Revista CREA Bahia Edição 43

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B A H I A cr a Revista do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia Nº 43 > abr.mai.jun > 2013 EM SINTONIA COM O SOCIAL Presente na vida do Estado, Crea fortalece seus laços com os baianos por meio de diversos projetos

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Presente na vida do Estado, Crea fortalece seus laços com os baianos por meio de diversos projetos

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B A H I Acr a

Revista do Conselho Regional deEngenharia e Agronomia da Bahia Nº 43 > abr.mai.jun > 2013

Em Sintonia com o Social

Presente na vida do Estado, crea fortalece seus

laços com os baianos por meio de diversos projetos

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sumário

capaAs ações sociais

do Crea-BAcomplementam a

missão técnica da instituição

Página 26

37 Entrevista O secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José CarlosAleluia, e osdesafios damobilidade urbana

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8 Finanças Especialistas dão dicaspara controlar o orçamento e conseguir sair do vermelho

16 Fiol Eventos estimulam a retomada das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste

32 CEP Congresso Estadual deProfissionais reúne cerca de duas mil pessoas e recolhe 140 propostas

veja edição online no site www.creaba.org.br

40 Helicoverpa

Armigera devasta plantaçõese mobilizaórgãos oficiais e produtores

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crea4 V.4, n. 43, p. 4 - Abr/mai/jun.2013 - Bahia

>correio

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e-mail

Gostaria de saber como posso con-seguir o visto do Crea-BA por e-mail? Ginaldo Macedo, técnico agrícola

Resposta: Sua solicitação de visto pode ser feita pelo e-mail [email protected]. Lembre-se de anexar uma cópia da Carteira Nacional e o com-provante de pagamento da anuidade de 2013.

atribuições

Gostaria de saber se um engenhei-ro agrônomo pode assinar plantas baixas, “desenho técnico” de residên-cias em zona urbana. Não encontrei a legislação específica que possa tirar essa dúvida. Adler Tamay, engenhei-ro agrônomo

Resposta: O engenheiro agrôno-mo não possui atribuições para assi-nar planta, somente para edificações rurais que não envolvam problemas estruturais.

Piso salarial

Moro em Ilhéus, onde não existe um sindicato de classe. Na edição de nº 30 da Revista do Crea, pude obser-var, em uma matéria, que está em tra-mitação na Câmara Federal um proje-to que prevê a definição de um piso salarial para os técnicos. Como anda esse processo? Já existe piso? Lorena Rapôso, técnica em segurança do trabalho

Resposta: Não há ainda piso sala-rial para técnicos de nível médio em to-das as modalidades. Mas há o Projeto de Lei nº 2.861/2008, no Congresso Na-cional, que conta com o apoio e acom-panhamento do Sistema Confea/Creas e Mútua. O plenário do Confea consti-tuiu um grupo de trabalho para deba-ter questões relacionadas ao tema.

mercado de trabalho Parabéns pela revista e especial-

mente pela matéria Novos Rumos

para o Ensino e a Aprendizagem. La-mentavelmente, o mercado ainda não está tão aquecido como propala-do por aí. Muitos engenheiros estão desempregados. Várias são as razões para isso. Uma, que o Crea ataca de frente, é a educação continuada, a falta de capacitação dos profissionais. A outra é a "invasão" da profissão por "práticos", feitas por empresas que usam o engenheiro somente para assinar a ART. Williams Diaz, enge-nheiro eletricista

ciclovias

Caros assessores, segundo fotos e reportagem publicada às páginas 26 e 27 da conceituada Revista do Crea, compreendendo os meses de janeiro, fevereiro e março, de número 42, me

Fale conosco

Envie a sua mensagem, contendo nome completo, e-mail e telefone, para o en-dereço eletrônico: [email protected]. Reservamo-nos o direito de, sem alte-rar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados. Siga o Crea-BA nas redes sociais: www.facebook.com/CreaBa. @CreaBahia. twitter.com/CreaBahia. PARA ANUNCIAR: [email protected]. Tel.: (71) 3453-8912/3453-8929. Edição online no site www.creaba.org.br

deparo com a não citação de ciclovias, ciclofaixas e acesso a cadeirantes (pessoas que se locomovem por meio de cadeiras de rodas), que me parece não é a leitura de projeto com pa-drões internacionais. Que país é este? Um cicloabraço. Arygil, compositor e ciclista

Resposta: O projeto inclui ciclovias, ciclofaixas e acesso para cadeirantes.

erramos

Na matéria Novos Rumos para o En-sino e a Aprendizagem, da edição 42, foi publicada uma média de seis pro-fissionais para atender a 100 pessoas no Brasil. Na proporção do número de engenheiros e de habitantes, o correto são seis para cada 1000 pessoas.

Porto de Salvador terá ciclovias, ciclofaixas e acesso a cadeirantes

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crea 5V.4, n. 43, p. 5 - abr/mai/jun.2013 - Bahia crea

>editorial

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PresidenteMarco Amigo

DIRETORIA 2013 1º vice-presidente Leandro de Aragão Correia Fonsêca2º vice-presidente José B. de Oliveira Júnior1º diretor administrativo Joseval C. Carqueija2ª diretor administrativo Antônio Arêas Sobrinho1° diretor financeiro Jefté Nascimento da Silva2ª diretora financeira Silvana Marília Ventura3º diretor financeiro Otoniel Magalhães Morais

CÂMARAS ESPECIALIZADAS/ COORDENADORESAgronomia Nonmnino Mionmnino Engenharia Civil Nonmnino MionmninoEngenharia Elétrica Sérvulo de Oliveira Ramos Engenharia de Agrimensura Juci Conceição PitaEngenharia Mecânica Jair Carlos BertoldiEngenharia Química Paulo Gilberto SilvaGeologia e Eng. de Minas Nonmnino Mionmnino Npononm

Assessora de Comunicação e MarketingLuciana KrogerEditora/Jornalista responsável Kátia Borges (DRT 5276)Colaboradores Cíntia Ribeiro, Nadja Pacheco, Marcos Fonseca, Ronaldo Brito e Gentil Revisão Marcos NavarroProjeto gráfico e diagramação Ana Clélia RebouçasFotos João Alvarez (DRT 1912) Impressão Gráfica Ediouro

Tiragem 45 mil exemplares

NOSSO ENDEREçORua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de BrotasCEP 40243-620 – Salvador-BAFone: (71) 3453-8989 Telecrea: (71) 3453-8990 Fax: (71) 3453-8963 e-mail: [email protected]

*As opiniões emitidas nas matérias e artigos veiculados nesta publicação são de total responsabilidade de seus autores

Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia. - Nº 43 (Abril/Maio/Junho 2013). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 16792866

Trimestral 1. Arquitetura. 2. Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia CDU 72:63 (813.8) CDD 720

solidariedade é ação

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A atenção

às comunidades

carentes é

uma das

prioridades

do Crea-BA

Marco Amigo

Engenheiro mecânico e presidente do Crea-BA

Sempre afirmo que solidariedade não é apenas virtude, mas necessidade social. Esta palavra, que tem sua origem no latim solidare, em sua etimologia representa solidez, construção. Se sairmos da etimologia para uma definição mais socioló-gica, encontraremos nos dicionários a confirmação desta re-presentação. Enquanto o Michaelis refere-se à solidariedade como “condição grupal resultante da comunhão de atitudes e sentimentos", o Aurélio a define como “vínculo recíproco”.

É a solidariedade que tem norteado nossa gestão à frente do Crea, traduzindo-se em ações práticas, colaborativas, que consolidam a relação da instituição com a comunidade, por meio de projetos e parcerias que visam a redução das desi-gualdades, tendo por base o respeito ao ser humano e a na-tureza. É na interação, no olhar atento às lacunas sociais, que reside seu substrato. Mais que virtude, solidariedade é ação.

Imbuído deste espírito, o Crea-BA vem realizando ações efetivas em prol da comunidade. Seja por meio de fiscali-zações preventivas (FPIs), em parceria com outros órgãos, contribuindo com a gestão municipal. Seja na atenção às comunidades carentes, que põem suas vidas em risco em construções irregulares, com a implantação de escritórios de engenharia pública, na capital e no interior do Estado, auxi-liando na redução da distância entre ricos e pobres.

Nesse sentido, também estamos fortemente presentes em entidades dedicadas a pensar Salvador, bem como em ações educativas e em grupos de trabalho e de debates, a exemplo do “Fórum a cidade também é nossa”, no qual atu-amos decisivamente nas polêmicas que envolveram o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de orde-namento do Uso e ocupação do Solo. Engana-se quem pensa que a solidariedade baseia-se no puro e simples apoio pater-nalista. Ainda etimologicamente falando, solidariedade é a orientação que conduz à autonomia.

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crea6 V.4, n. 43, p. 6 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

Demandas administrativas do Crea-Ba em debate

Planos de saneamento Representantes de diversos órgãos e instituições de ensino reuniram-se entre os dias 13 e 15 de julho, no auditório do Crea-BA, para participar da I Oficina de Discussão e Validação de uma Proposta de Metodologia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento, elaborada pelo conselho, com apoio da Suest-BA. O objetivo deste encontro foi capacitar e assessorar 50 municípios baianos na elaboração de seus Planos Municipais, para uma efetiva aplicação da Lei Federal 11.445/2007.

>curtas

Encontro de inspetores Os inspetores do Crea-BA se reuniram no dia 10 de julho, em Salvador, para discutir as demandas administrativas e políticas das inspetorias regionais. Contratação de um maior número de fiscais, renovação da frota de veículos e equipamentos, além da desburocratização dos serviços foram debatidos no evento. O coordenador do colégio de inspetores, engenheiro civil Dermivan Barbosa, destacou a importância da participação dos profissionais. “Se desejamos ver o Crea funcionando, precisamos nos organizar, defender e fortalecer a instituição”.

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Desvalorização profissional A valorização profissional dos quadros técnicos da Prefeitura de Salvador foi tema do encontro entre representantes do Crea-BA, Sindicato dos Engenheiros (Senge-BA) e Associação Municipal de Engenheiros e Arquitetos de Salvador (Asmea) no dia 19 de junho. Para o presidente da Asmea, Ronald Silva, a “terceirização descontrolada” promove a desvalorização dos quadros técnicos. "Os terceirizados são contratados como encarregados, mas, na prática, exercem, a função de engenheiros”. O presidente do Crea, Marco Amigo, confirmou apoio à Asmea.

A cidade que queremosMediado pelo Crea-BA, foi realizado no dia 20 de maio o debate "A cidade que queremos". Promovido pelo Movimento Desocupa, com apoio do Fórum A cidade também é nossa, o evento abordou reforma urbana, estatuto das cidades e o georreferenciamento como instrumento de planejamento participativo. Ampliar o ciclo de participação popular nas deliberações referentes às cidades foi o ponto destacado pelo presidente do Crea, Marco Amigo.

Marco Amigo, do Crea-BA: participação popular

Fundamentação técnica Garantir que projetos de interesse social como o Minha Casa, Minha Vida tenham acompanhamento de profissionais habilitados foi o objetivo da reunião, realizada no dia 6 de maio, entre o defensor público federal Átila Ribeiro Dias e a Coordenação de Fiscalização do Crea-BA. De acordo com o engenheiro agrônomo João Falcão, coordenador da Fiscalização, a descaracterização profissional é comum em obras realizadas por bancos ou outras instituições, sem a apresentação de comprovantes como ART e acervo técnico.

modernização da legislação A modernização da legislação ambiental, a reformulação e integração do banco georreferenciado de informações entre as instituições foram alguns dos pontos abordados em reunião entre a presidência do Crea-BA e a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia, no dia 20 de maio. O encontro teve como objetivo alinhar procedimentos entre os órgãos para otimizar a fiscalização. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, a revisão da legislação ambiental é urgente.

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crea 7V.4, n. 43, p. 7 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

Inspetoria do Crea-BA é inaugurada em Camaçari

Treinamento: aulas teóricas e práticas sobre as atividades das Brigadas de Incêndio

Ponte Salvador--itaparicaA convite do Fórum "A cidade também é nossa", o secretário de Planejamento do Estado da Bahia, José Sérgio Gabrielli, apresentou no dia 29 de maio o projeto da Ponte Salvador-Itaparica, no auditório do Crea-BA. Segundo ele, os estudos sobre os impactos da construção da obra devem ser concluídos ainda este ano. A previsão é que a obra seja contratada em 2014 e operacionalizada em meados de 2020. Para Gabrielli, a ponte resolverá os problemas de logística para mercadorias, pessoas e serviços.

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Recomendações do oeste Representantes de entidades do Oeste baiano reuniram-se com a presidência do Crea-BA em 24 de abril para alinhar ações e garantir maior representatividade regional na instituição. Participaram integrantes da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Associação dos Engenheiros Agrônomos de Barreiras (AEAB) e Associação do Comércio de Insumos Agrícolas (Aciagri). Professores da Uneb e da Fasb também estiveram presentes. As associações desejam, entre outras coisas, reformulação da fiscalização nas fazendas.

Sistema institucionalOs Creas da Bahia e de Sergipe estão alinhados para a implantação de um sistema institucional nacional, visando a melhoria da situação corporativa dos conselhos regionais. O dirigente do Crea-SE, engenheiro civil Jorge Roberto Silveira, que também coordena o Colégio de Presidentes, esteve no dia 3 de maio em Salvador e demonstrou interesse na unificação. Entre as vantagens estão a uniformidade de procedimentos e a redução dos custos operacionais.

Brigada de emergência O Crea-BA promoveu em de abril o "3º Treinamento de Brigada de Emergência". A iniciativa, em parceria com a Assistência Militar, MPE-BA e Mútua-BA, atende às exigências da Norma Brasileira 14276, que estabelece a obrigatoriedade de reciclagem e formação anual de novos brigadistas. Durante três dias, representantes de diversos órgãos reuniram-se no Crea e no 10º Grupamento de Bombeiro Militar, em Simões Filho, para assistir aulas teóricas e práticas, sobre a padronização das atividades das Brigadas de Incêndio e procedimentos básicos de emergência.

Inauguração em CamaçariFoi inaugurada no dia 25 de julho a nova sede da inspetoria do Crea-BA no município de Camaçari. A solenidade contou com a participação do presidente do Conselho, engenheiro mecânico Marco Amigo; do prefeito Ademar Delgado (PT); do vereador Dilson Magalhães (PSC); do presidente do Sindicato dos Técnicos Industriais da Bahia, Sérgio Souza, e dos secretários municipais e da sociedade camaçariense. Na ocasião, Amigo adiantou que, até o final da sua gestão, pretende ampliar as instalações do Crea na cidade. Ainda na oportunidade, foi assinado um termo de mútua cooperação técnica entre a instituição e o poder público municipal.

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a comédia brasileira Até que a sorte nos separe, do diretor Roberto Santucci, o casal Tino (Leandro Hassum), um ex--professor de ginástica, e Jane (Danielle

Winits), pais de Teté e Juninho, ganharam R$ 100 milhões na loteria há 15 anos. Milionária, a família passou os anos seguintes gastando sem pensar. Viagens internacionais, hospedagens em hotéis estrelados, carros de luxo e outras extravagâncias faziam parte da dolce vita dos nossos heróis. Jane virou uma mulher fútil, que torrava dinheiro com joias caríssimas, roupas de grife e clínicas de esté-tica, entre outros excessos.

Você, caro leitor (ou espectador) atento, já deve imaginar o final da história. Até porque casos como esses não se limitam a ficção. Mas, vamos lá. Como os protagonistas dessa hilária comédia nunca planejaram nada, o marido se vê, da noi-te para o dia, com a conta bancária no vermelho. Desesperado, já que a mulher está grávida e não pode sofrer nenhum trauma, o personagem de Hassum mantém a falência em segredo e pede ajuda ao vizinho Amauri (Kiko Mascarenhas) para ensiná-lo a poupar e a se planejar financeiramen-

coMo enGordar

o seu porquinho

dados do serasa experian indicam que a inadimplência no Brasil cresceu 3,6% somente no

primeiro semestre deste ano

V.4, n. 43, p. 8 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

>economia doméstica

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PoR RonalDo BRito iluStRação gEntil

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te com a ínfima parcela que restou da fortuna.O enredo, inspirado no livro Casais inteligen-

tes enriquecem juntos, do consultor financeiro Gustavo Cerbasi, é mais comum do que se pen-sa. Especialmente na rotina de quem, como o au-tor, enricou com o descontrole alheio. Guardadas as devidas distâncias, entre o exagero da ficção e a dureza da vida real, há muitos Titos e Janes esbanjando descontroladamente por aí. E talvez bem mais perto do que você imagina.

