Revista AGT

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agt MARÇO 2011 CARNAVAL TOCADISCO PROSTITUIÇÃO NOVOS VERSOS PARA A RUA AUGUSTA Entenda como a prostituição acontece e seus problemas Emicida lança música e video clipe falando sobre a prostituição Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta traz o carnaval de rua para a Augusta DJ alemão conta sobre sua carreira e novos projetos

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Projeto acadêmico - Istituto Europeo di Design

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agtMARÇO 2011

CARNAVAL

TOCADISCO

PROSTITUIÇÃO

NOVOS VERSOS PARA A RUA AUGUSTA

Entenda como a prostituição acontece e seus problemas

Emicida lança música e video clipe falando sobre a prostituição

Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta traz o carnaval de

rua para a Augusta

DJ alemão conta sobre sua carreira e novos projetos

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AGTsobre

CARO LEITOR, esta é a primeira edição da Revista AGT. Nosso conteúdo é voltado para o que acontece na região do “Baixo Augusta” e arredores. Procuramos trazer um conteúdo para o público jovem frequentador da noite, falando sobre assuntos

que variam de diversão à problemas do dia-a-dia.

Nesta primeira edição vamos falar sobre música, com o rapper EMICIDA em destaque, além de entrevista com o DJ alemão TOCADISCO. Trazemos também a cobertura do bloco de carnaval ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA, que agitou a rua neste mês de março. E por fim, falaremos de um assunto que está presente debaixo dos nossos olhos, mas do qual não enxergamos seus

problemas: a PROSTITUIÇÃO.

Um abraço,

PEDRO [email protected]

PUBLISHERISTITUTO EUROPEO DI DESIGN

PROJETO GRÁFICOPEDRO MURAKI

DIREÇÃO DE ARTEPEDRO MURAKI

TIPOGRAFIAS UTILIZADASDIN, LALOTED, TAGSTER, SHORTCUT

PAPÉIS UTILIZADOSCAPA | ALVURA 220gMIOLO | ALVURA 115g

IMPRESSÃOALPHAGRAPHICS

AGT É UMA PRODUÇÃO DA EDITORA IEDRUA MARANHÃO, 617, SÃO PAULO

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AGTmúsica4

AGTentrevista10

EMICIDARAPPER REBATE

GLAMOUR DA PROSTITUIÇÃO COM

A RUA AUGUSTA

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PROSTITUIÇÃOA VERDADEIRA FACE DA

PROSTITUIÇÃO QUE POUCOS CONSEGUEM VER

TOCADISCO O DJ ALEMÃO, TOCADISCO, FALA PARA A AGT SOBRE

SUA CARREIRA E FUTUROS PROJETOS

AGTdiversão12CARNAVAL

ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA INVADEM A RUA E MOSTRAM QUE NA AUGUSTA TAMBÉM

TEM CARNAVAL

AGTconteúdo

FOTOS | DIVULGAÇÃO

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vivendo assim, sendo desrespeitada diariamente por acreditarem que podem dizer o que é certo e o que é errado Bruna Surfistinha voltou a ser Raquel, casou com um antigo cliente e quer ter um filho. Maria, do BBB, está N

as últimas semanas vivemos um momento de pura glamourização da prostituição. Certo? Errado? A discussão nem é essa. O problema aqui é que só se entende o lado das mulheres que vendem seus corpos

em lugares chiques e caros. Bruna Surfistinha é ícone. Maria, do BBB, é exemplo de mulher forte. Mas e todas aquelas mulheres que vemos diariamente em certas ruas de todas as cidades, paradas tomando sereno nos cabelos bem arrumados e roupas escolhidas a dedo? O clipe de Rua Augusta, do Emicida, chega num momento perfeito. O nome da música remete a uma das ruas mais conhecidas do país por sua gama de prostitutas e casas especializadas. Hoje misturam-se ali modernos, famílias, pessoas indo e voltando de bares e baladas e elas, mulheres que ganham a vida naquelas calçadas. Quantas vezes, ali na Augusta, ou em qualquer outro lugar, você viu uma dessas mulheres sendo humilhadas? Homem dizendo absurdos, empurrando, passando perto delas de carro e as fazendo pular. Quantas vezes você, se é como eu e olha nos olhos das pessoas, viu ali o reflexo do medo de uma das novatas? No clipe, Rosana, personagem do documentário feito em paralelo, fala que “essa vida não é boa pra ninguém” e ao olhar de perto todas essas histórias de prostitutas colocadas na mídia, é a frase mais sincera que qualquer pessoa poderia dizer. Não é vida, é necessidade. Não somos criadas com liberdade sexual, já pensou o que é para uma mulher quebrar essa cultura? Precisar vender o corpo para seguir em frente? Emicida e os diretores Felipe Rodrigues e Lucas Gandini conseguiram chegar num tom perfeito para o vídeo. Dor. Não se é feliz por completo

