Revista da Farmácia

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Ano 24 · Edição 189 · Novembro-Dezembro 2015 www.ascoferj.com.br ASCOFERJ · Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro · Rua México, 3 · 14º andar · Centro · Rio de Janeiro · RJ · 20.031-144 Governo anuncia corte de R$ 578 milhões, colocando em risco o sistema de cofinanciamento que concede descontos de 90% a alguns medicamentos Crise afeta o programa Aqui Tem Farmácia Popular Carreira Balconistas falam sobre os desafios da profissão e contam como prosperaram Pesquisa População está mais esclarecida sobre a função do farmacêutico na farmácia Premiação Ascoferj promove evento no Dia Internacional do Farmacêutico e homenageia Ruy Marins

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Acabamos de lançar a última edição do ano. Boa leitura!

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Ano 24 · Edição 189 · Novembro-Dezembro 2015www.ascoferj.com.br

ASCOFERJ · Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro · Rua México, 3 · 14º andar · Centro · Rio de Janeiro · RJ · 20.031-144

Governo anuncia corte de R$ 578 milhões, colocando em risco o sistema de cofinanciamento que concede descontos de 90% a alguns medicamentos

Crise afetao programaAqui TemFarmáciaPopular

CarreiraBalconistas falam sobre os desafios da profissão e contam como prosperaram

PesquisaPopulação está mais esclarecida sobre a função do farmacêutico na farmácia

PremiaçãoAscoferj promove evento noDia Internacional do Farmacêutico e homenageia Ruy Marins

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opinião

Preparado para o próximo ano?

EEstamos prestes a encerrar o ano de

2015, que, com certeza, foi um dos anos

mais difíceis para o setor farmacêutico. Ví-

nhamos navegando, nas últimas décadas,

apesar de todas as dificuldades do País, em

direção a um crescimento linear e constan-

te, acima da maioria das demais atividades

econômicas. Entretanto, infelizmente, a cri-

se atingiu a nossa cadeia produtiva.

A política governamental já dava sinais

de que seria desastrosa para a economia

brasileira antes mesmo das eleições do ano

passado, fato que se concretizou da forma

como os analistas previam. Estamos dian-

te de um completo desgoverno, com uma

imensa sensação de impotência e deses-

perança por parte da população, dos em-

preendedores e das sociedades organizadas

por conta de tanta corrupção e impunidade.

É imperdoável o loteamento dos minis-

térios para políticos sem o mínimo de pre-

paro para ocuparem cargos de direção, que

deveriam ser dirigidos por profissionais alta-

mente qualificados. Cargos esses que deve-

riam contribuir para uma gestão que transfor-

masse o Brasil em uma nação desenvolvida.

É importante estarmos preparados para

os desafios e as oportunidades nas esferas

individual e profissional, tanto os que po-

demos monitorar como aqueles que estão

além de nosso alcance, pois, na arte do com-

bate, é preciso conhecer as próprias forças

e as estratégias do adversário.

HU

MB

ERTO

TES

KI

Alerto para o fato de que nosso parlamento está prestes a tomar

decisões que poderão mudar completamente o modelo comercial

do varejo farmacêutico no Brasil, como a ADIn 2.435, no qual o Su-

premo Tribunal Federal irá decidir sobre a constitucionalidade – ou

não – da Lei Estadual 3.542/01, que obrigou farmácias e drogarias

a concederem descontos a idosos na compra de medicamentos.

Dezenas de projetos de leis que interferem na administração dos

estabelecimentos farmacêuticos tramitam no Congresso Nacional.

A Ascoferj e demais entidades coirmãs têm acompanhado o

andamento desses projetos, mas, infelizmente, uma grande maio-

ria de parlamentares e juristas não compreende o quão difícil é ser

um empresário neste País e continua a praticar a velha “politicagem”

em defesa de seus interesses pessoais em detrimento da nação.

Para enfrentarmos todas essas adversidades, é necessário que

as empresas tenham excelência em seu desempenho, assim como

uma equipe altamente qualificada. Não existe mais margem de erro

para o gestor, pois a rentabilidade da empresa, cada vez mais, se

torna menor. Investir em qualificação e capacitação é sinônimo de

sobrevivência e progresso.

A Ascoferj está completamente comprometida em apoiar seu

quadro associativo e parceiros comerciais, para que, no próximo

ano, possa continuar a defender os interesses de seus afiliados.

Com atuação em âmbito jurídico e político, iremos levar capacita-

ção a todas as regiões de nosso estado, a fim de que sua equipe

fique preparada para uma gestão eficiente.

Quero agradecer a Deus por nos permitir caminhar ao lado Dele.

Também aos nossos associados, colaboradores, sócios honorários,

entidades do setor, profissionais do segmento e parceiros comer-

ciais. Desejamos que, em 2016, consigamos superar os desafios que

nos esperam com muita saúde, coragem, ânimo, sabedoria e fé.

Desejo um ano novo repleto de bênçãos. E que, no Natal, pos-

samos nos lembrar de estar com o aniversariante do dia 25 de de-

zembro, Jesus Cristo, presente em nossos lares e vidas.

Luis Carlos MarinsPresidente da Ascoferj

3Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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EEm meio à crise econômica e política,

nosso desejo era que esta última edição de

2015 fosse portadora apenas de boas no-

tícias. Infelizmente, a pauta tomou outro

rumo. O anúncio de um possível corte de

R$ 578 milhões no conceituado programa

Aqui Tem Farmácia Popular surpreendeu e

deixou o setor farmacêutico ainda mais cé-

tico em relação ao futuro da saúde no Brasil.

A nota oficial do Ministér io da Saúde é

taxativa quando diz: “Apesar de o orçamento

da saúde ter triplicado em uma década, os

recursos são finitos e não permitem ampliar

mais a assistência para atender à demanda

da população que vive cada vez mais e que

enfrenta desafios como a obesidade e a vio-

lência no trânsito. Por isso, é essencial e ur-

gente discutirmos com toda a sociedade no-

vas fontes de financiamento para a saúde”.

FUNDADOR

Ruy de Campos Marins

PRESIDÊNCIA

Luis Carlos Marins

JORNALISTA RESPONSÁVEL

E EDITORA

Viviane Massi MTB 7149/MG

COMISSÃO EDITORIAL

Ana Lucia Caldas | Fernanda Ramos

Fernando Gaspar | Henrique Tavares

Mauro Pacanowski | Marcos Assumpção

COLABORAÇÃO

Ana Paula Silva

REVISÃO

Agnes Rissardo

ARTE

Quadratta Comunicação & Design

PERIODICIDADE

Bimestral

FALE COM A REDAÇÃO

[email protected]

Rua México, 3 · 14° andar

Centro · Rio de Janeiro · RJ

CEP 20.031-144

TELEFAX

21 2220-9530

21 2220-9390

ascoferj.com.br

DESDE MAIO DE 1991

carta da editora

Viviane [email protected]

Editora

Apesar de ainda ser uma proposta a ser votada, é provável que

passe no Congresso Nacional. Como consequência, todos os me-

dicamentos com 90% de desconto no Aqui Tem Farmácia Popular

perderão o subsídio do governo e voltarão a custar, para a popula-

ção, o preço de mercado. A matéria de capa desta edição mostra

como o programa avançou nos últimos anos e como o setor ava-

lia esse possível corte.

Apesar das dificuldades e dos grandes desafios anunciados para

2016, as pessoas continuam seguindo em frente, dando o melhor

de si. Por isso, esta edição traz duas pautas sobre conquistas na vida

pessoal e profissional. Uma delas conta como foi o evento Dia In-

ternacional do Farmacêutico, que premiou farmacêuticos que vêm

se destacando na profissão. A outra destaca a importância dos bal-

conistas para o ponto de venda, mostrando como alguns deram

uma guinada na vida ao estudar Farmácia.

Portanto, mesmo com tantas incertezas, é importante man-

ter o otimismo e não parar de trabalhar. Na crise, trabalhe mais,

trabalhe em dobro.

Boa leitura.

Na crise,trabalhe em dobro

4 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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Governo anuncia possível corte no Aqui Tem Farmácia Popular, dando fim ao cofinanciamento

A especialista em RH, Lucia Gadelha, fala sobre como montar equipes de alta performance

Ascoferj premia farmacêuticos com o troféu Ruy de Campos Marins

Visite o site da Ascoferj

Nele, você encontra os benefícios e

os serviços oferecidos pela entidade,

além de informações sobre cursos,

palestras e eventos de sua área. Acesse:

www.ascoferj.com.br

Envie cartas e sugestões de pauta para a Revista

da Farmácia. Fale com a gente pelo e-mail:

[email protected]

sumário

O balconista de farmácia: histórias e conquistas de quem vive o dia a dia do balcão

32

Premiação

6 agenda7 lançamentos

14 panorama16 boa leitura17 jurídico18 ascoferj em foco

20 práticas corporativas22 recursos humanos36 pequeno varejo46 nosso negócio48 treinamento50 consultor tributário52 pesquisa54 indústria55 consultora farmacêutica56 evento

248

CapaEntrevista

Carreira

5Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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Programe-se

agenda

Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.brInformações e inscrições de grupos: [email protected] sua inscrição com PagSeguro.

Treinamento VultO maquiador Edvan Rabelo vai estar na Ascoferj no dia 25 de novembro para ministrar

um treinamento gratuito sobre maquiagens da Vult. O curso será das 14h às 17h. Inscri-

ções: [email protected].

ISTO

CKP

HO

TO

Curso de InjetáveisNos dias 3, 4 e 5 de dezembro, acontecerá mais um curso de Aplicação de injetáveis, na

sede da Ascoferj, das 14h às 18h. O valor do investimento é de R$ 170 para associados e

R$ 300 para não associados. Inscrições: [email protected].

SXC

Formando equipesNos dias 17 e 18 de novembro, respectivamente em Cabo Frio e Rio de Janeiro, a pedago-

ga graduada na UERJ, com especialização em Gestão de Recursos Humanos e MBA em

Marketing pela FGV, Lucia Gadelha, ministrará o curso Como formar equipes de alto de-

sempenho, das 14h às 16h. O curso é gratuito. Inscrições: [email protected].

HU

MBE

RTO

TES

KI

X Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar Entre os dias 12 e 14 de novembro, será realizado o X Congresso Brasileiro de Farmácia Hos-

pitalar e Serviços de Saúde, em Curitiba. O evento reunirá profissionais de destaque na-

cional e internacional apresentando assuntos e tendências para a atualização profissional

dos farmacêuticos hospitalares e em serviços de saúde. Mais informações: www.sbrafh.

org.br/congresso2015.

6 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 7: Revista da Farmácia

A Huggies renovou a linha de fraldas com a Supreme Care. A fralda está com um

novo visual, com ajuste duplo, dois velcros adicionais que garantem maior fixação

e a sensação de fralda recém-colocada. Além disso, a cintura está elástica.

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A Neo Química traz ao mercado o Ommax, alimento em cápsulas mastigáveis com ômega 3. O

produto é o primeiro do País com sabor de tutti-frutti e não deixa gosto residual de peixe. O Ommax

auxilia na manutenção dos níveis de gordura no sangue, prevenindo doenças cardiovasculares.SAC: 0800 979 9900

lançamentos

Conforto para o bebê

Ômega 3 em cápsulas

360º Interdental

A Colgate traz para o mercado de higiene oral a 360º Interdental, escova que promove uma limpeza completa

da boca por meio de cerdas ultrafinas e macias. A linha apresenta um alcance quatro vezes mais profundo, até

nos espaços mais estreitos entre os dentes. O design moderno e inovador ainda possui limpador de língua e

bochechas, além do cabo ergonômico para facilitar a escovação.

SAC: 0800 703 7722

A Marco Boni lança a escova com óleo de argan nas cerdas. O produto pode ser um

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os fios. Está disponível nos formatos raquete, oval e retangular, nas cores preta, azul e

vermelha. O preço sugerido varia de R$ 27 a R$ 33.

SAC: 0800 772 4433

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linha Darkness, suplemento indicado para pessoas que possuem necessidade de uma elevada ingestão

de aminoácidos essenciais, o BCAA FIX, que agora tem mais uma opção de sabor, melancia. O produto é

livre de açúcar e glúten. O preço sugerido é R$ 128,69, na versão em pó e embalagem de 300g.

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BCAA com novo sabor

Prevenção da mucosite oral

7Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 8: Revista da Farmácia

entrevista

HU

MBE

RTO

TES

KI

Lucia GadelhaConsultora em Recursos Humanos

8 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 9: Revista da Farmácia

P

Equipe de alta performance

Revista da Farmácia: Quais são os pré-requisitos do mercado para

um bom atendimento?

Lucia Gadelha: Os pré-requisitos básicos estão relacionados ao co-

nhecimento que a equipe demonstra ter dos produtos e/ou servi-

ços oferecidos, postura correta ao falar e agir, apresentação pessoal

condizente com a marca e/ou empresa que representa e real inte-

resse nas necessidades dos clientes. Por isso, são tão importantes

a contratação assertiva de acordo com o perfil do cargo e a inte-

gração do novo funcionário, para que ele compreenda a identida-

de da empresa e se comunique com clareza e comprometimento.

RF: Como você avalia o atendimento no varejo farmacêutico, mais

especificamente aqui no Rio de Janeiro?

Lucia: Tenho observado que todo o processo de construção das

empresas que investem na qualificação de seus colaboradores co-

meça no planejamento estratégico. Atualmente, as ações de recur-

sos humanos, sejam elas relacionadas ao endomarketing, sejam à

capacitação da equipe com palestras e treinamentos, são implan-

tadas por drogarias que têm essa percepção de desenvolvimento.

Independentemente de serem drogarias de bairro, de médio por-

te ou grandes redes, o que diferencia o padrão de atendimento é a

visão do empresário em preparar seus colaboradores. Percebo uma

evolução nesses últimos 15 anos, principal-

mente nos processos éticos relacionados à

venda de medicamentos, de forma que os

atendentes passaram a ter mais equilíbrio

entre a venda e a ética, respeitando as ne-

cessidades dos clientes.

RF: E quais são as principais dificuldades

e desafios nesse atendimento?

Lucia: As principais dificuldades são rela-

cionadas à rotatividade de funcionários e

à retenção da equipe, para que se consiga

construir gradativamente um relacionamen-

to de parceria e confiança com os clientes.

E o grande desafio é manter essa mesma

equipe motivada. O consumidor, em geral,

deseja que seus interesses de preço justo e

atendimento acolhedor sejam atendidos, e o

não cumprimento dessas expectativas pode

gerar prejuízos financeiros para as empre-

sas. Quando um valor ou um conjunto de

valores de um grupo de consumidores está

Lucia Gadelha, especialista em RH, chega à Ascoferj com o desafiode auxiliar associados na estruturação do setor de recursos humanos,de forma que acertem mais em seus processos seletivos

entrevista

Pedagoga graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em Gestão

de Recursos Humanos e MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Lucia Gadelha tornou-se especialis-

ta em dinâmica de grupo e há 20 anos vem desenvolvendo consultoria e programas de treinamento nas áreas

de Gestão de Recursos Humanos, Marketing e Vendas para diferentes segmentos do mercado, com foco no se-

tor farmacêutico. Agora, Lucia vai trazer para a Ascoferj todo esse know how. O objetivo é assessorar as empre-

sas nos processos de RH, que vão desde assessoria em recrutamento e seleção, passando pelo desenvolvimento

de equipes, ações de endomarketing e pesquisas de ambiente organizacional, até a difícil tarefa de descrever um

cargo. Na entrevista a seguir, Lucia fala sobre atendimento, consumidor, qualificação e muito mais. Leia a seguir.

9Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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presa competitiva, pois o atendimento deve ser reciclado e evoluir

com a mesma velocidade e frequência com que mudam os dese-

jos, as exigências e as vontades dos consumidores.

RF: De que forma uma empresa consegue montar um time com

esse perfil? Que ferramentas estão ao alcance dela?

Lucia: O considerável aumento dos problemas sociais e ambientais

decorrentes do crescimento populacional e do desenvolvimento ur-

bano e geográfico em um país como o Brasil, repleto de desigualda-

des sociais e históricas, possibilitou às empresas uma reflexão sobre

a importância de preparar seus colaboradores, formando um time

de sucesso. Para montá-lo com esse perfil, é necessário que o RH

interno, ou em parceria com consultorias externas, desenvolva um

manual de ética e políticas empresariais alinhadas com a missão e

os valores organizacionais, definindo essa identidade. Outra ferra-

menta imprescindível é o descritivo de todos os cargos, para que os

colaboradores, principalmente os líderes, tenham clareza do propó-

sito da sua função, sensibilizando e comprometendo a equipe com

as metas da empresa. Segundo matéria da revista Melhor Gestão

de Pessoas, editada pela Associação Brasileira de Recursos Huma-

nos (ABRH), empresas estão apostando na gestão de talentos para

enfrentar os novos desafios. Edward Cone, editor-chefe de Thought

Leadership, da Oxford Economics, comenta que os resultados de-

monstram uma clara divisão entre aqueles que estão posicionando

suas empresas para o futuro do trabalho e aqueles que não estão. “Es-

peramos que essas descobertas destaquem que o talento realmente

importa – e as empresas que não estão acompanhando as mudan-

ças até o momento não podem mais ficar para trás”, comentou ele.

RF: Os conhecimentos que podem ser adquiridos acerca do com-

portamento do consumidor fazem diferença na hora de montar

uma equipe de tal nível?

Lucia: O consumidor, hoje em dia, detém uma posição diferenciada:

de simples comprador, ele passou a uma posição de destaque na

nova economia, mais consciente de seus direitos, com novos pa-

drões de exigência e querendo valor agregado nos produtos. Está

cada vez mais difícil mapear o comportamento dos consumidores

e prever suas ações, devido principalmente à evolução nos meios

de produção e a novos componentes tecnológicos que caracteri-

zam a passagem de período industrial para uma nova economia,

com novos métodos de se fazer negócios. Porém, o que diferencia

o cliente de drogaria dos outros segmentos é a necessidade que ele

distante dos valores organizacionais de uma

drogaria, seus produtos ou serviços podem

não ser comprados por esse grupo, que vai

buscar outra marca que lhe atenda.

RF: O que é uma equipe de

alta performance?

Lucia: Uma equipe de alta performance tra-

balha integrada desde os setores que dão su-

porte, como Compras, Financeiro e RH, até

os setores da loja, da entrega à assistência

farmacêutica. Todos devem saber claramen-

te os resultados individuais de desempenho

que devem apresentar às suas respectivas

empresas. A informação é compartilhada, e

a liderança acompanha e desenvolve con-

tinuamente seus liderados. Além do perfil

técnico relacionado às atribuições do car-

go, as habilidades comportamentais, como

ética, iniciativa, foco, autodesenvolvimento,

relacionamento e comunicação, são avalia-

das nos processos seletivos. Mais que qua-

lificadas tecnicamente, as empresas em-

preendedoras e de visão querem pessoas

com comportamentos e atitudes adequa-

dos à missão e aos objetivos corporativos.

Por isso, é estrategicamente inteligente ca-

pacitar esses profissionais adequadamente,

para que possam atender bem e superar as

expectativas dos clientes, mantendo a em-

entrevista

O atendimento deve ser reciclado e evoluir com

a mesma velocidade e frequência com que mudam os desejos, as

exigências e as vontades dos consumidores.

10 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 11: Revista da Farmácia

entrevista

apresenta de validar informações ali mesmo no ponto de venda,

pois, muitas vezes, saem de um hospital ou consultório com muitas

dúvidas relacionadas ao seu diagnóstico e tratamento. Uma equipe

integrada e acolhedora vai esclarecer dúvidas por meio da assis-

tência farmacêutica e fidelizar esse cliente pelo acolhimento, pela

ética nas informações e pelo conhecimento demonstrado, cons-

truindo assim uma relação de confiança. O homem, sendo um ser

social, necessita relacionar-se com o seu semelhante. Dentro desse

relacionamento, é possível perceber as influências que eles sofrem

e quão importantes são para diferenciar um grupo do outro, o qual,

em linguagem mais técnica, costuma-se chamar de grupo de refe-

rência. Os principais estudiosos de marketing de relacionamento e

técnicas de vendas têm verificado que as motivações, percepções

e atitudes do consumidor seguem uma lógica, muito embora essa

seja insuficiente para analisar o seu comportamento. Isso porque

são vários os fatores que podem afetá-lo, como, por exemplo, o

meio que determina as preferências e as intenções, mas não ne-

cessariamente o comportamento que ele terá ao preferir determi-

nado produto ou serviço em detrimento a outro. Pensando nes-

se comportamento, e diante da sua intenção de compra e/ou até

mesmo na questão da sua escolha, muitas empresas entendem

que é necessário fazer todo o esforço para conseguir um alto ní-

vel de satisfação por parte de seus clientes, pois ele, quando está

apenas satisfeito, é possível que não se mantenha fiel à marca, en-

quanto que o plenamente satisfeito indicará uma pequena possi-

bilidade de mudança. Essa relação de satisfação manterá o clien-

te fidelizado porque ele estará intimamente conectado à marca.

RF: Você diria que é muito difícil escolher as pessoas certas para

os lugares certos? O que ajuda nesse desafio?

Lucia: Escolher as pessoas certas para os lugares certos é possível

quando se investe tempo e profissionalismo nos processos sele-

tivos. É necessária clareza na definição do perfil, divulgação ade-

quada para obter candidatos condizentes com o perfil da vaga,

triagem dos currículos e entrevistas planejadas e agendadas previa-

mente. O maior desafio é entender o processo seletivo como uma

importante ferramenta de gestão, contribuindo para a redução da

rotatividade, que gera custo e uma imagem negativa da empresa.

RF: Em geral, os processos seletivos nas pequenas e médias em-

presas são feitos pelos gestores, não por um setor ou um profis-

sional de recursos humanos. Quais são os impactos disso?

Lucia: O impacto é que, muitas vezes, essas

contratações são realizadas pela intuição do

gestor e/ou indicação, desconsiderando as

etapas técnicas do processo seletivo. Geral-

mente, há pressa em preencher a vaga, ge-

rando muitos ruídos de comunicação. Pro-

cessos seletivos devem ser conduzidos por

profissionais de RH, que conheçam as eta-

pas técnicas de contratação, evitando rota-

tividade e custos para a empresa.

RF: Qual é a definição e o entendimen-

to de bom atendimento para o consumi-

dor moderno?

Lucia: Tudo indica que, nos próximos 20

anos, as empresas irão se defrontar com

muito mais mudanças no perfil de consu-

mo. Devemos levar em conta alguns fato-

res, como o envelhecimento da população,

a busca por qualidade de vida, o consumo

infantil e o aumento do poder de compra

das classes ditas emergentes, que serão de-

cisivas no aumento do número de novos

Tudo indica que, nos próximos 20 anos,

as empresas irão se defrontar com muito mais

mudanças no perfil de consumo. Devemos levar em conta alguns fatores, como o envelhecimento

da população, a busca por qualidade de vida, o consumo infantil e o aumento do poder de

compra das classes ditas emergentes.

11Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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entrevista

consumidores e, em contrapartida, cada

vez mais exigentes e atentas ao processo

de compra. Essas variáveis no comporta-

mento do consumidor confirmam a neces-

sidade de maior segmentação de mercado

e novos produtos e serviços. O envelheci-

mento da população e a melhoria da qua-

lidade de vida têm trazido para o mercado

consumidor um público com faixa etária

maior e bom potencial de consumo. Den-

tro desse contexto, o varejo farmacêutico

tem desenvolvido cada vez mais estratégias

para atrair esse segmento, visando à reten-

ção desse cliente pelo atendimento ético e

acolhedor. Dessa forma, é preciso levantar

as características desse público-alvo, entre

elas, identificação do perfil da melhor idade

quanto a dados socioeconômicos; levanta-

mento do estilo de vida predominante; iden-

tificação dos hábitos de vida em relação ao

uso do computador; identificação de hábi-

tos comportamentais em relação ao uso do

tempo para lazer, esporte e entretenimen-

to; obtenção de um descritivo do perfil para

analisar o comportamento desse segmen-

to de acordo com as peculiaridades apre-

sentadas, criando diferenciais para fidelizá-

los, entre outros.

RF: No varejo em geral, você destacaria al-

gum grupo, rede ou empresa que tem fei-

to um trabalho que pode, inclusive, servir de benchmarking para

os varejistas do Canal Farma?

Lucia: Destaco a Distribuidora Emefarma Rio, pois o RH está ali-

nhado com o planejamento estratégico da empresa e atento aos

processos, utilizando ferramentas constantes de melhoria e desen-

volvimento do setor. Trabalham com indicadores para mensurar o

tempo médio de contratação e retenção de funcionários, entre ou-

tras ações de capacitação técnica e comportamental dos colabo-

radores, que se estendem desde os setores operacionais aos ges-

tores. Também possuem ações de endomarketing em várias datas

importantes ao longo do ano, promovendo informação e integra-

ção entre os funcionários, contribuindo assim para um ambiente

organizacional produtivo e acolhedor.

RF: Você acabou de ser contratada pela Ascoferj como consulto-

ra em Recursos Humanos. Qual será o seu papel?

Lucia: Será o de implantar o Setor de Recursos Humanos na As-

coferj para atendimento aos associados. Vamos estruturar proces-

sos que irão desde assessoria em recrutamento e seleção, passan-

do pelo desenvolvimento de equipes, ações de endomarketing e

pesquisas de ambiente organizacional, até a descrição do cargo.

Iremos desenvolver uma abordagem diferenciada para associa-

dos de drogarias independentes, médio porte e redes, respeitan-

do as peculiaridades de cada um e oferecendo serviços que pos-

sibilitem uma gestão de pessoas condizente com a identidade de

cada associado. As empresas que mais crescem são as melhores

quando se trata de atrair talentos de qualidade. O RH é um setor

estratégico, que geralmente tem um bom ambiente organizacio-

nal, retém talentos e realiza promoções internas com os candida-

tos recrutados para a maioria das posições. Em empresas de me-

nor rendimento, a falta de talentos impacta de forma negativa no

alcance dos resultados.

RF: Que tipo de trabalho você vai desenvolver com gestores, ven-

dedores e farmacêuticos? Serão ações diferenciadas?

Lucia: Após a estruturação do setor nesse último trimestre de 2015,

vamos disponibilizar assessoria em todos os processos de RH, ca-

pacitando os gestores que já atuam em suas respectivas empresas.

Serão ações diferenciadas de gestão de pessoas para proprietários

e workshops com temas comportamentais para farmacêuticos, con-

tribuindo para que eles interajam com atendentes e clientes, im-

pactando de forma positiva nos resultados.

Escolher as pessoas certas para os lugares

certos é possível quando se investe tempo e

profissionalismo nos processos seletivos.

12 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 13: Revista da Farmácia
Page 14: Revista da Farmácia

Sindusfarma propõe que taxas da Anvisa tenham correção menorNa audiência pública da comissão mista da Câmara dos Deputados

e do Senado Federal que discutiu, em setembro, a Medida Provisó-

ria (MP) 685/2015, que cria um programa para facilitar o pagamento

de débitos com a Receita Federal, o presidente-executivo do Sin-

dusfarma, Nelson Mussolini, criticou o aumento das taxas de fisca-

lização da Anvisa e sugeriu que elas passem a vigorar em dezembro

de 2016, sendo corrigidas com base no IPCA dos últimos 12 me-

ses. As taxas chegaram a subir até 193,55%. Para se ter uma ideia,

a taxa de inspeção internacional passará de R$ 37 mil para R$ 108

mil com a MP. “Propusemos que as taxas sejam reajustadas anual-

mente, em 1º de janeiro, com base na variação do IPCA dos últimos

12 meses, sem o nefasto efeito da retroatividade”, disse Mussolini.

SINDUSFARMA

panorama

O Sebrae lançou o Movimento Compre do Pequeno Negócio, cujo objetivo é usar

a força dos pequenos negócios – mais de 10 milhões de empresas no Brasil, que

faturam no máximo R$ 3,6 milhões por ano – para fortalecer a economia. As mi-

cro e pequenas empresas são mais de 95% do total de empresas brasileiras, res-

pondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 52% do total de empregos

com carteira assinada, mais de 17 milhões de vagas. A ação do Sebrae enumera

cinco razões para comprar dessas empresas: (1) É perto da sua casa; (2) É respon-

sável por 52% dos empregos formais; (3) O dinheiro fica no seu bairro; (4) O pe-

queno negócio desenvolve a comunidade; e (5) Comprar do pequeno negócio é

um ato transformador. A iniciativa inclui um site: www.compredopequeno.com.br.

SEBRAE

A Novartis anunciou que o Comitê para Produtos Medicinais de Uso Humano

(CHMP) concedeu parecer positivo em relação ao Entresto, indicado para insu-

ficiência cardíaca (IC). A decisão marca importante passo em direção à disponi-

bilização do medicamento na Europa. A partir da aprovação final pela Comis-

são Europeia, o Entresto (marca que será utilizada na Europa), anteriormente

conhecido como LCZ696, estará disponível para reduzir o risco de mortalida-

de e morbidade cardiovascular em doentes adultos com IC.

NOVARTIS

Movimento Compre do Pequeno Negócio

SHU

TTER

STO

CK

Medicamento da Novartis recebe recomendação da União Europeia

Reajuste nas taxas da AnvisaNo dia 2 de setembro, foi publicada a Portaria Interministe-

rial nº 701/2015, que reajusta os valores das taxas de fiscali-

zação de vigilância sanitária. Desde o surgimento da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 1999, essa é a pri-

meira vez que a taxa é atualizada monetariamente. Com esse

reajuste, farmácias e drogarias passam a pagar R$ 1.280,23. O

valor de alteração ou acréscimo na autorização de funciona-

mento passou de R$ 4 mil para R$ 11.619,80. A Portaria en-

trou em vigência em setembro, e os valores foram reajustados

em 193,55%, com base no Índice Nacional de Preços ao Con-

sumidor Amplo (IPCA). As orientações sobre procedimentos

ou dúvidas em relação à Portaria 701/2015 você encontra no

site www.anvisa.gov.br.

ANVISA

14 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 15: Revista da Farmácia

Brasil está na rota dos medicamentos falsificadosUm relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

emitiu mais um ruidoso sinal de alerta sobre a debilitada saúde do

País. Segundo o documento, 19% dos medicamentos comerciali-

zados aqui são ilegais. A estimativa é que se vendam 20 medica-

mentos falsos em cada lote de 100. Eles são vendidos em feiras,

bancas de ambulantes, pela internet e, inclusive, nas farmácias.

E chegam ao Brasil vindos do Paraguai, China e Índia. Podem vir

prontos para o consumo ou ainda na matéria-prima, que é mani-

pulada em estabelecimentos clandestinos, sem a menor condição

de higiene e, geralmente, na dose errada.

