Revestimentos ceramicos escopo bsico
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1 INTRODUÇÃO
Os revestimentos por placas cerâmicas estão condicionados, durante a vida
útil da obra, a conferir, dentre as principais características, um revestimento de
vedação que apresente, sobretudo, resistência mecânica, e estanqueidade, relativo
comportamento térmico e à intempéries e resultados satisfatórios quanto às
solicitações de esforços. Acerca desta modalidade de revestimento iremos abordar
suas classificações, parâmetros de conformidade, projeto de execução e as técnicas
referidas ao assentamento e acabamento final.
2 REVESTIMENTOS CERÂMICOS
2.1 Definições dos Revestimentos Cerâmicos
Os revestimentos cerâmicos são classificados como revestimentos não
argamassados que compõe a edificação como elementos de vedação que, quando
aplicados no interior das edificações compartimentam ambientes subdividindo-os e
quando aplicados externamente, exercem importante função de proteção contra a
ação dos agentes externos, controlando-os e regulando-os.
2.1.2 Classificação das Placas Cerâmicas
Segundo o acabamento superficial, as placas cerâmicas classificam-se em:
- Esmaltadas: quando recebem uma camada superficial de material vítreo que,
depois de queimado a forno, torna a superfície da placa vitrificada;
- Não esmaltadas: quando a placa cerâmica é simplesmente queimada no forno,
sem adição de esmalte.
Segundo a textura as placas cerâmicas podem ser divididas em lisas e
rugosas. As placas lisas tem menor capacidade de absorção térmica que as rugosas
e proporcionam maior flexão dos raios solares, contribuindo para o melhor
comportamento térmico.
Quanto a cor, podem ser divididas em placas de cores claras ou frias e em
placas de cores escuras ou quentes. As placas cerâmicas de cores escuras
apresentam maior capacidade de absorver o calor dos raios solares, ficando,
portanto, sujeitas a maiores temperaturas. Já as placas de cores claras possuem
maior capacidade de refletir raios solares, diminuindo, portanto, esta diferença de
temperatura e as tensões sofridas pelo revestimento (CAMPANTE, EDMILSON
FREITAS, 2003).
Dentre as principais funções dos revestimentos cerâmicos pode-se citar:
- Proteção dos elementos de vedação;
- Qualidade do acabamento final;
- Isolamento térmico e acústico;
- Estanqueidade a água e aos gases;
- Segurança ao fogo;
- Aspecto estético e visual agradável
3 CONFORMAÇÃO E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS
3.1 Conformações dos Revestimentos Cerâmicos
As características técnicas do produto final tal como as características
dimensionais, resistência mecânica, absorção de água, entre outras são as mais
importantes, se tornando necessária uma normatização classificatória devido à
grande diversidade destas características. Segundo a NBR 13.818 - PLACAS
CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE
ENSAIO seguem algumas das especificações dos processos de conformação dos
revestimentos cerâmicos:
Tabela 01 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos -– NBR 13.818 PLACAS
CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO
Características físicas Anexos NBR 13.818 Absorção de água B Carga de ruptura e módulo de resistência á flexão
C
Abrasão superficial D Abrasão profunda E Expansão por umidade J Resistência ao impacto Q Dureza Mohs V Resistência ao gretamento F Coeficiente de atrito N
Tabela 02 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – NBR 13.818 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO
Características físicas Anexos NBR 13.818 Resistência ao congelamento M Dilatação térmica K Resistência ao choque térmico L
Tabela 03 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos -– NBR 13.818 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO
Características Químicas Anexos NBR 13.818 Resistência ao ataque químico de baixa concentração de produtos domésticos
H
Resistência ao manchamento G
3.2 PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS
3.2.3 Rugosidade A rugosidade superficial pode ser definida como um conjunto de
irregularidades, saliências e reentrâncias, que caracteriza uma determinada
superfície. No caso dos revestimentos cerâmicos, a rugosidade superficial afeta
diretamente as seguintes propriedades de interesse do produto acabado:
- As propriedades óticas;
- A durabilidade química;
- A resistência ao desgaste por abrasão;
- A facilidade de limpeza e retenção de sujeira;
- A resistência ao escorregamento.