Quer ver? Que atire a primeira moeda quem nunca gastou mais do que ganhou ou recebeu uma grana extra e saiu por aí torrando tudo e ar-rotando riqueza. Ok. Exagerei. Então vamos ajus-tar as nossas contas. Qual o mortal que, num mo-mento de... desespero, vá lá, jamais se rendeu a uma compra assim, digamos, maior do que o seu padrão permitia? Seja um produto que sempre co-biçara, uma viagem de lazer não planejada ou mes-mo uma daquelas bugigangas quaisquer que não terá nunca a menor utilidade? Como a esteira que seria inaugurada na segunda-feira seguinte, mas que, por completa falta de tempo (creia!) está lá no quarto, servindo de cabide para roupas usadas.

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Ainda que poucos admitam ter cometidos excessos financei-ros, as estatísticas não deixam dúvidas. Para uma considerável parcela da população, comprar é o que importa. Seja lá o que for. Como vai pagar, são outros quinhentos. Então, atenção re-dobrada! O que não falta aos consumidores são estímulos ao consumo. Quem ainda não caiu nessa armadilha, portanto, que resista bravamente. Ou endivi-de-se para sempre e ajude a en-gordar ainda mais as fileiras dos serviços de proteção ao crédito.

Nos últimos anos, o aces-so fácil ao crédito tem ajudado os brasileiros a gastarem mais. Muito mais. No entanto, aquilo que, no momento do impulso de consumo, deixa o cidadão feliz, se não houver um planejamento anterior no orçamento, pode fa-

zer a "pechincha" sair muito mais cara do que se imagina. O descontrole no orçamento doméstico tem levado um número cada vez maior de pessoas a entrarem, mês após mês, ano após ano, no ver-melho. Dados do Serasa Experian revelam que, so-mente nos três primeiros meses do semestre pas-sado, a inadimplência no Brasil cresceu 3,6%.

Personal money

E não se engane. Às custas do caos financeiro de uns, muitos têm enriquecido. A dificuldade em honrar os compromissos tem crescido tanto que impulsionou o mercado a criar profissões, diga-mos, inusitadas, como o personal money ou co-ach financeiro, como têm sido chamados os con-sultores de finanças contratados por pessoas "já" endividadas para ajudá-las a se livrar das contas pendentes e traçar um planejamento para equi-librar receita e despesa. Alguém como Amauri, aquele vizinho do ex-milionário Tino.

Ancorados na chamada educação financeira, esses profissionais engordam as suas contas com cursos, consultorias, livros e sites que ensinam o passo a passo da economia doméstica, em troca

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de muitos reais. O assunto é sé-rio. Para a maioria dos especia-listas, a educação financeira de-veria começar ainda na escola. É o que recomenda o consultor Gustavo Cerbasi, que admite, conquistou sua independência econômica aos 31 anos, ajudan-do os brasileiros a encontrarem o equilíbrio entre os gastos e os ganhos.

Autor de diversos livros so-bre o tema, inclusive daquele que inspirou a história de Tino e Jane, Cerbasi é hoje uma len-da na área. "Se uma sociedade se educa financeiramente, dá maior produtividade aos re-cursos que ela gera", costuma aconselhar aos clientes e leito-res. Para o especialista, a edu-cação financeira é importante para que a pessoa aprenda a lidar com o dinheiro. O que,

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crea V.3, n. 42, p. 10 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>economia doméstica

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ressalta ele, não significa a condenação do consumo e a doutrinação para a poupança, mas, sim, o estimulo às pesso-as, para que elas tenham orga-nização pessoal e seus desejos de consumo não extrapolem os limites. "É exercitar a disciplina, com o objetivo de ter qualidade de consumo por toda a vida."

educação é o segredo

A questão tem ganho espaço nos meios acadêmicos e, até mesmo, em instituições pode-rosas como o Banco Central do Brasil, que criou um programa de educação financeira para a população em geral e estudan-tes de diversas idades, interes-sados em aprender a adminis-trar seus recursos. A proposta do Bacen é tentar se aproximar mais dos clientes, e não clien-tes, e disseminar conhecimen-tos sobre economia e finanças.

No programa institucional estão previstas ações de curto, médio e longo prazo, que in-cluem desde o planejamento financeiro até conhecimentos básicos de variação cambial, inflação, taxas de juros e in-dicadores econômicos. Numa simples consulta nos sites de busca, pipocam especialistas

EQuiliBRio FinancEiRo

erros

>Gastar mais do que ganha>Comprar sem planejar>Se render ao crédito fácil>Não manter reservas, ainda que pequenas, para despesas extras>Achar que o cartão de crédito não tem fatura a pagar>Se endividar por intermináveis anos>Recorrer sempre ao cheque especial, acreditando que aquele valor lhe pertence>Pensar que as parcelas das compras anteriores, no carnê ou no cartão de crédito, são ínfimas e que, portanto, pode fazer mais algumas no mês

e escritórios especializados em auxiliar pessoas a administra-rem bem seus ganhos. Não por acaso, o filme inspirado na obra de Cerbasi alcançou o topo das bilheterias nacionais em 2012 e já está na continuação.

O paulista Evandro Silva lar-gou a carreira no sistema finan-ceiro tradicional para se dedicar às finanças pessoais alheias. Numa comparação rasa com outra profissão, podemos dizer que o moço virou uma espécie de “médico da economia”, com a missão de auxiliar as pessoas a alcançarem seus objetivos e metas. Ele é um coach finan-ceiro. “O meu trabalho é ajudar as pessoas a viverem bem com o seu orçamento, equilibrando receitas e despesas.”

Brincadeiras a parte, contro-lar as próprias finanças, indepen-dentemente de quanto se ga-nha, ainda mais com o fantasma da inflação rondando, não é uma tarefa fácil. Mas Silva desmisti-fica isso e dá alguns conselhos para uma vida financeira equili-brada. No quadro a seguir, o con-sultor dá dicas do que fazer para que, no futuro, não venhamos a inspirar os cineastas a ganharem dinheiro com histórias como a Tino e Jane.

acertos

>Manter uma planilha com receitas e despesas mensais>Usar o cartão de crédito de forma planejada>Evitar o uso do cheque especial, se não for

absolutamente necessário>Planejar viagens de lazer com antecedência>Reduzir despesas desnecessárias, as chamadas compras conscientes>Evitar os shoppings em momentos de crise existencial>Não abrir e-mails de ofertas>Não se render aos limites estratosféricos oferecidos pelo seu gerente>Manter toda a família a par das finanças

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crea 11V.3, n. 42, p. 11 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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Page 12: Revista CREA Bahia Edição 43

crea

>telefonia

V.3, n. 43, p. 14 - abr/mai/jun.2013 - Bahia14

apear informações geo-gráficas, realizar levan-tamento de dados, inter-

pretar imagens de satélites e enviar arquivos em tempo real. Estas são apenas algumas ações que podem ser realizadas hoje, com maior agili-dade e sem necessidade de conexões fixas, por meio de smartphones e tablets. Com a crescente adesão à internet pelos usuários de dispositi-vos móveis, o setor de telecomunica-ções vem investindo cada vez mais em tecnologia de ponta. O objetivo é garantir a velocidade e o alcance das redes aos consumidores. Desde abril, seis capitais brasileiras entraram na

evolução eM dadosQuarta geração da internet móvel chega à Bahia dez vezes mais veloz

PoR FEliPE FonSEca > Foto joão alvaREz

quarta geração (4G) desses apare-lhos.

Esta evolução foi alavancada em grande parte pela realização de even-tos mundiais no País, a exemplo da Copa das Confederações, ocorrida em junho deste ano, e da Copa do Mundo de 2014. As seis cidades-sede da Copa das Confederações (Brasília, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte) foram as primeiras a receber a rede 4G. As outras seis capi-tais que irão sediar a Copa do Mundo de 2014 (São Paulo, Porto Alegre, Cuia-bá, Curitiba, Manaus e Natal) devem contar com a mesma cobertura até o final deste ano.

Segundo a Agência Nacional de Te-lecomunicações (Anatel), a inserção desta tecnologia será feita de forma gradativa e só estará concluída em 2017. A regra estabelecida pela au-tarquia, responsável pela fiscalização dos serviços de telecomunicações no País, prevê que as operadoras de te-lefonia móvel atuantes em território nacional (Claro, Vivo, Tim e Oi!) te-rão até 31 de dezembro de 2014 para fornecer a nova geração de internet a todas as capitais com mais de 500 mil habitantes. Já para as cidades com mais de 30 mil habitantes, o prazo é 31 de dezembro de 2017.

Em uma avaliação realizada pela

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crea 15V.4, n. 42, p. 15 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Anatel, em maio deste ano, a rede 3G foi considerada apenas razoável, en-quanto a 4G ainda estaria “em evolu-ção”. Foi constatado, ainda de acordo com os dados divulgados pela em-presa, que entre as quatro empresas de telefonia móvel que atuam hoje no Brasil, na maioria dos municípios, a Claro e a Vivo possuem cobertura consideradas regulares*, enquanto a Tim e Oi teriam uma atuação conside-rada deficiente*.

Progresso

Diferentemente das gerações ante-riores, a 4G utiliza um padrão tecnica-mente chamado Long Term Evolution (LTE), que prioriza o tráfego de dados e não a voz. Esta tecnologia é a evo-lução da rede de dados móvel mais comum no País, a 3G, e, na teoria, per-mite a transmissão de até 100 Mega-bit por segundo (Mbps) de velocidade em download. Enquanto, no Brasil, a 3G opera com frequência entre 1,9 e 2,1 Giga Hertz (GHz) e permite velo-cidade de até 1Mbps para download, a 4G atua na frequência de 2,5 GHz e tem alcance entre 5Mbps e 12Mbps de velocidade para download.

Para o mestre em telecomunica-ções e conselheiro do Crea-BA, en-genheiro eletricista Roberto Costa e Silva, a tecnologia 4G ainda sofrerá algumas alterações na frequência e no alcance, tornando necessário novas adaptações nos aparelhos.

“O País está tirando as estações de TV que ocupam a faixa de 700 MHz para utilizar nela a 4G, porém, os aparelhos telefônicos que estão sen-do comercializados hoje não operam nessa frequência. Logo, haverá a necessidade de mudanças de apare-lhos. Mas, no futuro, é provável que existam telefones operando em am-bas as faixas”.

Ainda de acordo com Costa e Silva, a ausência de cobertura, certamen-te, será o maior problema da nova tecnologia, especialmente durante a primeira fase de implantação no País. “A verdade é que hoje só temos inter-net 3G em alguns bairros das grandes cidades. Assim, mesmo com a van-tagem da maior velocidade, acredito que os usuários da rede 4G não terão cobertura satisfatória e ainda encon-trarão problemas de tráfego, por não existirem atualmente canais suficien-tes para atender a demanda dos con-sumidores”.

Mas se no Brasil e na Bahia a im-plantação da quarta geração progride lentamente, na Ásia a empresa sul--coreana Samsung já começa a reali-za testes para viabilizar a tecnologia 5G. Prevista para chegar ao mercado mundial em 2020, promete revolucio-nar ainda mais a comunicação móvel, ao conseguir atingir velocidades tão altas, de 1 Gigabit por segundo, que permitirão baixar um filme em longa--metragem em menos de 1 segundo. Enquanto a 5ª geração não chega, resta aos usuários sonhar e cobrar, das operadoras, investimentos tec-nológicos capazes de garantir maior qualidade ao sistema brasileiro de te-lecomunicações.

*Os testes foram realizados em estádios e centro de treinamento, hotéis, áreas de transporte, instalações de apoio e hospitais de referência. A cobertura é considerada regular se tiver entre 60% e 80% dos pontos bons e deficiente quando estiver abaixo dos 60%.

tEcnologia 4g no mERcaDo

Operadoras têm até 2017 paraimplantar sistema em todo o País

Claro Oi Tim Vivo2 GB 5 GB 300 MB 2 GBR$ 138 R$ 139 R$ 70 R$ 149

Fontes: Anatel, Telebrasil e Operadoras

Page 14: Revista CREA Bahia Edição 43

crea V.3, n. 43, p. 16 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

>Potencial agrícola

nosso Estado vem provando a cada ano ser um dos maiores poten-

ciais agrícolas do País. De acordo com dados da As-sociação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), em 2012 foram produzidos 7,3 milhões de toneladas (milho, soja e algodão, en-tre outras culturas), plan-tadas em 2 milhões de hectares, o que representa um ganho anual de R$ 6 bilhões. Na área da minera-ção, a expectativa é produ-zir 20 milhões de toneladas de ferro por ano. Mas, para viabilizar este cenário, fun-damental para a economia baiana, é necessário inves-tir em uma obra que viabi-lize, a um custo acessível, a logística de distribuição das matérias-primas. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), pensada na década de 50, pelo engenheiro ci-vil Vasco Neto, que morreu em outubro de 2010, tem sido apontada como a so-

ferrovia de integração oeste-leste viabilizará desenvolvimento da Bahia

nos trilhos da loGística nacional

PoR naDja PachEco

lução para este e outros problemas que travam o desenvolvimento da Bahia.

Apostando nos benefí-cios da malha ferroviária, que percorrerá 49 municí-pios baianos, o Crea-BA e outras organizações (ver lista abaixo) promoveram, em abril deste ano, no mu-nicípio de Barreiras, a 883 quilômentros de Salvador, além de uma reunião téc-nica, o seminário “Fiol: a Bahia quer, o Brasil preci-sa!”. Os eventos propuse-ram a retomada das obras da ferrovia, paralisadas devido a vários mo-tivos, entre eles, as exigências impostas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), relacionadas à compra de equipamentos e emissão de licenças ambientais, res-pectivamente.

Um dos desdobramen-tos dos eventos foi a libera-ção, pelo Ibama, da Licença de Instalação 750/2010 (LI)

para os lotes 5 e 5 A da Fiol, entre Caetité e Bom Jesus da Lapa. No local, será cons-truída a maior ponte ferro-viária do País, em extensão (2,9 Km). As soluções im-plementadas para minimi-zar os impactos ambientais não foram esclarecidas, nem pelo Ibama e nem pela Valec, mas entre as condi-cionantes estão a compro-vação da contratação de equipes responsáveis pela supervisão ambiental das obras e execução do Plano Básico Ambiental. Estão também proibidas obras no entorno do reservatório de Ceraíma, em Guanambi, e a instalação de passagens de fauna em vários trechos.

Incluída entre as prio-ridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ferrovia de Inte-gração Oeste-Leste terá 1.527 km de extensão e en-volverá investimentos esti-mados na ordem de R$ 7,43 bilhões até 2014. A malha viária dinamizará o escoa-

mento da produção baiana e servirá de elo entre o Es-tado e os outros polos do País, por meio da conexão que terá com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO), e com a nova opção comercial que se agregará ao projeto, com a reestru-turação do sistema portu-ário de Ilhéus. Porém, três anos após o lançamento do edital de licitação da Fiol, apenas 7% do projeto foi executado.

caPacitação

O presidente do Crea, en-genheiro mecânico Marco Amigo, acredita que a im-portância da Fiol vai além da melhoria da logística e do crescimento da econo-mia baiana. Segundo ele, a ferrovia oferece um motivo a mais para que as escolas de engenharia formem pro-fissionais capacitados para contribuir com a manuten-ção da malha viária, que já é uma realidade para o Esta-do. “Nós já temos excelen-

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Page 15: Revista CREA Bahia Edição 43

creaV.4, n. 43, p. 17 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

O seminário “Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa!”,

promovido na cidade de Barreiras, foi mais uma

iniciativa do Crea-BA, que, ao lado de outras

instituições, questiona a paralisação das obras

tes engenheiros ferroviá-rios na Bahia, que inclusive estão contribuindo com a implantação da Oeste--Leste, mas é necessário pensar na preparação dos futuros engenheiros, pre-parados para a construção de outras grandes obras”, ressalta.