ISTOÉ

Grande parte da população brasileira tem dificuldade ou simplesmente não consegue comprar os medi-

camentos de que precisa. Isso foi constatado em diversas pesquisas recentes e prova que o País ainda en-

frenta desafios nas questões mais básicas de saúde. Agora, com a crise econômica fazendo o desemprego

avançar para 8,3% no semestre, o risco de mais brasileiros interromperem seus tratamentos fica cada vez

maior. Diante desse cenário, a Frente Parlamentar Mista para Desoneração dos Medicamentos retoma seus

trabalhos no Congresso Nacional, propondo medidas para desonerar a carga tributária do setor. No Brasil,

os consumidores são responsáveis por quase 80% dos gastos totais de medicamentos, ou seja, eles com-

pram remédios sem nenhuma ajuda do governo. Estudos mostram que 84% da população consideram os

medicamentos caros demais, sendo que 39% acreditam serem os impostos responsáveis pelo alto preço.

MAXPRESS NET

Pesquisas apontam que 55% da população não conseguem pagar pelos medicamentos

Exportações de medicamentos recuam 16%A desvalorização de 22,6% do real em relação ao dólar registrada nos

sete primeiros meses deste ano não conseguiu impulsionar as expor-

tações da indústria farmacêutica brasileira, que recuaram 15,99% no

período. A queda das vendas para outros países foi mais acentuada do

que a das compras. A retração das importações, decorrente da debi-

lidade do mercado interno, ficou em 8,44%, segundo o Sindicato da

Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sin-

dusfarma). O déficit da balança comercial do setor passou dos US$

3,4 bilhões dos primeiros sete meses de 2014 para US$ 3,2 bilhões

no mesmo período deste ano, o que representa um recuo de 6,43%.

FOLHA ONLINE

panorama

SHU

TTER

STO

CK

Anvisa aprova medicamentosinéditos para asma, hipertensãopulmonar e tumor cerebralA Anvisa aprovou mais um genérico inédito no País: o dipro-

pionato de beclometasona. O medicamento, cuja substância

ainda não tinha concorrente no mercado, é indicado para o

tratamento de asma. Esse é o primeiro registro de genérico

concedido para inalatórios orais. Com isso, pacientes e mé-

dicos terão uma nova opção de tratamento a um custo mais

acessível, uma vez que os genéricos chegam ao mercado com

um preço menor que o valor de tabela dos medicamentos de

referência. O dipropionato de beclometasona será comercia-

lizado como solução aerossol para inalação oral (solução MDI

oral), atuando exclusivamente sobre as estruturas da árvore

respiratória. Além do dipropionato de beclometasona, a An-

visa aprovou, também, o pedido de registro de dois medi-

camentos novos: o Adempas (riociguate) e o Becenun (car-

mustina). O primeiro é indicado para Hipertensão Pulmonar

Tromboembólica Crônica (HPTEC) em adultos, grupo 4, con-

forme classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O segundo é voltado para o tratamento de pacientes adultos

com tumores cerebrais (glioblastoma, glioma do tronco ce-

rebral, astrocitoma e oligodendroglioma), mieloma múltiplo,

linfoma de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin (linfoma de cé-

lulas do manto). Estará disponível como pó liofilizado para so-

lução injetável de 10mg.

ANVISA

15Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 16: Revista da Farmácia

Estratégia de empresasEditora FGV – 9ª edição, 2011

O objetivo desse livro é oferecer um referencial teórico e prático que proporcione uma visão estruturada de

estratégia empresarial e contribua para o aperfeiçoamento dessa temática no ambiente de negócios. Para

planejar e pensar estrategicamente, é necessário um trabalho que harmonize persistência, desenvolvimento

do estilo estratégico e capacidade inspiradora, conceitos que irão contribuir para o crescimento profissional.

Ah! Eu não acredito!Como cativar o cliente através de um fantástico atendimentoSérgio Almeida – Editora Casa da Qualidade

O autor sugere, de forma clara e objetiva, maneiras para atingir a satisfação dos clientes com ações às vezes

simples e comuns, que permitirão um relacionamento promissor. O livro está dividido em dois blocos principais.

O primeiro trata dos conceitos básicos com a fundamentação teórica e o segundo traz orientações práticas

relacionadas ao operacional do atendimento. O livro apresenta linguagem simples e objetiva e é praticamente

um livro de bolso, muito prático para o cotidiano tanto do empresário como de gerentes e equipe de trabalho.

Vida organizadaComo definir prioridades e transformar seus sonhos em objetivoThais Godinho – Gente editora

Muitas empresas enfrentam problemas com a desorganização. Com uma quantidade muito grande de atri-

buições, muitos gestores não conseguem realizar nem a metade das tarefas durante o horário de trabalho,

sendo que alguns ainda levam as pendências para casa, deixando a família em segundo plano. Logo, a orga-

nização é um fator primordial para que a empresa consiga concretizar seus objetivos. Uma leitura agradável

e simples, que poderá ajudar aqueles que querem melhorar os resultados do negócio.

DriveA surpreendente verdade sobre aquilo que nos motivaDaniel H.Pink – Editora Estrela Polar

Daniel H. Pink salienta, nesse livro, que o segredo dos bons desempenhos e da satisfação com o trabalho é a própria

necessidade humana de criar algo novo, bem como de melhorarmos a nós mesmos e o mundo. O autor examina

os três elementos da verdadeira motivação — autonomia, orientação e propósito — e sugere técnicas criativas para

os colocarmos em ação. Cita também empresas, cientistas e empresários que têm apontado novos caminhos.

Ética e vergonha na caraMario Sergio Cortella Clóvis de Barros Filho – Papirus 7 Mares

Jogar lixo no chão, colar na prova, oferecer dinheiro em troca de algum benefício: esses comportamentos po-

dem ser facilmente percebidos em nosso dia a dia, quase como se fossem situações corriqueiras e típicas da

cultura brasileira. Os autores lançam aqui uma importante reflexão sobre o modo como orientamos nossas

escolhas, mostrando de que forma a vergonha encontra seu lugar na ética, a fim de que possamos pensar e

agir para além do comodismo e dos prazeres individuais.

boa leitura

16 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 17: Revista da Farmácia

jurídico

C

Nota de CorreçãoAfinal, qual é a definição e a utilidade desse documento, também chamado de Carta de Correção Eletrônica?

Como se sabe, atualmente, nas transações comerciais, são emi-

tidas notas fiscais eletrônicas, instrumentos de maior controle por

parte das Secretarias de Fazenda, cujo objetivo é diminuir a sone-

gação e a elisão fiscal.

No entanto, ante a elevada quantidade de notas fiscais eletrô-

nicas emitidas, por vezes, um ou outro medicamento ou correlato

é enviado por uma distribuidora para uma drogaria contendo um

número de lote divergente daquele contido na nota fiscal eletrô-

nica. Nesse caso, a drogaria deve solicitar que a distribuidora emita

um documento denominado Nota de Correção ou Carta de Cor-

relação Eletrônica (CC-e), a fim de que, em caso de eventual fisca-

lização por parte da vigilância sanitária, o estabelecimento farma-

cêutico não seja autuado.

Todavia, tanto a drogaria como a distribuidora possuem deter-

minados prazos para seguir, sob pena de serem punidas pelo Poder

Público. As drogarias não têm a opção, mas a obrigação de conferir

todos os lotes dos medicamentos que lhe são entregues pelas dis-

tribuidoras quando do recebimento, obrigação essa prevista desde

o ano de 1998, no parágrafo 2º do artigo 3º da Portaria SVS/MS nº

802/98: “§ 2º Os estabelecimentos de distribuição e de dispensação

não poderão aceitar a entrada de produtos farmacêuticos com es-

pecificações incompatíveis com as constantes do caput deste artigo”.

Na prática, entretanto, as drogarias não fazem essa conferên-

cia, assumindo o risco de serem sancionadas pela vigilância sani-

tária. Depois, ao serem fiscalizadas, buscam desesperadamente a

obtenção de uma Nota de Correção, mas as distribuidoras sequer

podem emiti-las. Isso acontece porque a Carta de Correção Ele-

trônica é regulamentada pelo Ajuste SINIEF nº 7/05 e pela Nota

Técnica 2011/004, que definem como limite para a emissão de

tal documento o prazo de 720 horas, isto é, 30 dias.

Assim, as distribuidoras de medicamen-

tos e correlatos são impedidas pela legisla-

ção tributária de emitir a CC-e após 30 dias

da emissão da nota fiscal original. É preci-

so fazer isso antes de vencer esse prazo li-

mite, devendo as empresas estar atentas à

conferência dos lotes dos medicamentos e

correlatos no ato do recebimento da mer-

cadoria, não deixando o tempo passar nem

contando com a sorte.

HU

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KI

Gustavo [email protected]

Consultor jurídico da Ascoferj e especialista em Legislação Sanitária.

17Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 18: Revista da Farmácia

ascoferj em foco

A

Atendimento personalizadoTablet é a nova ferramenta de trabalho dos consultores dos núcleos da Ascoferj

A Ascoferj é uma associação que atua

não somente no Grande Rio, com sede

no Rio de Janeiro, mas também nas re-

giões Centro-Sul Fluminense, Norte-No-

roeste Fluminense, dos Lagos e Serrana.

Para que as informações sobre cursos,

serviços e benefícios cheguem aos as-

sociados, quem coordena as atividades

são consultores treinados, que traba-

lham percorrendo farmácias e drogarias localizadas nos mu-

nicípios dessas regiões.

O objetivo desse trabalho é que os associados recebam as in-

formações sem precisar se deslocar até a capital, e a experiência

tem sido bem-sucedida. A entidade tem percorrido as regiões le-

vando cursos, palestras, treinamentos e informações para estrei-

tar a relação com os associados.

Atualmente, três consultores são responsáveis pelas respec-

tivas regiões. São eles: Amanda Carvalho, pela Região dos Lagos;

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Jorge Caspary, supervisor dos consultores da Ascoferj; Guilherme Ribeiro, consultor da Região Norte-Noroeste Fluminense;

e Marcus Vinicius, consultor do Grande Rio

18 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 19: Revista da Farmácia

ascoferj em foco

Guilherme Ribeiro, na Região Norte-Noroeste Fluminense; e Mar-

cus Vinicius, no Grande Rio. A equipe é coordenada por Jorge Cas-

pary, que já foi consultor da Região dos Lagos, mas hoje é super-

visor do grupo.

Com o intuito de melhorar ainda mais o atendimento e aper-

feiçoar a troca entre o que o associado precisa e o que a Ascoferj

pode fazer por ele, a Associação investirá em um novo acolhimen-

to, mais personalizado e direcionado, o que será possível por meio

do uso de uma nova tecnologia: o tablet. Esse equipamento facili-

tará ainda mais o processo de troca de informações, atualizações

cadastrais e adesão de novos associados.

“O novo atendimento prestado pelos consultores vai resul-

tar em uma padronização do serviço, que será prestado com mais

clareza e mais eficiência, além de tudo ser digitalizado. A metodo-

logia tornará o nosso trabalho mais produtivo, e acreditamos que

os resultados também serão”, explica Marcos Assunção, consultor

em gestão e responsável pelo trabalho de implantação do novo

atendimento na Ascoferj.

Planejamento e mais clareza nas informaçõesDessa forma, novas tarefas passarão a fazer parte de todo o

processo de trabalho que é realizado nas regiões atendidas pela

Ascoferj. O supervisor consolidará relatórios dos últimos quatro

meses, referentes ao desempenho dos consultores, para que se

possa alinhar e fazer correções, se for o caso.

Quanto aos consultores, eles terão que planejar as visitas a

serem realizadas a cada mês, considerando o histórico das em-

presas; terão que manter o relacionamento

com as empresas associadas, ouvindo-as,

entendendo suas necessidades, informan-

do sobre cursos e eventos e demais bene-

fícios. Quando necessário, aplicarão uma

pesquisa de conhecimento e expectati-

vas em relação à Ascoferj. E também irão

elaborar relatórios semanais das visitas e

abordagens realizadas por telefone junto

às empresas.

O projeto-piloto com todo o sistema in-

tegrado, incluindo o uso do tablet, terá iní-

cio na região Norte-Noroeste Fluminense

pelo consultor Guilherme Ribeiro. Em se-

guida, será implantado nas demais regiões.

“Chegar à loja e conseguir esclarecer algum

assunto de imediato para o empresário será

um grande facilitador. E acredito que isso irá

aproximar ainda mais o associado dos nos-

sos serviços”, disse Ribeiro.

Marcus Vinicius, consultor do Grande

Rio, concorda e afirma que a entidade bus-

ca o melhor para o associado. “A Ascoferj

procura sempre atender às demandas de

farmácias e drogarias que são sócias. An-

tes, quando não existiam os núcleos, eles

questionavam sobre o deslocamento. Ago-

ra, trabalhamos indo até eles, levando to-

das as informações de maneira muito mais

precisa”, garantiu.

O supervisor dos consultores, Jorge Cas-

pary, acredita que consultor e associado

sairão ganhando com a nova proposta de

atendimento. “O uso do tablet facilitará o

trabalho da equipe, que não precisará mais

fazer contato com a sede a todo o momen-

to quando precisa esclarecer dúvidas. Po-

derão acessar a internet e resolver de for-

ma imediata. Já os associados continuarão

recebendo a visita dos consultores, mas a

partir de agora com mais clareza nas infor-

mações”, acrescentou Caspary.

O novo atendimento prestado pelos consultores vai resultar em uma

padronização do serviço, que será prestado com mais clareza e mais

eficiência, além de tudo ser digitalizado. A metodologia tornará o nosso trabalho

mais produtivo, e acreditamos que os resultados também serão.

Marcos AssunçãoConsultor em gestão

19Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 20: Revista da Farmácia

práticas corporativas

Luzes e sombrasPode o mal se sobrepor ao bem em uma empresa?

EEra meu primeiro ano na empresa. Por-

tanto, minha relação de trabalho com meu

gerente era recente. Haveria, num fim de se-

mana próximo, uma convenção de vendas,

em que as equipes estariam reunidas. Esta-

vam programadas palestras, apresentação de

metas e resultados e todas aquelas atividades

típicas desse tipo de evento. Encarei-o como

uma oportunidade de formar uma boa ima-

gem frente às minhas lideranças e meus pa-

res, e fui preparado para a maratona.

Para minha surpresa, descobri um lado

do meu chefe que até então desconhecia. Nas

duas noites em que ficamos no hotel, de sexta

para sábado e sábado para domingo, ele be-

beu todas que podia e fazia questão de con-

vidar todo mundo de sua equipe para acom-

panhá-lo. Como nunca fui bom de copo, e a

programação de atividades da convenção era

intensa e começava cedo, preferi ficar de fora

dessa orgia alcoólica. Nas manhãs de sába-

do e domingo, ele apareceu na sala com uma

cara péssima, totalmente de ressaca junto

com os colegas de copo, todos com uma ex-

pressão típica de quem havia dormido muito

tarde e altamente alcoolizado. Obviamente,

ele e seus colegas de copo pareciam zumbis

ao longo do evento.

Qual não foi minha surpresa, ao término

da convenção, quando soube que o gerente

beberrão avaliou os colaboradores pela sua

participação no evento, dando uma nota me-

lhor para seus companheiros de copo. Ainda

disse, com todas as letras, que a turma boa

era a que caía na bebedeira com ele e que

Fernando Gaspar [email protected]

Consultor especializado na construção de indicadores

gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.

