Revista Anual d'Economia

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1 REVISTA ANUAL D’ECONOMIA

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Revista Anual d'Economia - Universidade do Minho Núcleo de Alunos de Economia

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REVISTA ANUAL D’ECONOMIA

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— DIRECÇÃORita Andrade

— REDACÇÃO E COLABORADORESRita AndradeAna Daniela SousaManel CruzJosé Cadima RibeiroHelena FerreiraCátia ClementeSofia Alves Martina MalheiroMiguel GomesJoão AntunesMarisa LeiteLuis Sousa SáWindy NoroAna RodriguesVasco EirizCarla FreireAna Catarina Antunes

— COMPOSIÇÃORita AndradeManuel Sá

— DIVULGAÇÃ[email protected]

— EXECUÇÃO GRÁFICAGráfica do Diário do MinhoTiragem200 exemplares1º edição da Revista Anual d’Economia

FICHA TÉCNICA

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ÍNDICE

— BANKRUPCY IS THE NEW AWESOME 4

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— AFINAL O QUE É O LUXO? — ECONOMIA DA CULTURA— CRISE, FENÓMENOS CULTURAIS & PIRATAS — WHO RUNS THE WORLD— LET THEM DO THE TALKING

— O CAIXOTE DO LIXO— A CRISE E O DESEMPREGO TÊM ROSTOS E A VIDA ACONTECE EM LUGARES CONCRETOS

— HOW YOU DOIN’? — EEG GENERATING SKILS — ERASMUS (GIRLS) ARE THE BEST IN WORLD”— LICENCIATURAS FOR THE BOYS— ECONOMIA: AQUELE PAPEL— ESCOLHER O CURSO (DA VIDA) — UM BOM PROFISSIONAL: COMPETÊNCIA A 3600!— O ESTADO DAS NOSSAS CONTAS

ECONOMIA EM MOVIMENTO “ E NO ENTANTO, ELA MOVE-SE”

THE C WORD

SER JOVEM:TOO COOL, FOR SCHOOL

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BANKRUPCY IS THE NEW AWESOMETHE END OF EUROPE AS WE KNOW IT

The eurozone is in a deep crisis, which will have serious consequences for the Portuguese and for the Euro-pean Union. In the beginning of the sovereign debt crisis, Greece, Portugal and Ireland owed thousands of mil-lions of euros and the problem was theirs, i.e., they would have to correct their imbalances through austerity measures.

Several commentators have ex-pressed the hope that surplus coun-tries agree to three measures. First, to change the orientation of the ECB to-wards a more expansionary monetary policy. Second, to adopt themselves expansionary fiscal policies, which would stimulate imports of goods produced by deficit countries. Finally, countries such as Germany could also take measures to increase wages and thus further stimulate demand. Associated to this view is the idea that a permanent solution to the structural fragility of the euro is the creation of a “European government” that would collect taxes and distribute subsidies and other public expenditures at the European scale.

The countries currently in crisis, would determine the economic policy of the wealthier countries and of the ECB. This solution is very unlikely to be accepted by most Germans and Central and Northern European peo-ples.

The measures include (besides ECB intervention and soft restructuring) a transfer of budgetary powers to a Eu-ropean entity designed by Central and Northern European countries. The intervention of that European entity in the budgetary process will guarantee that the budgetary targets are met, as it will be able to impose the measures required to correct deviations.

This government would put into work a mechanism of “automatic stabiliza-tion” in the eurozone: when Portugal is in recession, as is the case, and Germany is in an expansion, taxes collected in Germany would pay, for instance, unemployment subsidies in Portugal.

Fernando AlexandreDocente na Universidade do Minho

Pedro BaçãoDocente na Universidade de Coimbra

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ECONOMIA EM MOVIMENTO

“ E NO ENTANTO, ELA MOVE-SE”

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Luxury, mass luxury, masstige, new luxury, opuluxe, hyper-luxury, luxury fashion, traditional luxury.

Apesar da diminuição do poder de compra dos consumidores de alguns países europeus, o mercado global do luxo está em crescimento, sobretudo em países como o Brasil, Rússia, India e China.

Kapferer e Bastien (2009) sugerem que para se construir e manter uma marca de luxo com sucesso, os ma-rketeers têm que ter a capacidade de questionar os métodos tradicionais do marketing e inovar, uma vez que este mercado apresenta especifici-dades que contrariam os princípios clássicos do marketing.

Mas, afinal, o que é o luxo?

O luxo pode definir-se como sendo uma cultura que necessita primei-ramente de ser compreendida para depois ser posta em prática de forma espontânea mas precisa.

O luxo representa uma das suas fun-ções originais de recriar uma estra-tificação social, mas de uma forma democrática, através da meritocracia, permitindo que cada pessoa possa sonhar de acordo com a sua carteira.

AFINAL O QUE É O LUXO?

“DIAMONDS ARE A GIRL’S BEST FRIEND”

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“DIAMONDS ARE A GIRL’S BEST FRIEND”

Desta forma, o elevado preço de alguns produtos ou serviços revela--se manifestamente insuficiente para a definição do luxo. Torna-se, assim, essencial incutir uma forte dimensão

pessoal e hedonista de forma a distin-guir o luxo do simples snobismo.

Kapferer e Bastien (2009) referem, “o número de diamantes num colar é um indicador da opulência do seu usuário mas pouco ou nada diz acerca do seu gosto”! Neste sentido, o luxo é multissenso-rial e experiencial, não se limitando à aquisição do produto per si, mas a toda uma envolvência, são odores, sons, imagens, que muitas vezes evo-cam memórias, sorrisos, estados de alma, exclusivos de uma comunidade restrita. Perfeição, unicidade, simbolismo, inacessibilidade, desejo, são palavras facilmente associadas à caracterização do luxo, mas é o tempo que desempe-nha um papel principal na criação das expectativas e do sonho.

Uma marca de luxo deverá ser au-têntica, capaz de despertar emoções, criar laços, e acima de tudo, contar uma história… a sua história!

Ana SousaPhd Researcher

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O Teatro Circo de Braga, EM, SA encerrou há dias as suas contas de 2012 e, se dúvidas havia em relação à gestão desta empresa (não da nossa parte, diga--se), os números não podiam ser mais esclarecedo-res: quatro anos consecutivos de resultados líqui-dos positivos; redução de 43% do passivo total e de 42,4% dos gastos totais desde 2007, primeiro ano completo após a reabertura; finalmen-te, e mais importante por se tratar da principal medida do nosso desempe-nho qualitativo, aumento consecutivo de público desde 2008 (de 50.365 para 65.445 pessoas). Em 2012, pleno ano de crise instalada, registámos a maior afluência desde a reabertura, consoli-dando em simultâneo o bom desem-penho económico, ou seja, estamos irónica mas aprazivelmente a trabalhar em contraciclo.

Como explicar estes excelentes resultados em contexto de crise, sendo a Cultura considerada um bem não básico e por isso mesmo, à partida, um dos primeiros a ver restringido o seu consumo? Talvez a elasticidade preço da procura do sector Cultural (propositadamente escrito com mai-úscula) seja afinal menor do que se imagina: quando a experiência nos demonstra que o factor determinante da não fruição Cultural não é o preço mas sim a falta de hábitos culturais,

ECONOMIA DA CULTURA – POR DE TRÁS DO PANO

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então a escassez de dinheiro não implica necessariamente a redução do seu consumo. Ou seja, a Cultura é um bem essencial à nossa identidade, também ela em crise, e quem a valo-riza continua a consumir. Por outro lado, o PIB é uma média e eu prefiro as variâncias: cada empresa pode fazer a diferença e em contexto de crise isso faz toda a diferença.