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NOVOS VERSOS PARA A

rua augustaEMICIDA REBATE GLAMOUR DA PROSTITUIÇÃO COM A RUA AUGUSTA

por CAROL PATROCINIO

O RAPPER EMICIDA E OS DIRETORES FELIPE RODRIGUES E LUCAS GANDINI CONSEGUIRAM CHEGAR NUM TOM PERFEITO PARA O NOVO VÍDEO CLIPE

atrás de sucesso, encontrar o príncipe encantado e ser amada – por isso ela ficou com os dos caras no programa e não porque é atriz pornô ou ‘gatinha de luxo’ fora da casa. Rosana, do clipe Rua Augusta, quer dar uma vida melhor ao filho pequeno. Essas mulheres só tentam sobreviver num mundo que não dá chances a elas. E todos nós fazemos parte desse mundo. Seja passando por elas nas ruas, convivendo na faculdade, olhando essas garotas nos shoppings e as achando deslumbrantes, lindas e loiras, ou então pagando por seu serviço. Da próxima vez que vir uma dessas meninas, olhe em seus olhos. Seja a menina que mora num super apê financiado por um cara 40 anos mais velho, seja a que viveu na Europa como a brasileira exótica, seja a menina que passa frio nas ruas. Todas elas carregam o mesmo olhar. Todas querem uma vida melhor. Seja dentro ou fora da prostituição.

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na mira daprostituição

O mito masculino mantém que a prostituta se vende em um ato livre de disposição do seu corpo, esquecendo que estas mulheres foram impulsionadas à prostituição devido a elementos de ordem social: miséria, desemprego

e deficiências do meio familiar: pobreza; por serem abandonadas pelo marido; por serem expulsas do lar por causa de gravidez indesejada; por terem filhos ilegítimos, etc. Ainda que os nossos reformistas não queiram admitir, a inferioridade social e econômica da mulher é a única responsável pela prostituição. Também cabe destacar que o desemprego está associado indiscutivelmente à venda do corpo. As mulheres, devido às características sexuais da sociedade patriarcal, têm o recurso do comércio do seu sexo, em lugar do roubo ou de golpes. Esta é uma razão da menor delinqüência entre as mulheres. Mas a prostituição é um negócio de homens. O Estado e a classe dominante – o homem – assentam o seu poder e os seus recursos econômicos sobre a exploração das mulheres. A prostituição, assim como a tortura domiciliar, estupro e o femicídio, constituem um claro expoente do machismo.

NEM VOCAÇÃO NEM LIBERDADEA ideologia machista, que afirma que a prostituta vende o seu corpo porque gosta, que se trata de um trabalho vocacional,

A VERDADEIRA FACE DA PROSTITUIÇÃO QUE POUCOS CONSEGUEM VER

refletiu em algum setor das prostitutas. À prostituta não causa prazer realizar serviços sexuais que só satisfazem ao homem. Vende seu corpo para poder sobreviver ou obter mais dinheiro. Ignora-se, entretanto, que a maioria das prostitutas não são livres. Nem as pobres, nem as ricas. Tanto as da rua ou as dos bares e clubes como as de luxo que exercem outro tipo de prostituição clandestina, de convite, de agenda, estão controladas por cafetões, que são os principais beneficiários do negócio. As máfias impedem que as mulheres públicas obtenham um benefício individual, pois trata-se de um negó-cio para homens e não para as mulheres. A ignorância frente aos fatos reais faz com que ninguém se volte contra a figura do cliente nem do cafetão. Onde se viu que para erradicar uma injustiça se ataque os explorados e não os exploradores? Quem compra é quem tem o poder.