DIV

ULG

AÇÃO

funcionário que não bebia era ‘bundão’ (nesses termos, literalmente).

A partir dali, minha relação de confiança com esse gerente foi seria-

mente abalada e, com o tempo, percebi que a ‘panela do álcool’ real-

mente recebia um tratamento diferenciado desse gerente. Foi o pior

emprego da minha vida, ainda bem que consegui sair de lá.

O relato acima, que mais parece um teatro do absurdo, é ve-

rídico e foi trazido a mim por um colega de mestrado durante um

debate sobre práticas abusivas no ambiente do trabalho. Sabe-se

que a distorção de valores dentro de um grupo social pode ser tão

arraigada que passa a fazer parte do normal e aceitável. Essa situa-

ção se torna ainda mais dramática se a empresa não possuir me-

canismos de prevenção e amortecimento dessas más práticas, o

que, aliás, é muito comum em empresas pequenas e/ou familiares.

Conselhos de ética ou de governança corporativa são quase um

luxo quando pensamos no universo de pequenas e médias em-

presas que povoa o varejo farmacêutico. E, como a gigante Petro-

brás nos ensina, sua existência nem sempre garante as melhores

práticas. Portanto, o que fazer?

Fique alerta aos comportamentos de suas lideranças, certifi-

que-se de que você não está estimulando que a “turma do mal”

prevaleça e que os funcionários mais disciplinados não estejam

sendo preteridos, jogados para escanteio como ovelhas negras.

A distorção de valores dentro de um grupo social pode ser tão arraigada que passa

a fazer parte do normal e aceitável. Essa situação se torna ainda mais dramática se

a empresa não possuir mecanismos de prevenção e amortecimento dessas más práticas, o que, aliás, é muito comum em

empresas pequenas e/ou familiares.

20 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 21: Revista da Farmácia
Page 22: Revista da Farmácia

recursos humanos

Inteligência emocional na liderançaLíderes emocionalmente equilibrados desenvolvem relacionamentos mais éticos e inspiram confiança

AAtualmente, percebemos uma tendên-

cia em se trabalhar os conceitos de auto-

conhecimento e inteligência emocional no

ambiente corporativo, para que sejam de-

senvolvidos líderes capacitados emocional-

mente, capazes de alcançar os resultados

solicitados por suas respectivas empresas.

O debate atual não é mais direcionado

somente ao conhecimento técnico e às ha-

bilidades gerenciais. O foco principal ago-

ra é o que devemos fazer ou como inves-

tir, contribuindo para que esse potencial de

liderança se desenvolva nos colaboradores

das organizações, com base nos seus prin-

cípios éticos e na visão de mundo.

Como consequência, gradativamente

consolidam-se as competências necessá-

rias para que o líder efetive suas ações em

contribuições significativas, de acordo com

o planejamento estratégico das empresas

onde atuam.

O psicólogo americano Daniel Goleman

é uma referência na abordagem da impor-

tância da Inteligência Emocional (IE), numa

definição que pode ser conceituada como

“a habilidade de gerenciar nossas próprias

emoções para lidarmos com as situações

da vida, tanto profissional quanto pessoal”.

Em seu livro Trabalhando com a Inteligên-

cia Emocional, Goleman relaciona 24 com-

petências, agrupadas em cinco dimensões.

Lucia [email protected]

Consultora especialista em Gestão de Recursos Humanos e

capacitação de Líderes.

HU

MBE

RTO

TES

KI Podemos resumir, livremente, algumas dessas dimensões em

autoconsciência ou se eu me conheço; autocontrole ou como eu ge-

rencio minhas emoções; automotivação ou como eu me mobilizo e

incentivo os outros; empatia/consciência dos outros ou se eu real-

mente considero as necessidades de outras pessoas; e habilidades

sociais, isto é, se eu gerencio e me relaciono bem com os colegas.

Líderes excepcionais costumam ter uma coisa em comum, se-

gundo Goleman. Além das tradicionais competências para o su-

cesso, como talento, ética e ambição, eles possuem um alto grau

de inteligência emocional. Em sua pesquisa, comparando os que

se saíram extremamente bem em papéis de liderança com aque-

les que eram simplesmente medianos, ele descobriu que cerca de

90% da diferença em seus perfis se deviam à inteligência emo-

cional e não à capacidade cognitiva.

Outro fator primordial da inteligência emocional é conhecer

suas forças e suas fraquezas. Um líder emocionalmente inteligente

aprende a identificar suas áreas de força e fraqueza e analisa como

pode trabalhar com maior eficácia, potencializando os pontos for-

tes e desenvolvendo as competências a serem melhoradas. Essa

consciência gera a autoconfiança, que é um dos principais fatores

da inteligência emocional.

Nesse processo de autodesenvolvimento e gerenciamento das

emoções, acredito e tenho vivenciado isso nas empresas que pes-

soas emocionalmente equilibradas atuam com mais clareza de pro-

pósitos pessoais e de carreira, lidando melhor com as frustrações.

Esse alinhamento de objetivos e visões – da empresa e do líder –

são a base para o exercício de uma liderança ética e transparente,

consolidando uma real parceria nos relacionamentos e contribuin-

do para um ambiente organizacional produtivo, em que todos os

colaboradores, líderes e liderados têm a capacidade de aprender,

renovar e inovar continuamente.

22 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 23: Revista da Farmácia
Page 24: Revista da Farmácia

capa

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24 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 25: Revista da Farmácia

capa

OO varejo farmacêutico levou um susto quando leu, na impren-

sa, no fim de setembro, que o orçamento do Ministério da Saúde

para 2016 está propondo um corte de R$ 578 milhões no Progra-

ma Aqui Tem Farmácia Popular. Se for aprovado, impactará dire-

tamente na oferta dos medicamentos com desconto para a po-

pulação, que deixará de existir e deverá sobrecarregar as redes

municipais e estaduais de saúde.

Neste momento de crise, a notícia não caiu nada bem, sinali-

zando que a área da saúde vai pagar um preço alto pelos erros do

atual governo. Se a Câmara dos Deputados e o Senado aprovarem

a proposta de corte, em 2016, somente os medicamentos contra

hipertensão, diabetes e asma, que são gratuitos, permanecerão

no programa. Já aqueles destinados à contracepção, rinite alérgica,

doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além das fraldas

geriátricas, perderão o desconto de 90%, subsidiado pelo governo.

A situação é ainda mais preocupante em relação aos procedi-

mentos de média e alta complexidade, que deixarão de receber R$

5,3 bilhões. Soma-se a isso a redução de R$ 3,8 bilhões em gastos

com saúde, que deverão ser recompostos com emendas parlamen-

tares. No entanto, essa recomposição dependerá da sensibilidade

dos parlamentares em devolver ao orçamento esses recursos de

que dispõe livremente. Sendo assim, a situação que se coloca é de

um lastro de R$ 9,1 bilhões, o que representa quase 10% do orça-

mento previsto para ser executado, neste ano, em ações e serviços

públicos de saúde. O financiamento de serviços como hemodiálise

e cirurgias eletivas está entre as ações que deverão ser afetadas e

a previsão é de que o orçamento deixe de atender à necessidade

dos últimos três meses de 2016.

Em nota, o Ministério da Saúde lembra que, apesar de o orça-

mento da saúde ter triplicado em uma década, os recursos são finitos

Proposta de corte de R$ 578 milhões no Aqui Tem Farmácia Popular acende o alerta vermelho, e área da saúde dá sinais de que vai sangrar ainda mais

O começo do fim?

e não permitem ampliar mais a assistência

para atender à demanda de uma popula-

ção que vive cada vez mais e que enfren-

ta desafios como a obesidade e a violência

no trânsito. “Por isso, é essencial e urgen-

te se discutir com toda a sociedade novas

fontes de financiamento para a saúde, que

assegurem a manutenção de um sistema

que realiza 4,1 bilhões de procedimentos

ambulatoriais, 1,4 bilhão de consultas mé-

dicas e 11,4 milhões de internações; é pre-

ciso mais”, diz a nota.

O Ministério da Saúde esclarece ainda

que trabalha, neste momento, para a re-

composição de seu orçamento para 2016

com a apresentação de propostas como a

utilização de recursos do DPVAT para ga-

rantir um aporte adicional de recursos. Para

isso, vem atuando de maneira transparente

em busca de soluções para a situação que

preocupa e traz riscos à manutenção do Sis-

tema Único de Saúde (SUS).

Desempenho do programaHoje, o Programa Farmácia Popular do

Brasil conta com 34.382 estabelecimen-

tos, distribuídos em 4.431 municípios, sen-

do 528 unidades da rede própria, em 419

municípios, e 33.854 farmácias e drogarias

credenciadas em 4.411 cidades brasileiras.

25Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 26: Revista da Farmácia

variação

UNIDADES VENDIDASR$ 8.895.0312007

R$ 58.800.6352014

561,05%5

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CLIENTES ATENDIDOSR$ 4.024.8412007

R$ 22.866.09814

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variação

VENDASR$ 94.922.405

R$ 584.193.9812014

aaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiirrrrrrrrrrrr

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515,44%

capa

Segundo a Associação Brasileira de Re-

des de Farmácias e Drogarias (Abrafarma),

de 2007 a 2015, a média de clientes aten-

didos mensalmente passou de 335 mil para

1,9 milhão. Em todo o ano passado, mais de

22 milhões de brasileiros foram beneficia-

dos e o número de unidades comercializa-

das foi de 58,8 milhões, contra 8 milhões

do primeiro ano do programa.

Balanço dos últimos oito anos doAqui Tem Farmácia Popular

“O Aqui Tem Farmácia Popular é um dos programas governa-

mentais com maior credibilidade entre a população. E a parceria

do poder público com a iniciativa privada só corroborou essa acei-

tação ao facilitar o acesso a medicamentos e impedir que a popu-

lação interrompa seus tratamentos de saúde, especialmente para

combater doenças crônicas como diabetes e hipertensão”, observa

Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma.

Na comparação entre 2007 e 2014, a venda de medicamen-

tos subsidiados passou de R$ 94,92 milhões para R$ 584,19 mi-

lhões, um aumento de 515,44%. E, em 2015, mesmo no cenário

adverso da economia, os indicadores seguem em curva ascenden-

te. Segundo cálculos de janeiro a maio, a média mensal de fatura-

mento chega a R$ 50,04 milhões, contra uma média de R$ 48,64

milhões de todo o ano passado. “A julgar por esses números e pela

tendência de resultados superiores no segundo semestre, que te-

mos observado nos últimos anos, podemos terminar 2015 com

quase 25 milhões de brasileiros contemplados pelo Aqui Tem Far-

mácia Popular”, ressalta Barreto.

Atualmente, o programa representa 1,80% na participação to-

tal das vendas de medicamentos no País. Embora tímido, o índice

confirma o crescimento permanente desde o início.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Comuni-

tária (SBFC), Carmen Iris Tolentino, sem dúvida, o cofinanciamen-

to agregou valor ao comércio farmacêutico e aumentou o acesso

dos pacientes aos medicamentos. “Sendo assim, considero um

retrocesso, uma vez que o programa foi um grande avanço no se-

tor. No entanto, parece que o governo quer transferir novamen-

te, para estados e municípios, a responsabilidade pela distribuição

desses medicamentos, mas o sistema é precário. Não adianta di-

zer que tem o programa gratuito se o medicamento não é dispo-

nibilizado, se todas as vezes em que a gente chega em uma uni-

dade de saúde esse medicamento está em falta. É preferível que

ele seja subsidiado”, avalia Carmen.

Segundo a presidente da SBFC, é o momento de o comércio

farmacêutico começar a prestar mais atenção à fidelização dos

seus clientes, porque atualmente todo mundo tem Farmácia Po-

pular. “Na verdade, não faz diferença entrar em uma farmácia ou

outra. É aproveitar que esses clientes ainda estão com eles para

criar novas estratégias de fidelização, que não seja apenas o des-

conto. Costumo dizer que é aquilo que construímos no momen-

to de crise, quando somos obrigados a descobrir uma saída, uma

alternativa”, acrescenta.

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FONTE: ABRAFARMA

26 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 27: Revista da Farmácia
Page 28: Revista da Farmácia

capa

Do acerto ao erro“Diminuir os recursos orçamentários do

Programa Farmácia Popular é um retroces-

so à política de acesso aos medicamentos.

Deveríamos estar discutindo a ampliação

do programa, que é um exemplo de eco-

nomia de recursos públicos, pois o governo

só paga após a dispensação, sem nenhu-

ma responsabilidade ou custo sobre a ges-

tão do estoque, exceto os da rede própria.

Portanto, reduzir o programa é lamentável

e demonstra a falta de gestão do Governo Federal”, assinala o di-

retor executivo da Associação Brasileira do Comércio Farmacêu-

tico, Renato Tamarozzi.

O diretor de Assuntos Regulatórios da rede Big Ben, Salomão

Kahwage, acompanha de perto o assunto. Para ele, o maior impacto

será na vida dos pacientes usuários dos medicamentos atualmen-

te subsidiados pelo programa. “Financeiramente, estamos falando

de um impacto de 14% para o comércio, que é substancial, mas o

volume maior do nosso atendimento vem dos medicamentos dis-

tribuídos gratuitamente e subsidiados pelo Saúde Não Tem Preço,

que são os para asma, hipertensão e diabetes”, explica.

VENDAS

UNIDADES

CLIENTES

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1,05%0,85%

1,88%

2,53% 2,57%2,79%

2,93%

1,61%

1,01%

3,0

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1.34%1.11%

2.13%

2.69% 2,75% 2,81% 2,79%

1.95%

1.22%

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Participação do Farmácia Popular/Total

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FONTE: ABRAFARMA

28 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 29: Revista da Farmácia

capa

Na opinião dele, o fim do cofinanciamento é, sem dúvida, um

retrocesso, pois significa que o governo vai abrir mão da capila-

ridade das farmácias para distribuir medicamento a baixo custo.

“As farmácias chegam a muitos locais onde o governo não con-

segue estar presente. Por isso, a parceria com a iniciativa privada

deu muito certo. Os pacientes das regiões mais distantes vão fi-

car desassistidos. A partir do momento em que as farmácias dei-

xam de oferecer esses medicamentos com 90% de desconto,

essas pessoas irão procurar novamente a rede pública de saúde”,

alerta Salomão.

“Costumo dizer que o Aqui Tem Farmácia Popular foi uma es-

tratégia inteligente do governo do PT. Entre tanto erros, ampliar o

acesso de pacientes que precisam de tratamento contínuo foi um

grande acerto. Isso reduziu as internações e o custo dos hospitais e,

o principal, trouxe qualidade de vida para muita gente”, avalia Adria-

no Oliveira, sócio diretor da Drogaria Retiro, em Volta Redonda.

Além disso, o empresário chama a atenção para um fator tam-

bém relevante: a logística. “O governo já se mostrou incompeten-

te para administrar estoques. Cansamos de ver, na imprensa, notí-

cias sobre produtos vencidos. Nesse programa, o governo trabalha

com o nosso estoque, não com o dele. Isso acaba trazendo retor-

no financeiro na medida em que ele não precisa gerenciar nada e

ainda não tem custo com espaço físico, funcionários e outras des-

pesas. Foi uma decisão inteligente, porque transferiu essa respon-

sabilidade para a iniciativa privada, que sabe trabalhar”, acrescenta.