Mas não tem sido a crise o nosso e a Troika: com a promulgação de leis desajustadas, que não acrescentam valor e encravam os sistemas inter-nos; com as constantes alterações que obrigam a um contínuo ajuste dos sistemas informáticos e quando finalmente nos adaptamos afinal já é outra coisa; com os reiterados reportes para instituições distintas de informação semelhante que nos obrigam a manter bases de dados paralelas exaustivas de alimentar, o Governo e a Troika transformaram o nosso reduzido departamento, outrora ágil e eficiente, numa mini repartição de Finanças, onde a burocracia do papel e a legalidade dos procedimentos se tornou mais importante do que o eficaz apoio à decisão. É pena. É que se não fosse por isso estaríamos ainda melhor.

Daniela QueirósDirecção de Gestão

Teatro Circo de Braga, EM, SA

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Existe uma ideia perigosa de que as crises são pródigas em fenómenos culturais. Claro que existe um reflexo das carências sociais na arte. É evidente que, sendo a arte uma ferramenta de expressão de ideias, ela vai servir também a ideia de desagra-do social, o que não quer dizer que só exista nesse contexto. Achar que uma demonstração mais acutilante na arte a torna mais legítima é esquecer o seu papel abrangente no que diz respeito à manutenção intelectual nos mais diferentes campos da cultura. As pessoas precisam de criar alguma coisa, não necessariamente com uma finalidade além do próprio processo de autoconhecimento.

A profissionalização da arte é apenas uma das apropriações possí-veis das suas ferramentas. A criação constitui um elemento essencial no equilíbrio emocional das pessoas, seja em quem faz, seja em quem consome. Não creio, no entanto, que exista um direito automático ao reconhecimento. Se eu tirar um curso de economia isso

não me garante por si só o direito a um trabalho. Fazer uma música não me garante um estatuto. Não é preciso direitos para ter trabalho, é preciso trabalho para ter direitos.

A organização da vida profissional individual pode ser feita de muitas formas, embora sejamos vítimas e culpados da formatação a que condi-cionamos o potencial das ferramentas. A ideia de hobbie teve sempre uma conotação de coisa pouco importante, secundária, porque não pressupõe re-muneração. E tudo o que não pressu-põe remuneração obriga as pessoas a formular uma ideia de retorno base-ada em valores mais abstractos, o que ao contrário do dinheiro não garante o reconhecimento geral. Acredito que interessa dimensionar o tipo de expectativa de cada actividade em função daquilo para que ela serve. E ninguém nos pode dizer como nos devemos organizar, nem como deve-mos utilizar as nossas valências.

CRISE, FENÓMENOS CULTURAIS & PIRATAS

Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o

futuro.” Albert Camus

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Acho por isso que é um erro falarmos da cultura como um ofício. Para mim a cultura é o conjunto de intersecção de todas as formas de expressão humana. Mas se falarmos de ofício falaremos de utilidade, de desempenho, de capacida-de, de competência. Existe uma declaração de direitos humanos, existem códigos deontológicos, mas todos sabemos que acima de tudo existe a nossa consciência. E embora tenhamos muitos de nós a noção do desequilíbrio social, também sabemos que a vida é tudo menos linear. Não há mudança que se faça de fora para dentro. A preservação da cultura faz parte da nossa lógica, da lógica que inventámos para preservar a nossa espécie. Já a forma de o fazer é vitima dessa mesma lógica, porque os vícios de pensamento tendem a sistematizar, e a cultu-ra não é sistematizável, ela é a consequência, não a causa. E como consequência que é, ela deseja uma causa fértil, só possível com a predisposição do homem para um pensamento livre e com o devido respeito pela procura e pelo erro.

Os nossos governos representam uma espécie de média bruta, representam o seu povo nivelando tudo por pouco. São maioritariamente formatados e, como a justiça, são teoricamente cegos. No entanto são feitos por pessoas, e mudam com as pessoas. O respeito pela cultura é o respeito pelo vizinho, pelas opções dos filhos, pelas ideias dos pais. Cultura não é só um concerto, um filme, uma peça de teatro, um bailado. Antes de discutirmos a situação da cultura temos de perguntar: que cultura? Um mal-entendido pode vedar um chão comum para o diálogo. Falamos de downloads ilegais como sendo um atentado à cultura, o que me parece bastante contraditório. Nunca se viu tanto tráfego cultural desde o seu aparecimento. Podemos falar talvez de atentado ao negó-cio. E não quero com isto dar ao negócio um tom pejorativo, apenas acho que o negócio é que deve acompanhar a cultura e não o contrário. Por isso consi-dero a monopolização de um mercado cultural o grande atentado à cultura, pois precisamente não permite o aparecimento de mercados alternativos com possibilidade de satisfazer a multiplicidade de abordagens possíveis à cultura.

Pelo contrário, vamos sentir uma pressão social para que o produto criativo contenha os ingredientes mínimos necessários à sua aceitação no mercado único. Para mim, apoiar a cultura é não estorvar a cultura. Para mim, mais do que um subsídio que pode ou não ter a sua pertinência, interessa facilitar o verdadeiro empreendimento individual e não empresarial, disponibilizando o que há em vez de financiar o que não há. Desburocratizando os meios à medi-da da criatividade de quem precisa e inventa. Como posso estar contra a única contracorrente social ao monopólio? Conquistem, piratas!

Manel Cruz

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WHO RUNS THE WORLDEMPREENDEDORISMO FEMININO

“Ser-se empreendedor, em Portugal, na actual conjectura económica (o que quer que isto signifique) é difícil. Ser-se empreendedora é um de safio ainda maior e apenas com uma dose de coragem e uma outra de loucura é que se dá o primeiro passo.”

O Empreendedorismo feminino é a criação e desenvolvimento de empresas geridas por mulheres. As mulheres empreendedoras têm actualmente o apoio no desenvolvimento dos seus negócios de projectos como a ANPME (Enti-dade promotora do empreendedorismo em Portugal), a FAME (Programa de Formação e Consultadoria de Apoio à Criação de Empresas) e o Projecto EVA (Empreendedorismo Feminino de Valor Acrescentado) ao qual daremos mais importância ao longo do artigo.

Actualmente, as mulheres continuam a ter mais dificuldade que os homens em encontrar financiamento e apoios para o desenvolvimento dos seus projec-tos. Podemos pensar que ao longo dos anos Portugal tem feito melhorias nesse campo, é uma ideia falaciosa. Segundo o relatório do Fórum Económico Social, no que diz respeito à discriminação por género, ocupamos a 47ª posição, des-cendo 12 lugares relativamente à posição anterior.

De forma a colmatar estas falhas no mercado, como a fraca percentagem das mulheres nas iniciativas de criação de empresas, em geral, e nas empresas base-adas em conhecimento intensivo e tecnologia, e da necessidade de potenciar o empreendedorismo inovador e qualificado para o desenvolvimento da econo-mia regional, nasce então o projecto EVA, desenvolvido pela Tecminho (interfa-ce da Universidade do Minho).