O gestor lembra a de-dicação de Vasco Neto em estudar uma solução ferro-viária que cortasse todo o continente (de Leste a Oes-te). “Naquela época (déca-da de 50), ele já pensava nesta solução logística e

fo

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crea18

>POTENCIAL AGRÍCOLA

Lote 1125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

Lote 2117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

Lote 3115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol Lote 4

178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

Lote 5 162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

Lote 5A2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco .

Lote 6 159,31 KmR$ 576 mi 0% executado 7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

Lote 7161,12 KmR$ 536 mi 0% executado32,4% sondagem geotécnica

Fonte: Valec

33 x 13

LOTE 1

Terminal Ilhéus - Rio da Preguiça125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

LOTE 2

Rio da Preguiça - Riacho do Jacaré117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

LOTE 3

Riacho do Jacaré - Rio de Contas115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

LOTE 5

Riacho Barrocas - Fim da ponta do Rio São Francisco162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

LOTE 5A

Ponte sobre o Rio São Francisco2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco

LOTE 6

Início da ponte sobre o rio São Francisco - Estrada Vicinal acesso a BR 135/BA159,31 KmR$ 576 mi0% executado7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

LOTE 4

Rio de Contas - Riacho Barrocas178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

LOTE 7

Estrada vicinal de acesso a BR 135/BA - Rio das Fêmeas161,12 KmR$ 536 mi0% executado32,4% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol

EXPECTATIVA DE TRANSPORTEEM RELAÇÃO À PRODUÇÃO

MinériosDe Caetité aosul da Bahia

GrãosDo Oeste da Bahia ao Sudeste do Tocantins

Ilhéus - Caetité (537 km) - Lotes 1 a 4

Caetité - Barreiras (485 km) - Lotes 5 a 7

>POTENCIAL AGRÍCOLA

V.4, n. 42, p. 18 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>Potencial agrícola

numa maior integração do Brasil com os outros países da América do Sul. Com certeza, foi o precursor de tudo”. Amigo destaca ainda o compromisso do Crea-BA no debate em favor da re-tomada das obras da Fiol, justificando o papel social da instituição, que é estar inserido em projetos que sinalizem desenvolvimen-to para o Estado e, conse-quentemente, melhorias das condições de vida da população. “Não defende-mos apenas a questão pro-fissional, embutida no pro-jeto da ferrovia, também reivindicamos a obra por acreditar que ela fará da

Bahia uma grande potência nacional”.

Na mesma perspecti-va, o superintendente de obras da Fiol pela Valec

(Engenharia Construções e ferrovias S/A), engenheiro civil Alderney Fausto Silva, afirma que, atualmente, quatro mil colaboradores

e duas mil máquinas estão trabalhando na execução do projeto. Otimista, ele acredita que o empreendi-mento será entregue ainda

detalhando as obras da fiol

Deputado João Leão (PP): “Esta é a maior obra da Bahia, desde o descobrimento"

>POTENCIAL AGRÍCOLA

Lote 1125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

Lote 2117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

Lote 3115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol Lote 4

178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

Lote 5 162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

Lote 5A2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco .

Lote 6 159,31 KmR$ 576 mi 0% executado 7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

Lote 7161,12 KmR$ 536 mi 0% executado32,4% sondagem geotécnica

Fonte: Valec

33 x 13

LOTE 1

Terminal Ilhéus - Rio da Preguiça125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

LOTE 2

Rio da Preguiça - Riacho do Jacaré117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

LOTE 3

Riacho do Jacaré - Rio de Contas115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

LOTE 5

Riacho Barrocas - Fim da ponta do Rio São Francisco162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

LOTE 5A

Ponte sobre o Rio São Francisco2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco

LOTE 6

Início da ponte sobre o rio São Francisco - Estrada Vicinal acesso a BR 135/BA159,31 KmR$ 576 mi0% executado7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

LOTE 4

Rio de Contas - Riacho Barrocas178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

LOTE 7

Estrada vicinal de acesso a BR 135/BA - Rio das Fêmeas161,12 KmR$ 536 mi0% executado32,4% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol

EXPECTATIVA DE TRANSPORTEEM RELAÇÃO À PRODUÇÃO

MinériosDe Caetité aosul da Bahia

GrãosDo Oeste da Bahia ao Sudeste do Tocantins

Ilhéus - Caetité (537 km) - Lotes 1 a 4

Caetité - Barreiras (485 km) - Lotes 5 a 7

>POTENCIAL AGRÍCOLA

luciana kroGer

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>POTENCIAL AGRÍCOLA

Lote 1125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

Lote 2117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

Lote 3115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol Lote 4

178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

Lote 5 162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

Lote 5A2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco .

Lote 6 159,31 KmR$ 576 mi 0% executado 7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

Lote 7161,12 KmR$ 536 mi 0% executado32,4% sondagem geotécnica

Fonte: Valec

33 x 13

LOTE 1

Terminal Ilhéus - Rio da Preguiça125 kmR$ 575 mi aplicados8% executadoPiores pontos de sondagem devido ao difícil acesso

LOTE 2

Rio da Preguiça - Riacho do Jacaré117,89 KmR$ 650 mi aplicados12% executado43,7% sondagem geotécnica

LOTE 3

Riacho do Jacaré - Rio de Contas115,36 KmR$ 403 mil29% executado20,5% sondagem geotécnica

LOTE 5

Riacho Barrocas - Fim da ponta do Rio São Francisco162,04 KmR$ 720 mi 0,5% executado9,2% sondagem geotécnica

LOTE 5A

Ponte sobre o Rio São Francisco2,9 KmR$ 135 mi 1,5% executadoPrimeira ponte ferroviária do país, sobre o rio São Francisco

LOTE 6

Início da ponte sobre o rio São Francisco - Estrada Vicinal acesso a BR 135/BA159,31 KmR$ 576 mi0% executado7% de sondagem geotécnicaNão tem nem canteiro construído – área de cavernas

LOTE 4

Rio de Contas - Riacho Barrocas178,28 KmR$ 740 mi12% executado68,5% sondagem geotécnica

LOTE 7

Estrada vicinal de acesso a BR 135/BA - Rio das Fêmeas161,12 KmR$ 536 mi0% executado32,4% sondagem geotécnica

Detalhando as obras da Fiol

EXPECTATIVA DE TRANSPORTEEM RELAÇÃO À PRODUÇÃO

MinériosDe Caetité aosul da Bahia

GrãosDo Oeste da Bahia ao Sudeste do Tocantins

Ilhéus - Caetité (537 km) - Lotes 1 a 4

Caetité - Barreiras (485 km) - Lotes 5 a 7

>POTENCIAL AGRÍCOLA

V.4, n. 42, p. 19 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 19

preendimento ficará mais caro. “Temos que pensar em uma ferrovia otimiza-da, com rampas menores e raios de curva que tornem a malha ferroviária mais efi-ciente”. Para Vasconcelos, além do aspecto geomé-trico, é necessária a revisão da localização (origem-des-tino) da malha ferroviária. Para Vasconcelos, a cone-xão da Fiol com a Ferrovia Centro-Oeste poderia ser feita em Campinorte (GO) e não em Figueirópolis (TO), como propõe o projeto ori-ginal. “Esta alteração pode representar uma redução de 300 km da origem da produção até os portos, e

não isolaria a Bahia”. Defendendo a mesma

linha de pensamento, o vi-ce-governador e secretário de Infraestrutura da Bahia, Otto Alencar, aproveitou a página de opinião do jor-nal A TARDE de 24 de abril deste ano para reforçar o coro contra o traçado ori-ginal. “Da forma que está hoje, o projeto compro-

caRta DE BaRREiRaS

O documento ressalta os entraves às obras da ferrovia e solicita as seguintes providências:

>Desapropriação das moradias da área das obras da Fiol e do Porto Sul;

>Contratação para execução das obras do Lote 1;

>Inclusão nos estudos e projetos de pátios em Jequié, Guanambi e Bom Jesus da Lapa;

>Ação para liberação das obras dos Lotes 5 e 5A;

>Agilização de licenças ambientais dos lotes 6 e 7;

>Licitação e aquisição dos trilhos;

>Promoção de estudos de alteração do traçado do lote 6 para Campinorte (GO);

>Restabelecimento do cronograma dos lotes 5 a 7;

>Liberação das concessões dos pedidos de lavra para Bahia Mineração.

na administração da presi-dente Dilma Rousseff (PT). “Os trilhos partirão da serra para o litoral. As empreitei-ras acreditam na obra e a nossa expectativa é entre-gar a estrutura viária até 2014”, observa, destacando que a previsão é que 35% da obra seja concluída ain-da este ano.

críticas e soluções

Mas nem tudo é otimismo em relação à ferrovia. O li-mite de vazão da Fiol tem sido um dos pontos criti-cados do projeto. Segundo o engenheiro ferroviário Neville Barbosa, a Oeste--Leste já nascerá com a

capacidade comprometida. “Nós estamos lutando pela retomada das obras de um equipamento que já será inaugurado operando com a previsão de 45 milhões de toneladas. Somente a Bamin usará 20 milhões de toneladas”, observa, suge-rindo que a Valec aproveite o tempo de paralisação das obras para estudar o pro-blema.

Outro aspecto, questio-nado pelo engenheiro fer-roviário Rafael Vasconcelos, está relacionado à geome-tria e ao custo da obra. De acordo com o especialista, se for mantido o traçado proposto pela Valec, o em-

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crea V.4, n. 42, p. 20 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>Potencial agrícola

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oRganizaçõES PRomotoRaS

>Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA)

>União dos Municípios da Bahia (UPB)

>União dos Municípios do Oeste da Bahia (Umob)

>Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc)

>Prefeituras de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães

>Associação dos Engenheiros e Técnicos Ferroviários da Bahia e Sergipe (Aelb)

>Assembleia Legislativa da Bahia

>Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba)

>Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães

>Associação Baiana dos Produtores de Algoodão

>Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb)

anúncio

meterá o sistema logístico brasileiro, pois reforçará a solução Sul/Sudeste, onde a concentração das in-fraestruturas já concorre para congestionamentos relacionados à exportação, gerando atrasos no em-barque/desembarque de produtos e o consequente aumento do frete”. Alencar vai além e, no mesmo arti-go, afirma que a proposta da Valec também prejudica o setor portuário baiano, pois o traçado estabeleci-do até o momento formará um cordão de isolamento entre os portos baianos e o interior do País. “O tre-cho Fiol-Fico poderá escoar grande parte das cargas do Centro-Oeste Brasileiro até Ilhéus (BA), onde o Porto Sul estará apto a atender a demanda”, sugere.

Pátios modais

O deputado federal João Leão (PP) considera os cha-mados portos secos, ou pátios modais (em Bom Jesus da Lapa, Guanambi e Jequié), fundamentais para o desenvolvimento

econômico e a geração de empregos. “Esta é a maior obra da Bahia, desde o des-cobrimento do Brasil”. O parlamentar chama a aten-ção para os entraves cria-dos pelo Governo Federal, como a demora na conces-são de lavra da mina para a Bahia Mineração (Bamin), e sugere a aceleração do processo. “Resolvendo este imbróglio e viabilizando a Fiol, bem como o Porto Sul, empresas como a Bamin

deixarão de exportar sua produção em Tubarão (ES) e passarão a usar o nosso Porto de Aratu”, explica.

Para o ministro dos Transportes, César Borges, que recebeu a carta de Barreiras – documento ela-borado pelos órgãos que promoveram os encontros sobre a Fiol (ver abaixo) – a conclusão desta obra será o grande desafio da sua ges-tão. “Vejo a Fiol pronta em 2014, mas, para tanto, peço

a compreensão do TCU e do Ibama. Em agosto deste ano, iniciaremos o trecho Caetité-Barreiras”. Borges garante a implantação das plataformas em Caetité, Guanambi e Bom Jesus da Lapa, e ressalta a importân-cia da conexão do empre-endimento com o Porto Sul. “É preciso fazer o casamen-to de prazos entre o Porto e a ferrovia. Este é um mo-mento de grande respon-sabilidade, pois tenho que fazer o melhor para o Brasil e também para a Bahia”.

Segundo informações divulgadas pela Valec, so-bre o recebimento da Carta de Barreiras pelo presidente Josias Sampaio Cavalcante Júnior, os detalhes técnicos abordados no evento foram importantes para subsidiar as decisões da empresa, que estará “aberta à contri-buição dos múltiplos atores envolvidos na construção da Fiol. Porém, até o fecha-mento desta edição, não foram informados quais os reflexos imediatos dos eventos realizados em Bar-reiras para as obras.

Page 19: Revista CREA Bahia Edição 43

creaV.4, n. 42, p. 21 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 21

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Page 20: Revista CREA Bahia Edição 43

crea

>logística reversa

V.4, n. 43, p. 22 - abr/mai/jun.2013 - Bahia22

Brasil tem hoje mais de 250 mi-lhões de linhas de telefones celula-

res ativas. Nada menos que 50 milhões a mais do que o número de habitantes. Pe-las vias urbanas e rodovias do País circulam, em média, mais de 80 milhões de ve-ículos. Considerando que cada carro tem – na sua maioria, porque os cami-nhões têm mais – quatro rodas, e mais um estepe, são mais de 320 milhões de pneus girando por aí.

Se juntarmos tudo isso às milhares de toneladas de embalagens de produtos químicos, além de pilhas, lâmpadas, baterias, emba-lagens de alumínio, isopor e papelão e os tantos metais pesados presentes em pro-dutos eletrônicos, eletroe-letrônicos e afins, nos vem à mente sempre aquela pergunta que não quer ca-lar: para onde vai tudo isso na hora em que é preciso descartá-los?

de volta ao coMeçoembora ainda desconhecido da maioria, descarte responsável de materiais ganha força no país

PoR RonalDo BRitoFoto joão alvaREz

Que atire a primeira peça quem já não bateu a “cachola” na hora de jogar um desses produtos fora? Você aí vai dizer: o celular obsoleto pode ser deposi-tado nos postos de coleta espalhados por shoppings centers. Está certo. Mas e aquele aparelho eletrônico que, apesar de ainda fun-cionar, você prefere subs-tituir por outro, de última geração? No geral, não nos contentamos com o des-carte, como fazemos com a embalagem do leite ou do pão consumidos. A dúvida sobre a destinação sempre vai pairar.

Por essas e outras – mui-to mais por outras – é que foi criada, a partir da Polí-tica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através da Lei 12.303/2010, a logísti-ca reversa. Que nada mais é, segundo o engenheiro agronômico e especialista no assunto, Marcelo Quin-tiere, do que o descarte res-ponsável dos produtos usa-

dos. “A logística reversa é um instrumento de desen-volvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedi-mentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a res-tituição dos resíduos sóli-dos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambiental-mente adequada”, explica.

Desta forma, completa o especialista, o produto no-civo retorna dos consumi-dores aos fabricantes utili-zando-se de uma cadeia de logística própria que deve-rá ser desenvolvida caso a caso, minimizando riscos e possibilitando que grandes volumes de resíduos sejam reciclados ou novamente reutilizados nos processos produtivos.

Passo lento

Embora ainda desconhe-cida da maioria da popu-lação e, porque não dizer,

pela própria indústria, esse mecanismo começa, timi-damente, a ganhar força no País. “Se de um lado o avan-ço tecnológico garante o desenvolvimento socioeco-nômico, por outro ajuda a gerar um gigantesco pas-sivo ambiental”, observa Quintiere.

O passivo a que Quin-tiere se refere diz respeito ao descarte inadequado de produtos que mantêm na sua composição metais pe-sados que, além de conta-minantes, agridem o meio--ambiente. “A PNRS prevê a

Page 21: Revista CREA Bahia Edição 43

crea 23V.4, n. 43, p. 23 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

Produtos

descartados

devem ser vistos

sob a lógica da

lucratividade e

competitividade

criação de logística reversa para alguns produtos. Essa lei ainda é desconhecida da população, e pouco respei-tada pela indústria e fabri-cantes”, complementa.