O farmacêutico e empresário Ricardo Lahora Soares, que pro-

move campanhas contra hipertensão e diabetes em sua farmácia,

diz que esse corte, se ocorrer, será desastroso. “Se com a peque-

na parcela que tinha de pagar para a obtenção do medicamento

o paciente já deixava de fazê-lo devido a problemas financeiros,

imagine agora sem o subsídio do governo”, declara o farmacêuti-

co, que prevê uma onda crescente do número de atendimento

no SUS, agravando o caos em que a saúde pública já se encontra.

O provável fim de parte do programa traz uma preocupação

também comercial. “Receio haver impacto nos empregos, já que

esse programa, em alguns estabelecimentos, responde por até

25% do faturamento da farmácia”, pontua.

Setor já se mobilizaO presidente da Federação Brasileira das Redes Associativis-

tas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia,

acredita que existe grande chance de o projeto ser aprovado pelo

Congresso e sancionado pela presidente

Dilma Rousseff. Caso isso de fato venha a

ocorrer, as farmácias podem perder parte

dos clientes, mas ele alerta que muitos pa-

cientes continuarão dependendo dos me-

dicamentos e não deixarão de comprá-los.

“Os gestores de farmácia precisarão de in-

teligência e estratégia para lidar com a pos-

sível queda nas vendas. Eu, por exemplo,

vou baixar o preço e fazer uma campanha

dizendo: o governo não te dá mais descon-

to, mas eu dou”, afirma Tamascia.

Ainda que essa proposta seja aprovada

sem nenhuma alteração, é importante es-

tarmos cientes de que o programa Saúde

Não Tem Preço, com gratuidade de medica-

mentos para asma, hipertensão e diabetes,

não sofrerá nenhuma alteração. A gratuida-

de dos medicamentos representa 70% do

Aqui Tem Farmácia Popular. Portanto, o pro-

grama continuará sendo importante para a

rentabilidade das farmácias.

É importante lembrar que o cenário

que se desenha para 2016 não é definiti-

vo. A proposta orçamentária é um projeto

de lei que ainda será discutido no âmbito

do Congresso Nacional.

De uma forma ou de outra, o setor já

está se movimentando para tentar reverter

a situação. O diretor da Associação Brasilei-

ra de Distribuição e Logística de Produtos

Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Montei-

ro, solicitou uma reunião com o Ministério

da Saúde para tratar do assunto. Ainda sem

data, participarão do encontro as principais

entidades nacionais, entre elas, Associação

Brasileira do Comércio Farmacêutico (Abc-

farma), Associação Brasileira do Atacado Far-

macêutico (Abafarma), Abrafarma e Febra-

far, além da própria Abradilan.

Acompanhe novas informações no site

da Ascoferj: www.ascoferj.com.br.

29Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 30: Revista da Farmácia
Page 31: Revista da Farmácia
Page 32: Revista da Farmácia

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Dia do Balconista:um exército de milharesPresente em todos os ramos, ele é um tipo de relações públicas entre cliente e empresa

No dia 30 de outubro, foi comemorado o

Dia do Balconista. Não há um número oficial,

mas estima-se que existam mais de 250 mil

balconistas trabalhando em farmácias e dro-

garias no Brasil. Segundo dados do Relatório

Anual de Informações (RAIS), do Ministério

do Trabalho e Emprego (MTE), são mais de 12

mil no comércio farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro, incluin-

do os segmentos de manipulação e homeopatia. De 2010 a 2014,

no comércio varejista de produtos farmacêuticos sem manipulação

de fórmulas, a atividade cresceu 35,5%, enquanto nos estabeleci-

mentos com manipulação esse crescimento foi de apenas 8,9%. O

segmento de homeopatia, por sua vez, vem empregando cada vez

menos, apresentando um declínio de 50% nos últimos quatro anos.

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32 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 33: Revista da Farmácia

carreira

De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO),

o balconista é aquele que vende mercadorias em estabelecimen-

tos de comércio varejista, apresentando, demonstrando e emba-

lando os produtos, para atender às solicitações dos clientes. Essa é

uma definição simplificada e restrita para uma função que é mui-

to mais complexa. Em geral, o balconista fica muitas horas em pé,

enfrenta grandes cobranças por resultados e ainda precisa lidar

com todo tipo de cliente, até mesmo aquele disposto a descarre-

gar seus problemas e frustrações em cima dele.

No comércio farmacêutico, há um desafio ainda maior: lidar

com pessoas doentes e parentes sensibilizados, com nervos à flor

da pele. É por essas e outras que o balconista é uma peça-chave

no balcão da farmácia. O primeiro contato do cliente é com ele,

portanto, sua simpatia pode fidelizar ou colocar tudo a perder.

“No passado, as empresas eram feitas de instalações, bons pon-

tos e produtos. Observe do que são feitas as grandes empresas de

hoje: não de instalações, mas de pessoas com ideias. Observe os

lugares que você gosta de frequentar: são feitos de pessoas que

lhe tratam bem. Estamos na era das pessoas. Quem inova? Pes-

soas. Quem atende no balcão? Pessoas. Quem compra? Pessoas”,

pontua Silvia Osso, especialista em varejo e autora dos livros Aten-

der bem dá lucro, Administração de recursos humanos em farmácia

e Programa prático de marketing em farmácias.

Segundo ela, boa aparência, educação, empatia e otimismo são

o básico para quem trata diretamente com o público. “Costumo

chamar esses requisitos de imagem profissional. Ter conhecimento

sobre o que se vende, ouvir os clientes e comunicar-se adequada-

mente são capacidades que chamo de competência profissional.

Com esses dois atributos – imagem e competência – é possível fa-

zer um excelente atendimento e fidelizar clientes”, garante Silvia.

O relacionamento interpessoal no trabalho pode definir o su-

cesso e o fracasso de um profissional. É cada vez mais importante

trabalhar em equipe e considerar que sozinho não se realiza nada.

“Na escola, no esporte e no trabalho, somos encorajados a com-

petir em vez de colaborar. Os problemas são apresentados para

indivíduos e não para equipes. Os heróis que temos são apresen-

tados individualmente. Este é o desafio: o de entender que traba-

lhar em equipe, que olhar a farmácia como um todo é o melhor

para todos”, decreta a consultora. Dessa forma, ser colega de tra-

balho é ser educado e companheiro, mas não invasivo e íntimo. É

preciso preservar a individualidade, evitando brincadeiras e mui-

tas conversas paralelas durante o expediente.

A experiência de cada umAssim como os demais profissionais da

farmácia, o balconista tem anseios, expec-

tativas e muitas histórias para contar. Afi-

nal, a rotina deles é baseada na troca diá-

ria com os consumidores. A balconista de

farmácia Sandra de Fátima Coelho Martins,

que tem 46 anos e atua mais de metade de-

les na profissão, garante que, para trabalhar

com o público, é necessário ter bom hu-

mor sempre. “Você precisa amar o que faz

e, a partir daí, superar qualquer dificuldade

na farmácia. A troca com o cliente é sem-

pre enriquecedora. Aprendo todos os dias

e chego a fazer amizades”, diz.

Para Sandra, a relação, às vezes, é tão

intensa que o balconista acaba se envol-

vendo muito mais do que devia. “Certa vez

fiz a reserva de um medicamento para um

paciente, mas curiosamente ele não voltou

para buscá-lo. Fiquei com aquilo na cabeça

e então decidi ligar para a residência dele.

Para a minha surpresa, ele havia falecido. In-

felizmente, passamos por momentos como

esse atrás do balcão”, conta.

Aparecida Aldeia, farmacêutica e ex-balconista com muito orgulho

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33Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 34: Revista da Farmácia

carreira

Quem também gosta de levar o trabalho

com bom humor é o balconista Alex Cabral,

de 55 anos. Segundo ele, grande parte das

reclamações refere-se ao preço dos medi-

camentos. “Os clientes desabafam com a

gente, e o nosso trabalho é reverter a situa-

ção. Supero esses momentos com uma boa

dose de alegria e, claro, solidariedade. Afi-

nal, eles já chegam na farmácia com a au-

toestima baixa”, diz Cabral.

A profissão tem desafios diários, sendo

preciso um bom jogo de cintura para lidar

com determinados acontecimentos na opi-

nião da balconista de uma farmácia de ma-

nipulação, Adriana Alvim, que tem 40 anos

e cinco de profissão. “Em nosso dia a dia, re-

cebemos receitas médicas incompletas ou

ilegíveis. O consumidor quer saber, pergun-

ta muitas coisas sobre os medicamentos e

fórmulas. Quando comecei a trabalhar na

farmácia, essas foram as minhas maiores di-

ficuldades. Naquele momento, a ajuda dos

meus colegas foi essencial para eu não de-

sistir da profissão”, compartilha.

A balconista Daiane Souza da Silva, de

24 anos, conta que existem casos em que

o próprio cliente desvaloriza a profissão de

balconista e a importância do trabalho que ele realiza. “Isso me

desmotiva em alguns momentos. Porém, sempre busco me re-

lacionar de maneira cordial, prestando um atendimento humani-

zado. Creio que o meu papel seja esse, para que ele saia satisfeito

da farmácia”, defende.

Assumindo novos desafiosA carreira de balconista pode ser mais um degrau para aqueles

profissionais que almejam ascensão profissional. As dificuldades e

os desafios, se superados com uma boa dose de coragem, podem

levá-los à gerência ou à faculdade de Farmácia, como é o caso da

farmacêutica Aparecida Aldeia, que trabalha há quase 30 anos na

Farmácia Modelo de Bonsucesso.

Formada em Farmácia em 2006 pela Unigranrio, Aparecida

conta que venceu muitas barreiras, entre elas o fato de que sua

formação em Magistério não ofereceu nenhuma base em Quími-

ca. Somou-se a isso o fato de que trabalhava o dia todo e ainda

dependia de transporte público. Mas ela superou os obstáculos e

conseguiu se formar. “Conhecer o balcão da farmácia me ajudou

muito. Hoje, consigo lidar bem com os balconistas da loja por-

que entendo como eles pensam e quais são as suas principais di-

ficuldades”, diz.

Aparecida nunca enfrentou preconceitos por ter sido balconis-

ta. “Pelo contrário, sempre tive segurança no meu trabalho porque

procurava me aprimorar sempre. Mesmo antes de começar a fazer

Farmácia, ensinei muitos farmacêuticos a manipular, pois trabalhei

com isso a vida inteira”, relembra.

Hoje, Aparecida já conta com um MBA em gestão no currícu-

lo dela e segue em frente participando da maioria dos cursos aos

quais tem acesso. “Por um lado, penso que é ruim não ter tido ou-

tras experiências, mas, por outro, domino todo o mecanismo da

farmácia onde trabalho. Conheço os clientes pelo nome e eles

me levam presentes. Trazem os filhos e os netos para eu conhe-

cer. E ainda me chamam de ‘a menina da farmácia’. Isso não tem

preço”, acrescenta.

Carlos Rodrigo da Silva Galvão iniciou a carreira como fiscal de

loja, passou pelas funções de balconista e farmacêutico e chegou

ao cargo de farmacêutico gerente. “Assimilei muito bem a transi-

ção da função de balconista para a de farmacêutico, pois, no bal-

cão da farmácia, eu já procurava desenvolver a postura de farma-

cêutico, atendendo aos clientes e tentando sanar todas as dúvidas

deles com relação aos medicamentos. Nos momentos vagos, es-

Carlos Rodrigo: primeiro o balcão, depois a faculdade de Farmácia e agora o próprio negócio

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AÇÃO

34 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 35: Revista da Farmácia

carreira

tava sempre lendo e buscando conhecimento com os farmacêu-

ticos que estavam próximos a mim”, conta.

Para Carlos Rodrigo, uma das principais vantagens em ter sido

balconista é que você já conhece grande parte dos medicamentos.

“Na faculdade, a gente não estuda nem 50% deles. Alguns farma-

cêuticos chegam à farmácia sem experiência de balcão, totalmente

perdidos e, se não se esforçarem, ficam à mercê do conhecimento

dos balconistas. Eu mesmo já treinei muitos farmacêuticos quan-

do era um deles”, lembra.

Carlos Rodrigo acredita que o balconista é muito importante

para a farmácia e que todo farmacêutico deve interagir com ele,

com respeito e espírito de equipe, pois cada um, em sua função, é

extremamente relevante para o sucesso do atendimento ao pacien-

te. “Hoje me considero um farmacêutico bem mais completo pelo

simples fato de ter sido um balconista de medicamento”, afirma.

Atualmente, Carlos Rodrigo tem sua própria farmácia, em Du-

que de Caxias, e conversa com seus pacientes pelo Whats’App, sa-

nando dúvidas e orientando sobre o uso correto de medicamentos.

Por caminho semelhante está seguindo Ribamar Sousa. Ele já

foi balconista e gerente, cursou faculdade de Farmácia e, atualmen-

te, especializa-se em Farmácia Clínica. O balcão não foi suficiente,

resolvendo apostar novas fichas na carreira. “Optei pela faculda-

de devido às mudanças do mercado de trabalho e à necessidade

de melhorar profissionalmente. Adoro estar próximo ao cliente e

orientá-lo sobre os medicamentos”, declara.

Para ele, a passagem pelo balcão foi uma escola. “A faculda-

de ensina a teoria, mas a prática para solucionar os problemas que

surgem no dia a dia é adquirida na vivência com os clientes. O bal-

cão ensina como as dificuldades são superadas. Se já temos esse

conhecimento, fica mais fácil assumir os desafios da profissão far-

macêutica”, diz.

Portanto, quem quer crescer profissionalmente deve consi-

derar a competência e a vontade de progredir, dois aspectos im-

portantes. “A competência é o resultado da aplicação do conhe-

cimento, da habilidade e da atitude. Além de realizar muito bem

o seu próprio trabalho, é indispensável ter boa vontade e dispo-

nibilidade para aprender novas funções ou tarefas dentro da far-

mácia”, decreta Silvia.

Algumas empresas do ramo desenvolveram suas próprias es-

tratégias para atualizar a equipe, como assinatura de revistas espe-

cializadas, reuniões semanais em que cada funcionário é responsá-

vel por estudar e apresentar aos colegas um determinado assunto,

aulas de farmacologia, jogos e gincanas so-

bre conhecimentos, provas e testes para

aprendizagem, uso de fascículos de educa-

ção continuada, em que o profissional ad-

quire conhecimento estudando no horário

livre, pesquisas na internet, entre outras.

“Existem coisas das quais não gosta-

mos mesmo, mas temos que pagar o preço.

Quanto ao tempo, vai uma pergunta: como

seremos profissionais competentes se não

tivermos tempo de investir em nós? A única

coisa que sabemos é que o mercado e suas

exigências são reais. Quem não tem tempo

para se desenvolver não tem tempo para o

sucesso”, finaliza Silvia.

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Seis dicas para você se destacar como balconista

Cuide da aparência.1.

Seja educado e gentil.2.

Execute as tarefas com o máximo de agilidade que conseguir.3.

Valorize o trabalho em equipe, mas preserve sua intimidade.4.

Cumpra os compromissos que assumir.5.

Estude. Quem tem conhecimento tem poder.6.

35Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 36: Revista da Farmácia

pequeno varejo

Na crise, seja essencialistaA disciplinada busca por menos pode contribuir para se conseguir maximizar a produtividade

EEm tempos de crise, mais do que em

qualquer outro momento, devemos ser

essencialistas. Segundo o que preconiza o

recente best-seller Essencialismo: a discipli-

nada busca por menos, o gestor essencia-

lista é aquele que percebe mais claramen-

te a diferença entre o desnecessário do

indispensável. Busca mapear o irrelevan-

te, aquilo que não agrega valor ao negócio.

