidade e
movimentos sociais especialmente por meio da disponibilização dos espaços para a realização
dos encontros, sendo de grande valia parcerias nesse sentido com Prefeituras (Cidade
Ocidental e Valparaíso de Goiás); Institutos Federais (Brasília e Goiás); Sindicatos e
Associações de moradores como o Centro de Educação Paulo Freire da Ceilândia
(CEPAFRE) e o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (CEDEP).
Na perspectiva da pesquisa engajada socialmente, acreditamos que há necessidade de
integração entre os diversos atores sociais que compõem o mosaico da educação nas periferias
urbanas, sendo comum o diálogo com grupos ligados à cultura popular tais como: grafite; hip
hop; dança e movimentos feministas e ligados à cultura negra, especialmente nas regiões do
Paranoá e Ceilândia. Acreditamos que nesse espaço formativo devem ser buscados os objetos
de pesquisa, a serem posteriormente trabalhados na academia.
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Figura 1: Encontro do Pós-Populares na UnB Ceilândia
Fonte: Arquivos do Pós-populares (2018)
Parte considerável dos habitantes das periferias da Capital Federal reside nelas em
razão do processo de criação das cidades satélites e do Entorno, de novas áreas urbanas para
absorver fluxos migratórios e erradicar invasões no centro de Brasília (Plano Piloto). Mesmo
estando próxima à capital federal, o entorno sul vivencia a escassez de acesso ao ensino
superior, a cidade satélite de Luziânia, por exemplo, conta apenas com duas instituições
públicas e uma instituição privada, que ofertam ensino superior, a Universidade Estadual de
Goiás (UEG), o IFG Campus Luziânia e o Centro Universitário de Desenvolvimento do
Centro Oeste – UNIDESC. No entanto em nenhuma destas instituições há a oferta de
programas de pós-graduação stricto sensu, sendo um caminho natural para aqueles futuros
pesquisadores a tentativa de ingresso nos programas de Mestrado e Doutorado especialmente
na Universidade de Brasília assim como na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Nesse sentido, o percurso até mesmo a cidade-estado de Brasília se constitui como
uma realidade de difícil acesso para maioria dos trabalhadores que vivem no Entorna, ainda
que muitos se desloquem para capital para fins de trabalho ou de estudo. A insuficiência de
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oportunidades de acesso ao ensino superior, na cidade, contribui significativamente para que a
população que concluiu o ensino superior não busque uma pós-graduação stricto sensu,
interrompendo seu processo de formação. Neste cenário o Pós-Popular programa de extensão
da Universidade de Brasília se apresenta, procurando “minimizar” a distância que há entre a
universidade e a população das periferias da “Capital da Esperança”. Em uma sociedade, em
que se vivenciam os princípios hegemônicos do capital com suas assimetrias e
distanciamentos propositais entre as classes, em uma cidade planejada de modo a isolar do
Plano Piloto a população menos favorecida, o Estado deve ser instigado a participar de forma
direta, abrindo espaço para políticas educacionais que atendem não apenas a necessidade do
mercado, mas defendemos ser necessária a rede colaborativa, de forma a romper
minimamente com a lógica mercadológica do processo educativo.
Vivemos numa sociedade de redes e de movimentos. As redes são “estruturas
abertas” onde novos nós se agregam desde que “compartilhem os mesmos
códigos”, o que significa: os mesmos princípios, valores, ideais. A lógica
colaborativa das redes requer o diálogo, articulação de ações e gestão
compartilhada. (CASTELLS, 2000, p. 498)
Assim, reafirmamos que a Educação Popular, presente nas Universidades também por
meio dos grupos de pesquisa e extensão, deve estar comprometida e engajada na busca pela
realização dos direitos das pessoas, luta esta, que não é fria e imposta, pois se fundamenta e
valoriza o saber da comunidade local, incentivando permanentemente o diálogo. Neste
sentido, busca a transformação social da realidade local, tendo como ponto de partida a
comunidade como matéria-prima para o ensino, buscando e reforçando as parcerias em rede
colaborativas, com vistas a cumprir com o seu princípio fundante de ofertar uma educação
pública e de qualidade, vista principalmente como ato de conhecimento e transformação
social da realidade local, por meio da pesquisa ativa e engajada socialmente.