O projecto teve a duração de aproximadamente 3 anos, e atingiu objectivos como, desenvolver competências nas mulheres qualificadas para a exploração

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das ideias de negócio e para a gestão de empresas, apoiar as empreendedoras na fase de arranque das empresas, e promo-ver a partilha de informação entre as mesmas, contribuindo assim para a criação de sinergias e desenvolvimento de parce-rias que conduzam à sustentabilidade das empresas.

Helena Gomes, responsável pelo projecto Braga POP Hos-tel, deu-nos o seu testemunho, do qual nos foi possível saber que o projecto EVA a deixou muito bem preparada. Helena diz que acredita que seja mais difícil para uma mu-lher ser empreendedora em Portugal, mas que muitas vezes o principal problema está na cabeça das mesmas, pois ainda acreditam que têm de ser mães e donas de casa.

As portuguesas, têm de trabalhar e estudar mais para chegar ao mesmo nível salarial que um homem, e se quise-rem criar o seu negócio ainda têm que se esforçar mais por financiamento. A minha geração espera sair da universidade e ver estes preconceitos resolvidos, ou então que existam mais projectos EVA para sermos nós próprias a combatê-los.

Portugal ainda tem de mudar a sua mentalidade.

Helena Ferreira2º Ano de Economia

Mais informações projecto EVA: http://www.tecminho.uminho.pt/eva/

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LET THEM DO THE TALKINGEMPREENDEDORES NA PRIMEIRA PESSOA

— O FUTURO QUÍMICO QUE OFERECE EMPREGOS

Criada em fevereiro deste ano, a pla-taforma Emprego Pelo Mundo (em-pregopelomundo.com) rapidamente se tornou um fenómeno da Internet, saltando para lugares de destaque na imprensa nacional. Com mais de um milhão de visualizações e mais de 13 000 likes na rede social Facebook, a plataforma divulga propostas de em-prego por todo o mundo (mas, tam-bém, em Portugal), dá conselhos que podem facilitar a procura de emprego no estrangeiro e apresenta testemu-nhos de jovens que já estão a trabalhar fora do país.

Contactado pela REVISTA ANUAL D’ECONOMIA, eis aquilo que o fun-dador e único administrador, Diogo Ribeiro, de 24 anos, a estudar na Re-pública Checa, tinha a dizer sobre os objetivos e ambições para a plataforma Emprego Pelo Mundo.

“Se a primeira motivação em fazer o site foi ajudar os outros e sentir-me gratificado por esse acto altruísta, o que é facto é que ele produziu tanto sucesso ao nível da adesão e do reco-

nhecimento pela sociedade, que vejo que, neste momento, se transformou já num produto comercial de grande valor. Estão a surgir muitas empresas interessadas em colocar lá publicidade o que sem dúvida o transformará num site rentável a curto prazo.

É claro que depois das ideias criadas elas devem florescer e dar os melho-res frutos. Por isso iremos continuar persistentemente a trabalhar para valorizar o site, para que ele continue a ter sucesso ou até para aumentá-lo, contribuindo, também, para que mais pessoas tenham acesso às oportunida-des surgidas no mundo do trabalho. Num mundo globalizado, temos de ser competitivos e inovadores.”.

Quando lhe perguntámos se julga que este é um projeto de futuro, ou se,

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pelo contrário, julga fazer apenas sentido na atual conjuntura…“Este projeto, além de se justificar na conjuntura atual e de ter, obviamente,

uma enorme relevância social por permitir aos jovens ter oportunidades de realizar os seus projetos de vida em qualquer parte do mundo, tem, também, hipóteses de se afirmar no futuro. Nesta aldeia global sempre em transforma-ção, as pessoas estão constantemente a mudar de emprego, quer porque ficam desempregadas, quer porque estão insatisfeitas com o seu trabalho e, por isso, procuram mudar a sua situação. Ora, um site desta natureza, desde que cumpra os objectivos para que foi criado e continue a oferecer às pessoas alternativas à sua situação laboral, pode contribuir para que seja possível a realização de sonhos pessoais e contribuir simultaneamente para a paz social, na medida em que mais pessoas se sentem mais realizadas nas suas opções de vida ao ser-lhes facultadas maiores possibilidades de escolha na vida laboral.”.

“Embora o site tenha interesse pelo mercado global do emprego, e por conse-guinte, por Portugal também, sinto que as pessoas estão particularmente sensi-bilizadas com a emigração dos jovens, não só pela dificuldade que eles sentem em encontrar trabalho cá dentro e, por isso, por não terem possibilidade de realizar os seus projetos de vida em Portugal, como pelo facto de serem incenti-vados a fazê-lo pelas autoridades que nos governam.

Nesse contexto, eu, que já trabalhei com chineses e com árabes, devo dizer que o mais importante para nos sentirmos bem no mundo é vencermos os pre-conceitos. E, para vivermos bem, seguirmos aquela máxima de em Roma, sê ro-mano. Se o árabe tem de rezar a determinadas horas ou o chinês gosta que lhes seja entregue o businesscard com as duas mãos, em sinal de respeito, devemos respeitar essas normas culturais dos países que nos acolhem. Acima das nossas diferenças culturais, das nossas crenças, somos seres huma-nos com as nossas preocupações, as nossas angústias e os nossos sonhos de deixar alguma obra nesta vida.

Gosto de citar o exemplo do meu pai, que, apesar de já estar ausente de Macau há dez anos, aquilo que deixou lá escrito em livros, ainda continua à venda por, penso eu, ainda fazer sentido para aquela sociedade. Por isso, nós podemos criar a nossa obra, deixar a nossa marca em qualquer lugar do mundo. Embora reconheça que seria muito bom podermos deixá-la em Portugal e, ao mesmo tempo, viver junto da família que os nossos descendentes têm, também, direito a conhecer e com quem deveriam conviver.”.

Luís Sousa Sá2º Ano de Economia

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What ‘C’ word do you need today? Communication, collaboration, creativity, competency, clarity, charisma,

capability, commitment. CRISIS.

CTHE

WORD

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O CAIXOTE DO LIXO

O caixote de lixo é um traço comum das organizações, quaisquer que elas sejam. O mesmo caixote que inspirou um artigo sobre teoria das organizações, obviamente intitulado “The garbage can model of organizational theory”, publicado na Administrative Science Quarterly em 1972. Os autores – Mi-chael Cohen, James March, e Johan Olsen – constataram que existem orga-nizações que actuam com uma grande variedade de escolhas. Frequentemen-te, estas escolhas são mal definidas, baseiam-se em decisões inconsistentes e não são partilhadas. São organizações que privilegiam acções pouco claras, baseadas na tentativa-erro.

A forma como as pessoas participam nas decisões revela um envolvimento pou-co persistente no tempo, sem objectivos claros.

É aqui que entra o caixote de lixo, receptáculo onde se colocam todo o tipo de problemas e soluções à medida que vão sendo gerados no dia-a-dia. Como num caixote de lixo, também nas organizações há lugar a todo o tipo de ingredientes. Por vezes, esses ingredientes – o lixo – possuem uma relação entre si. Ou seja, o papel vai para um lado, o vidro para outro, e o plástico para um outro. Mas isso não é o mais habitual. O mais habitual é os ingredientes não possuírem qualquer lógica ou sentido e, à semelhança dum caixote de lixo, não se descortina qual-quer ordem.