A resistência ao desgaste por abrasão superficial também é menor em
superfícies de elevada rugosidade. As saliências formam os chamados cantos vivos
que se desprendem com maior facilidade da superfície quando a mesma é
submetida ao desgaste abrasivo. Por sua vez, as depressões atuam como centros
de retenção de sujeira na superfície do revestimento cerâmico. Deste modo,
superfícies de elevada rugosidade tendem a apresentar maior dificuldade à remoção
de manchas, em virtude do acúmulo de partículas nas depressões presentes na
superfície (AZEREDO, HELIO ALVES, 1987).
Por fim, a rugosidade superficial também exerce influência na resistência ao
escorregamento. Texturas extremamente lisas (de baixa rugosidade) reduzem o
coeficiente de atrito superficial, em função da menor área de contato existente entre
a superfície do revestimento cerâmico e a sola dos calçados. Assim, o mecanismo
mais conhecido e utilizado para promover o aumento da resistência ao
escorregamento consiste no incremento da rugosidade superficial.
3.2.4 Absorção de água
Medida conforme porosidade da massa, tendo influencia direta na resistência
ao peso (mecânica), ao impacto, a abrasão profunda, a química e ao gelo.
Propriamente esse índice que originou a classificação dos cinco grupos
cerâmicos: poroso, semi poroso, semigres, gres e porcelanato, sendo este ultimo o
mais resistente e durável, conforme tabela 1, do Centro Ceramico do Brasil (CCB)
que segue:
Tabela 1 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Absorção de água -
Centro Ceramico do Brasil (CCB):
Grupo B Placas Prensadas
Absorção Tipos Aplicações
B I a Menor que 0,5% Porcelanato Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas *
B I b 0,5 a 3,0% Gres Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas *
B II a 3,0 a 6,0% Semi Gres Paredes e pisos internos e pisos externos**
B II b 6,0 a 10,0% Semi Porosa Porosa Paredes internas e pisos internos**
B III b 10,00 a 20,00% Porosa Paredes internas **
*Ambientes sujeitos a todas as temperaturas. ** Ambientes com temperaturas acima de zero grau.
3.2.5 Resistência à abrasão
Propriedade da placa cerâmica que indica a resistência a riscos e ao
desgaste da camada de esmalte, provocada pelo trafego intenso de pessoas,
objetos, equipamentos rodados e veículos. Pode ser medida através da abrasão
superficial (para placas esmaltadas) ou da abrasão profunda (para placas não
esmaltadas). No caso das placas esmaltadas, a classe de abrasão é denominada
PEI. O índice PEI - Porcelain Enamel Institut faz menção ao órgão americano de
mesmo nome, que estabeleceu os critérios de classificação da cerâmica conforme a
resistência do esmalte, segundo classificação da tabela 05:
Tabela 05 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Resistência à abrasão – Cerâmica Portobello Brasil (CCB):
PEI Absorção Orientação para especificação
0 - Somente paredes.
1 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco
uso
2 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco
uso
3 leve Residencial: pisos de banheiros e dormitórios, salas e varandas com pouco uso
4 moderado
Residencial: pisos de cozinhas e salas com saída para a rua, calcadas e garagens Comercial: pisos de boutique, ambientes administrativos de empresas, escritórios, hotéis, bancos, supermercados, hospitais etc
5 intenso
Comercial: ambientes de atendimento ao publico, praças e passeios públicos, cozinhas industriais, pisos de fabricas sem trafego de veículos pesados
3.2.6 Resistência à flexão
Essa medida indica a capacidade da placa cerâmica em suportar esforços exercidos por cargas através do tráfego de pessoas, objetos, móveis, equipamentos ou veículos, que possam levar à rupturas, esmagamentos e ou quebras.
