Revista Cidades Históricas - Tiradentes
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Em 1889 recebe nova de-
nominação, passando a se
chamar Tiradentes, em
homenagem ao herói da
Inconfidência Mineira,
Joaquim José da Silva
Xavier. Dessa época em
diante, a cidade experi-
menta certo ritmo de ex-
pansão comercial com a
implementação do ramal
ferroviário da Estrada de
Ferro Oeste-Minas e, mais
tarde, do sistema rodoviá-
rio.
Hoje, uma das importantes
fontes de renda da cidade é
o turismo, mantido graças
ao grande interesse por seu
conjunto arquitetônico
colonial, quase inalterado.
A cidade foi tombada co-
mo Patrimônio Histórico
Nacional em 1938 pelo
Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Naci-
onal - Iphan, resguardan-
-se não só seu conjunto
arquitetônico como tam-
bém áreas de seu entorno
paisagístico, especialmente
a imponente Serra de São
José com agradáveis ca-
choeiras e vegetação rema-
nescente da Mata Atlânti-
ca.
A cidade de Tiradentes origi-
nou-se do pequeno arraial da
Ponta do Morro, formado em
inícios do século XVIII. Desde
os últimos anos do século
XVII, o paulista Tomé Portes
del-Rei explorava o direito de
passagem às margens do Rio
das Mortes, num ponto conhe-
cido como Porto Real da Passa-
gem. Em 1702 João de Siqueira
Ponte chega à região e, em
companhia de Tomé Portes,
descobre ouro nos córregos da
redondeza. O local, denomina-
do Ponta do Morro, logo se
transforma em arraial com o
afluxo crescente de garimpei-
ros. Pouco tempo depois, passa
a se chamar Arraial da Ponta
do Morro de Santo Antônio,
em louvor ao santo de devoção
dos moradores que aí se reuni-
ram e ergueram uma capela.
Graças à abundância do ouro
encontrado, o arraial desenvol-
ve-se rapidamente, sendo ele-
vado à categoria de vila em
1718, quando recebe a denomi-
nação de São José del-Rei. Nas
primeiras décadas do século
XVIII, foi construída a maior
parte de seu casario e de suas
edificações religiosas, como a
Igreja de Nossa Senhora do
Rosário, em 1708, e a Matriz
de Santo Antônio, em 1710. Ao
redor das igrejas e capelas,
localizadas em pontos elevados
da cidade, as casas foram se
firmando numa configuração
que permanece até hoje.
A decadência da mineração, que
já se manifestava em toda a
Capitania das Minas Gerais
desde 1750, só viria a ter refle-
xos no crescimento da Vila de
São José no início do século
XIX, quando as minas de ouro
se esgotam. Apesar da escassez
do metal, a Coroa Portuguesa
lança a derrama, exigindo o
pagamento compulsório de im-
postos atrasados do quinto do
ouro, que em 1788 somavam
mais de oito mil quilos.
A atitude opressora da metrópo-
le faz surgir o espírito revoluci-
onário entre as camadas mais
abastadas, reunindo militares,
comerciantes e intelectuais no
movimento mais tarde conheci-
do como Inconfidência Mineira.
Em 1789, a denúncia do coronel
Joaquim Silvério dos Reis colo-
ca São José del-Rei entre as
vilas mineiras envolvidas na
conspiração. Entre os integran-
tes está o padre Carlos Correa
de Toledo e Mello, vigário da
então Freguesia de Santo Antô-
nio, considerado um dos maio-
res propagadores do movimen-
to.
Sem grandes alternativas econô-
micas, São José del-Rei, eleva-
da à categoria de cidade em
1860, pouco se modifica. Sua
integridade patrimonial e paisa-
gística assegura-lhe um dos
perfis coloniais mais autênticos
de Minas Gerais e do Brasil.
A História da Cidade
CIDADES HISTÓRICAS | 01
Cidade de Tiradentes
JORNALISTAS:
Rafael Licastro
Bruno Gil
Luiz Fernando
Isaac Coelho
FONTES DE PESQUISA
Tiradentes—Site
Oficial
Google Imagens
ARTE DA REVISTA
Rafael Licastro
Nesta edição:
História 1
Principais Pontos Turísticos 2
Matéria de Capa 3
Galeria de Fotos 4
Principais Pontos Turísticos
CIDADES HISTÓRICAS | 02
Igreja de São Fran-
cisco de Paula
A principal atração da igreja está em seu exte-rior, onde é possível ter uma das mais belas vis-tas da cidade. Ainda do lado externo, um cruzei-ro instalado em 1718.
Santuário Santíssi-ma Trindade
Nessa igreja se destaca a imagem do Pai Eterno em tamanho natural de autoria desconhecida.
Capela de N. Senho-ra do Rosário
Uma curiosidade peculi-ar dessa igreja, é que os escravos que a construiu levavam em suas unhas e cabelos ouro roubado de seus senhores, ouro esse que serviu para decorar a igreja.
Estação ferroviária
Estação da Estrada de Ferro, bonito prédio c o n s t r u í d o e m 1880/1881, em estilo característico da arqui-tetura da estrada de fer-ro. Ainda estão em fun-cionamento as locomoti-vas a vapor que datam do início do século XX.
Cachoeira do Bom Despacho
Localizada as margens da Estrada que liga a cidade de Tiradentes à Santa Cruz de Minas, esta por sua vez recebe um elevado número de banhista devido à sua localização. (Percurso de carro cinco minutos)
Largo das Forras
O largo fica na região central da cidade e nele se destaca o antigo casa-rão fundado em 1720 onde hoje funciona a prefeitura municipal
Gruta da Casa de Pedra
Encontra-se na Br-265, entre São João del-Rei e Tiradentes, na margem esquerda do Rio das Mortes. Sua formação calcária proporciona o aparecimento de estalactites e estalagmites, as visitas a gruta são monitoradas e tem a duração de aproximadamente 40 minutos. A gruta possui também 5 vias de rapel
Matéria de Capa
A Matriz de Santo Antônio de Tiradentes teve a sua construção iniciada em 1710, no lugar de uma pequena
capela bandeirante, que foi a primeira Matriz da Comarca do Rio das Mortes. Em 1732 a Irmandade do San-
tíssimo Sacramento, em petição à Coroa Portuguesa, diz estar a igreja construída, faltando o forro e o assoa-
lho. Na verdade, em 1733, o entalhador João Ferreira Sampaio trabalhava no altar-mor e em 1736/37 na obra
de talha dos muros da capela-mor e arco-cruzeiro. Parece que em 1752 a igreja já estava concluída interna-
mente, pois o pintor Antônio de Caldas, recebia, neste ano, 7.200 réis pelo douramento da igreja.
A igreja foi construída sobre uma colina e com grande aterro na parte fronteira, sua fachada, com duas torres
bem desenhadas e frontão composto por duas largas volutas é ornamentada com rocalhas e encimadas por pi-
náculos. No centro do acrotério existe uma cruz da cantaria, ladeada por dois globos flamejantes. Este frontes-
pício foi construído em 1810/16, sob risco do Aleijadinho. O mestre da obra foi Cláudio Pereira Viana, que
não só executou este serviço, como também a escadaria e balaustrada do adro, entre 1818 e 1820. Toda facha-
da foi executada em taipa, tijolos e argamassa, inclusive os ornatos rococó.
CIDADES HISTÓRICAS | 03
Igreja Matriz de Santo
Antônio de Tiradentes
Galerias de Fotos CIDADES HISTÓRICAS | 04