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Na organização, os ingredientes são os proble-mas e as soluções. Este tipo de organizações são chamadas anarquias organizadas. Nas anarquias organizadas é normal que os decisores acumu-lem problemas e criem soluções para problemas inexistentes, o que é obra. Noutras ocasiões procuram criar problemas onde possam aplicar as soluções que tinham para problemas inexistentes, o que também não deixa de ser obra. E por vezes até conseguem resolver alguns problemas sem soluções pensadas ou sem sequer terem cons-tatado esses problemas, o que é uma verdadeira obra. Quando assim é, alguns problemas acabam por ser resolvidos mas não através das primeiras decisões e soluções. Dito de outra forma, não se resolvem, vão-se resolvendo.

Esta é uma leitura atual. Ajuda-nos a compreen-der um pouco melhor as organizações e a forma como funcionamos em sociedade. Existem imen-sos exemplos: a alteração constante da política de educação; as dúvidas da empresa que navega ao sabor do vento; o rodopio da política fiscal; a autarquia local que dança ao som da música do momento; a fundação dos interesses; a empresa pública em deslize; o país atalhado e hesitante.

No quotidiano e no caixote de lixo cabe todo o tipo de ingredientes: interesses, problemas, estudos, soluções, adiamentos, protagonismos, protagonistas, propostas. Um caixote de lixo a que podemos chamar anarquia organizada.

Vasco EirizUniversidade do Minho

www.eiriz.org

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O elemento permanente da informação veiculada pela comunicação social em Portugal nos derradeiros anos e do debate derivado vêm sendo a dívida pública e o défice do orçamento. Em vez disso, deveria ter sido a crise económica, pois, como finalmente se terá percebido, só com a superação desta se dará resposta àqueles outros desequilíbrios. Quando falo em crise económica, fique claro que não estou apenas a referir-me às quedas do PIB registadas nos últimos dois anos, com continuidade garantida no de 2013, e ao flagelo do desemprego, mas estou, sobretudo, a pretender chamar a atenção para as condições dramáticas em que vivem muitas famílias nos seus lugares de residência e de trabalho (se o têm), isto é, estou a falar de gente e de lugares (territórios). A crise e desempre-go não são fenómenos abstractos, porque as vítimas das políticas que nos vêm empurrando para mais crise e mais desemprego têm rostos e a vida acontece em lugares concretos.

A análise das séries estatísticas do período pós-integração europeia permite concluir que, num quadro genérico de convergência do PIB per capita do país para a média da União Europeia, que ocorreu até ao início dos anos 2000, os momentos de maior convergência interna foram aqueles em que o PIB médio do país e da área metropolitana de Lisboa cresceram menos.

A CRISE E O DESEMPREGO TÊM ROSTOS E A V IDA ACONTECE EM LUGARES CONCRETOS

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Posto de outro modo, se o país convergiu para a média da U.E. e se o cres-cimento da área metropolitana de Lisboa foi decisivo para isso, os mesmos indicadores permitem concluir que Lisboa não foi capaz de arrastar consigo o “resto” do país. Isto tem tudo que ver com a estratégia e as políticas porque se optou e, daí, com a atenção que foi dada às regiões que dão corpo ao país.

Se há algo de positivo que se pode retirar da situação que se vive será, porven-tura, a descoberta entretanto feita pelos agentes públicos nacionais de que os territórios são alfobres de recursos e de competências. Descoberta tardia, digo eu, porque muitos dos produtos e das capacidades agora reconhecidas e que se pretende mobilizar já lá estavam (nos territórios, digo) e não parece ser política de aproveitamento consequente de recursos e competên-cias condenar ao desemprego e à emigração tanta gente. Uma vez conscientes de que há recursos, muito pouco se resolverá através de apelos ao empreende-dorismo dos desempregados e dos recém-diplomados. Uma e outra coisas não dispensam estratégia e políticas públicas adequadas. No momento em que se reconheça também isto, daremos o passo necessário para reverter a situação de crise e de descrédito no futuro do país que vivemos.

J. Cadima RibeiroProfessor do Departamento de Economia da EEG

([email protected])

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SER JOVEM:TOO COOL, FOR SCHOOL

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Perfil PHILLIPE VIEIRA

Nascido em janeiro de 86, numa pequena Vila no estado de Massa-chusetts, tinha 10 anos quando os seus pais resolveram regressar a casa – Braga. O percurso escolar foi por isso todo feito por Braga - incluindo pré-histórica Licenciatura em Co-municação Social na Universidado do Minho. Daqui, foi parar a um estágio na SIC, estação na qual ficou a trabalhar por mais alguns meses. Com um mestrado no bolso em Informação e Jornalismo regressou à UM para ser bolseiro de investi-gação. Mas não era a carreira aca-démica que o deixava contente e numa tentativa de mudar de rumo viu-se a agarrar uma oportunidade de trabalho na CNN. Foi a voz in-glesa de Cristiano Ronaldo e Paulo Bento durante o EURO2012, e por lá continua, 20 meses depois, mais concretamente em Atlanta, USA.

HOWDOIN’?

YOU

Acabados de nascer, têm todos menos de 30 anos e já são o que queriam ser quando eram pequeni-nos estudantes universitários. Um jornalista da CNN, uma punk-designer mais anti-social que o teu gato (palavras dela), e uma investigadora na London School of Economics.

Desafiados p’la Revista Anual d’Economia, juntamos estes três para descreverem o que os move no mercado de trabalho, como lá chegaram e o que pensam da actual conjuntura económica.

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DOS CAMPI PARA O MUNDODa passagem pela universidade, os três destacam coisas muito diferentes mas não menos

valiosas. Se por um lado Goreti destaca “ataques de riso e pernas de frango”, aos quais ainda acrescenta o que aprendeu de matemática, Rita destaca sobretudo “a vontade imensa de fazer tudo por [si] própria e nunca depender de terceiros”. Mas este sentido tão individualista não poderia existir sem o apoio de pelo menos um Professor: “se não tivesse tido, mal entrei para aquele antro, o professor Júlio Dolbeth a elogiar as minhas t-shirts de Discharge, Black Flag e a incentivar a minha atitude de punk má ranhosa provavelmente não existiria Wasted Rita neste momento. Ou talvez existisse, mas ainda mais perdida.” É também do relacionamento que esta-beleceu com colegas e professores que Phillipe se recorda com mais carinho, a par das experiên-cias jornalísticas no “ComUM” e “Jornal Académico”.

Se na Universidade Rita queixava-se de como a vida de estudante é difícil e atarefada “Sabia lá eu que passados uns anos os meus dias começavam às 8h da manhã e acabavam à 1h - também da manhã”, Goreti também sabia que não queria um nine-to-five job “ O percurso normal pare-cia ser ir trabalhar para um banco ou uma consultora, mas gosto demasiado de andar de sapatil-has!”. Já Phillipe só não queria “ter de [se] resignar a uma vida de contenção, de aperto de cinto, de constante austeridade e de permanente melancolia. O triste fado lusitano não seria o meu.