Tabela 05 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Resistência à flexão – Cerâmica Portobello Brasil (CCB):
Grupo B Placas Prensadas
Resistência à flexão Nomenclatura
B I a Igual 350 kgf/cm² Porcelanato B I b Igual 300 kgf/cm² Gres B II a Igual 220 kgf/cm² Semigres
B II b Igual 180 kgf/cm² Semi porosa B III b Igual 150 kgf/cm² Porosa
3.2.7 Dilatação térmica e expansão por umidade
A Dilatação térmica e expansão por umidade significa um aumento de
tamanho da placa mediante variações de calor e umidade. A dilatação térmica é um
fenômeno reversível e ocorre em locais sujeitos a aquecimento. A expansão por
umidade (EPU) também conhecida como dilatação higroscópica é um processo
irreversível e ocorre com maior intensidade em locais com alta incidência de
umidade (AZEREDO, HELIO ALVES, 1987).
Para a avaliação da expansão por umidade ocorrida e a ocorrer, são
empregadas as seguintes definições:
- Expansão por umidade ocorrida - remoção da água adsorvida (comprimento
da peça no momento da determinação, em relação ao comprimento após requeima;
- Expansão por umidade efetiva - processos que aceleram a reidratação total
do produto cerâmico, que iria ocorrer durante anos comprimento do corpo de prova
após o ensaio acelerado em relação ao comprimento após requeima.
3.2.8 Propriedades ópticas dos revestimentos cerâmicos
As propriedades ópticas da superfície de um revestimento cerâmico
constituem objeto de grande interesse para os fabricantes, dada à influência das
mesmas no aspecto visual do produto. Para os consumidores finais, muitas vezes a
estética do produto acabado assume papel mais preponderante do que as
propriedades técnicas que indicam o desempenho do mesmo quanto à solicitações
mecânicas (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003).
A rugosidade superficial afeta diretamente a reflexão da luz incidente, logo, em
função desse fenômeno óptico, o brilho e a nitidez da imagem refletida são alterados
pelas reentrâncias e saliências presentes na superfície do produto cerâmico. Desta
forma o polimento das peças, reduz abruptamente a rugosidade e gera superfícies
que apresentam elevada reflexão e nitidez conferindo o brilho e a textura que são
características altamente valorizadas ao se tratar de revestimentos cerâmicos.
AMBIENTE Absorção de
água
Resistência à
abrasão
(PEI)
Resistência a
ataques
químicos
Remoção
de
manchas
Outras
carcteristicas
Paredes
externas
▪ Regiões
sujeitas a
neve: 0 a 3%
▪ Outras
regiões: 0 a
10%
Não
necessário
especificar
Elevada ou
média 4 ou 5 _____
Paredes
internas 0 a 20%
Não
necessário
especificar
Elevada ou
média 4 ou 5 _____
Paredes
residências 0 a 10%
Banheiros ≥
1*
Quartos ≥ 2*
Salas ≥ 3*
Cozinhas ≥ 3*
Quintais/
Terraços ≥ 4*
Elevada ou
média 4 ou 5
▪ Para quintais
exigir coeficiente
de atrito ≥ 0,4
Escadas e
rampas 0 a 10% 5
Elevada ou
média 4 ou 5
▪ Exigir
coeficiente de
atrito ≥ 0,4
▪ Carga ≥ 800 N
Pisos para
garagens 0 a 10% ≥4
Elevada ou
média 4 ou 5
▪ Exigir
coeficiente de
atrito ≥ 0,4
▪ Carga ≥ 800 N
Piscinas
▪ Regiões
sujeitas a
neve: 0 a 3%
▪ Outras
regiões: 0 a
20%
Não
necessário
especificar
Elevada ou
média 4 ou 5
Tabela 6 – Aplicação das placas cerâmicas prensadas (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003)
4 JUNTAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
O objetivo fundamental do emprego das juntas sejam elas de trabalho ou
movimentação e ou as juntas estruturais no sistema de revestimento cerâmico, está
relacionado principalmente ao aumento da capacidade de absorver as deformações
sofridas dissipando-as. Deste modo, além dos requisitos funcionais de acomodações
dos movimentos, este elemento necessariamente precisa ser estanque e manter a
integridade física do revestimento, contribuindo assim para a manutenção da
estética ao longo da vida útil do edifício.