Na crise, essa percepção, mais ainda a dis-

ciplina e, em certos casos, a coragem para

pôr em prática mudanças comportamen-

tais, de processos e até estruturais podem

fazer toda a diferença.

A capacidade de se concentrar no es-

sencial é parte do segredo do sucesso em

um mundo hiperconectado e abarrotado de

informações, opiniões, tarefas e estímulos.

Nesse contexto, muitos empresários se sen-

tem, ao mesmo tempo, sobrecarregados e

com baixa produtividade. Esse mal acaba

por afetar toda a equipe e a percepção do

gestor sobre ela.

A sensação é que sempre estamos tra-

balhando demais e em atraso ou em débi-

to com algo ou alguém, seja no trabalho,

na família ou consigo mesmo. O problema

não é a falta de tempo, mas a dificuldade

de se fazer escolhas, de sermos seletivos,

haja vista que existem recursos finitos para

possibilidades infinitas.

Implantar mudanças de comportamento e processos é sem-

pre mais fácil nas pequenas empresas do que nas grandes corpo-

rações. Nesse caso, o gestor da pequena empresa deve se valer da

leveza e agilidade que um pequeno negócio possibilita para se li-

vrar das tarefas e dos processos irrelevantes, a começar pelo pró-

prio comportamento, ampliando para toda a equipe.

No comportamento individual, o essencialismo passa pela se-

letividade, priorização, foco e disciplina para eliminar o desneces-

sário e concentrar no essencial.

Sob o ponto de vista empresarial, não é muito diferente, mas algu-

mas ferramentas ajudam na seletividade, análise, priorização e defini-

ção de foco, tais como a análise e melhoria de processos, eliminando

atividades desnecessárias, automatizando o que for possível e libe-

rando recursos outrora operacionais para focar o tático e o estratégico.

Na crise, decisões, ações e práticas essenciais podem fazer a di-

ferença entre o sucesso e o fracasso. A disciplinada busca por me-

nos pode contribuir para se conseguir maximizar a produtividade

por meio da essencialidade. Pode parecer paradoxal, mas buscar

o menos significa fazer mais com menos.

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Marcos Assumpção [email protected]

Consultor em planejamento, gestão por processos e

gerenciamento de projetos.

A capacidade de se concentrar no essencial é parte do segredo do sucesso em um

mundo hiperconectado e abarrotado de informações, opiniões, tarefas e estímulos.

Nesse contexto, muitos empresários se sentem, ao mesmo tempo, sobrecarregados

e com baixa produtividade.

36 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 37: Revista da Farmácia
Page 38: Revista da Farmácia

““A profissão requer sacrifícios e apren-

dizados permanentes, já que a ciência não

para. Quem escolheu ser farmacêutico deve

abraçar a causa com amor”, disse o prático

em farmácia, empresário e responsável téc-

nico de seu próprio estabelecimento, Ruy

de Campos Marins, que é também um dos

fundadores da Ascoferj.

Pela trajetória de vida dedicada à far-

mácia e à assistência farmacêutica e pela

carreira profissional traçada com zelo, de-

dicação e disciplina, Ruy de Campos Marins

cedeu seu nome ao troféu entregue aos far-

macêuticos premiados durante o evento em

comemoração ao Dia Internacional do Far-

macêutico, promovido pela Ascoferj, em 25

de setembro, no Rio de Janeiro.

Este ano, a entidade inovou e quis reco-

nhecer a contribuição que os farmacêuticos

têm dado ao varejo. O objetivo da celebra-

ção foi reafirmar a crença de que não deve

existir farmácia sem farmacêutico, cujo pa-

pel é indispensável à população que tanto

precisa de seus cuidados.

Prêmio reconhece profissionais que estão se destacando em várias áreas de atuação, entre elas, comunitária e magistral

Ascoferj celebrao Dia Internacionaldo Farmacêutico

premiação

FOTOS HUMBERTO TESKI

Troféu idealizado para preservar a história de Ruy de Campos Marins

38 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 39: Revista da Farmácia

premiação

“A Ascoferj entende que as empresas são feitas de pessoas.

Portanto, a presença do farmacêutico é relevante no contexto da

atenção à saúde do paciente, além de agregar valor ao negócio.

Nos dias atuais, uma farmácia com farmacêutico presente duran-

te todo o seu horário de funcionamento tem muito mais credibili-

dade, principalmente se ele realizar os serviços farmacêuticos”, de-

fendeu o presidente da entidade, Luis Carlos Marins.

Conheça os premiadosNas áreas comunitária e magistral, quem ganhou o Troféu Ruy

de Campos Marins foram os farmacêuticos e empresários Ricar-

do Lahora Soares e José Urias Gonçalves. Eles representam a clas-

se farmacêutica que ousa empreender e abrir o próprio negócio.

Ambos têm se destacado no que se propuseram a realizar. Ricardo

tem chamado a atenção dos colegas e da população com as cam-

panhas que realiza em sua farmácia, em Duque de Caxias, contra

hipertensão e diabetes. José Urias comanda uma farmácia de ma-

nipulação há 25 anos, fazendo da Analítica Farmácia de Manipula-

ção um exemplo de empresa bem-sucedida no ramo.

O farmacêutico e empresário Ricardo Lahora Soares ficou sur-

preso e afirmou não imaginar que um dia receberia um prêmio em

reconhecimento ao trabalho dele. “Essa hora chegou, o que me dei-

xa muito feliz. Precisamos buscar nossas origens e aperfeiçoar as

atividades que realizamos com a sociedade. A profissão está em

evolução e procuro sempre conhecimentos para oferecer o meu

melhor”, declarou depois da cerimônia de premiação.

“Estou há 41 anos nessa caminhada, e o prêmio me moti-

va. Acredito que motiva também meus colegas, para que con-

tinuem buscando melhorias na profissão e no segmento como

um todo. Agradeço à Ascoferj por esse reconhecimento”, comen-

tou José Urias.

Além dessas duas áreas mais ligadas à Ascoferj, a entidade tam-

bém reconheceu o trabalho do farmacêutico e empresário Ludmar

Rodrigo Serrão, na categoria inovação. Ludmar vem se destacando

nacionalmente pelo projeto inovador implantado na Farma Cura,

farmácia localizada em Cerquilho, São Paulo. Lá, Ludmar desenhou

um modelo inovador, focado na farmácia clínica. Os clientes con-

tam com uma equipe altamente treinada, com farmacêuticos dis-

poníveis 24h por dia.

Além dos serviços farmacêuticos mais conhecidos, a Farma

Cura tem soroterapia, revisão de medicamentos e atendimento

domiciliar. “Em nossa área de injetáveis, desenvolvemos um sis-

Ruy de Campos Marins: agradecimento e emoção durante homenagem

Público aplaude de pé o prático de farmácia que está fazendo história na profissão

tema de pressão positiva em que o oxigê-

nio passa por um filtro chamado Hepa, de

espessura de 0,01 micra, garantindo a total

purificação e renovação do oxigênio, preve-

nindo contra todos os tipos de micro-orga-

nismos e sem riscos de contaminação”, des-

taca o empresário.

39Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 40: Revista da Farmácia

premiação

Maria Eline Matheus, representando o presidente do CRF-RJ, Marcus Athila; Ricardo Lahora Soares, vencedor na categoria farmacêutico comunitário; e Ruy de Campos Marins

Jorge Luiz Coelho Mattos, vencedor na categoria farmacêutico industrial; Elisabete Valverde, da ABF; e Ricardo Valdetaro, vice-presidente da Ascoferj

Ademir Valério, presidente da Anfarmag Nacional; José Urias Gonçalves, vencedor na categoria farmacêutico magistral; e Márcio Amaral, diretor da Ascoferj

Adriano Oliveira, diretor da Ascoferj; Márcia Gisele da Costa, vencedora na categoria hospitalar e clínica; e Ana Paula Queiroz, presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e conselheira federal pelo Estado do Rio de Janeiro

André Teixeira Pontes, professor na Faculdade de Farmácia da UFF; Selma Rodrigues de Castilho, vencedora na categoria de docência e pesquisa; e Danilo Teixeira, diretor da Ascoferj

Paulo Vicente, presidente da SBFC Regional Rio de Janeiro; Ludmar Rodrigo Serrão, vencedor na categoria inovação; e Fernanda Ramos, diretora da Ascoferj

Conheça os ganhadores de cada categoria

40 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 41: Revista da Farmácia

premiação

Na área industrial, quem ganhou o Troféu Ruy de Campos Ma-

rins foi o farmacêutico Jorge Luiz Coelho Mattos. Para ele, todo pro-

fissional que recebe uma homenagem pelas atividades que exerce

deve ficar muito satisfeito, pois é a prova de que o trabalho está

sendo bem-feito. “Tenho orgulho em trabalhar na saúde pública

e estar aqui hoje é uma honra”. Jorge Luiz é diretor industrial e far-

macêutico responsável técnico pelo Instituto Vital Brasil, onde atua

há 35 anos. Já passou por várias divisões da instituição e contribuiu

com a ampliação da fitoterapia no SUS.

Selma Rodrigues de Castilho foi a mais indicada na área de

docência e pesquisa. Segundo ela, é muito gratificante juntar duas

grandes paixões: sala de aula e farmácia. “É ótimo ver que a aca-

demia e a profissão caminham lado a lado com um único objetivo,

construir um sistema de saúde melhor para a população brasilei-

ra. Só o farmacêutico é capaz de fazer com que a farmácia che-

gue aonde ela precisa, levando saúde a todos”, reconheceu Sel-

ma, professora universitária na Universidade Federal Fluminense

(UFF), coordenadora do programa Farmácia Universitária e pós-

doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade da Flórida,

nos Estados Unidos.

Por fim, a farmacêutica Márcia Gisele da Costa ganhou com o

profissional de destaque na área hospitalar e clínica. Todos os far-

macêuticos premiados foram indicados pelas seguintes entidades:

Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF

-RJ), Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), Associação Na-

cional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Sociedade Brasilei-

ra de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh), Sociedade

Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC) e faculdades de Farmá-

cia do Rio de Janeiro. Uma comissão criada pela Ascoferj avaliou os

currículos e escolheu os vencedores.

Painel discute evolução da profissão farmacêuticaApós a cerimônia de entrega dos troféus, os convidados as-

sistiram ao painel A evolução do profissional farmacêutico, com a

presença do farmacêutico e sócio diretor do Instituto Bulla, Cadri

Awad; da presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Comuni-

tária (SBFC), Carmen Iris Tolentino, que tem viajado pelo país trei-

nando farmacêuticos para a prática da farmácia clínica; e da coor-

denadora de Atenção Farmacêutica da Secretaria de Saúde de

Curitiba, no Paraná, Beatriz Patriota. Ela coordenou a implantação

do serviço de clínica farmacêutica na atenção básica do município,

em parceria com o Ministério da Saúde.

Grupo de teatro provoca gargalhadas no público durante esquete sobre a profissão farmacêutica

Cadri Awad, sócio diretor do Instituto Bulla; Carmen Iris Tolentino, presidente da SBFC; e Beatriz Patriota, coordenadora de Atenção Farmacêutica da Secretaria de Saúde de Curitiba, no Paraná: painel sobre a evolução da profissão farmacêutica

As perguntas direcionadas a Cadri Awad

mantiveram o foco em gestão empresa-

rial. Segundo ele, cada vez mais, os farma-

cêuticos estão interessados em desenvol-

ver habilidades de gestão e liderança. No

entanto, é preciso somar a esses conhe-

41Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 42: Revista da Farmácia

premiação

cimentos a organização, a disciplina e a

motivação, para que o processo de ges-

tão seja realmente bem-sucedido. Res-

saltou também que os profissionais que

decidirem trabalhar na gestão da farmá-

cia deverão entender de outros assuntos,

principalmente, tributação.

A presidente da SBFC, Carmen Iris, falou

sobre a farmácia clínica e as principais difi-

culdades para implantação dela na farmá-

cia comunitária. “A farmácia clínica é uma

grande conquista para o farmacêutico e ele

precisa saber investir nisso. Hoje, existem

diversos cursos que qualificam bem o pro-

fissional”, comentou. Sobre as principais

dificuldades, Carmen disse que elas estão,

principalmente, relacionadas à estrutura dos

espaços físicos onde os serviços serão ofe-

recidos aos clientes. “Os colegas reclamam

da falta de espaço nas farmácias para reali-

zar o atendimento”, pontuou.

Curitiba foi o primeiro município do Brasil

a implantar a farmácia clínica no SUS. Du-

rante o painel, Beatriz compartilhou a ex-

periência e os desafios dessa empreitada, que, segundo ela, tem

chances de ser expandida para outros estados brasileiros. A ação

faz parte de um programa federal para qualificar o serviço farma-

cêutico no sistema público de saúde. Iniciado em abril de 2014, o

objetivo é identificar pacientes que tenham dificuldades no uso

correto de medicamentos, acompanhando e orientando-os de

forma que não abandonem o tratamento.

“No início, os médicos estranharam o que estávamos fazen-

do. Então, tivemos que fazer um trabalho com eles também, ex-

plicando nossos objetivos e o motivo de estarmos ali, prestando

aquele tipo de assistência aos pacientes”, recordou. A farmacêuti-

ca afirmou ainda que a expectativa é de que, até o fim do ano, a

equipe tenha feito mais de cinco mil consultas. “Meu sonho é che-

gar o dia em que haverá uma fila de pacientes solicitando nosso

atendimento, o que comprovará definitivamente a relevância do

nosso trabalho”, concluiu.

O que eles pensam da iniciativaEmpresários e farmacêuticos que celebraram com a Ascoferj

o Dia Internacional do Farmacêutico comemoraram o sucesso do

evento. “Foi uma iniciativa inovadora da Ascoferj, já que é uma en-

tidade patronal. Vimos o quanto ela está ao nosso lado, reconhe-

cendo que nossa presença é indispensável nas farmácias e droga-

rias”, comentou o presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia

Comunitária Regional Rio de Janeiro, Paulo Vicente.

A presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF),

Elizabete Valverde, disse que o evento colocou em evidência o

trabalho do farmacêutico. “Vivemos em um mundo globalizado

e mostrar a importância desse profissional é muito importante”.

Quem também se sentiu honrada em comemorar o Dia In-

ternacional do Farmacêutico foi a consultora farmacêutica da

Ascoferj e integrante da comissão do evento, Ana Lucia Caldas.

“Agradeço a Ascoferj e a toda a diretoria pela oportunidade e

confiança no meu trabalho. Diante de tantos que me alertavam

que a proximidade com o comércio farmacêutico seria negati-

vo para minha carreira, agradeço a Deus por fechar meus ouvi-

dos nesse momento e abrir meus olhos para a possibilidade de

contribuir com a educação farmacêutica, principalmente com

todos os farmacêuticos que trabalham nas farmácias comunitá-

rias, pois penso que eles são o profissional de saúde que, atual-

mente, tem mais oportunidade de estar próximo ao paciente”,

declarou Ana Lucia. Evento termina com um bolo e um brinde ao Dia Internacional do Farmacêutico

42 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 43: Revista da Farmácia
Page 44: Revista da Farmácia

premiação

N

Homenagem aRuy de Campos MarinsTroféu recebe o nome de um dos fundadores da Ascoferj

No Dia Internacional do Farmacêutico,

25 de setembro, os farmacêuticos indicados

foram premiados com o Troféu Ruy de Cam-

pos Marins. O nome prestigia um dos fun-

dadores da Ascoferj, que tem sua trajetória

profissional voltada à profissão farmacêutica.