Perfil GORETI FARIA

É a mais nova do grupo, tem 23 anos e apenas dois foram vividos fora de Braga, cidade onde viveu e nasceu. Licenciada em Economia, pela Universidade do Minho, não foi há muito tempo que a deixamos de a ver pelos corredores da EEG a bater records académicos. Da EEG, atravessou o canal da mancha para ir tirar o mestrado em Filosofia das Ciências Sociais pela Lon-don School of Economics. E é por lá que continua, agora como aluna do programa de doutoramento em Philosophy

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VICIADOS NO TRABALHO“Eu sou completamente viciada em tra-

balho. Desde que tenha muitas semanas como esta, em que não tenho tempo para pensar no Passos ou no que o Seguro disse sobre o que o Passos fez - é bom sinal”, conta-nos Rita que, para além de passar o dia a fazer ilustrações escreve, faz umas exposições, cria colecções de roupa - ideias para ocupar e rentabilizar o tempo, não lhe faltam. A goreti dá se ao luxo poder “ler artigos sobre inteligência artificial e a intencionalidade de uma máquina. E, o melhor de tudo, é que posso perguntar o que é o infinito!” – sem ninguém achar que é maluca.Já phillipe, relembra a experiencia fantástica e as “oito horas de constante adrenalina, de cor-rerias e de luta contra o tempo.”

A CRISEA forma como a crise embateu na vida

destes recém-licenciados foi bem diferente entre todos: se para Goreti esta não se reflec-tiu “de forma nenhuma” na sua saída para Londres, já Phillipe, “não queria ser mais um a trabalhar 10 horas por dia para me conten-tar com os mil euros que recebia”. Para Rita, “as dificuldades de um ilustrador em Portugal são iguais às de qualquer outro profissional independente: trabalhos não pagos, clientes que pagam a 90 dias..” e relembra ainda que “qualquer pessoa pode ser ilustradora freelancer. O difícil é conseguir viver disso”.

Perfil RITA GOMES (WASTED RITA)

Com 25 anos já expôs ao lado de Aaron Rose, Ed Templeton, Harmony Korine, as suas referências nos tempos de licenciatura em Design de Comunicação pela faculdade de Belas Artes do Porto. Concebida em Nova Jérsia, mas a viver no Porto desde sempre, a designer gráfica, ilustradora e criativa já andou pelo Reino Unido, Ale-manha e EUA a mostrar os seus trabalhos. Descreve-se entre o brilhante e o terrível e o seu estilo provocador e sarcástico tem-se espalhado pela Internet graças ao blog que alimenta quase diariamente (www.ritabored.blogspot.com).

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BOLSOS CHEIOSPara terminar, e como isto se trata de uma Revista de Economia, perguntámos aos nossos convidados: o que dizem os teus bolsos?

As moedas de ouro que alguém diz que me oferece nunca são o derradeiro elemento nas minhas escolhas. Mas, “there’s always bigger and better”Phillipe Vieira

FCT, gosto muito de ti. Goreti Faria

[Dizem] Que hoje comprei um iPhone. E uns sapatos. Não, não roubei ninguém. Não, não pedi aos meus pais. Sim, paguei com o meu dinheiro. Sim, ainda há esper-ança. E, sim, vem quase sempre lá de fora. Rita Gomes

Rita Andrade 2º Ano de Economia

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EEG GENERATING SKILS

O principal objectivo do programa de Desenvolvimento de competências transversais da EEG consiste em desenvolver, nos seus futuros graduados, com-petências diferenciadoras no mercado de trabalho, que potenciem a sua empre-gabilidade. Por outro lado, o contacto com empregadores de referência e com ex-alunos e o conhecimento da sua perceção face às atitudes e às competências que são requeridas no momento de entrada no mercado de trabalho, permitiu avaliar a importância da aquisição de competências transversais durante a formação académica. E finalmente, a própria Universidade deu indicações, na sua estratégia, quanto ao desígnio de: “promover o potencial criativo e o pen-samento reflexivo e crítico necessário à análise dos problemas contemporâneos” e “desenvolver competências transversais” (RT-78/2010).

Deste processo foram identificadas as 10 competências transversais que são privilegiadas no âmbito do programa, a saber; o relacionamento interpessoal, o trabalho em equipa, a liderança, a comunicação, a inovação e criatividade, a consciência ética e pensamento crítico, o planeamento e organização, as tecno-logias e Sistemas de Informação, e a resolução de problemas.

Apesar de ainda não ser possível medir a eficácia do programa em termos de empregabilidade dos alunos que o frequentam é possível identificar vantagens que decorrem de uma grande proximidade com as empresas e empresários. Uma destas vantagens resulta da oportunidade de testemunhar como funcion-am algumas empresas de sucesso e de ter conhecimento do que é esperado pelas empresas. Por outro lado, o contacto com os CEOs das empresas permite con-hecer diferentes experiências de vida e experiências profissionais que são lições de vida para todos. E finalmente, este programa contribui para a construção de uma rede de contactos, que pode ser determinante para obter um emprego e mesmo para o desempenho profissional. Da parte dos alunos, o feedback tem sido muito favorável quanto às actividades que têm desenvolvido no âmbito do programa como quanto às vivências que este tem proporcionado.

Carla FreireDocente na EEG

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ERASMUS (GIRLS) ARE THE BEST IN WORLD”TESTEMUNHOS ERASMUS

Participar no Programa Erasmus é sem dúvida uma experiência única, além de nos permitir conhecer um país novo proporciona-nos um leque de aventuras e experiências inigualáveis!A nossa aventura começou no dia 18 de Setembro do ano passado quando ás 6h da manhã partimos rumo a Pardubice, República Checa, para aquela que seria uma viagem inesquecível. Mas, a aventura começa muito antes de levantarmos voo, a preparação da mala é uma das di-ficuldades iniciais. O que levar? Qual o limite do peso? São as principais perguntas que nos vão ocorrendo, e o melhor a fazer é uma pesquisa sobre as condições meteorológicas do país de acolhimento e falar com colegas que já tenham ido para o mesmo destino, as dicas de quem já passou pelo mesmo são muito úteis.

Quando chegamos ao destino tivemos um choque imediato com a língua, o checo é uma língua muito complicada e poucas eram as pes-soas que falavam inglês, também a moeda foi outra grande diferença, utilizam a coroa checa, 1 euro vale aproximadamente 25 coroas checas. Ainda, a gastronomia pouco ou nada tem em comum com a portuguesa (demoramos algum tempo a habituar-nos, mas lá íamos atenuando as saudades da comida caseira ao cozinhar alguns pratos tradicionais em conjunto com os nossos colegas Erasmus).

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Mais tarde tivemos também um choque com as condições meteor-ológicas, em média as temperaturas estavam entre os -5º e os -10º, temos de admitir que não há preparação psicológica possível para as aguentar!

Com o passar do tempo percebemos que a convivência com pessoas de

diferentes nacionalidades é, sem dúvida, uma das principais causas do sucesso deste projeto. Tivemos o prazer de conhecer pessoas de diferentes pontos da Europa e partilhamos com elas imensos momentos, viagens, comidas típicas,... Para tal beneficiamos também da localização da República Checa e o eficiente sistema ferroviário da mesma, que nos permitiram organizar algumas viagens económicas e conhecer mais 5 países da Europa do leste.

As condições criadas pela Universidade de Pardubice para os alunos Erasmus são muito boas, existe um bloco residencial que é na sua maioria para Erasmus, este localiza-se dentro do campus o que nos permite ir a pé para as aulas. As unidades oferecidas são todas em inglês e os professores mostraram-se dis-poníveis para ajudar durante a nossa estadia.