Para se garantir o espaçamento necessário, recomenda-se o uso de
espaçadores plásticos para manter a uniformidade de espessura, e o uso de linhas
de referência, para manter a horizontalidade e a verticalidade.
“O rejuntamento deve ser iniciado após 72 horas do assentamento das
placas cerâmicas para evitar o surgimento de tensões pela retração de
secagem da argamassa colante. Recomenda-se, porém, que este prazo não
seja muito excedido, pois as placas cerâmicas sem rejuntamento contam
apenas com sua própria resistência mecânica, sem o reforço de
intertravamento lateral e estão sujeitas a danos acidentais” (CAMPANTE,
EDMILSON FREITAS, 2003).
As juntas de movimentação devem ser estanques e duráveis sob agressivas
condições de exposição e compostas por materiais mais suscetíveis à degradação
que os demais materiais constituintes do próprio sistema de revestimentos.
Pisos
industriais 0 a 6% 5
Elevada ou
média 4 ou 5
▪ Exigir
coeficiente de
atrito ≥ 0,4
▪ Carga ≥ 1000 N
Pisos de
cozinha
industriais
0 a 6% 5 Elevada ou
média 4 ou 5
▪ Exigir
coeficiente de
atrito ≥ 0,4
▪ Carga ≥ 1000 N
Também conhecidas como rejuntes, embora que este seja o material de
preenchimento e não as juntas em si, correspondem aos espaçamentos entre as
placas deixados durante o assentamento. As funções das juntas entre componentes
são:
- Reduzir o módulo de deformação do pano de revestimento e, desta forma,
aumentar a capacidade deste em absorver deformações vindas das variações
térmicas e higroscópicas e das deformações da base;
- Absorver as variações dimensionais entre as placas cerâmicas;
- Permitir alinhamentos precisos das placas cerâmicas, que, por terem variações
dimensionais, não podem ser assentadas “a seco” sem que percam o alinhamento.
- Permitir harmonização estética do conjunto (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS,
2003).
Figura 01 – Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico Revista Téchne, 2003.
5 PARAMÊTROS DE PROJETOS
5.1 Características da camada de assentamento
Nos revestimentos externos a camada de preparação da base (chapisco)
deve obrigatoriamente estar presente. Já nos ambientes internos, devido às
solicitações mecânicas (aderência) inferiores esta camada pode ser omitida.
A camada de regularização (emboço) deve ter como valores mínimos de
espessura:
- 10 mm para superfícies internas;
- 20 mm para superfícies externas.
A espessura da camada de fixação é definida pela geometria do verso
(tardoz) das placas cerâmicas, ou seja, quanto maiores forem as garras mais
espessa deve ser a camada de argamassa colante devendo entre 2 e 5 mm.
6 GEOMETRIA DE PAINÉIS
As dimensões dos painéis influenciam no desempenho do revestimento como
um todo devido às deformações que cada painel pode absorver. As posições das
juntas de movimentos definem as dimensões máximas que devem ser consideradas
de modo que se evite o surgimento de patologias como fissuras e destacamento.
“De acordo com a definição da geometria dos painéis é possível detalhar a
paginação do revestimento, ou seja, decidir em projeto a posição de todos
os componentes cerâmicos e as espessuras das juntas, obedecendo às
dimensões modulares das placas, criando painéis sem cortes de placas. O
uso de painéis modulares diminui desperdícios, pois evita erros ou
alterações na concepção original do revestimento” (CAMPANTE,
EDMILSON FREITAS, 2003).