Nesse contexto, ganham força reflexões acerca das palavras de Paulo Freire quando
ressalta a necessidade de unir crescimento econômico e elevação da escolarização de um povo
(FREIRE, 1987). Dessa maneira, para tratar do assunto “democratização do ensino superior”,
em sua amplitude devemos pontuar aspectos sociais referentes à formação de um povo,
principalmente em categorias fundamentais como etnia, raça, gênero e territorialidade.
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Compreendemos que esse tipo de análise é fundamental e não nos permite deixar de
lado questões que perpassem pelos temas ‘cotas’ e ‘ações afirmativas’. O avanço na
legislação educacional, materializada por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) refere-
se, não apenas à ajustes em sua redação, em relação à edição anterior, mas a uma maior
aplicabilidade da lei, visando responsabilizar gestores públicos que descumprirem ou
deixarem de realizar as metas. Essas medidas sinalizam uma mudança positiva, mas, ainda
assim, surgem alguns questionamentos referentes ao ensino universitário, tornando
necessárias ações futuras que visem solucionar situações-problema como, por exemplo:
acesso, permanência e continuidade para além da graduação de populações oriundas das
camadas populares.
Na sequência do texto, procuraremos problematizar de maneira mais aprofundada as
questões envolvendo as estratégias formativas e metodológicas utilizadas durante a formação
dos pesquisadores, assim como a utilização do círculo de cultura enquanto possibilidade
pedagógica emancipatória, especialmente ao chamado “círculo de cultura”.
3. CÍRCULO DE CULTURA COMO POSSIBILIDADE FORMATIVA COLETIVA E
DIALÓGICA
Baseados na perspectiva freireana, trazemos à tela os chamados Círculos de Cultura,
sob os quais estão fundamentados os pilares metodológicos da proposta do Pós-Populares,
uma interatividade entre os pesquisadores e as pessoas interessadas no ingresso no universo
acadêmico, especialmente, por meio da pós-graduação strictu sensu das Universidades
públicas, buscamos na historicização de seu processo no Brasil e no Distrito Federal, acerca
das tentativas pedagógicas de implementação do mesmo.
Como processo mediador dessa formação, para as relações que fazem parte da
aprendizagem dos homens e mulheres, entendeu que o diálogo - a partir da perspectiva
freireana - é uma possibilidade pedagógica de grande potencialidade, uma vez que é o
encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser
transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito
no outro (FREIRE, 1987). Ainda sobre a perspectiva do Círculo de Cultura como método, nos
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ilustra Brandão (2017), que o mesmo, possui origens no Movimento de Cultura Popular de
Recife, na década de 1960, com as primeiras experiências, a partir da cidade de Recife,
Angicos e Mossoró, sendo levado pelo próprio Paulo Freire para a recém-inaugurada capital
da esperança.
Depois de haver sido testado em “círculos” na roça e na cidade, no Nordeste,
o trabalho com o método foi levado por muitas mãos ao Rio de Janeiro, a
São Paulo e a Brasília. Aquele era o tempo da criação dos movimentos
populares de cultura (MCP), dos centros de cultura popular do movimento
estudantil (CPC), do Movimento de Educação de Base da Igreja Católica
(MEB), da campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, da
Prefeitura de Natal, entre tantos outros grupos, lugares e equipes onde se
misturavam educadores, estudantes, professores, profissionais de outras
áreas que, por toda a parte, davam sentidos novos a velhas palavras:
educação popular, cultura popular. (BRANDÃO, 2017, p. 14)
Assim, destacamos o diálogo horizontal-circular-dialético-emancipador na
perspectiva freireana, como base pedagógica e metodológica da ação, na medida em que este
é um exercício de ação-reflexão das ações do sujeito no mundo (consciência), não restrito a
uma relação de eu-tu ou de escuta passiva, mas, de alteridade, de compreensão do que
desumaniza o homem e a mulher e, sobretudo de tomada de decisão, de transformação de
sujeito inconclusos. Muito mais do que receita, o diálogo é um princípio pedagógico que
precisa pautar o debate das relações de assimetria e desigualdade entre alunos e alunas da
Educação Popular, especialmente aqueles oriundos das periferias urbanas, os quais além de
muitas vezes nascidos e criados no ambiente das cidades satélites buscam no magistério um
meio de ascensão social, voltando às suas origens quando de suas atuações profissionais
vinculados às escolas públicas, especialmente.