SOBRE OS CLIENTESA clientela que procura as prostitutas é heterogenia, en-tretanto, a classe social a que pertence e suas condições econômicas não mantém diferenças substanciais na forma como se relacionam com a prostituição. A prostituição é o símbolo mais tangível da ditadura heterossexual da nossa sociedade: o macho impõem o seu desejo em troca de din-heiro. A superioridade econômica lhe permite assegurar os serviços de prostitutas. Foi dito que a prostituição é o ofício mais antigo do mundo. Isto se encaixa perfeitamente em

por MARIA ENCARNA SANAHUJA YII

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nossa tese fundamental, a saber, que a mulher é a primeira classe explorada e oprimida pelo homem. Logo, tem seu sexo explorado individualmente ou de forma pública, quando o homem descobre que o comércio do sexo pode lhe beneficiar. Entre os povos primitivos atuais a prostituição é um fenô-meno corrente. No nosso adiantado e progressista mundo capitalista, gigolôs e cafetões, agrupados em clãs e máfias supra-nacionais, enchem os bolsos com a exploração de mulheres escravizadas, sendo impossível para elas saírem do alucinante mundo da prostituição. O proxenetismo não só está representado pelos gigolôs que vigiam suas mulheres, mas também por todos aqueles que vivem, enriquecem, se aproveitam e engordam às custas das prostitutas. Homens que vendem, compram, espancam, maltratam e até assassi-nam estas mulheres. Só a valentia de algumas, fartas de mau tratos e humilhações, permite que conheçamos a extorsão a que são submetidas.

SOLUÇÕES PARA A PROSTITUIÇÃOA loita organizada das prostitutas nascida na França está dividida em dois ramos fundamentais: a primeira, o setor com menos consciência de classe, mais reacionário, e que tem o visto bo dos proxenetas, defende o trabalho e quer exerce-lo mediante a legalização. As mulheres reclamam a liberdade para vender o seu corpo e a prática da prostitu-ição por vocação. A outra ala do movimento, com a qual nos

sentimos mais próximas, proclamam que a prostituição é degradante e vil, e apresenta um plano de medidas gover-namentais para reinsertar as prostitutas. Muitas mulheres que estão sem trabalho, sem meios econômicos, são vítimas das máfias e estão obrigadas a prostituírem-se. Estamos mais próximas deste setor porque as mulheres do primeiro ainda não descobriram que devem ser donas de seu corpo. Carmem Alcalde considera que “estas mulheres não enten-deram que a sua única alternativa é exigir o direito à cultura, à informação e ao trabalho, por mais explorado e alienado que seja. Assim como os escravos preferiram mudar sua situação de servos corporais pelo trabalho nas minas ou nas fábricas. Assim como hoje seguem preferindo a venda da sua força de trabalho no lugar de vender a sua pessoa a um amo, as mulheres, se realmente querem levar sua revolução sexualadiante, deveriam começar por gritar que são seres humanos com a mesma capacidade que os homens para integrar-se ao mundo do trabalho, político, cultural e criativo, monopolizado pela outra metade da população mundial”. O atroz é que, com a legalização, as máfias, mais ou menos distinguidas, que controlam a prostituição atuarão com maior impunidade. A legalização, que aceita o comércio do corpo da mulher e as relações que com ele estabelece o cliente e a prostituta, não fariam mais do que favorecer este negó-cio que nutre capitalistas, fascistas e inclusive democratas. Em uma palavra, o movimento feminista não pode tolerar a

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legalização da escravidão sexual. Somos partidárias, ainda sabendo que esta solução atenta contra muitos interesses, de adotar medidas adequadas para abolir a prostituição, com a criação de escolas de formação e lugares de trabalho para as prostitutas, penas elevadas para todo tipo de cafetão e multas para os clientes. É necessária uma transformação profunda da sociedade e, sobretudo, à tomada de consciência por parte das mulheres para sermos donas do nossos corpos e contrárias a qualquer tipo de exploração, incluída a sexual. Com a revolução feminista emergerá uma sociedade onde a prostituição não terá razão de ser.