Para o engenheiro UBIRCI SPINELLI LEMES DE SOUZA - Revista Equipe de Obra-
“pode-se sugerir o seguinte cálculo prático do consumo teórico de placas para
execução de 1 m² de revestimento cerâmico interno de parede”: Supondo uma peça
quadrada de 19,7 x 19,7 cm:
Número de placas por m² = 1 / (L1 + e) x (L2 + e); onde L1 e L2 correspondem às
faces da placa:
- L1 = L2 = 19,7 cm = 0,197 m;
- e = 3 mm = 0,003 m; onde e corresponde à espessura da placa
- Número de placas = 1 / (0,2 x 0,2) = 25 placas por m²”.
“As perdas médias observadas nas obras são de 10% das peças. Para cada
dez peças, uma é desperdiçada. Com um projeto bem-feito e alguns
cuidados, podem-se reduzir muito essas perdas. Por exemplo, se o
ambiente é pequeno, use peças pequenas, senão será necessário fazer
muitos cortes nas peças grandes. Também é importante usar as
ferramentas certas para cortar as peças e fazer antes um projeto de
"paginação”. (ENGº UBIRCI SPINELLI LEMES DE SOUZA – Revista Equipe
de Obra).
7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), o desenvolvimento do
projeto ceramico deve ser divido em três fases:
1. Analise preliminar: na qual se procura identificar e conhecer as
especificações dos demais elementos do edifício com os quais os
revestimentos terão interfaces.
2. Elaboração do projeto: fase em que se deve considerar a necessidade de
adotar detalhes construtivos e específicos tais como: juntas, pingadeira,
peitoril, etc.
3. Redefinição do projeto: fase em que pode ser feitas as alterações que por
ventura sejam necessárias posteriormente a execução do revestimento.
7.1 Análise preliminar
O projeto de revestimento cerâmico deve considerar as interfaces entre esses
subsistemas e os outros edifícios como estrutura, alvenaria, sistemas prediais, e as
informações necessárias devem ser obtidas através dos projetos estruturais,
arquitetônico, de instalações e de impermeabilização.
Os seguintes pontos dos projetos de alvenaria devem ser analisados:
-Locais que deverão ser revestidos com cerâmica
-Espessura das vedações verticais
-Características das fachadas, tais como dimensões, tipos, posicionamento das
aberturas existentes (janelas, portas, esquadrilhas, sacadas, etc.), presença de
ressalto estruturais, dentre outros.
-Presença de recortes e detalhes construtivos como pingadeiras, peitoris e
platibandas.
-Tipos e características dos revestimentos de pisos de parede, seja de ambiente
interno ou externo.
-Dimensões e tipos dos componentes estruturais (vigas, pilares, lajes).
-Existência de juntas estruturais.
-Localização de pontos de água, das tomadas de uso geral e uso especificam
(TUG’S e TUE’S), localização do quadro de distribuição elétrico, tubulação de gás,
etc.
8 ELABORAÇÃO DO PROJETO
8.1 Definições dos detalhes construtivos Nos revestimentos cerâmicos de fachada é preciso criar elementos
arquitetônicos para afastar ou diminuir a indecência de água de chuva, reduzindo
seu efeito nocivo e, desta forma, melhor o comportamento do revestimento. Entre
estes elementos estão:
-Peitorais avançando nas janelas, com projeção mínima de 25 mm.
-Lajes com ressaltos nas fachadas, proporcionando a divisão dos painéis de
revestimentos cerâmicos e permitindo, portanto, maior capa2cidade de absorver
deformações.
-Utilização de revestimentos cerâmicos diferentes sobre os componentes estruturais,
permitindo a construção de juntas entre eles e a vedação.
-Vergas e contravergas salientes que funcionem como pingadeiras, o que permite
diminuir as dimensões dos painéis de revestimento.
Alguns destes elementos é preciso também ter cuidados com alguns pontos críticos
dos revestimentos cerâmicos (tanto os internos como os de fachada), tais como:
-Definir os arremates no topo do edifício, revestindo totalmente as platibandas.