Ruy de Campos Marins é prático de far-

mácia, empresário e responsável técnico por

seu estabelecimento, localizado em Bonsu-

cesso. Seu Ruy, como é conhecido, não é formado em Farmácia,

mas tem o sentimento e a alma de um farmacêutico. Sua trajetória

profissional mostra que ser farmacêutico está além do diploma, pois

igualmente importantes são a postura, a integridade e o caráter de

um profissional exemplar, que, ainda hoje, aos 89 anos, se dedica

a cuidar das pessoas. “É muito gratificante ser lembrado no Dia In-

ternacional do Farmacêutico, uma data especial, que, tenho certe-

za, marcará a história da Ascoferj e desses profissionais”, declarou.

O registro de número 53 no Conselho Regional de Farmácia do

Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ) é uma prova de que o empresário

começou cedo. Com 17 anos, veio para o Rio de Janeiro e se formou

em Prático de Farmácia, com a chancela do Ministério de Educação

e Saúde, que, na época, eram um só. Nesse período, já era sócio da

Farmácia Vitória, em Bonsucesso. Alguns anos depois, abriu uma fi-

lial em Del Castilho, a Santa Rita de Kassia, e a Farmácia Muciano, em

Ramos. Entre idas e vindas, retornou à Farmácia Vitória como sócio

em 1964 e, posteriormente, adquiriu a Farmácia Modelo, em funcio-

namento até hoje, onde comanda uma equipe de 13 profissionais.

Seu Ruy sempre foi muito envolvido com a profissão farma-

cêutica e, por isso, fez parte da história de importantes entidades

e órgãos do setor, como Conselho Regional de Farmácia do Esta-

do do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Sindicato do Comércio Varejista de

Produtos Farmacêuticos do Município do Rio de Janeiro (Sincofar-

ma/RJ), Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFAR-

MA), Ascoferj e CityFarma.

“A ABCFARMA nasceu de um sonho, pois nosso desejo era criar

uma entidade que pudesse defender nacionalmente nossos inte-

resses, que pudesse brigar em nosso nome no Congresso Nacio-

nal”, lembrou. Já a sua participação na fundação da Ascoferj se deu

pelo interesse em ajudar nas causas do varejo farmacêutico e au-

xiliar os proprietários de farmácia.

HU

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RTO

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Ruy de Campos Marins no balcão da farmácia, em Bonsucesso:um lugar onde se sente em casa

44 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 45: Revista da Farmácia
Page 46: Revista da Farmácia

nosso negócio

Planos, planejamento e açãoD

IVU

LGAÇ

ÃO

Fernanda [email protected]

Farmacêutica, empresária e diretora da Ascoferj

O único lugar em que “sucesso” vem antes de “trabalho” é no dicionário. Na prática, ele vem depois de muito esforço e dedicação ao negócio

FFim de ano geralmente é assim: refleti-

mos sobre os 12 meses transcorridos e ava-

liamos o que podemos e queremos melho-

rar no ano vindouro. É como se fosse uma

mudança de ciclo. E é importante esse pro-

cesso de pensarmos no que vamos melho-

rar no que vem a seguir.

As empresas necessitam disto: plane-

jamento. Planejamento orçamentário, de

metas, de crescimento. Planejamento para

melhorar performances, como na percepção

de qualidade pelo cliente, na agilidade e na

confiabilidade em algum serviço prestado.

Planejamento para dar foco, delineando, des-

sa forma, um caminho com mais precisão.

Temos também o nosso planejamento

pessoal, que é tão importante quanto. En-

tender o que queremos, decretar que va-

mos executar e agir em prol desses quereres cria todo um movi-

mento para que eles, de fato, se concretizem.

Provavelmente, você já ouviu falar que o único lugar em que

“sucesso” vem antes de “trabalho” é no dicionário. O empresário

precisa conhecer a situação do seu setor, levando em conta os fa-

tores econômico, jurídico, estrutural, de entrada de produtos subs-

titutos e tudo o mais que afete o negócio diretamente.

O planejamento estratégico e orçamentário da empresa deve

ser contínuo e dinâmico. Um erro muito comum é criar um ótimo

plano e depois engavetá-lo, perdendo de vista o que está acon-

tecendo no mercado.

Importante também é fazer o acompanhamento e a avaliação

desse planejamento por meio de indicadores no decorrer do pro-

cesso, para que se mensurem e otimizem as ações de forma a se

atingir o resultado esperado.

Quer uma forma simples de fazer seu planejamento pessoal?

Pegue um pedaço de papel e escreva os seus projetos para o ano

vindouro. Depois, é só guardar. Seus projetos estarão determina-

dos em sua mente, como seus quereres. No fim do ano seguin-

te, abra esse papel e avalie o que realizou. E o que não realizou.

Dará um gosto enorme de vitória ao ver o que conseguiu concre-

tizar durante o ano.

Quanto ao que não conseguiu realizar, avalie até onde a falta de

êxito foi por causa de um esforço mal dimensionado ou direcionado

de sua parte, circunstâncias externas que inviabilizaram ou se esse

não seria um êxito apropriado e que, então, não era para acontecer.

Tenha fé. Desejo a todos um feliz Natal e que, em 2016, to-

dos os bons e apropriados planos sejam concretizados. Que Deus

os abençoe.

Entender o que queremos, decretar que

vamos executar e agir em prol desses quereres cria todo um movimento para que eles, de fato, se

concretizem.

46 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 47: Revista da Farmácia
Page 48: Revista da Farmácia

treinamento

AA diabetes é uma doença silenciosa que

afeta milhares de brasileiros. A cada sete se-

gundos, morre uma pessoa com complica-

ções devido à enfermidade. O Brasil está em

quarto lugar na escala mundial dos países

com o maior número de diabéticos. Em pri-

meiro está a China, que vem seguida da Ín-

dia e dos Estados Unidos.

Educadora em diabetes qualifica profissionais para o atendimento ao paciente diabético

Mônica Lenzi palestra na Ascoferj

ASC

OFE

RJ

Essas e outras informações foram apresentadas no workshop

Aumente seu faturamento fidelizando o paciente diabético, minis-

trado pela farmacêutica e educadora em diabetes Mônica Len-

zi, no dia 8 de outubro, na Ascoferj. No dia anterior, ela esteve

em Cabo Frio.

Durante o workshop, Mônica citou exemplos de como a farmá-

cia pode contribuir com a educação do paciente diabético. De acor-

do com ela, o farmacêutico é o profissional de saúde mais próximo

à população, o que contribui bastante para o controle da doença.

“Pessoas com diabetes visitam uma farmácia, no mínimo, uma vez

ao mês, para adquirir medicamentos e outros assessórios. Por que

não oferecer um atendimento diferenciado?”, pontuou.

Segundo o gerente regional da Sanofi, Sérgio Alves, empresa

patrocinadora do workshop, o maior desafio do ponto de venda é

capacitar a equipe. “As pessoas que lidam diretamente com o pa-

ciente diabético precisam buscar informações que as ajudem du-

rante o atendimento. Quando se tem informação, consegue-se

sair na frente da concorrência”, acrescentou.

A farmacêutica Analícia Gomes da Silva, que assistiu ao workshop,

disse que o conteúdo apresentado foi atual e relevante, e que vai

aplicar as dicas no dia a dia da farmácia onde trabalha. “Apren-

di, por exemplo, que devemos manter os produtos para porta-

dores de diabetes em uma mesma gôndola, facilitando a com-

pra”, comentou.

“Não sabia como utilizar a caneta para aplicação de insulina.

Participando do workshop, tive a oportunidade de aprender na prá-

tica. E agora terei base suficiente para auxiliar o paciente que che-

gar à farmácia precisando de ajuda. A atualização de conhecimento

é fundamental para quem deseja sair na frente”, afirmou o farma-

cêutico Ronald Santana. Mônica Lenzi, educadora em diabetes

48 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 49: Revista da Farmácia
Page 50: Revista da Farmácia

Administração financeiraH

UM

BERT

O T

ESKI

UUma das grandes preocupações da administração é a con-

solidação financeira das empresas. Em finanças, dizemos que

a empresa A está mais consolidada do que empresa B quan-

do possui maior capacidade de atravessar uma crise financeira

sem se desestruturar. Assim, quanto maior for sua capacidade

de enfrentar um período de prejuízos sem quebrar, mais con-

solidada ela estará.

Fazendo uma analogia, ninguém vive para ficar doente. No en-

tanto, as doenças acontecem. Quanto mais saudável for um indi-

víduo, maior será sua capacidade de enfrentar e superar a enfer-

midade e voltar a ter uma vida normal. O mesmo acontece com

as empresas. Nenhuma empresa foi feita para perder dinheiro. No

entanto, fatos adversos acontecem, muitas vezes fora da esfera da

ingerência dela, provocando prejuízos. Quanto mais consolidada

for, maior será sua capacidade de enfrentar e superar uma crise fi-

nanceira e voltar a ter uma vida normal.

Em uma empresa fragilizada, o prejuízo é predatório a partir do

primeiro momento. Da mesma forma que o médico, para avaliar

a saúde de um paciente, divide organismo dele em sistemas – di-

gestivo, respiratório, etc. –, o analista financeiro, para avaliar o grau

de consolidação de uma empresa, analisa seus principais ativos: as

disponibilidades, os recebíveis, os estoques e o imobilizado, veri-

ficando se esses sistemas estão funcionando satisfatoriamente.

Dizemos que as disponibilidades de uma empresa estão con-

solidadas quando ela é capaz de liquidar seus compromissos sem

recorrer a empréstimos de curto prazo. Quanto mais dependente

uma empresa for desse tipo de empréstimo, mais fragilizado estará

seu “disponível”, exceto se o custo dos empréstimos de curto pra-

zo for inferior ao custo do capital próprio. Isso acontece porque os

empréstimos de curto prazo costumam ser

os recursos mais caros de que dispõe a em-

presa para �nanciar seu capital de giro. Por-

tanto, não é inteligente �nanciar-se com ele.

As disponibilidades devem ser conso-

lidadas antes do imobilizado, e o motivo

é simples: o que quebra uma empresa é a

falta de caixa (ou seja, de disponibilidades)

e não a de imobilizado. O imobilizado não

paga contas. Já as disponibilidades são uma

conta tão importante que existe um depar-

tamento só para cuidar delas – a tesouraria

– e um relatório de apresentação obrigató-

ria somente para acompanhar a evolução

do seu saldo – a Demonstração do Fluxo

de Caixa (DFC).

A função da DFC é compreender como

o caixa está sendo gerado ou destruído na

empresa. Administrar financeiramente é ter

um olho no Demonstrativo de Resultado do

Exercício (DRE) e outro na DFC, porque não

basta a empresa gerar lucro. É preciso que

gere caixa também. Uma empresa pode dar

lucro e quebrar por falta de caixa, pois nem

todo lucro vira caixa.

Dessa forma, valorize as análises finan-

ceiras da sua empresa e monitore os indi-

cadores financeiros para manter a sua em-

presa saudável.

Henrique Tavares [email protected]

Consultor em varejo farmacêutico.

Quanto mais consolidada for uma empresa, maior será sua capacidade de superar a crise

consultor tributário

50 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 51: Revista da Farmácia
Page 52: Revista da Farmácia

pesquisa

AA Ascoferj encomendou uma pesquisa

à Fórmula Consultoria, empresa júnior de

pesquisa da Universidade Federal do Rio

de Janeiro (UFRJ), com o objetivo de en-

tender o quanto as pessoas sabem sobre o

papel do farmacêutico dentro de uma dro-

garia. No dia 5 de agosto, durante o even-

to que comemorou o Dia Nacional da Far-

mácia, no Largo da Carioca, 450 pessoas,

entre 20 e 60 anos, foram entrevistadas.

Desse total, 89% responderam que “o far-

macêutico é responsável pela dispensação

e pela atenção farmacêutica, voltada para

a maior proximidade entre o paciente e o

profissional, visando à potencialização dos

resultados clínicos do paciente”. Já os 11%

restantes optaram por dizer que “o farma-

cêutico é responsável pelo atendimento no

balcão com o objetivo apenas de dispensar

o medicamento”.

A segunda pergunta do questionário

foi mais detalhada, com 14 alternativas,

podendo o entrevistado assinalar mais de

uma opção. Entre elas estavam atribui-

ções do farmacêutico citadas pela Reso-

lução nº 499/2008, do Conselho Federal

de Farmácia.

Pesquisa mostra que 61% das pessoas entrevistadas entendem que ele é o profissional responsável pela dispensação do medicamento

Cresce conhecimento da população sobre o papel do farmacêutico

De acordo com os dados obtidos, 61% das pessoas entrevis-

tadas entendem que o farmacêutico é o profissional responsável

pela dispensação do medicamento no balcão. Além disso, 67% das

respostas mostram que os consumidores sabem que o farmacêu-

tico pode fazer a verificação da pressão arterial.

Também chama a atenção o fato de que 60% dos entrevista-

dos atribuem ao farmacêutico a indicação do melhor medicamento

para o paciente. De acordo com a lei, a indicação só pode ser feita

quando o medicamento for isento de prescrição.

Um dado preocupante obtido é que 31% dos entrevistados

acreditam que o farmacêutico pode alterar e/ou corrigir a prescri-

ção médica. No entanto, apenas quem pode prescrever e alterar o

tratamento é o médico. Nesse caso, o farmacêutico é responsável

pelo acompanhamento do tratamento farmacoterapêutico, pela

conciliação terapêutica e pela revisão da farmacoterapia. Apenas

32% das pessoas responderam estar cientes disso.

Mesmo não sendo uma prática ainda muito comum em dro-

garias, 55% dos entrevistados disseram saber que o farmacêutico

pode realizar teste de glicemia sanguínea capilar e 67% afirmaram

que sabem que ele pode aferir a pressão arterial. Esses dois servi-

ços estavam sendo disponibilizados ao público de rua no evento

da Ascoferj, no Dia Nacional da Farmácia.

Mais de 40% das pessoas responderam ter ciência de que o

farmacêutico pode realizar serviços como verificação da tempe-

ratura corporal, aplicação de medicamentos injetáveis, realização

de curativos de pequeno porte, execução de procedimentos de

inalação e nebulização.

52 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 53: Revista da Farmácia

pesquisa

De 450 entrevistados, 336 pessoas deram sua opinião sobre

qual serviço gostariam de encontrar nas drogarias. Entre as respos-

tas, 25% afirmaram que gostariam que o farmacêutico fosse mais

atuante, no sentido de dar mais orientação sobre os medicamen-

tos e acompanhar o tratamento dos pacientes.

Dificuldade em reconhecer o farmacêutico dentro da farmácia

As pessoas entrevistadas afirmaram também não conseguir

reconhecer o profissional farmacêutico dentro das drogarias, por

falta de uma devida identificação. Ainda que grande parte dos en-

trevistados esteja ciente das atribuições dele, muitos não encon-

tram esses serviços com facilidade nas farmácias que costumam

frequentar, como é o caso da aplicação de injetáveis e a aferição

de pressão arterial.