Embora ainda incipien-te, já podemos, adianta o professor Salomão Santana – da Unijorge – contabilizar alguns avanços no Brasil, a partir da responsabilidade compartilhada entre gover-no, indústria e a população. As ações preveem o incen-tivo à não geração, redu-ção, reutilização e recicla-gem; gestão integrada dos

resíduos sólidos; estímulo à implantação da coleta se-letiva; estímulo à formação de consórcios municipais e planos de gestão de resídu-os nas esferas administrati-vas, dentre outras.

O caminho é longo. A falta de campanhas educa-tivas de esclarecimento e orientação à toda a cadeia produtiva, incluindo aí a po-pulação – os consumidores finais – é um dos principais entraves para a implanta-ção definitiva desta ferra-menta nos diversos setores. “A PNRS procura estimular

a participação de todos os atores (Governos federal, estadual e municipal, indús-trias, cooperativas de cata-dores, famílias, etc.) no que chamamos de responsabili-dade compartilhada”.

Otimista, o especialista diz que a participação efeti-va virá com o tempo, sendo necessário investir em duas ações básicas: educação ambiental (para que todos os atores possam entender o processo e as vantagens obtidas se todos trabalha-rem em conjunto) e cam-panhas de divulgação. De

Page 22: Revista CREA Bahia Edição 43

V.4, n. 43, p. 3 - ABR/MAI/JUN.2013 - Bahiacrea24

>logística reversa

RealRealRealRealizaçizaçizaçiza ãoãoão ApoiApoiApoiApoio oooo

LeLeLeL gigigislsls açaçaçãoãoãoã AAApepepeerfrfrfeieieiiçoçoçoadadaddaaa || VVVValalala orororizizizaçaçaçãoãoãoo ppprororofiffissssssioioioi nananall e e sesesses guguurarançnçaa à à sosociciedededadadaa e.e.

MaMaMaMaMaM rcrcrcrcrcooooo LeLeLeLeLegagagagagalllll ||||| CCCCComomomomompepepepepetêtêtêtêtêncncncncnciaiaiaia pppppprororororofififififisssssssss ioioioioionananananallll papapapapararararara ooooo dddddesesesesesenenenenenvovovovovolvlvlvlvlvimimimimimenenenenentototototo nnnnnacacacacioioioioonanananan l.l.l.l.l

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acordo com Santana, a questão da logística reversa não pode ser vista apenas pela ótica am-biental. “Esta sim é muito im-portante, mas é preciso agregar valor ao produto que será re-conduzido à indústria”. Trocan-do em miúdos, esses produtos descartados precisam ser vistos sob a lógica da lucratividade e da competitividade.

O professor Santana recorre a um produto bem conheci-do dos brasileiros para ilustrar seu raciocínio: as latinhas de alumínio. Segundo ele, hoje é raro encontrá-las jogadas por aí. “Praticamente tudo retorna à indústria, que dá um novo uso para elas”, diz. Segundo ele, essas mesmas latinhas são responsáveis pela redução de 75% da energia consumida nas próprias indústrias”. Com isso, ganha toda a cadeia produtiva.

custos

Mas não é só isso. A implanta-ção de um sistema de logística reversa implica em custos fi-nanceiros elevados. “Principal-mente nas suas fases iniciais, embora seja de se esperar que a evolução do processo permita a criação de empregos, renda e tributos associados à indús-tria de reciclagem, bem como a redução dos custos das indus-triais em decorrência da substi-tuição de matéria prima virgem por produtos reciclados”, expli-ca Quintiere.

Na opinião do especialis-ta, em face da necessidade de aportes financeiros elevados, não seria justo obrigar um grande número de indústrias implantar um sistema onero-so cujos resultados benéficos

Principais produtos sujeitos à logística reversa, definidos no artigo 33 da PNRS (Lei n.º 12.305/2010)

>Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos, cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

>Pilhas e baterias;

>Pneus;

demandariam alguns anos. “A solução encontrada pelo legis-lador foi o estabelecimento de um conjunto inicial de produ-tos que, em razão de seu maior grau de periculosidade para os ecossistemas e saúde humana, deveria ser submetido ao siste-ma de logística reversa, confor-me previsto no inciso I a VI do art. 33 da PNRS”.

Na Bahia, algumas empre-sas vêm adotando aos poucos a logística reversa. A rede Casas Bahia, por exemplo, adotou um programa de logística reversa de embalagens, retirando-as e dando um destino correto a ma-teriais como isopor, plásticos e papelão que embalam suas mer-cadorias. O processo ainda é len-to, mas torna-se cada vez mais urgente. “Por incrível que pareça, a logística reversa de produtos tóxicos, por exemplo, está bem mais evoluída do que os demais no Brasil. As lâmpadas, baterias e afins ainda têm um longo ca-minho a percorrer”, diz Santana.

Até 2014, todos os municípios brasileiros deverão estar ade-quados ao PNRS. Em agosto úl-timo, o professor ministrou um curso no Crea-Ba, para discutir a questão e atentar aos diver-sos atores da cadeia produtiva da necessidade de se adequar á nova legislação. “A Bahia ainda não avançou muito, mas a ideia é que até o próximo ano, a coi-sa tenha um desempenho bem mais satisfatório. Até lá, a gente pode ir fazendo a nossa parte. O primeiro passo é atentar para a necessidade da coleta seletiva. E fique esperto, ainda que o fabri-cante seja o alvo principal desse processo, o cidadão também sua responsabilidade prevista na lei.

gEREnciamEnto DE RESíDuoS

>Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

>Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

>Produtos eletroeletrônicos e seus componentes

Embalagens de

lubrificantes

também estão

sujeitas à

logística reversa

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V.4, n. 43, p. 3 - abr/mai/jun.2013 - Bahia crea 25

>nononono

RealRealRealRealizaçizaçizaçiza ãoãoão ApoiApoiApoiApoio oooo

LeLeLeL gigigislsls açaçaçãoãoãoã AAApepepeerfrfrfeieieiiçoçoçoadadaddaaa || VVVValalala orororizizizaçaçaçãoãoãoo ppprororofiffissssssioioioi nananall e e sesesses guguurarançnçaa à à sosociciedededadadaa e.e.

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crea V.4, n. 43, p. 26 - abr/mai/jun.2013 - Bahia26

sem descuidar de sua missão técnica, o crea-Ba investe cada vez mais em projetos capazes de transformar a sociedade

nonononono

PoR RonalDo BRitoFotoS joão alvaREz

s mais de 700 m2 do muro que circunda a sede do Crea-BA, no Vale do Ogunjá, ganharam vida. A frieza do concreto deu lugar às cores fortes e alegres dos grafites criados pelo artista visual Marcos Silva Costa, da ONG Spray Cabuloso. A iniciativa da instituição, de dialogar com a ci-dade por meio da arte, reforça uma posição: estabelecer uma relação ainda mais próxima com a sociedade.

Seja por meio de ações educativas, fóruns de debates ou medidas práticas, como a que vem desenvolvendo em parceria com a Escola Politécnica da Ufba, a determinação do conse-lho é ancorada no princípio de que nenhuma

ação social e riGor técnico

caPa

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crea 27V.4, n. 41, p. 27 - out/nov/dez.2012 - Bahia

O muro que circunda a sede

do Crea: arte e mais segurança

para a comunidade do Ogunjá

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crea V.4, n. 43, p. 28 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

caPa

28

empresa, entidade ou instituição, pública ou privada, deve prescindir de sua função social.

“E estamos sempre buscando ampliar o le-que de ações. Defendemos que todas as ins-tituições, sejam elas públicas ou privadas, são criadas para atender aos interesses da socieda-de. Por essa razão é importante reduzir as di-ferenças, diminuir as distâncias sociais”, explica o presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo.

O projeto artístico é apenas uma das muitas iniciativas que a atual gestão vem implemen-tando na área social. Outro exemplo é o apoio ao fórum “A Cidade também é nossa”, criado em parceria com outras 25 entidades, que vem garantindo à sociedade civil o direito ao debate sobre questões fundamentais para Salvador, como o Plano Diretor de Desenvolvimento Ur-bano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS), que foram parar na justiça após denúncia de inconstitucionalidade feita pelo colegiado.

Em sete anos de trabalho, uma das grandes conquistas do fórum foi a suspensão dos efei-tos da nova Louos e do PDDU de Salvador, pelo pleno do Tribunal de Justiça da Bahia, no dia 24 de julho. O TJ se posicionou unanimemente contra as alterações das regulamentações por-que estas foram feitas sem estudos técnicos e, principalmente, sem participação popular.

Membro do “A cidade também é nossa”, como representante do grupo “Vozes de Salva-dor”, o antropólogo e professor Ordep Serra, da Ufba, destaca a importância do envolvimento do Crea. “A instituição tem tido participação efetiva na defesa dos interesses sociais. No caso do Fórum, do qual é coordenador-geral, os resultados têm sido extraordinários. Haja vista a atuação decisiva para barrar a Louos. Foi o Fórum que acionou o Ministério Público. Embora o que pareça hoje é que esta questão está restrita a uma negociação entre o MP e a

O Crea-Ba tem

feito

parcerias e

atuado

na fiscalização

de eventos,

como o Carnaval

e o GP Bahia

Stock Car

Prefeitura, não fosse o Fórum, Salvador teria perdido muito”, ressalta o professor. Para Serra, o colegiado é essencial na discussão com a so-ciedade. “O impacto dessas ações é o que gente vê nas manifestações de milhares de brasileiros indo às ruas”.

habitação

Fazer valer o direito de contribuir positivamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas é o que defende o diretor da Escola Politécnica da Ufba, engenheiro civil Luís Edmundo Campos. A escola de engenharia mais tradicional da Bahia, em conjunto com o Grupo de Trabalho (GT) de Assistência Técnica do Crea-Ba, que atualmen-te é coordenado pelo chefe de gabinete, Eng. Químico Herbert Oliveira, vem trabalhando para fomentar a implantação de escritórios de engenharia pública por meio da sensibilização dos gestores públicos e das classes política e empresarial para o problema do déficit habita-cional e das construções irregulares.

A proposta, segundo Campos, é promover uma aproximação dos estudantes de enge-nharia com as comunidades, especialmente as mais carentes, através de escritórios que garantam a assistência técnica gratuita em projetos de construção, reforma e ampliação, visando também à formação de mão de obra para a construção civil nos canteiros de obras nas comunidades. “Os escritórios vão atender não apenas a realização de projetos de mora-dias, mas também a formação profissional nas comunidades locais, capacitando pedreiros, carpinteiros, eletricistas etc. Não apenas na capital, mas em outras cidades onde existam cursos de engenharia”.

A iniciativa já está sendo executada em Bar-reiras, no Oeste da Bahia, primeira cidade do interior a ganhar um escritório de engenharia pública destinado ao atendimento da comuni-dade carente. “Ainda neste semestre, estare-

Page 27: Revista CREA Bahia Edição 43

V.4, n. 43, p. 29 - abr/mai/jun.2013 - Bahia crea 29

Déficit habitacional e

construções irregulares

são o alvo do GT de

Assistência Técnica

do Crea-BA

mos implantando o escritório de Salvador, com a participação de escolas públicas e privadas”, garante Campos. A estrutura do projeto inclui o conselho, as instituições de ensino de enge-nharia e as prefeituras locais. São estas últimas que definirão as áreas da ação comunitária. “Não vamos ficar só no projeto, vamos garantir todo o suporte. Da elaboração à execução, com apoio também de técnicos dessas prefeituras”, complementa o presidente do Crea-BA, Marco Amigo.

interação

Nos últimos anos, a questão da responsabi-lidade social bateu à porta das grandes or-ganizações mundiais. São raras as empresas hoje, em qualquer parte do mundo, que não possuem um programa voltado para a comu-nidade. “Qualquer técnico pode e deve dedicar seu conhecimento profissional às atividades de interesse social em que estão envolvidas ques-tões como saneamento básico, supervisão de edificações, projetos de instalações, estudos de estabilidade de encostas e execução de ins-talações elétricas domiciliares, dentre outras”, defende Amigo.

A instituição vem cumprindo sua parte, ampliando a função fiscalizadora. Há mais de dez anos, o órgão introduziu na Bahia as fisca-lizações preventivas integradas (FPI’s) que se constituem num dos mais importantes meca-nismos de controle, numa ação conjunta com diversos órgãos fiscalizadores. O Crea desen-volve ações educativas e preventivas, o que não exclui a emissão de autos de infração quando os problemas detectados não são corrigidos adequadamente.

As ações desenvolvidas, que excedem a fun-ção do Crea, vão desde a análise do plano de se-gurança para a recém-inaugurada Arena Fonte Nova até a fiscalização conjunta em locais com grande concentração de pessoas, como o GP

pa

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o

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crea V.4, n. 43, p. 30 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

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Bahia de Stock Car, o carnaval de rua na capital e interior do Estado, casas de shows e comércio de agrotóxicos, entre outras. “Independentemen-te de ser, ou não, nossa obrigação institucional, não há como fechar os olhos para situações que podem comprometer a segurança das pesso-as”, destaca Amigo, lembrando que na maioria das vezes, o trabalho re-alizado durante as FPI’s resultam em termos de cooperação técnica com outros órgãos.

modelo

Em se tratando de FPI s, uma merece especial destaque. A FPI do São Francisco. Há mais de uma década, 18 instituições reúnem-se periodica-mente para fiscalizar os 115 municípios que compõem a Bacia. O trabalho tem conseguido resultados concretos como a recomposição da mata ci-liar, obras do sistema de esgotamento sanitário, recuperação de nascen-te, implantação do sistema de informação geográfica, práticas de gestão hídricas, entre outros.

Por seu êxito nas atividades de revitalização do rio, esta ação obteve reconhecimento por diversas entidades, a exemplo do Tribunal de Con-tas da união (TCU). O órgão federal recomendou ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) a adoção da metodologia da FPI. Além disso, outros Estados, a exemplo de Pernambuco, Sergipe e Alagoas, demonstraram interesse em implantar o modelo de operação. “É um trabalho louvável que presta um grande serviço à sociedade”, enfatiza o promotor do Mi-nistério Público do Trabalho (MPT), Pedro Luiz Serafim.

Outro mecanismo utilizado pelo Crea-BA para fomentar questões de interesse da sociedade como a acessibilidade e assuntos ligados à pre-servação do meio ambiente são os Grupos de Trabalho (GT’s) – espaços multidisciplinar criados com o objetivo de contribuir com as políticas pú-blicas voltadas para Salvador e para a Bahia.

Segundo o chefe de gabinete do órgão, engenheiro químico Herbert

“A ATUAL GESTãO ESTABELECEU QUE, ALéM DAS ATIVIDADES INERENTES A SUA MISSãO, DEDICARá ESPECIAL ATENçãO àS AçõES DE INTERESSE DA SOCIEDADE.PRINCIPALMENTE, AQUELAS EM QUE POSSUA COMPETêNCIA PARA CONTRIBUIR DE FORMA PROPOSITIVA E PROATIVA"

«Herbert Oliveira, chefe de gabinte do Crea-BA

Oliveira, muitos GT's já existiam, mas foram potencializados. “Formamos novas equipes e estabelecemos novos programas de trabalho, alinhados ao Plano de Gestão”, lembra. Exem-plo da valorosa contribuição dos GT's é o grupo de acessibilidade, que apresentou conquistas relevantes desde a sua criação, como a im-plantação da Comissão Permanente de Aces-sibilidade de Salvador, a revisão do PDDU, em questões ligadas à mobilidade, e a realização de seminários na capital e interior.

Ainda segundo Oliveira, existem outras iniciativas do Crea que visam a utilização da competência técnica do órgão em favor do benefício coletivo e da valorização profissio-nal. Enquadra-se nesta proposta o Programa de Educação Continuada (PEC), criado para fomentar atividades de aperfeiçoamento pre-senciais e à distância para profissionais e estu-dantes da área tecnológica.

contribuição Política

No âmbito político o Crea também avançou com a realização do Programa “Diálogos com os Candidatos”, visando embutir a contribuição dos profissionais da área tecnológica nos pla-nos de governo dos então candidatos a cargos eletivos de vários municípios baianos. Nesse sentido, vários debates foram realizados, con-tando sempre com a participação dos técnicos e representantes da sociedade civil.