DESIGUALDADE CONTINUA SENDO A MARCALançada pelo IBGE agora em junho, a Síntese de Indicadores Sociais 2002 continua mostrando o que todas já sabiam: o traço mais marcante da sociedade brasileira é a desigual-dade. As mulheres ganham menos que os homens em todos os estados brasileiros e em todos os níveis de escolaridade. Elas também se aposentam em menor proporção que os homens e há mais mulheres idosas que não recebem nem aposentadoria nem pensão. Na questão racial tudo ficar pior. Negros e pardos recebem metade do rendimento de brancos (sobretudo nas regiões metropolitanas de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba). Os homens negros e pardos ganhavam, em 2001, 30% a menos que as mulheres brancas e as mulheres negras, 50% do que recebiam as brancas.

A POBREZA É FEMININAO levantamento apresenta o perfil da mulher brasileira: escolaridade, média de filhos, ocupação, rendimento, posição nos diferentes tipos de família e situação na Previdência. As diferenças entre homens e mulheres são expressivas: mesmo que ambos tenham a mesma média de anos de estudo, os homens ganham mais que as mulheres.A população femi-nina ocupada concentra-se entre os rendimento mais baixos: 71,3% das mulheres que trabalham recebem até 2 salários mínimos, contra 55,1% dos homens. A desigualdade salarial

aumenta conforme a remuneração. A proporção de homens que ganham mais de 5 salários mínimos é de 15,5% e das mulheres, 9,2%. A proporção de mulheres dedicadas aos empregos domésticos (19,2%) e que não recebem remuner-ação (10,5%) é bem maior do que a dos homens (0,8% e 5,9%, respectivamente). Mais de 70% das ocupa- das concentram-se no setor de serviços. Em 2001, a população ocupada era de 75,4 milhões. Os empregados e trabalhadores por conta própria eram 47,8% e 22,3%, respectivamente. Desde a década de 1990 verifica-se queda da taxa de atividade mas-culina – ainda a maior – e aumento da feminina. Em 2001, a taxa feminina foi de 48,9%, enquanto a masculina caiu um ponto percentual, passando para 72,8%. A taxa de desem-prego das mulheres (6,7%) é maior que a dos homens (5,9%). Mais da metade da população ocupada não tem seguridade social. A taxa de contribuição previdenciária da população ocupada é de 45,7% (homens – 46,1%; mulheres – 45,1%). Entre os 6.174.448 empregados, 61,5% têm carteira de tra-balho (mulheres - 65,4%; homens - 59,6%). O percentual de trabalhadores domésticos com carteira assinada aumentou, chegando a 26,1% em 2001.

MORTES E PARTOSAs doenças do aparelho circulatório se destacam como a principal causa de mortes no País (28,8% para homens e 36,9% para mulheres), em todas as regiões e estados. A região Sul e o estado do Rio Grande do Sul, em particular, registram as maiores proporções, sendo responsáveis por 40% das mortes de mulheres. Na média nacional, apenas 46% das gestantes realizaram mais de sete consultas du-rante a gravidez. De modo geral, as proporções são extre-mamente baixas nos estados do Norte (25,8%) e Nordeste (32,9%) e, mesmo nas regiões mais desenvolvidas, essas proporções estão um pouco acima de 50%. Em decorrência, as taxas de mortalidade infantil dos menores de seis dias são extremamente altas nas regiões onde a assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido é mais precária.

?QUEMSÃO ELAS

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2 a cada 3

15%

30%

10%

R$ 80

são homossexuais

são solteiras

são mães

têm o segundo grau completo

é a média de preço cobrado pelo programa de uma hora

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TOCADISCO

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O DJ E PRODUTOR ALEMÃO, TOCADISCO, CONTA SOBRE SUA CARREIRA

AGT Em 2004 você lançou seu primeiro single chamado “No-body likes the records that I play” (“Ninguém gosta dos discos que eu toco”), que foi um enorme sucesso. Estou curiosa sobre o nome da faixa, principalmente se pensarmos que foi a sua primeira.

TOCADISCO Na verdade, foi apenas um sample engraçado que eu encontrei. Mas eu acho que é algo que todo DJ ex-perimenta em sua carreira. Não é sempre ótimo. Às vezes a música que você toca não funciona do jeito que foi planejado.