-Prover beiras revestidos com cerâmica de sistemas de calhas para captação de
águas pluviais.
-Nas arestas vivas dos revestimentos internos, deve-se empregar cantoneiras
metálicas para acabamento e proteção.
- Nos arremates de encontros de paredes e pisos é possível executar uma junta de
movimentação.
-Nos arremates junto aos pontos de água e caixas elétricas, as canoplas e os
espelhos devem esconder os cortes das placas cerâmicas.
-No encontro dos revestimentos com as esquadrias (janelas e portas), os marcos e
contramarcos, ou mesmo batentes, deve-se determinar o nivelamento da superfície
final do revestimento e as guarnições devem permitir um correto acabamento.
Figura 02 – Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico Revista Téchne, 2003.
8.1.2 Definições dos detalhes construtivos - Revestimentos externos
Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), nos edifícios
habitacionais e comerciais comuns não é necessária à execução de juntas de
movimentação além da junta horizontal no encontro da parede com o piso; uma vez
em que as tensões que surgem neste caso, podem ser dissipadas pelas juntas entre
componentes, pois os painéis são de dimensões reduzidas e o nível de solicitações
é baixo. A execução seria para o edifício com grandes vãos e/ou lajes muito
deformáveis; nestes caos, o projeto deve considerar o nível de deformação
alcançado. Outra exceção seria para paredes muito extensas; neste caso, devem-se
prever juntas verticais, que podem s escondidas nos encontros com as aberturas,
principalmente de portas.
Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), no caso dos
revestimentos cerâmicos de fachada, o posicionamento das juntas de movimentação
deve considerar a amplitude das tensões que possam vir a ocorrer.
“A abertura das juntas de movimentação, tanto na direção vertical como na
horizontal, deve estar entre 8 e 12 mm, sendo que ajunta deve absorver no
máximo 30% de sua espessura. Ou seja, uma junta com 10 mm de abertura
pode absorver deformações de até 3 mm”.(CAMPANTE, EDMILSON
FREITAS, 2003),
Como regra geral, as juntas horizontais devem ser executadas a cada
pavimento, o mais próximo possível do encontro dos componentes estruturais e da
alvenaria na região do encunhamento.
9 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS
O assentamento das placas cerâmicas difere ligeiramente para revestimentos
internos e externos, porém alguns procedimentos são comuns aos dois
assentamentos:
- Umidade da base: em condições normais, o assentamento utilizando argamassa
colante não exige molhagem da base devido à propriedade de retenção de água da
argamassa, exceto em condições de insolação direta, temperaturas muito altas,
ação de ventos ou baixa umidade do ar.
- Umidade das placas cerâmicas: usando-se argamassa colante no assentamento,
“não se deve molhar as placas cerâmicas em hipótese alguma para não saturar os
seus poros e comprometer a aderência”. (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS,
2003).
- Assentamento da placa cerâmica: a placa deve ser colocada a cerca de 2 cm da
posição final e então arrastada, e para seu acomodamento final batendo-se na sua
superfície.
- Galgamento do painel: é a marcação da posição de assentamento determinando
as distâncias horizontais e verticais das fiadas das placas em revestimentos
modulares. A sequência mais adequada para assentamento em ambientes externos
é de cima para baixo em panos contínuos sem mudança de direção, facilitando
alinhamento das juntas verticais, porém dificultando o nivelamento entre panos
ortogonais segundo figura 03:
Figura 03 – Procedimento de galgamento dos revestimentos cerâmico Hélio Alves, 1979.
O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó,
gorduras, ou partículas secas. A colocação das placas cerâmicas deve ser feita de
baixo para cima, uma fiada de cada vez a partir de uma régua colocada de nível
para alinhamento e galga da primeira fiada de assentamento conforme ilustra a
figura 04:
Figura 04 – Procedimento de assentamento de revestimento cerâmico Hélio Alves, 1979.
Figura 05 – Procedimento de assentamento das fiadas do revestimento cerâmico Hélio Alves, 1979.