Voltamos com muitas aventuras e histórias para contar na bagagem mas mais importante que isso foi o enriquecimento cultural e as amizades que fizemos. É com toda a certeza que dizemos que a decisão de embarcar nesta aventura foi a mais a certada e aconselhamos todos os que tenham essa possibilidade a participarem!

Cátia Clemente e Sofia Alves

O meu período ERASMUS foi uma experiência marcante, que teve os seus mo-mentos difíceis, mas que avalio como muito positiva. A ideia ao partir deve ser a de deixar a zona de conforto, isto é, partir com o sentido de ir à descoberta. Foi um período da minha vida em que cresci muito, amadureci, pus à prova algumas das minhas capacidades, desenvolvi outras, desde uma vertente mais pessoal (o valor do espírito de entreajuda, da tolerância, do respeito pela mul-ticulturalidade), até à consciência de um amplo enriquecimento do ponto de vista académico. Deu-me a verdadeira noção daquilo que significa ser uma cidadã do mundo. Porquê Polónia, Universidade de Varsóvia? Queria ir para um país longe de Portugal, com uma cultura diferente. Foi o que encontrei! Trata-se de um país

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que viveu muitos anos sob a influência comunista e que, por isso, é preciso ir com um jogo de cintura muito grande, muita capacidade de adaptação e com a noção que nem sempre os dias são fáceis...até porque quase não há sol. A neve e as temperaturas negativas fazem parte do dia-a-dia. A gastronomia é algo que varia entre kebab e massas recheadas. É o oposto daquilo que é a dieta mediterrânica, e é em geral pouco tragável.

A Polónia tem-se tornado nos últimos tempos um polo de atracção empre-sarial. Em 2012, quanto a tendência global era de recessão, verificou-se uma variação do PIB de 2,4%. Temos grandes empresas portuguesas, como a cadeia Jerónimo Martins, (Biedronka) a ganhar a cada dia que passa, mais quota de mercado. A Polónia é, sem dúvida um país a apostar para os alunos ERASMUS que pla-neiam ter uma carreira internacional.

Martina Malheiro

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A plataforma estará acessível online, por isso os estudantes e visitantes inter-nacionais podem reservar alojamento ainda antes da sua chegada.

Marisa Leite 2º Ano Economia

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LICENCIATURAS FOR THE BOYSPROGNÓSTICOS SÓ NO FINAL DO JOGO

A licenciatura é apenas um jogo de Super Mário no salão de jogos, mas com muito café à mistura. Pedes uns trocos aos teus pais para participares, é comum bateres voluntariamente com a cabeça nos tijolos, queimas a pestana, de vez em quando tomas umas coisas pra te aguentares (se bem que num dos casos, os cogumelos não servem bem para te dar força extra), e no fim, tem tudo a ver com o teu pulso faz no momento da verdade. Quando tudo acabar, não tens uma princesa à espera, é verdade, mas não sei se preferes essas curvas às de um diploma. Adicionalmente, se não tinhas bigode no início, também ganhas um.Em certas alturas ficas tolo quando falhas em derrotar um qualquer monstro poderoso, e tens que começar o percurso de novo. No jogo, também existem casos desses. No entanto, só te faz dar mais valor quando o consegues. Pelo caminho aprendes coisas novas, quer seja como calcular quanto é que um ano adicional na tua educação irá contribuir para o teu salário futuro, ou então que os tubos de ven-tilação têm flores carnívoras, ou ainda que tens sempre pelo menos um amigo que veste de verde (por dentro ou por fora). No Minho há ainda o paralelismo de andares com um ‘chapéu’ na cabeça, dês-lhe o nome que deres.Há várias escolhas, quer no salão de jogos, quer no ensino superior, e filas imensas em ambos os casos. Não há tempo para descansares, por isso a escolha deve ser feita cuidadosamente. Tens no entanto alguns deveres. Deves fazer por merecer o privilégio de andar numa licenciatura do nível de Economia na EEG, e quando acabares o que tens a fazer em uma qualquer das máquinas, escreves um texto sobre uma analogia claramente absurda e rebuscada para aconselhares o próximo.

Miguel Gomes 1º Ano de Mestrado em Economia, UM

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Tal como todos os estudantes que passaram pelo ensino básico e posterior-mente secundário, criei em mim várias expectativas e ideologias sobre qual a licenciatura que iria frequentar quando ingressasse no ensino superior e como iria ser o meu futuro a nível profissional.Ao longo do meu percurso no ensino secundário, frequentei o curso de ciên-cias socioeconómicas, todavia ainda nada estava definido, mas após longas reflexões, pesquisas e de ouvir várias opiniões, comecei a pensar na Licenciatura em Economia e, posteriormente, estava convicta que seria este o caminho que iria percorrer durante os três próximos anos.A escolha tinha de ser feita. E assim foi. De incerteza e mero pensamento hipo-tético transformou-se em algo claro, coeso e definitivo. Decidi seguir em frente com o que, recentemente, achava pouco seguro: o curso era Licenciatura em Economia. Porém, outro dilema se imponha: Mas onde é que posso encontrar as minhas expectativas concretizadas? Surgiu assim a fase de escolher a univer-sidade que iria frequentar, dado algumas questões a nível pessoal e pela exce-lente reputação desta inerente à Licenciatura em Economia, a Universidade do Minho foi desde logo a minha primeira opção.Candidatei-me, assim, no curso de Economia na Universidade do Minho e aguardei pelas colocações, tal como milhares de estudantes.Atualmente, frequento uma das melhores universidades do país: na Universi-dade do Minho, como estudante da EEG, mais precisamente como estudante do primeiro ano da Licenciatura em Economia.Após bastante esforço, dedicação e sobretudo um estudo diário, finalizei o primeiro semestre. Fiquei, sem dúvida alguma, com uma impressão bastante positiva relativamente ao curso, pelo facto de ter um nível elevado de exigência que permite preparar os estudantes de forma eficiente de modo a que consigam forjar o seu próprio percurso profissional com grande êxito. Saliento que esta exigência que falo deve-se, principalmente, aos moldes, paradigma e pedagogias que a UM adota como melhor estratégia de ensino-aprendizagem, mas sobretudo pela elevada competência dos docentes da Universidade. Outro fator que considero relevante é a estruturação do plano de estudos inerentes à Licenciatura em Economia: as unidades curriculares estipuladas para esta licenciatura passam muitos valores imprescindíveis para o nosso futuro, nunca deixando para trás o «arsenal» de conhecimento que cada UC tem para ensinar e, posteriormente, ser aplicado como uma competência adquirida no futuro.Espero, deste modo, que a Licenciatura em Economia me abra portas para um futuro profissional próspero, mas acima de tudo que me faça sentir concretizada.

Windy Noro 1º Ano de Economia

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ECONOMIA: AQUELE PAPEL. MAS QUAL PAPEL?

O papel. O papel da economia é, provavelmente, a única questão à qual os economistas terão uma resposta mais ou menos semelhante. De facto, independente-mente de ideologias e correntes de pensamento, todos estarão de acordo quanto ao cerne do seu trabalho – pro-mover o bem-estar geral da sociedade. O desacordo reside, precisamente, na melhor maneira de o alcançar.