AGT Eu li que você tem muito orgulho do remix que você fez para o The Egg, “Walking Away”. Alguma razão em especial?

TOCADISCO Eu mudei a música original para uma faixa completamente nova e se tornou um enorme sucesso no mundo inteiro. É um bom motivo para se orgulhar.

AGT Quais outros remixes que foram inesquecíveis para você?

TOCADISCO Estou perto de alcançar 100 remixes agora. Já foram tantos…

AGT Você tocou no Sensation Festival em outros países. No Brasil é o 2º ano e todos estão ansiosos. O que você está planejando para esta noite especial?

TOCADISCO Eu com certeza vou balançar a multidão, como sempre faço.

AGT Você tem um plano para começar seu próprio negócio, como fizeram outros djs? Uma gravadora, um clube ou uma loja … ?

TOCADISCO Eu já tenho o meu próprio selo, o TOCA45 Recordings. Eu estou também fazendo o meu próprio evento: TOCACABANA. Minha esposa tem uma agência de booking chamada MORUMBI BOOKINGS.

AGT O que você está planejando para este ano? Talvez um álbum ou remixes novos?

TOCADISCO Muitos remixes para o meu selo e para outros artistas. Eu estou mixando o novo “Toolroom Knights” – Mix CD. Meu terceiro álbum está finalizado. Os próximos lança-mentos serão “All that night” do meu álbum “TOCA 128,0 FM” com incríveis novos remixes. E uma nova faixa que eu fiz com Koen Groeneveld chamado “Technological World”.

AGT Se você não fosse um DJ. O que você acha que iria ser?

TOCADISCO Gostaria de ser um ator ou diretor de cinema.

AGT Você é casado agora com uma brasileira. Você pretende passar mais tempo no Brasil no futuro?

TOCADISCO Dentro de alguns anos vamos para o Brasil para viver aí. Ter uma bela casa na praia. Minha esposa é uma advogada. Ela vai abrir a sua própria firma.

AGT Como se sentiu ao tocar no carnaval de rua em Salva-dor? Você gostou da energia?

TOCADISCO Sim. Foi uma experiência incrível. Nos diver-timos muito. Você pode assistir ao vídeo do carnaval no meu canal do YouTube: “TOCADISCOTELEVISION”.

AGT Qual a faixa que você realmente gosta mas não toca porque você acha que é muito estranha?

TOCADISCO Eu sou um amante da música por isso estou interessado em um monte de diferentes tipos de música. Alguns são bem estranhos. Experimente: Jurgen Pappe – Ofterschwang (Kompakt)

AGT O que você acha que mudou no mercado da música eletrônica, e como você imagina que possa ser o futuro?

TOCADISCO Basicamente, tudo mudou nos últimos 15 anos. E eu nem sei onde pode chegar. Mas continuo amando a música e vou amar para sempre.

AGT Como se deu o processo de escolha do nome Tocadisco? As pessoas do mundo todo conseguem entender o significado e pronunciar esse nome?

TOCADISCO Eu estava em busca de um novo nome artístico, e todo mundo tinha nomes em inglês. Eu achava isso muito comum, então quis escolher um diferente. As pessoas me perguntam muito, mas costumam gostar do nome.

AGT Na sua opinião, quais características um artista precisa ter para se tornar e se manter bem sucedido nesse mercado competitivo e inovador?

TOCADISCO Ele precisa ser louco por música. Mas infeliz-mente existem pessoas que estão no mercado somente pelo dinheiro, e esse não é o espírito da coisa.

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AGTdiversão

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APAVORA, MAS NÃO ASSUSTApor FELIPE ABDALLA