Mesmo que as iniciativas propostas com foco na melhoria da qualidade de vida das pessoas não tenham partido diretamente do Crea, a instituição não tem cruzado os braços quando percebe que pode unir forças. É o caso da parceria proposta pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para a elaboração dos pla-nos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos. O objetivo do projeto, segundo Her-bert Oliveira, é capacitar e assessorar 50 mu-nicípios na elaboração dos planos municipais

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creaV.4, n. 43, p. 31 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

de saneamento básico conforme obriga a Lei 11445/2007.

“Este projeto que deve beneficiar cerca de 2 milhões de pessoas e tem a parceria de outras instituições – a exemplo do Ministério Público – vai dotar essas cidades de condições técnicas para que elas possam ter um plano de gestão de resíduos. No final, vamos qualificar pesso-as com a ajuda dos especialistas dos diversos órgãos envolvidos”, conta Marco Amigo. A ini-ciativa tem conclusão prevista para o final de 2014.

convênios

O chefe de gabinete destaca ainda outros pro-jetos, nesse sentido, que tem sido pensados pelo Crea. Ele ressalta a ampliação das ações de apoio aos governos estadual e municipal, em políticas públicas de interesse da socieda-de, nas quais a instituição possua competência. Um dos exemplos, segundo ele, é a participa-ção em conselhos municipais e câmaras temá-ticas nas áreas de competência, além do envol-vimento dos técnicos da autarquia federal em audiências públicas.

O resgate do orgulho dos profissionais é

para o presidente Marco Amigo a principal de todas as conquistas. “No inicio da gestão, ou-víamos muitas reclamações sobre as razões de existência do Crea, o que ele fazia, que era apenas mais um órgão arrecadador...”. Estas in-satisfações, segundo lembra o atual presidente do órgão, se deviam, principalmente, à falta de ações de valorização e capacitação, que não chegavam até às inspetorias do interior do Es-tado. “Esse foi um dos motivos pelo qual a atual gestão expandiu suar ações, como a realização de eventos e cursos no interior, implantação de novas sedes para as inspetorias e celebração de convênios com prefeituras, universidades e en-tidades profissionais de todo o Estado”

Estas ações, avalia o presidente, trazem maior visibilidade, ao tempo em que demons-tram, aos profissionais e a toda sociedade, a importância da atuação do Crea, como órgão apoiador e de suporte na validação de políticas publicas governamentais, carentes de fiscaliza-ção e controle. Visibilidade alcançada por ações que beneficiam à sociedade de forma concreta e visibilidade a partir das cores fortes dos gra-fites que passaram a dar mais vida ao concreto que protege a sede da instituição em Salvador.

FPI do São Francisco,

modelo criado pelo

Crea-BA ganhou

aprovação nacional

e foi considerado

modelo pelo

Ministério Público

31

Gilson pereira

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crea32 V.4, n. 43, p. 32 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

>rePresentatividade

reivindicando necessidadescrea-Ba realiza maratona para assegurar

participação do interior no cnpPoR naDja PachEcoFotoS joão alvaREz

stradas esburacadas e perigosas, in-tempéries, alimentação irregular e sau-dades, muitas saudade, de casa. Esses foram apenas alguns dos desafios en-

frentados pelos integrantes da Comissão Orga-nizadora Regional (COR) do Congresso Estadual de Profissionais (CEP), para realizar encontros em cada município que dispõe de inspetoria do Crea--BA. Entre dois meses (maio e junho), a comissão percorreu mais de 10 mil km, colheu 140 propos-tas e contou com a participação de aproximada-mente dois mil técnicos, tecnólogos, engenheiros e estudantes. Feito inédito na Bahia, os eventos

Na abertura

do evento,

Marco Amigo

falou sobre a

importância

de fortalecer

as entidades

de classe

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crea 33V.4, n. 43, p. 33 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

microrregionais, além de levantarem sugestões para a melhoria do Sistema Confea/Crea e Mú-tua, despertaram nos profissionais a necessidade de mergulhar na política institucional como for-ma de assegurar a valorização.

Na versão estadual do evento, foram compi-ladas e aprovadas 20 propostas e uma moção a serem discutidas no Congresso Nacional de Pro-fissionais (CNP), que ocorrerá em setembro em Gramado (RS) e prevê a mobilização de 1 milhão de profissionais, além de cerca de 50 mil lideran-ças em todo o Brasil. Marco Legal – Competência profissional para o desenvolvimento nacional foi

o tema dos encontros que de-bateu cinco eixos: formação profissional, exercício profis-sional, organização do sistema, integração profissional e social e inserção internacional.

Lembrando a luta recente dos médicos brasileiros contra a entrada de profissionais de ou-tros países no Brasil, o presiden-te do Crea-BA, engenheiro me-cânico Marco Amigo, afirmou que a mesma postura deve ser

assumida pelos representantes da área tecnológica para asse-gurar direitos como respeito ao salário mínimo profissional, implementação da Lei de Assis-tência Técnica Pública, em favor das famílias com baixo poder aquisitivo e maior valorização profissional. “Precisamos agir com uma capacidade mínima de articulação e, para tanto, é necessário envolver também quem está no interior com sua experiência de campo e suges-tões para que os profissionais do Estado tenha uma boa repre-sentatividade no CNP ”.

legislação

O presidente destacou ainda o fortalecimento das entidades de classe como fundamental para a austeridade do Sistema. Amigo salientou também a necessidade de adequação da legislação profissional às de-mandas do mundo atual, que segundo ele, é o maior entra-ve. “A tecnologia evolui verti-ginosamente. As necessidades profissionais, sociais e as rela-ções trabalhistas se modifica-ram. A legislação deve traduzir o momento que vivemos”. De acordo com Amigo, além da Lei 5194/66, considerada um mar-co, outros dispositivos legais interferem direta ou indireta-mente no trabalho dos profis-sionais do Sistema, e precisam ser atualizados, a exemplo da Lei 6496/77, que instituiu a ART e a Mútua.

O sombreamento profissio-nal e as ameaças da Resolução 21, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), também emprestaram um tom crítico ao Congresso Estadual. Para a

ENTENDA O PROCESSO

Encontros microrregionais

(reuniões nas cidades que

possuem inspetorias do Crea)

De 06/05a 05/07

De 11/11a 13/11

De 12/09a 14/09

Encontros

regionais com

entidades de

classe

28/06

Congresso Estadual

de Profissionais

11 e 12/07

Congresso

Nacional de

Profissionais

2ª Fase

do CNP

Mudanças

na legislação

vigente

Page 32: Revista CREA Bahia Edição 43

crea34 V.4, n. 42, p. 34 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>rePresentatividade

conselheira federal, engenheira eletricista Ana Constantina Sar-mento, a engenharia não pode ficar na periferia dessas discus-sões. “As ameaças se traduzem em oportunidade. Somos res-ponsáveis pelo desenvolvimen-to do país e chegou a hora de o sistema se reinventar”.

O coordenador do 8º CEP, engenheiro agrimensor Jose-val Carqueija, conduziu todos os encontros microrregionais e revelou que a presença maciça dos estudantes nas discussões foi a grande surpresa do even-to. “Ficamos sensibilizados com o apoio recebido dos alunos de diversos cursos e sugerimos aos profissionais que se organizem, criem entidades de classe e aju-dem as inspetorias e o interior”. A obrigatoriedade da ética e da legislação profissional nos cur-sos das instituições de ensino e o acobertamento profissional também foram destacados por Carqueija. “É importante reite-rar que o sistema é feito por to-dos os profissionais. Esse é um momento em que todos – da capital e do interior – podem e devem participar de maneira igualitária e democrática”.

engajamento

Contagiado pelo movimento que ganhou as ruas do Brasil, o presidente do Confea, enge-nheiro civil José Tadeu da Silva, lembrou de conquistas históri-cas do sistema, como a implan-tação das eleições e a criação do congresso nacional. Ambas fazem valer o direito democrá-tico dos profissionais e foram resultados de mobilizações. “É preciso aproveitar as manifes-tações que estão nas ruas para

PRoPoStaS Da Bahia

>Revisão das exigências nos editais de concursos para contratação de professores, incluindo a obrigatoriedade da comprovação de experiência prática profissional.

>Obrigatoriedade de fiscalização das instituições de ensino para exercer de forma rigorosa a exigência de corpo docente especializado.

>Fazer constar nos projetos pedagógicos e grades curriculares dos cursos a disciplina ética e Legislação Profissional, ministrada por profissional habilitado e reconhecido pelo sistema.

>Estruturar a fiscalização dos Creas para ações de fiscalização com levantamento das grades curriculares dos cursos.

>Exigir dos professores comprovação da habilitação profissional, através do competente registro nos Creas.

>Implementar a matriz de conhecimento, possibilitando definição e reconhecimento das atribuições profissionais.

>Estabelecer um Programa de Capacitação e de Estágio Prático, fomentando posteriormente a contratação do aluno em projeto Integrado Instituição de Ensino x Empresas.

>Articular junto aos Deputados Federais e Senadores a aprovação de emenda da lei 4.950-A em tramitação na Câmara Federal.

>Elaborar resolução deliberando os cargos e funções dos serviços estatais, paraestatais, autárquicos e de economia mista, para cujo exercício seja necessário o título relativo às profissões.

>Exigir a comprovação de capacitação e habilitação profissional emitidos pelo Sistema Confea/Crea nos concursos públicos.

>Tipificar como crime contra a saúde pública o exercício ilegal das profissões devidamente formuladas, processadas, comprovadas, transitadas e julgadas com a formalização de processo de

denúncia junto ao Ministério Público Federal e Polícia Federal.

>Revisar a atual norma de limitação de 250 receituários/mês, observando as características da região, implementando limitações diferenciadas por tipo de empreendimento e região.

>Deixar de exigir a entrega na sede ou inspetorias das vias impressas de receituário agronômico.

>Elaborar resolução determinando início de diligências para caracterização de acobertamento profissional, quando for detectado em obras de edificação uma ART constando diversos projetos.

>Exigir dos profissionais estrangeiros certificado de fluência na língua portuguesa, apresentação de todos os documentos traduzidos na língua oficial portuguesa e o registro no Sistema para obtenção visto.

>Criar o sócio mutualista com duas modalidades: contribuinte e institucional.

>Alterar o artigo 5º da Lei 6.496/77, possibilitando aos profissionais mutualistas a votação direta para composição das diretorias executiva e regionais.

>Alterar o artigo 29 da Lei 5.194/66 com implementação de representantes de cada estado da federação, uma das instituições de nível médio e uma das instituições de nível superior em eleições diretas.

>Tornar penalidades mais rigorosas, enquadrando os seguintes itens: advertência reservada, censura pública, suspensão temporária do registro com serviços comunitários e cancelamento do registro.

>Estabelecer um sistema de comunicação institucional com ênfase nas interações Sistema/Profissional, Profissional/Sociedade e Profissional/Cidadania.

Moção nº 1: Revisão e formulação de proposta de Projeto de Lei de alteração da Lei 5.194/66

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crea 35V.4, n. 42, p. 35 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

apresentar a engenharia e a sua importância para a sociedade”, enfatiza.

José Tadeu reforçou ainda a ideia de fortalecimento das 615 entidades de classe registradas no Conselho Federal e afirmou que, devido à falta de atualiza-ção da lei, muitas resoluções passam por cima da regulamen-tação e, portanto, precisam ser revogadas.“Existe ilegalidade concedida, trazendo inseguran-

ça jurídica. Somos o sistema e devemos aproveitar a oportuni-dade para melhorá-lo”.

A vinda de profissionais es-trangeiros para o Brasil foi criti-cada pelo presidente do Confea. Para ele, as vagas precisam ser ocupadas pelos brasileiros. “A maior parte daqueles que fa-zem o sistema pensa desta for-ma. O CEP é o momento de ex-ternar insatisfação em relação a este eixo. Acredito que a Bahia

PaRticiPação PoR inSPEtoRiaItaberaba e Teixeira de Freitas apresentaram maior número de propostas, enquanto Camaçari liderou em participação

Regional PaRticiPantes PRoPosta

Teixeira de Freitas 37 11

Eunápolis 78 6

Ilhéus 28 8

Itabuna 45 5

L. E. Magalhães 147 5

Barreiras 59 8

Seabra 20 4

Itaberaba 40 11

Feira de Santana 82 8

Jequié 60 5

Cruz das Almas 39 6

Santo A. de Jesus 46 6

Valença 43 7

Irecê 142 5

Jacobina 59 3

Santa Mª da Vitória 37 6

Bom Jesus da Lapa 32 3

Guanambí 54 2

Brumado 88 2

V. da Conquista 138 4

Juazeiro 89 6

Paulo Afonso 70 9

Ribeira do Pombal 100 2

Alagoinhas 93 2

Camaçari 240 4

Lauro de Freitas 38 5

A PAlEsTRA > Aspectos que precisam ser mantidos e alterados, bem como inovações para a Lei 5.194/66, foram apresentados pelo engenheiro eletricista e procurador jurídico do Crea de Santa Catarina, Claude Pasteur de Andrade Faria

Cerca de dois mil técnicos, tecnólogos, engenheiros e estudantes participaram do evento, feito inédito no País pa

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Page 34: Revista CREA Bahia Edição 43

crea36

>rePresentatividade

V.4, n. 43, p. 36 - ABR/MAI/JUN.2013 - Bahia

“o planejaMento dosisteMa elétricoBrasileiro é Muito BoM"

vai trazer grandes contribuições e colocar a lei em consonância com o Brasil de hoje, e conse-quentemente, responder as de-mandas do País”.

informação

A divulgação das atividades de-senvolvidas pela Mútua foi uma das conquistas do 8º CEP para a diretora da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-BA, engenheira de produção Ineivea Farias. Segundo ela, os encon-tros microrregionais foram úteis também para apresentar os be-nefícios oferecidos pelo braço

Marinheiros de primeira viagem

Embarcando pela primeira vez nes-ta viagem rumo à valorização profis-sional, o inspetor regional de Itaberaba, engenheiro agrônomo Clênio Monteiro, avaliou positivamente o CEP. "Houve interação democrática entre as forma-ções acadêmicas". Porém, chamou a atenção do participante a ausência das mulheres na luta em favor de melhorias para o sistema.

O inspetor regional de Camaçari, técnico eletromecânico Fabiano Ribeiro, acredita que a participação maciça dos estudantes e a valo-rização dos técnicos foram importantes para o sucesso do congresso. "Foi fundamental pre-senciar essa ação do conselho em reagir con-tra a precariedade da lei, que rege o sistema".

Já o inspetor regional de Seabra, enge-nheiro agrônomo Danilo Miranda, classificou o encontro como produtivo. “O Crea precisa realizar mais eventos regionais, principal-mente relacionados à resolução 1010 e à Lei 5.194/66, para sensibilizar um maior núme-ro de profissionais quanto a importância de contribuir para o fortalecimento do sistema.

assistencial do sistema e se apro-ximar ainda mais do interior.

A diretora aproveitou a oca-sião para reivindicar a atenção dos delegados para propostas que fortaleçam a entidade. “A Mútua-BA vem aumentando, cada vez mais, o número de só-cios, por meio de ações em par-ceria com o Crea-BA. Hoje, esta-mos entre as primeiras Caixas em associatividade no Brasil. Precisamos garantir o repasse de parte da ART para a Mútua, pois é fundamental para sua manutenção, sustentabilidade e equilíbrio financeiro”.