Nesse sentido a atuação do grupo de pesquisa se dá no sentido de prospectar entre os
participantes dos encontros e debates, para além da catarse necessária diante de problemas e
necessidades que se apresentam em suas realidades locais a formação de pesquisadores por
meio da elaboração de projetos de pesquisa, que além dos vínculos sociais com a perspectiva
emancipatória se adequem às necessidades acadêmicas.
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Figura 2: O círculo de cultura
Fonte: Arquivos do Pós-Populares (2017)
A relevância maior do programa Pós-Populares – vinculado ao Grupo de Pesquisa
Consciência (FE/UnB) está em aproximar a universidade do seu papel social e efetivamente
possibilitar o diálogo e a formação conjunta entre estudantes e professores de pós-graduação,
apontando alternativas com vistas à verdadeira e efetiva expansão e democratização do acesso
à Universidade Pública, em suas dimensões para além da graduação como os programas de
pós-graduação (mestrado e doutorado). Considerando que as mesmas foram pensadas e
geridas dentro da universidade para a formação intelectual da elite brasileira, tendo como
perspectiva epistemológica e política a tentativa do ajuste das assimetrias históricas
brasileiras, que dizem respeito ao acesso de sujeitos, especialmente àqueles ligados às
graduações e licenciaturas que dialogam com o campo da Educação, é necessária à construção
de propostas que busquem a permanente inclusão de pessoas aos cursos de formação de
pesquisadores, nos programas de mestrado e doutorado.
Foi e continua sendo uma sequência de ideias e de propostas de um estilo
de educação que tem como foco o compromisso de ida e volta nas relações
pedagógicas de teor político realizado através de um trabalho cultural
estendido a sujeitos de classes populares compreendidos não como
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beneficiários tardios de um serviço, mas como protagonistas de um
processo. (BRANDÃO, 2002, p. 142).
Como continuidade das idéias de Paulo Freire, conforme é demonstrado pela
historicidade dos processos sociais, desnaturalizando os espaços e movimentos de luta pela
educação como espaços de resistência e permanência, naquele espaço procuramos a
conscientização de pessoas, por meio da pesquisa, às quais mesmo possuindo curso
universitário completo e atuando nas escolas e comunidades locais, são excluídas no acesso à
formação de pesquisadores, sendo alijadas do processo ainda na seleção, quando sem
experiência em projetos de pesquisa lhes é apresentada a obrigatoriedade da apresentação de um
pré-projeto científico, pautado na lógica positivista-idealista, afastando-se das questões locais e
do cotidiano das classes excluídas. Uma filosofia da práxis - conforme observamos em Vasquez
(1977) - trata-se de uma atividade prática que faz e refaz coisas – e neste sentido apresenta-se,
inicialmente em uma atitude polêmica e crítica, como superação da maneira de pensar
precedente e do pensamento concreto existente, antes de tudo como crítica do senso comum.
Em relação aos números, de modo a trazer materialidade à ação pedagógica coletiva
realizada no programa, é importante salientarmos que até o presente momento, oriundas da
produção do coletivo Pós-populares, até o segundo semestre de 2019, elencamos: 11 (onze)
dissertações de mestrado, que dialogam com temas como: educação em prisões; comunidades
ciganas; militarização do espaço escolar, história e memória da Ceilândia e do Paranoá, entre
outras, junto aos Programas de Pós Graduação da Faculdade de Educação (PPGE/FE) UnB e
Programa de Pós Graduação do IFG (campus Morrinho); e 04 (quatro) Teses de Doutorado,
junto ao PPGE/FE UnB e PPGE/Fe Universidade Federal de Goiás, que também procuram
seus objetos de pesquisa a partir de temas de interesse social e popular.