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Um sucesso! Sem dúvidas o segundo ano do bloco de carnaval Acadêmicos do Baixo Augusta foi para firmar o que todos esperavam:

muita diversão, mais do que o dobro de foliões e organização exemplar. Para os que estiveram presentes e enfrentaram a chuva puderam ver um evento de grito de carnaval como há muito tempo não se via em São Paulo, principalmente na região central da cidade. Com os versos “apavora mais não assusta” o bloco comandando pelo cantor Simoninha, discotecagem de Tata Aeroplano, participação da banda Pa-ralela e a roqueira Pitty estreante como a madrinha da bateria animaram os foliões que se encontraram em frente ao Sonique na Bela Cintra, desceram a Consolação e invadiram a Rua Augusta cantando em coro as antigas marchin-has de carnaval e o hino do Acadêmicos do Baixo Augusta. Diversão garantida! O melhor foi poder ver as pessoas em harmonia, sem nenhuma briga, muita risada e chuva na cabeça pra refres-car um pouco depois de tanto calor. A festa continuou no Studio SP, onde os músicos preparam um after bem bacana para aqueles que continuaram a perambular pela Augusta. Mas folião que é folião não para em um lugar quando sabe que em outro canto da cidade esta rolando outro bloco cheio de gente e muita alegria na semana que antecede o Carnaval, então, simbora pra Vila Madalena. Lá o bloco Nóis Trupica Mais Não Cai animava a festa ao som de novas marchinhas como “Saçua Perere-ca” e “Rei Pelé” que já estão na boca da galera e com certeza ficarão pra sempre na história dos carnavais paulistas. Muita gente na rua, muito calor, mais um pouco de chuva e a volta pra casa com os tênis imundos, ligeiramente embriagado, rouco e com a alma lavada pra renovar as energias para uma nova semana. O melhor de tudo isso é que esta apenas começando e muitos outros blocos ainda virão por esses dias.Quem segue o bloco carnavalesco Acadêmicos do Baixo Augusta se encaixa no tipo do frequentador daquele pedacinho boêmio da rua Augusta mais ao centro da cidade. Para quem não é de Sampa entender do que se trata, a rua Augusta é divida pela avenida Paulista em dois “mundos” que se misturam depois de determinada hora da madrugada: o sentido Jardins abriga lojas e restau-

ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA UNE DESCOLADOS, PUNKS, TRAVESTIS E FAMOSOS EM BLOCO DE CARNAVAL

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AGTdiversão

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rantes bacanas, já o sentido centro abriga as baladas, borde-is, travestis, gente da moda e muitos outros tipos. Um evento especial ferve ainda mais a região conforme se aproxima o Carnaval: o Bloco dos Acadêmicos do Baixo Augusta. O grupo segue por ruas do centro tocando marchinhas puxadas pela banda Paralela, com Wilson Simoninha no vocal. O bloco foi criado por artistas, escritores, atores, boêmios e donos de casas noturnas do pedaço, como Alê Youssef, proprietário do Studio SP. “O primeiro ano foi uma surpresa, com o bloco recebendo público muito maior do que o esperado. Esse impulso credencia o Acadêmicos do Baixo Augusta como uma das grandes atrações do pré carnaval paulistano. E o objetivo maior é promover e incentivar os blocos de rua, especial-mente o link com a comunidade de onde ele surgiu”, disse Beto Lago, um dos sócios do Sonique e membro fundador do

Meu prazer é consumadoquando desço da paulisa até a martinho pradoa cultura alternativa da noite paulistana achou seu mundo encantado

Trilegal, arretado, tchoptchurao baixo é a terra da misturao baixo é a terra da mistura

bloco, em nota de divulgação do evento. Ale Natacci, também sócio do Sonique e vice-presidente do bloco, destacou na nota o crescimento da região nos últimos dois anos. “Desde a abertura do Sonique, dois anos atrás, a atenção voltada para o baixo-augusta não parou de crescer. Essa é uma resposta para o público responsável por esse crescimento, mas tam-bém uma oportunidade para propor novas ideias para contin-uar a transformação do bairro e valorizar sua principal carac-terística: a vocação para o entretenimento.”O Acadêmicos do Baixo Augusta possui perfil único entre os blocos da cidade. Estão lá os boêmios de uma das ruas mais famosas do país, mas também músicos, artistas e empresários que acreditam em um carnaval diferente ao som da banda Paralela. “É um carnaval alegre, familiar e disposto a ocupar o espaço público sem causar qualquer tipo de problema”, disse Beto Lago.

Linda, te vejo, vem me dar um beijoaugusta, robusta, me gustavocê apavora mas não assusta

Apavora mas não assustao carnaval do baixo Augusta

Apavora mas não assustao carnaval do baixo Augusta

“(SAMBA-ENREDO)

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PRODUZIDO POR PEDRO MURAKI