A meu ver, é esta pluralidade de opiniões que torna a Economia interessante. É este processo democrático de discussão que permite melhorar os resultados decor-rentes das políticas económicas. Aliás, creio que por outro meio tal seria impossível. A Economia é uma ciên-cia social, não exacta. O seu objecto de estudo é a sociedade, que é mutável e dinâmica, pelo que, necessariamente, também a Econo-mia o será.

Os recentes acontecimentos, que culminaram numa crise económica devastadora e de dimensão global, au-mentaram o interesse sobre a mesma. Haverá poucas ciências que estejam tão expostas ao es-crutínio público.

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Sem dúvida nenhuma, esta pergunta é para mim mais difícil do que algu-mas perguntas de Neuroanatomia! Economia é, basicamente, saber o que temos, o que precisamos e o que podemos ter. E depois saber como aplicar esse “o que temos” de forma a at-ingir “o que precisamos” e “o que podemos ter” desejável, desperdiçando-o ao mínimo. Compreendendo isto e sendo esta vida em sociedade que fomos construindo ao longo dos séculos inevitável, percebo que estes conheci-mentos sejam, no mínimo, vitais a todos os níveis, tanto para a criança que recebe a mesada e tem decidir se a gasta no lanche na escola ou num bilhete de cinema, como para o economista que faz sei lá eu o quê (isto não é de todo depreciativo. Eu sou realmente leiga.) e não só em matérias mon-etárias, mas também a nível, por exemplo, de realização pessoal. Para mim é relativamente fácil perceber a economia aplicada a uma casa, a uma família; no entanto, quando as casas e as famílias se multiplicam, resultando numa cidade (basta este pequeno nível), pareço já não perceber nada. Ou eu não sou capaz de reconhecer as verdadeiras necessidades da cidade ou as min-has prioridades claramente diferem das de pessoas de poder.

Ana Sofia Milheiro – Medicina 2º Ano

Tal acontece porque todos nós temos um pouco de economista: seja no cumpri-mento do orçamento familiar, na análise do melhor destino a dar à mesada ou, simplesmente, ao decidir entre ir ao cinema ou ao teatro. Segundo Friedman, “a Economia é uma disciplina fascinante. O que a torna fascinante é que os seus princípios fundamentais são tão simples que podem ser escritos numa página e qualquer pessoa os pode entender mas, no entanto, muito poucos o fazem.” Não será de estranhar o sentimento geral de ineficácia das políticas económicas – afinal, qual a utilidade de um economista se não consegue prever e, sobretudo, resolver crises como a de 2008 e a de 1929?

Torna-se assim fundamental restabelecer a credibilidade da Economia aos ol-hos da sociedade em geral. Para tal, será necessário refundar as suas bases, isto é, devolver a economia às pessoas. Sendo indissociável do processo político, im-porta que os decisores e detentores de cargos de poder se cinjam à promoção da melhoria da qualidade de vida da população e não ao favorecimento de grupos específicos. Só assim será possível que a confiança na Economia seja restaurada.

João Nuno Antunes – Economia 2ºAno

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Economia, palavra que deriva do grego oikonomía: oikos-casa ou lar + nomos - administração, gerir e or-ganização. É o estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços. Ciência que investiga a maneira pela qual os homens decidem utilizar recursos escassos, para satisfazer os desejos e necessidades humanas. Três dos grandes filósofos que se dedicaram à economia foram o Adam Smith “pai da economia moderna”, Karl Marx e John Stuart Mill.

Diana Silva, 1º ano Filosofia

Economia é um tema muito em voga nos dias de hoje. Aliás, todos os dias ouvimos falar da actual crise económica e da conjuntura social que daí advém. Mas o que é de facto a eco-nomia? Para mim, a melhor definição para esta é “aproveitamento eficiente de recursos”. Todos nós, independente-mente da nossa profissão, temos de ser um pouco economistas. Cabe-nos a nós gerir o nosso dinheiro, adminis-trar os nossos bens, de modo a que os nossos gastos não se sobreponham aos nossos recursos. Economizar requer saber gastar e saber poupar, ter con-sciência dos limites.

A economia não é, portanto, apenas a ciência à qual os economistas se ded-icam. Mais que isso, a economia é de tal forma poderosa que está presente em praticamente tudo que fazemos.

Desde uma simples compra de um cidadão comum, à elaboração de um novo projecto por parte de um en-genheiro ou a gestão de uma unidade hospitalar, por exemplo. Sem dúvida alguma, a Economia move o Mundo.

Daniela Silva - 2º Ano - Eng. Biomédica

Economia é muito mais do que um curso, é uma alavanca para uma integração no mundo do trabalho. Sendo uma ciência fulcral e trans-versal a todas as áreas, os seus con-hecimentos são essenciais a todos os estudantes, independentemente da área de estudos. Qualquer estudante que queira ingressar no mercado de trabalho de uma forma empreende-dora e autónoma, necessita de inte-grais conhecimentos económicos que lhe possibilitem uma realização mais completa.

Sendo assim, considero fundamen-tal um conhecimento nesta área, não só a um nível académico mas tam-bém ao nível do senso comum.

Diana Rodrigues, Bioquimica 3º Ano

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ESCOLHER O CURSO (DA VIDA)

Vidente, Road manager, Presidente do Sporting, Dona de um Take-Away, Gi-necologista, Jogador de Futebol, Professora, Astronauta, Professora, Arqueólo-go, Advogada: todos queriam ter tido estas profissões. ‘Ninguém é quem queria ser’

O conceito de “tomada de decisão” é definido por Thomas e colaboradores (1991) como um termo amplo que se aplica ao processo de fazer uma escolha entre opções com vista ao curso de uma ação. Este conceito é, na prática, uma parte integrante do quotidiano de qualquer pessoa, uma vez que tomamos deci-sões sobre praticamente qualquer coisa relacionada com a nossa vida. Neste sentido, e dada a importância que assume no dia a dia, muitas teorias têm tentado explicar de que forma as pessoas encaram as decisões, que compo-nentes estão presentes nas decisões e que fatores contribuem para a escolha das ações presentes e futuras.

Para que se possa compreender, por exemplo, por que razões um adolescente optou por determinado curso superior em detrimento de outro, que seria a sua primeira opção, importa avaliar os fatores relacionados com a tomada de deci-são presentes no momento da escolha. Dentro desses fatores, encontramos as experiências passadas (positivas e negativas) como impulsionadoras ou limita-doras de determinada escolha, os vieses cognitivos ou padrões de pensamento

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enraizados, que constragem as deci-sões alternativas, as diferenças indivi-duais, que podem passar pela idade, estatuto socioeconómico, educação ou capacidades cognitivas, a crença na relevância pessoal, ou aquilo em que a pessoa acredita fortemente, e a escalada de compromisso, ou a atri-buição que a pessoa faz, por exemplo, do tempo, dinheiro e esforço que a decisão exige e com as quais a pessoa se compromete. Para além destes fato-res, também estão envolvidos compo-nentes que determinam a escolha, tais como a informação sobre a decisão e sobre os impactos de cada alternativa, as alternativas disponíveis, os critérios ou requisitos dessas alternativas, os objetivos, o valor de cada opção, as preferências da pessoa, entre outros. Há também a ter em consideração o contexto em que a tomada de decisões ocorre, dado que o ambiente oferece, por um lado, todas as informações possíveis, alternativas, valores e prefe-rências durante o processo de decisão, mas por outro, pode restringir essas possibilidades e componentes, por limitações de tempo, esforço, recursos físicos (ex., dinheiro) ou prioridades. Do ponto de vista psicológico, parece relevante salientar a motivação para a ação, fortemente comprometida com a tomada de decisão. A motivação influencia não só a tomada como o decurso da ação, uma vez que desper-ta a pessoa para agir em direção a um objetivo desejado e ativa, controla e

sustenta determinados comportamen-tos dirigidos a objetivos. Este conceito engloba tanto a motivação intrínseca, que se refere a fatores internos, pesso-ais, tais como necessidades, interesses, expectativas e curiosidade, como a motivação extrínseca, que assenta em fatores externos, ambientais, tais como recompensas, punições e pressão social.