Inspetores

Clênio

Monteiro

(Itaberaba),

Danilo

Miranda

(Seabra) e

Fabiano

Ribeiro

(Camaçari)

DElEgaDoS ElEitoS

coM Mandato

>Eng. Agrôn. Luiz Claudio Ramos Cardoso – Região Norte - Alagoinhas

>Eng. Agrôn. Nailton Sousa Almeida - Região Oeste - Barreiras

>Eng. Civil José Marcelo Leôncio - Região Extremo Sul – Teixeira de Freitas

>Eng. Agr. Emanuel Alves Batista - Região Sudoeste – Vitória da Conquista

>Tec. Edf. Mateus de Oliveira Mônaco Viana - Região do Recôncavo – Feira de Santana

>Eng. Civil Dermivan Barbosa dos Santos Região Sul - Itabuna

>Eng. Agrôn. Marcelo Dourado Loula - Região Chapada - Irecê

>Eng. Civil Gilvam Coelho Porto Júnior - Região Sul – Ilhéus

>Eng. Elét. Agnaldo Conceição G. Alves - Teixeira de Freitas

>Eng.Civil André Luis Dias Cardoso – Brumado

>Eng.Civil Dinálio Marques Dourado - Irecê

>Téc. Agrop. Marcos de Souza Dantas - Paulo Afonso

seM Mandato

>Eng. Agrim. Joseval Costa Carqueija - CREA-BA nº 53583 – Barreiras

>Eng. Agron. Daniella Aparecida das V. Cantelli - Luis E. Magalhães

>Tecnólogo Marinalva Everaldina dos Santos - Juazeiro

>Eng. Civil José Ruy Cortes Cezar - Itaberaba

>Eng. Agron. José Henrique dos Santos Jr – T. Freitas

>Tec. Eletrotec. Jose Roberto Bispo Barreto - R. do Pombal

>Tec. Estradas Marcos Rogério Bezerra Souza - Sto. A. de Jesus

>Eng. Agron. Paulo Afonso Leiro Baqueiro - Barreiras

>Tec. Seg. Trab. Fábio da Silva Ribeiro - Paulo Afonso

>Tec em Eletrot. Sérgio Souza dos Santos - Lauro de Freitas

>Tec. Agrop. Antonio Carlos Nunes da Gama – Irecê

>Eng. Agrim. Uallace Souza Xavier - Itabuna

fotos paulo Macedo

Page 35: Revista CREA Bahia Edição 43

crea 37V.4, n. 42, p. 37 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

“a cidade nunca quis enfrentar os seus dileMas”

>entrevista Entrevista José Carlos Aleluia Secretário de Transportes e Urbanismo

PoR RonalDo BRito FotoS joão alvaREz

o desafio de destravar o trânsito desalvador e fazer a soterópolis andar

ito meses depois de assumir a Secretaria de Transportes e Urbanismo, José Carlos Aleluia ainda não conseguiu manter uma agenda

tranquila. Entre os muitos dilemas em que vive Sal-vador, a questão da mobilidade, ou melhor, da imo-bilidade, tem sido seu Calcanhar de Aquiles. Às voltas com projetos e ações para destravar a cidade, Aleluia acredita que conseguirá fazer a capital andar. “Esse é um compromisso do prefeito ACM Neto”, diz. Apesar de cantar vitórias de que o trânsito já está fluindo me-lhor, o que se tem assistido são apenas ten-tativas. Decidido a mudar esse quadro, ele defende que as pessoas deixem seus veícu-los em casa e andem de transporte coleti-vo. Para “forçar” as pessoas a adotarem esse comportamento, o engenheiro ele-tricista, que já foi deputado federal e presidente da Chesf, diz que está di-ficultando as áreas de estacio-namento. Otimista, acre-dita que assim mudará essa cultura ainda nesta gestão. Como temos pou-co mais de três anos pela frente, só o tempo dirá.

Entrevista José Carlos Aleluia Secretário de Transportes e Urbanismo

Page 36: Revista CREA Bahia Edição 43

crea V.4, n. 43, p. 38 - abr/mai/jun.2013 - Bahia38

"SEMPRE QUE POSSíVEL, ANDO DE ôNIBUS. A CLASSE MéDIA PRECISA PRESSIONAR PARA MELHORAR O SISTEMA. é MUITO CôMODO DIzER QUE SE ANDA DE CARRO PORQUE NãO Há OUTRA SOLUçãO. A SOLUçãO NãO PODE SER INDIVIDUAL. OS NúMEROS MOSTRAM ISSO"

>entrevista Entrevista José Carlos Aleluia Secretário de Transportes e Urbanismo

«Um dos mais graves problemas da cidade hoje é a mobilidade. Quando o senhor assumiu a pasta, afirmou que iria destravar o trânsito com uma operação simples, que o senhor cha-mou de operação correta. Oito me-ses depois, o que temos visto é uma situação cada vez pior. Que medidas podem minimizar o problema? Tivemos muitos avanços, mas eles ainda não foram percebidos. As pes-soas que circulam no centro expandi-do sentem uma clara mudança. Quan-do não temos problemas, o trânsito flui bem no Comércio, no Terreiro de Jesus, do Campo Grande até Ondina... Aí você me pergunta: como o senhor fez esse milagre? Liberando as ruas para as pessoas e para os ônibus. Mas existem outros espaços da cidade que estão muito congestionados, que é do Acesso Norte até o Centro Admi-nistrativo, que vai até o Lucaia e, de lá, até a Pituba. Esses trechos formam o Triângulo das Bermudas da cidade. Isso vai mudar quando se mexer no transporte coletivo. O prefeito está tentando montar um sistema que dê mais fluidez. Desde a Estação da Lapa até a Ligação Iguatemi Aeroporto. Aí teremos uma mobilidade, em ônibus, muito boa, nessa área. Estamos espe-rando a evolução do metrô.

Nos últimos anos, priorizou-se o transporte individual e se fez quase nada na melhoria ou expansão do transporte público. Tampouco foram realizadas obras para melhorar a mo-bilidade urbana. Obras demoram. Se-ria então o rodízio uma solução?Não. O rodízio só favorece à indústria automobilística, porque, quem pode, compra dois carros. Salvador está em um estágio em que é preciso mostrar aos usuários de carro que o estacio-namento não é na rua e de graça. A melhora que temos sentido se deve

à redução das áreas de estaciona-mento. As pessoas têm carro, mas não têm onde parar. Elas precisam aprender que a responsabilidade do estacionamento pertence a elas, e não à prefeitura.

Mas isso não gera uma insatisfação? Afinal, essa é uma das poucas alter-nativas que as pessoas têm, já que não temos um sistema de transpor-te público eficaz? Não é a única alternativa. Temos os taxis, os ônibus. Considerando que todas as pessoas são iguais, não vejo problema de as pessoas andarem de ônibus.

O senhor então anda de ônibus?Ando, ando muito de ônibus. Sem-pre que possível, ando de ônibus. A classe média precisa pressionar para melhorar o sistema. É muito cômo-do dizer que se anda de carro por-que não há outra solução. A solução não pode ser individual. Os números mostram isso. Na Paralela, por exem-plo, na hora de pico, passam cerca de 200 ônibus e 7,5 mil carros.

Não podemos esquecer também da péssima qualidade e da ínfima frota disponível na cidade, não é secretá-rio?Não é verdade. Temos uma frota de ônibus congestionada. É um equívo-

co dizer que Salvador não tem ônibus. Os ônibus não circulam. Se você tem uma frota que anda numa velocidade média de 12, 13 km/hora, você tem é que oferecer condições de aumentar a velocidade dos ônibus.

Então a solução é abrir corredores ex-clusivos para os ônibus?Abrir os corredores e fechar o convite aos carros, acabar com a ideia de que não há outra solução. As pesquisas mostram que o veículo individual é usado por uma quantidade muito pe-quena da população. É isso que causa todo o transtorno.

De que forma o senhor acha que irá convencer as pessoas de que elas precisam trocar o seu veículo por esse transporte coletivo que temos hoje?O primeiro passo já foi dado. No mo-mento em que você tem dificulda-de de andar de carro, e as pessoas já estão tendo dificuldades de andar de carro, você começa a pensar em alter-nativas. Eu não conheço uma pessoa de Salvador que não esteja encon-trando dificuldade de andar de carro com a nova postura da prefeitura. Quem tira o carro da garagem tem o dever de saber onde vai estacionar e quanto isso vai custar. É assim em to-das as cidades do mundo. Porque aqui tem que ser diferente? A maioria dos

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creaV.3, n. 43, p. 39 - abri/mai/jun.2013 - Bahia 39

"TEMOS UMA FROTA DE ôNIBUS CONGESTIONADA. é UM EQUíVOCO DIzER QUE SALVADOR NãO TEM ôNIBUS. OS ôNIBUS NãO CIRCULAM. SE VOCê TEM UMA FROTA QUE ANDA NUMA VELOCIDADE MéDIA DE 12, 13 kM/HORA, VOCê TEM é QUE OFERECER CONDIçõES DE AUMENTAR A VELOCIDADE DOS ôNIBUS"

«

Quase todos os projetos estão para-dos em função disso. O prefeito está fazendo um trabalho junto com o MP e, agora, com a Justiça para mostrar que a cidade precisa do plano-diretor.

E esse plano será revisado?Constantemente, um plano não pode ser estático.

A especulação imobiliária tem acaba-do com as poucas reservas de áreas verdes da cidade. O que a prefeitura planeja fazer para reduzir esses da-nos?Nós temos uma preocupação am-biental, mas a nossa visão de Meio Ambiente é de que a cidade não pode ficar refém. As pessoas precisam en-tender que não podem morar em bos-ques. A cidade tem que usar bem os seus espaços, ter áreas verdes respei-tadas, bem delimitadas e bem usadas. Temos que preservar espaços verdes próximos às moradias, mantendo o cuidado com os parques e no entorno da cidade.

A Paralela está estrangulada, qual seria o novo vetor de crescimento da cidade?Eu entendo que haverá uma inversão, ela precisa se voltar para si mesma, fazendo empreendimentos urbanos em espaços onde ainda cabem esses empreendimentos.

O grande problema da cidade, nos últimos anos, foi a falta de planeja-mento. O que devemos esperar dessa gestão nessa área?Vamos ouvir as pessoas, os especia-listas e planejar melhor a cidade, mas nunca impedindo que a cidade tenha seu desenvolvimento. Não se pode entender que todos os órgãos sejam gestores. Planejamento tem que ser um processo, não apenas uma lei.

londrinos anda de transporte público, os nova-iorquinos também.Sim, secretário, o senhor está falan-do de cidades do primeiro mundo, onde o transporte público, incluindo o metrô, é eficiente...Em São Paulo, em Curitiba, as pesso-as andam de ônibus. A gente precisa entender que o caminho é o transpor-te coletivo. Você não pode achar que carro é a solução.

São Paulo, Curitiba, além de metrô, fizeram e fazem investimentos pesa-dos no transporte público. Há quan-to tempo estamos estagnados nessa área?Sim, têm metrô. Mas grande parte da população de São Paulo anda de ônibus. Salvador não tem salvação do que jeito que está, tem que fazer as melhorias, e rápido, e é isso o que es-tamos fazendo. Precisamos criar um sistema de transporte eficaz.

Essa licitação para as empresas de transporte de ônibus, que o senhor anunciou que vai fazer, é para acele-rar a criação desse sistema?É uma forma de acelerar e mudar a estrutura. Estamos aplicando a teoria do sistema. O que temos hoje é uma macarronada que nasceu de forma vegetativa. Uma linha, de Paripe a Itapuã, passa pelo centro, por um bo-cado de bairros, faz uma curva... Isso

não pode ser assim. Essa semana, eu tive reuniões com especialistas para pedir que desenhem um sistema de transportes baseado em engenharia de sistema, no qual teremos troncos, onde haverá integração de linhas, com a mesma passagem. Vamos fazer a integração já durante o pro-cesso licitatório. Nós estamos tra-balhando com o bilhete único para acabar com essas linhas quilométri-cas que precisam atravessar a cidade inteira para chegar ao destino final.

Então será um novo sistema?Vamos destruir todo o sistema exis-tente e criar um novo sistema de linhas de ônibus, trabalhando com linhas alimentadoras.

Salvador é a terceira capital do Bra-sil e ainda muito provinciana em di-versos aspectos. Como isso é possí-vel diante dos avanços tecnológicos que temos hoje?A cidade nunca quis enfrentar os seus dilemas. Quando eu falo que a prioridade é o transporte público é porque eu entendo que a cidade pre-cisa mudar os rumos do seu desen-volvimento.

O PDDU continua sub judice. A Pre-feitura tem buscado entendimento com o MP para resolver o impasse? O que vai acontecer daqui pra frente?

Page 38: Revista CREA Bahia Edição 43

crea V.4, n. 42, p. 43 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

>agricultura

invasão da Heli-coverpa armige-ra, lagarta que vem devastando

plantações de milho, soja e algodão no Oeste da Bahia, gerando prejuízos na ordem de R$ 2 bilhões – segundo estimativa feita pela Asso-ciação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) – abriu a discussão sobre a qualidade do trabalho de controle fitossanitário no

Estado e no Brasil. O inse-to, que pode ser combatido por meio do benzoato de emamectina – agrotóxico proibido em terras brasilei-ras – é considerado exótico e não havia registro em solo nacional até a confirmação neste ano, passando a ser tratado por Praga Quaren-tenária Ausente (A1). O pro-duto ainda não foi aplicado na lavoura. Inicialmente, a Helicoverpa armigera esta-

helicoverPa

armigera

causou grandes

perdas nas lavouras

de algodão e de

soja na região oeste

da Bahia. A lagarta

chega a medir

35 mm e possui

coloração entre

verde-claro, rosa,

marrom ou quase

preta, com partes

mais claras

a MaRiPosa é adulto

desta lagarta, com cerca

de 40 mm de envergadura.

A fêmea fecundada põe o ovo

de preferência nos estilos-

estigma. No verão, num

período de três a quatro dias,

dá-se a eclosão

das lagartas que

se alimentam do

estilo-estigma e

dos grãos em formação

40

Page 39: Revista CREA Bahia Edição 43

creaV.4, n. 43, p. 43 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

eMerGência fitossanitária

Parceria entre órgãos oficiais e produtores é essencial para ocontrole da praga

va sendo confundida com a Helicoverpa zea, espécie de ocorrência secundária no milho, sem importância econômica.

O caos agrícola causado pela lagarta colocou em alerta as 40 barreiras fixas e 23 móveis da Bahia, que estão localizadas em Esta-dos vizinhos e em diversas regiões. De acordo com o diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Agência Estadu-

al de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), engenhei-ro agrônomo Armando Sá Nascimento Filho, o contro-le é feito por meio de fiscali-zações no trânsito de vege-tais, principalmente os que possuem restrições para adentrar o Estado e circu-lar internamente. “Nestas atividades de rotina, não foi detectada a presença da praga”. Vale considerar que existe a hipótese de que a

praga pode migrar através de correntes de vento.

O diretor informou ainda que, ao confirmar a identi-ficação da Helicoverpa ar-migera, foi deslocada uma equipe de emergência sa-nitária para a região Oeste, formada por 10 fiscais es-taduais agropecuários, oito auxiliares de fiscalização, além do reforço de oito téc-nicos da Associação Baiana dos Produtores de Algodão

PoR naDja PachEco

adenilson nunes /aGecoM

(Abapa). “A Adab, como órgão de defesa vegetal, cumpriu todas as etapas que requer um estado de emergência fitossanitária, sempre tendo como marco regulatório Portarias Esta-duais, a Lei 10.434, o Decre-to Estadual de Defesa Sa-nitária Vegetal, a Lei 6.455 de Agrotóxico e o Decreto Estadual 6.033”, defende.

Segundo Armando Sá, a chegada da lagarta às

41

Page 40: Revista CREA Bahia Edição 43

crea

>agricultura

V.4, n. 43, p. 44 - abr/mai/jun.2013 - Bahia

Chegada da lagarta colocou em alerta as 40 barreiras fixas, e 23 móveis, da Bahia

plantações do Oeste Baia-no mostrou a necessidade de total integração entre o setor produtivo e os órgãos oficiais, culminando com a criação de um Programa Nacional de Controle da He-licoverpa armigera. Já que a praga está presente em vários Estados do Brasil, a iniciativa deve contemplar o monitoramento do inseto nas lavouras, o manejo in-tegrado, o estabelecimento e cumprimento do vazio sa-nitário para culturas hospe-deiras, o controle biológico e a utilização de inseticidas, observando a alternância dos princípios ativos, de forma a evitar a resistência da praga aos poucos pro-dutos que possuem eficiên-cia no controle, a exemplo das diamidas”.