Ainda, sob o pensamento pedagógico crítico, Rêses e Pinel (2017) nos apontam que
Brasília apresenta uma elevada oferta de vagas nas Universidades Públicas e Privadas, porém
não isso não se reflete, necessariamente, em um ingresso de estudantes egressos das classes
populares. Tendo em vista que claramente este cenário é ainda mais dramático no acesso à
pós-graduação das populações periféricas – geográfica e culturalmente - é necessária uma
práxis que procure romper paradigmas temporalmente construídos e constituídos em nossa
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sociedade. Apesar de iniciativas no caminho da democratização do ensino superior, como as
Políticas de Ações afirmativas, registramos a existência de um sistema de ensino elitista,
sobretudo na pós-graduação.
Assim, é possível avaliar que no decorrer deste período o Programa Pós-Populares
cumpre o seu papel como possibilidade de acesso à Universidade Pública, especialmente nos
cursos de pós-graduação dialogando com os conhecimentos e construindo possibilidades de
pesquisa acadêmica de relevante interesse e intervenção social, após as necessárias discussões
apresentadas no texto, avançamos para as considerações finais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Experiências como o Programa Pós-Populares demonstram que a relação entre a
periferia e a Universidade Pública tem sido ao longo da história constituído de forma
contraditória e dialética, com avanços e retrocessos. Reconhecemos a necessidade de
ampliação dos meios e espaços visando à inclusão de sujeitos e epistemologias populares na
produção científico-acadêmica, contribuindo no ingresso e permanência dos sujeitos e
pesquisas vinculadas às lutas presentes nas periferias urbanas, nos movimentos populares e na
Educação Pública. Acreditamos assim, que ao abrirmos esses espaços de debates e diálogos,
estaremos dando voz a esses sujeitos historicamente excluídos, e que de alguma forma trará
para o espaço acadêmico a realidade política, social e cultural das periferias, muitas vezes
silenciadas e invisibilizadas.
Procuramos ao concluirmos nosso debate apresentar, não apenas a defesa pela
ampliação física do espaço universitário levando a Universidade Pública às periferias, mas
principalmente a inclusão, o diálogo e a emancipação das pessoas que nascem e vivem nas
margens urbanas, o seu protagonismo na própria produção científica que as conecta ao mundo
em uma perspectiva participativa, coletiva e emancipatória, sem fugir aos problemas de
pesquisa que emergem de suas realidades sociais. Argumentamos ainda, no presente texto, no
contexto da Educação Popular a perspectiva do diálogo com as pessoas, grupos, unidades
sociais, movimentos das classes populares. Ou seja, culturalmente diferentes daqueles até
então considerados como: “civilizados”, “acadêmicos”, “eruditos” “legítimos”. Apesar de o
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Distrito Federal, apresentar uma elevada oferta de vagas universitárias, concentradas
especialmente no Plano Piloto, em contradição, isso não se reflete no ingresso dos estudantes
das classes trabalhadoras às oportunidades de estudo reservadas às classes e epistemologias
dominantes, este cenário é ainda mais evidente no acesso à pós-graduação dos sujeitos
vinculados às perspectivas das epistemologias populares.
Destacamos, por fim, que se faz necessário aprofundamento nos estudos acadêmicos
que tenham por objetivo o debate acerca das relações históricas, sociais e políticas que
envolvem o discurso e a prática religiosa nos espaços penitenciários, assim como sua relação
com o acesso de populações negras e praticantes de religiões de matrizes africanas, indígenas
e outras no espaço da prisão, sendo a escola, em nosso sentir, um espaço adequado para o
início da discussão sob bases libertadoras e críticas.
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Submetido em: 06/05/2019
Aprovado em: 24/07/2019