Assim, para que se possa compre-ender por que x optou por ser econo-mista e não advogada, deve avaliar-se que fatores foram considerados e que componentes estavam presentes no momento da tomada de decisão, bem como os fatores que motivaram a tomada dessa opção e que a man-têm. Tomando X. como exemplo, e no plano hipotético, X tinha a crença de que a advocacia era uma profissão sem hipótese de empregabilidade, pela informação que recolheu dos jornais e pesquisas, não acreditava que pudesse ter um futuro diferente dos demais alunos de Direito ainda que possuísse boas capacidades cognitivas, dado que Economia também era um curso atrativo e, na sua conceção, com mais futuro, e motivada pelos pais a seguir esse curso, optou por ele.

Ana Catarina Antunes Mestre em Psicologia pela

Universidade do Minho

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UM BOM PROFISSIONAL: COMPETÊNCIA A 3600!

O conceito de competência tem ganho destaque nos campos da edu-cação e do trabalho nos últimos anos. Para Le Boterf (2003), competência pode ser amplamente entendida como um saber em ação. Competência envolve uma combi-nação de conhecimentos (saber o que fazer), habilidades (saber como fazer, ter a capacidade de) e atitudes (estar motivado para fazer, interagindo com o meio de modo apropriado a fim de atingir o objetivo). De facto, o que se espera de um bom profissional não é apenas conhecimento teórico ou técnico sobre um assunto, mas sim que este demonstre competência, ou seja, que saiba aplicar os conhecimen-tos em situações da vida real, sabendo ajustar-se a diferentes contextos. Aqui reside a importância das competências no contexto de trabalho.

Nessa lógica, é fundamental desen-volver competências, que comple-mentem os conhecimentos técnicos adquiridos. As competências técnicas não são suficientes para um desem-

penho profissional de excelência. A transferência dos conhecimentos técnicos está, na maioria das vezes, assente noutras competências, mais genéricas, usualmente denominadas de competências transversais. Alguns exemplos deste tipo de com-petências são a capacidade de trabalho em equipa, a responsabilidade e a comunicação, que se distinguem, por-tanto, das competências técnicas que dizem respeito ao desempenho em tarefas específicas de cada profissão. As competências transversais são agentes catalisadores do bom desem-penho no mundo do trabalho, por facilitarem a forma como se gerem diferentes tipos de situações laborais e por sustentarem a aplicação das suas competências técnicas.

Estudos realizados com universi-tários e recém-graduados sugerem que os estudantes atribuem relevo às competências transversais, sobretudo quando nos referimos à sua inserção no mercado de trabalho e progresso profissional (Burke, Jones, & Doherty,

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2005; Cabral-Cardoso et al., 2006; Nabi & Bagley, 1999). De facto, cada vez mais, os empregadores val-orizam muitas habilidades que não estão formalmente descritas nos comprovativos de formação supe-rior. Cada vez mais, agora e no fu-turo, a reflexão e o balanço individ-ual das competências transversais pode estimular o autoconhecimento e a busca por desenvolvimento pes-soal, permitindo a identificação de competências já bem desenvolvidas e outras que eventualmente neces-sitem de ser melhoradas, bem como a formação de um profissional mais capaz de adaptar-se a diferentes contextos de trabalho e com maior potencial de se inserir e manter no mercado de trabalho.

Ana RodriguesTécnica de Recursos Humanos

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O ESTADODAS NOSSAS CONTAS

As II Jornadas de Economia realizar-se-ão nos próximos dias 22 e 23 de Abril na Universidade do Minho.

Estas II Jornadas de Economia as-sentarão sobretudo no atual estado da Economia Portuguesa, mais em concreto, nos “Desequilíbrios Internos e Externos”. A escolha deste tema, tão atual e maçador, deveu-se sobretudo ao facto de podermos encontrar um espaço de partilha e debate de ideias entre os oradores (experts do assunto) e os futuros economistas da nossa geração. Além disso, estas jornadas de economia focar-se-ão não só no panorama político, mas também na vertente microeconómica que hoje tantas dificuldades enfrenta.

No primeiro dia do evento será possível obter e discutir informação macroeconómica.

Este será o dia em que se poderá ouvir falar os principais intervenientes políticos sobre assuntos como o “Or-çamento do Estado 2013” – discussão e análise – e a “Legislação laboral e políticas de emprego na Economia”. No entender do NAECUM estes dois temas são aqueles que têm tido mais destaque pelos principais canais de informação. Por um lado temos um lote diversificado de ideias generalistas dos partidos políticos, sendo que do outro lado se encontra uma população cheia de perguntas que não consegue obter respostas de uma forma tão satisfatória quanto o desejado. Assim, será possível percepcionar as princi-pais ideias que cada partido político defende e discuti-las em conjunto com a audiência.

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Num momento em que são os sindicatos a ter a maior influência na pressão que se exerce sobre o governo, será também possível entender o que os motiva e quais são as suas principais dificuldades na luta por uma legislação laboral mais justa e equitativa. Teremos também a possi-bilidade de contar com a participação da Deputada Clara Marques Mendes que nos dará uma perspectiva interna das dificuldades que o governo enfrenta no combate às desigualdades laborais. Este será um assunto com al-gum destaque, até porque no dia de amanhã seremos nós (alunos) a entrar para o mercado de trabalho. Mercado de trabalho esse em que não encontramos, atualmente, nen-huma esperança.

No dia seguinte (Terça-feira dia 23 de Abril) as Jornadas de Economia incidirão em assuntos microeconómicos. Contamos com a presença de personalidades de renome e que se encontram a trabalhar nos mais diversificados ra-mos da Economia. Será assim neste dia que podemos con-tar com a perspectiva do Subdiretor do Jornal de Notícias (Jorge Fiel) e com o fundador do suplemento de Economia no Diário do Minho (Ricardo Rio) para uma conversa informal sobre as dificuldades com que se deparam ao recolher informação económica e ao transmiti-la para um público tão leigo. Durante a tarde será possível conviver com as dificuldades inerentes a outros sectores da Econo-mia, tais como a cultura, a hotelaria e a construção civil.

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Ao que se espera, o ponto alto destas Jornadas será na conferencia de encerramento, na qual podemos contar com a presença do Ex-ministro das Finanças (Fernando Teixeira dos Santos) para discutir o atual panorama das contas nacionais e perceber quais são as suas ideias em relação ao futuro da economia portuguesa. Queremos com esta conferência perceber também a abordagem que o agora ex-ministro tem sobre o verdadeiro estado da econo-mia portuguesa.

Estas Jornadas servirão também para comemorar o XVII aniversário do NAECUM.

Muito obrigado a todos.Fábio Veloso

Presidente do NAECUM

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