Produto Proibido

O diretor explicou que a importação do benzoato de emamectina somente poderá ocorrer com autori-zação da Adab e supervisão do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa). “O produto, quando importado, obede-ceu às legislações vigentes, portando não é ilegal”, afir-ma. Questionado sobre a possibilidade de aumento do contrabando de agro-tóxicos com a utilização do agroquímico, o agrôno-mo reforçou que o contra-bando do benzoato ou de qualquer outro pesticida proibido no País constitui crime. “Ao ser identificado deve ser de imediato comu-

valter caMpanato/aGência Brasil

42

nicado ao Serviço de Auxílio a Agrotóxicos Ilegais ou ao Disque-Denúncia da Adab (contatos abaixo)”.

De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag), as vendas de praguicidas na Bahia cresceram 16,5% no ano passado. O Estado sal-tou de um volume de con-sumo de aproximadamente R$ 1,4 bilhão para R$ 1,63% bilhão, entre 2011 e 2012. No Brasil, o crescimento do mercado de agrotóxicos foi de 14,4%, alcançando o volume de R$ 19,5 bilhões movimentados em 2012. A cultura da soja foi a respon-sável por quase a metade das vendas dos pesticidas em 2012, com R$ 9,72 bi-lhões movimentados.

O secretário de Meio Am-

Page 41: Revista CREA Bahia Edição 43

creaV.4, n. 43, p. 45 - abr/mai/jun.2013 - Bahia 43

A Helicoverpa vem

devastando

plantações de milho,

soja e algodão no

Oeste da Bahia

denuncie > Auxílio a Agrotóxicos Ilegais 0800 – 940 7030Disque denúncia da Adab 0800 – 2840 011

cRonologia

30/01/13 > Recebimento pela Adab de documento oficial das entidades do Oeste sobre os prejuízos causados pela lagarta

04/03/13 > Emissão do parecer técnico ao Ministério da Agricultura sobre a ocorrência da praga no Oeste da Bahia, declarando emergência fitossanitária

06/03/13 > A Secretaria de Agricultura do Estado publica a portaria nº 056/2013, que criao grupo operacional de emergência fitossanitária

23/03/13 > A Embrapa notifica o grupo de gerenciamento situacional sobre a identificação da Helicoverpa armigera, no Brasil

06/05/13 > A Adab edita a portaria nº 124, declarando como zona interditada os municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Correntina, Baianópolis, Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto, Jaboradi e Cocos. Além disso, define como será o arm azenamento do produto

biente de Barreiras e inspe-tor do Crea-BA, engenheiro agrônomo Nailton Almeida, lembrou da entrada no País da principal praga da soja, até então, a Ferrugem Asi-ática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que devastou as lavouras no ano de 2002. Na ocasião, o po-der público, através da Adab e Embrapa, com o apoio da Aiba criaram o Programa Estratégico de Manejo da Ferrugem Asiática do Oeste da Bahia que, mais tarde, foi difundido pelo Brasil através do Consórcio Antiferrugem. Segundo Almeida, o episó-dio da invasão da ferrugem no Oeste baiano se asse-melha à situação vivencia-da agora. “Não possuíamos

alBerto coutinho/GovBa

va

lter c

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pa

nato

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ên

cia

Br

asil

fungicidas registrados, não se sabia a eficiência dos princípios ativos para a pra-ga. A pesquisa agropecuária local e nacional deu uma resposta rápida conseguin-do combater eficientemen-te a praga”, lembra.

Parceria

Almeida sugere que, da mesma forma que aconte-ceu contra a Ferrugem, seja desenvolvida uma ação in-tegrada entre pesquisado-res, defesa sanitária vegetal e produtores para controlar a incidência da lagarta. “Essa é a oportunidade da Bahia mais uma vez vir a ser referência para o Brasil e para o Mundo no controle de pragas”, salienta.

Fonte: Adab

A presença da Helico-verpa armigera na Austrá-lia e Estados Unidos não é novidade. De acordo com o presidente da Associação dos Engenheiros Agrôno-mos de Barreiras, Adriano Lupinacci, nestes países a utilização do inseticida benzoato de emamectina é permitida, visto que o produto passou por todas as etapas necessárias para o registro, incluindo testes relativos ao ambiente e a saúde humana. Ele defen-deu que não existe razão técnica que desqualifique a utilização assistida des-te inseticida pela Adab na região Oeste da Bahia, de modo que seja avaliada a eficácia de mais uma ferra-

Page 42: Revista CREA Bahia Edição 43

crea44 V.4, n. 43, p. 44 - ABR/MAI/JUN.2013 - Bahia

>agricultura

menta que pode ser utiliza-da no combate à praga.

“Na Austrália, por exem-plo, existe um programa fitossanitário sistêmico (envolve pragas, doenças, plantas daninhas, entre ou-tros organismos), realizado e fundamentado na partici-pação efetiva do produtor rural, que é devidamente assistido pela iniciativa pú-blica, em primeiro lugar e, em seguida, pela iniciativa privada. Um programa que deu certo e serve de exem-plo. No Brasil, por outro lado, percebemos que ques-tões de interesse, de falta de liderança e coordenação e, também, àquelas de ca-ráter burocrático, impedem que um programa sistêmi-co possa ser implementado para alcançar sucesso. Exis-tem diversos impedimen-tos, inclusive culturais que limitam a efetividade das ações. Além disso, no Brasil

as pessoas preferem reme-diar aquilo que poderia ter sido prevenido”.

estratégia

Lupinacci aponta que a li-beração dos transgênicos de segunda geração pelo MAPA também se mostra como uma estratégia com-plementar. Essa questão, todavia, passa pelas mes-mas dificuldades em ter-mos de trâmites, tal como ocorre com os inseticidas (lembrando que vários des-ses cultivares são aplicados em escala comercial nos Es-

tados Unidos e Austrália). “A Austrália enfrenta a

Helicoverpa desde o final da década de 1990, tendo no manejo integrado de pragas (MIP) o alicerce para o su-cesso do combate a praga. Fica claro na literatura que os australianos apontam a integração dos métodos de controle como a chave para a efetividade no combate. Estes indicam que qualquer programa que pretenda alcançar êxito deverá enfa-tizar o controle biológico e o manejo de resistência do inseto aos inseticidas”. Lu-

pinacci alerta que a lagarta já foi observada em outros cultivos como laranja, café, hortaliças etc. “Se o produ-tor e a sociedade não enten-derem que estamos lidando com uma praga complexa, que existe coordenação de ações e conhecimento para superá-la, poderá ha-ver perda significativa de produtividade, associada ao aumento de custos de pro-dução e perda de compe-titividade da agropecuária baiana”.

Contrário ao manejo do benzoato de emamectina, o Fórum Baiano de Comba-te aos Efeitos dos Agrotóxi-cos (FBCA), composto por 33 entidades, manifestou--se por meio de uma nota pública. De acordo com o documento, assinado pela coordenadora em exercício do colegiado, promotora de Justiça Luciana Khoury, o produto pode ter efeitos (acumulativos) danosos à saúde humana.

A nota pública ainda destaca o posicionamen-to do Ibama, que se ma-nifestou contra o uso do agrotóxico, pois o produto não possui baixa toxidade que é o pré-requisito bá-sico para a obtenção do registro emergencial. O co-legiado sugeriu que sejam levantadas outras soluções e chama a atenção das res-ponsabilidades por todo e qualquer dano, inclusive os que venham surgir a longo prazo, à saúde dos traba-lhadores, a população e ao meio ambiente. Nailton Almeida, inspetor do Crea-BA

ESSA é A OPORTUNIDADE DE A BAHIA, MAIS UMA VEz, VIR A SER UMA REFERêNCIA PARA O BRASIL E PARA O MUNDO NO CONTROLE DE PRAGAS, COMO ACONTECEU COM A FERRUGEM ASIáTICA”

«

Armando Sá diz que Adab cumpriu todas as etapas da emergência fitossanitária

joão alvarez

Page 43: Revista CREA Bahia Edição 43

V.4, n. 43, p. 3 - abr/mai/jun.2013 - Bahia crea 45

>nononono

anúncio

Page 44: Revista CREA Bahia Edição 43

crea46 V.4, n. 42, p. 46 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>artigo adriano lupinacci

A Helicoverpa armigera, lagarta exótica, polífaga e voraz, foi identificada na região Oeste da Bahia, maior produtora de grãos e fibras do Nordeste brasi-leiro, no terço final da safra 2011/12 e durante toda a safra 2012/13, tendo trazido prejuízos diretos estimados em aproximadamente R$ 2 bilhões, resultantes da perda de produtividade as-sociada ao gasto adicional com o uso de inseticidas nas culturas de soja e algo-dão. Não obstante, na safra 2012/13, a referida praga foi identificada em outros 9 Estados do país, promoven-do danos, inclusive severos, em diversas culturas (soja, algodão, milho, feijão, café, laranja, hortaliças etc). Aventou-se, inclusive, a hi-pótese de bioterrorismo, a qual poderá ser comprova-da ou não, a partir da con-clusão do trabalho conjun-to realizado entre órgãos de inteligência e pesquisa nacional.

Nesse sentido, grandes esforços de órgãos gover-namentais e da iniciativa privada têm sido percebi-dos no relato das perdas e dos prejuízos e na proposi-ção de possíveis soluções para o controle efetivo da praga num futuro próxi-mo. O Programa Nacional de Controle da Helicover-pa, sob a coordenação do

MAPA, está em fase final de revisão e prestes a ser apresentado à sociedade. E, ainda que estes esforços sejam relevantes e neces-sários, muito pouco, por outro lado, tem-se labora-do a respeito dos fatores condicionantes e predispo-nentes que determinaram o aparecimento, em alguns casos, devastador da praga no país.

Muito pouco também se tem proposto em ter-mos efetivos, visando à profissionalização do agri-cultor brasileiro no sentido de prever e mitigar riscos. A partir de uma análise sistêmica do problema ex-posto e da forma como as entidades competentes (públicas e privadas) têm se posicionado e atuado nestas circunstâncias, fica a impressão de que traba-lhar sobre as consequên-cias do problema (“apagar o fogo”) por alguma razão se mostra mais convenien-te do que agir sobre as reais causas (“evitar que o fogo apareça”), comportamento esse que, apesar de fugir a lógica ortodoxa é corrente no Brasil, fato que merece uma reflexão mais apro-fundada.

Produção e filosofia

A Helicoverpa spp. não foi a primeira e, seguramente, não será a última praga a

Asiática da Soja (causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie), ao Cancro da Haste da Soja (causado por um fungo com duas fases de desenvolvimento – Pho-mopsis phaseoli (Cke. & EII.) Sacc. f.sp. meridionalis / Diaporthe phaseolorum (Cke. & EII.) Sacc. f.sp. meri-dionalis), ao Nematoide do Cisto (Heterodera glycines) e ao Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis).

Trazendo para o foco de uma reflexão do atual contexto vivido por conta da Helicoverpa, percebe-se que o surgimento dessas pestes tem forte relação com o modelo de produção utilizado arraigado a filoso-fia do produtor. Esse mo-delo, introduzido desde os primórdios da exploração da região dos Cerrados, nas décadas de 1970/80, funda-mentava-se no uso de mo-noculturas sucessivas, com predominância no cultivo

helicoverpa: uma oportunidade para reflexão

acometer com severidade as lavouras de grãos e fibras que ocupam a região dos Cerrados da Bahia. Com pe-queno esforço de raciocínio, pode-se prever que, em bre-ve, a mídia estará alardean-do a sociedade com notícias relacionadas aos prejuízos gerados por alguma peste, seja o bicudo (que voltou a causar prejuízos na safra 2012/13), a mosca branca, o mofo branco, os nema-toides (diversos), os ácaros, entre outras.

Seguindo essa linha de raciocínio, a análise do pas-sado recente da agricultura do Oeste da Bahia revelou que problemas com pragas, doenças e nematoides são recorrentes. Em determina-dos momentos, os prejuí-zos também foram signifi-cativos e a continuidade do processo agrícola foi posta à prova. Os exemplos mais marcantes da história di-zem respeito à Ferrugem

"MUITO POUCO TEM-SE LABORADO A RESPEITO DOS FATORES QUE DETERMINARAM O APARECIMENTO, EM ALGUNSCASOS, DEVASTADOR DA PRAGA NO PAíS. MUITO POUCO TAMBéM SE TEM PROPOSTO EM TERMOS EFETIVOS, VISANDO à PROFISSIONALIzAçãO DO AGRICULTOR BRASILEIRO"

«

Page 45: Revista CREA Bahia Edição 43

creaV.4, n. 42, p. 47 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 47

de soja. Investimentos de elevado porte foram desti-nados ao desenvolvimento de pesquisas para fomen-tar esse modelo de produ-ção nas décadas de 1970 e 1980. E, particularmente, esse modelo foi importan-te para o desbravamento e ocupação do Brasil Central naquela oportunidade.

Entretanto, passadas praticamente quatro dé-cadas, a dinâmica da pro-dução agrícola brasileira mudou consideravelmente, mais pela evolução consi-derável da tecnologia e do necessário aumento de es-cala do que propriamente pela filosofia de exploração e de gestão das organiza-ções rurais. Dessa forma, no que tange à filosofia, o produtor é fruto de uma cultura com visão estrei-ta, individualista, de curto prazo, que prefere gastar recursos para remediar os prejuízos a se antecipar, manter um comportamen-to proativo, pensar, intera-gir e prevenir ou mitigar os riscos potenciais.

Dando seguimento à re-flexão proposta, os progra-mas de manejo integrado de pragas (MIP), que têm por objetivo dar subsídios vi-sando à mitigação de riscos relativos à ocorrência e ação de pragas agrícolas e ser-vem para minimizar os im-pactos da ocorrência de pra-

gas de alto poder destrutivo (como a Helicoverpa), pou-co saíram das prateleiras de universidades e centros de pesquisa em direção às la-vouras e têm sido utilizados de forma esporádica e pon-tual por apenas pequena parte dos produtores, dado o grau de conhecimento técnico, disciplina e esforço que exigem.

Não se faz preciso co-nhecer profundamente a ciência agronômica para entender que a aplicação contínua de inseticidas como único método de controle de pragas é mais fácil e conveniente em comparação à implantação de um programa eficaz de MIP, que contemple me-didas de controle cultural (rotação de culturas), uso de agentes de controle bio-lógico, monitoramento pe-riódico de pestes por pes-soas qualificadas, a adoção de um sistema prático e rápido de processamento e interpretação das informa-ções provenientes dos mo-nitoramentos para nortear as ações subsequentes de controle, a calendarização do uso de inseticidas (co-nhecimento sobre os me-canismos de ação dos in-gredientes ativos), os quais devem se configurar como última alternativa para o controle das pragas.

Com a recente introdu-

"AINDA QUE A APLICAçãO DE INSETICIDASDEVA SER VISTA COM PARCIMôNIA, EM DETERMINADAS SITUAçõES, ELA SE FARá NECESSáRIA. NESTE PONTO,O ESTADO BRASILEIRO TAMBéMPODERIA AGIR DE FORMAMAIS EFICAz"

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ção dos cultivares Bt (Ba-cillus thuringiensis) para as culturas de algodão e milho (plantas com genes da bactéria Bacillus thurin-giensis, os quais promovem a expressão de proteínas com ação inseticida sobre alguns tipos de insetos), o cenário se tornou ainda mais favorável ao surgi-mento de pragas. Isto por-que, se antes o trabalho do produtor, no tocante ao controle, incluía quase que exclusivamente a aplicação de inseticidas, com a intro-dução destes cultivares, não haveria mais o que se fazer neste sentido. Muitos pensaram e agiram assim. E o resultado, bom, este já é de conhecimento público. Novamente faltou proativi-dade, sentido de prontidão e capacidade de analisar previamente os riscos.