O perfil das farmácias e drogarias no Brasil está mudando, nes-

se sentido, as atribuições do farmacêutico também estão se alte-

rando. O farmacêutico contemporâneo atua no cuidado direto ao

paciente, promove o uso racional de medicamentos e de outras

tecnologias em saúde, redefinindo sua prática a partir das neces-

sidades dos pacientes, família, cuidadores e sociedade. Pelos da-

dos obtidos e pela análise realizada, foi possível perceber que as

atribuições do farmacêutico mais conhecidas pela população são

aquelas que realizam a interface farmácia-paciente, mesmo o pro-

fissional de farmácia não sendo facilmente identificado.

“Foi uma surpresa a quantidade de pessoas que demonstrou

conhecer o papel do farmacêutico. No geral, mais da metade dos

respondentes entendem esse papel. No entanto, as maiores recla-

mações se concentraram nos seguintes aspectos: baixa atuação do

farmacêutico nos estabelecimentos comerciais, falta de orienta-

ção profissional sobre os medicamentos e falta de esclarecimentos

sobre os tipos de serviços que podem ser prestados pelo farma-

cêutico nas drogarias. Outro ponto percebido na pesquisa ressalta

que muitos clientes confundem o farmacêutico com o balconista,

e por isso sentem falta de sua atuação”, comentou Ana Luiza Ra-

mos Costa, Assessora de Projetos da Fórmula Consultoria.

Para a farmacêutica e diretora da Ascoferj, Fernanda Ramos,

os resultados da pesquisa foram bastante satisfatórios, pois mos-

traram que está claro para o consumidor o papel do farmacêutico

como um profissional cuidador da saúde dentro do estabelecimento.

Fernanda acrescenta que vários fatores podem estar contribuindo

para que as pessoas tenham dificuldade em identificar o farmacêu-

tico, tais como: uniformização inadequada,

postura, insegurança do farmacêutico, entre

outros. “Para um profissional ter visibilida-

de e segurança em sua atuação, ele preci-

sa ser treinado e ter acesso a informações

e conhecimentos pertinentes à sua área

de atuação. Isso é fundamental”, disse.

Papel do Farmacêutico na drogaria

14%

61%

45%

48%

59%

31%

43%

45%

27%

67%

55%

15%

60%

32%

Atendimento no caixa

Dispensação do medicamento no balcão

Verificação da temperatura corporal

Registro do estoque da farmácia

Aplicação de medicamentos injetáveis

Alteração e a correção de prescrição médica

Realização de curativos de pequeno porte

Execução de procedimentos de inalação e nebulização

Colocação de brincos

Verificação da pressão arterial

Teste de glicemia sanguínea capilar

Sutura de ferimentos profundos

Indicação do melhor medicamento para o paciente

Acompanhamento do tratamento do paciente

FÓRMULA CONSULTORIA

53Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 54: Revista da Farmácia

indústria

A ruptura e o novo mercadoMedicamento equivalente (EQ) introduz uma nova dinâmica no setor e exige que varejo reavalie modelo de negócio

CCada vez mais, a competitividade do

setor exige uma nova postura empresarial,

pois condições macroeconômicas, mudan-

ças estratégicas comerciais da indústria e do

distribuidor, mudanças na legislação, alte-

rações no comportamento do consumidor

e mais concorrência são fatores externos

ao negócio que parecem fugir ao controle.

O empresário aprende muito desde que

o negócio começa. Ele precisa ter uma vi-

são macro da empresa no que diz respeito

a controle financeiro, elementos operacio-

nais, compreensão do mercado e entendi-

mento das leis. Trabalhar num segmento

altamente regulado demanda uma obser-

vação constante. E uma das formas de aten-

der ao “novo” mercado é ser mais partici-

pativo e atuante.

Uma decisão fundamental para a maioria

das farmácias independentes está relacio-

nada ao modelo de negócio que veio com

a implantação de uma nova categoria de

medicamentos: os equivalentes (EQ), que

se juntaram à categoria de medicamentos

genéricos e de referência (marca), suprimin-

do a nomenclatura similar.

Em primeiro lugar, parece uma simples

movimentação administrativa e fiscalizató-

ria à qual a indústria deve se adequar, ofe-

recendo maior transparência na qualidade

e credibilidade de seus medicamentos, que

agora passam também por testes de bio-

disponibilidade relativa e equivalência far-

macêutica para a comprovação de sua eficácia. Não basta serem

cópias fiéis dos medicamentos de referência, precisam passar por

análises comprobatórias para receberem a chancela do registro de

aptos à comercialização.

À primeira vista, somente a indústria precisa se preparar, aten-

der às novas normas e investir para que seu produto chegue ao

mercado. Porém, as farmácias estão sendo postas à prova porque

essa estratégia afeta o modelo de negócios utilizado há anos pelas

pequenas e médias empresas do setor farmacêutico.

Interessante notar que a estratégia adotada pelas redes sem-

pre foi a de privilegiar os medicamentos de referência, atender ao

receituário de forma positiva para serem indicadas pela classe mé-

dica. Com a consolidação dos genéricos, elas passaram também

a atuar fortemente nesse nicho, tendo como prêmio o aumento

da rentabilidade.

Por outro lado, as farmácias independentes sempre privilegia-

ram a indústria de similares, aquela que ainda não havendo con-

quistado a confiança da classe médica tinha no varejo seu ponto

forte de comercialização e fidelização. Dentro desse cenário, fica-

ram claras as diferenças estratégicas adotadas.

A atuação dos similares atendeu a um modelo de negócio que

fortificou a lucratividade do varejo independente. Entretanto, ago-

ra, essa prática de gestão deverá ser revista para que o negócio se

mantenha sustentável.

Com a nova dinâmica regulatória, a política do varejo será rea-

valiada, pois os fabricantes de medicamentos equivalentes terão

maiores custos com o controle de qualidade, com a certificação

de fornecedores e com as atividades de marketing, porque a con-

corrência se dará muito mais nos atributos de cada medicamento,

na disputa por mais espaço nas gôndolas e estoques, no conhe-

cimento técnico dos farmacêuticos e no estreitamento das rela-

ções comerciais, o que resultará em uma completa reestruturação

administrativo-financeira e mercadológica.

Mauro [email protected]

Professor e consultor da FGV

DIV

ULG

AÇÃO

54 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 55: Revista da Farmácia

Reconciliação de medicamentos

HU

MBE

RTO

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Importante ferramenta para a segurança de pacientes nos diversos setores e níveis da assistência à saúde

PPrevenir erros de medicação tem sido um grande desafio a to-

dos os que atuam na área de saúde. A prevenção deve ser pautada

na aplicação de medidas que não apenas previnam os erros, mas

que identifiquem os possíveis eventos a tempo de evitar que atin-

jam os usuários e que também reduzam as suas consequências.

No Brasil, alguns hospitais desenvolvem protocolos para elabo-

ração de listas completas de medicamentos, mas ainda são pou-

cos os estudos sobre reconciliação de medicamentos nos serviços

de saúde. Faz-se necessário adequar esse importante processo

à realidade das nossas instituições para que efetivamente possa

contribuir para a prevenção de erros de medicação. A intenção da

reconciliação é evitar ou minimizar erros de transcrição, omissão,

duplicidade da terapia e interações medicamentosas.

A reconciliação de medicamentos tem se mostrado uma ferra-

menta muito importante para a segurança de pacientes nos diver-

sos setores e níveis da assistência à saúde e deve ser colocada em

prática, principalmente, para pacientes ambulatoriais e internados.

Sendo parte integrante da atenção farmacêutica, a reconci-

liação de medicamentos é um cuidado direcionado ao paciente

e consiste na obtenção de uma lista completa, precisa e atualiza-

da de todos os medicamentos que os pacientes utilizam em casa,

incluindo nome, dosagem, frequência e via de administração do

medicamento. Essa lista deve ser comparada com as prescrições

médicas feitas na admissão, transferência, consultas ambulato-

riais e altas hospitalares, visando garantir a farmacoterapia de for-

ma individualizada.

A entrevista com os pacientes ou seus responsáveis é funda-

mental nesse processo. O Institute of Health Improvement (IHI)

recomenda que a reconciliação de medicamentos contemple três

etapas: a verificação, com a coleta de informações sobre os medi-

camentos; a confirmação de medicamentos e dosagens prescri-

tas; e a reconciliação, com a identificação

das discrepâncias entre os medicamentos

prescritos em cada ponto de transição e a

correção das prescrições juntamente com

o médico.

Importante ressaltar que, nas farmácias

comunitárias, também seria interessante ter

protocolos de implantação de reconciliação

de medicamentos, de forma que os pacien-

tes passassem por um atendimento farma-

cêutico em que a reconciliação estivesse

programada, tendo em vista que, mesmo

sem alteração de nível de assistência, é na

farmácia que os medicamentos prescritos

são dispensados.

Atualmente, cada vez mais os pacientes

são atendidos por vários médicos, de diver-

sas especialidades, e todos prescrevem vá-

rios medicamentos, sem uma comunicação

entre eles acerca dos medicamentos já uti-

lizados. Nesse contexto, a atuação do far-

macêutico é de extrema importância para

identificar problemas relacionados a me-

dicamentos, pois é por meio da conversa

com o paciente e com a família que se tor-

na possível conferir os medicamentos uti-

lizados em casa, orientar sobre o uso ade-

quado e identificar possíveis discrepâncias

entre eles. Na detecção de erros, o farma-

cêutico deve comunicar oficialmente ao

médico prescritor.

Ana Lucia [email protected]

Farmacêutica, gerontólogae especialista em atenção farmacêutica.

consultora farmacêutica

55Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 56: Revista da Farmácia

evento

A

Inovação e criatividade alavancam vendas no setor

Feirão de Negócios da Rio Drog’s confirma que segmento caminha bem, mesmo em período de crise no País

A atual situação econômica do Bra-

sil não tem sido nada favorável para a

população, empresários e empregados.

Neste ano de 2015, o cenário é de mui-

ta preocupação, pois diversos empreen-

dedores deixaram de investir e, conse-

quentemente, trabalhadores perderam

seus empregos. Assim, não conseguiram dar continuidade aos

objetivos, passando a diminuir os gastos mensais, comprando

apenas o essencial.

Mesmo com toda a situação negativa que o País vive e as altas

taxas de desemprego e inflação, alguns setores conseguiram es-

capar da crise, já que são considerados essenciais para a socieda-

de, como é o caso do setor de medicamentos.

Tijuca Tênis Clube, no Rio: Feirão da Rio Drog’s lota o espaço

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56 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 57: Revista da Farmácia

evento

O diretor executivo da Associação Brasileira de Distribuição e

Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Mon-

teiro, afirma que o segmento de distribuição se manteve estável,

mesmo o cenário não sendo de muitos investimentos. “É lógico

que, se compararmos os nossos resultados com os anos anterio-

res, este ano não foi de lucros altos. Porém, se a comparação for

feita com outros segmentos, o nosso teve um crescimento favo-

rável em um período de crise”, avalia.

Rio Drog’s alavanca com FeirãoA distribuidora de produtos farmacêuticos e perfumaria Rio

Drog’s mostrou que está superando muito bem a crise com a se-

gunda edição bem-sucedida do Feirão de Negócios. O encontro

aconteceu no dia 23 de setembro, no Tijuca Tênis Clube. Além da

feira, o público assistiu ao stand up comedy do humorista Sérgio

Mallandro e participou de promoções e do sorteio de três carros.

Mais uma vez, o clube ficou lotado com a presença de pro-

prietários, gestores e compradores de farmácias e drogarias, que

foram ao local para aproveitar as ofertas oferecidas pelos parcei-

ros comerciais da distribuidora. Mesmo o Brasil passando por um

momento de crise econômica, o sócio diretor da Rio Drog’s, Bru-

no Freire, afirmou que os resultados superaram as expectativas de

2014, com vendas bastante significativas. “O balanço e os núme-

ros são confidenciais, mas posso garantir que o Feirão de 2015 foi

histórico”, disse.

O diretor comentou ainda que recebeu muitos feedbacks posi-

tivos de pessoas que compareceram ao Feirão e acrescentou que a

oportunidade é excelente tanto para os negócios como para o re-

lacionamento entre indústria e varejo. “Estamos caminhando para

nos tornarmos referência em evento no canal farma. Por ser a se-

gunda edição, esperávamos resultados maiores que no ano pas-

sado e foi o que aconteceu. O crescimento das vendas e também

a presença dos clientes foram bastante expressivos nesta segun-

da edição, o que me deixou bastante feliz”, comemorou Bruno.

“Em 2014, tudo foi novidade. Viemos preparados para atender

à demanda de vendas e o que alcançamos nos surpreendeu. Des-

ta vez, já tínhamos uma noção de como seria e nos preparamos

ainda mais para que tudo desse certo. E deu. O resultado foi mais

motivador ainda”, disse a gerente regional da empresa farmacêu-

tica EMS, Bruna Suelen dos Santos.

Segundo ela, a empresa investiu massivamente nessa segunda

edição. “Foi uma tarde muito produtiva para a EMS, que já conse-

guiu captar três vezes mais do que em 2014.

E ainda temos muitas vendas pela frente, o

que é compensador para a empresa”, reve-

lou a gerente no decorrer da feira.

Quem também contabilizou as vendas

ainda quando acontecia o evento e se sur-

preendeu foi o gerente regional do labora-

tório Neo Química, Carlos Coutinho. Esta-

Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj; Ricardo Scaroni, gestor da Rio Drog’s; Graziele Cristina Lucato, gerente de Marketing e Comercial da

ABCFARMA; e Bruno Freire, diretor da Rio Drog’s

Alexandre Rodrigues, da Drogaria Maxfarma Cabuçu, é o vencedor do sorteio do carro

57Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

Page 58: Revista da Farmácia

evento

mos caminhando bem e tudo indica que

nossa meta será alcançada até o fim do

Feirão”, contabilizou.

De acordo com o gerente distrital da San-

doz, Flávio Santos, 2015 realmente compen-

sou. “Em 2014, a demanda foi baixa. Ao con-

trário do que está acontecendo nessa segunda

edição. Estamos contentes, e os resultados

estão se apresentando acima do esperado.

Apesar da crise na economia brasileira, esta-

mos confiantes”, comentou Santos.

Para o representante do Rio de Janeiro da Geolab, Rodrigo

Kohatsu, que participou pela primeira vez, a expectativa estava sen-

do correspondida. “Até agora, os resultados estão dentro do que

imaginávamos. Vendemos bem, mas ainda não atingimos nossas

metas. No próximo ano, teremos uma base mais sólida e mais ex-

periência sobre o que é participar de um evento como esse”, de-

clarou durante a feira.

O representante comercial da Multilab, do Rio de Janeiro, Da-

niel Salvador, conta que participou pela segunda vez e que foi gra-

tificante. Ele também reconheceu o esforço da Rio Drog’s para que

todos tivessem bons resultados nas negociações com o varejo. “A

Rio Drog’s é um grande parceiro. Estar aqui prestigiando e partici-

pando ativamente é recompensador. A empresa fez de tudo para

oferecer o melhor e espero que, no próximo ano, o sucesso se re-

pita. A Multilab ficará muito feliz em participar novamente com a

mesma garra e força de vontade de sempre”, adiantou Salvador.

“Devido ao sucesso do evento, a terceira edição já está confir-

mada. Será algo muito maior e mais estruturado. Alcançamos um

resultado fantástico, mas, apesar disso, o nosso slogan é ‘Vencer

desafios e superar expectativas’. Para nós, o que é ótimo hoje, ama-

nhã é bom, sendo o nosso dever reinventar e apresentar algo novo

e melhor todos os dias”, concluiu Bruno Freire.

Humorista Sérgio Mallandro interage

com o público em momento de

descontração

58 Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2015

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