10 CONCLUSÃO
Os revestimentos cerâmicos apresentam subsistemas construtivos exercendo
fundamental importância no controle da ação dos agentes agressivos tanto em
ambientes externos quanto em ambientes internos, conferindo-lhes, características
como durabilidade, estanqueidade, vedação, resistência mecânica entre outras
características funcionais que não seriam possibilitadas na ausência deste tipo de
revestimento. Observamos a necessidade de se estabelecer um projeto de
execução, modulação e paginação no processo de assentamento das placas
cerâmicas, garantindo o controle de execução acerca dos alinhamentos e
posicionamento das juntas entre os componentes de trabalho, planicidade e
alinhamento das peças.
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NBR 13.818 - PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO. Rio de Janeiro, 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) – NBR 13817-
PLACAS CERÂMICAS PARA REVESTIMENTOS. Rio de Janeiro, 1997.
CAMPANTE, E.F Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo, 2003.
BAÍA, L.L. M Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo, 2003.
HÉLIO, A. A O edifício e seu acabamento. São Paulo, 1987.
IPT Manual de execução – Parede de vedação em blocos cerâmicos. São Paulo, 1988
SABATTINI, F.H Projeto e execução de revestimento. Disponível em: http://pcc2436.pcc.usp.br/Textost%C3%A9cnicos/revestimentos%20cer%C3%A2micos/apostila%20revestimentos%20cer%C3%A2micos.PDF. Acesso em 17 de março 2012.
UFU UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA. Disponível em:
http://www.feciv.ufu.br/disciplinas/TCC2/revestimentoceramico.pdf. Acesso em 15 de março de 2012.
CENTRO CERÂMICO DO BRASIL - CCB. Disponível em: http://www.ccb.org.br/. Acesso em: 8 de março de 2012.
REVISTA EQUIPE DE OBRA – Revestimentos cerâmicos técnicas de assentamento. Disponível em: http://www.equipedeobra.com.br. Acesso em: 15 de março de 2012.
REVISTA TECHINE – Revestimentos por placas cerâmicas. Disponível em: http://www.revistatechne. revestimentos%20cer%C3%A2micos/apostila%20. Acesso em: 08 de março de 2012.
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
REVESTIMENTOS CERÂMICOS PARA PISOS E AZULEJOS – ESPECIFICAÇÃO
E CLASSIFICAÇÃO
PROFº DRº. MARCELO COSTELLA
ACADÊMICOS: EZEQUIEL DE VILLA, FELIPE FOREST E RICARDO LEIDENS.
CONSTRUÇÃO CIVIL II
Chapecó
2012
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2 REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................................................ 2
2.1 Definições dos Revestimentos Cerâmicos ......................................................... 2
2.1.2 Classificação das Placas Cerâmicas ........................................................... 2
3 CONFORMAÇÃO E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS ..... 3
3.1 Conformações dos Revestimentos Cerâmicos .................................................. 3
3.2 PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS ................................ 4
3.2.3 Rugosidade .................................................................................................. 4
3.2.4 Absorção de água ........................................................................................ 5
3.2.5 Resistência à abrasão ................................................................................. 5
3.2.6 Resistência à flexão ..................................................................................... 6
3.2.7 Dilatação térmica e expansão por umidade ................................................. 7
3.2.8 Propriedades ópticas dos revestimentos cerâmicos .................................... 7
4 JUNTAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ....................................................... 9
5 PARAMÊTROS DE PROJETOS ............................................................................ 10
5.1 Características da camada de assentamento .................................................. 10
6 GEOMETRIA DE PAINÉIS ..................................................................................... 11
7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................... 12
7.1 Análise preliminar ................................................................................................ 12
8 ELABORAÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 13
8.1 Definições dos detalhes construtivos ............................................................... 13
8.1.2 Definições dos detalhes construtivos - Revestimentos externos ............... 14
9 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS .................................................... 15
10 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 18
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19