E, vale destacar que a tecnologia em si não tem qualquer responsabilidade sobre o mau uso que dela se fez. Isto por outro lado, não exime de responsabili-dade os detentores da tec-nologia. Assim, os prejuízos e a situação de incerteza presente são consequên-cia direta do uso incorreto, simplista e estreito da tec-nologia. Uma vez mais, à luz do conhecimento atu-al, pode-se concluir que os atores do processo se esqueceram de exercitar a

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V.4, n. 43, p. 3 - ABR/MAI/JUN.2013 - Bahiacrea48

>artigo adriano lupinacci

lição de casa. Entende-se que o modelo praticado na maioria das áreas agrícolas é demasiado arriscado e encontra-se alicerçado so-bre uma filosofia simplista, estreita e imediatista.

o exemPlo da

austrália

A Austrália passou por um problema semelhante ao vivenciado pelo Brasil, re-lativo à ocorrência de Heli-coverpa armigera, espécie mais agressiva do gênero, no final da década de 1990, mais especificamente entre os anos 1997 e 1998, apesar de a praga já ter sido iden-tificada naquele país desde os anos 1970. Os australia-nos aproveitaram a praga para se profissionalizarem, organizarem-se e torna-rem-se ainda mais compe-titivos no que concerne à produção agrícola. Ações de sensibilização e capaci-tação do produtor alicerça-ram todo o Programa Fitos-sanitário Australiano e as ações dele decorrentes. A adoção em escala nacional de programas de MIP ocor-reu como consequência de um processo planejado e estruturado cujo suporte estava na formação de li-deranças regionais, orien-tação do produtor rural e na geração permanente de informações visando subsi-diar o produtor nas toma-das de decisão.

Os pontos mais impor-

tantes do programa desen-volvido na Austrália podem ser assim relacionados: (a) comunicação eficaz com o produtor (capacitação e informação); (b) adoção das boas práticas agríco-las (BPA) nos sistemas de produção; (c) implantação de programas de MIP; (d) uso intensivo de agentes de controle biológico; (e) rotação de culturas e uso de culturas isca; (f) uso de refúgio estruturado (70% de cultivares convencionais durante o período em que se contava somente com cultivares com uma prote-ína Bt para a preservação das proteínas que aparece-riam na segunda geração de cultivares Bt) para garantia do manejo de resistência das plantas ao inseto e (g) calendarização do uso de inseticidas, dando-se pre-ferência por produtos sele-tivos e menor toxicidade. É importante considerar que o uso de inseticidas é feito sempre em último caso.

Produtores, empresas e Governo, cada qual fazendo sua parte, tal como deve ser numa sociedade organiza-da. O resultado: eles alcan-çaram sucesso. Do exposto, percebe-se que ainda temos um longo caminho a trilhar.

desafios

Partindo para a realidade, dentro de uma visão prag-mática, sabendo-se que no Brasil, não se pode contar

com um Estado proati-vo, eficiente, organizado e capaz de coordenar um processo dessa magnitu-de, que exige ações para o médio e o longo prazo, tal como o é o australiano, o produtor brasileiro deve-rá assumir essa batalha. A formação de lideranças imparciais, bem preparadas e articuladas, que sirvam para representar os interes-ses legítimos do produtor rural se configura como o primeiro passo.

A análise crítica dos modelos de produção, pas-sando por uma revisão da filosofia de exploração dos recursos produtivos vem em seguida. O entendi-mento de que sistemas ba-seados no uso de rotação de culturas, plantio direto com palha, integração la-voura-pecuária associados a programas eficazes de manejo integrado de pes-tes (pragas, doenças, plan-tas daninhas, nematoides e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas) é

essencial para que a agri-cultura brasileira atinja um novo patamar em termos de competitividade e sus-tentabilidade. Nesta etapa surge a necessidade de se desenvolverem ações vi-sando à capacitação em larga escala do produtor, como pré-requisito básico para o sucesso do processo. Temas relativos à implan-tação do MIP nas fazen-das, análise de estratégias alternativas ao controle de pestes (além do uso de inseticidas), planejamen-to estratégico da empresa rural (envolvendo ações de médio e longo prazo – ro-tação de culturas, plantio direto, ILP), uso de refúgio estruturado, manejo da re-sistência dos insetos em re-lação aos inseticidas, entre outros temas relevantes.

A partir da conscienti-zação, sensibilização e en-tendimento da gravidade da situação por parte do produtor, o passo seguinte envolve a capacitação das equipes, responsáveis pela

"A TECNOLOGIA EM SI NãO TEM QUALQUER RESPONSABILIDADE SOBRE O MAU USO QUE DELA SE FEz. ISTO POR NãO EXIME DE RESPONSABILIDADE OS DETENTORES DA TECNOLOGIA. OS PREJUízOS SãO CONSEQUêNCIA DIRETA DO SEU USO INCORRETO"

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V.4, n. 43, p. 3 - abr/mai/jun.2013 - Bahia crea 49

AdrianoLupinaccié engenheiro agrônomo e mestre em Agronomia pela USP/ESALQ. Pós-graduado em Estratégia Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Barreiras (AEAB). E-mail: [email protected]

execução das estratégias e ações definidas previa-mente pelo produtor rural. Essa é uma etapa de mul-tiplicação da informação e, só deverá ter algum su-cesso, caso seja precedida pela sensibilização efetiva do produtor. O passo sub-sequente envolve a elabo-ração e divulgação perma-nente de material técnico informativo (atualizado e revisado anualmente) que servirá para nortear as to-madas de decisão do pro-dutor e das respectivas equipes, neste momento, já conscientizadas e capa-citadas. Nesta etapa seria oportuno haver o intercâm-bio de informações com pesquisadores da Austrália e Estados Unidos para que se aplicassem no campo as melhores e mais eficazes tecnologias associadas aos programas de MIP.

A partir deste ponto, os esforços precisam ser di-vididos com o Estado, que apesar de inoperante no mais das vezes, ainda é o responsável pelos proces-so de regulamentação e fiscalização no país. Neste sentido, ações coordenadas de orientação e conscienti-zação do produtor, num pri-meiro momento, seguidas por atividades de monito-ramento e fiscalização pela agência de defesa sanitária e outros órgãos passam a fazer sentido. A ação de fiscalização isoladamente

tem pequena efetividade, como é sabido (apesar de que muito pouco esforço é direcionado para mudar essa realidade) e não permi-tem que seja construído um novo patamar de competiti-vidade para a agricultura.

Parcimônia

Ainda que a aplicação de in-seticidas deva ser vista com parcimônia, em determina-das situações, a mesma se fará necessária. Neste pon-to, o Estado brasileiro tam-bém poderia agir de forma mais eficaz e proativa. Re-mediar custa caro. Inope-rância implica em perda de competitividade. Desta for-ma, profissionalizar a ges-tão pública no sentido de prover as ferramentas ne-cessárias dentro dos prazos requeridos para se fazer um uso eficaz das mesmas pa-rece ser o mínimo de uma máquina estatal que ser-ve única e exclusivamente para essa finalidade. No Brasil, parece que alguns papéis estão invertidos e parcela significativa da po-pulação ainda não se deu conta disso.

Por fim, não se pode-ria deixar de mencionar o papel e a relevância da pesquisa agropecuária. O processo de desbravamen-to, ocupação e desenvolvi-mento para ser efetivo no longo prazo deve vir acom-panhado de pesquisas que permitam direcionar as

ações antrópicas. Aqui, uma vez mais, existe um impor-tante desafio a ser vencido. Investimentos constantes, imparcialidade, busca por excelência, liderança, ante-visão e capacidade crítica são requisitos necessários para que se produzam pes-quisas com aplicação prá-tica providas de qualidade. Ainda neste ponto, é ne-cessária uma participação mais intensa e interativa do produtor rural. Como um dos mais importantes clien-tes da pesquisa, é oportuno que haja maior envolvimen-to e interesse.

Os atores do processo deverão compreender que os frutos do amanhã serão semeados hoje. Educação, comunicação, participação, interesse, liderança, coor-denação e sentido de pron-tidão, eis pontos que neces-sitam ser revistos, caso o produtor brasileiro preten-da atingir um novo pata-mar de competitividade e sustentabilidade. Caso con-trário, as helicoverpa conti-nuarão representando um enorme perigo.A reflexão sobre essas questões é sa-lutar, devendo ser promo-vida com maior frequência, em ambiente civilizado, vis-to ser o exercício do raciocí-nio devidamente treinado educado o caminho mais sensato para garantir que as mudanças necessárias sejam devidamente postas em prática.

acervo pessoal

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crea50 V.4, n. 42, p. 50 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

estruturasBaseado nas análises de obras existentes no mercado, o livro "Projeto e Cálculo de Estruturas de Aço: Edifício Industrial" apresenta a teoria de estruturas de aço, partindo do exemplo prático de um edifício industrial. O volume apresenta aos estudantes de engenharia civil e profissionais da área aspectos básicos para o dimensionamento de estruturas de aço, além de disponibilizar um projeto completo e detalhado com os cálculos, esquemas e desenhos. Para ser usado como guia.

cinco anos que mudaram tudo Produzido pela HOTWords, o documentário debate os efeitos da evolução tecnológica, que marcam o século 21. Dirigido por Marina Bastos, traz depoimentos do presidente Barack Obama e entrevistas com representantes de grandes empresas, como Romero Rodrigues, cofundador do site Buscapé, e Alex Banks, da ComScore Brasil. Mudanças provocadas pela internet e novos dispositivos tecnológicos, como iPads e smarthphones, além da importância das redes sociais, são focados no trabalho, idealizado por André Lefcadito e Gustavo Morale.

aulas onlineCriado em 2009, com o objetivo de ajudar os estudantes das áreas tecnológica a compreender disciplinas como cálculo, física, álgebra linear, geometria e física quântica, o site português matmania.yolasite.com é um sucesso no Brasil. Várias vídeos-aulas das respectivas disciplinas estão disponíveis no portal, que é mais visto pelos brasileiros do que pelos estudantes lusitanos.

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julho10 > Dia do Engenheiro de Minas 12 > Dia do Engenheiro Florestal13 > Dia do Engenheiro Sanitarista

setembro20 > Dia do Engenheiro Químico23 > Dia do Técnico Industrial e do Técnico em Edificações26 > Dia do Técnico Agropecuário28 > Dia do Hidrógrafo29 > Dia do Ferroviário

outubro12 > Dia do Engenheiro Agrônomo 14 > Dia do Meteorologista 16 > Dia do Engenheiro de Alimentos 25 > Dia dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua e da Construção Civil27 > Dia do Engenheiro Agrícola

fotos divulGação

trabalho foi originado a partir de uma série de seminários apresentados pelo autor.

Engenharia SocialAutor: Ian Mann Editora Blucher236 páginas / R$ 45

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Geologia e cultura Autor: Adriano GambariniEditora Metalivros284 páginas / R$ 130

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AlAgoinhAsInspetor chefe: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos CardosoRua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030Telefax: (75) [email protected]

BArreirAsInspetor chefe: Eng. agrônomo Nailton Sousa AlmeidaTravessa 15 de Novembro, 21, Sandra Regina. CEP: 47.803-130Tel: (77) 3612-3700Telefax: (77) [email protected]

Bom Jesus dA lApAInspetor chefe: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de AlmeidaAv. Duque de Caxias, Ed. Professor Antonio Ferreira Barbosa,493, Centro. CEP: 47.600-000Tel: (77) [email protected]

BrumAdoInspetor chefe: Eng. civil André Luís Dias CardosoAv. Otávio Mangabeira, 210, Centro CEP: 46.100-000Tel: (77) [email protected]

CAmAçAriInspetor chefe: Téc. de Segurança do Trabalho e eletromecânico Fabiano Ribeiro LopesAvenida Radial A, nº 67, Centro, Edifício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar.CEP: 42.807-000Tel:(71) 3621 [email protected]

Cruz dAs AlmAsInspetor chefe: Eng. civil Luís Carlos Mendes SantosRua Januário Velame, 41, Assembleia.CEP: 44.380-970Tel: (75) [email protected]

eunápolisInspetor chefe: Eng. civil Ezequiel

Inspetorias

Eliahu MizrahiRua Castro Alves, 374, Salas 02 e 03, Centro. CEP: 45.820-350Tel: (73) [email protected]

FeirA de sAntAnAInspetor chefe: Eng. civil Diógenes Oliveira SennaRua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro.CEP: 44.001-120Tel: (75) [email protected]

guAnAmBiInspetor chefe: Eng. agrimensor Wellington Donato de CarvalhoRua Maria Quitéria, 35, Centro.CEP: 46.430-000Tel: (77) [email protected]

ilhéusInspetor chefe : Eng. civil Gilvam Coelho Porto Júnior Rua Conselheiro Dantas, 81, Centro.CEP: 45.653-360Tel: (73) [email protected]

ireCêInspetor chefe: Eng. agrônomo Marcelo Dourado LoulaRua Antonio Carlos Magalhães, 59, Centro. CEP: 44.900-000Tel: (74) 3641-3708 Telefax (74) 3641 - [email protected]

itABerABAInspetor chefe: Eng. agrônomo Valmir Macedo de SouzaPraça Flávio Silvany, 130, sala 15, Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas, Centro.CEP: 46.880 - 000Tel: (75) [email protected]

itABunAInspetor chefe: Eng. civil Dermivan Barbosa dos SantosRua Nações Unidas,625, Térreo, Centro. CEP: 45.600-673Tel: (73) 3211-9343

Fax: (73) [email protected]

JACoBinAInspetor chefe: Eng. agrônomo Ernani Macedo PedreiraRua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 44.700-000Tel: (74) [email protected]

JequiéInspetor chefe: Eng. civil Deusdete Souza BritoRua Jornalista Fernando Barreto, 133, Centro. CEP: 45.200-000Tel: (73) [email protected]

JuAzeiroInspetor chefe: Eng. agrônomo Luciano César Dias MirandaRua XV de Novembro, 56, CentroCEP:48.905-090Tel:(74) 3611-8186Telefax: (74)3611-3303 [email protected]

lAuro de FreitAsEstrada do Coco, Shopping Ponto Verde, s/nº, loja 17 CEP: 42.700-000Tel: (71) 3378-7216Telefax: (71)[email protected]

luís eduArdo mAgAlhãesInspetor chefe: Eng. agrônomo Paulo Roberto GouveiaAv. JK, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3, Centro. CEP: 47.850-000Tel:(77) [email protected]

pAulo AFonsoInspetor chefe: Técnico agropecuário Marcos de Souza DantasRua Carlos Berenhauser, 322, térreo, General Dutra.CEP: 48.607-130Tel:(75) [email protected]

riBeirA do pomBAlInspetor chefe: Eng. civil Jone Souza Santos

Av. Dep. Antônio Brito, 132, Centro.CEP: 48.400-000Tel: (75) [email protected]

sAntA mAriA dA VitóriAInspetor chefe: Eng. civil José Oliveira SilveiraRua Ruy Barbosa, s/nº, Centro.CEP: 47.640-000Tel: (77) 3483-1090 Telefax: (77) [email protected]

sAnto Antônio de JesusInspetor chefe: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis NetoAv. Roberto Santos, 88, Ed.Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104, Centro. CEP: 44.570-000Tel: (75) [email protected]

seABrAInspetor chefe: Eng. civil Juracy de Souza WanderleyRua Jacob Guanaes, 565.CEP: 46.900-000Tel:(75) [email protected]

teixeirA de FreitAsInspetor chefe: Eng. civil Carlos Luís Rocha JúniorAv. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro, Ed. Esmeralda - salas 203 a 205, Centro.CEP: 45.995-006Tel: (73) 3291-3647Telefax: (73) [email protected]

VAlençAInspetora chefe: Engª. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do LagoRua Dr. Heitor Guedes de Melo,111, Ed. Argeu Farias Passos, Centro CEP: 45.400-000Tel: (75) [email protected]

VitóriA dA ConquistAInspetor chefe: Eng. civil Marcos Santana LeiteAvenida Otávio Santos, 722,Recreio.CEP: 45.020-750Tel: (77) 3422-1569Telefax: (77) [email protected]

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